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TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

SAÚDE PÚBLICA

Material didático compilado e adaptado de outras


fontes por PAULO ROBERTO PREVEDELLO com o objetivo
único de orientar o estudo dos alunos na disciplina de
Epidemiologia e Saúde Pública

CURITIBA
SUMÁRIO

1. BREVE HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL .......................................................................................... 4

1.1 A SAÚDE PÚBLICA NO PERÍODO COLONIAL ..................................................................................................... 5

1.2 A SAÚDE PÚBLICA NO IMPÉRIO .......................................................................................................................... 9

1.3 A SAÚDE PÚBLICA NA PRIMEIRA REPÚBLICA (1889 – 1930) ......................................................................... 13

1.4 A SAÚDE PÚBLICA NA ERA VARGAS ................................................................................................................ 21

1.5 A SAÚDE PÚBLICA NA ERA PÓS-VARGAS ....................................................................................................... 22

2 O SUS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ............................................................................................................... 24

2.1 A 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DA SAÚDE ..................................................................................................... 24

2.2 A NOVA CONCEPÇÃO DE SAÚDE .................................................................................................................... 25

2.3 O TEXTO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................. 26

2.4 PRINCIPAIS TÓPICOS DE CADA ARTIGO ........................................................................................................ 28

3 LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE ............................................................................................................................. 29

3.1 LEI 8.080/90 .......................................................................................................................................................... 29

3.2 LEI 8.142/90 .......................................................................................................................................................... 30

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO .......................................................................................................... 30

4 PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E ORGANIZATIVOS DO SUS ............................................................................ 32

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO .......................................................................................................... 36

5 RESUMO DA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SUS .......................................................................... 38

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................... 42

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1. BREVE HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

CONCEITUAÇÃO:
Saúde pública é a arte e a ciência de prevenir doença, prolongar a vida, promover a saúde
e a eficiência física e mental mediante ações, a educação dos indivíduos nos princípios de
higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para diagnóstico precoce
e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a
cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde.
(ROSEMBERG, 2018)

INTRODUÇÃO:

Para o entendimento da crise do sistema de saúde pública no Brasil, traduzida por filas
frequentes, deficiência de leitos hospitalares, escassez de recursos, baixos valores pagos pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), recrudescimento de diversas doenças transmissíveis e,
também, para o entendimento dos avanços na saúde, como a melhoria nos índices de
mortalidade e expectativa de vida, é importante o conhecimento dos determinantes históricos
que levaram à situação atual.

A evolução da história das políticas de saúde não pode ser dissociada da evolução
político-social e econômica da sociedade brasileira. Em nosso sistema capitalista, a saúde nunca
foi tratada como prioridade. Historicamente só recebeu atenção dos governantes quando as
grandes epidemias ameaçavam a economia do país.

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Por outro lado, a organização e a reivindicação dos trabalhadores levaram às conquistas
sociais do direito à saúde e à previdência, ainda que de maneira parcial.

1.1 A SAÚDE PÚBLICA NO PERÍODO COLONIAL

As primeiras notícias que chegaram à Europa sobre o Brasil falavam das belezas de um
paraíso terrestre utópico, da inocente selvageria de seus habitantes e de um jardim tropical
idílico.

Diante destes relatos, inúmeras expedições zarparam do Velho Continente com todo tipo
de gente que sonhava com este mundo imaginário. Soldados aventureiros, mendigos, loucos,
bufarinheiros (vendedores ambulantes) tuberculosos e sifilíticos, entre outros, eram
impulsionados pela mesma obsessão: a riqueza, as montanhas de ouro, a felicidade suprema
que povoava a imaginação dos primeiros navegadores que aqui chegaram. (RIBEIRO, 1987)
Em 1500, o Brasil esbanjava beleza com suas matas virgens e seus índios robustos, ágeis
e saudáveis. Suas riquezas naturais davam a ideia de um verdadeiro Eldorado.

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Os colonizadores trouxeram com eles as doenças que os vitimavam intensamente, como
tuberculose, sarampo, malária, sífilis, gonorreia etc.

Um dos primeiros tuberculosos que por aqui aportou foi o jesuíta Manuel da Nóbrega que,
ao realizar sua missão evangelizadora, disseminou o Bacilo de Koch entre as populações
indígenas.

A Varíola provavelmente foi trazida pelos escravos africanos, tornando-se a principal


causa de morte no Brasil Colônia.

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Nos surtos epidêmicos, quase nada podia ser feito por médicos e curandeiros, que apenas
isolavam os doentes, deixando-os, muitas vezes, morrer à mingua.

Somadas as guerras, estas moléstias contribuíram enormemente para o extermínio de


tribos indígenas. Ao chegarem ao Brasil mal alimentados, vindo em navios fétidos, imundos,
desconfortáveis, abarrotados de gente, suportando todo tipo de infortúnio, se depararam com
uma cruel realidade: em lugar do “paraíso utópico”, um “inferno tropical”.

Os conflitos com os indígenas, as doenças e dificuldades de vida se constituíram em


grandes barreiras para o colonizador europeu se estabelecer aqui. Tudo isto ameaçava o projeto
português de explorar e colonizar o Brasil.

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Diante da terrível realidade sanitária, o Conselho Ultramarino Português criou, no século
XVI, os cargos de físico-mor e cirurgião-mor. Entretanto muito poucos médicos cruzavam o
Atlântico, pois baixos salários, a pobreza da população e os perigos que enfrentariam não os
estimulavam. Além de que o povo tinha pavor aos tratamentos utilizados por eles, como as
sangrias e os purgativos, tão em voga na Europa, preferindo recorrer aos curandeiros, que
usavam ervas medicinais.

O curandeirismo, um tipo de medicina com base em conhecimentos populares adquiridos


por meio do empirismo, foi largamente utilizado no Brasil Colônia.
Como praticamente não havia médicos, as curandeiras e benzedeiras recebiam a estima
e o respeito do povo.

Em 1746, havia apenas seis médicos graduados na Europa para cobrir os estados de São
Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
A medicina praticada na Europa era quase inexistente no Brasil Colônia.
Não havia hospitais, a não ser as Santas Casas de Misericórdia e as enfermarias mantidas
pelos jesuítas.
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As Santas Casas, foram criadas em 1498, em Lisboa, pelo frei Miguel de Contreiras, com
o apoio da rainha D. Leonor de Lancaster. Alimentavam os famintos, assistiam os enfermos,
educavam os enjeitados e sepultavam os mortos. Aqui no Brasil, chegaram em 1539, a primeira
em Olinda, depois foram instaladas em Santos (1543), Vitória (1545), Salvador (1549), São Paulo
(1560), Rio de Janeiro (1582), João Pessoa (1602), Belém (1619) e São Luiz (1657).

A Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, foi inaugurada em 1880, por D. Pedro II.

1.2 A SAÚDE PÚBLICA NO IMPÉRIO

Em 1808, fugindo de Napoleão Bonaparte, Dom João VI chegou ao Brasil com toda a
Corte Portuguesa.
Até então não existia no Brasil faculdade de medicina, já que Portugal não permitia a
criação de faculdades em suas colônias.

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Em 18 de fevereiro de 1808, logo após sua chegada à Salvador (BA), cria a primeira
faculdade de medicina do Brasil, inaugurada com o nome de Escola de Cirurgia da Bahia.

No dia 05 de novembro de 1808, Dom João VI criou a Faculdade de Medicina do Rio de


Janeiro, com o nome de Escola de Anatomia, Cirurgia e Medicina.

A mudança da Corte portuguesa para o Brasil determinou importantes transformações na


área da saúde.
O Rio de Janeiro, capital do império, recebeu ações sanitárias para miudar a péssima
imagem no exterior.

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A vacina antivariólica, usada desde 1805, ganhou maior difusão. Dom João VI, por ter
perdido dois irmãos e um filho acometidos pela doença, criou em 1811, a Junta Vacínica da
Corte, para implementar a vacinação no país.

Em 1829, foi criada a Academia Nacional de Medicina com a finalidade de ser um órgão
consultor nas questões de saúde do país. Neste ano também se cria a Junta de Higiene Pública
para a fiscalização e controle de navios e portos, pois acreditava-se que a varíola era causada
por navios vindos do exterior.
Assim todas as embarcações que transportassem doentes passavam por uma quarentena
antes de aportar no Brasil.

Entre 1828 e 1840, o Rio de Janeiro foi assolado por várias epidemias de febre amarela,
febre tifoide, varíola e sarampo. Em 1849, uma epidemia de febre amarela mata mais de 4.000
pessoas.
Em 1850 o Governo Imperial solicitou à Academia de Medicina um plano para barrar a
febre amarela, sendo criado a Comissão Central de Saúde Pública, para dirigir as ações de
controle da saúde.

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Neste período a tuberculose chamou a atenção das autoridades públicas, mas nenhuma
ação concreta foi tomada para impedir sua disseminação.

As santas Casas de Misericórdia foram os únicos refúgios que os tuberculosos pobres


tiveram para hospitalização até o final do século XIX.

Nesta época não se conhecia a etiologia das doenças infecciosas. Acreditava-se que
seriam causadas por vapores venenosos que se desprendiam do solo, pântanos ou esgotos, os
miasmas:

Quem pôs fim a teoria de que as doenças eram causadas por “miasmas” foi Pasteur:

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Os escravos trazidos da África, em péssimas condições nos navios, chegavam debilitados
ao Brasil e depois, ao enfrentarem baixos padrões socioeconômicos (alimentação deficiente e
trabalho excessivo), tornavam-se presas fáceis de diversas doenças infecciosas, sendo a
tuberculose a mãos prevalente.

Como a “peste branca” não era doença endêmica em seus países de origem, os negros
africanos não tinham resistência contra o bacilo.

1.3 A SAÚDE PÚBLICA NA PRIMEIRA REPÚBLICA (1889 – 1930)

O advento do regime republicano, em 1889, incentivou debates com a finalidade de


elaboração de projetos modernos para o brasil.
A saúde pública foi contemplada, em relação às doenças pestilenciais, já que o padrão
sanitário da época do império era lamentável e havia a necessidade de proteger os imigrantes

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europeus, que chegavam para substituir o trabalho escravo, devido a Abolição da Escravidão em
13 de maio de 1888.

No começo do século XX foi iniciado o combate efetivo à febre amarela com Oswaldo
Cruz no Rio de Janeiro e Emílio Ribas em São Paulo.
O Governo Federal conseguiu conter o avanço da febre amarela, da varíola, da febre
tifoide. A tuberculose, apesar de reconhecida como uma das doenças de maior mortalidade, não
teve um tratamento específico.

Em 1900, é criada no Rio de Janeiro a Liga Brasileira contra a Tuberculose, ação esta
replicada em vários estados.

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A grande contribuição das ligas foi a de proporcionarem um diálogo eficaz com o Estado,
mostrando as causas sociais que geravam a doença e os altos custos para a implementação de
medidas de controle, evidenciando a necessidade de aporte financeiro estatal.
Teve destaque o trabalho hercúleo de Emílio Ribas, Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz, Artur
Neiva, Vital Brasil, Carlos Chagas e o pioneirismo de Clemente Ferreira, com a criação da Liga
Paulista contra a Tuberculose.

As epidemias de peste bubônica em muitas cidades, principalmente no Porto de Santos


em 1889, estimularam a criação do Instituto Soroterápico Federal, posteriormente transformado
no Instituto Oswaldo Cruz, e o Instituto Butantã.

Estas instituições, influenciadas pela medicina praticada na França e Alemanha, formaram


uma nova geração médica com uma visão mais prática no combate as epidemias.

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A Velha República (1889 – 1930) teve o poder centralizado nas oligarquias dos estados
mais ricos (São Paulo, Minas e Rio de Janeiro). A cafeicultura favoreceu a industrialização.

As cidades cresceram com a chegada dos imigrantes e o governo tratou de apoiar as


reformas sanitárias. O Serviço Sanitário Paulista, criado em 1892, tornou-se uma sofisticada
organização de prevenção e combate as enfermidades, servindo de modelo para os outros
estados da Federação.

A elite paulista investiu vultosas verbas na saúde pública. O governo paulista criou vários
institutos de pesquisa (Butantã, Biológicos e Bacteriológico) articulados ao Serviço Sanitário.
Emílio Ribas, diretor do Serviço Sanitário, e seu auxiliar, Adolfo Lutz, se deixaram picar pelo
mosquito transmissor da febre amarela para contestar a teoria miasmática.
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No Rio de Janeiro, O Instituto Soroterápico de Manguinhos (Fundação Oswaldo Cruz),
criado em 1899, com o objetivo de produzir soros e vacinas.

No governo do presidente Rodrigues Alves, Oswaldo Cruz inicia seu trabalho para a
erradicação da febre amarela no Rio de Janeiro.

1500 agentes de saúde promoveram um grande combate ao mosquito transmissor da


doença, esta campanha enfrentou forte resistência da população.

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Em 1904, uma lei federal instituiu a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola em todo
o país. No Rio de Janeiro, surge um grande movimento contrário a esta medida que ficou
conhecido como a Revolta da Vacina.

Muitos não aceitavam que as mulheres expusessem o braço nu a um desconhecido.


Houve confronto entre populares e policiais.

Carlos Chagas sucedeu a Oswaldo Cruz e em 1020 cria a Diretoria Geral de Saúde
Pública. Ele também altera o modelo de ação de Oswaldo Cruz que passa de um modelo
baseado na força para um modelo baseado no esclarecimento por campanhas de propagandas
e educacionais.
Criou órgãos específicos para a luta contra a tuberculose, a lepra e doenças venéreas.
Deu enfoque às assistências hospitalar e infantil e à higiene industrial. Criou a Escola de
Enfermagem Anna Nery e o primeiro Curso de Higiene e Saúde Pública do Brasil.

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Com o controle das epidemias nas grandes cidades, a ação do governo deslocou-se para
o campo, visando as endemias rurais.
A SUCAM (Superintendência de Campanhas), combateu as endemias de transmissão
vetorial, tendo penetração rural em todos os estados. Desenvolveu quatro programas principais
de controle de doenças (chagas, malária, esquistossomose e febre amarela).
Não teve localidade, por mais remota, que não tenha sido periodicamente visitada por
guardas da SUCAM.

As condições de trabalho no Brasil que se industrializava eram péssimas. Os operários


não tinham direito a férias, nem jornada de trabalho definida, pensão ou aposentadoria. O
movimento operário realizou duas greves gerais, em 1917 e 1919, e alguns direitos foram
conquistados.

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Em 1923 foram instituídas as Caixas de Aposentadorias e Pensão (CAP), mas apenas o
operariado urbano foi contemplado.

A primeira CAP criada foi a dos ferroviários. Em 1930 o sistema possuía 47 caixas com
142.464 segurados ativos, 8.006 aposentados e 7.013 pensionistas.

Somente em 1960 foi criado o FUNRURAL para proteger os trabalhadores do campo.

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1.4 A SAÚDE PÚBLICA NA ERA VARGAS

Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas foi alçado à presidência do Brasil, e


imediatamente através de decretos, procurou livrar o Estado das oligarquias regionais.

Já em 1930 instala-se o Ministério da Educação e Saúde Pública e temos uma ampla


reforma dos serviços sanitários do país.
Vargas substitui as CAP pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP), organizados
por categoria profissional (marítimos, comerciários e bancários) e não mais por empresas.

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A constituição de 1934 concedeu garantias ao operariado, como assistência médica,
licença remunerada à gestante trabalhadora, jornada de trabalho de 8 horas e salário família.
Neste mesmo ano foi estabelecida a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Em 1953, já em segundo período presidencial, foi criado o Ministério da Saúde e


Educação.

1.5 A SAÚDE PÚBLICA NA ERA PÓS-VARGAS

Em 1960 sanciona-se a Lei Orgânica da Previdência Social. Todos os trabalhadores


passaram ao regime da CLT, com exceção dos trabalhadores rurais, empregados domésticos e
servidores públicos e de autarquias que tivessem regimes próprios de previdência.

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Em 1966 foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) com a fusão dos
Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP) e em 1978 é criado uma estrutura administrativa
própria dentro do INPS, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS).

Em 1981, o governo implantou o Conselho Consultivo da Administração Previdenciária


(CONASP), ligado ao INAMPS, com a finalidade de combater fraudes e conter custos.
Em 1983, criou as Ações Integradas de Saúde (AIS), um projeto interministerial
(Previdência-Saúde-Educação), visando um novo modelo assistencial que incorporava o setor
público, procurando integrar ações curativas, preventivas e educativas simultaneamente. Assim
a Previdência passou a comprar e a pagar por serviços prestados por estados, municípios,
hospitais filantrópicos, públicos e universitários.
Em 1988, foi promulgada a nova Constituição do Brasil e o seu Capítulo VII da Ordem
Social e na Seção II, referente a saúde, define que:
“A saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao seu acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação.”
A saúde passou a ser definida de maneira mais abrangente:
“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da população expressam a
organização social e econômica do país.”
Em 1990, o governo editou as Leis 8.080 e 8.142, conhecidas como Leis Orgânicas da
Saúde (LOS), regulamentando o SUS, criado pela Constituição.
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2 O SUS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o sistema de saúde oficial brasileiro, estabelecido


formalmente a partir da Constituição Federal de 1988. A sua inscrição na constituição veio em
resposta ao apelo da sociedade civil organizada e trouxe mudanças profundas tanto jurídicas
como institucionais do sistema público de saúde brasileiro, tornando-o universal e com diretrizes
válidas para todo o território nacional.
O SUS é composto por um conjunto organizado e articulado de serviços e ações de saúde
que se desenvolvem nas esferas municipal, estadual e federal, além de uma complementação
por serviços privados. (AGUIAR, 2015)

2.1 A 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DA SAÚDE

A 8ª Conferência Nacional da Saúde, realizada em março de 1986, foi a primeira


Conferência aberta à sociedade e resultou na implantação do Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas
o mais importante foi ter formado as bases para a seção “Da Saúde” da Constituição Brasileira
de 5 de outubro de 1988.
Os eixos temáticos da conferência eram compostos por três itens:
1) saúde como direito;
2) reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e
3) financiamento do setor.
Um amplo processo de mobilização social, que articulou representação de diferentes
segmentos, permitiu a reunião de cerca de quatro mil pessoas em Brasília, dos quais mil eram
delegados com direito a voz e voto, para discutir os rumos do sistema de saúde.

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A 8ª CNS representou o evento político-partidário mais importante da segunda metade do
século XX, onde foram lançadas as bases doutrinárias de um sistema público de saúde para o
Brasil. Trouxe um conceito mais amplo de saúde extrapolando a visão biologiscista, a saúde teria
de ser entendida como um direito de cidadania e obrigação do Estado. O sistema de saúde seria
pautado pelos princípios da universalidade, da integralidade, da equidade, da descentralização
e da participação efetiva da população.

2.2 A NOVA CONCEPÇÃO DE SAÚDE

De acordo com o texto incluso na constituição, entende-se que os níveis de saúde da


população expressam a organização social e econômica do país e que os indicadores de saúde
da população devem servir de parâmetros para avaliar o desenvolvimento do país e o bem-estar
da população. A saúde passa a ser direito de todos os cidadãos e a ser assegurada pelo Estado
por meio de recursos públicos de acordo com o previsto na lei.
O sistema é dito único, devido por que os princípios e diretrizes que regem a organização
dos serviços e ações de saúde devem ser os mesmos nas três esferas de governo (federal,
estadual e municipal), com comando único em cada nível de gestão.
Antes do SUS a área da saúde tinha dois comandos: o Ministério da Saúde cuidando das
ações preventivas e de caráter coletivo e o Ministério da Previdência e Assistência Social
responsável pela assistência médica, de caráter curativo, prestada aos indivíduos. Esta
assistência médica era garantida apenas aos trabalhadores inseridos formalmente no mercado
de trabalho e que contribuíam para a previdência. Os demais só tinham direito a assistência em
poucos serviços públicos ou filantrópicos.

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2.3 O TEXTO CONSTITUCIONAL

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (35ª Edição) 2012


Título VIII – Da Ordem Social Capítulo II – Da Seguridade Social Seção II - Da Saúde

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder
público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.
§ 1o O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
além de outras fontes.
§ 2o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em
ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais
calculados sobre:
I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3o;
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a
que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea “a”, e
inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos
a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea “b” e
§ 3o.
§ 3o Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:
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I – os percentuais de que trata o § 2o;
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas
federal, estadual, distrital e municipal;
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.
§ 4o Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários
de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo
com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
§ 5o Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as
diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário
de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o
cumprimento do referido piso salarial.
§ 6o Além das hipóteses previstas no § 1o do art. 41 e no § 4o do art. 169 da Constituição
Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de
agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos
requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


§ 1o As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2o É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às
instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3o É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4o A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos,
tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a
coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.

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Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da
lei:
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde
e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e
outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional,
bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

2.4 PRINCIPAIS TÓPICOS DE CADA ARTIGO

O artigo 196 explicita que a saúde é direito de todos e dever do Estado, que deve garantir
o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação.
O artigo 197 define as ações e serviços de saúde como sendo de relevância pública.
O artigo 198 constitui o sistema único de saúde, referido como uma rede regionalizada e
hierarquizada de ações e serviços públicos de saúde, cuja organização deve pautar-se nas
diretrizes: descentralização, com direção em cada esfera do governo; atendimento integral, com
prioridade para as atividades preventivas e sem prejuízo para as atividades curativas; e
participação da comunidade. Define ainda que o financiamento do sistema de saúde brasileiro
será feito com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
O artigo 199 mantém a assistência à saúde livre à iniciativa privada, explicitando, porém,
que as instituições privadas poderão participar do SUS de forma complementar, segundo
diretrizes do SUS e mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos;
O artigo 200 apresenta as competências do SUS, detalhando as suas atribuições.

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3 LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE

Após a promulgação da Constituição Federal, muitos de seus artigos, inclusive o da


saúde, deveriam passar por um processo de regulamentação com proposta de acontecer no
prazo de 180 dias. Apenas em agosto de 1990 o Congresso Nacional aprovou a primeira versão
da Lei Orgânica da Saúde, a Lei 8.080, que sofreu vários vetos por parte do executivo,
especialmente nos itens relativos ao financiamento e ao controle social. Em dezembro deste
mesmo ano, após muitas negociações entre Congresso e Poder Executivo, foi aprovada a Lei
8.142 recuperando alguns vetos da Lei 8.080. Estas duas Leis (8.080 e 8.142) são denominadas
Leis Orgânicas da Saúde (LOS).

3.1 LEI 8.080/90

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde e ainda


regula as ações, a organização e o funcionamento dos serviços de saúde em todo om país.
Explicita que o novo sistema de saúde compreende: “o conjunto de todas as ações e serviços de
saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais”.
Estão incluídas no conjunto de ações e serviços do SUS referidos por esta Lei:

❖ Atividades dirigidas às pessoas, individual ou coletivamente, voltadas para a


promoção da saúde e prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de agravos e
doenças.
❖ Serviços prestados no âmbito ambulatorial, hospitalar e nas unidades de apoio
diagnóstico e terapêutico geridos pelos governos (federal, estadual ou municipal), bem
como em outros espaços, especialmente no domiciliar;
❖ Ações de distintas complexidades e custos, que variam desde a aplicação de
vacinas e consultas médicas, nas clínicas básicas (clínica médica, pediatria, ginecologia
e obstetrícia) até cirurgias cardiovasculares e transplantes;
❖ Intervenções ambientais no seu sentido mais amplo, incluindo as condições
sanitárias nos ambientes de convívio e trabalho, da produção e circulação de bens e
serviços, o controle de vetores e hospedeiros e a operação de sistemas de saneamento
ambiental;
❖ Instituições públicas voltadas para o controle da qualidade, pesquisa e produção
de insumos, medicamentos, sangue e hemoderivados, e equipamentos para a saúde.

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Como previsto na Constituição Federal, a Lei 8.080/90 explicita que o SUS pode recorrer
à iniciativa privada (preferencialmente as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos) quando a
disponibilidade de seus serviços for insuficiente para garantir o acesso a integralidade da
assistência aos cidadãos, desde que mantenham os seus princípios e mediante contrato de
direito público ou convênio.

3.2 LEI 8.142/90


Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Consolidou-se assim como um
importante espaço público de controle social, mediante a participação da população por meio
das conferências e dos conselhos de saúde em todas as esferas de governo.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO

1. Porque o sistema de saúde do Brasil é chamado de Sistema Único?

2. Quando que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi estabelecido formalmente?

3. Qual foi a primeira Conferência Nacional de Saúde aberta à sociedade e que resultou na implantação do
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos
estaduais, e que formou as bases para a seção “Da Saúde” da Constituição Brasileira de 5 de outubro de
1988?

4. Quais foram os três principais eixos temáticos da 8ª conferência nacional de saúde?

5. Qual foi a principal mudança na concepção de saúde com a Constituição Federal de 1988?

6. Quem tinha direito a assistência médica garantida antes da implementação do SUS pela Constituição
Federal de 1988?

7. Quais os artigos da Constituição Federal de 1988 que implementaram o SUS no Brasil?


8. O que resumidamente define o artigo 196 da Constituição Federal de 1988?

9. O que resumidamente define o artigo 197 da Constituição Federal de 1988?

10. O que resumidamente define o artigo 198 da Constituição Federal de 1988?

11. O que resumidamente define o artigo 199 da Constituição Federal de 1988?

12. O que resumidamente define o artigo 200 da Constituição Federal de 1988?

13. Como ficaram popularmente conhecidas as Leis que regulamentaram o SUS?

14. Quais são as duas principais Leis Orgânicas da Saúde?]

15. Sobre o que dispõe a Lei 8.080?

16. Sobre o que dispõe a Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1.990?


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RESPOSTAS:

1. O sistema de saúde do Brasil é dito único, por que os princípios e diretrizes que regem a organização
dos serviços e ações de saúde devem ser os mesmos nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal),
com comando único em cada nível de gestão.

2. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi estabelecido formalmente a partir da Constituição Federal de 1988.

3. A primeira conferência aberta à sociedade e que resultou na implantação do Sistema Unificado e


Descentralizado de Saúde (SUDS), e que formou as bases para a seção “Da Saúde” da Constituição Brasileira de
5 de outubro de 1988 foi a 8ª Conferência Nacional de Saúde.
4. Os três principais eixos temáticos da 8ª conferência nacional de saúde eram:
1) saúde como direito; 2) reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e 3) financiamento do setor.
5. A principal mudança na concepção de saúde introduzida com a Constituição Federal de 1988 foi que a
saúde passou a ser direito de todos os cidadãos e a ser assegurada pelo Estado por meio de recursos públicos de
acordo com o previsto na lei.
6. Antes da implementação do SUS pela Constituição Federal de 1988 somente tinha direito a assistência
médica garantida os trabalhadores inseridos formalmente no mercado de trabalho e que contribuíam para a
previdência. Os demais só tinham direito a assistência em poucos serviços públicos ou filantrópicos?
7. Os artigos da Constituição Federal de 1988 que implementaram o SUS no Brasil foram os artigos 196,
197, 198, 199 e 200?
8. O artigo 196 explicita que a saúde é direito de todos e dever do Estado, que deve garantir o acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
9. O artigo 197 define as ações e serviços de saúde como sendo de relevância pública.
10. O artigo 198 constitui o sistema único de saúde, referido como uma rede regionalizada e hierarquizada
de ações e serviços públicos de saúde, cuja organização deve pautar-se nas diretrizes: descentralização, com
direção em cada esfera do governo; atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas e sem
prejuízo para as atividades curativas; e participação da comunidade. Define ainda que o financiamento do sistema
de saúde brasileiro será feito com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
11. O artigo 199 mantém a assistência à saúde livre à iniciativa privada, explicitando, porém, que as
instituições privadas poderão participar do SUS de forma complementar, segundo diretrizes do SUS e mediante
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
12. O artigo 200 apresenta as competências do SUS, detalhando as suas atribuições.
13. As Leis que regulamentaram o SUS ficaram conhecidas por Leis Orgânicas da Saúde (LOS).
14. As duas principais Leis Orgânicas da Saúde são a Lei 8.080 e 8.142, ambas de 1990.
15. A Lei 8.080, de 19 de setembro de 1.990 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
16. A Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1.990 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da
saúde e dá outras providências.

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PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E ORGANIZATIVOS DO SUS

Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o SUS traz consigo dois outros conceitos
importantes: o de sistema e a ideia de unicidade. A ideia de sistema significa um conjunto de
várias instituições, dos três níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que
interagem para um fim comum. Já na lógica de sistema público, os serviços contratados e
conveniados seguem os mesmos princípios e as mesmas normas do serviço público. Todos os
elementos que integram o sistema referem-se ao mesmo tempo às atividades de promoção,
proteção e recuperação da saúde.
Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização,
sendo que é definido como único na Constituição um conjunto de elementos doutrinários e de
organização do sistema de saúde, os princípios da universalização, da equidade, da
integralidade, da descentralização e da participação popular.
O SUS norteia-se por princípios doutrinários e organizativos, os princípios doutrinários
expressam as ideias filosóficas que permeiam a criação e implementação do SUS e personificam
o conceito ampliado de saúde e o direito à saúde. Já os princípios organizativos orientam o
funcionamento do sistema, de modo a contemplar os princípios doutrinários.
Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um núcleo comum, que concentra os
princípios doutrinários, e uma forma e operacionalização, os princípios organizativos.

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PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Expressam as ideias filosóficas que permeiam a criação e implementação do SUS

UNIVERSALIZAÇÃO:

A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este


direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas,
independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.

EQÜIDADE:

O objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas


possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades
distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo
mais onde a carência é maior.

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INTEGRALIDADE:

Este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas


necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a
prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade
pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação
intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos
indivíduos.

PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS

Estes princípios tratam, na realidade, de formas de concretizar o SUS na prática.

REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO:

Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos


a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com
definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de
articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a
hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a
serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos
disponíveis numa dada região.

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DESCENTRALIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO:

Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com


relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o
controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve
ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições
gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o
princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada
esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os
princípios gerais e a participação da sociedade.

PARTICIPAÇÃO POPULAR:

A sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os
Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a
execução da política de saúde. (MELDAU, 2018)

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO

1. Quais são os dois princípios que norteiam o Sistema Único de Saúde (SUS)?

2. O que expressa o princípio doutrinário do Sistema Único de Saúde (SUS)?

3. O que expressa o princípio organizativo do Sistema Único de Saúde (SUS)?

4. Quais são os elementos doutrinários do SUS?

5. Qual o objetivo da universalização no SUS?

6. Qual o objetivo da equidade no SUS?

7. Qual o objetivo da integralidade no SUS?

8. Quais são os elementos organizativos do SUS?

9. Qual o objetivo da regionalização e hierarquização?

10. Qual o objetivo da descentralização e comando único?

11. Qual o objetivo da participação popular?

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RESPOSTAS:

1. O sistema de saúde do Brasil norteia-se por dois princípios: um doutrinário e um organizativo.

2. O princípio doutrinário do SUS expressa as ideias filosóficas que permeiam a sua criação e
implementação e personificam o conceito ampliado de saúde e o direito à saúde.
3. O princípio organizativo do SUS orienta o funcionamento do sistema, de modo a contemplar os
princípios doutrinários.
4. Os elementos doutrinários do SUS são: universalização, equidade, integralidade, descentralização e
participação popular.
5. O objetivo da universalização no SUS é garantir o direito de cidadania de todas as pessoas, cabendo
ao Estado assegurar este direito, garantindo que o acesso às ações e serviços seja direito de todas as pessoas,
independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.
6. O objetivo da equidade no SUS é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem
direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras,
equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
7. O objetivo da integralidade no SUS é considerar as pessoas como um todo, atendendo a todas as
suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a
prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a
articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as
diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
8. Os princípios organizativos do SUS são: regionalização e hierarquização, descentralização e
comando único e participação popular
9. O objetivo da regionalização e hierarquização é organizar os serviços em níveis crescentes de
complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios
epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um
processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a
hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam
parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região
10. O objetivo da descentralização e comando único é distribuir poder e responsabilidade entre os três
níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e
garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. Para que valha o princípio da descentralização,
existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas
suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.

11. O objetivo da participação popular é garantir que a sociedade participe no dia-a-dia do sistema.
Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias,
controlar e avaliar a execução da política de saúde.

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RESUMO DA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SUS

O Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela Constituição Federal de 1988 e
regulamentando pelas Leis nº 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8142/90, com a finalidade
de alterar a situação de desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório
o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer
pretexto.
Do SUS fazem parte os centro e postos de saúde, hospitais - incluindo os universitários,
laboratórios, hemocentros (bancos de sangue), além de fundações e institutos de pesquisa,
como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brasil. Através do Sistema Único
de Saúde, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas
Unidades de Saúde vinculadas ao SUS, sejam públicas (da esfera municipal, estadual e federal),
ou privadas, contratas pelo gestor público de saúde.
O SUS é destinado a todos/as os/as cidadãos/ãs e é financiado com recursos arrecadados
através de impostos e contribuições sociais pagos pela população e compõem os recursos do
governo federal, estadual e municipal.
O Sistema Único de Saúde tem como meta tornar-se um importante mecanismo de
promoção da equidade no atendimento das necessidades de saúde da população, ofertando
serviços com qualidade adequados às necessidades, independente do poder aquisitivo do/a
cidadão/ã.
O SUS se propõe a promover a saúde, priorizando as ações preventivas, democratizando
as informações relevantes para que a população conheça seus direitos e os riscos à sua saúde.
O controle da ocorrência de doenças, seu aumento e propagação (Vigilância Epidemiológica)
são algumas das responsabilidades de atenção do SUS, assim como o controle da qualidade de
remédios, de exames, de alimentos, higiene e adequação de instalações que atendem ao
público, onde atua a Vigilância Sanitária.

COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO:


O setor privado participa do SUS de forma complementar, por meio de contratos e
convênios de prestação de serviço ao Estado - quando as unidades públicas de saúde não são
suficientes para garantir o atendimento a toda a população de uma determinada região.
A Constituição definiu que quando, por insuficiência do setor público, for necessário a
contratação de serviços privados, isto se deve dar sob três condições:

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A celebração do contrato conforme as normas de direito público. A instituição privada
deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS. A integração dos
serviços privados deverá se dar na mesma lógica do SUS em termos de posição definida na rede
regionalizada e hierarquizada dos serviços. Dentre os serviços privados, devem ter preferência
os serviços não lucrativos (hospitais Filantrópicos -Santas Casas), conforme determina a
Constituição.
Assim cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e na sequência, complementar
a rede assistencial com o setor privado não lucrativo, com os mesmos conceitos de
regionalização, hierarquização e universalização.
Baseado nos preceitos Constitucionais, a construção do SUS se norteia em alguns
princípios doutrinários:

UNIVERSALIDADE
• Todas as pessoas têm direito ao atendimento independente de cor, raça, religião, local
de moradia, situação de emprego ou renda, etc. A saúde é direito de cidadania e dever dos
governos Municipal, Estadual e Federal.
• Deixam de existir com isto os/as "indigentes" que eram os/as brasileiros/as não
incluídos/as no mercado formal de trabalho.

INTEGRALIDADE
• As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo tempo para prevenção
e a cura. Os serviços de saúde devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser humano
integral submetido às mais diferentes situações de vida e trabalho, que o leva a adoecer e a
morrer. O indivíduo não deve ser visto como um amontoado de partes (coração, fígado, pulmões,
etc.) e solto no mundo.
• O indivíduo é um ser humano, social, cidadão/ã que biologicamente, psicologicamente,
e socialmente está sujeito riscos de vida. Desta forma o atendimento deve ser feito para a sua
saúde e não somente para as suas doenças. Isto exige que o atendimento deve ser feito também
para erradicar as causas e diminuir os riscos, além de tratar os danos.
• Ou seja, isto faz com que as ações de promoção (que envolve ações de em outras
áreas como habitação, meio ambiente, educação, etc.), com ações de prevenção (saneamento
básico, imunizações, ações coletivas e preventivas, vigilância à saúde e sanitária, etc.) e de
recuperação (atendimento médico, tratamento e reabilitação para os/as doentes).

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• Estas ações de promoção, proteção e de recuperação formam um todo indivisível que
não podem ser compartimentalizadas. As unidades prestadoras de serviço com seus diversos
graus de complexidade formam também um todo indivisível, configurando um sistema capaz de
prestar assistência integral.

PROMOÇÃO:
São ações que buscam eliminar ou controlar as causas das doenças e agravos, ou seja,
o que determina ou condiciona o aparecimento de casos. Estas ações estão relacionadas a
fatores biológicos (herança genética como câncer, hipertensão, etc.), psicológicos (estado
emocional) e sociais (condições de vida, como na desnutrição, etc.).

PROTEÇÃO:
São ações específicas para prevenir riscos e exposições às doenças, ou seja, para manter
o estado de saúde. Como por exemplo:
• as ações de tratamento da água para evitar a cólera e outras doenças;
• prevenção de complicação da gravidez, parto e do puerpério;
• imunizações
• prevenção de doenças transmitidas pelo sexo - DST e AIDS;
• prevenção da cárie dental;
• prevenção de doenças contraídas no trabalho;
• prevenção de câncer de mama, de próstata, de pulmão;
• controle da qualidade do sangue, etc.

RECUPERAÇÃO:
São as ações que evitam as mortes das pessoas doentes e as sequelas; são as ações
que já atuam sobre os danos. Por exemplo:
• atendimento médico ambulatorial básico e especializado;
• atendimento às urgências e emergências;
• atendimento odontológico;
• exames diagnósticos;
• internações hospitalares;

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REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO

A rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada,


permitindo um conhecimento maior dos problemas de saúde da população de uma área
delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores,
educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de
complexidade. O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível primário
de atenção, que devem ser estar qualificados para atender e resolver os principais problemas
que demandam serviços de saúde.
No Nível terciário de atenção à saúde estão os hospitais de referencia e resolvem os 5%
restante dos problemas de saúde.O nível secundário resolve 15% dos problemas de saúde - são
os Centros de Especialidades. Neste nível se resolve 80% dos problemas - é a Unidade Básica
de Saúde.

A organização do SUS é regida por alguns princípios, tais como:

DESCENTRALIZAÇÃO

É entendida como uma redistribuição das responsabilidades às ações e serviços de saúde


entre os vários níveis de governo, a partir da idéia de que quanto mais perto do fato a decisão
for tomada, mais chance haverá de acerto.
Deverá haver uma profunda redefinição das atribuições dos vários níveis de governo, com
um nítido reforço do poder municipal sobre a saúde - a este processo dá-se o nome de
municipalização. Aos municípios cabe, portanto, a maior responsabilidade na implementação
das ações de saúde diretamente voltadas para os/as seus/suas cidadãos/ãs.

PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE
É a garantia constitucional de que a população através de suas entidades representativas
poderá participar do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua
execução, em todos os níveis desde o federal até o local.
Essa participação deve se dar nos conselhos de saúde, com representação paritária de
usuários/as, governo, profissionais de saúde e prestadores/as de serviços, com poder
deliberativo. As Conferências de Saúde nas três esferas de governo são as instâncias máximas
de deliberação, devendo ocorrer periodicamente e definir as prioridades e linhas de ação sobre
a saúde.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, Naomar. Epidemiologia &. Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003

BONITA, R. et al. Epidemiologia básica [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. -
São Paulo, Santos. 2010

BORGES, Ana Paula Abreu e COIMBRA, Angela Maria Castilho. Envelhecimento e Saúde da
Pessoa Idosa. Rio de Janeiro, RJ. Fundação Osvaldo Cruz. 2010

MELDAU, Débora Carvalho. O Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em:


https://www.infoescola.com/saude/sus/ Acesso em: 23 Mai 18

RESTREPO, Guillermo. Biometria comunitária. Bogotá, Colombia. Fundacion Universitária


Juan N Corpas. 2010

RIBEIRO, D. O processo civilizatório: estudos da antropologia da civilização. Petrópolis.


RJ. Editora Vozes. 1987

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