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Programa Nacional de Imunização - PNI

Enfª Ma. Paula Arquioli Adriani


Histórico
1563. A primeira epidemia de varíola registrada no Brasil tem
início na ilha de Itaparica-BA, disseminando-se para o restante
do País.
1750. Estimativa da população brasileira: mais de 1 milhão de
habitantes. A partir de 1750, com objetivos estritamente
militares, a Coroa Portuguesa decide realizar levantamento da
população livre adulta apta à convocação para a defesa do
território.
1789. Michael Underwood (Inglaterra) é o primeiro a descrever a
debilidade das extremidades inferiores em uma criança,
reconhecida como poliomielite.
Histórico
1796. Descoberta a primeira vacina pelo cientista britânico
Edward Jenner. A vacinação consiste na inoculação em seres
humanos do material obtido das lesões da varíola das vacas
(cowpox), conferindo imunidade.
1798. Introduzida a vacina de Jenner, a primeira geração da
vacina contra a varíola.
1804. Dissemina-se o uso da vacina de Jenner. Ocorrem os
primeiros surtos de pólio na Europa e, poucos anos mais tarde,
nos EUA. Estimativa da população brasileira: mais de 3,5 milhões
de habitantes. No Brasil, ocorrem as primeiras vacinações contra
a varíola, introduzidas pelo Marquês de Barbacena, que trouxe o
vírus vaccínico de Portugal.
Histórico
1830 a 1872. Período em que a prática de recenseamento dos
habitantes do País e das províncias é quase relegada ao
abandono. A realização de levantamentos populacionais, sempre
que propostos, barravam na falta de pessoal capacitado e na
deficiência de recursos técnicos e financeiros para execução
desta tarefa complexa em um espaço de dimensões continentais,
onde os meios de transporte e comunicação são extremamente
precários.
1872. Realizada a primeira contagem da população brasileira,
“recenseamento da população do Império do Brasil”. Resultado:
aproximadamente 10 milhões de habitantes.
Histórico
1885. Introdução da primeira geração da vacina antirrábica.
Desenvolvida cientificamente a primeira vacina no mundo,
destinada ao combate da raiva, no laboratório do Dr. Louis
Pasteur, Paris/França.
1887. O Brasil começa produzir a vacina contra varíola em vitelos
de laboratório, graças ao Barão Pedro Afonso, diretor da Santa
Casa de Misericórdia de São Paulo.
1889. Um surto de peste bubônica se propaga no porto de
Santos, levando o governo a adquirir a Fazenda Butantan para
instalar um laboratório de produção de soro antipestoso,
vinculado ao Instituto Bacteriológico (hoje Instituto Adolpho
Lutz).
Histórico
1897. Introdução da primeira geração da vacina contra a peste.

1900. Brasil possuía aproximadamente 17,5 milhões de


habitantes. Foi criado o Instituto Soroterápico Federal em
Manguinhos, no Rio de Janeiro, em 25 de maio, com o objetivo
de desenvolver soros, vacinas e apoiar as campanhas de
saneamento levadas por Oswaldo Cruz pelo Brasil afora.
1901. O laboratório de produção de soro antipestoso instalado
na Fazenda Butantã é reconhecido como instituição autônoma
sob a denominação de Instituto Serumtherápico.
Histórico
1902. Em dezembro é criada a Oficina Sanitária Internacional
(Washington, DC), precursora da atual Organização Pan-
Americana da Saúde – OPAS. Seu objetivo é melhorar a saúde e
elevar a qualidade de vida dos povos das Américas. Oswaldo
Cruz assume a direção-geral do Instituto de Manguinhos. No
Brasil, 984 mortes por febre amarela são registradas.

1903. Oswaldo Cruz é nomeado diretor-geral de saúde pública. O


Rio de Janeiro sofre epidemias de peste bubônica, febre amarela
e varíola. Ele deflagra uma campanha de saneamento com apoio
técnico-científico do Instituto de Manguinhos.
Histórico
1904. Estabelecida a obrigatoriedade da vacina contra varíola no
Brasil por decreto do governo federal publicado em 9 de
novembro. Isso gera um sério levante popular conhecido como a
Revolta da Vacina, em 13 de novembro, e faz o governo decretar
estado de sítio e suspender a obrigatoriedade.

1906. Desenvolvido o BCG por Calmette e Guérin, na França,


com a cepa Mycobacterium bovis. Cientistas brasileiros da
Fiocruz desenvolvem a vacina contra o antraz.
Histórico
1907. A vitória contra a febre amarela, com o trabalho de
saneamento do Rio de Janeiro, leva o Brasil a receber a medalha
de ouro em Berlim, durante o XIV Congresso Internacional de
Higiene e Demografia.

1908. Landsteiner e Erwin Popper descobrem o vírus da


poliomielite (Viena). No Brasil, o Instituto Soroterápico de
Manguinhos passa a ser denominado Instituto Oswaldo Cruz.
Uma outra violenta epidemia de varíola faz a população correr
aos postos de vacinação.
Histórico
1916. Surto de poliomielite em Nova York (EUA) paralisa 27 mil
pessoas e mata nove mil.

Anos 20. Mundialmente, as vacinas contra difteria, tétano,


coqueluche e o BCG são gradualmente introduzidas. No entanto,
pelas baixíssimas coberturas, os surtos continuam a devastar
comunidades no decorrer dos anos 30 e 40.

1921. Em julho, a primeira criança no mundo é vacinada com o


BCG, via oral. Franklin Delano Roosevelt, futuro presidente dos
EUA, contrai a pólio aos 39 anos.
Histórico
1922. No Brasil, o Instituto Vacinológico do Barão Pedro Afonso é
transferido para o Instituto Oswaldo Cruz.

1923. Descoberta a primeira geração do toxóide diftérico. São


realizadas as primeiras provas de administração do BCG por via
subcutânea no mundo, tendo como resultados reações muito
desagradáveis (abscessos frios e cicatrizes).

1924. Descrito o toxóide tetânico pela primeira vez, por


Descombey. Sua efetividade é demonstrada na II Guerra
Mundial.
Histórico
1925. O BCG difunde-se rapidamente pelo mundo.

1926. Introduzida a primeira geração da vacina contra


coqueluche.

1929. Iniciados os testes sucessivos para a descoberta de uma


vacina segura e eficaz contra a febre amarela.

1932. Descoberta a forma silvestre da febre amarela, que resulta


na intensificação do seu controle. Essa descoberta clareia a
inviabilidade de erradicação da doença.
Histórico
1935. Descoberta a primeira geração de vacina contra febre
amarela.

1936. Em novembro (Nova York, EUA), começam estudos


preliminares em humanos com o uso da vacina contra a febre
amarela cepa 17D. As rea- ções observadas em alguns membros
da Fundação Rockefeller são insignificantes e os resultados
favoráveis, proporcionando o início de sua utilização na América
do Sul
Histórico
1937. A vacina contra a febre amarela começa a ser produzida no
Brasil a partir de uma amostra do vírus 17D trazido de Nova York
por Hugh H. Smith. A vacina é introduzida no País.

1938. O Presidente Roosevelt, dos EUA, em vista das epidemias


que golpeiam o país, cria a Fundação Nacional em Prol das
Vítimas da Poliomielite, de caráter privado.

1939. No Brasil, a vacina contra febre amarela passa por


discussões quanto à melhor dosagem para uma resposta
imunológica eficaz.
Histórico
Anos 30. Desenvolvido o pulmão de aço, que viabiliza a
sobrevivência dos sequelados de poliomielite, com paralisia dos
músculos respiratórios.

1940. O Brasil possui aproximadamente 41 milhões de


habitantes.

1942. Neste ano ocorrem os últimos casos de febre amarela


urbana, no Acre. O êxito alcançado deve-se à luta para
erradicação do Aedes aegypti.
Histórico
1943. A Liga das Nações fomenta ações massivas de vacinação
em prol da saúde infantil, até 1950. Na França são usados os
toxóides tetânico e diftérico compulsoriamente, desencadeando
o que hoje é universal, a imunização ativa contra difteria e
tétano.

1944. A Academia Americana de Pediatria recomenda o uso


rotineiro do toxóide tetânico em crianças.

1945. Criada a Organização das Nações Unidas. Começa a


funcionar o Hospital Vital Brazil, que atende vítimas de
envenenamento por animais peçonhentos.
Histórico
1946. Criado o Fundo das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Infantil – UNICEF.

1948. O I Congresso Mundial de BCG (no Instituto Pasteur, Paris)


conclui pela inocuidade, estabilidade e poder protetor da vacina
BCG. A associação DTP começa a ser utilizada

Meados do Século XX. A OPAS propõe a erradicação da varíola


no hemisfério ocidental.
Histórico
Início dos anos 50. Implanta-se o toxóide tetânico e a vacina DTP
no Brasil, em programas isolados, em alguns estados. A varíola
ganha enfoque especial, com a união de esforços para seu
controle em todo o mundo.

1950. O Brasil tem aproximadamente 52 milhões de habitantes,


na contagem censitária nacional.

1951. Decisão da Assembleia Mundial de Saúde de promover o


controle global da varíola. O emprego do toxóide tetânico se
estende por todo o mundo.
Histórico
1952. O Unicef estabelece o sistema de rede de frio para
conservação das vacinas frias e ativas desde o fabricante até o
usuário. Experiências na África e Ásia demonstram a perda de
potência das vacinas, se expostas a temperaturas elevadas.

1953. Há registros de epidemias de difteria no Brasil.

1954. Após a II Guerra Mundial ocorre uma explosão de


tecnologia. Desenvolvida a vacina antirrábica produzida em
células de cérebro de rato recém-nascido (China). Desenvolvida
a vacina contra a poliomielite constituída de vírus inativados
(mortos), pela equipe do Dr. Jonas Salk.
Histórico
1955. Licenciada a vacina Salk nos EUA.

1956. No Brasil, deste ano até 1970, o Departamento Nacional


de Endemias Rurais executa a vacinação contra a febre amarela.
Ocorre a primeira tentativa de utilização de vacina contra a
varíola em escala global. A OMS e parceiros decidem a meta de
sua erradicação mundial.

1957. Desenvolvida a vacina oral contra a poliomielite, composta


de vírus vivos atenuados, pala equipe do Dr. Albert Sabin.
Histórico
1958. A varíola causava a morte de cerca de dois milhões de
pessoas por ano.

1959. Aprovado pela OMS um plano para erradicação da varíola.

1960. No Brasil, a população é de aproximadamente 70 milhões


de habitantes, na contagem censitária nacional. Licenciada a
vacina Sabin, nos EUA.
Histórico
1961. Realizadas no Brasil as primeiras campanhas com a vacina
oral contra a poliomielite, em projetos experimentais em
Petrópolis-RJ e Santo André-SP. Início da produção nacional da
vacina contra a varíola, liofilizada, em substituição à tradicional
(linfa).

1962. A vacina oral contra pólio passa a ser vista como um


produto capaz de reduzir o número de casos da doença de forma
expressiva, quando usada amplamente e em curto prazo. No
Brasil, é instituída a primeira campanha nacional de vacinação
contra a varíola,. Ocorre o primeiro ensaio no Brasil para
administração do BCG por via intradérmica.
Histórico
1964. Introdução da primeira geração da vacina contra sarampo.
Até a descoberta da vacina, o sarampo causava cerca de 135
milhões de adoecimentos e entre 7 e 8 milhões de óbitos em
crianças ao ano.

1966. No Brasil, em agosto, é instituída a Campanha de


Erradicação da Varíola e iniciada a fase de ataque. São
registrados 3.623 casos da enfermidade.

1967. Introduzida a primeira geração da vacina contra a


caxumba. Lançada a Campanha de Erradicação Mundial da
Varíola pela OMS
Histórico
1968. Inicia-se no Brasil o uso da vacina BCG por administração
intradérmica, gradativamente, tendo em vista dificuldades
operacionais.

1969. Introdução da primeira geração de vacinas contra rubéola.


Finais dos anos 60. Novas estratégias contra a varíola começam a
ser desenvolvidas no Brasil, envolvendo a vigilância
epidemiológica intensiva, confinamento e vacinação de possíveis
contatos em determinado raio, com resultados animadores.
Histórico
Início dos anos 70. A vacina contra rubéola é comercializada no
País, sendo administrada em clínicas privadas, mediante
recomendação médica.

1970. Introdução da primeira geração de vacinas contra a


varicela. Cria-se a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz.

1971. A OPAS lança plano decenal 1971-1980 para as Américas,


com ênfase na necessidade da coordenação de esforços para
controlar as doenças evitáveis por imunizantes, e inclusão da
meta de controlar a poliomielite (0,1 caso/100 mil hab.).
Histórico
1973. Fim das campanhas de vacinação contra a varíola no Brasil.
O País recebe a certificação internacional da erradicação da
enfermidade pela OMS.

1974. Muitos países industrializados passam a utilizar a tríplice


viral (contra sarampo, rubéola e caxumba).

1975. Inicia-se a implantação do sistema de registro de doses de


vacinas aplicadas.
Histórico
1977. O Brasil define as vacinas obrigatórias para os menores de
1 ano de idade: contra tuberculose, poliomielite, sarampo,
difteria, tétano e coqueluche (Portaria Ministerial nº 452, de
6/12).

1978. No Brasil, é alterada a portaria que atualiza as vacinas


obrigatórias.

1979. Publicação do primeiro manual de rede de frio: “O


Refrigerador na Conservação de Vacinas”, FSESP.
Histórico
1980. A OPAS desenvolve metodologia para avaliação
multidisciplinar dos programas nacionais de imunizações, com o
objetivo de orientar suas ações. Em 8 de maio, a OMS declara
oficialmente a erradicação mundial da varíola, após estudo de
observação em 61 países. Calcula-se que cerca de 500 mil
crianças/ano no mundo sofrem sequelas da poliomielite. No
Brasil, torna-se extinta a obrigatoriedade da vacinação contra a
varíola (Portaria de 29/1/80).

1982. No Brasil é alterada a portaria que atualiza as vacinas


obrigatórias.
Histórico
1984. Inicia-se no Brasil a produção da vacina monovalente
contra o sarampo, com a cepa CAM-70 (Bio-Manguinhos).

1985. O País sofre a falta de estoque de soros antiofídicos e


aumenta a incidência de óbitos por essas causas. O BCG passa à
responsabilidade do PNI. A OPAS declara a meta de erradicar a
poliomielite nas Américas até o ano 1990.

1986. É criado no Brasil o Zé Gotinha, marca-símbolo da


campanha contra a poliomielite.
Histórico
1988. A OMS recomenda a inclusão da vacina contra febre
amarela na lista de vacinas preconizadas pelo PAI para países
endêmicos.

1989. São notificados os últimos casos de poliomielite no Brasil.


Ocorre em Souza, na Paraíba, o último caso.

1990. O PNI é transferido para a responsabilidade da Fundação


Nacional de Saúde – Funasa (criada pela Lei nº 8.029, de 12 de
abril), pela Portaria nº 1.331, de 5/11/90, tendo em vista a
extinção da SNABS/MS.
Histórico
1991. Em agosto, registrado o último caso de poliomielite nas
Américas, em Junín, no Peru.

1992. O projeto de informatização do PNI foi suspenso em vista


da falta de um sistema que padronizasse a informação em todos
os âmbitos e principalmente pela falta de equipamentos de
informática. Implantação do Sistema de Vigilância
Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinais. Implantação
do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo até 2000. A marca
do Zé Gotinha colabora com a primeira campanha nacional de
vacinação contra o sarampo para a população de 9 meses a 14
anos de idade, independentemente da situação vacinal.
Histórico
1993. A OMS classifica como emergência mundial o agravamento
da ocorrência da tuberculose.

1994. É definida a meta de erradicação do sarampo nas Américas


para o ano 2000. O PNI assume a responsabilidade pela
vacinação contra a febre amarela.

1995. Início da reestruturação da rede de frio no Brasil, com


aquisição de geladeiras para salas de vacina, construções e
reformas nas centrais estaduais. Início do projeto de implantação
do subsistema de controle de estoque e distribuição de
imunobiológicos (SI-EDI).
Histórico
1996. A vacina tríplice viral é implantada em Minas Gerais, Rio
de Janeiro e Santa Catarina, para a faixa etária de 1 a 11 anos.

1997. Ressurge o sarampo no Brasil, depois de quatro anos de


bom controle. Realiza-se em todo o País a campanha de
vacinação de seguimento, para a população de 6 meses a 4 anos
de idade, independentemente da situação vacinal, com exceção
de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A
rubéola é incluída na lista de enfermidades notificáveis, no
Brasil.
Histórico
1998. Surto de sarampo na Argentina, Bolívia e República
Dominicana.

1999. O PNI estende suas ações à população idosa, objetivando


dar continuidade ao processo de universalização do
atendimento, por oportunidade do Ano Internacional do Idoso.
Implanta a vacina contra influenza no Brasil, para idosos a partir
de 65 anos de idade.

2001. Ao final do ano 2001, a poliomielite permanece endêmica


em 10 países (Ásia e África).
Histórico
2002. A vacina contra Haemophilus influenzae b está na rotina
das salas de vacina da rede pública em todo o País, para os
menores de 5 anos de idade. Aprovada a política nacional de
atenção à saúde dos povos indígenas (Portaria Ministerial nº 44,
3 de janeiro, DOU 06/2).

2003. Realizada a 5ª Campanha Nacional de Vacinação do Idoso.


São vacinados 12,3 milhões de indivíduos na faixa etária de 60
anos e mais, uma cobertura de 82,1% – e 93,1% dos municípios
alcançam a meta de 70%.
Imunização
A imunologia estuda a imunidade, ou seja, dos eventos
moleculares e celulares que ocorrem quando o organismo entra
em contato com micro-organismos ou macromoléculas estranhas
presentes no ambiente.
A capacidade imunológica é fundamental para a sobrevivência
dos seres vivos. Durante todo o processo de desenvolvimento de
um indivíduo o sistema imunológico sofre especializações com o
objetivo de desencadear uma resposta específica a fim de
proteger nosso organismo dos antígenos.
Imunização
Os seres humanos estão constantemente expostos a agentes
infecciosos, como parasitas, bactérias, vírus e fungos. Então, para
se defender desses agentes, o sistema imune atua de duas
maneiras:
1) Ele reage rapidamente (de minutos a horas) aos agentes
infecciosos, como, por exemplo, a fagocitose e outros
mecanismos que já estão presentes no organismo antes da
infecção. Essa é a resposta natural, inata ou inespecífica.
2) Ele desenvolve mais lentamente (ao longo de dias ou
semanas) uma resposta imune específica, como, por
exemplo, a produção de anticorpos específicos para o
sarampo. Essa é a resposta adquirida, adaptativa ou
específica.
Imunização
Antígenos (Ag): são substâncias que reagem com os produtos de
uma resposta imune específica, ou seja, são substâncias ou
partículas que, introduzidas no corpo, provocam uma reação de
defesa, com produção de anticorpos.

Anticorpos (Ab): são proteínas produzidas pelos plasmócitos


(imunoglobulinas), em resposta à presença de um antígeno.
Imunização
A resposta imune pode ser empregada como um poderoso
aliado no tratamento e na prevenção de doenças infecciosas. O
processo de tornar um indivíduo protegido contra uma doença
chama-se imunização.
Pode-se conseguir a imunização de duas maneiras distintas:
fornecendo-se ao indivíduo anticorpos contra certo antígeno
(imunização passiva) ou estimulando-o a gerar seus próprios
anticorpos (imunização ativa).
Tanto uma maneira como outra podem se dar por via natural ou
artificial. Habitualmente, as formas passivas de imunização são
transitórias, enquanto as formas ativas são duradouras ou
mesmo permanentes.
Imunização Passiva Natural
Forma de imunização em que um indivíduo recebe anticorpos de
outro indivíduo, por uma via natural. Os principais exemplos são:
• Via placentária: alguns tipos de anticorpos atravessam a
placenta, passando da circulação materna para a fetal. Ao
nascer, a criança possui uma grande quantidade desses
anticorpos, que permanecem em seu organismo por 12
meses.
• Aleitamento materno: o leite materno não é apenas o mais
adequado alimento que um recém-nascido pode receber.
Trata-se, ainda, de uma poderosa arma de prevenção e de
combate às infecções, que a criança recebe de sua mãe, pois
contém anticorpos.
Imunização Passiva Artificial
Há diversas formas artificiais de transferência de anticorpos para
uma pessoa:

• Transfusão de plasma humano: o plasma humano contém


certa quantidade de anticorpos. Ao receber transfusão de
plasma (ou mesmo de sangue), o receptor estará recebendo
anticorpos. A quantidade geralmente é pequena para que
possa determinar uma imunização efetiva.
Imunização Passiva Artificial
• Gamaglobulina: a partir de plasma de diversos doadores,
pode-se purificar a fração correspondente aos anticorpos,
chamada gamaglobulina. Na verdade, consiste em um pool de
anticorpos contra uma grande quantidade de antígenos
diferentes. Portanto, não apresenta especificidade.

• Soros: o soro é um tipo de gamaglobulina com elevada


concentração de um determinado tipo de anticorpos. Pode
ser homólogo, quando obtido de sangue humano,
ou heterólogo, se for produzido por outras espécies.
Imunização Ativa Natural
Como uma pessoa pode ser naturalmente estimulada a produzir
anticorpos contra um determinado antígeno?

Entrando em contato com ele naturalmente, ao longo de sua


vida. Isso acontece, por exemplo, quando uma criança adquire
caxumba, catapora ou sarampo.
Imunização Ativa Artificial
A forma artificial de estimular a produção de anticorpos e a
aquisição de células de memória é o emprego das vacinas,
antígenos capazes de desencadear uma resposta imune sem
causar a doença.
Imunização Ativa Imunização Passiva

O organismo é estimulado O organismo recebe


a produzir anticorpos anticorpos prontos que
através do contato direto são produzidos por outro
com o antígeno organismo

Natural: via placentária e


Natural: doenças
amamentação

Artificial: Vacinas Artificial: transfusão de


plasma humano;
Gamaglobulina;
soro terapêutico
Vacinas
Vacina
É um preparado antigênico, que contém agentes patogênicos
(vírus ou bactérias) completos, mortos, atenuados ou partes do
mesmo, que quando administrado em um indivíduo estimula seu
sistema imunológico a desenvolver uma resposta imunitária
protetora específica de um ou mais agentes infecciosos sem que
estes se desenvolvam.
Vacina

Inoculação do
antígeno inativo

Estimula a produção de
anticorpos

Estimula a produção
de memória
secundária
Vacinas
é uma das medidas mais importantes de prevenção contra
doenças

protegem o corpo humano contra os vírus e bactérias

não apenas protege aqueles que a recebem, também ajuda a


comunidade como um todo
Vacinas
As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde
são definidas nos calendários de vacinação, nos quais
estão estabelecidos:

o número de doses do
os tipos de vacina esquema básico e dos
reforços

a idade para a administração o intervalo entre uma dose e


de cada dose outra quando houver
Vacinas
Atualmente no Brasil, são disponibilizadas pela rede pública de
saúde de todo o país 17 vacinas no Calendário Nacional de
Vacinação, para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas
etárias.

Há ainda outras 10 vacinas especiais para grupos em condições


clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos
Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Vacinas
A inserção de um novo imunobiológico no programa e o
estabelecimento de novos grupos populacionais são decisões
respaldadas em bases técnicas e científicas, tais como:

 evidência epidemiológica;

 eficácia e segurança da vacina

 garantia da sustentabilidade da estratégia (produção


e armazenamento)
Vacinas
Vale lembrar que Saúde Pública não é responsabilidade exclusiva
dos profissionais da área de saúde, pois é uma atribuição de toda
a sociedade principalmente dos comunicadores e educadores,
que também podem e devem ajudar a promover a saúde, para o
desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Para tratar de saúde e alcançar êxito, é preciso contar com o
amplo apoio da opinião pública. Isso só será possível com a
participação ativa e criativa de todos como verdadeiros agentes
de promoção da saúde. Para isso, é necessário também o
empenho dos profissionais da saúde em serem, por natureza,
comunicadores e educadores em suas atividades do dia-a-dia.
Vacinas
Além disso, algumas doenças são preveníveis por vacina
podendo ser erradicadas por completo, não causando mais
doença em nenhum local do mundo. As doenças preveníveis
por vacina são:
1- Caxumba 10- Infecções Pneumocócicas
2- Coqueluche 11- Infecções Meningocócicas A, B e C
3- Difteria 12- Poliomielite
4- Febre Amarela 13- Raiva
5- Gripe 14- Rotavírus
6- Hepatite A 15- Rubéola
7- Hepatite B 16- Sarampo
8- HPV 17- Tétano
9- Infecção por Haemophilus 18- Tuberculose
influenzae do tipo b 19- Varicela
Vacinas
Até hoje, a varíola é a única doença já erradicada
mundialmente. O último registro da doença no mundo é de
1977.

Outra doença que está em processo de erradicação é a


poliomielite (paralisia infantil). No continente americano, não
há casos dessa doença desde 1991.
Classificação das Vacinas
1- Vacinas vivas atenuadas:
São compostas de microrganismos vivos atenuados em
laboratório, que devem ser capazes de multiplicarem-se no
organismo (hospedeiro) para que possa ocorrer a estimulação de
uma resposta imune. Essa resposta imune ao microrganismo
atenuado é idêntica a produzida pela infecção natural, pois o
sistema imune é incapaz de diferenciar entre uma infecção pelo
microrganismo vacinal e o microrganismo selvagem. A
multiplicação do microrganismo vacinal não costuma ser capaz
de causar doença. São feitas de Vírus e Bactérias.
Classificação das Vacinas
Exemplos de vacinas vivas atenuadas por Vírus:
Sarampo;
Caxumba;
Rubéola;
Pólio;
Sabin;
Febre amarela;
Varicela;
Exemplos de vacinas vivas atenuadas por Bactérias:
BCG.
Classificação das Vacinas
2- Vacinas inativadas ou de agente infeccioso morto
São compostas de microrganismos inativados, o que significa que
estes não mais se encontram vivos, logo incapazes de
multiplicarem-se. A resposta imune à vacina inativada é
principalmente humoral, com pouca ou nenhuma imunidade
celular.
Podem ser realizadas:
1. Inteiras (Vírus e Bactérias),
2. Fracionadas (Subunidades e Toxoides ) e
3. Polissacarídeos (Puros e Conjugados).
Classificação das Vacinas
Exemplos de vacinas Inativadas Inteiras
a) de vírus intactos
• Salk (pólio);
• Raiva;
• Influenza;
• Hepatite A;
• Rotavírus ;

b) bactéria intactas
• Pertussiss (coqueluche);
• Febre Tifóide;
• Cólera;
Classificação das Vacinas
Exemplos de vacinas Inativadas Fracionadas
a) Subunidades
Hepatite B,
Influenza,
Pertusiss acelular

b) Toxóides
Difteria,
Tétano
Classificação das Vacinas
Exemplos de vacinas Inativadas de Polissacarídeos:
a) Polissacarídeos Puros
• Pneumocócica 23 valente
• Meningocócica

b) Polissacarídeos Conjugados
• Haemóphilus;
• Influenzae tipo B
• Pneumocócica 7 valente
• Meningocócica C conjugada
Tipos de Vacinação
Campanha de vacinação: consiste na rápida
vacinação de grande contingente da população.

Vacinação extra muro: consiste na


administração de imunos fora do ambiente da
unidade de saúde, facilitando o acesso a
vacinação, melhorando o alcance da cobertura
vacinal: asilos, hospitais, escolas, etc...
Tipos de Vacinação
Vacinação de rotina: compreende as atividades
realizadas de forma contínua, através dos
serviços permanentes de saúde, em todo o
território nacional.
Vacinação de bloqueio: é indicada quando
ocorre um ou mais casos de doenças
imunopreviníveis, com o objetivo de
interromper a cadeia de transmissão da doença.
Sistema de Informação do Programa Nacional de
Imunizações (SI-PNI).

Registro do Vacinado

Relatórios:
SI-PNI Movimento de
Imunobiológicos

Eventos Adversos Pós-


Vacinação (on-line):
Vacinas e suas siglas das vacinas
• Vacina BCG - (Bacilo de Calmette e Guérin);
• Vacina hepatite B (recombinante);
• Vacina Penta - adsorvida difteria, tétano,
pertussis, hepatite B (recombinante) e
Haemophilus influenzae b (conjugada);
• DTP - adsorvida difteria, tétano e pertussis;
• VIP - Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada);
• VOP - Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada);
Vacinas e suas siglas das vacinas
• Hib - Haemophilus influenzae b
• Vacina Pneumo 10 - pneumocócica conjugada
10 valente;
• VORH - Vacina rotavírus humano G1P1[8]
(atenuada);
• Meningo C - Vacina meningocócica C
(conjugada);
• FA - Vacina febre amarela (atenuada);
Vacinas e suas siglas das vacinas
• SCR - Tríplice viral: Vacina sarampo, caxumba,
rubéola ;
• SCRV - Tetra Viral: Vacina sarampo, caxumba,
rubéola e varicela (atenuada);
• HVA - Vacina hepatite A;
• HVB- Vacina hepatite B;
• dT - Dupla adulto - Vacina adsorvida difteria e
tétano adulto ;
Vacinas e suas siglas das vacinas
• HPV - Vacina papilomavírus humano 6, 11, 16
e 18 (recombinante); Vacina influenza
(fracionada, inativada);
• Vacina raiva (inativada);
• Pn23 - Vacina pneumocócica 23-valente
(polissacarídica);
• VZ - Vacina varicela;
• TT – Vacina Toxoide Tetânico
PNI
A normatização técnica quanto ao uso dos
imunobiológicos no âmbito do SUS é
responsabilidade do Programa Nacional de
Imunizações (PNI), inserindo-se neste contexto a
decisão quanto à introdução do imunobiológico
como integrante dos calendários oficiais de
vacinação, bem como a ampliação de oferta e a
definição dos imunobiológicos para situações
especiais e para grupos populacionais
específicos.
Vacinas do PNI
1. Vacina hepatite B (recombinante) – hepatite B;
2. Vacina adsorvida hepatite A (inativada) – hepatite A;
3. Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada) – VOP ;
4. Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – VIP;
5. Vacina adsorvida difteria, tétano, Pertusiss, hepatite B (recombinante) e Haemophilus
influenzae b (conjugada) – penta;
6. Vacina adsorvida difteria, tétano e Pertusiss – DTP;
7. Vacina adsorvida difteria e tétano adulto – dT;
8. Vacina rotavírus humano G1P1[8] (atenuada) – VORH ;
9. Vacina febre amarela (atenuada) – FA;
10. Vacina sarampo, caxumba e rubéola – tríplice viral;
11. Vacina sarampo, caxumba, rubéola e varicela (atenuada) – tetra viral;
12. Vacina meningocócica C (conjugada) – meningo C;
13. Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) – pneumo 10;
14. Vacina varicela (atenuada);
15. Vacina influenza (inativada);
16. Vacina raiva humana;
17. Vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – HPV
Vacinas de indicação especiais e para grupos específicos

1. Vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) – Hib;


2. Vacina pneumocócica 23-valente (polissacarídica) – pneumo 23;
3. Vacina adsorvida difteria e tétano infantil – DT;
4. Vacina adsorvida difteria, tétano e Pertusiss (acelular) – DTPa;
5. Vacina adsorvida hepatite A (inativada);
6. Vacina varicela (atenuada);
7. Vacina febre tifoide;
8. Vacina cólera (inativada).
Contra indicações das vacinas
Contraindicações das vacinas

Alguns fatores, situações e condições podem ser considerados


como possíveis contraindicações gerais à administração de todo
imunobiológico e devem ser objeto de avaliação, podendo
apontar a necessidade do adiamento ou da suspensão da
vacinação. Especial atenção deve ser dada às falsas
contraindicações, que interferem de forma importante para o
alcance das metas e dos percentuais de cobertura dos grupos-
alvo.
1- Contraindicações verdadeiras

 Imunodeficiência congênita ou adquirida;


 Portadores de neoplasia maligna;
 Em tratamento com corticosteroides em dose
imunossupressora (adiar por 3 meses após término do
tratamento);
 Terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia, radioterapia
etc.);
 Gestantes (exceto em situações de alto risco de exposição);
 Doenças agudas e febris: adiar até final do processo
infeccioso.
2- Contraindicações comuns a todo imunobiológico

A contraindicação é entendida como uma condição do usuário a ser vacinado


que aumenta, em muito, o risco de um evento adverso grave ou faz com que
o risco de complicações da vacina seja maior do que o risco da doença contra
a qual se deseja proteger. Para todo imunobiológico, consideram-se como
contraindicações:

• a ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) confirmada após o


recebimento de dose anterior; e

• história de hipersensibilidade a qualquer componente dos imunobiológicos.


3- Situações especiais

São situações que devem ser avaliadas em suas particularidades para a


indicação ou não da vacinação:

• Usuários que fazem uso de terapia com corticosteroides devem ser


vacinados com intervalo de, pelo menos, três meses após a suspensão da
droga (dose superior a 2 mg/kg/dia de prednisona ou equivalente para
crianças e acima de 20 mg/kg/dia para adultos por tempo superior a 14 dias;
quando utilizada por via inalatória ou tópicos ou em esquemas de altas doses
em curta duração (menor do que 14 dias) não constitui contraindicação de
vacinação).
3- Situações especiais

• Usuários infectados pelo HIV precisam de proteção especial contra as


doenças imunopreveníveis, mas é necessário avaliar cada caso, considerando-
se que há grande heterogeneidade de situações, desde o soropositivo
(portador assintomático) até o imunodeprimido, com a doença instalada.

• Crianças filhas de mãe com HIV positivo, menores de 18 meses de idade,


mas que não apresentam alterações imunológicas e não registram sinais ou
sintomas clínicos indicativos de imunodeficiência, podem receber todas as
vacinas dos calendários de vacinação e as disponíveis no CRIE o mais
precocemente possível.
3- Situações especiais

• Usuários com imunodeficiência clínica ou laboratorial grave não devem


receber vacinas de agentes vivos atenuados.

• O usuário que fez transplante de medula óssea (pós-transplantado) deve ser


encaminhado ao Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE)
de seis a doze meses após o transplante, para revacinação conforme
indicação.
4- Adiamento da vacinação

• Usuário de dose imunossupressora de corticoide – vacine 90 dias após a


suspensão ou o término do tratamento.

• Usuário que necessita receber imunoglobulina, sangue ou hemoderivados –


não vacine com vacinas de agentes vivos atenuados nas quatro semanas que
antecedem e até 90 dias após o uso daqueles produtos.

• Usuário que apresenta doença febril grave – não vacine até a resolução do
quadro, para que os sinais e sintomas da doença não sejam atribuídos ou
confundidos com possíveis eventos adversos relacionados à vacina.
5- Vacinação simultânea

A vacinação simultânea consiste na administração de duas ou


mais vacinas no mesmo momento em diferentes regiões
anatômicas e vias de administração. De um modo geral, as
vacinas dos calendários de vacinação podem ser administradas
simultaneamente sem que ocorra interferência na resposta
imunológica, exceto as descritas a seguir devem ser
administradas com intervalo de 30 dias:
1. Febre amarela (FA);
2. Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
3. Contra varicela;
4. Tetra viral ( sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
6- Falsas contraindicações
• Doença aguda benigna sem febre – quando a criança não
apresenta histórico de doença grave ou infecção simples das vias
respiratórias superiores.
• Prematuridade ou baixo peso ao nascer – as vacinas devem ser
administradas na idade cronológica recomendada, com exceção
para a vacina BCG, que deve ser administrada nas crianças com
peso ≥ 2 kg.
• Ocorrência de evento adverso em dose anterior de uma vacina,
a exemplo da reação local (dor, vermelhidão ou inflamação no
lugar da injeção).
• Diagnósticos clínicos prévios de doença, tais como tuberculose,
coqueluche, tétano, difteria, poliomielite, sarampo, caxumba e
rubéola.
6- Falsas contraindicações
• Doença neurológica estável ou pregressa com sequela
presente.
• Antecedente familiar de convulsão ou morte súbita.
• Alergias, exceto as alergias graves a algum componente de
determinada vacina (anafilaxia comprovada).
• História de alergia não específica, individual ou familiar.
• História familiar de evento adverso à vacinação (exemplo:
convulsão).
• Uso de antibiótico, profilático ou terapêutico e antiviral.
• Tratamento com corticosteroides em dias alternados em dose
não imunossupressora.
6- Falsas contraindicações
• Uso de corticosteroides inalatórios ou tópicos ou com dose de
manutenção fisiológica.
• Quando o usuário é contato domiciliar de gestante, uma vez
que os vacinados não transmitem os vírus vacinais do sarampo,
da caxumba ou da rubéola.
• Convalescença de doenças agudas.
• Usuários em profilaxia pós-exposição e na reexposição com a
vacina raiva (inativada).
• Internação hospitalar.
• Mulheres no período de amamentação (considere as situações
de adiamento para a vacina febre amarela).
Eventos adversos pós-vacinais
Efeitos Adversos, são efeitos indesejáveis que podem ser
causados por alguns componentes das vacinas, apesar dos
processos de purificação.
Alguns eventos adversos menos graves, são esperados após uso
de algumas vacinas (febre,reação local).
Efeitos mais graves, necessitam de acompanhamento médico,
notificação ao SVS e até mesmo indicação de outro
imunobiológico substituto, dependendo da situação, que deverá
ser rigorosamente avaliada.
Eventos inusitados
Todo evento que advém de alguma
falha em procedimentos de
preparo ou administração de
imunobiológico:
1. Dose errada;
2. Via errada;
3. Local errado;
4. Idade errada;
5. Vacina errada;
6. Vacinado errado.
Cuidado nos eventos inusitados
1. Preencher formulário de Eventos Inusitados;
2.Notificação à Gerência de Imunizações;
3. Acompanhamento por 30 dias;
4. Consulta semanal para avaliação clínica;
5. Encerramento do caso com condutas frente
ao esquema.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
• Conservar adequadamente as vacinas na rede
de frio + 2°C a +8°C;
• Acolhimento e avaliação inicial;
• Preparo e administração com biossegurança;
• Treinamento da equipe de vacinação;
• Atendimento imediato para choque
anafilático;
Calendário Nacional de Vacinação
As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são
definidas nos calendários de vacinação, nos quais estão
estabelecidos:
• Os tipos de vacina;
• O número de doses do esquema básico e dos reforços;
• A idade para a administração de cada dose; e
• O intervalo entre uma dose e outra no caso do imunobiológico
cuja proteção exija mais de uma dose.
Vacinas para crianças
1. BCG
2. Hepatite B
3. Pentavalente (DTP+Hib+Hep. B)
4. Poliomielite Inativada (VIP)
5. Pneumocócica 10-valente (conjugada)
6. Rotavírus Humano
7. Meningocócica C
8. Febre Amarela
9. Tríplice Viral
10. Pneumocócica 10 valente
11. Tetraviral
Vacinas para adolescentes
Fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação de
adolescentes:

1. Vacina Papiloma vírus Humano (HPV)

2. Vacina Hepatite B (recombinante)

3. Vacina dT (Difteria e tétano)

4. Vacina febre amarela (atenuada)

5. Tríplice Viral (Sarampo, caxumba e rubéola)


Vacinas para adultos
Fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação para adultos:
1. Hepatite B,
2. Febre amarela (FA),
3. Difteria,
4. Influenza (grupo de risco),
5. Tétano,
6. Sarampo,
7. Rubéola e
8. Caxumba.
Vacinas para idosos
Fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação para idosos
(acima de 60 anos):
1. Pneumocócica (Pneumo 10);
2. Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa) ;
3. Hepatites A e B;
4. Febre amarela (FA);
5. Meningocócica conjugada;
6. Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
7. Influenza
Vacinas para gestante
O esquema da vacinação para a gestante depende do histórico de cada
mulher e deve ser avaliado pelo profissional de saúde responsável pelo
acompanhamento da gestação. Desde 2014 o esquema adotado é:
1. Influenza: aplicar dose única em qualquer fase da gestação;
2. Hepatite B: indicado quando a sorologia (HBsAg) estiver negativa
após o primeiro trimestre de gestação, com aplicação de 3 doses
no esquema: 0 -1- 6 meses;
3. Dtpa (difteria, tétano, hepatite, e coqueluche acelular): é
preconizada pelo Ministério da Saúde juntamente com a
vacina dupla tipo adulto (dT), conforme esquema a seguir:
VACINAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• Os profissionais de saúde estão sob risco constante de exposição a
doenças contagiosas, muitas delas imunopreveníveis.
• Além disso, podem expor seus pacientes à agentes biológicos como a
influenza e a Bordetella pertussis.
• A vacinação é, portanto, parte importante no controle e prevenção de
infecções para eles mesmos e para seus pacientes.
• Hoje, a normativa do ministério do trabalho (NR32) exige que o
profissional de saúde esteja com suas imunizações em dia.
• As vacinas preconizadas disponíveis na rede pública para esse
profissional são:
• Hepatite B,
• Influenza,
• Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola),
• Dupla(Difteria e Tétano).
VACINAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• Outras vacinas, não disponíveis na rede pública fazem parte do rol de
imunobiológicos para o profissional de saúde no esquema a seguir
sugerido pela Sociedade Brasileira de Imunizações:
• Vacina contra hepatite A: indicada para profissionais das unidades de
nutrição, e unidades pediátricas ou trabalhadores incluídos no grupo de
risco individual. Duas doses (0,6m)
• Vacina contra varicela: todos os profissionais da saúde que prestam
assistência a pacientes imunodeprimidos.
• Vacina contra Pertussis (incluída na vacina tríplice bacteriana, tipo
adulto): indicada para todos os profissionais que prestam assistência nas
unidades de neonatologia, pediatria, e pacientes com doenças respiratória
crônica.
• Vacina anti-pneumocócica 23V: todos os profissionais acima de 60 anos
de idade ou incluídos no grupo de risco.
VACINAÇÃO PARA VIAJANTES

Principais vacinas disponíveis aos viajantes no Brasil


• Febre amarela
• Febre tifoide
• Cólera
• Hepatite A
• Hepatite B
• Raiva
• Poliomielite
• Difteria
• Tétano
• Sarampo
• Caxumba
• Rubéola
VACINAÇÃO PARA VIAJANTES

Vacinas Rotineiras
A consulta médica pré-viagem é uma ótima oportunidade para
atualizar o calendário vacinal.

Vacinas obrigatórias
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as imunizações
exigidas são:
-Febre Amarela
- Em alguns lugares, a vacina meningocócica

Vacinas recomendadas
- Hepatite A
- Febre Tifóide
- Meningite Meningocócia
- Cólera
VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS
VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS
• As vacinas, como todo produto farmacêutico, não são isentas
de efeitos colaterais ou eventos adversos.
• Como significativa proporção da população é vacinada a cada
ano, há certo número de eventos adversos após a vacinação –
tanto apenas coincidentes como com relação causal com a
vacina.
• O grande impacto que um evento adverso pós-vacinal pode
causar na sociedade deve-se ao fato de que as vacinas
geralmente são utilizadas em pessoas saudáveis,
principalmente crianças. Deste modo, qualquer reação, por
mais leve que seja ou apenas associada temporalmente
(coincidente), causa grande repercussão.
VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS

• Diante da redução expressiva na ocorrência de doenças


imunopreveníveis, os eventos adversos passaram a ter maior
destaque, consequentes ao aumento progressivo do uso de
imunobiológicos em todo o mundo.
• Entende-se por evento adverso: toda situação clínica
ocorrida em tempo variável após a utilização de produtos
imunobiológicos, respeitando-se um diagnóstico diferencial
adequado, o afastamento de situação coincidentes e a
plausibilidade biológica do evento.
VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS
• Podem ser locais ou sistêmicos, leves, moderados ou graves,
categorizados em:
– relação à vacina: tipos de cepas, substâncias
estabilizadoras e/ou conservadoras, manipulação,
conservação e administração;
– relação aos vacinados: fatores predisponentes e/ou
imunologicamente idiossincráticos.
VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS

OBJETIVOS DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DE EVENTOS ADVERSOS


1. Identificar os eventos adversos pós-vacinação.
2. Identificar eventos novos e/ ou raros.
3. Acompanhar a investigação dos eventos adversos.
4. Promover uma investigação capaz de estabelecer ou descartar a
relação de causalidade com a vacina.
5. Identificar os fatores de risco e/ou condições que potencializem
eventos adversos.
6. Fornecer dados que possibilitem uma avaliação descritiva e/ou
analítica da ocorrência dos eventos adversos.
7. Sinalizar a necessidade de estudos mais elaborados para melhor
interpretar os dados da vigilância e investigação de eventos adversos
pós-vacinais.
VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS

NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DOS EVENTOS ADVERSOS:


• Todos os eventos ocorridos após a aplicação de um produto
imunobiológico utilizado pelo Programa Nacional de Imunizações,
devem ser notificados, desde que:
– respeitadas a plausibilidade biológica da ocorrência,
– o diagnóstico diferencial abrangente e,
– descartadas as condições concomitantemente ocorridas ao uso
da vacina, mas sem qualquer relação com a mesma.
• No Manual de Vigilância de Eventos Adversos, encontram-se
definições de caso para os eventos adversos específicos ou não
para cada vacina
VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS
VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS
IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS

São produtos imunobiológicos de moderna tecnologia e alto


custo, indicados para uma parcela especial da população
brasileira que, por motivos biológicos, são impedidos de
usufruir dos benefícios dos produtos que se encontram na
rotina, disponibilizados na rede pública.
IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS

Indicações para o uso de imunobiológicos especiais

• profilaxia pré e pós-exposição a agentes infecciosos, em


determinadas situações de risco.

• imunização de crianças e adultos imunocomprometidos.

• substituição de outros produtos disponíveis normalmente,


quando não podem ser utilizados devido a hipersensibilidade ou
eventos adversos.
Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais
(CRIE)
• Disponibiliza vacinas que não fazem parte do calendário
básico de vacinação e que não estão acessíveis à população
na rede básica de saúde.

• Os imunobiológicos especiais são fornecidos pelo Ministério da


Saúde através do PNI, e dirigidos às pessoas que têm risco
aumentado para patologias infecciosas ou que podem ter
quadros clínicos agravados com a sua ocorrência, em
decorrência de motivos biológicos (patologias de base).

• Para atendimento no CRIE, o paciente que necessitar do uso dos


imunobiológicos deve ser encaminhado através de indicação
médica e relatório clínico. A indicação é avaliada por médicos
do CRIE e o imunológico é aplicado no próprio centro.
Imunobiológicos dos CRIEs
 Vacina e Imunoglobulina humana contra a Hepatite B
 Vacina contra a Hepatite A
 Vacina e Imunoglobulina humana contra a Varicela
 Imunoglobulina humana anti-rábica
 Vacina contra a Influenza (gripe)
 Vacinas contra o Pneumococo (PC7v e PS23v)
 Vacina contra o H. influenzae capsulado tipo B
 Vacina Tríplice acelular e vacina Dupla tipo infantil
 Imunoglobulina humana antitetânica
 Vacina conjugada contra o Meningococo C
ROTINAS BÁSICAS DA SALA DE
IMUNIZAÇÃO
OBJETIVO:
Garantir a máxima segurança do procedimento,
prevenindo infecções cruzadas, mantendo
ambiente limpo e agradável, proporcionando
conforto e segurança para o cliente e
profissionais técnicos.
ROTINAS
• Lavar as mãos, antes e após procedimentos
• Verificar e registrar temperatura do
refrigerador
• Prover insumos necessários para jornada de
trabalho
• Verificar lote,prazo de validade dos imunos
• Organizar caixa térmica
ROTINAS
• Atender o usuário fornecendo todas as
orientações necessárias
• Verificar caderneta de vacinação
• Questionar sobre as condições de saúde da
pessoa a ser vacinada e ocorrência de reações na
vacinação anterior
• Orientar sobre reações esperadas
• Administrar o imunobiológico seguindo técnicas
de aplicação
• Usar algodão seco
ROTINAS
• Realizar os registros necessários na caderneta
de vacinação,arquivo e contra arquivo
• Reforçar orientação quanto ao retorno
• Realizar busca ativa dos faltosos por
telefone,aerograma,etc
• Atender os prazos estabelecidos pelo svs
quanto entrega de consolidados mensais de
vacinas e outros.
PNI 2019
ORIENTAÇÕES PARA TRATAMENTO COM VACINA ANTI-RÁBICA

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