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Profª Noêmia

HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
NO BRASIL
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
As raízes e o desenvolvimento da enfermagem
brasileira nos primeiros tempos, ou seja, no período
colonial, deixa-nos uma grande lacuna, devido à
falta de acesso a documentos. A enfermagem no
Brasil fica muito restrita ao conhecimento ao final
do século XIX e do século XX em diante
A ciência e tecnologia do cuidar é a inauguração da
Santa Casa de Misericórdia de Santos (1543), ainda
com caráter caritativo e de abrigo, com o fim de
proteger a população sadia, característico dos
hospitais europeus da época. Através dos
movimentos religiosos, alguns padres da
Companhia de Jesus treinados nas artes médicas,
montaram as primeiras enfermarias nas missões,
que tratavam dos corpos e almas, seguidos pelos
membros das Irmandades da Misericórdia e suas
Santas Casas
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
No século XVIII também iniciam-se as atividades
dos hospitais militares. O quadro de funcionário
compunha-se de um físico-mor, um a três
cirurgiões, um ou dois boticários, um
enfermeiro-mor e seus ajudantes, serventes, um
almoxarife, um oficial e soldados de guarda.
Esses hospitais tinham as mesmas dificuldades
que as Santas Casas, como a falta de
medicamentos e pessoal qualificado, superlotação,
epidemias etc. Somente com a chegada da Corte
Portuguesa em 1808 alteraria esse quadro da
assistência à saúde no Brasil. A vinda da família
real e nobreza (cerca de 15 mil pessoas) criou a
necessidade de organização de uma estrutura
sanitária mínima.
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
Ao final do século XIX, apesar do Brasil
ainda ser um imenso território com um
contingente populacional pouco elevado e
disperso, um processo de urbanização
lento e progressivo já se fazia sentir nas
cidades que possuíam áreas de mercado
mais intensas, como São Paulo e Rio de
Janeiro.
ADOECIMENTO
O perfil do adoecimento era marcado pela
doenças infectocontagiosas, trazidas pelos
europeus e pelos escravos africanos,
começam a propagar-se rápida e
progressivamente.
O país estava à mercê das epidemias
(varíola, febre amarela, malária, peste),
gerando graves consequências tanto para a
saúde quanto para setores do comércio
exterior, tendo em vista que navios
estrangeiros não queriam atracar nos portos
Doenças da
época
MALARIA
O parasita que provoca a malária foi descoberto em 1880 por
um médico militar francês, Alphonse Laveran, e seu vetor, o
mosquito anófeles, pelo britânico Ronald Ross no fim do século
XIX. Não entanto, os cientistas ainda discutem teorias sobre a
origem da doença.
VARIOLA
A varíola foi uma das principais responsáveis pela dizimação da
população nativa da América após a sua importação da Europa
com Colombo. No Brasil foi primeiramente referenciada em
1563 na Ilha de Itaparica causando grande número de casos e
óbitos, principalmente entre os indígenas.
FEBRE AMARELA
Durante muito tempo, a febre amarela era
considerada uma doença urbana. A primeira
forma silvestre foi identificada em 1898, no
interior de São Paulo, por Adolpho Lutz.
PESTE BUBONICA
O surgimento da doença em um país com laços
tão estreitos com o Brasil fez surgir o temor nas
autoridades brasileiras que a peste pudesse
chegar ao país. Em outubro de 1899 a doença
chegou ao Brasil, na cidade de Santos, São
Paulo.
OSWALDO CRUZ
A eficácia às epidemias, no início do século XX,
deu-se em função do trabalho vigoroso do
médico sanitarista Oswaldo Cruz, Diretor Geral
de Saúde Pública, que promoveu ações como
vacinações, as brigadas de mata-mosquitos e
a polícia sanitária, através de um modelo que
fica conhecido como “campanhista”,
utilizando-se da força militar e da autoridade.
Essas estratégias, embora criticadas pela
imprensa e motivo de revolta da população (ex.
Revolta da Vacina em 1904), tiveram
resultados positivos e permaneceram como
intervenção na área da saúde pública durante
década.
COMBATE À FEBRE AMARELA
1.500 policiais sanitários exerceram atividades de
combate ao mosquito vetor Ações pautadas no uso da
força e autoridade, seguindo uma visão militar em que
os fins justificam os meios;
Limpeza de calhas e telhados, proteção de caixas d’
água, petróleo em ralos e bueiros;
-Em áreas de foco, expurgavam as casas pela queima
de enxofre e piretro e providenciavam o isolamento
domiciliar dos doentes ou sua remoção para hospital;
Casas foram derrubadas (pessoas foram para os
morros, início das favelas cariocas);
A falta de esclarecimentos e as arbitrariedades
cometidas causaram revolta na população e crítica
pela imprensa (charges diárias, canções com letras
maliciosas, quadrinhas).
COMBATE À PESTE

Notificação dos casos;


Isolamento e aplicação do soro fabricado
em Manguinhos nos doentes;
Vacinação nas áreas mais problemáticas,
como a zona portuária;
Desratização.
COMBATE À VARÍOLA
A onda de insatisfação se agrava com a Lei
Federal no 1261, de 31/out./1904, que
instituiu a vacinação anti-varíola
obrigatória para todo o território nacional;
Surge um grande movimento popular de
revolta que ficou conhecido na história
como a Revolta da Vacina.
CAUSAS DA REVOLTA DA VACINA

A causa principal da Revolta da Vacina foi,


sobretudo, o modo como foi implantada a
campanha da vacinação obrigatória. A
campanha em si foi idealizada pelo
sanitarista Oswaldo Cruz, que foi
empossado Diretor Nacional de Saúde
Pública, no Rio de Janeiro, na época capital
federal
REVOLTA DA VACINA.
CARLOS CHAGAS
Médico sanitarista sucessor de Oswaldo Cruz
que reorganiza os serviços de saúde, criando,
em 1920, o Departamento Nacional de Saúde
Pública (embrião do Ministério da Saúde).
Em 1922, cria um curso para formação de
enfermeiras (modelo nightingaleano), para
atuação como educadoras em saúde (visitação
domiciliar) que, em 1923, passa a funcionar com
o nome de Escola de Enfermeiros do
Departamento Nacional de Saúde Pública e, em
1926, passa a se chamar Escola de Enfermagem
Anna Nery em homenagem à matriarca da
enfermagem no Brasil.
A tentativa de substituir a polícia sanitária pelas
enfermeiras educadoras não obteve sucesso, pois a
população rejeitou mudar seus hábitos de moradia e
higiene e, frente a esse obstáculo, as profissionais
desistiram de atuar na área e migraram para os
hospitais, fortalecendo o modelo biomédico.
A formação das enfermeiras passa a ser cada vez
mais hospitalar e curativa, não contemplando
aspectos da saúde pública. O avanço
hospitalocêntrico se amplia e, progressivamente, vai
se tornando predominante na atenção nacional à
saúde.
CRUZ VERMELHA BRASILEIRA
A Cruz Vermelha Brasileira foi organizada e instalada no
Brasil em fins de 1908, tendo como primeiro presidente
Oswaldo Cruz. Destacou-se a Cruz Vermelha Brasileira
por sua atuação durante a I Guerra Mundial (1914-1918).
Fundaram-se filiais nos Estados. Durante a epidemia de
gripe espanhola (1918), colaborou na organização de
postos de socorro, hospitalizando doentes e enviando
socorristas a diversas instituições hospitalares e a
domicílio. Atuou também socorrendo vítimas das
inundações, nos Estados de Sergipe e Bahia, e as das
secas do Nordeste.
Muitas das socorristas dedicaram-se à formação de
voluntárias, continuando suas atividades após o término
do conflito.

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