JORNAL DIÁRIO INSULAR | FUNDADO EM 1946 | Jornal Diário | Terceira - Açores | Ano LXXVI | N.

º 23656 | PREÇO 1,00 EURO | DIRETOR JOSÉ LOURENÇO | www.diarioinsular.pt

Preparar bem
uma pandemia
Criar uma unidade dedicada à epidemiologia e à saúde pública é essencial
para que os Açores se preparem para a próxima pandemia, que irá surgir.
A ideia é de Mário Freitas, médico e autoridade de saúde. [02 a 05]

DIÁRIO INSULAR sáb | 24.09.22

SemINÁRIO SObRe fUtURO DA eUROpA

Regiões não são Pedintes [página 06]

Produtores tomam a iniciativa na ilha terceira

10.111 utentes inscritos Leite biológico ganha associação
Lista de espera Nasceu na Terceira a primeira associação de produtores de leite
cirúrgica biológico do país. A APL BIO quer crescer, mas chama a aten-
aumenta ção para a necessidade da indústria apostar em mais produtos. O
em julho presidente, Francisco Rocha, defende que as ilhas açorianas têm
e agosto condições únicas no mundo para este modo de produção, mais
[página 08]
rentável e menos exigente na mão-de-obra. [página 07]
PUb.
|02| RegIãO
Ei-los quE salivam!
1. Alguém terá morto dois infelizes
no Pico a tiro, fazendo desaparecer os
cadáveres, presumivelmente queima-
dos. Um assunto a merecer a atenção
da justiça, para que o Estado de Direito
Democrático aplique a lei. Num jornal
como o nosso uma desgraça dessas
merecerá uma notícia provavelmente
breve, se tanto. Mas há quem salive
com histórias destas. O Povo do Pico
está a ser incomodado com certos
órgãos de comunicação social que
parecem dispostos a fazer deste crime
uma novela de faca e alguidar. Com
gente exposta à margem de todas as
regras eticamente admissíveis - muito
provavelmente. E ninguém quer resol-
ver este problema.
2. Quando escrevemos esta nota a
tempestade “Gaston” dá sinais de an-
dar por aí, mas, por enquanto, ainda
calma. É possível que chova. Vento
não será por aí além. O que acontece-
rá? Nada, como é costume. Ou então
umas águas no lugar errado por conta
de péssimo ordenamento do território
e coisas do género. Certa comunica-
ção social já saliva antecipando des-
graças. Há jornalistas em alerta, pron-
tos para contar histórias/estórias do
outro mundo, quer ocorram ou não.
Porque depois de o investimento estar
feito é preciso rentabiliza-lo. Ou seja,
mais verdade, menos fantasia, alguma
coisa de há de arranjar. O que as pes-
soas não sabem é que isto é um pe-
frAncisco mAduro-diAs [10]
A Segunda Guerra vista da Prainha do Norte
“Começou a ver complicadas manobras de vários navios de guerra...”
rodolfo frAncA [11]
Na submissa dependência de um... independente
“Orçamento Regional. O mote.”
José soArEs [11]
Os véus no arsenal do medo
“Putin recebe, diariamente, a bênção de Cirilo I...”
José mAnuEl montEiro dA silvA [11]
Uma Unidade Técnica de Apoio Orçamental, precisa-se
“Sugiro um modelo semelhante ao do Continente...”
nar para os próprios jornalistas, que no
geral têm consciência do que andam
a fazer... Mas precisam de comer três
vezes ao dia, de preferência.
3. Tememos o pior quando as autori-
dades dos terramotos e vulcões anun-
ciaram tremores na Serra de Santa
Bárbara e decidiram pôr o local em
alerta V2. Tememos o quê? Não terra-
motos ou vulcões, porque esses acom-
panham no dia-a-dia de quem decide
viver aqui... O que tememos foi um
espetáculo mediático parecido com o
teatro montado em São Jorge quando
foi decretado o alerta V4. Na Terceira
há jornalistas, mas todos seriam pou-
cos para tamanha façanha. Haveria
diretos com perceções da terra a tre-
mer nesse preciso momento, o povo
seria previamente assustado e posto a
declarar a sua vontade de desaparecer
daqui para fora, como teriam feito os
avoengos, etc. Os jornalistas açorianos,
no geral - há uma ou outra exceção...
-, não têm jeito para tais macacadas.
Seriam importados jornalistas para
fazerem as lindas figuras que fizeram
em São Jorge.
4. E no entanto... Ninguém quer saber
disto, ninguém põe ordem nisto. Es-
tas histórias são de uma ética muito
duvidosa e até de uma legalidade al-
tamente questionável. Mas os Açores
existem para isto - para estórias de
desgraça nas pantalhas nacionais.
24.set.2022 DIÁRIO INSULAR
Mário Freitas, Médico
Açores devem
preparar-se
para a próxima
pandemia
Os Açores devem preparar-se para a próxima pande-
mia criando uma unidade onde a epidemiologia e a
saúde pública sejam pilares básicos. A ideia é de Mário
Freitas, especialista em saúde pública e medicina do
trabalho. O médico já trabalhou nas ilhas. É hoje auto-
ridade de saúde em Braga. Defende que na “hecatom-
be nacional” da Covid19 os Açores foram salvos por
Tato Borges, que saiu das ilhas demasiado cedo.
EstEvE Em AngrA do HEroísmo A pro- que andava à volta dos 2500 óbitos;
fErir umA confErênciA no âmbito apenas quatro meses depois esse
dAs rEcEntEs JornAdAs pArlAmEn- valor ultrapassava os 16000 óbitos.
tArEs do cds-pp/AçorEs. Anotou Ou seja, mais de 13500 compa-
difErEnçAs nA Evolução dA pAndE- triotas nossos morreram, por CO-
miA dE codiv19 EntrE os AçorEs E o VID19, em apenas 4 meses. Uma
continEntE. podE trAçAr o quAdro das maiores catástrofes da História
gErAl dEssAs difErEnçAs? de Portugal!
Os serviços de saúde pública ser- Posteriormente, em Portugal Con-
vem para que, quando aconteça tinental voltamos a ter alguns pi-
uma situação como esta pandemia, cos de mortalidade, diretamente
se consiga baixar o número de “ca- associados à COVID19, mas muito
sos” (doentes) para um valor que aquém daquele pico do início de
seja sustentável para a sociedade, 2021. Ora, quando olhamos para as
ao nível da incidência (pessoas do- curvas de incidência e de mortali-
entes não trabalham e esse absen- dade, na Região Autónoma dos Aço-
tismo em elevada proporção leva ao res vemos que naquele tal período
colapso da sociedade), ao mesmo de “hecatombe nacional” a Região
tempo que reduzimos (ao máximo) passou relativamente incólume,
a mortalidade pela doença. Nesta apesar de nessa altura os Açores
pandemia podemos constatar, em estarem abertos ao exterior, coisa
termos de incidência em Portugal que não sucedeu numa fase inicial
Continental, essencialmente duas da doença (em que a região se “fe-
importantes curvas, vagas, que chou” – inclusive entre ilhas). Ora,
destaco entre as diferentes vagas. todos sabemos que medidas extre-
A vaga de incidência que aconte- mas de saúde pública podem ter e
ceu entre novembro/2020 e mar- acabam por ter, um impacto fortís-
ço/2021, numa altura em que ainda simo a nível social e económico. E
não tínhamos população vacinada este aspeto tem de ser colocado na
e por outro lado a vaga que acon- mesa quando se tomam estas medi-
teceu entre sensivelmente novem- das… Posteriormente, no período
bro/2021 e fevereiro/2022. Esta que decorre entre dezembro/2021
última com níveis de incidência ab- e maio/2022, os Açores, mas em
solutamente estratosféricos e que particular São Miguel, tiveram uma
podemos associar à emergência da incidência muito alta, havendo pe-
variante Ómicron. ríodos em que foi extremamente
Ora, em termos de mortalidade, a elevada, e com um impacto eleva-
primeira destas vagas teve um im- díssimo nos serviços de saúde.
pacto brutal: no dia três novembro
de 2020 Portugal tinha um valor os AçorEs tivErAm umA comissão
acumulado de mortes por COVID19 dE lutA contA A pAndEmiA, EntrE-
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022 RegIãO |03|

tanto extinta. Que papel atribui a

DECISÕES ERRADAS
essa comissão, Que foi presidida
pelo dr. tato borges? Há um antes,
“…o que acha que é mais
um durante e um depois da comis-
importante: ter alguém “pre-
são? concorda com a extinção da
sumivelmente negativo” em
comissão?
casa mais dois dias ou ter al-
Repare: Quando se atua perante
guém positivo (doente e con-
uma epidemia, ao nível da saúde
tagioso) na rua? A cautela a
pública, há dois importantes níveis
que a Comissão nos habitu-
de implementação das medidas, o
ara, aqui não existiu. Esta
nível local e o nível regional/nacio-
medida antecede a vaga, em
nal. Ora, nos Açores, como é sabi-
particular em São Miguel,
do, há autonomia ao nível da saúde.
que durou muitos meses, e
Debrucemo-nos sobre aquela im-
que poderia ter levado a um
portante curva que referi anterior-
colapso dos serviços, nome-
mente, a de mortalidade, catastró-
adamente hospitalares”.
fica, que vai de novembro/2020 a
março/2021. Nesta altura, a Região
Autónoma dos Açores teve uma mu-
legitimado para o fazer.
dança de governo e o novo governo
Obviamente que o nível, a qualida-
definiu como prioritário, ao nível
de que o Dr. Tato implementara nos
da saúde, controlar a epidemia nos
Açores era difícil de igualar.
Açores (ao mesmo tempo, na passa-
E esta é uma variável importante,
gem de um governo para o outro a
muito importante, no combate a
curva epidémica tivera um acentu-
uma epidemia: a qualidade técnica
ado crescimento, em particular em
e científica de quem toma decisões,
São Miguel), reduzindo assim o seu
nesta matéria.
impacto, quer ao nível de doentes,
Até porque, após a sua saída, a
quer ao nível de mortos.
emergência da variante Ómicron
Eu destacaria dois aspetos funda-
trouxe novos desafios para a região
mentais nesta nova definição polí-
autónoma … Nessa altura, final de
tica: por um lado a decisão, certís-
2021, assiste-se a uma taxa de po-
sima, de iniciar a vacinação pelos
sitividade de testes muito elevada
mais vulneráveis (recordo que no
(sinal de elevada contaminação na
Continente se começou pelos pro-
Região) e neste cenário entendeu-se
fissionais), pelos lares de idosos e,
reduzir o tempo de isolamento de
por outro lado, a criação da comis-
“população doente”, de sete para
são liderada pelo Dr. Tato Borges,
cinco dias. Ora, pense comigo, se
um jovem médico de saúde pública
tem uma nova variante, muito mais
reconhecido a nível nacional (atual
contagiosa do que as anteriores, “à
presidente da Associação Nacio- MÁRIO FREITAS “…extinguir a comissão (de acompanhamento luta contra a
solta”, para controlar a epidemia e
nal de Médicos de Saúde Pública), pandemia) pelo menos seis meses depois teria sido mais previdente”
reduzir mortalidade nos mais vul-
com um conhecimento à prova de
neráveis, o que acha que é mais
críticas, a que (paradoxalmente) foi
importante: ter alguém “presumi-
sujeito permanentemente. Foque-
movimentos” em todas as outras Faço mais um apelo à sua memória, velmente negativo” em casa mais 2
mo-nos nos resultados: o Dr. Tato
áreas - numa fase inicial da epide- porque é importante fazê-lo: houve dias, ou ter alguém positivo (doen-
Borges passa por essa “hecatombe
mia nos Açores a estratégia passou muitos, alguns com elevada respon- te e contagioso) na rua? A cautela a
nacional” salvaguardando a saúde
por isolar concelho a concelho…) e sabilidade, que numa fase em que que a Comissão nos habituara, aqui
dos açorianos de forma exemplar,
reduzindo, substancialmente, quer havia poucas vacinas disponíveis não existiu. Esta medida antecede a
usando estratégias cirúrgicas de
o impacto económico e social da do- entendiam que elas deveriam ser vaga, em particular em São Miguel,
intervenção (nomeadamente, o iso-
ença, quer as medidas tomadas para “desviadas” dos mais frágeis para que durou muitos meses, e que po-
lamento das áreas geográficas onde
controlo da doença. Ora, o Dr. Tato jovens, residentes em áreas geográ- deria ter levado a um colapso dos
a incidência da doença era maior,
Borges deixa os Açores em setem- ficas de elevada incidência. serviços, nomeadamente hospita-
enquanto se permitia “liberdade de
bro/2021 com um acumulado de 42 Dir-me-á, agora que conversamos lares. No HDES atingiram-se as 82
óbitos por COVID19. Façamos um os dois, que isso não teria feito camas com doentes COVID19 (e
OPORTUNIDADES exercício (bem sei, difícil de fazer), qualquer sentido. Efetivamente não aqui é indiferente aquela conversa
PERDIDAS mas apenas para efeitos meramen- teria. Efetivamente não foi feito. do “por covid” ou “com covid”: um
te “académicos”: Isto equivaleria, Mas, efetivamente, muitos insisti- doente covid tem de estar isolado,
“…esta possibilidade de no Continente português, a termos ram para que tal fosse feito. exige medidas extra de prevenção
“pegar” em nove unidades um número acumulado de óbitos Este ruído permanente, criado à de contaminação, nomeadamente
epidemiológicas, livres da por COVID19 de cerca de 1600, na volta de cada uma das medidas im- em ambiente hospitalar e a certa
estrutura burocrática pesa- mesma altura. Ora, em Portugal, plementadas (e que se revelaram altura se “não houver camas livres”
da em que assenta qualquer nessa altura, havia um acumulado certíssimas), a certa altura, acredi- isto significa apenas que “não há
ministério, com as suas de cerca de 18000 mortes por CO- to, poderá ter criado uma sensação camas livres”… E “livres” significa
diferentes componentes e VID19… Consegui que fique claro de exaustão no Dr. Tato Borges, “disponíveis para todas as outras
subestruturas de decisão, quantas vidas foram salvas, pela como se o dia-a-dia da gestão da doenças”, que continuam a existir),
é um desafio que os Açores estratégia utilizada nos Açores? E pandemia não fosse já suficiente- um número brutal para os meios
nunca agarraram, no que quantas vidas foram salvas pela va- mente cansativo. da Região. Por isto, sim, extinguir
toca à saúde pública”. cinação – urgente - dos mais frágeis A extinção da comissão foi uma de- a Comissão pelo menos seis meses
e vulneráveis? cisão tomada por quem de direito, depois teria sido mais previdente.
|04| RegIãO 24.set.2022 DIÁRIO INSULAR

Desafiou a autonomia a ser ousaDa

nas meDiDas no âmbito Da CoviD19,
não fiCanDo à espera Das DeCisões
naCionais e sustentanDo CientifiCa-
mente o seu Caminho. poDe Desen-
volver esta iDeia?
Quando eu falo da Autonomia dos
Açores falo com o coração e falo
com a razão. Com a razão, uma vez
que esta possibilidade de “pegar”
em nove unidades epidemiológicas,
livres da estrutura burocrática pesa-
da em que assenta qualquer minis-
tério, com as suas diferentes compo-
nentes e subestruturas de decisão,
é um desafio que os Açores nunca
agarraram, no que toca à saúde pú-
blica. Obviamente, não vou aqui
maçá-lo, uma vez que já falei de tal
na conferência, dos fenómenos pa-
radoxais em que “curiosos” sobre-
põem as suas opiniões às posições e
pareceres dos técnicos. Isso aconte-
ceu com a Gripe A, com evidências
claras, estudadas, falando apenas
dos dados que foi possível estudar.
Porque, nisto dos dados, às vezes
parece que acontecem “fenómenos
cósmicos” no local onde só pode ha-
ver seriedade nos números.
A SALVAÇÃO “…o Dr. tato borges passa por essa “hecatombe nacional” salvaguardando a saúde dos açorianos de forma exemplar…”
Acredito que os Açores têm todas
as condições para serem ousados
no que toca à saúde pública. Que
estejam preparados para a próxima nho, nesta divergência entre as duas que já tinham; por outro lado, pode-
quero eu dizer com isto? Preparar a
pandemia, de uma forma que impe- fontes de informação (DRS/DGS), é mos ter mais desfechos fatais decor-
próxima pandemia (que é algo ine-
ça que cenários de desorientação tal acontecer, com esta dimensão, rentes da COVID19 do que aquilo
vitável - só não sabemos a data em
(decerto todos nos recordamos do apenas a partir de março deste ano. que colhemos diretamente... Uma
que tal acontecerá) como nos prepa-
episódio do avião de Hong Kong Não sei as causas, mas é inevitável das principais fontes de informação
ramos para qualquer emergência ou
que entrou em São Miguel no iní- esta constatação. Obviamente, tam- em saúde é precisamente a mortali-
catástrofe. Criar uma entidade onde
cio desta Pandemia…) ou em que a bém me parece estranho que desde dade; dito de outra forma, a infor-
a epidemiologia e a saúde pública
intervenção técnica seja desadequa- junho, há mais de três meses, não mação que consta do certificado de
sejam pilares básicos, coordenando
da (recordo a Gripe A), se repitam. tenha ocorrido qualquer outro óbi- óbito permite-me também perceber
uma estrutura laboratorial, associa-
Independentemente daquelas que to, nos Açores, por COVID19. E o estado de saúde de uma popula-
da, para monitorização, vigilância
possam ser as orientações a nível quando digo estranho, mais uma ção. Ora, esta informação tem de ser
e deteção precoce, e coordenando
nacional, os Açores podem, e de- vez o faço sem qualquer juízo de analisada e tratada em tempo útil,
uma outra estrutura, esta dedicada
vem, pegar na evidência científica valor, apenas o faço pensando epi- para se perceber o que está a acon-
à comunicação com a população, de
e tomar as melhores decisões, na demiologicamente. tecer à saúde da nossa população e
forma a que se facilite ao máximo a
defesa da saúde do povo açoriano. Quanto à mortalidade, constatamos poder tomar medidas atempadas.
adoção de medidas de prevenção pe-
Recorda-se das máscaras? No início em vários períodos deste ano, a nível
los cidadãos. A par desta entidade,
da pandemia, em serviços de saú- nacional, um aumento da mortalida- está a ser observaDo Com estra-
reformar os serviços de saúde públi-
de da região não havia as máscaras de acima do expectável. Essa situa- nheza o faCto De a China optar por
ca da Região Autónoma. No fundo,
adequadas para proteger os profis- ção, pelos dados que o vosso jornal isolar milhões De pessoas quanDo
criar condições para que os Açores
sionais… e, apesar de tudo aquilo apresentou, aconteceu também nos são registaDos pouCos Casos De
que já sabíamos, até empiricamen- Açores, de forma sustentada, ao infeção (vinte Casos, por exemplo),
CONSTRUIR O FUTURO te, mais tarde o uso de máscaras na longo deste ano. Vivendo de perto quanDo entre nós Começamos a Dar
comunidade andou a reboque de esta fase da epidemia e recordando pouCa importânCia ao vírus. não há
Criar uma entidade onde a orientações nacionais que não eram os altíssimos valores de incidência expliCações. terá isto a ver Com o
epidemiologia e a saúde pú- as mais adequadas. durante boa parte deste ano, ao ChamaDo CoviD longo, sabenDo os
blica sejam pilares básicos, mesmo tempo que olho para a taxa Chineses Coisas que não sabemos?
coordenando uma estrutu- somos surpreenDiDos Com DaDos de adesão à terceira dose da vacina, Sabe, eu retive, em particular, da
ra laboratorial, associada, sobre mortaliDaDe geral que talvez não posso deixar de especular uma intervenção do senhor presidente
para monitorização, vigi- possam ser ConsiDeraDos assus- possível relação causal, a dois níveis do CDS e vice-presidente do go-
lância e deteção precoce, taDores. na sua opinião, quais as (entre outros que possam existir): verno dos Açores, Dr. Artur Lima,
e coordenando uma outra Causas De tantos mortos? e Como Por um lado, a eventualidade de uma expressão que achei particu-
estrutura, esta dedicada à poDemos interpretar DaDos sobre pessoas com doenças crónicas, que larmente feliz. Acredito que o fac-
comunicação com a popula- a CoviD nos açores que são muitos descompensaram durante este pe- to de o senhor vice-presidente ser
ção, de forma a que se faci- Divergentes em óbitos (e também em ríodo pandémico (porque elas dei- também ele médico não será alheio
lite ao máximo a adoção de infetaDos) entre as estatístiCas re- xaram de ir às consultas regulares, a essa frase, sobretudo se associar-
medidas de prevenção pelos gionais e as estatístiCas naCionais? porque não tiveram acesso às mes- mos o perfil vincadamente huma-
cidadãos. Olhando para os números que me mas, etc.), acabando por morrer em nista a que o Dr. Artur Lima nos
apresentou, o que me parece estra- consequência das doenças crónicas habituou. A expressão foi “eu sou
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022 RegIãO |05|

muito conservador quando se trata
de defender vidas humanas”. To-
dos os médicos fazem o juramento
de Hipócrates, jurando defender a
vida humana e proteger a saúde de
cada doente. Quando falamos deste
vírus (Sarscov2) falamos de algo de
que ainda sabemos muito pouco,
pois com ele convivemos apenas
desde dezembro de 2019. Mas sa-
bemos que já provocou cerca de 7
milhões de mortes em todo o mun-
do, que tem um impacto elevado e
ainda mal estudado, das suas con-
sequências a curto e médio prazo
(aquilo que já chamamos “COVID
longa”), pelo que obviamente todo
o cuidado é pouco. Há poucos dias
a autoridade de saúde dinamar-
quesa dizia que é prudente evitar
a reinfeção. Ou seja, vacinado ou
não, sabendo nós que este vírus
cria variantes a uma velocidade
estonteante, pelo sim pelo não, se
faz favor, tome cuidados para não
se infetar. Foi esta a mensagem. E
há cuidados que são muito simples
de tomar…
Ora, eu, que estou aqui a falar, sou
médico com 25 anos de experiência,
quase três anos a combater este vírus,
e um defensor intransigente da vida
humana. Mas, nos antípodas desta
visão, temos aqueles que dizem que
isto é apenas uma gripezinha, que
“não tem consequências”, que “nas
crianças não traz danos”, e outras
barbaridades que tais. Quando toda
a evidência científica rejeita esta úl-
tima visão. Quando todos os estudos
científicos, publicados em revistas e
jornais de referência, dizem o oposto
do que estes minimalistas (chame-
mos-lhes assim) dizem.
No início desta epidemia, numa con-
ferência emitida a partir de Macau,
eu disse qualquer coisa deste géne-
ro: “Esta pandemia (e olhando para
os grupos etários que mais morriam
nela) será um enorme desafio civi-
lizacional”: somos ou não capazes
de proteger os mais vulneráveis
das nossas sociedades? Desde os
primórdios da humanidade, quan-
do começamos a proteger aqueles
que ficavam feridos por ataques de
animais e muitas vezes protegemos
com a nossa vida a vida deles, a
humanidade teve momentos altos
e momentos baixos, precisamente
no que toca ao que de mais belo há
MORTALIDADE GERAL
na Natureza Humana: a bondade, a
solidariedade, a compaixão, a capa-
“…não posso deixar de es-
cidade de tratarmos os outros como
pecular uma possível re-
desejamos que nos tratem a nós.
lação causal, a dois níveis
Para o futuro, para a História, este
(entre outros que possam
momento que vivemos, esta Pande-
existir): Por um lado, a even-
mia, será um momento alto ou um
tualidade de pessoas com
momento baixo?
doenças crónicas, que des-
Numa fase inicial acreditei que
compensaram durante este
seria um momento alto. Um exem-
período pandémico (porque
plo de Humanidade para a Huma-
elas deixaram de ir às con-
nidade do Futuro. Depois, come-
sultas regulares, porque não
çaram a aparecer as justificações
tiveram acesso às mesmas,
de que alguém que morrera com
etc.), acabando por morrer
COVID19 já tinha várias co mor-
em consequência das doen-
bilidades (doenças). Agora, estas
ças crónicas que já tinham;
mortes são encaradas com toda a
por outro lado, podemos ter
naturalidade do mundo, apesar de
mais desfechos fatais decor-
ainda serem uma multidão, diaria-
rentes da COVID19 do que
mente, no mundo…
aquilo que colhemos direta-
Efetivamente, é provável que es-
mente...
tejamos a entrar numa outra fase
da pandemia. Talvez estejamos
a iniciar a endemia. O que eu não
acredito, quer tecnicamente, quer mana tenha. E este é o ponto-chave
enquanto pessoa, é que uma vida para encararmos esta e todas as pró-
humana valha menos do que outra ximas pandemias. É que os que “mi-
vida humana, independentemente nimizam” esta pandemia podem vir
das doenças que aquela vida hu- a ser “minimizados” na próxima.

“…também me parece estranho que desde

junho, há mais de três meses, não tenha
ocorrido qualquer outro óbito, nos Açores,
por COVID19”.

DECISÃO PRÓPRIA “Independentemente daquelas que possam ser as orientações a nível nacional, os Açores podem e devem, pegar na evidência científica e tomar as melhores
decisões, na defesa da saúde do povo açoriano

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|06| RegIãO 24.set.2022 DIÁRIO INSULAR

seminário aborda perspetivas do futuro da europa em mudança

Regiões ultraperiféricas recusam

assumir papel de “mão estendida”
Regiões ultraperiféricas
recusam ser “pedintes”
num contexto em que a
Europa deve beneficiar
da sua posição geoestra-
tégica num mundo em
mudança.

A Europa deve olhar para as suas

regiões ultraperiféricas como um
ativo geoestratégico, numa altura
em que a dimensão atlântica e o
desenvolvimento de novas áreas de
atividades económicas em setores
como o mar e o espaço assumem,
cada vez, mais uma maior relevân-
cia.
Esse foi um dos aspetos abordados
no seminário “O Papel das Regiões
Ultraperiféricas no Futuro da Euro-
pa”, promovido, ontem, em Angra
do Heroísmo, pela Câmara do Co-
mércio de Angra do Heroísmo, no
âmbito do programa City + apoiado
pelo Interreg.
O presidente do Comité das Re-
giões da Europa, Vasco Cordeiro
defendeu a necessidade das regi-
ões ultraperiféricas assumirem um
papel ativo na defesa dos seus inte-
resses, tendo em conta que existem
outros territórios da União Euro- sEminário Papel das regiões ultraperiféricas no futuro da Europa debatido em Angra do Heroísmo
peia que também pretendem ter um
tratamento diferenciado da União
Europeia devido às suas especifici- bretudo na modulação das políticas Europeu para as questões das regi- do valor que a Região acrescenta à
dades. comunitárias que se aplicam a estes ões ultraperiféricas. União Europeia, por isso não se tra-
Vasco Cordeiro afirmou que “a territórios.” Maria Graça Carvalho referiu que, ta de um exercício de pedir, mas de
defesa e a atenção à ultraperiferia Numa comunicação gravada em ao contrário do que acontecia no aportar valor”, afirmou.
no quadro da União Europeia não vídeo, a comissária europeia da passado, têm sido aprovadas medi- José Manuel Bolieiro referiu, tam-
pode ser algo que se baste com ati- Coesão e Reformas, Elisa Ferreira das específicas para as regiões ul- bém, que os Açores “são um exem-
tudes de simples contemplação dos vincou a relevância da Nova Estra- traperiféricas com o apoio dos gran- plo a seguir”, no que se refere à im-
valores e ativos destas regiões. Há tégia da Comissão Europeia para as des grupos políticos representados plementação de políticas que visam
um papel que todas as regiões ultra- RUPs, aprovada em maio em Bruxe- no Parlamento Europeu. a sustentabilidade ambiental e na
periféricas têm de continuar a de- las, no que se refere à possibilida- área das energias limpas.
senvolver para destacar diariamen- de das regiões terem acesso a mais “ExEmplo a sEguir” Por seu turno, o presidente da Câ-
te, de forma presente e insistente, fundos europeus. Na sessão de encerramento do se- mara do Comércio de Angra do He-
a importância e atualidade dos fun- Nesse âmbito, destacou o facto de minário, o presidente do Gover- roísmo, Marcos Couto também real-
damentos que deram origem à con- estar prevista, para o período de no Regional, José Manuel Bolieiro çou a necessidade de ser valorizada
sagração dessa realidade específica 2021-2027, uma dotação de 1,5 mil referiu que não pretende estar de a contribuição das regiões ultrape-
nos Tratados.” milhões de euros para programas “mão estendida” no que se refere riféricas no âmbito da definição das
Tendo em conta o potencial das de apoio às regiões ultraperiféricas à reivindicação de recursos de Bru- prioridades de Bruxelas.
regiões ultraperiféricas, Vasco Cor- que serão canalizados, sobretudo, xelas para o desenvolvimento dos “A Europa vive tempos difíceis com
deiro sublinhou, ainda, o “potencial através do Fundo de Coesão. Açores. “Estamos a assegurar uma a inflação e a guerra. Devemos ter
para o seu aprofundamento, não A eurodeputada do PSD, Maria Gra- mais-valia à União Europeia para a em conta essas dificuldades, mas
apenas na vertente que diz respeito ça Carvalho afirmou que existe uma sua afirmação do mundo. Não ab- também considerar as oportunida-
a fundos e financiamento, mas so- maior sensibilidade do Parlamento dicamos, em circunstância alguma, des”, disse.
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022
são várias dezenas de Produtores interessados em aderir ao modo de Produção
Leite biológico conta com
nova associação na Terceira
Francisco rocha Presidente da APL BIO afirma que há “muito” potencial na região para o biológico
O líder da APL BIO diz que nos Açores há condições
únicas para a produção de leite biológico. A Terceira
é o berço da primeira associação do país.
Está criada na ilha Terceira a pri-
meira associação de produtores
de leite biológico do país.
O presidente da APL BIO- Asso-
ciação de Produtores de Leite Bio-
lógico da Ilha Terceira, Francisco
Rocha, adiantou ao DI que a asso-
ciação foi constituída na semana
passada, com 17 membros.
A produção de leite biológico na
Terceira arrancou há perto de
quatro anos, por iniciativa da
UNICOL.
“Há dezenas de produtores de
leite a quererem aderir, mas, por
enquanto, só se apostou na produ-
ção de leite biológico. Estamos à
espera que apareçam outros pro-
dutos, como iogurtes, manteigas e
queijos, o que já daria para inte-
grar esses produtores” nesse pro-
jeto da UNICOL, considerou.
O “sonho” da associação é crescer,
mas Francisco Rocha reforçou que
isso não está apenas nas mãos dos
produtores. “A parte fabril é que
comanda essa questão dos produ-
tos”, referiu.
As ilhas açorianas, disse, “têm
uma capacidade enorme para o
biológico e o melhor clima do
mundo para trabalhar nesse sen-
tido”.
Acrescentou que “há tanto verde
para o animal comer todo o ano e,
em vez de andarmos com máqui-
nas, a vaca faz o trabalho todo”.
Os principais “trunfos” para os
produtores de leite biológico são
dois, apontou o presidente da
APL BIO. “Somos mais bem pagos
e temos menos trabalho, o que é
importante. Hoje em dia, a mão-
de-obra não existe, praticamente,
no setor da lavoura”, explicou.
Quanto à colaboração com as en-
tidades governamentais, o presi-
dente da APL BIO referiu que o
“conselho” de formar uma asso-
ciação também partiu do Gover-
no Regional, dado que a aposta
na agricultura biológica será uma
prioridade.
A associação será um espaço de
diálogo e de partilha de conheci-
mento. “Precisamos de uma as-
sociação para aprendermos uns
com os outros e necessitamos de
contacto com gente que esteja no
modo de produção biológico há
20, 30 anos... Que tenha experi-
ência no maneio e nos tratamen-
tos fitossanitários naturais, por
exemplo. Uma organização como
esta que agora criámos pode pro-
mover isso”, explicou Francisco
Rocha.
Como vincou o presidente da as-
sociação, as regras que são defini-
das para o modo de produção bio-
lógico “vêm de fora”, do Governo
da República e de Bruxelas.
“Podemos dar o nosso parecer,
tendo em conta a realidade da
nossa ilha e da região, sobre esses
regulamentos”, afirmou.
O preço do leite biológico pago ao
produtor na ilha Terceira é, em mé-
dia, de 50 cêntimos por litro.
RegIãO |07|
objetivo é reduzir custos
Rali dos Açores
fora do europeu
O promotor do Campeonato da Euro-
pa de Ralis da FIA informou a Comis-
são Organizadora do Azores Rallye
de que a prova não faz parte dos seus
planos para a temporada desportiva
de 2023.
A justificação apresentada pelo WRC
Promoter foi que a sua intenção é tor-
nar o campeonato mais central, para
reduzir o custo para as equipas parti-
cipantes, informa a organização.
Apesar do esforço da Comissão Or-
ganizadora do Azores Rallye, prova
que acontece sob a égide do Grupo
Desportivo Comercial, em garantir o
transporte marítimo e aéreo gratuitos
para as equipas, estas, mesmo assim,
consideram que a imobilização dos
meios é demasiado longa face às ou-
tras provas do campeonato, segundo
dá conta ainda o promotor.
comunicado
“Lamentamos profundamente esta
decisão, que não perspetivávamos,
uma vez que todas as entidades fede-
rativas elogiaram o evento, incluindo
o WRC Promoter, que apresentou à
Comissão Organizadora do Azores
Rallye uma proposta para a continui-
dade da prova em 2023 e 2024, a qual
estava a ser objeto de negociação”,
pode ler-se em comunicado, com a
organização a prometer trabalho.
“Vamos continuar a trabalhar na edi-
ção do próximo ano, a quinquagési-
ma sétima, com vista a garantir, em
conjunto com os nossos parceiros,
um evento com a qualidade que lhe
é reconhecida, esperando, no futuro,
voltar a integrar a competição máxi-
ma dos ralis a nível europeu”, acres-
centa.
Recorde-se que o Azores Rallye é
considerado a maior prova automobi-
lística das ilhas de bruma, constituin-
do, ao mesmo tempo, um reconheci-
do cartaz promocional.
fOtOgrAfIA AzOre rALLye/fAceBOOk
azores rallye Organização espera
regressar ao europeu
|08| RegIãO 24.set.2022 DIÁRIO INSULAR

Há 10.111 utentes inscritos

Listas de espera cirúrgicas

aumentam em julho e agosto
Em comparação com
2021, há um decrésci-
mo de 13,2% na lista de
espera cirúrgica nos Aço-
res, em agosto, mas face
ao mês anterior há um
aumento de 0,7%.

Os Açores registaram um aumento

de utentes em lista de espera cirúrgi-
ca em julho (0,2%) e agosto (0,7%),
face aos meses anteriores, depois
quatro meses consecutivos de desci-
da, segundo dados da Direção Regio-
nal da Saúde.
“Em agosto de 2022, aguardavam
em LIC [lista de espera cirúrgica]
um total de 10.111 utentes, o que
corresponde a um aumento de 0,7%
(mais 68 utentes), face ao mês ante-
rior”, lê-se no boletim informativo
mensal da Unidade Central de Ges-
tão de Inscritos para Cirurgia dos
Açores, referente a agosto.
Já em julho o número de utentes em
lista de espera tinha superado o va-
lor do mês anterior em 0,2%, com
10.043 inscritos. A subida surge de-
pois de terem sido registadas desci-
das mensais entre março e junho.
Em comparação com o período ho- cirurgias Tempo médio de espera nos Açores é de 429 dias, cerca de um ano e dois meses
mólogo continua a registar-se um
decréscimo. No final de agosto de
2022, existiam menos 1.532 utentes de 16% (menos 1.906 utentes). uma redução de 0,7%, enquanto o A percentagem de cirurgias realiza-
à espera de cirurgia do que no mes- O Hospital do Divino Espírito San- HSEIT (2.796) aumentou a lista de das dentro do TMRG aumentou, em
mo mês em 2021, um decréscimo de to (HDES), em Ponta Delgada, era espera em 5,1% e o HH (1.160) au- agosto, de 55,2% para 59,4%.
13,2%. O mesmo aconteceu no mês o que concentrava mais doentes em mentou em 1,5%. O cumprimento dos prazos é maior
de julho, em que houve uma descida espera (6.628), no final de agosto, Segundo o relatório, o tempo médio no Hospital da Horta (81,5%), se-
mas foi o único a reduzir lista face de espera por uma cirurgia nos Aço- guindo-se o da Terceira (71,9%) e o
ao mês anterior (-0,7%) e face ao pe- res era de 429 dias (cerca de um ano de Ponta Delgada (45,7%).
ríodo homólogo (-20,4%). e dois meses) no final de agosto, nú- A produção cirúrgica registou uma
No Hospital de Santo Espírito da mero igual ao registado em julho. quebra de 19,8% no mês de agosto,
Ilha Terceira (HSEIT), existiam Individualmente, os hospitais regis- tendo sido realizadas 611 cirurgias,
2.391 utentes em espera, mais 4,3% taram ligeiras subidas nos tempos menos 151 do que em julho.
do que em julho e mais 6% do que médios de espera. O hospital de A descida ocorreu no HSEIT (31,8%)
em agosto de 2021. Ponta Delgada aumentou a espera e no HDES (21,6%), tendo ocorrido
Já no Hospital da Horta (HH) esta- em um dia para 485, o da Terceira o inverso no HH, que aumentou a
vam inscritos para cirurgia 1.092 subiu três dias para 349 e o da Horta produção cirúrgica em 4,7%.
doentes, mais 1,2% do que no mês subiu dois dias para 266. Também as propostas cirúrgicas en-
anterior e mais 3% do que no perío- Apenas o Hospital da Horta tem um tradas registaram uma redução, em
do homólogo. tempo média de espera abaixo dos agosto. No total, foram 903 nos Aço-
O número de propostas cirúrgicas tempos máximos de resposta ga- res (menos 1,5% do que em julho).
em lista de espera no mês de agosto rantidos (TMRG) regulamentados, Apenas o hospital da Terceira regis-
também aumentou face a julho para que preveem que uma cirurgia com tou um aumento de propostas entra-
hseit Hospital registou aumento de 4,3% 11.362 (mais 0,9%). Com 7.406 pro- prioridade normal seja realizada no das (13,3%), com o HDES a baixar
na lista de espera cirúrgica em agosto postas inscritas, o HDES registou máximo em 270 dias. 9,3% e o HH 2,8%.
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022
Há 252 casos ativos, mais 18 do que na semana passada
Açores com 239
novos infetados
Covid-19 Corvo é a única ilha do arquipélago sem casos ativos
Terceira registou 30 no-
vos casos e tem 31 infe-
ções ativas.
Os Açores registaram, entre os dias
16 e 22 deste mês, 239 novos ca-
sos de infeção por SARS-CoV-2 e
221 recuperações, tendo agora 252
infeções ativas, mais 18 do que na
semana anterior, revelou ontem a
Autoridade Regional de Saúde.
No boletim semanal sobre a situa-
ção epidemiológica na Região, aque-
la entidade refere que, na sequência
da realização de 1.979 testes, foram
diagnosticados 153 casos em São
Miguel, 32 no Pico, 30 na Terceira,
nove no Faial, oito em Santa Maria,
seis em São Jorge e um nas Flores.
A Graciosa e o Corvo não regista-
ram novos casos.
Atualmente, a Região tem 252 casos
ativos, sendo 182 em São Miguel,
31 na Terceira, 21 no Pico, seis no
Faial, seis em São Jorge, três em
RegIãO |09|
gráfiCos maChado soares
Santa Maria, dois na Graciosa e
um nas Flores. O Corvo não regista
qualquer infetado.
Estão internados seis doentes nos
Açores (mais um do que na sema-
na anterior), sendo um em Angra
do Heroísmo, “por motivo de Co-
vid-19”, e cinco em Ponta Delgada,
“por outros motivos, mas positivos
à Covid-19”.
Segundo a Autoridade Regional de
Saúde, foram administradas nos
Açores 569.842 doses da vacina
contra a Covid-19, estando inocula-
da 92,5 por cento da população com
a vacinação completa (218.589)
e 54,7 por cento (129.315) com a
dose de reforço. A vacinação pe-
diátrica foi iniciada em 43,9 por
cento das crianças entre os cinco e
os 11 anos, estando 28,7 por cento
(4.892) com a vacinação completa.
Desde o início da pandemia, em
março de 2020, foram confirmados
na Região 120.505 casos de infeção
por SARS-CoV-2, 117 óbitos por
Covid-19 e 119.822 recuperações.
|10| OpINIãO
francisco maduro-dias
maduro.dias@gmail.com
Q
uando se afirma, nestes
escritos, que a história
do Mundo nos entrou e
entra, vezes sem conta,
pela porta dentro, nos Açores, ha-
verá quem ache exagero.
Pois bem! Aqui fica mais um des-
ses episódios, a atestar que não
é exagerada a afirmação, conta-
do que me foi pela boca e voz de
um antigo e muito amigo locutor
do Rádio Clube de Angra, de seu
nome Durvalino Sarmento, nasci-
do na Prainha do Norte, ilha do
Pico.
Certa noite, no dizer dele, come-
çou a ver complicadas manobras
de vários navios de guerra, com
muitas luzes e holofotes, rodean-
do um grande navio de transporte.
Era um vai e vem complicado, per-
cebendo-se que o navio maior se
deslocava devagar e que os outros
não o largavam, uns atrás e outros
à frente. Demorou tempo suficien-
rodolfo franca (*)
Orçamento Regional. O mote.
Finda a época estival e já lá vem, a pas-
so largo, amplo mesmo, aquela que é
a tão esperada, belíssima e performa-
tiva terceira época festival. Não, não é
mesmo o da canção, nem tão pouco o
do cinema, não se eximindo, porém,
de excessivas semelhanças. De tea-
tro há bastante, pena é que de muito
duvidosa qualidade, a representação.
Que boa fosse, ao menos, porém não.
Muito mau.
O nome que lhe daria, ao epopeico
festival, seria assim qualquer coisa do
género como “a arte de bem chantage-
ar sem que o eleitor nem sequer possa
imaginar”. Demasiado longo, o título?
Talvez, demasiado longo o título, po-
rém esta minha capacidade de síntese
- ou a falta dela, melhor dizendo - para
mais não deu. Nem sempre dá. Mas
adiante. Três pancadinhas de Moliè-
re e lá vai entrando, verdadeiramente
indignado, o senhor deputado deno-
minado de “o Independente”, e desde
logo avisando, alto e bom som, que
quem afinal por cá manda e a seguir
desmanda é mesmo o próprio. Ele.
Apesar de só. Apesar de brigado. Ape-
A Segunda Guerra vista da Prainha do Norte
te para ser um espectáculo digno
de ver, que os seus olhos de me-
nino guardaram bem, na estridên-
cia dos sons, no brilho das muitas
luzes, num rodopio que encheu o
canal entre as duas ilhas, duran-
te largo tempo. No dia seguinte a
calma havia voltado e ele guardou
esta história, décadas a fio, até
que a decidiu partilhar, bem mais
tarde.
Guardei a história no canto onde
venho juntando outras da segun-
da guerra, passadas noutras ilhas,
e eis que dou de caras, há algum
tempo, com este texto, na Inter-
net:
“Às 11h15 do dia 16 de janeiro de
1942, o Llangibby Castle (Coman-
dante Ronald Frederick Bayer)
seguindo no comboio WS-15 foi
torpedeado pelo U-402 ao norte
dos Açores. Um torpedo atingiu
a popa e explodiu a zona de ré e
o leme, mas as hélices permane-
Na submissa dependência de um senhor independente
sar de independente. O próprio. Ora
nem mais. E, portanto, que ninguém
lhe diga que ninguém lhe liga, porque
então é aí que o senhor Independente
afina e que a lagartinha começa mes-
mo a trepar caule acima, essa petrifi-
cante ameaça de, num qualquer destes
dias, chegar com efetividade inespera-
da àquelas que se julgam de verdejan-
tes e eternas folhas de couve. Rasgar
o acordo de incidência parlamentar é
afinal o que, metaforicamente falan-
do, significará subir às couves, bem
entendido.
É que aqui há atrasado, como se diz
lá no Norte, lembrara-se, tão ilus-
tre membro do governo regional, de
desvalorizar a brilhante ideia de im-
plementar um tarifário único para o
transporte coletivo rodoviário, afir-
mando uma coisa que, para Indepen-
dente que se preze, só poderá ser vista
como de redondamente inaceitável,
contrariando assim, de modo bastante
displicente, o incontrariável: “não é
exequível nem justo!” - disse. E pon-
to. Como?! Não é exequível nem jus-
to? Como assim, não é exequível nem
justo? Mas então que atrevimento vem
ceram intactas. 26 militares que
seguiam a bordo como passagei-
ros foram mortos pela explosão. A
tripulação de 184 homens e oito
artilheiros conseguiu manobrar
o navio a 9 nós para a Horta, nos
Açores, combatendo os ataques
de aviões alemães Fw200 no ca-
minho, auxiliados por voluntários
das tropas que guarneciam armas
antiaéreas. O neutro Portugal per-
mitiu apenas 14 dias para reparos
e em 2 de fevereiro, o navio teve
de partir com as tropas ainda a
bordo e seguir rumo a Gibraltar,
auxiliado pelo rebocador de resga-
te HMS Thames e escoltado pelos
três destróieres HMS Westcott (D
47) (Cdr I.H. Bockett-Pugh, RN),
HMS Exmoor (L 08) (LtCdr L.St.
G. Rich, RN) e HMS Croome (L
62) (LtCdr J.D. Hayes, RN). Em
3 de fevereiro, o pequeno com-
boio foi seguido por vários sub-
marinos, mas nenhum conseguiu
agora a ser este? Por acaso, senhora
secretária, já se apercebeu com quem
afinal está falando e logo em vésperas
do mais esperado, belíssimo e perfor-
mativo epopeico festival? Já?! E olhem
lá, atentos, que metadinha da larga-
tinha encontra-se já com os quatro
pezinhos da frente no tenro tronco,
corpinho arqueado e quase, quase,
quase a trepar, assim como que avi-
sando, “agarrem-me, agarrem-me, é
porque senão vou-me mesmo às cou-
ves!”. Cartinha de exigências em bom
andamento.
Mas alto lá e para o baile! Ordem no
palácio! Chazinho e biscoitinhos em
reconfortante degustação lá p’ro Paço
de Sant’Ana, e haja consensos. Meia-
dúzia de palmadinhas nas costas, um
permanente sorrisinho atencioso e
sempre bem direcionado ao senhor
deputado, e a coisa vai, isto resolve-
se. Palavra de presidente. Afinal de
contas, meu amigo, há que aprimorar
apenas com um pouquinho mais de
exatidão aquilo que a senhora secretá-
ria afirmou muito corretamente, ainda
que, pensando melhor, talvez mais
para o lado do incorretamente porque
24.set.2022 DIÁRIO INSULAR
atingir o navio, enquanto o HMS
Westcott afundou o U-581 (Pfei-
fer). Em 8 de fevereiro, o navio de
tropas chegou a Gibraltar a rebo-
que do rebocador e desembarcou
as tropas.
Em 6 de abril, o Llangibby Castle
deixou Gibraltar sob escolta após
reparos temporários, mas ainda
sem leme, rumo ao Reino Unido,
chegando em 13 de abril. Ao todo,
navegou 3.400 milhas sem leme
e com a popa muito danificada,
usando apenas os motores e héli-
ces para a direcção, um feito pelo
qual seu comandante foi premiado
com o CBE e o chefe e oficial de
engenharia o OBE e Lloyds War
Medal por bravura no mar “.
O que o meu saudoso amigo Dur-
valino Sarmento viu, naquele ano
de 1942, foi o Llangibby Castle e
a sua escolta, manobrando pelo
canal entre São Jorge e o Pico, a
caminho de Gibraltrar.
escutada pelo senhor Independente.
E já que assim foi, refletindo noutra
perspetiva, a medida, afinal, até nem
será sempre inexequível, digamos
assim, nem na verdade, tão completa-
mente injusta.
E é vê-las, então, às tais quatro amea-
çadoras patinhas recuando, caule abai-
xo, ligeiramente recuando, recuando,
passando apenas a duas. Cartinha de
exigências a entrar na gaveta.
Há muito que o jogo assim rola. Dos
mais pequenos e poderosos, aos maio-
res e ainda mais manietados. Não há
como, lá de quando em vez, se arrega-
çar bochechas até franzir bem todo o
rosto, e exibir sem medos, muitíssimo
bem exibidos, aqueles mais longos e
brancos caninos - naturalmente em
proporção da dimensão de cada um -
ainda que nem sempre longos, os cani-
nos, e ainda que nem sempre branca, a
tal dentuça. Não há. E, portanto, posto
isto, show must go on, my friends! Suba
o pano a outros atos e venham de lá es-
sas couves! Mas, oh, com cuidadinho...
é que a gaveta é só abrir…
(*) Deputado do PS na ALRAA
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022
José soares
A
inda me lembro do
tempo em que as mu-
lheres não podiam en-
trar nas igrejas católi-
cas com a cabeça destapada. O
véu era obrigatório.
Os homens, pelo contrário. Ti-
nham de tirar o chapéu ou o que
tivessem na cabeça. Inconcebível
entrarem com a cabeça coberta.
Desde há séculos que as mu-
lheres têm restrições por serem
mulheres.
No Velho Testamento, autêntico
manual machista, pode ler-se vá-
rios exemplos discriminatórios
sobre o género feminino. Desde
a serpente no Paraíso que chega
negativamente a Adão através de
Eva (é ela que insiste com Adão
para comer a maçã), passando
por Sansão e Dalida (é ela que
trai Sansão para lhe cortar o ca-
belo enquanto dorme e retirar-
lhe toda a força). E muitos mais
José Manuel Monteiro
O
s Orçamentos Regionais
são aprovados pela Assem-
bleia Legislativa Regional
e necessitam, por razões
óbvias, de uma unidade pública credí-
vel que acompanhe a sua preparação e
execução orçamental.
Como é natural, os deputados são
eleitos pelos cidadãos, representam
quem os elege, mas precisam de ter
apoio jurídico e económico a fim de
que os documentos apresentados a
plenário estejam em condições de se-
rem discutidos e aprovados.
Ora nota-se, que esses documentos
deveriam ser objeto de uma filtragem
técnica a fim de serem compatíveis
com as normas jurídicas e orçamen-
tais que regem o país, o que nem sem-
pre acontece.
Daí que seria útil, tal como acontece
na República, que existisse uma estru-
transparência
Os Véus no arsenal do medo
exemplos estão naquele manual
judaico que os católicos e cris-
tãos em geral adotaram.
O véu cobre ainda muitas outras
religiões, especialmente a orto-
doxia islâmica e, como sempre,
exclusivamente no feminino.
Na política há véus a cobrirem
as ideias de muitos líderes.
Por extensão religiosa, a Igreja
Ortodoxa russa continua com
enorme influência imperialista,
espelhando-se nas tiranias do co-
mando político da nação. Putin
recebe, diariamente, a bênção de
Cirilo I, Patriarca de Moscovo e
líder da Igreja Ortodoxa russa.
Como Patriarca de Moscovo, é
por isso a figura mais impor-
tante da Igreja Ortodoxa e peça
central da política russa nas úl-
timas décadas, sendo um dos pi-
lares de Vladimir Putin e um dos
acérrimos defensores da evasão
à Ucrânia.
Uma Unidade Técnica de Apoio Orçamental, precisa-se
tura para apoio jurídico e orçamental
na Assembleia Legislativa Regional.
A nível nacional, essa unidade de
apoio foi, num primeiro momento,
mal recebida pelos deputados, mas,
atualmente, existe um consenso gene-
ralizado da sua utilidade e o nível e
a qualidade dos documentos subiram
de forma considerável. Ora, é sabido
que o custo da Assembleia representa
já quase quinze milhões de euros, va-
lor, a meu ver, incomportável para as
nossas receitas fiscais, algo que vai ter
de ser ponderado mais tarde ou mais
cedo. Mas a existência de um poder
legislativo regional, como é o caso,
tem, no entanto, de ser exercido com
a dignidade necessária.
No Continente, esta unidade foi cria-
da em 2006, por iniciativa e aprova-
ção unanime de todos os partidos com
assento parlamentar, e nas suas com-
Originalmente chamado Vladi-
mir Mikhailovich Gundyayev,
nasceu em novembro de 1946
em Leningrado, atual São Peter-
sburgo e desde 01 de fevereiro
de 2009 que se chama Cirilo I.
Defensor dos valores religiosos
conservadores, já foi acusado de
ser ex-informador da KGB – o
serviço secreto soviético. Cirilo
I é um dos mais poderosos do
círculo restrito de Putin e tem
sido fulcral no reforço do auto-
ritarismo do Kremlin desde que
ascendeu ao mais alto cargo reli-
gioso na Rússia. Com o apoio de
Putin, Cirilo I assegurou a con-
solidação dos valores ortodoxos
na última revisão constitucional
russa, aprovada em 2020, in-
troduzindo diversos princípios
conservadores defendidos igual-
mente por Vladimir Putin, como
o casamento reservado aos he-
terossexuais, o nacionalismo e
petências principais, foi atribuído à
UTAO elaborar estudos e documentos
de trabalho técnico sobre a gestão or-
çamental e financeira pública, nomea-
damente a análise técnica da proposta
de lei de Orçamento de Estado e suas
alterações. Avaliação técnica sobre a
Conta Geral do Estado, acompanha-
mento técnico da execução orçamen-
tal, análise técnica às revisões do Pro-
grama de Estabilidade e Crescimento,
bem como outros estudos técnicos
sobre o impacto orçamental das ini-
ciativas legislativas.
É de lembrar que a independência
dos membros desta unidade já causou
atritos com o XVII e o XVIII Governo
Constitucional em 2009, por atraso
no lançamento do concurso público
que regia a sua atividade. A sua con-
tinuidade estava a ser posta em causa
no fim da legislatura do XVII Governo
OpINIãO |11|
a imunidade vitalícia dos presi-
dentes russos.
Esta pode ser a peça principal de
um puzzle que tem escapado aos
comentadores da guerra. Falam
nas ameaças nucleares de Pu-
tin, mas por ironia, o presidente
russo não sairá da retórica para
a prática, numa guerra nuclear
sem vencedores, porque Cirilo I,
sendo uma das únicas pessoas a
quem Putin escuta, irá dissuadi-
lo de tal holocausto.
Embora o Papa Francisco recen-
temente lhe tenha dito que os
homens da igreja “não devem
usar a linguagem política, mas
a linguagem de Deus”, o facto é
que Cirilo e Francisco continu-
am a manter conversações mais
ou menos confidenciais, sobre a
contenção nuclear a ter em con-
ta, para a sobrevivência de tudo
o que é vida no planeta. E nisso
estão ambos de acordo.
Constitucional, o que foi superado,
bem como dificuldades de acesso à
informação técnica dos ministérios,
o que marcou igualmente os seus pri-
meiros anos de trabalho.
O recrutamento dos técnicos foi feito
por concurso público e com a aprova-
ção da Resolução da Assembleia da Re-
pública 57/2010, em Junho de 2010. A
partir daí a UTAO passou a ser com-
posta por 8 a 10 especialistas, a recru-
tar através de mobilidade interna ou
cedência de interesse público.
Sugiro um modelo semelhante ao do
Continente, naturalmente mais redu-
zido, mas com ligações técnicas que
asseguram a qualidade do trabalho
produzido, pelo menos nos primeiros
tempos de atividade. Estou certo, que
tal como aconteceu a nível nacional, a
qualidade do trabalho produzido seria
gratificante para a Região.
|12| RegIãO 24.set.2022 DIÁRIO INSULAR

Programa visa a Promoção do envelhecimento ativo

Angra convida a ser “Turista na Tua Terra”

A Câmara Municipal de Angra do “uma especial atenção para com
Heroísmo (CMAH) está a desen- a população sénior do concelho,
volver o projeto “Turista na Tua implementando projetos que têm
Terra”, em parceria com a empre- como objetivo manter essa popu-
sa Terceira Tours. lação ativa”.
Segundo o município, este é “um “Neste sentido, estamos a ini-
programa que visa o envelheci- ciar, em setembro, um projeto na
mento ativo, possibilitando a to- área do turismo, que inclui cinco
dos os idosos que participam nas roteiros que vão permitir a essa
atividades, o despertar de capaci- população a visitação de miradou-
dades físicas, emocionais, mentais ros, reservas florestais, museus,
e sociais”. jardins e empresas do concelho”,
O projeto “Turista na Tua Terra”, refere.
de acordo com um comunicado “Deste modo os idosos do conce-
da CMAH, possibilitará a todos lho irão desfrutar de momentos de
os participantes dos centros de fruição, ao redescobrirem locais
convívio, centros de dia e lares do e a história do local onde vivem,
concelho de Angra do Heroísmo, permitindo ainda que apreciem a
“uma forma única de explorar a beleza da sua ilha”, acrescenta a
sua ilha, descobrindo ou redesco- vereadora do município angrense.
brindo lugares, paisagens, gentes
e tradições”. Aderir
A participação da população sé-
CinCo roteiros nior do concelho nas atividades é
Segundo Fátima Amorim, vere- possível com agendamento, atra-
adora da Câmara Municipal de vés do email “hajasaudemunici-
explorAr A ilhA Município colabora com a empresa Terceira Tours Angra do Heroísmo, a CMAH tem pal@gmail.com”.

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ELETRICISTA DE CENTRAL ENGENHEIRO MECÂNICO

(M/F) (M/F)

REF.ª: 1761 REF.ª: 1781

DESCRIÇÃO DA FUNÇÃO
Participar nas atividades de condução da central termoelétrica de modo a otimizar o seu desempenho,
DESCRIÇÃO DA FUNÇÃO assegurando os meios necessários e zelando pela conformidade dos procedimentos técnicos e de segurança da
Assegurar todas as atividades de manutenção elétrica de centrais e dos seus equipamentos, nomeadamente: central e do sistema electroprodutor. Participar no planeamento da manutenção dos grupos geradores e
investimentos a realizar na central, assim como no controlo orçamental da atividade.
executar trabalhos de montagem, conservação, ensaios e afinações, incluindo a deteção e reparação de avarias
em equipamentos elétricos, eletrónicos, pneumáticos e hidráulicos, sistemas de proteção e automatismos;
PERFIL DESEJADO LOCAL
interpretar esquemas, desenhos e instruções técnicas; executar trabalhos de conservação e limpeza de
equipamentos elétricos. • Licenciatura ou Mestrado em Engenharia Mecânica ou Departamento de Produção, na Central
Eletromecânica (preferencialmente); Termoelétrica do Pico, na ilha do Pico.
• Valoriza-se a formação académica ao nível do Mestrado

PERFIL DESEJADO LOCAL integrado;

• Habilitações Literárias ao nível do 12º Ano; Departamento de Manutenção, na Central • Conhecimentos ou experiência na área de motores diesel OFERECEMOS
• Formação preferencial na área de eletricidade; Termoelétrica das Flores, na ilha das Flores. e seus sistemas auxiliares (preferencialmente); Formação profissional inicial e contínua;

• Bons conhecimentos técnicos na área específica; • Inscrição na respetiva Ordem profissional

Integração em Grupo Empresarial forte e
• Conhecimentos de leitura e interpretação de esquemas; OFERECEMOS (preferencialmente);
com grande implantação nos Açores.
• Conhecimentos na área informática na ótica do utilizador; • Capacidade de organização, proatividade e de sentido de
Formação profissional inicial e contínua;
• Gosto por trabalho em equipa; responsabilidade;
Integração em Grupo Empresarial forte e
• Disponibilidade para viajar; • Capacidade de liderança de equipas;
com grande implantação nos Açores.
• Carta de condução. • Domínio de ferramentas informáticas na ótica do
utilizador;
• Conhecimentos na área de segurança, ambiente e
qualidade (preferencialmente);
• Bons conhecimentos da Língua Inglesa;
• Disponibilidade para deslocações;
As candidaturas deverão ser efetuadas até ao dia 28 de setembro em www.eda.pt. No menu principal, selecione
• Carta de Condução.
Mediateca > Anúncios > Recrutamentos ou clique em "Trabalhe connosco" no rodapé. O processo de seleção será
constituído por três fases eliminatórias: avaliação curricular, avaliação psicotécnica e entrevista. As candidaturas deverão ser efetuadas até ao dia 30 de setembro em www.eda.pt. No menu principal, selecione
Mediateca > Anúncios > Recrutamentos ou clique em "Trabalhe connosco" no rodapé. O processo de seleção será
Em caso de dúvidas contacte a Direção de Gestão de Recursos Humanos através do n.º 296 202 185. constituído por três fases eliminatórias: avaliação curricular, avaliação psicotécnica e entrevista.

Em caso de dúvidas contacte a Direção de Gestão de Recursos Humanos através do n.º 296 202 185.
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022
grupo central sob aviso vermelho até às 15h00 de hoje
Gaston traz chuva e vento
A tempestade tropical Gaston deve atravessar o ar-
quipélago, entre o grupo ocidental e o central, pro-
vocando chuva forte, vento e agitação marítima.
As ilhas do grupo central estão sob
aviso vermelho (o mais elevado da
escala) até às 15h00 de hoje, devi-
do à possibilidade de ocorrência de
precipitação forte, provocada pela
tempestade tropical Gaston.
O aviso vermelho, referente à chu-
va, teve início às 21h00 de ontem.
O Instituto Português do Mar e da
Atmosfera (IPMA) colocou também
o grupo central sob aviso amarelo,
entre as 18h00 de ontem e as 18h00
de hoje, devido ao vento de qua-
drante sul.
Há ainda um aviso amarelo referen-
te à agitação marítima até às 12h00
de hoje, que teve início às 18h00 de
ontem.
A última previsão da trajetória da
tempestade tropical indicava que o
Gaston iria “atravessar o arquipé-
lago entre as ilhas dos grupos oci-
dental e central”, provocando “um
aumento da intensidade do vento,
com rajadas na ordem dos 90 km/h
no grupo ocidental e na ordem dos
100 km/h no grupo central, e da agi-
RegIãO |13|
tação marítima”.
“Embora seja esperada precipitação
por vezes forte em todo o arquipé-
lago, prevê-se que no grupo central
seja mais intensa e com maiores
valores acumulados. Espera-se que,
entre a noite de sexta-feira a madru-
gada e manhã de sábado seja o mo-
mento em que o estado do tempo
seja mais severo”, avançou o IPMA.
As ilhas do grupo ocidental estão
sob aviso amarelo até às 06h00 de
amanhã, devido à agitação maríti-
ma e até às 12h00 de amanhã, devi-
do ao vento e à precipitação.
Já as ilhas do grupo oriental estão
sob aviso amarelo até às 12h00
de hoje, devido à possibilidade de
ocorrência de chuva por vezes for-
te, que pode ser acompanhada por
trovoada.
A Proteção Civil recomenda que
sejam tomadas medidas de autopro-
teção, como circular nas estradas só
em caso de necessidade, fechar bem
portas, janelas e persianas e abrigar
animais.
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|14| OpINIãO
Diniz Borges
A emigração açoriana (sim, açoriana porque é
de todas as ilhas) para a Califórnia, data, como
se sabe o século XIX. Já então marcávamos
presença em muitas cidades, pequenas e gran-
des, deste estado. Basta olharmos à literatura
açoriana e, de uma forma particular, à poesia
de Pedro da Silveira, cujo centenário estamos
a celebrar para ver, que as Califórnias perdidas
de abundância foram - quem sabe se ainda são -
uma parte importante do nosso imaginário. Num
tempo em que se pensava em termos de ilha, e
não de arquipélago, em que se distinguiam di-
ferenças, algo sempre nos uniu: os primos da
América. O mundo vivido em todas as ilhas, de
muitas partidas e poucos regressos. E o trajeto
de muitos acabava de ser o Eldorado americano.
Ainda hoje a presença açoriana na Califórnia é
salutar. Ainda é o estado com maior número de
açorianos e açor-descendentes. São cerca de 350
mil os californianos que se identificaram como
sendo de origem portuguesa, nos números que
ainda são os oficiais - daqui a poucos meses tere-
mos os do censo de 2020. Desses, cerca de 90%
vieram ou têm raízes neste arquipélago. Como
tenho dito, repetidamente: só se entende a co-
munidade de origem portuguesa na Califórnia,
entendendo-se os Açores.
Segundo os dados da companhia de dados demo-
gráficos ZipAltas, também baseados no censo
americano, existem 934 cidades que têm popu-
lação de origem portuguesa, ou seja, de origem
açoriana. Hilmar, com cerca de 7 mil habitan-
tes, tem uma população de origem portuguesa,
quase toda com origens nos Açores, que ronda
os 30,2% e é décima-primeira cidade americana
mais portuguesa em termos de percentagem da
sua população. E com a maior percentagem de
portugueses na Califórnia. As cidades seguintes,
percentualmente falando, a nível de residentes
de origem portuguesa são: Crows Landing com
29,8%; Gustine com 27,6%; Stevinson com
20,2%; Tipton com 14,6% e Newman com
13,8%. Das médias cidades californianas, ou
seja, as que têm entre 50 a 90 mil habitantes,
Tulare é a primeira, em termos percentuais, com
9,8%; Hanford em segundo lugar com 9,6%;
Turlock com 8,11%; e Manteca com 5,9%, todas
no Vale, onde como escreveu Pedro da Silveira:
“o suor da nossa gente fertilizando a terra / do
San Joaquin Valley! / Os nossos irmãos…/ er-
gueram vilas e cidades na pátria estrangeira.” ‘
Outras cidades, também extremamente conheci-
das pelas suas dinâmicas comunidades, algumas
pelas sus festas, têm percentagens variadas. Eis
alguns exemplos: Artesia com 9,6%; Los Ba-
nos 7,6%; San Leandro 5,5% Livingston com
4,6%. Existem outras zonas onde a população
de origem portuguesa tem decrescido devido às
mudanças para outras zonas, como no Chino,
Cheirando a Sal:
Das califórnias que não queremos perder (*)
onde a população de origem portuguesa é de
1,8% 76 mil habitantes e Santa Clara na ordem
dos 3,5%.
Nas grandes cidades californianas, as seis maio-
res cidades deste estado, apesar de em algumas
termos comunidades vitais e extremamente
ativas (outras nem tanto) as percentagens são,
obviamente, muito mais pequenas. Na maior
cidade Los Angeles, com cerca de 4 milhões de
habitantes a população de origem portuguesa é
de 0,08% (e aqui até há uma maior percentagem
de portugueses com origem em Portugal conti-
nental, alguns como funcionários das industrias
conhecidas dessa cidade, na segunda maior ci-
dade da Califórnia San Diego, a percentagem é
de 0,63%, uma zona que tem uma das maiores
comunidades com origem no arquipélago da
Madeira; na terceira maior cidade da Califórnia,
San José a percentagem é de 1,6%; San Diego,
na quarta maior cidade, São Francisco, 0,44%;
na quinta maior cidade da Califórnia (recente-
mente descrita como uma zona muito rural – tem
550 mil habitantes- afirmação muito infeliz) a
percentagem é de 1,09%; na sexta maior cidade,
Sacramento, a percentagem é de 1, 08%.
Como curiosidade o vale de Yosemite que tem
1740 habitantes possui uma percentagem de
portugueses na ordem dos 0,82%, Palm Springs
0.03% e a cidade com o menos índice de portu-
gueses, porque há cidades que registaram zero,
foi a cidade de Bell, no sul da Califórnia, com
uma percentagem de 0.01% dos seus cerca de
107 mil habitantes.
Se os números governam o mundo como o disse
Platão, é importante que saibamos estes núme-
ros, que tomemos consciência dos mesmos, que
os utilizemos a nosso favor. É que são estes os
números que as entidades americanas usam para
determinar serviços, apoiar grupos étnicos, entre
muitas ouras realidades. E o que estes números
nos dizem é que há zonas que estão subaprovei-
tadas e há outras que por mais que nos esforce-
mos pouco se poderá fazer, a não ser que haja
uma nova onda emigratória dos Açores, e todos
sabemos que é pouco provável, porque como
escreveu Pedro da Silveira: “nas nossas ilhas
ergueremos / o sonho que te negaram. O nos-
so mundo.” E estes números serão ainda mais
importantes com as mudanças demográficas que
a Califórnia vive. Aliás, esse é um dos nossos
problemas principais: a diáspora açoriana, ma-
deirense e portuguesa na califórnia não é a mes-
ma de há 10 anos, muito menos de há 25 anos e
teimamos em fazer o que fazíamos, nessas déca-
das. Os números dizem-nos que temos de olhar
para a nossa presença numérica no mundo ca-
liforniano, e capitalizarmos em algumas zonas,
particularmente no que concerne ao ensino da
língua portuguesa e de a termos nos currículos
para o último porto da memória.
Pedro da Silveira in Regresso
do ensino oficial americano. É a nossa tábua de
salvação! Não porque todos ficarão fluentes, não
sejamos ingénuos, mas porque é o instrumento
certo para que façamos parente integrante do
multiculturalismo deste estado.
É impensável, por exemplo, que na cidade de
Gustine, onde somos quase 28% da população
não tenhamos cursos de língua e cultura portu-
guesas. Ou mesmo em Newman, onde somos
quase 14%, em Artesia e Hanford onde somos
quase 10%. Artesia que no começo da década
de 1990, há 30 anos tinha um dos programas
exemplares, a nível primário e secundário e com
a CSU Fullerton ao lado com cursos cheios de
alunos. E isso só pode acontecer com a força que
essas comunidades têm nas suas respetivas cida-
des. E em cidades onde representamos entre 9%
até quase 30% da população temos influência e
podemos movimentar montanhas. Diria mesmo
que em pequenas e médias cidades deste estado,
com populações entre os 10 e os 80 mil, onde
temos presença que oscila entre os 4 e os 10% da
população, considerando a autonomia escolar,
podíamos, se quiséssemos, movimentarmo-nos
e criar as condições necessárias para instituir-se
mais cursos de língua e cultura portuguesas nos
currículos do ensino oficial americano. Isso só se
faz com a comunidade. Mais, temos de enfrentar
a realidade que com a americanização das nossas
famílias, com os pais e os avós a falarem cada
vez menos português com os seus filhos e netos,
ter a língua e cultura portuguesas nos currículos
americanos é a forma mais prática, mais realista,
mais segura de passarmos o nosso legado cultu-
ral às novas gerações e de a partilharmos com a
miríade de etnicidades e raças que compõem o
multiculturalismo californiano.
A realidade é que podemos fazer todas as festas
e romarias, mas se não tivermos o nosso mundo,
incluindo a língua portuguesa e as culturas do
mundo português, onde certamente estará a aço-
riana, nos currículos do ensino público america-
no, caminhamos para uma fossilização da nossa
diáspora na Califórnia. Uma comunidade pode
ter uma grande festa, um grande banquete com
visitantes do outro lado do atlântico, podemos
alimentar os nossos egos pessoais e coletivos,
com todas as ficções, as bem contadas e mas mal
contadas, mas se essa comunidade não tiver uma
escola a ensinar a língua portuguesa (entenda-se
desde escolas públicas a universidades, incluin-
do os subentendidos – em Portugal- community
colleges), se essa comunidade não tiver presença
no poder político californiano, presença respon-
sável, se os nossos produtos, desde a gastrono-
mia à música e à cultura não fizerem parte do
mundo que nos rodeia, nessa cidade, grande ou
pequena, estaremos a viver o mundo dos ditos
“factos alternativos.” Daí que não entendo, nun-
24.set.2022 DIÁRIO INSULAR
Tudo como quem embarca
ca entenderei, porque é que quando qualquer
membro do governo, nacional ou regional, in-
dependentemente do cargo, visite a Califórnia,
não haja um momento para se promover a língua
portuguesa, e por osmose as culturas do mundo
português, no ensino público.
Duas situações, pontuais, mas que merecem
uma breve reflexão. Primeiro, em 2018, quan-
do aqui esteve o Primeiro-Ministro António
Costa, conheci uma autarca de origem portu-
guesa, na conversa de mesa de banquete, falou
de que estava a trabalhar para que se instituísse
o ensino da língua portuguesa (que já tinha tido
presença em tempos idos) na cidade onde tinha
responsabilidades camarárias. Quatro anos mais
tarde ainda não há curso. Não questiono a boa
vontade, questiono sim, a falta de pressão que
tem de vir da comunidade, porque palavras em
momentos de banquete, que só servem para as-
soprar, o que um amigo meu diz ser; “gamas de
balão” e voltam sempre em cada visita, em cada
momento, dito oficial, não nos trazem a comuni-
dade que precisamos.
Segundo, há dúzia e meia de anos falava eu so-
bre a realidade dos números (do recenseamento
do ano 2000) com várias pessoas num aconte-
cimento social e houve alguém que me disses-
se: “esses números do governo estão errados e
não contam para nada. É que só na minha rua
conheço pelo menos 20 portugueses. Alguns
nem sabem que são portugueses.” Pois, mas o
problema é que são esses números que contam
nas edilidades americanas, nos condados e nos
estados e não os que são falsamente apregoados.
Mais, o Senhor, sem o saber, tocou com o dedo
na ferida: há portugueses que nem sabem que
o são até porque o seu mundo é o mundo nor-
te-americano e não tiveram acesso à língua e à
cultura portuguesas porque há demasiado tempo
que não temos escolas públicas com o ensino da
língua e cultura portuguesas. Mas a verdade é
que só com a integração da comunidade no meio
norte-americano é que conseguiremos preservar
e disseminar o nosso legado linguístico e cultu-
ral.
Nesta matéria, e em muitas outras, os Açores, no
que concerne à Califórnia, têm uma responsabi-
lidade dupla. Não estivesse a nossa história das
ilhas intimamente ligada aos “calafonas”, a nos-
sa literatura, a nossa poesia, cheia de referências
a quem foi, como escreveu Pedro da Silveira:
“p’ra mundos estranhos de línguas estranhas.”
Não podemos caminhar para um mundo califor-
niano, para uma Diáspora, onde os Açores, para
as novas gerações, sejam o reverso: um mundo
estranho com uma língua estranha.
(*) Título e subtítulo de dois poemas de Pedro
da Silveira
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022
rogério sousa
um engano é o de que o problema
da escassez de docentes nas nossas
escolas – regionais e nacionais – se
resolve com dinheiro. não se trata
apenas de uma questão monetária.
décadas de desinvestimento na edu-
cação, em sucessivos governos – ps,
psd, cds –, tal como acontece pre-
sentemente na área da saúde, con-
tribuíram para chegarmos ao estado
actual das coisas. o desinvestimento
não foi apenas financeiro e de recur-
sos humanos. foi também social: o
desinvestimento que a sociedade fez
em determinados funções, como a
docência, em detrimento de investi-
mentos noutras.
portugal elevou uma geração pós-
25-de-abril de licenciados ao estatu-
to de “doutores”, correndo frenetica-
mente contra o atraso resultante de
quarenta anos de estado novo e falta
de igualdade no acesso à educação,
fazendo com que todos os pais qui-
sessem que os seus filhos fossem, de
alguma forma, licenciados e tives-
sem, automaticamente, um emprego
condizente. não importava a média,
a competência ou a capacidade – era
uma conquista tácita: ao canudo
equivaleria obrigatoriamente o em-
prego correspondente.
de repente, as letras e as humani-
dades deixaram de ter importância,
sendo rapidamente substituídas pe-
los novos deuses das engenharias,
das informáticas, das novas tendên-
cias da sociedade, criando esta ideia
peregrina – e contra a qual nos de-
vemos colocar – de que as universi-
dades são fábricas de especialistas,
orientadas e financiadas pelas osci-
lações das bolsas de mercado, pelas
necessidades das empresas, e pela
orientação enviesada de que “tempo
é dinheiro”.
a verdade é que, da mesma forma que
precisamos de cursos profissionais
e de ofertas vocacionais orientadas
para profissões técnicas e de entra-
da directa no mercado de trabalho,
também precisamos de licenciaturas
e ofertas de ensino superior para áre-
morte da bezerra
mmxxii.20
(des)enganos da educação
as que, podendo não ser as mais ne-
cessitadas em determinadas alturas
particulares, são sempre necessárias
e haverá sempre necessidade para
elas. basta olharmos à nossa volta na
educação e na saúde.
afirmar que certas áreas de formação
não têm qualquer interesse numa de-
terminada sociedade é ser obtuso e
tendencioso. não podemos ir todos
para o mesmo lado, é certo, sob pena
de saturação da oferta, mas devemos
ter variados lados para seguir, sob
pena de andarmos sempre a apagar
fogos e a tapar buracos. a autoriza-
ção de abertura de cursos nas uni-
versidades não deveria ser tabelada
pelo mercado de trabalho.
o partido socialista tem na figura da
maria de lurdes rodrigues a manifes-
tação desse desinvestimento na edu-
cação, ao passo que o partido social
democrata tem na figura de nuno
crato, para além do desinvestimento,
a manifestação prática de uma de-
terminada elite saudosista que teima
em ressuscitar as práticas da “dita
dura”, através dos famosos exames
da quarta classe.
aqui, pelas nossas ilhas, na altura da
campanha eleitoral, em debate tele-
visivo com o anterior presidente do
governo dos açores, o agora presi-
dente afirmou que, a sê-lo, resolve-
ria de uma vez por toda o problema
da instabilidade da classe docente,
dotando todas as escolas dos açores
dos recursos humanos necessários,
nem que para isso tivesse que con-
tratar mais professores e auxiliares
do que o estritamente necessário. o
discurso do “não pouparemos esfor-
ços” e a certeza de que o dinheiro
resolve o problema.
infelizmente, não resolve. tanto não
resolve que este é o segundo ano lec-
tivo seguinte que apresenta uma gri-
tante falta de docentes e de assisten-
tes operacionais nas escolas, apesar
de a secretária da educação ter feito
notícia no final de agosto de que
haviam preenchido todos os horá-
rios disponíveis, havendo, portanto,
100% de colocações de professores.
a verdade é que, poucos dias depois,
a escola mouzinho da silveira anun-
ciava na bep açores 5 horários para
contratação, e muitas outras escolas
se seguiram, até ao arranque do ano
lectivo com centenas de horários por
atribuir.
foi um fait-divers de final de silly
season, para dar uma notícia positi-
va na área da educação (se bem que
efémera) e começar a sacudir o pó ao
início deste ano lectivo, que arranca
com a novidade dos manuais digitais
e a sua implementação gradual e ge-
neralizada nos açores. um projecto
iniciado pelo partido socialista no
continente, entretanto disseminado
para os açores e madeira.
sou um velho do restelo moderado,
sempre que me tentam vender uma
tecnologia topo de gama, à frente
de todos os outros. prefiro alguma
cautela, perceber a implementação
da tecnologia, e de que forma a so-
ciedade a ela se adapta, do que saltar
de cabeça numa adopção completa,
sem alternativas, à laia do famoso
leap of faith do indiana jones, no fi-
nal da última cruzada.
não me esqueço do laserdisc, do
minidisc, do videocd, do divx, dos
discos iomega zip, apenas para no-
mear uns poucos, que, à semelhança
de uma miríade de outras tecnolo-
gias, vaticinavam, com a certeza da
inevitabilidade, virem revolucionar
o sistema e substituir os meios an-
teriores, e avisavam que quem não
embarcasse no comboio arrepender-
se-ia para o resto da sua vida.
o certo é que todas essas maravilhas
revolucionárias acabaram os seus
dias a ganhar pó nas prateleiras das
arrecadações e nos sótãos do esque-
cimento, ultrapassadas por outras, e
resgatadas do olvido completo em
artigos de divulgação ao estilo “10
tecnologias que falharam no tem-
po”, ou “conheça as inovações do
passado que não vingaram”, entre
OpINIãO |15|
outros títulos semelhantes, para nos-
so scroll e entretenimento.
como tal, vejo com cepticismo um
caminho que opte pela completa
substituição de manuais digitais em
detrimento de manuais físicos. vejo
com preocupação qualquer caminho
que contribua para o crescimento e
controlo dos grupos editoriais sobre
os conteúdos lectivos, um caminho
que reduz os professores a acompa-
nhantes do manual e os alunos a se-
guidores dos acompanhantes.
o caminho que o governo dos açores
estava a percorrer era um de autono-
mia das escolas, de projecto escolar,
de progressivo afastamento da lógi-
ca do “manual” e aproximação da
lógica da aprendizagem com múlti-
plas fontes, digitais, livres e adap-
táveis às variadíssimas realidades
formativas dos diversos percursos
oferecidos pelas nossas escolas.
projectos como a reda – recursos
educativos digitais abertos, ou o
projecto topa – traz o teu próprio
aparelho, são exemplos deste cami-
nho, assim como o sge – sistema de
gestão escolar que, pese embora as
dores naturais de tudo o que nasce, é
presentemente caso único no país, e
um exemplo de boas práticas no que
à digitalização e transição digital diz
respeito ao nível da educação.
ao optar por um caminho que é, na
prática, a aquisição de licenças de
utilização da plataforma “escola vir-
tual” e a sua disseminação por todas
as escolas dos açores, com recurso a
dispositivos móveis, o governo dos
açores entrega de mão beijada os
dados de gestão escolar dos açores à
porto editora.
macacos me mordam se daqui a pou-
co tempo não temos todas as escolas
dos açores a adoptar somente manu-
ais do grupo porto editora.
escreve de acordo com o pré-acordo  
(https://naeveda.blogspot.com)
|16| OpINIãO
Vamberto Freitas
A
citação que vai aqui como
epígrafe vem das últimas pá-
ginas do novo e incomparável
livro de Luís Filipe Sarmento,
simplesmente intitulado Beat. Nascido
em Lisboa onde tem passado toda a vida
por entre as suas infindáveis deambu-
lações pelo mundo como viajante para
quem a literatura e muito especialmente
a poesia é uma da afirmação duradou-
ra do seu ser, estendendo-se sempre ao
diálogo e à fraternidade com os mais
diversos colegas e escritores de outros
lugares e tempos. O autor de quem falo
aqui publicou ainda há pouco tempo
uma extensa colectânea da sua obra,
Ao Rubro: Obra Poética Reunida 1975-
2020 (Poética Edições, 2021), e posso
afirmar sem qualquer hesitação que
toda a sua escrita vibra com linguagens
de uma força pouco comum entre nós.
Não obedece a escolas e muito menos
a modas literárias, quase sempre imita-
tivas do que outros e outras fazem em
geografias ora por perto, ora distantes,
esses que aparecem e desaparecem com
a mesma rapidez dos instantes em que se
pensam mestres da palavra, e são perio-
dicamente elevados a um panteão imagi-
nário e ao qual serão os únicos ocupan-
tes. Luís Filipe Sarmento é um rebelde
sem causa, mas nem tanto. Toda a sua
vida, depois uma longa carreira na RTP,
está dedicada à literatura como acto li-
bertador de cada um dos seus praticantes
e leitores, tem como centro a liberdade
humana e o desafio às nossas socieda-
des desde sempre dominadas pelos mais
gananciosos e devoradores poderes. Par-
cialmente educado na estrada também
do nosso país quando viajava com a mãe
que era artista de um circo, identifica-se
insistentemente no presente livro como
cigano (a palavra é sua), tendo depois
frequentado a Universidade de Lisboa
onde estudou Filosofia. A sua poesia é
essa constante aproximação ao Outro na
tentativa de uma vivência sem amarras,
para além do amor agora estável, e que a
idade aconselha. Nascido nos meados da
década de 50, viveria a sua cidade cin-
zenta (relembro o título de um livro do
açoriano Dias de Melo), correndo pelas
ruas, explorando sem limites tudo que
Luís Filipe Sarmento E A Geração Beat Americana
lhe despertava curiosidade e novos sa-
bores e saberes. O tempo desta prosa po-
ética é o presente que lembra e homena-
geia a Geração Beat americana nos seus
momentos de maior contundência da es-
crita que a partir de Jack Kerouac até ao
recentemente falecido Jack Hirschman
(1933-2021) foram a mais consequente
resistência ao sistema, acabando por dar
início à rebelião cultural, social e polí-
tica dos que lhes seguiriam ou ainda os
acompanhavam nos anos 60, os hippies
e outros marginais da paz e da devoção
aos proibidos prazeres que haviam sido
reprimidos fortemente pela era de Jose-
ph MacCarthy, o proto-fascista que deu
cabo de milhares de vidas profissionais,
particularmente cruel para os artistas de
todos os quadrantes norte-americanos.
Creio ser melhor dizê-lo sem mais de-
moras: Luís Filipe Sarmento foi amigo
chegado de dois nomes agora históricos
da literatura: Lawrence Ferlinghetti, de
descendência italo-portuguesa e funda-
dor da mítica livraria City Lights, em
São Francisco, assim como de Hirsch-
man, numa convivência constante em
pessoa e através das obras literárias de
ambos.
Aliás, a nova editora portuguesa The Po-
ets And Dragons Society tem os livros
da City Lights como formato agora tam-
bém na nossa língua, em estreita cola-
boração e parceria modelar. Beat é esse
elegante volume de quase quatrocentas
páginas da mais quente e “uivante” pro-
sa que me foi dado ler no nosso país du-
rante estes últimos anos. É um intenso
diálogo na forma de prosa-poética e que
recorda frequentemente a escrita auto-
mática, torrencial, do autor do romance
On The Road, Jack Koureac: rejeição
total dos chamados cânones académicos
ou sustentados por certa crítica mais ou
menos independente – Allen Ginsberg,
Lawrence Ferlinghetti, William Burrou-
ghs, Gregory Corso, Diane Di Prima,
William Carlos Williams, Jack Koureac,
e, uma vez mais, Jack Hirschman, esse
rebelde em luta constante pela dignida-
de de todos e em toda a parte. Cada um
destes escritores desperta em Luís Fili-
pe Sarmento memórias do seu primei-
ro encontro tanto com alguns dos seus
Nunca saberemos traduzir a linguagem secreta da alma
quando o beijo a toca na sua mais profunda intimidade.
Luís Filipe Sarmento, Beat
colegas que fizeram de São Francisco a
sua paragem de festa e luta, assim como
no contexto da vida portuguesa que foi
a dele, o seu quotidiano nos anos de
escuridão, e baile da festa que foi o 25
de Abril de 1974, depois a denúncia,
sempre, do oportunismo carreirista que
haveria de tomar conta das rédeas das
nossas vidas. Howl, “Uivo”, de Allen
Ginesberg, publicado em 1956, é ouvido
em praticamente todas estas páginas, só
que agora o triunfalismo desafiador do
poeta americano permanece, mas por
vezes é de igual modo um lamento con-
tra, agora mais do que nunca, a socieda-
de de consumidores passivos, de pseu-
do-arte que popularmente toma formas
de falsa inocência para vingar de todos
os modos que seja lucrativa, a falsifica-
ção da real condição humana um mero
gesto estudado entre todas as classes so-
ciais amarradas à retórica prevalecente,
e que querem que seja incontestável. O
famoso Poço da Morte em espectáculo
é aqui tão real como metafórico nas pa-
lavras do riso dilacerante a cada passo
em Beat. Luís Filipe Sarmento, por entre
tudo o resto, tem os Açores como terri-
tório íntimo das suas pátrias escolhidas,
e visita-nos com frequência para partici-
par em encontros culturais, rever sempre
os seus amigos e amigas num abraço que
ele estende como contraponto decisivo
às ruínas em que, todos, vivemos nos
dias que correm.
“Lisboa. Lisboa. Se fosse – escreve ele
logo na primeira página de Beat, no di-
álogo de abertura com Jack Kerouac – a
viagem em busca do Sol. O Oceano. A
marinhagem. O vazio. Nunca a solidão.
O universo dos peixes. A ilusão dos
céus. As ilhas atlantes. As amantes. E
descobririas os Açores, Jack. E sentirias
os vulcões na alma da cabeça. A lava
a escorrer-te pela garganta. O enxofre
como gelatina ainda a ferver. Os quei-
jos de São Jorge matando o dragão da
fome. A espada flamejante do sabor. O
vinho do Pico para outras inebriações. O
olvido do ser de quem sai. Moribundo.
Lisboa à vista. A nau Catrineta. O astro-
lábio do teu olhar orientando-te no Mar
Tenebroso. Lisboa. Lisboa à vista. Já
não encontrarás Ian Fleming, mas sim
24.set.2022 DIÁRIO INSULAR
as suas histórias. A Lisboa maçónica do
cais das colunas. E serias de Lisboa nes-
sa noite no ventre das varinas. Nos pre-
gões dos ofícios ambulantes. Serias de
Lisboa on the sea. Pelo mar fora. Nesta
Lisboa marginal. Periférica. Do fado ge-
mido nas vielas clandestinas. Serias da
leitura de Lisboa”.
Uma alegre confissão da minha parte.
Foi Luís Filipe Sarmento que me deu
a alegria de dialogar directamente com
o último grande poeta beat americano
quando me incluiu num zoom a partir de
São Francisco, e dirigido por por Jack
Hirschman numa celebração do 25 de
Abril, que ele, Jack, chamaria sempre a
última revolução romântica no Ocidente.
Este novo livro é, para mim, uma inigua-
lável celebração simultânea da literatura
híbrida, rica, musical, desafiadora, sem
correntes ou temores reputacionais, por
assim dizer, de qualquer espécie. Pelo
meio, Sarmento vai convocando outras
das suas referências americanas e euro-
peias. Quando menciona Walt Whitman
mais do que uma vez sei que tem Fer-
nando Pessoa em mente, guarda-o na
cabeça e no coração. O seu uivo repetido
vai também para o oportunismo mercan-
til de muita da nossa literatura moderna.
Apresenta-se só nesta delirante prosa, e
assim quer ficar. Só que os seus leitores
nunca o deixarão, para além dos medos
de rejeitarmos muita da escrita publici-
tada como sendo a grande novidade em
determinados momentos. Depois consta-
tamos que depressa é esquecida, como
diria um outro, para sempre.
Beat vem brilhantemente prefaciado por
Graça Capinha, Professora na Univer-
sidade de Coimbra. Na ordem política
internacional do momento pode irritar al-
guns, mas a melhor crítica ensaística nun-
ca é institucional – parte de mentes livres
e devidamente informadas sobre o mun-
do real e das letras. Por isso, também, ler
as palavras de abertura e depois o autor
é sentir a alegria de uma escrita que nos
leva a outros lados do que temos por ser
“realidade”, ou saberes inabaláveis.
________
Luís Filipe Sarmento, Beat, Lisboa, The Po-
ets And Dragons Society (World Poetry Col-
lection), 2022.
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022
seGUNDA eLIMINAtÓRIA DA tAÇA De PORtUGAL
Equipas das ilhas de bruma
com programa definido
FONTINHAS Equipa do Ramo Grande também pretende brilhar na Taça de Portugal
01/10: Lajense/Moreirense (14:00). 02/10: Fonti-
nhas/Praiense (15:00), Angrense/Nacional (16:00),
V. Gama/Imortal (15:00) e Merelinense/R. Peixe
(14:00).
tAÇA DA LIGA
Grupos sorteados
Foi dada a conhecer ontem, sexta-
feira, a composição dos grupos e o
calendário de jogos da Taça da Liga,
cujo sorteio aconteceu ao final da
manhã, na sede do organismo, na
cidade do Porto. Vejamos, então, os
grupos estabelecidos:
Grupo A: FC Porto, Vizela, Despor-
tivo de Chaves e Mafra. Grupo B:
Sporting CP, Marítimo, Rio Ave e
Sporting de Farense. Grupo C: SL
Benfica, Moreirense, Penafiel e Es-
trela da Amadora. Grupo D: Spor-
ting de Braga, Paços de Ferreira,
Casa Pia e Trofense.
Grupo E: Gil Vicente, Portimonen-
se, Nacional e Sporting da Covilhã.
Grupo F: Vitória de Guimarães,
Boavista, B SAD e Vilafranquen-
se. Grupo G: Santa Clara, Arouca,
Feirense, Leixões e Oliveirense.
Grupo H: Famalicão, Estoril-Praia,
Tondela, Académico de Viseu e
Torreense.
Quartos-de-final. Jogo 1: Vencedor
do Grupo C - Vencedor do Gru-
po G. Jogo 2: Vencedor do Grupo
A - Vencedor do Grupo E. Jogo 3:
Vencedor do Grupo B - Vencedor
do Grupo D. Jogo 4: Vencedor do
Grupo H - Vencedor do Grupo F.
Meias-finais: Vencedor do Jogo 1 -
Vencedor do Jogo 3 e Vencedor do
Jogo 2 - Vencedor do Jogo 4.
Já é conhecido o programa da segun-
da eliminatória da Taça de Portugal,
temporada desportiva 2022/2023,
sendo que há seis equipas açorianas
em ação. No caso concreto, quatro
da ilha Terceira (GD Fontinhas,
Praiense, Angrense e Juventude La-
jense) e duas de São Miguel (Rabo
de Peixe e Vasco da Gama).
Olhando para as cores das ilhas
de bruma, o primeiro a atuar é o
Juventude Lajense que recebe sá-
bado, um de outubro, às 14:00, no
campo municipal Manuel Linhares
de Lima, na Vila das Lajes, o Morei-
rense, líder da Liga Portugal 2 com
19 pontos em sete jogos.
As restantes equipas do arquipélago
entram em campo no domingo, dois
de outubro. A primeira é o Rabo de
Peixe que se desloca ao reduto do
Merelinense (14:00, estádio João
Soares Vieira).
Uma hora depois (15:00), GD Fon-
tinhas e Praiense medem forças no
estádio João Paulo II, em Angra do
Heroísmo. No mesmo horário, o
Vasco da Gama hospeda o Imortal,
no campo municipal da Povoação.
Por fim, às 16:00, o Angrense en-
frenta o Nacional da Madeira, 13.º
DeSpORtO |17|
foToGRafia jEdGaRdo viEiRa/di
colocado da Liga Portugal 2 com
seis pontos em sete jogos, no cam-
po municipal de Angra do Hero-
ísmo.
Um dado curioso: Moreirense e
Nacional, que vão estar na ilha Ter-
ceira no fim de semana vindouro,
enfrentam-se, no fim de semana se-
guinte (domingo, nove de outubro,
13:00, Sport TV+), em peleja da oi-
tava jornada da Liga Portugal 2.
SUPERTAÇA
Recorde-se, por outro lado, que Ju-
ventude Desportiva Lajense, cam-
peão da ilha Terceira, e Sport Club
Lusitânia, vencedor da taça de ilha,
decidem hoje, sábado, a Supertaça
Francisco Borges Pinheiro, época
2022/2023.
O embate, inicialmente agendado
para o campo de jogos da freguesia
da Ribeirinha, acontece no cam-
po municipal Manuel Linhares de
Lima, na Vila das Lajes, com ponta-
pé-de-saída às quatro da tarde.
Em perspetiva um duelo sobrema-
neira animado e intenso, levando
em linha de conta que ambos os in-
tervenientes acreditam, com plena
legitimidade, na vitória.
|18| DeSpORtO
CAMPeONAtOs NACIONAIs FeMININOs De XADReZ 2022
Açoriana Victória Cymbron
em plano de elevado destaque
VICTÓRIA CYMBRON Jovem é campeã nacional de partidas rápidas
Jovem das ilhas de bruma é campeã nacional de
partidas rápidas e medalha de bronze de semir-
rápidas e clássicas. Prova decorreu na cidade de
Leiria.
Já acabaram os Campeonatos Na-
cionais de Rápidas, Semirrápidas e
Clássicas de Femininos de 2022, na
modalidade de xadrez. Este ano os
torneios realizaram-se no Estádio
Municipal de Leiria, no âmbito do
evento anual “Leiria Cidade Euro-
PARA ALÉM DA MeDALHA De PRAtA eM GP3
Açoriano Gonçalo Rodrigues campeão
do mundo de Jet Ski na classe Gp2
Mais um momento verdadeiramen-
te histórico para o desporto náuti-
co açoriano. O jovem micaelense
Gonçalo Rodrigues é campeão do
mundo de Jet Ski, uma vez que ar-
recadou o ouro na classe Gp2.
No entanto, não se ficou por aqui a
peia do Desporto”.
Nestes três torneios a Região Au-
tónoma dos Açores esteve repre-
sentada pela campeã regional de
2022, no caso concreto, a jogadora
Victória Cymbron, que pertence ao
escalão sub14 e defende as cores do
excelente prestação do conceituado
piloto das ilhas de bruma, uma vez
que terminou em segundo lugar,
com a correspondente medalha de
prata, em Gp3.
Deste modo, na última prova do
Campeonato do Mundo, realiza-
Núcleo Sportinguista da Ilha de São
Miguel, emblema que tem na secção
de xadrez uma das suas bandeiras.
TÍTULO E PÓDIOS
O primeiro ritmo a efetuar-se foi
o de partidas de semirrápidas, no
dia 11 de setembro, em que se con-
cretizaram seis rondas em Sistema
Suíço, em partidas de 10 minutos
mais cinco segundos de acréscimo
por cada lance por jogador, contan-
do com a participação de 12 atletas
de várias regiões do país.
A jogadora Victória Cymbron con-
da, no passado fim de semana, na
Sardenha, Itália, o piloto açoriano
ficou muito perto de fazer a dobra-
dinha, algo que seria simplesmente
notável, atendendo ao reconhecido
valor da concorrência. Tudo isto
graças a uma performance de eleva-
24.set.2022 DIÁRIO INSULAR
seguiu o terceiro lugar com 4.5 pon-
tos em seis possíveis, a 0,5 pontos
do posto cimeiro que foi conquista-
do pela atleta Mariana Silva.
O segundo ritmo em competição foi
o de partidas rápidas, igualmente no
dia 11 de setembro, em que aconte-
ceram 10 rondas em Sistema de To-
dos Contra Todos, em partidas de
três minutos mais dois segundos de
acréscimo por cada lance por joga-
dor, estando em liça 11 praticantes
de diversas regiões de Portugal.
Aqui, Victória Cymbron alcançou
o primeiro lugar com o pleno de
vitórias de 10 pontos em 10 possí-
veis, deixando a concorrência a 1,5
pontos de distância. Conquistou,
deste modo, o almejado título de
campeã nacional feminino de par-
tidas rápidas.
O terceiro e último torneio foi o de
partidas de ritmo clássico, que su-
cedeu de 12 a 16 de setembro, em
que sucederam cinco rondas em Sis-
tema Suíço em partidas de 90 minu-
tos mais 30 segundos de acréscimo
por cada lance por jogador. Partici-
param 10 atletas de várias regiões
do país.
Neste último torneio, Victória Cym-
bron arrecadou o terceiro posto
com 3,5 pontos em cinco possíveis,
ficando empatada com a primeira
classificada, mas com pior critério
de desempate.
A jovem das ilhas de bruma Victória
Cymbron confirmou, deste modo, o
estatuto de referência da exigente
modalidade, o que, com certeza,
abre perspetivas deveras anima-
doras para o futuro. Deste modo,
acredita-se que podem surgir novos
êxitos a breve trecho.
do nível.
Gonçalo Rodrigues é um dos nomes
de referência Jet Ski mundial. Con-
tinuar nos grandes palcos e con-
quistar títulos internacionais são,
naturalmente, alguns dos objetivos
pretendidos.
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022
NA MODALIDADe DesPORtIVA De CANOAGeM
Torneio Ar Livre
com emoções fortes
Clube Ar Livre da Terceira
levou a efeito, na Baía da
Cidade Património, mais
uma excelente jornada de
canoagem. Entrega total
dos atletas em prova.
ANTAS DE BARROS
Teve lugar na Baía de Angra mais
uma jornada de canoagem organiza-
da pelo Clube Ar Livre da Terceira.
O desafio contou com os atletas dos
três clubes sediados na Cidade Pa-
trimónio, retomando, assim, a ati-
vidade competitiva local, após uma
animada prova de caráter nacional
da responsabilidade do Clube Náu-
tico de Angra do Heroísmo.
Apesar da instabilidade meteoroló-
gica, os atletas juniores, seniores e
veteranos cumpriram com sucesso
uma etapa em surfski, entre a Baía
de Angra e o Porto de pescas do Por-
to Judeu, com ventos de 27 km/h e
ondas de 2,4m, numa distância de
9,5km, acompanhados pelas embar-
cações de apoio dos três emblemas,
sempre em comunicação com a equi-
pa de arbitragem que monitorizou
em tempo real a sucessão das chega-
das, havendo um apertado controlo
das embarcações em prova.
O grau de dificuldade desta etapa
pode ser considerado médio, aten-
dendo às condições do dia anterior,
FUTURO Modalidade de canoagem sempre a crescer
ANIMAÇÃO Prova ofereceu excelentes disputas entre os participantes
mas, através da alteração do percurso
(coordenada com a Capitania de An-
gra do Heroísmo) e da experiência e
preparação dos participantes, foi pos-
sível cumprir com sucesso a etapa.
Os primeiros a cortar a meta fize-
ram, em média, sete milhas por
hora, com picos de velocidade de 14
nós, ou seja, quando o atleta conse-
gue surfar, as embarcações deslizam
mais depressa que o vento, sendo
Rita Ferreira e André Almeida, do
Clube Ar Livre da Terceira (CALT),
os mais velozes dos juniores femini-
PRÉMIOS Atletas tiveram o merecido reconhecimento
DeSpORtO |19|
nos e seniores, respetivamente; Pe-
dro Rico e Marina Meneses, do An-
gra Iate Clube (AIC), nos juniores e
seniores femininos; Eliseu Reis, do
Clube Náutico de Angra do Heroís-
mo (CNAH), nos veteranos A; Maria
Antas de Barros, do CALT, nos vete-
ranos B femininos; e Paulo Barcelos,
do AIC, nos veteranos C.
No percurso da tarde tiveram lugar
as regatas das categorias de forma-
ção e, apesar das “pancadas de água”
que, aqui e ali, se abatiam na Baía de
Angra do Heroísmo, a equipa de ar-
bitragem fez cumprir o horário e o
percurso, sem qualquer alteração.
Os primeiros lugares do pódio fo-
ram repartidos entre o Clube Náu-
tico de Angra do Heroísmo: Matil-
de Oliveira (menores femininos),
Matilde Reis (iniciados femininos),
Gonçalo Cruz (menores), Thiago
Mendonça (iniciados); e o Angra
Iate Clube: Laura Medeiros (infantis
femininos), Francisco Rocha (infan-
tis), Joana Melo (cadetes femininos)
e Francisco Barcelos (cadetes).
O Clube Ar Livre da Terceira, na
presente época, organizou três com-
petições, contribuindo com este tor-
neio para um preenchido calendário
local, fazendo de Angra do Heroís-
mo a cidade mais movimentada na
modalidade de canoagem que, em
conjunto com outras atividades náu-
ticas, promovidas pelo Clube Náuti-
co de Angra do Heroísmo e o Angra
Iate Clube, tornam a Baía de Angra
um local mais procurado pela popu-
lação para usufruir deste espantoso
espaço marítimo-urbano.
|20| DESPORTO
eDUARDO MONteIRO (*)
O
Basquetebol continua
a ser uma modalidade
espetacular e contagian-
te a todos os níveis de
competição. É praticado em todos
os países do planeta, principalmen-
te pelas crianças e jovens. Todos os
jogadores podem participar no jogo,
podem ser substituídos e entrar no-
vamente. Quando totalizam cinco
faltas pessoais são desclassificados,
assim como quando cometem duas
faltas antidesportivas.
O marcador manual ou eletrónico é
amplamente visível e toda a gente
controla o tempo de jogo. As altera-
ções pontuais na liderança do jogo
acontecem com frequência. O re-
sultado final de um encontro ou de
uma prova pode ser decidido no úl-
timo segundo. Uma expetativa con-
tínua e um corrupio de emoções.
A comunicação social até costuma
dizer que é um desporto impróprio
para cardíacos.
QUANDO OS TALENTOS
SUPERAM OS ALL STARS
Entretanto, nas grandes compe-
tições nacionais e internacionais,
os jovens talentos, quando corre-
tamente motivados e integrados
em eficientes sistemas coletivos,
podem, a qualquer momento, sur-
preender os mais experientes e
cotados jogadores (All Stars). No
Basquetebol cada segundo do jogo
é tempo útil, o cronómetro só fun-
ciona quando a bola entra em jogo.
Nenhum jogador simula uma lesão,
perde tempo na reposição da bola
em jogo ou atira a bola para a ban-
cada para queimar tempo de jogo.
A concentração dos jogadores é
total, não pode haver distrações.
A intensidade de entrega ao jogo
tem que ser permanente, quer do
ponto de vista defensivo quer ofen-
sivo, quer dizer, todos atacam e de-
fendem. Se alguém está cansado é
substituído, não anda a passear no
campo.
Todas estas considerações podem
proporcionar aos atletas mais talen-
tosos uma oportunidade de supera-
ção em relação aos mais consagra-
dos (All Stars). Foi exatamente isso
OPINIÃO
Eurobasket 2022: Espanha heroica
com uma equipa de transição
que aconteceu neste evento interna-
cional, o Eurobasket – 2022.
As seleções nacionais da Eslové-
nia, Grécia e Sérvia, que incluíam
os três melhores jogadores da NBA
(Luka Doncic, Giannis Antetokou-
nmpo e Nikola Jokic), ficaram pelo
caminho, quer dizer, não chegaram
às meias-finais da prova. Não bas-
ta usar umas botas com o próprio
nome. É necessário estar concentra-
do, ser inteligente, dar o exemplo
em termos de intensidade competi-
tiva, ou seja, ser um verdadeiro lí-
der da equipa. Nos desportos cole-
tivos ninguém ganha nada sozinho.
FASE DE GRUPOS
Durante a fase de grupos foi visí-
vel quais as seleções nacionais que
teriam grandes dificuldades em
passar à fase seguinte. No entanto,
também nos apercebemos que as
seleções consideradas mais fortes
estavam demasiado dependentes
dos seus “All Stars” e que, nas eli-
minatórias dos oitavos e quartos-
de-final, tudo poderia acontecer.
Grupo A: 1.º Espanha (4 vitórias-1
derrota), 2.º Turquia (3V-2D), 3.º
Montenegro (3V-2D), 4.º Bélgica
(3V-2D), 5.º Bulgária (1V-4D), 6.º
Geórgia (1V-4D).
Grupo B: 1.º Eslovénia (4 vitórias-1
derrota), 2.º Alemanha (4V-1D), 3.º
França (3V-2D), 4.º Lituânia (2V-
3D), 5.º Bósnia Herzegovina (2V-
3D), 6.º Hungria (0V-5D.
Grupo C: 1.º Grécia (5 vitórias-0
derrotas), 2.º Ucrânia (3V-2D), 3.º
Croácia (3V-2D), 4.º Itália (3V-2D),
5.º Estónia (1V-4D), 6.º Grã-Breta-
nha (0D-5D).
Grupo D: 1.º Sérvia (5 vitórias-0
derrotas), 2.º Finlândia (3V-2D),
3.º Polónia (3V-2D), 4.º Chéquia
(2V-3D), 5.º Israel (2V-3D), 6.º Paí-
ses Baixos (0V-5D).
Face aos resultados verificados fo-
ram eliminados os 5.º e 6.º classi-
ficados de cada grupo, ou seja, Bul-
gária, Geórgia, Bósnia Herzegovina,
Hungria, Estónia, Grã-Bretanha,
Israel e Países Baixos.
Oitavos-de-final (eliminatória):
Turquia-86 França-87 (2.º/3.º); Es-
lovénia-88 Bélgica-72 (1.º/4.º); Ale-
manha-85 Montenegro-79 (2.º/3.
º); Espanha-102 Lituânia-94 (1.º/4.
º); Ucrânia-86 Polónia-94 (2.º/3.º);
Finlândia-94 Croácia-86 (2.º/3.º);
Sérvia-86 Itália-94 (1.º/4.º); Grécia-
94 Chéquia-88 (1.º/4.º).
Três dos quatro vencedores de gru-
pos (Espanha, Eslovénia e Grécia)
eliminaram três dos 4.ºs classifi-
cados de outros grupos (Lituânia,
Bélgica e Chéquia). Dois segundos
classificados (Alemanha e Finlân-
dia) venceram dois terceiros (Mon-
tenegro e Croácia) e dois terceiros
posicionados (França e Polónia)
afastaram dois segundos (Turquia
e Ucrânia). A grande surpresa foi
a eliminação da Sérvia, que tinha
vencido os cinco jogos disputados,
frente a uma seleção italiana que ti-
nha obtido a 4.ª posição (duas der-
rotas) na fase de grupos.
Quartos-de-final (eliminatória): Es-
panha-100 Finlândia-90; Alemanha-
107 Grécia-96; França-93 Itália-85;
Eslovénia-87 Polónia-90.
Atingir os quartos-de-final do Eu-
robasket já pode ser considerado
uma proeza para qualquer seleção
e, ainda mais, para aquelas que já
tinham sofrido duas derrotas na
fase de grupos (Finlândia, França,
Itália e Polónia). O não apuramento
das seleções da Grécia (cinco vitó-
rias) e da Eslovénia (campeã) para
as meias-finais foram, em termos
desportivos, uma oportunidade
desperdiçada, na medida em que
ambas possuíam no seu plantel um
jogador “All Star NBA” de reconhe-
cido valor.
Meias-finais: Polónia-54 França-95
e Espanha-96 Alemanha-91. Vi-
tória ampla da França sobre uma
inconstante Polónia e confirmação
da espetacular trajetória da jovem
seleção espanhola perante uma for-
te Alemanha candidata a uma me-
dalha.
Apuramento do 3.º e 4.º classifica-
dos: Alemanha-82 Polónia-69. Fi-
nal: Espanha-88 França-76.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em Espanha, o ensino e o aperfeiço-
amento da modalidade acontecem a
nível escolar e nos clubes. O traba-
24.set.2022 DIÁRIO INSULAR
lho na formação de jovens talentos
está de tal forma enraizado que o
desenvolvimento do basquetebol
acontece com naturalidade.
Este verão as seleções nacionais
jovens (de ambos os sexos), que
participaram em competições inter-
nacionais (europeias e mundiais),
conquistaram três medalhas de
ouro e cinco medalhas de prata em
oito presenças nas respetivas finais.
Uma proeza inédita do basquetebol
jovem no desporto mundial.
Segundo dizem os entendidos e al-
guma comunicação social fora de
portas, este campeonato europeu
(Eurobasket) foi uma das provas
mais competitivas dos últimos anos.
A seleção nacional de Espanha, que
conquistou o Eurobasket pela quarta
vez, foi o exemplo acabado de como
se deve organizar e preparar uma
equipa em fase de transição de um
período notável de conquista de tí-
tulos internacionais (europeus, mun-
diais e olímpicos), efetuado por uma
geração de atletas que teve o seu iní-
cio no mundial de juniores em Lisboa
e se prolongou no tempo.
À partida, o grupo de jogadores
convocados não tinha grande expe-
riência internacional a nível da sele-
ção sénior, com uma única exceção
(Rudy Fernandez). Contudo, a se-
leção tinha um excelente treinador
(Sergio Scariolo) com provas dadas
e larga experiência nestas andanças,
na NBA e na Euroliga, que era o ga-
rante de um trabalho consequente
com as exigências do quadro com-
petitivo de um Eurobasket.
Sabendo, com antecipação, com que
jogadores podia contar, elaborou
um plano de aperfeiçoamento da
técnica individual e especialização
por funções dos jogadores. No perí-
odo que antecedeu a prova, realizou
um conjunto de jogos de prepara-
ção, com equipas mais fortes, para
aumentar o nível competitivo dos
jogadores e a consolidação da estra-
tégia das opções táticas previstas.
O resultado está à vista. Excelente
trabalho.
(*) diretor regional de Educação
Física e Desporto (1982/1989)
DIÁRIO INSULAR 24.set.2022
António simAs sAntos
N
ão é um lapso dizer
Putin e não Rússia.
Porque o regime rus-
so é uma autocracia
feroz e cruel, trasvestida de de-
mocracia.
Meter a grande nação russa no
mesmo saco da clique mandante
do Kremlin, chefiada por Putin, é
um erro político crasso.
Os russos – encarcerados num
verdadeiro colete de forças – são
mais vítimas do que autores de
uma guerra, verdadeiramente
alucinada.
Quem diz Putin, diz o seu núcleo
duro e a extrema-direita que o
apoia.
Estimativas fiáveis apontam para
70.000 a 80.000 soldados russos,
mortos ou feridos. De uma força
inicial de 200.000 homens.
Obviamente, Putin estava a con-
tar com o ovo naquele sítio, mas
as contas saíram-lhe completa-
mente goradas.
Em vez do colapso da resistência
ucraniana, encontrou uma forte,
e totalmente motivada, oposição.
É evidente que a cesta de men-
tiras do Kremlin vai continuar e
ANGRA NATUR
Rua do Galo nº 25 - 29
Consultas
25 e 26 de Setembro
Ilha Terceira - Açores
A suplementação, quando tomada de forma adequada, pode aumentar a
imunidade, qualidade de vida e mais saúde! Marque já a sua consulta.
PRAIANATUR: 295 512 319 ou 924 128 414 | ANGRANATUR: 295 218 844 ou 910 474 376
Putin já perdeu a guerra
muitas barbaridades e destrui-
ções vão ser ainda cometidas pelo
exército dito russo. Mas tudo in-
dica que Putin não vai ter condi-
ções para fazer uma mobilização
geral que seria, extremamente
impopular para ele, mas que se-
ria indispensável para tentar um
volte face na guerra, dadas as pe-
sadas baixas sofridas e a extensão
do território ucraniano.
E tudo que não seja uma ocupa-
ção total e uma rendição, sem
condições, da Ucrânia será sem-
pre uma derrota indisfarçável
para Putin que sempre imaginou
um cenário de terra queimada e
submissão total.
O mito do grande exército russo
caiu por terra quando, agora, en-
trou em debandada, totalmente
desorganizado, deixando armas e
munições, por todo o lado.
Da parte da Ucrânia não se tra-
tou, “apenas”, da reconquista de
6.000 quilómetros quadrados de
território em poucos dias.
Mas da recaptura de dois grandes
centros de comunicações, indis-
pensáveis à operação invasora no
terreno.
PRAIA NATUR
R. Conselheiro F. J. Barcelos, nº 6 e 38
Embora os prognósticos de guer-
ra sejam muito falíveis a verdade
é que o invasor vê os seus sto-
cks de armamento e munições
e o moral das tropas diminuir,
enquanto o invadido vê os seus
crescerem.
A aura de invencibilidade de Pu-
tin está, claramente, em rápido
declínio e os corredores do seu
poder já fervilham à procura de
putativos responsáveis e bodes
expiatórios para factos que são
da sua exclusiva responsabilida-
de. Mas, felizmente, não há volta
a dar: o exército invasor está des-
moralizado e depauperado e não
se vê moita de onde saia coelho.
Uma vitória de Putin está, em
definitivo, posta em causa.
Dito isto, seria um erro cantar
vitoria antecipada e o apoio do
ocidente deverá ser mais consis-
tente do que nunca, quer em ter-
mos de armas e munições quer
em termos de treino militar e de
apoio político e monetário.
Dos torcionários do Moscovo
há que esperar tudo, sobretudo
quando acossados e desespera-
dos: falamos de armas químicas e
HIGIENIZAÇÃO E DESINFEÇÃO
DOS GABINETES NO FINAL
DE CADA CONSULTA
TODAS AS CONSULTAS OU AVA-
LIAÇÃO NUTRICIONAL GRATUITA
TÊM AGORA MAIS 15 MINUTOS
CUMPRIMOS TODAS AS
INDICAÇÕES DA OMS, DGS
E ORDEM DOS NUTRICIONISTAS.
OpINIãO |21|
nucleares. Perdidos por cem, per-
didos por mil.
Mas é duvidoso, apesar de toda a
falta de escrúpulos e princípios,
que Putin avance para esse tipo
de actuações que, ele bem sabe,
irão desencadear pesadas reac-
ções por parte da comunidade
internacional.
Para tudo há limites e linhas ver-
melhas que não poderão, jamais,
ser ultrapassadas, mesmo por
um louco sanguinário.
Depois de tantos anos de paz,
será, agora, tempo de reflectir
sobre o futuro, em termos mili-
tares e políticos.
A liberdade e democracia são
os verdadeiros antídotos para a
guerra e teremos, por conseguin-
te, de estabelecer tolerância zero
para qualquer autocracia.
Revendo o papel e os estatutos
das Nações Unidas e combaten-
do, denodamente, qualquer tipo
de regimes ditatoriais e de extre-
ma-direitas, suas percussoras.
A invasão da Ucrânia, apesar de
todo sofrimento que tem acarre-
tado, foi o melhor aviso que po-
díamos ter tido. DA/DI
PUBLICIDADE
|22| pUbLIcIDADe 24.set.2022 DIÁRIO INSULAR

MUNICÍPIO DE ANGRA DO HEROÍSMO

câmara Municipal de Angra do Heroísmo

AVISO N.º 186/2022

SUSPENSÃO DO TRÂNSITO
A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
avisa que será suspenso o trânsito na Es-
Consultas de 19 a 26 Setembro trada Pêro de Barcelos, freguesia de Nossa
Senhora da Conceição, nos dias 27 e 28 de
setembro de 2022, das 08:00 às 17:00 ho-
ras, destinado à colocação de grua.

Angra do Heroísmo, 22 de setembro de 2022.

1145

MUNICÍPIO DE ANGRA DO HEROÍSMO

ARRENDA-SE câmara Municipal de Angra do Heroísmo

Casa T2 em São Ma-

teus.
AVISO N.º 187/2022
cONDIcIONAMeNTO DO TRÂNSITO
Contactar:
927 990 308 A Câmara Municipal de Angra do Heroís-
962 157 345
mo avisa que será condicionado o trânsito
846 no dia 24 de setembro de 2022, com início
ANÚNCIO pelas 14:30 horas, junto à Terauto, Regui-
nho, freguesia de S. Bento passando pela
Zona Indústrial, Cabrito, Golfe, seguindo
Bela e envolvente Lau- pelas freguesias de Agualva, Quatro Ribei-
A GRATER – Associação de Desenvolvimento Re- ra. Delicada, meiga e ras, Biscoitos, Altares, Raminho, Serreta,
gentil, tudo nas cal- Doze Ribeiras, Santa Bárbara, Cinco Ribei-
gional pretende recrutar ao abrigo do programa Es- mas e com miminhos. ras, São Bartolomeu de Regatos, S. Mateus
Bons momentos a da Calheta, S. Pedro, Silveira, Circular de
tagiar L, um(a) licenciado(a) em Economia, Gestão
dois. Massagem relax Angra, Vinha Brava, terminando na Terauto.
ou Contabilidade. e prostática. O evento abrange os concelhos de Angra do
964 102 105 1095 Heroísmo e Praia da Vitória, destinado à re-
Se estiver interessado deverá endereçar a sua in- alização da 6# Prova de Ciclismo de Estrada
Loirinha, tipo namo- da Ilha Terceira.
tenção para grater@grater.pt, até ao final dos mês
radinha, oral natural,
de setembro, juntando curriculum vitae. completa com massa- Angra do Heroísmo, 23 de setembro de 2022.
gem e acessórios.
1148
Praia da Vitória, 1 de setembro de 2022 Contactar:

1039
964 666 748
1117
www.diarioinsular.pt
diário insular 24.SET.2022
TELEVISÃO
RTP-A
SÁBADO 07:30 Açores hoje 08:20 Zig Zag
08:35 Zig Zag 08:50 Zig Zag 09:07 RTP3 / RTP
Açores Direto 16:00 Noticias do Atlântico-
Açores 16:30 Atlântida Açores 2022 Direto
18:01 Europa Minha 18:24 Grande Entrevista
19:24 Consulta Externa(R/) 19:44 Histórias
da Terra e da Gente 2 20:00 Telejornal Açores
Direto 20:36 Regresso Ao Palco - 2022 22:33
Patrulha da Noite 23:18 A Essência 23:31
Telejornal Açores(R/) 00:02 O Sábio 00:47 A
Minha Geração 02:29 Atlântida Açores 2022
04:00 Telejornal Açores(R/) 04:30 Histórias
da Terra e da Gente 2(R/) 05:09 Regresso
Ao Palco - 2022 06:24 Europa Minha 06:46
Outras Histórias
DOMINGO 07:30 Raízes Sonoras 08:02 Joga
Quem Quizzer 08:26 Zig Zag 08:41 Zig Zag
08:57 Zig Zag 09:12 Zig Zag 09:30 Eucaristia
Dominical Direto 11:00 RTP3 / RTP Açores
Direto 16:00 Noticias do Atlântico 16:30
Músicas d´África 17:33 Bostofrio 18:47 Mal-
Amanhados - Os Novos Corsários das Ilhas
19:43 Histórias da Terra e da Gente 2 20:00
Telejornal Açores Direto 20:38 Açorianidade
21:08 Teledesporto 21:54 Primeira Pessoa
22:35 Os Filhos do Rock 23:19 A Essência
23:34 Telejornal Açores(R/) 00:05 O Sábio
00:46 Mal-Amanhados - Os Novos Corsários
das Ilhas(R/) 01:43 Não Te Esqueças da
Letra! 02:54 Hora dos Portugueses 03:43
Conservar Memórias Domésticas 04:00
Telejornal Açores(R/) 04:35 Histórias da
Terra e da Gente 2(R/) 04:47 Teledesporto
05:33 Primeira Pessoa(R/) 06:12 Os Filhos
do Rock(R/) 06:56 Volta ao Mundo em Cem
Livros 07:00 Açorianidade
RTP-1
SÁBADO 05:30 Zig Zag 05:31 Lengalongas
05:35 Os Bochechas 05:45 Radar XS 05:50 O
Amanhecer dos Croods 06:15 Covil@ZigZag
06:35 O Panda e o Galo 06:45 Dennis e Gna-
sher, os Aventureiros 06:55 Radar XS 07:00
Bom Dia Portugal Fim de Semana 09:00
Leopardo-das-Neves e Amigos 10:00 Santa
Casa Alfama 11:59 Jornal da Tarde 13:15 Voz
do Cidadão 13:30 Santa Casa Alfama 18:00
Telejornal 18:45 Liga das Nações: República
Checa x Portugal Direto 20:45 Eu Faço Tudo
Por Amor 23:15 Santa Casa Alfama 02:45
Televendas 05:00 Todas as Palavras
DOMINGO 05:30 Zig Zag 05:31 Lengalongas
05:35 Os Bochechas 05:45 Radar XS 05:50
O Amanhecer dos Croods 06:15 Covil@
ZigZag 06:35 O Panda e o Galo 06:45
Dennis e Gnasher, os Aventureiros 06:55
Radar XS 07:00 Bom Dia Portugal Fim de
Semana 09:30 Eucaristia Dominical 10:30
A Vida Secreta dos Grandes Felinos 11:00
Hora dos Portugueses 11:59 Jornal da Tarde
13:15 Faz Faísca 14:15 Aqui Portugal 18:59
Telejornal 20:15 The Voice Portugal 23:00 A
Lista... dos Prazeres! 00:45 Faz Faísca 01:45
Janela Indiscreta 02:30 Televendas 05:09
InfOrmaçõES
FarMáCias dE sErViÇo
Angra do Heroísmo | Vasconcelos
Praia da Vitória | Cabral
doMinGo
Angra do Heroísmo | Pimentel
Praia da Vitória | Silva
TaP PorTuGal | 707 205 700
Ter./Lis.: 11:50 | Lis./Ter.: 09h25
saTa air-aÇorEs | 295 540 047
Partida: 06:55, 08:15, 09:35, 13:00, 18:05, 20:30 Pon-
Manchetes 3
RTP-2
SÁBADO 06:00 Euronews 07:00 Espaço Zig
Zag 07:01 Banda Zig Zag 08:00 Ideiafix e
os Irredutíveis 08:10 Sai Daqui, Unicórnio!
08:20 O Panda e o Galo 08:30 Puffin Rock
08:35 Pat, O Cão 08:45 A Grande Descoberta
08:50 Mouk 09:00 Blinky Bill 09:10 Pirata &
Capitão 09:20 Floopaloo, Onde Estás Tu?
09:30 Covil@ZigZag 09:55 Os Daltons 10:05
Dorg Van Dango 10:30 Porto Papel 10:50
Garfield 11:15 Hardball 12:00 O Amanhecer
dos Croods 12:45 As Perguntas da Mily
13:00 Mighty Mustangs 13:58 Basquetebol:
Campeonato Nacional de Basquetebol Liga
Betclic 2022/2023 Direto - Vitória SC x UD
Oliveirense 15:55 Replay 16:05 Biosfera
16:30 Os Anos dos Milagres 17:20 Cuidado
com a Língua! 17:30 Faça Chuva Faça Sol
18:05 Ponta Delgada, A Porta do Atlântico
19:35 Folha de Sala 19:40 Nós 20:30 Jornal
2 21:00 Concerto de Paris 22:30 Folha de
Sala 22:35 Ossos 00:10 Exit - Fina Finança
01:00 Euronews
DOMINGO 06:00 Euronews 07:00 Espaço
Zig Zag 07:01 Banda Zig Zag 08:00 Ideiafix
e os Irredutíveis 08:10 Sai Daqui, Unicórnio!
08:20 O Panda e o Galo 08:30 Puffin Rock
08:35 Pat, O Cão 08:45 A Grande Descoberta
08:50 Mouk 09:00 Blinky Bill 09:10 Pirata &
Capitão 09:20 Floopaloo, Onde Estás Tu?
09:30 Covil@ZigZag 09:55 Os Daltons 10:05
Dorg Van Dango 10:30 Porto Papel 10:50
Garfield 11:15 Hardball 12:00 O Amanhecer
dos Croods 12:45 As Perguntas da Mily 13:00
Mighty Mustangs 14:00 Desporto 2 16:00
Caminhos 16:30 70x7 17:00 Inesquecíveis
Viagens de Comboio 17:55 Temos Programa
18:25 Origem da Água 18:55 Monty Python:
Os Malucos do Circo 19:25 Folha de Sala
19:30 Scroll 20:30 Jornal 2 21:00 Um Sopro
da América 21:45 Folha de Sala 21:50 Tudo
Menos Clássica 22:30 Selah Sue ao Vivo
em Paris 00:20 Amsterdão em Chamas
01:15 Voz do Cidadão 01:30 Cinemax 02:30
Euronews
SIC
SÁBADO 04:30 Camilo, O Presidente 05:30
Etnias 05:50 Max Adventures/magilika - Max
Atlantos 2 06:25 Max Adventures/magilika
- Max Atlantos 2 06:55 Uma Aventura 07:30
Médico Da Casa 08:20 Alô Marco Paulo 11:00
O Nosso Mundo: The Hunt 11:50 E Bom
Fazer O Bem 12:00 Primeiro Jornal 13:20
Alta Definição 14:05 E-especial 14:35 Caixa
Mágica 18:58 Jornal Da Noite 20:15 Terra
Nossa 21:30 Quem Quer Namorar Com O
Agricultor? - A Semana 00:30 Não Há Crise
02:45 Televendas
DOMINGO 04:30 Camilo, O Presidente 05:40
Cinema Infantil: Lego Movie 2: The Second
Part 06:20 Isto É Matemática 06:40 Uma
Aventura 08:20 Olhá Sic! 11:00 Sos Planeta
ta Delgada, 09:40, 16:00, 17:30 Horta; 09:25, 18:00
Pico; 09:55, 13:10 São Jorge; 09:55, 15:25 graciosa
MISSAS SÁBADOS
Angra 15:00 Igreja de São Carlos 17:00 Ermida
B. Lameirinho e Igreja de S. gonçalo 18:00 Sé Ca-
tedral, e Igreja de São Pedro; 19:00 Santuário de
n.ª S.ª da Conceição e Ermida de S. Luís; 20:00
Santa Luzia.
Praia 20h00 3º e 4º sáb de cada mês Igreja de S.
aGEnda |23|
mETEOrOLOgIa
11:10 Vida Selvagem: Earths Tropical Islands GruPo oCidEnTal
12:00 Primeiro Jornal 13:30 Fama Show -
Temporada 4 14:00 Domingão 18:58 Jornal
CORVO
Da Noite 20:15 Isto É Gozar Com Quem
Trabalha 20:45 Quem Quer Namorar Com
O Agricultor? 23:45 Tabu 01:00 Cinema: O FLORES
Guarda Do Zoo 02:45 Televendas
TVI 4-5 METROS 40/65 KM/H
SÁBADO 04:45 Batanetes 05:00 All Hail Céu geralmente muito nublado. Períodos de chu-
King Julien II 05:30 Diário da Manhã 05:45 va e aguaceiros. Vento norte muito fresco a FORTE
Detetive Maravilhas 06:30 Campeões e
(40/65 km/h) com rajadas até 90 km/h, rodando
Detectives 07:15 Inspetor Max 09:00 Os
novos vets 10:00 Querido, Mudei a Casa! para o quadrante leste.
11:00 VivaVida 12:00 Jornal da Uma 13:00 Mar grosso a ALTEROSO, tornando-se cavado. On-
Conta-me 14:00 Em Família 19:00 Jornal das das nordeste 4 a 5 metros, passando a leste.
8 20:30 Isto é Festa 21:45 Mental Samurai
23:00 Big Brother - semana 00:15 Missão
Impossível: Nação Secreta 02:30 GTI Plus
sTa Cruz das FlorEs 21ºC 26ºC
02:45 Ouro Verde 03:15 TV Shop
Água do mar 24ºC
DOMINGO 04:45 Batanetes 05:00 All Hail
King Julien II 05:30 Diário da Manhã 05:45 GruPo CEnTral
Todos Iguais 06:15 O Bando dos Quatro 07:15
Inspetor Max 09:00 Querido, Mudei a Casa!
GRACIOSA
10:00 Missa 11:15 Mesa Nacional 12:00 Jornal
da Uma 13:00 Somos Portugal 19:00 Jornal FAIAL
das 8 20:30 Big Brother 01:00 Ouro Verde TERCEIRA
03:00 Queridas Feras 03:15 TV Shop PICO
S. JORGE
sporT-TV 1 3-5 METROS 40/65 KM/H
SÁBADO 00:30 Itália x Inglaterra - Liga das Céu geralmente muito nublado. Períodos de chuva
Nações 02:30 Finlândia x Roménia - Liga e aguaceiros FORTES na madrugada e manhã. Ven-
das Nações 04:30 Bulgária x Gibraltar - Liga to sueste muito fresco a FORTE (40/65 km/h) com
das Nações 05:00 Bulgária x Gibraltar - Liga
rajadas até 100 km/h na madrugada e manhã, tor-
das Nações 06:20 França x Áustria - Liga das
nando-se moderado a fresco (20/40 km/h).
Nações 06:50 Alemanha x Hungria - Liga
Mar grosso a ALTEROSO, tornando-se cavado. On-
das Nações 08:50 Itália x Inglaterra - Liga
das do quadrante sul de 3 a 5 metros, passando a
das Nações 10:50 Brasil x Gana - Jogo de
leste e diminuindo para 2 a 3 metros.
Preparação 13:00 Arménia x Ucrânia - Liga das
Nações (EM DIRECTO) 15:00 Itália x Inglaterra anGra do HEroísMo 20ºC 25ºC
- Liga das Nações 15:30 Alemanha x Hungria Água do mar 24ºC
- Liga das Nações 16:00 Eslovénia x Noruega
- Liga das Nações (EM DIRECTO) 18:00 Brasil
GruPo oriEnTal
x Gana - Jogo de Preparação 18:45 Rep. Checa
x Portugal - Liga das Nações (EM DIRECTO)
20:50 Boxe: Joe Joyce x Joseph Parker -
Manchester - Combate Internacional 23:00 S. MIGUEL
Espanha x Suíça - Liga das Nações
DOMINGO 01:00 Espanha x Suíça - Liga das SANTA MARIA
Nações 03:00 Eslovénia x Noruega - Liga 2-3 METROS 20/40 KM/H
das Nações 05:00 Brasil x Gana - Jogo de Céu geralmente muito nublado. Períodos de chuva
Preparação 05:30 Sérvia x Suécia - Liga e aguaceiros que poderão ser por vezes FORTES na
das Nações 07:20 Espanha x Suíça - Liga
madrugada e manhã. Possibilidade de trovoada.
das Nações 09:20 Rep. Checa x Portugal
- Liga das Nações 11:30 Automobilismo: Vento do quadrante sul moderado a fresco (20/40
Ring - Corrida 2 - DTM (EM DIRECTO) 13:00 km/h) com rajadas até 50 km/h.
Andorra x Letónia - Liga das Nações (EM Mar cavado. Ondas oeste de 2 a 3 metros, passando
DIRECTO) 15:00 Rugby: África Do Sul - Camp.
a nordeste.
Mundo Sevens (Resumo) 16:00 Eslováquia
x Bielorrússia - Liga das Nações (EM DIREC-
PonTa dElGada 20ºC 25ºC
TO) 18:00 Rep. Checa x Portugal - Liga das
Nações 18:45 Países Baixos x Bélgica - Liga Água do mar 24ºC
das Nações (EM DIRECTO) 20:40 Dinamarca
x França - Liga das Nações 22:40 Áustria x
Croácia - Liga das Nações MarÉs
01:27 Preia-Mar | 07:26 Baixa-mar
13:36 Preia-Mar | 19:50 Baixa-mar
Pedro - Biscoitos; 19h00 Igreja do Coração Imacu- misericórdia; 18:00 Sé; 20:00 Sta Luzia.
lado de maria - Biscoitos; 16:00 fontinhas; 17:00
Lajes; 17:30 matriz da Praia; 18:00 Capela do sErViÇos rEliGiosos
Bairro Joaquim alves, S. Brás e Vila nova; 19:00 IgrEJa EVangéLICa BaPTISTa
Casa da ribeira, Lajes e agualva; 19:30 Santa rita. Angra DOmIngOS - rua Jacinto Cândido, 3.
19:30 Culto Q. - Feira Estudo Bíblico e Oração.
MISSAS DOMINGOS praia DOmIngOS - rua da Estrela, 41 11:30 Culto
09:00 Santuário de n.ª S.ª da Conceição; 10:00 - www.iebpv.org.
Ermida Desterro e Ermida S. Luís; 11:00 Sé, e S.
Bento; 12:00 S. Pedro e Colégio; 12:15 Sta. Luzia Farol das ConTEndas
; 14:00 Santuário de n.ª S.ª da Conceição; 17:00 Visitas suspensas
|24| última
QUAL É PRESENTEMENTE A REALIDADE
DO CLUBE DE JUDO DA PRAIA DA VITÓRIA
(CJPV), EM TERMOS DE ATLETAS, TREINADO-
RES E INFRAESTRUTURAS?
Após a pandemia, estamos a recuperar bem.
temos uma equipa técnica constituída por três
elementos, Mário Coelho, 4.º Dan; tiago Faria,
3.º Dan; e Guilherme Paulo, 3.º Dan. treinamos
nas excelentes instalações do complexo des-
portivo da escola Vitorino Nemésio há 25 anos.
sublinho que temos sido sempre muito bem
tratados pelos responsáveis do serviço de Des-
porto da terceira e respetivos funcionários das
instalações. O material do CJPV, troféus e com-
putadores para trabalho logístico, encontram-se
em casa do técnico, porque não possuímos
instalações próprias.
EM QUE MEDIDA É QUE A IMAGEM DO
CLUBE TEM SIDO AFETADA PELAS POLÉMI-
CAS VERIFICADAS AO LONGO DOS ÚLTIMOS
ANOS?
A imagem do clube não tem sido afetada. O
que tem sido afetado é a imagem do técnico
Mário Coelho, uma vez que ele fez parte da
Associação de Judo da Ilha terceira e, em boa
verdade, nunca souberam discernir entre o
clube e o resto. somente tivemos uma situação
menos clarificada com um clube da Praia da
Vitória, porque o responsável pela formação do
mesmo não foi muito correto. Porém, as atitu-
FOTOGRAFIA MACHADO SOARES
QUE TEMPESTADES escondem estas nuvens
RUI teIXeIRA, PResIDeNte DO CLUBe De JUDO DA PRAIA DA VItÓRIA
Vamos continuar
a lutar e a resistir
des ficam com quem as pratica.
QUAIS SÃO AS RESPONSABILIDADES DO
CJPV NAS POLÉMICAS EM QUESTÃO?
Não temos responsabilidades, pois estamos
a falar de instituições diferenciadas, embora o
técnico fosse o mesmo.
SENTE QUE O CJPV NÃO TEM SIDO
RESPEITADO PELOS RESTANTES CLUBES DO
ARQUIPÉLAGO E, INCLUSIVE, PELA PRÓPRIA
FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE JUDO (FPJ) E
PODER POLÍTICO REGIONAL?
em 2017 fomos altamente prejudicados pela
FPJ, porque, mais uma vez, o presidente desta
entidade confundiu o CJPV com o Mário Co-
elho. tivemos atletas convocados para os tra-
balhos de seleção de talentos, mas não foram
apoiados pelo facto de o técnico ser o Mário
Coelho. Aquando do 25.º aniversário do CJPV,
foi endereçado um convite à FPJ, do qual nunca
obtivemos resposta, mais uma vez pelas razões
atrás apontadas.
Quanto aos outros clubes, cada qual faz o seu
trabalho da maneira que melhor sabe. Há um
clube na Praia da Vitória que está sempre a
tentar levar os nossos técnicos e atletas, mas,
também aqui, cada um é responsável pelas
suas atitudes.
LEVANDO EM LINHA DE CONTA AQUILO QUE
24.set.2022 DiÁRiO iNSUlaR
OpiNiãO
FRANCIsCO COeLHO
O Terceiro Setor
Desempenha entre nós relevantíssi-
mo papel sócio económico o setor
social. Para além das empresas e
do setor público, há um conjunto de
instituições de solidariedade social,
TEM ACONTECIDO AO LONGO DOS ÚLTIMOS
multisseculares como algumas Mise-
ANOS, O CJPV É, ACIMA DE TUDO, UM
ricórdias, e outras mais recentes, nas
EXEMPLO DE RESISTÊNCIA?
mais diversas valências de apoio e
sim, somos um clube resistente e muito com-
solidariedade.
bativo, graças, em larga escala, ao espírito com-
Parceiras do setor público, face às
bativo do técnico Mário Coelho.
suas finalidades, são por isso mesmo
partes protocoladas e apoiadas por
MÁRIO COELHO, DIRETOR TÉCNICO DO CJPV,
dinheiros públicos. Revelam a inicia-
TEM ESTADO CONSTANTEMENTE NO “OLHO
tiva cidadã e uma autonomia que se
DO FURACÃO”. SENTE QUE É UM ALVO A
traduz em maior eficiência. Muitas
ABATER?
delas, porém, não têm meios pró-
O Mário Coelho tem 46 anos de judo. É a pes-
prios que permitam cofinanciar a sua
soa mais antiga da modalidade na ilha terceira.
obra e dependem quase em exclusi-
Representou o Núcleo n.º 1 da terceira, Clube
vo dessas necessárias transferências
de Judo de Angra do Heroísmo (CJAH), sendo
financeiras para prossecução de um
expulso, Inatel, voltou ao CJAH e fundou o CJPV.
trabalho hoje reconhecido como ga-
tem imenso trabalho efetuado nos projetos das
rantindo direitos fundamentais dos
escolinhas do Desporto. Na realidade, sempre
cidadãos, sejam crianças, idosos, por-
sentimos que é um alvo a abater, acima de
tadores de deficiências, vítimas de
tudo, pela capacidade de trabalho e resistência
violência doméstica ou carentes de
às adversidades. A sorte dá muito trabalho e
outros apoios e cuidados.
inerentemente cria focos de inveja.
Por isso mesmo, esse setor conta já
com cerca de cinco mil trabalhadores,
O FUTURO DO CJPV AFIGURA-SE RISONHO?
o que é também muito relevante, sob
O futuro a Deus pertence. Não vivemos do
o ponto de vista económico e social.
passado, porque não somos museu. Vivemos
Os recentes e significativos aumentos
o presente, que esperamos que seja risonho,
do salário mínimo nacional, sendo
como tem sido o passado recente. todavia, há
uma medida de grande alcance dos
uma coisa que sabemos: quer queiram, quer
últimos governos da República, não
não, fazemos parte da história do judo tercei-
tem sido nos Açores acompanhada de
rense, regional e nacional.
apoios por parte do Governo aos em-
pregadores. E, no caso do setor social,
tais medidas têm, para as respetivas
instituições, significativos impactos fi-
nanceiros. A isto naturalmente acres-
cem as sequelas globais da guerra,
com pressões inflacionistas impac-
tantes, sobretudo ao nível dos bens
alimentares, energia e transportes.
O governo dos Açores não pode ficar
apenas na boleia esperta das medi-
das nacionais, que felizmente Lisboa
resolveu estender às Regiões Autóno-
mas, e deve agir no sentido de mitigar
estes custos em geral e, muito espe-
cialmente no justo apoio ao setor so-
cial, garantindo o seu normal e qua-
lificado serviço, a bem dos cidadãos,
sobretudo dos mais vulneráveis.
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