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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - SEAD


UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB
LICENCIATURA EM HISTÓRIA

HISTÓRIA DO CEARÁ II

HISTORIANDO – ANÁLISE DE DOCUMENTO HISTÓRICO

Erlane Tamires de Satana Silveira


Francimar de Oliveira Pereira
Jesus Valdecelio Costa

RUSSAS-CE
2022
DOCUMENTO ANALISADO

TRANSCRIÇÃO DO DOCUMENTO ANALISADO


O documento analisado nesse trabalho trata-se de uma carta endereçada ao
presidente da província de Maranguape, José Bento da Cunha Figueiredo Junior,
em nome do médico Antônio Manoel de Medeiros, alertando o então o governante
sobre os perigos de manter as casas abandonadas e fechadas na vila sem ter sido
feita uma higienização adequada, apesar da epidemia, como citado na carta, estar
em estado de declínio. A carta, que faz parte do acervo no Arquivo Público do
Ceará, foi expedida em 13 de novembro de 1862.

O documento acima em análise retrata uma medida tomada pelas


autoridades do governo cearense em vista de controlar a epidemia de cólera morbus
que afetou a região do Ceará, notadamente a Vila de Maranguape no final do século
XIX, vitimando cerca de 11 mil pessoas, entre crianças e adultos. Desde a chegada
dos portugueses, a região do Ceará já passou diversas vezes por cenários
epidêmicos, como a epidemia de sarampo em 1615.

Estes acontecimentos chegam até nós hoje por meio de reportagens de


jornais da época, fotos, depoimentos, relatos de escritores, como os do sanitarista
Rodolfo Theóphilo (1853-1932). O farmacêutico registrava em seus diários e livros
os flagelos que as populações cearenses sofriam em decorrência das doenças, além
de suas descobertas e ações em favor da vacinação de pessoas, como meio de
frear a expensão de doenças epidêmicas.

A epidemia que assolou a Vila de Maranguape entre 1862 e 1863 já foi


tema de variados estudos por parte de pesquisadores no campo da História Social,
como a dissertação de mestrado "Valei-me São Sebastião: a epidemia de cólera-
morbo na Vila de Maranguape (1862-1863)", do professor Dhenis Silva Maciel. Esta
dissertação teve parte sua publicada no livro "Ceará: Economia, Política e
Sociedade (Séculos XVIII e XIX)".
Maranguape em 1849 foi elevada à categoria de sede de freguesia e em
1851 deixou de ser um povoado agregado a Fortaleza e foi elevada à categoria de
vila. Esta vila estava passando por um clima de prosperidade que credita-se ao
crescimento econômico sucedido da agro exportação do café e da cana-de-açúcar
através do porto de Fortaleza. Onze anos após a edificação da vila, a peste chegou
impiedosa e pôs novamente em evidencia questões que haviam sido silenciadas
pelo sucesso econômico pelo qual a vila passava.
Para acessarmos matérias da época em que possa ser encontradas
notícias da cólera morbus em Maranguape e Fortaleza, temos jornais do período,
documentos digitalizados, cartas e recibos de terras, que são guardados no Arquivo
Público do Ceara e no repositor da Universidade Federal do Ceará. Os documentos
que ainda não foram digitalizados, devido ao tempo, são frágeis e por conta dessa
situação se tornam de difícil acesso.
Antônio Manoel acha de suma importância uma dedetização das
casas abandonadas, para que seja extinguido todo vírus que por ventura nelas ainda
vierem se fazerem presentes. Tudo isso feito através de uma ação policial.
Fazendo um paralelo com o atual momento em que estamos vivendo
com a pandemia da Covid 19, causada pelo novo coronavírus, e a cólera morbus no
final do século XIX, podemos notar algumas particularidades, como picos das duas
infecções em determinado tempo da pandemia, e o empenho por parte de alguns
governantes e autoridades ligadas à área da saúde em imunizar a população, como
no caso da covid 19 com a vacinação em massa e na cólera morbus com a
distribuição de tinturas medicamentosas e assepsia dos lares infectados.
Ainda em relação às medidas tomadas durante as duas epidemias
aqui relacionadas, podemos observar a postura da população e de alguns
especialistas diante de alguns medicamentos ou mesmo da vacinação. Tanto na
epidemia do cólera quanto da Covid19, muitas pessoas resistiram em tomar a vacina
por diversos fatores, principalemente por não acreditar em sua eficiência ou mesmo
por não confiar plenamenete nesta tecnologia.
Além de não confiarem nas vacinas, muitas pessoas acreditavam em
soluções medicamentosas que não obtiveram comprovação científica eficaz para o
tratamento da Covid 19, como foi o caso dos medicamentos Cloroquina e
Hidroxiclorina. Soluções caseiras ineficases para o tratamento das doenças aqui
mencionadas também foram divulgadas entre a população durante as duas
epidemias.
Porém, devemos notar que tratar uma epidemia nos tempos atuais é
sobremaneira mais fácil, pois hoje temos conhecimento e tecnologia que a
humanidade ainda não dispunha no final do século XIX: estudos, pesquisas,
vacinas, medicamnetos, leis, etc.
Como esses documentos poderiam ser usados em sala de aula? 

PLANO DE AULA
COMPONENTE: História
CONTEÚDO: Análises de fontes
OBJETIVO: Selecionar objetos e documentos pessoais e de grupos próximos ao
seu convívio e compreender sua função, seu uso e seu significado
ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS: Dividindo a turma em equipes, entregando a
cada equipe imagens de documentos para que eles possam analisar e realizar um
estudo observando cada um. Peça para que observem atentamente as imagens e
registrem, no caderno, quais informações seria possível obter de cada documento.
Entregando em cada equipe um envelope com perguntas relacionadas às imagens,
pedindo que os alunos copiem as perguntas no caderno e responda. Realizar uma
apresentação de cada grupo pedindo para que eles apresentem e leiam suas
respostas para a turma, o professor nesse momento deverá acompanhar e fazer
observações se necessário.
RECURSOS DIDÁTICOS: imagens, envelopes com questionamentos.
AVALIAÇÃO: A avaliação será contínua, através da observação e do desempenho
das atividades realizadas pelos alunos.

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