JORNAL DIÁRIO INSULAR | FUNDADO EM 1946 | Jornal Diário | Terceira - Açores | Ano LXXVI | N.

º 23672 | PREÇO 1,00 EURO | DIRETOR JOSÉ LOURENÇO | www.diarioinsular.pt

Promover
“nunca é demais”
O presidente da Associação de Turismo em Espaço Rural - Casas Açorianas,
Gilberto Vieira, defende que a promoção turística do destino Açores deve ser
“contínua” e contar com planos pensados a médio prazo. [02 e 03]

DIÁRIO INSULAR sex | 14.10.22

afirma carlos furtado entendimentos... tempos difíceis

Executivo “refém
de minorias”
Deputado independente diz que
a governação é “insustentável” por
ser “refém de minorias”, reportan-
do-se ao Chega e à IL. [08]
Agriazores Casas de saúde clamam por apoios
da IL As casas de saúde hospitaleiras revindicam mais apoios públicos
vai a votos para poderem assegurar a sua missão. As instituições alegam que
só depois “os constrangimentos económico-financeiros” têm-se vindo a agra-
do PO 2023 var e colocam em causa a capacidade de suportarem os encargos
[Páginas 06 e 07] com o seu funcionamento. [04]

ANtóNIO vENtURA DIz qUE hÁ mARgEm pARA cREScER

MerCAdO nACIOnAL
A COnsuMIr MAIs
CArne AçOrIAnA
[Página 05]

PUB.
|02| RegIãO
Nascer+ e iNflação-
Dois assuntos marcaram ontem a atu-
alidade:
1. O anúncio da taxa de inflação nos
Açores, em Setembro, que se terá que-
dado pelos 6,3% contra os 9,3% do
continente, sendo esta última a mais
alta dos últimos trinta anos e os gover-
nos parecem continuar a assobiar para
o lado, ao que parece fiados no maná
que continuará a derramar da Europa,
mas que não há maneira de chegar
à economia real, às empresas e ao
bolso dos trabalhadores em migalhas,
para que possa servir de contrapeso
e de combate à espiral inflacionista.
Antes de mais é espantosa a diferença
de 3% entre os Açores e o continente.
Acreditamos em quem mede a taxa,
mas o contrário é que seria normal,
considerando que é comum ouvir que
o mesmo cabaz de compras é mui-
to mais caro nos Açores do que no
continente. O desagravamento fiscal
levado a efeito pelo Governo Regio-
nal produzirá o seu efeito mas duvi-
damos da grandiosidade do impacto.
De qualquer das formas, os governos
continuam a falar de crescimento para
2023, elaboram Orçamentos como se
o ano que vem fosse normal e não
ouvem as instituições internacionais,
algumas das quais a falar até de re-
cessão. Não queremos ser arautos da
desgraça, mas governantes prevenidos
valem por dois. Os efeitos da guerra e
da pandemia (e da especulação) vão
continuar ou acelerar até.
álvaro dâmaso [09]
Questões em torno do Orçamento de Estado 2023
“O OE 2023 é defensivo, visa o empate...”
júlio rocha [10]
Aquela que nunca chora sem sorrir
“Cabelos de neve, rosto branquinho, nunca chora sem sorrir...”
alexandra manes [11]
Marcelo foi demasiado longe
“Marcelo Rebelo de Sousa... meteu os pés pelas com as mãos...”
victor rui dores [11]
Azores Festival 2022
“Não escutaremos música previsível e acomodada...”
2. O programa de apoio à natalidade
Nascer+ foi anunciado como uma
ideia do Chega, apoiante parlamentar
da coligação no governo regional. Nes-
te caso o que parece é: uma cedência
a um provável compromisso de legis-
latura e não a construção de um pro-
grama convicto de apoio à natalidade.
Senão vejamos: quem lança um pro-
grama desta natureza, com convicção
do que está a fazer, fá-lo com pés e
cabeça, de forma inatacável e não de-
safiando a constitucionalidade. O valor
soma 1,5 milhões e não é coisa pouca.
Os problemas começam na escolha
de 12 concelhos, definidos a partir do
critério de quebra populacional supe-
rior a 5% (Censos de 2021). Porquê
5%? Porque não alargar aos restantes
7 concelhos? Depois os “1 500 eu-
ros/bebé são para utilizar nas farmá-
cias em produtos e bens destinados à
promoção do bem-estar da criança”.
Como? Ouvimos bem? O Chega diz
que é para não haver fraudes e os
pais irem gastar onde e no que não
devem. E o Governo Regional embar-
cou neste argumento? Não nos parece
que desta forma tal programa tenha
pernas para andar. Apoio à natalidade
e combate ao despovoamento são
essenciais nos Açores. Sem gente nas
ilhas, distribuída de forma equilibrada,
não há desenvolvimento económico e
social e sem isso continuaremos a ter
ilhas verdejantes mas desertas. E isso
desafia o futuro.
Gilberto Vieira, Casas açorianas
“A promoção
turística
dos Açores
deve ser contínua”
O presidente da associação Casas Açorianas, Gilber-
to Vieira, defende, em entrevista ao DI, que a pro-
moção turística dos Açores “tem de ter um plano,
pelo menos, a três anos”.
Que avaliação faz da época alta do
turismo nos açores este ano?
Os meses de verão são sempre po-
sitivos para os Açores e este ano
não foi exceção, as unidades de
alojamento tiveram ocupações boas
e em alguns períodos estivemos
praticamente a 100%. Deixava no
entanto duas notas. A primeira tem
a ver com os dados recentemente
publicados pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE), referentes aos
meses de julho e agosto, nos quais
se registou uma quebra do mercado
nacional (-18,3% em julho, seguida
de -32,7% em agosto). Ainda assim,
o saldo do mercado nacional para os
Açores este ano mantém-se positivo,
com um crescimento de +25,1% nas
dormidas face aos primeiros oito
meses de 2021. A segunda nota para
sublinhar que os mercados externos
cresceram e compensaram no verão
as quedas do mercado nacional. Ali-
ás, segundo informações que reco-
lhi, muitos nacionais que quiseram
marcar as suas férias nos Açores,
tentaram fazer as suas reservas tar-
diamente, numa altura em que já
não existia capacidade, umas vezes
aérea, noutros casos de alojamento.
a tarifa açores é uma medida Que
está já apurada ou podia sofrer
ajustes?
Para falar da “Tarifa Açores” temos
de ter em conta que, face às altera-
ções que o Governo Regional lhe
introduziu este ano, é uma medida
que se reflete numa ajuda à mobili-
dade dos açorianos, devido a sermos
um território descontinuado. Esta
ajuda foi uma das medidas que o
Governo Regional tomou ainda du-
rante uma fase difícil para o turismo
açoriano devido à pandemia e que
14.out.2022 DIÁRIO INSULAR
foi, e continua a ser, muito positiva
para o turismo. A “Tarifa Açores” dá
a oportunidade a muitos dos nossos
conterrâneos de poderem viajar e
conhecer outras ilhas do arquipéla-
go. Nas unidades de alojamento que
fazem parte das Casas Açorianas,
sentimos um aumento da procura
por parte dos turistas açorianos, em
especial em ilhas como o Pico, São
Jorge ou Graciosa, mas posso afirmar
que o efeito positivo se fez sentir em
todas as ilhas do arquipélago. Este
ano, o programa “Tarifa Açores” já
sofreu algumas restrições por parte
do Governo mas, ainda assim, fun-
ciona como um aliciante para que o
turismo inter-ilhas continue a fun-
cionar. Por isso, defendemos que o
Governo venha a manter este apoio
para o próximo ano, acautelando as
verbas no Orçamento Regional, que
este ano tiveram um teto de seis mi-
lhões de euros.
em Que ilhas identifica um maior
potencial?
Nós, na Associação de Turismo em
Espaço Rural - Casas Açorianas, es-
tamos presentes com oferta de alo-
jamento em todas as ilhas e este é o
maior sinal que damos de que identi-
ficamos potencial turístico em todas
elas. As nossas ilhas complemen-
tam-se e até posso afirmar que se
completam, se fizermos um esforço
imaginário de as juntarmos, em vez
de olharmos para elas de uma for-
ma territorialmente descontinuada,
como na realidade são. É por assim
pensarmos que, quando abordamos
um turista num evento promocional
dos Açores, o tentamos influenciar
para que visite e usufrua do conhe-
cimento de mais do que uma ilha, e
àqueles que já visitaram São Miguel
DIÁRIO INSULAR 14.out.2022 RegIãO |03|

ou a Terceira, falamos das experi- gunta, queria dizer que os Açores

ências de que podem beneficiar ao
voltarem aos Açores e conhecerem
outras das nossas “pérolas”. Ten-
tando responder mais diretamente
à sua pergunta, que incide na iden-
tificação de ilhas com maior po-
tencial turístico, diria que existem
muitos aspetos a ter em conta, no-
meadamente, e em primeiro lugar,
a dimensão territorial dessas ilhas, o
potencial de crescimento turístico, a
carga turística que não pode vir con-
tra os princípios de sustentabilidade
que os Açores devem preservar e de
que o galardão internacional que or-
gulhosamente detemos e exibimos,
é sinal.
QuAl é A Evolução Do sEGmENTo Do
TuRIsmo Em EsPAço RuRAl NA REGIão?
O turismo em espaço rural que a
nossa Associação representa, tem
tido uma evolução muito positiva
nos Açores, primeiro, porque está
presente em todas as ilhas do arqui-
pélago, constituindo-se assim como
um segmento da oferta de alojamen-
to que tem um papel de crescente
importância na oferta e, em alguns
casos, face à escassez de oferta, tor-
na-se mesmo imprescindível em vá-
rias ilhas. Em segundo lugar, porque
as características próprias da oferta
das Casas Açorianas que, como se
sabe, são de pequena dimensão, por
forma a proporcionarem ao clien-
te um acolhimento personalizado
por parte dos proprietários ou de
as quem dirige, e a sua implemen-
tação em zonas fora das grandes ur-
bes, muitas delas em contacto direto
com a natureza, são os traços defi-
nidores e distintivos que fazem com
que, aqui nos Açores, se assumam
como um produto diferenciador. O
turismo em espaço rural é diferen-
ciador e é por isso que, hoje em dia,
há turistas de todo o mundo que
procuram especificamente este tipo
de alojamento. A pandemia flagelou
tudo e todos, mas veio aumentar
o número de turistas que procura
um maior isolamento, que passou
a preferir pequenas casas como as
nossas para as suas férias, em vez
dos grandes hotéis que, para além
de um serviço mais impessoal, têm
um número muito maior de hóspe-
des. Para concluir, posso afirmar
que os investimentos que têm sido
feitos pelos proprietários das casas
GilbErto ViEira “os Açores têm, em primeiro lugar, de promover-se como um todo”
de turismo rural, têm melhorado em
muito o conforto e a qualidade que
é proporcionada aos seus clientes.
Isso tem motivado a procura e abre
um caminho muito promissor ao
nosso negócio.
QuE AvAlIAção FAz DA PRomoção
TuRísTICA DA REGIão?
Tenho afirmado, e nem sempre sou
bem entendido, que a promoção
nunca é demais, o mesmo não é pen-
sar ou defender que o dinheiro para
a promoção turística tenha de ser
infinito, antes pelo contrário, cada
cêntimo aplicado deverá ter um re-
torno que se avalia no número e na
qualidade dos turistas que nos visi-
tam. Já foi muito falada e comentada
na imprensa, e por isso é conhecida
de todos, a situação difícil em que
a Associação de Turismo dos Aço-
res tem vivido nos últimos anos, e
como é esta entidade que tem a res-
ponsabilidade da promoção, não se
pode afirmar que se fez tudo o que
devia ou podia ter sido feito. Muito
mais teremos de fazer se queremos
ter mais e melhores turistas. A pro-
moção turística dos Açores deve ser
contínua, não se deve fazer apostas
casuísticas, apostar neste mercado
num ano para mudar no ano seguin-
te, apostando noutro mercado sem
que se veja o resultado do trabalho
realizado. A promoção tem de ter
um plano, pelo menos a três anos,
que defina as verbas a aplicar por
mercado, os mercados a “atacar” ou
as regiões ou cidades, no caso de pa-
íses de grande dimensão como por
exemplo os EUA, e face à estratégia
e às verbas a aplicar, traçar clara-
mente os objetivos a atingir. Quan-
do falo de promoção, nunca deixo
de abordar o mercado português,
dada a sua importância para a nos-
sa região e sobre o qual deveremos
ter muita atenção, devendo constar
numa pequena lista prioritária.
o QuE PENsA DA PRomoção, EsPECIFI-
CAmENTE, DA IlhA TERCEIRA?
Antes de ir diretamente à sua per-
têm, em primeiro lugar, de promo-
ver-se como um todo. De há muito
que os especialistas de marketing
e comunicação consensualizaram
que a identificação de um destino
turístico deverá ser potencializado
sob “uma umbrela”, e remar contra
a maré não é sinal de inteligência.
Quanto à promoção da ilha Terceira,
ela deverá acontecer nas grandes fei-
ras ou em outros eventos de grande
dimensão, agregada à promoção dos
Açores, que era até agora feita pela
ATA, e que deverá passar a ser feita
pela VisitAzores. No entanto, a ilha
Terceira ou qualquer das nossas ou-
tras ilhas, poderá ter um conjunto de
ações promocionais autónomo que
não se sobreponha ao do VisitAzo-
res, antes pelo contrário, deveria ser
complementar, para que não se des-
perdice energia e dinheiro. Aqui che-
gados, poderemos questionar várias
coisas. Que entidade deveria ter essa
responsabilidade? Qual o papel que
deveriam ter as autarquias? Quem
deve financiar essa promoção?
é PosITIvo o CoNTRolE DA ATA PAssAR
PARA o GovERNo REGIoNAl?
Como é do conhecimento público
foram os empresários a solicitar que
o Governo Regional se empenhasse
na solução dos problemas com que
a Associação de Turismo dos Açores
estava a defrontar-se. Por outro lado,
a demissão, no início do ano, da di-
reção da entidade e a incapacidade
que existiu em os associados elege-
rem uma nova direção, conduziu a
esta situação. Posso dizer, porque
acompanho a situação da ATA des-
de há muito tempo, que sentia que
de há vários anos a esta parte a situ-
ação estava a degradar-se. Já afirmei
que o Governo e as empresas que
dependem diretamente do executi-
vo, como é o caso da SATA, nunca
deveriam ter saído da ATA. Se tal
não tivesse acontecido, por ventura
não teríamos passado este período
menos claro sobre os caminhos da
nossa promoção turística. Isto para
dizer que, na minha opinião, faz
todo o sentido que o Governo Regio-
nal assuma a sua responsabilidade
no organismo de promoção dos Aço-
res, agora denominado VisitAzores
e que trabalhe em conjunto com os
privados para que haja mais e me-
lhor promoção dos Açores.

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|04| RegIãO 14.out.2022 DIÁRIO INSULAR

InstItuIções com dIfIculdades para cumprIr compromIssos fInanceIros

Casas hospitaleiras reivindicam mais apoio

As casas de saúde hospitaleiras rei-
vindicam mais apoios públicos para
continuar a desenvolver o seu tra-
balho com doentes na área da saúde
mental.
Num comunicado remetido ao DI,
as casas de saúde hospitaleiras so-
licitam a revisão dos acordos de
cooperação com o Governo Regio-
nal no que se refere à prestação de
cuidados na saúde mental.
“Estamos confiantes que já em
2022, ou em sede de Orçamento
Regional para 2023, existirá aco-
lhimento responsável e sábio, no
apoio justo e merecido às casas de
saúde hospitaleiras da Região, dada
a elevadíssima sensibilidade social
e humanidade de quem nos gover-
na, condição essencial para que
estas instituições possam cumprir
de forma sustentável a sua missão”,
refere o comunicado.
A solicitação que visa o reforço dos
apoios públicos é justificada com
“a situação atual particularmente
saúde mental Casas hospitaleiras asseguram apoio a doentes difícil, que decorre de constrangi-
mentos económico-financeiros que
já vêm do passado, tem vindo a
agravar-se pela acentuada escalada
de custos alimentares, energéticos,
com os recursos humanos, com me-
dicamentos, entre outros, aos quais
não conseguem fazer face, com os
valores atualmente pagos no âmbi-
to do acordo existente com o Servi-
ço Regional de Saúde”.
Para as casas de saúde hospitalei-
ras, “esta situação carece de uma
intervenção de caracter urgente,
sob pena de se colocar em causa a
qualidade da prestação e segurança
dos cuidados, a que estas institui-
ções se prezam de defender na sua
atuação, em resposta às pessoas
mais vulneráveis designadamente
aqueles com doença mental grave”.
Caso não exista uma resposta posi-
tiva do Governo Regional, as insti-
tuições que asseguram cuidados na
saúde mental admitem que podem
não ter condições para prosseguir
no futuro a missão que desempe-
nham há várias décadas.

InIcIatIva decorre a 21 e 22 de outubro

Encontro de Chefs
no Forte do Negrito
Evento com de dez chefs
da Macaronésia e Portu-
gal continental.
Uma dezena de chefs da Macaroné-
sia e Portugal continental vão en-
contrar-se na ilha Terceira, a 21 e
22 de outubro, no Forte do Negrito,
durante o 1º Encontro de Chefs, ini-
ciativa gastronómica, vínica e cultu-
ral que visa promover a gastrono-
mia sustentável e característica de
cada Região participante.
Os chefs convidados são Júlio Pe-
reira, da Madeira, Creusa Diaz, das
Canárias e Lamine Medina, de Cabo
Verde, João Carlos Simões, Celso
Duarte Padeiro, Nuno Mota, Hélder
Freire e André Pereira Rodrigues,
do continente, estando a ilha Ter-
ceira representada por Gastão Reis
e Paulo Lourenço.
Cada chef vai confecionar duas es-
pecialidades, nos dias 21 e 22 de
outubro. Serão apresentadas cria-
ções dos dez chefs com o recurso a
produtos locais como carne e peixe,
bem como, pratos vegetarianos e
sobremesas.
No dia 21 outubro, realiza-se o Fó-
rum Saborea, onde oradores convi-
dados vão abordar os temas como
“Gastronomia Sustentável”, “Perfil
do Novo Turista” e “Coletivos Gas-
tronómicos”.
Paralelemente, decorrem provas de
vinhos, atuações musicais e um fó-
rum sobre gastronomia e vinho.
A animação musical do Encontro
de Chefs será assegurada por Maria
& Luís Bettencourt, no dia 21 de
outubro e do trio de Sónia Pereira,
no dia seguinte. A 21 de outubro, o
DJ convidado é GuessWho e no dia
seguinte atua a dupla JL Smooth &
Mr. Apples.
A iniciativa começa às 18h00, para
o público em geral, em ambos os
dias, com entradas com o custo de
25 euros/diário, que inclui quatro
pratos e duas bebidas. forte do negrito Encontro de Chefs com gastronomia, vinhos e música
DIÁRIO INSULAR 14.out.2022 RegIãO |05|

António venturA reAlçA dependênciA dAs importAções em 50% do mercAdo nAcionAl

Região pode crescer muito

na produção de carne

ExpocarnE Produtores terceirenses mostram potencialidades de setor no Parque de Exposições da Ilha Terceira

Região tem margem para aumentar o abastecimen-
to de carne de bovino ao mercado nacional que de-
pende em 50% de produto estrangeiro.
O secretário regional da Agricul-
tura e Desenvolvimento Rural,
António Ventura disse ontem, na
Vinha Brava, que existe margem
de crescimento para a produção
de carne de bovino nos Açores,
tendo em conta que cerca de 50%
do consumo do mercado nacional
é assegurado pela importação.
Numa intervenção na sessão de
abertura da ExpoCarne, que de-
corre até domingo no Parque de
Exposições da Ilha Terceira, An-
tónio Ventura disse que a Região
pode aumentar a sua quota de
mercado no continente e Madeira.
De acordo com dados estatísticos,
2019, foram consumidas 210 mil
toneladas de carne de bovino em
Portugal e produzidas pouco mais
de 90 mil.
“Temos um défice no âmbito da
bovinocultura de carne em Portu-
gal de 50%, o que quer dizer que
há muito espaço para ocupar. Em
vez de Portugal estar a importar
de outros países, poderá importar
dos Açores e é nesse sentido que
temos de trabalhar”, afirmou.
Segundo o governante, entre ja-
neiro e setembro deste ano, re-
gistou-se um aumento de 13%
na produção de carne nos Açores
em relação ao mesmo período de
2021, o que correspondeu ao aba-
te de mais sete mil animais.
“Os animais quando são conver-
tidos em carne, há aqui um ga-
nho local, há mais local e menos
exportação, com todas as conse-
quências positivas que obviamen-
te isso traz em termos de riqueza,
em termos de criação de emprego
e em termos de autossuficiência
alimentar. Uma progressiva autos-
suficiência alimentar, o que nos dá
autonomia política”, realçou.
António Ventura revelou que no
próximo ano terá início o proces-
so de certificação no âmbito do
bem-estar animal de mais cinco
matadouros nos Açores. São Jor-
ge, cujo processo de construção de
um novo matadouro está em curso
e a casa de matança do Corvo não
avançam com a certificação.
“Neste momento temos dois ma-
tadouros certificados para o bem-
antónio vEntura Aposta na certifica-
ção dos matadouros
estar animal, o de São Miguel e o
da ilha Terceira. É nossa intenção
iniciarmos em janeiro a certifi-
cação de mais cinco matadouros
nos Açores e isso significa que, no
final de 2023, teremos sete mata-
douros certificados no âmbito do
bem-estar animal”, afirmou.
O programa da ExpoCarne, que
decorre até ao próximo domingo,
prevê a apresentação das diferen-
tes raças de carne existentes nos
Açores, atividades para crianças e
concurso de raças de bovinos, en-
tre outras iniciativas.
Estão também programadas as pa-
lestras “A conversão para modo
de produção biológico na bovino-
cultura de carne (Sérgio Almei-
da), “Seleção de raças e utilização
no cruzamento industrial (Paulo
Costa), “Ramo Grande: a tala e
o selo/certificação”) e O IAMA,
a sua missão e ações”, para além
da exibição de um vídeo, produzi-
do pela Grater, sobre pastagens e
acabamento dos animais.
O certame termina, domingo à tar-
de, com uma degustação de carne
de bovino dos Açores.
|06| RegIãO 14.out.2022 DIÁRIO INSULAR

Social-democrataS chumbaram propoSta de requerimento do cdS-pp

Agriazores não sobe a plenário

mas PSD faz a vontade à IL
O coordenador da IL
apelou ao PSD para que
chumbasse os requeri-
mentos dos seus parcei-
ros de coligação sobre a
Agriazores, mas depois
exortou o partido a votar
a favor da iniciativa do
PPM.

A proposta da IL/Açores para a cria-

ção da Agriazores não será discuti-
da, em plenário, antes da votação
do Plano e Orçamento para 2023,
como pretendia o seu proponen-
te, mas o PSD acabou mesmo por
chumbar, em comissão, um reque-
rimento de um dos seus parceiros
de coligação (CDS-PP) e só votou
a favor do requerimento do outro
parceiro de coligação (PPM) depois
de a IL o ter exortado a fazê-lo.
Nuno Barata (IL) tinha ameaçado
rasgar o acordo de incidência par-
lamentar, se os social-democratas
não votassem contra os requeri-
mentos dos parceiros de coligação.
No entanto, ontem, em reunião da
Comissão de Economia, acabou por
concordar com a aprovação do pe-
dido de parecer jurídico da iniciati-
va, proposto pelo PPM, que obriga
ao adiamento da sua discussão e
votação.
O próximo plenário tem início na
terça-feira e da agenda não cons-
ta a proposta da IL. O plenário de
novembro é dedicado ao Plano e
Orçamento da Região para 2023, o
que faz com que a Agriazores suba a
plenário, na melhor das hipóteses,
no mês de dezembro.
O PS ainda sugeriu que a comissão
pedisse aos serviços jurídicos da As-
sembleia Legislativa que emitissem
o parecer com caráter de urgência
até segunda-feira, mas os restantes
partidos consideraram que o prazo
não era razoável e o próprio depu-
tado da IL sugeriu um prazo mais
alargado, para assegurar que o pa-
recer jurídico era feito com “calma
e ponderação” e com informação
nuno barata Deputado da IL tinha ameaçado rasgar o acordo de incidência parlamentar com o PSD
técnica “o mais bem fundamentada
possível”.
“Sejamos sérios na forma como va-
mos fazer isso. Este diploma levou-
me quase um ano a fazer, levou três
meses a ser analisado aos juristas a
quem pedimos apoio jurídico. Não
me parece que a Comissão de Eco-
nomia queira um parecer à pressa,
em cima do joelho, sobre um diplo-
ma que esteve cinco meses em co-
missão. Não há que ter pressa nesse
processo”, apontou.
A comissão decidiu pedir o parecer
com caráter de urgência, mas sem
indicar prazos, aprovando uma
prorrogação de 15 dias para a emis-
são do relatório, com possibilidade
de nova prorrogação, se necessário.
Extinção dE institutos
A Iniciativa Liberal apresentou uma
proposta com vista à criação da
Agriazores, uma sociedade anónima
de capitais exclusivamente públi-
cos, que visa substituir o Instituto
Regional de Ordenamento Agrário
(IROA) e o Instituto de Alimenta-
ção e Mercados Agrícolas (IAMA).
O projeto de resolução já estaria
praticamente pronto a ser debatido
em plenário, mas CDS-PP e PPM
apresentaram requerimentos, na
Comissão de Economia da Assem-
bleia Legislativa, com vista a novas
diligências.
O CDS-PP requeria a audição pre-
sencial da Federação Agrícola dos
Açores e o PPM solicitava um pedi-
do de parecer aos serviços jurídicos
da Assembleia Legislativa.
No sábado, no plenário em que foi
reeleito como coordenador regional
da Iniciativa Liberal, o deputado
único do partido nos Açores, Nuno
Barata, apelou ao PSD, com quem
tem um acordo de incidência parla-
mentar, para que chumbasse as ini-
ciativas dos parceiros de coligação,
alegando que visavam apenas adiar
a discussão da criação da Agriazo-
res.
“O PSD presta-se a pôr-se debaixo
do CDS e do PPM para não ver su-
bir uma medida antes da aprovação
do orçamento. Porquê? Porque se
esta medida for chumbada pelo PSD
então o PSD está a não cumprir o
acordo de incidência parlamentar
que assinou com a Iniciativa Libe-
ral”, acusou.
O deputado da IL disse que o PSD
tinha de “assumir ainda antes da vo-
tação do plano” se aprovava ou não
a proposta de criação da Agriazo-
res, desafiando o partido a “chum-
bar as propostas dos requerimentos
do CDS e do PPM”, como sinal de
que “está disposto a reformar”.
“Caso contrário, dar-nos-á a liber-
dade de irmos ao senhor presidente
da República dizer que não estão a
cumprir o acordo de incidência par-
lamentar, que não querem cumprir
o acordo de incidência parlamentar
DIÁRIO INSULAR 14.out.2022
e que por isso dele nos libertamos”,
afirmou.
Audição dA federAção
Na reunião de ontem da comis-
são de economia, o deputado Rui
Martins, do CDS-PP, considerou
“pertinente” a audição do presi-
dente da Federação Agrícola dos
Açores, defendendo que uma dis-
cussão “abrangente e plural” do
diploma.
Nuno Barata, que não tem direito
de voto na comissão, lembrou, no
entanto, que o diploma tinha esta-
do em consulta pública durante 30
dias e que tinham sido pedidos pa-
receres, por escrito, a todas as asso-
ciações agrícolas da região.
Os deputados social-democratas
não intervieram no debate, mas
acabaram por votar contra, chum-
bando a proposta, que contou com
os votos favoráveis do CDS-PP e do
deputado independente (ex-Chega)
e a abstenção do PS.
António Vasco Viveiros, do PSD,
justificou o voto alegando que a ini-
ciativa já tinha sido “suficientemen-
te analisada com inúmeras audições
na comissão” e tinha estado em
consulta pública durante 30 dias.
“O plenário será outra oportuni-
dade para a discussão análise e
esclarecimento da iniciativa e será
também a oportunidade para que
todos os partidos ou representações
parlamentares possam apresentar
propostas de alteração ao diplo-
ma. Nesse sentido, parece-nos que
não faz sentido mais esta audição”,
apontou.
dúvidAs jurídicAs
Já o PPM propôs um pedido de
parecer jurídico aos serviços da
Assembleia Legislativa, alegando
coligAção União desfez-se na Comissão de Economia com o PSD a manifestar-se contra as propostas dos parceiros
que a iniciativa tinha suscitado um
“conjunto muito significativo de
questões e dúvidas”, apresentadas
por várias entidades nas audições,
incluindo pelos trabalhadores.
“Não se trata de nenhuma prática
no sentido de atrasar a votação do
diploma em plenário, uma vez que
é um dos diplomas mais recentes da
Comissão de Economia, que tem 14
ou 15 diplomas para agendar, e que
existem sempre figuras regimentais
que permitem o agendamento po-
testativo”, assegurou.
O deputado da IL alegou que todas
as dúvidas presentes no requeri-
Agriazores só deverá
ser votada em dezembro
mento do PPM estavam “respondi-
das no próprio diploma” e que só
uma leitura “leviana” e “descuida-
da” podia levar a que fossem levan-
tadas.
Paulo Estêvão insistiu por várias
vezes, alertando para o perigo de a
proposta colocar em causa os direi-
tos dos 600 trabalhadores do IAMA
e do IROA e questionando Nuno
Barata sobre os motivos da sua re-
sistência ao parecer jurídico.
“Não quer, porque a sua interpreta-
ção está errada e prejudicará grave-
mente as empresas e os trabalhado-
res dos Açores”, rematou.
O proponente já tinha assegurado
que os direitos dos trabalhadores
estavam salvaguardados na pro-
posta, mas acabou por exortar PS e
PSD a votar a favor do requerimen-
to do PPM.
“Pelos vistos parece que quem não
tem dúvidas é o senhor deputado
Paulo Estêvão e nesse sentido eu
vou exortar os grupos parlamenta-
res maiores que votem a favor do
requerimento para que os serviços
da Assembleia nos deem um pare-
cer jurídico mais válido, mais pro-
fundo”, afirmou.
António Vasco Viveiros, que tinha
estado em silêncio até à votação,
anunciou um voto favorável, para
que pudessem ser “esclarecidas”
as dúvidas de outros partidos, mas
disse que o PSD não partilhava es-
sas dúvidas.
“Votamos favoravelmente o re-
querimento, mas não partilhamos
as dúvidas em matéria de pesso-
al, pelo histórico da região e pela
experiência do que se passou na
região, com cerca de 3.500 traba-
lhadores de funções públicas [dos
hospitais], que passaram a estar
integrados numa entidade pública
empresarial, mas mantiveram todos
os direitos que tinham até essa altu-
ra”, justificou.
RegIãO |07|
jogos políticos
Sem direito a voto, o deputado do
PAN, Pedro Neves, lembrou que a
proposta da IL já tinha uma nota
técnica dos serviços jurídicos da
assembleia e que os grupos e re-
presentações parlamentares tinham
assessores jurídicos para tirar dúvi-
das.
“Nunca poderia acompanhar este
requerimento, porque nota-se que
é um travão e não uma dúvida ‘per
se’ do PPM. É a coligação a querer
fazer um travão, para ultrapassar o
orçamento e ver o que é que a IL vai
fazer ou não relativamente ao seu
sentido de voto. Não gosto deste
tipo de jogo político”, apontou.
Já o deputado independente Car-
los Furtado (ex-Chega), que votou
favoravelmente as duas iniciativas,
criticou o “clima de ameaça” cons-
tante no parlamento açoriano e acu-
sou o deputado da IL de “tentar ga-
nhar na secretaria um jogo que acha
que não vai ganhar em campo”.
“Devemos pedir este parecer jurí-
dico ao gabinete da assembleia e a
partir daí tomarmos a decisão com
toda a humildade, que parece que
é coisa que está faltando ao senhor
deputado Nuno Barata na discussão
deste assunto, onde inclusive já vai
ameaçando os partidos da coligação
de que se não houver Agriazores
não há orçamento”, afirmou.
Em protesto, o deputado da IL acu-
sou Carlos Furtado de demagógico
e de pôr palavras que não disse na
sua boca.
“Eu nunca ameacei governo nenhum
de não fazer passar o orçamento por
causa da não criação da Agriazores.
Uma coisa é o orçamento, outra coi-
sa é o acordo de incidência parla-
mentar. O orçamento da região, se
for bom há de passar”, frisou.
|08| RegIãO
enuncia deputado independente, carlos Furtado
Governo não pode
depender de minorias
CARlOS FURTADO “É insustentável este modelo de governação”
Carlos Furtado, deputado independente, refere que
“é inviável” o atual executivo ser “refém de mino-
rias”, referindo-se ao Chega e à Iniciativa Liberal.
O deputado independente Carlos
Furtado afirmou, ontem, que “é in-
viável um Governo dos Açores” ser
“refém de minorias”, neste caso,
olhando para o Chega e para Inicia-
tiva Liberal, os dois partidos com
quem o Governo tem um acordo de
incidência parlamentar.
Num comunicado enviado à impren-
sa, Carlos Furtado diz que os “recen-
tes acontecimentos políticos” ditam
que “este governo regional não exibe
capacidade para implementar um
rumo para os Açores”, dando como
exemplo as “chantagens” da IL e do
Chega.
De acordo com o deputado, “estas
técnicas chantagistas” são “prática
recorrente” de políticos que usam a
“aritmética parlamentar e não con-
seguindo apresentar mérito nas suas
propostas”, acabam por fazê-lo “di-
retamente através do Governo”, ga-
nhando “na secretaria, o jogo que não
conseguem ganhar em campo”.
Em primeiro lugar, Carlos Furtado
deu o exemplo da “chantagem feita
ao PSD e tornada pública por parte
da IL”, na semana passada, com o ob-
jetivo de “obrigar a maioria a aprovar
um diploma da IL que está condena-
do a chumbo, sob pena do Orçamento
da Região não colher o voto favorável
do partido que se intitula Liberal”.
Nuno Barata ameaçou acabar o acor-
do de incidência parlamentar caso a
proposta que apresentou, de criação
de uma sociedade anónima, a Agria-
zores, para substituir o IAMA e o
IROA, não fosse aprovada.
Em segundo lugar, o deputado criti-
cou o mais recente apoio à natalidade
do Governo Regional “Nascer Mais”.
Carlos Furtado refere que “a pro-
posta inicial exigida pelo Chega, por
si só já era uma idiotice”, dado que
“discriminava injustificadamente” e
“excluía” pessoas deste apoio, sendo
que a resolução do Governo “padece
das mesmas inconstitucionalidades”.
“O apoio à natalidade é apenas apli-
cável em 12 concelhos da região, dei-
xando para trás, os sete mais populo-
sos”, esclarece.
“Não fosse essa razão mais do que su-
ficiente para a decisão de Artur Lima
já merecer críticas e reprovação, há
ainda um claro favorecimento do lo-
bby das farmácias, uma vez que os
1500 euros de prémio a cada criança
que nasça nestes 12 concelhos, só po-
dem ser gastos em farmácias”, acres-
centa o deputado.
Desta feita, Carlos Furtado diz que “é
insustentável este modelo de gover-
nação” e questiona “que região tere-
mos após a era Bolieiro?”.
“Por tudo isso, pode-se dizer que é
inviável a região continuar refém de
dois deputados que representam (em
votos) menos de dois por cento do
povo açoriano”, declara.
COMBATE À FRAUDE
José Pacheco, deputado do Chega no
parlamento açoriano, manifestou,
ontem, a sua satisfação com o apoio
à natalidade criado pelo atual execu-
tivo, dizendo que a exclusividade do
uso do subsídio nas farmácias evita
“alguma fraude”.
“Tínhamos dúvidas quanto a ser nas
farmácias, mas percebemos que assim
ia evitar alguma fraude – o dinheiro ia
ser usado de forma abusiva, não para
as crianças mas para os pais, naquilo
que quisessem comprar”, afirmou em
conferência de imprensa.
“Queríamos ter a certeza de que o
dinheiro era usado em prol das crian-
ças. Sempre foi o nosso propósito e,
sendo nas farmácias, é muito mais
fácil de fiscalizar e o dinheiro não ser
mal usado”, acrescentou.
O deputado do Chega quer que “o
apoio chegue a todos os açorianos”
e que vão estar “um ano a fazer aná-
lise” para “perceber se funciona ou
não e o que precisa melhorar”.
APOIO INJUSTO
O Bloco de Esquerda emitiu um co-
municado afirmando que o apoio
“Nascer Mais” é “injusto e vai criar
situações de discriminação inacei-
táveis”, dado que os sete concelhos
excluídos, onde se encontra Angra,
representam “73% da população da
região”.
“Os açorianos dos sete concelhos dis-
criminados negativamente por este
têm motivos para se sentirem postos
de parte e ofendidos no seu direito à
igualdade de tratamento”, dizem os
bloquistas, defendendo que o apoio
“tem que ser alargado a todas as fa-
mílias dos Açores”.
14.out.2022 DIÁRIO INSULAR
eVento acontece HoJe
2ª Sessão do Forúm
Saúde 2030 no Faial
A segunda sessão do Fórum Saúde
2030 decorre no Teatro Faielense,
no Faial, durante o dia de hoje.
O evento terá início às 10h00,
com a abertura do Secretário Re-
gional da Saúde e Desporto, Clé-
lio Meneses, e prolonga-se até às
13h00.
Prevê-se que as comunicações dos
oradores convidados comecem por
volta das 10h30.
São convidados o Dr. Rui Nogueira,
Ex-Presidente da Associação Por-
tuguesa de Medicina Geral e Fami-
liar; o Dr. João Sarmento, Especia-
lista em Medicina Geral e Familiar
e Mestre em Gestão de Saúde; e o
Dr. Henrique Prata Ribeiro, Médico
Psiquiatra e Docente Universitário.
Pelas 11h30 dá-se um coffe break
de quinze minutos, prosseguindo-
se o debate, pelas 11h45. Às 13h00
acontece o encerramento do Fó-
rum.
Recorde-se que o Fórum Saúde
2030, que arrancou em Angra do
Heroísmo, em agosto, pretende re-
colher contributos para um novo
modelo de saúde nos Açores.
em são miguel
Detido por ameaças
a assistente social
A PSP deteve “em flagrante delito”,
na passada terça-feira, no concelho
da Ribeira Grande, em São Miguel,
um homem de 42 anos, “pela sus-
peita do crime de ameaças agrava-
das contra um funcionário, no inte-
rior de uma instituição pública”.
Em comunicado, o Comando Regio-
nal da PSP refere que o homem terá
ameaçado uma assistente social e
atirado ao chão vários objetos da sua
secretária e pontapeado os arquivos.
“Face ao seu comportamento vio-
lento, e para evitar que escalasse,
a PSP interveio imediatamente,
manietando o suspeito, através da
força estritamente necessária para
fazer cessar este comportamento
ilícito, acabando por ser detido e
transportado para o departamento
policial da área”, adianta.
A assistente social explicou à polí-
cia que “o suspeito desobedeceu à
ordem das funcionárias para aguar-
dar e ser atendido pela ordem de
chegada”.
Depois de presente à autoridade
judiciária, foi-lhe “aplicado o termo
de identidade e residência”.
DIÁRIO INSULAR 14.OUT.2022
ÁlvArO DâmASO
O
Orçamento de Estado é
o instrumento de políti-
ca económica ou mes-
mo financeira mais po-
deroso que se conhece num regime
sociopolítico como o português.
A sua função primordial consiste na
redistribuição do rendimento nacio-
nal essencialmente orientada para
fins de inclusão social, segurança
em sentido amplo, incluindo saúde,
defesa da natureza, de investimento
de interesse nacional e de desenvol-
vimento económico.
Uma melhor distribuição do rendi-
mento nacional, se bem conseguida,
poderá conduzir a uma progressiva
redução das desigualdades. Por isso,
o objetivo último e consolidado do
Orçamento do Estado é o bem estar
social e a redução da desigualdade.
A distribuição primária do rendi-
mento efetuada por salários, lucros
e rendimentos de origem diversifi-
cada não tem, por natureza, as fina-
lidades referidas no parágrafo pre-
cedente. A ação do Estado é neces-
sária para corrigir os desequilíbrios
por ela originados ou acentuados.
Todavia, as políticas e programas
estatais sucedem-se uns aos outros,
mas a disparidade entre o universo
dos que menos auferem ou têm e o
universo dos que mais recebem ou
detêm ainda é muito elevada e as
crises e recessões como os conflitos
bélicos aprofundam-nos.
Complexa questão é a de saber até
onde poderá ir uma política públi-
ca de redistribuição do rendimento
sabendo-se que as causas da desi-
gualdade não se esgotam apenas na
diferença de níveis de rendimento
ou de riqueza possuída em grande
parte por herança recebida. Para
referir apenas um exemplo, não
é justo nem eficaz equiparar o ser
diligente e produtivo ao negligente
e pouco laborioso. Ouve-se repeti-
damente esta observação crítica a
propósito da concessão do subsídio
de emprego e de outas medidas es-
tatais equivalentes.
O Orçamento Estado 2023 parece
DE SEXTA A SEXTA
Questões em torno do Orçamento do Estado 2023
permitir duas visões, o que signi-
fica que a política orçamental é
propositadamente ambígua: a que
considera que há demasiada con-
tenção, ou seja, desproporcionada
preocupação com o défice e com
o crescimento da dívida pública, o
que a leva a cortes na despesa que
poderiam ser menos profundos; em
estrita conformidade com uma das
suas linhas mestras, a das contas
certas, que ninguém sabe do que
se trata exatamente porque não as-
senta numa razão técnica; e a que
defende que ainda no Estado, a co-
berto da maioria absoluta decisiva,
se gasta muito e mal, segundo uma
razão política - o que, no futuro
próximo, poderá determinar situa-
ções muitos difíceis se a economia
europeia não conseguir evitar uma
crise.
O Primeiro Ministro reconhece
alguma precariedade e alguma ge-
ografia económica no processo
inflacionário em curso, garantiu
na apresentação do OE que Portu-
gal irá “sobreviver à recessão dos
outros”. Porém, não é a prudência
orçamental que ele enaltece que
evitará que Portugal seja atingido
por uma recessão económica, caso
ela deflagre na Europa.
A economia portuguesa mantém
uma dependência muito acentuada
das restantes economias europeias,
quer no plano do relacionamento
comercial, quer no plano da colo-
cação das suas emissões de dívida,
quer no plano bancário (BCE), quer
no plano orçamental em relação
ao orçamento da União Europeia.
Portugal prevê receber da União
Europeia, em 2023, um saldo líqui-
do dos fluxos financeiros trocados
por ambos no montante de 7.923,6
milhões de euros, quadro da página
168, do Relatório do O.E.
Creio que o Orçamento para o pró-
ximo ano é simplesmente defensi-
vo, que não tem por objetivo rees-
truturar ou reformar o que quer que
seja, mas tentativamente, minorar
os efeitos do processo inflacionário
sobre as famílias mais vulneráveis,
com o cuidado de acautelar dispa-
ros orçamentais em anos seguintes.
O Orçamento 2023 aumenta as ca-
tivações, elevando-as para um va-
lor superior ao verificado no ano de
2015 – 3.138 milhões de euros de
despesa cativada - baixa valor das
pensões, quase como no tempo da
Troika. Persiste também uma es-
pécie de orçamento próprio do Mi-
nistro da Finanças, o das “dotações
centralizadas” destinadas a fins
específicos de política orçamenta
uma novidade introduzida pelo ex-
ministro das Finanças Mário Cen-
teno.
As verdadeiras novidades do OE,
não são de natureza estrutural ou
reformadora, mas apenas operacio-
nais, como a tributação dos Cripto-
ativos e dos “lucros inesperados”,
novas regras para a retenção na
fonte, a revisão do método de cál-
culo do “mínimo de existência”, um
benefício fiscal para nas empresas
se preferir a deslocação pedestre à
motorizada, o que não deixa de ser
enigmático.
O Orçamento foi elaborado num
ambiente de grande incerteza:
quando acaba a guerra que perturba
a economia, desarticula as cadeias
de distribuição de matérias primas
e complementares, provoca a infla-
ção? Estará a economia mundial à
beira de uma recessão?
Os Estados aprenderam com as cri-
ses precedentes e realizam um gran-
de esforço para dotar a economia
de liquidez bastante. Todavia, será
suficiente? A dependência externa
de Portugal fragiliza a sua ambição
de resiliência. Portugal poderá já no
próximo ano ter menos PIB e mais
inflação.
Em relação às Regiões Autónomas,
o Orçamento para 2023, prevê que a
Administração Regional Autónoma
no conjunto apresente um défice de
361,9 milhões de euros, correspon-
dendo a uma melhoria de 155,6 mi-
lhões de euros face a 2022.
A receita deverá crescer 19,7%, im-
OpINIãO |09|
pulsionada sobretudo pelo aumento
das transferências da União Euro-
peia (136%), associadas em grande
medida aos fundos a receber no âm-
bito do Plano de Recuperação e Re-
siliência, e da receita fiscal (4,4%).
A despesa deverá registar um
crescimento de 11,8%, resultante
maioritariamente do investimento
(52%), impulsionado pelo Plano de
Recuperação e Resiliência nos pro-
jetos a desenvolver pelas Regiões
Autónomas e do Hospital Central
da Madeira, das despesas com pes-
soal (5,3%) e da despesa com aqui-
sição de bens e serviços (8,2%).
Em 2023, as transferências do Or-
çamento do Estado para as Regiões
Autónomas, ao abrigo da Lei das
Finanças das Regiões Autónomas,
totalizarão 515,4 milhões de euros,
repartidos pela Região Autóno-
ma dos Açores que receberá 288,9
milhões de euros e pela Região
Autónoma da Madeira (RAM) que
auferirá 226,5 milhões de euros, o
que corresponde a um aumento de
17 milhões de euros face ao ano an-
terior.
Os Orçamentos das Regiões Autó-
nomas ainda não foram apresenta-
dos nos parlamentos regionais, pelo
que a informação divulgada pelo
Relatório do OE, referida para o
conjunto das Regiões Autónomas
configura uma verdadeira anteci-
pação. Teremos a oportunidade de,
dentro em breve, conferir a justeza
das previsões que tiveram a parti-
cipação dos serviços competentes
regionais.
O Presidente do Governo Regional
dos Açores garantiu que o Gover-
no da República manteria o apoio
de cerca de 35 milhões de euros di-
rigidos à mobilidade (aérea) entre
os Açores e Continente Português,
à semelhança dos anos anteriores,
o que é muito importante para os
residentes no Arquipélago para as
famílias e para as empresas.
O OE 2023 é defensivo, visa o em-
pate, socorrendo-me da gíria des-
portiva.
|10| OpINIãO
júliO rOcha
N
ão é fácil encarar,
face a face, o sofri-
mento de uma pes-
soa idosa. Causa-nos
embaraço, inaptidão, constran-
gimento. Não nos deixa pro-
priamente o coração a sangrar.
Se fosse uma pessoa nova, se
fosse uma criança, os nossos
sentimentos borbotariam e nós
passaríamos um bom bocado a
desenvolver compaixão, pena,
desgosto ou lágrimas. As nossas
redes sociais pululam de cãezi-
nhos e gatinhos a sofrer, ganin-
do ou miando a pedir ajuda, ani-
maizinhos abandonados e sujos,
de olhares humildes e pedintes,
e as lágrimas de revolta e sin-
cera piedade arrasam as redes
sociais. Para cada cem “posts”
de animais abandonados, lá
aparece o de um velho pedinte
ou esquecido numa cama, com
dois ou três “likes” por baixo.
Os velhos doentes são a antecâ-
mara da morte. Os gatinhos são
bonitos demais para dormirem
na rua.
Não me dá especial prazer visi-
tar doentes. Primeiro porque o
prazer não é o motivo das mi-
nhas boas ações. Segundo por-
que tenho uma difícil sensibi-
lidade ao sofrimento alheio.
Afeta-me por vezes e, nos casos
mais críticos e dolorosos, carre-
go comigo o sofrimento alheio.
Nunca desprezes uma lágrima
sincera. O meu lema é, de certo
modo, “onde houver o bem a fa-
zer que se faça”, como dizem al-
gumas irmãs franciscanas. Mui-
Aquela que nunca chora sem sorrir
tas vezes não o faço, o que indica
a minha comum condição huma-
na: ninguém é perfeito e, como
São Paulo, muitas são as vezes
em que faço o mal que não quero
e não faço o bem que quero.
O dia da visita aos doentes é um
dia de compenetração, de mus-
culação da alma para os emba-
tes com aquelas lágrimas que
procuro ajudar a limpar, aque-
las dores que não consigo curar,
aquela solidão consagrada dos
velhos doentes, que já nada dão
e só se sentem um estorvo, um
peso inútil e trabalhoso, que
atravanca projetos familiares.
Na sociedade das férias e dos
passeios, dos prazeres e do bem-
estar, uma família que tem um
doente na cama é uma família,
de algum modo, amputada. A
solidão dos velhos é diretamen-
te proporcional ao nosso indivi-
dualismo. Eles deram-nos o que
nós damos aos nossos filhos. Os
nossos filhos vão dar-nos menos
do que nós damos aos nossos
idosos.
Aqueles olhos de um azul bri-
lhante riem e choram ao mesmo
tempo, mal eu entro no quarto
arranjadinho e pequeno, com
uma cama articulada onde se es-
tende o corpo de 95 anos da tia
Celestina. Cabelos de neve, ros-
to branquinho, nunca chora sem
sorrir, coisa estranha de quem
faz um esforço por adocicar a
dor, dando à dor aquele matiz de
cinzento-rosa que deve ser acei-
te sem revolta nem desespero.
A tia Celestina nasceu na “Vi-
lha”, como é conhecida a vila
de São Sebastião, nos anos vin-
te do século passado. Com uma
carrada de irmãos, não é difícil
adivinhar que nasceu na pobre-
za comum naquelas datas e nas
nossas terras. Mesmo assim era
feliz na infância, porque, diz ela,
qualquer coisa servia para brin-
car, as crianças costumavam ser
amigas, havia uma alegria que
hoje não há. É mais ou menos
isso que quase todos nós pensa-
mos quando a idade vai dando
mais passado do que futuro.
A tia Celestina foi colega de
catequese da Maria Vieira. Ma-
ria Vieira, para quem não ou-
viu falar dela, é hoje venerada
como uma santa cuja ermida,
nas margens de São Sebastião,
é lugar de peregrinação de bas-
tante afluência. Morreu aos 13
anos, assassinada por um cer-
to “Quinteiro” que quis abusar
dela. Uma cavadela na cabeça
acabou por matar a criança, não
sem que ela, antes do último
suspiro, perdoasse o assassino.
Está a correr hoje, nos primei-
ros passos, o seu processo de
beatificação.
A tia Celestina lembra-se bem
dela, na catequese, ambas po-
bres, ambas amigas. Uma meni-
na rica da Vila costumava levar
sempre uma laranja – coisa rara
– para a catequese, e limitava-se
a comê-la diante das outras. Ce-
lestina e Maria Vieira, silencio-
sas e humildes, ficavam ao pé
dela, à espera que ela lhes desse
uma casca da laranja para terem
14.OUT.2022 DIÁRIO INSULAR
o prazer de a trincar.
Já perguntei à tia Celestina
como era a Maria Vieira, à es-
pera de virtudes heroicas numa
criança em vias de santidade. A
resposta da tia Celestina é de-
sarmante: “Era uma pequena
como as outras.”
Nas vésperas de Natal de há
uns quatro ou cinco anos atrás
celebrei um funeral. Era 23 de
Dezembro. A urna entrou pela
igreja adentro fechada. Atrás
da urna uns cabelos brancos de
neve, uns olhos azuis brilhan-
tes, suportando o insuportável,
amparada, em ambos os braços,
por duas senhoras. Era a tia Ce-
lestina. A dor absoluta naquele
corpo que não se aguentava de
pé era audível num gemido que
não se sabia se era choro ou os
restos de ter chorado demais. À
sua frente, naquela urna lacra-
da, ia o corpo do seu filho mais
novo, vítima de uma leucemia
diagnosticada tarde, que o le-
vou às pressas para Lisboa onde
morreu. Não há alegria maior do
que ser mãe. Nem dor maior do
que deixar de o ser.
E naquele dia 23, com o coração
embargado por aquela dor de
olhos azuis, tive a oportunida-
de de dizer que, nas vésperas
de Natal, estávamos a celebrar
o oposto do Natal: não o sorri-
so feliz de uma Mãe que vê um
Filho nascer, mas a angústia da-
quela mãe que vê o filho partir.
Talvez não seja preciso dizer
que a tia Celestina nunca mais
foi a mesma.
DIÁRIO INSULAR 14.OUT.2022
AlexAnDrA MAnes (*)
O
mundo está numa corrida
contra o tempo tentando
corrigir erros do passado,
identificando e julgando
crimes hediondos com que convive-
mos pacificamente e chamando a jus-
tiça a separar as águas lodosas em que
a pedofilia se acobertou por séculos
que foram praticados no passado, no
presente e intimidando quem os pen-
se no futuro.
Quando começamos a quebrar o tabu
da pedofilia, muitas vezes, no seio das
famílias, nas escolas, na prática do
desporto, eis que finalmente soubemos
dar damos passos largos, também, no
que há muitos anos se murmurava em
rumores se ouvia: a pedofilia praticada
por homens que dedicaram a sua vida
a Deus com o, suposto, objetivo de
ajudar o próximo sem olhar a quem.
“Deixem vir a mim as crianças e não as
impeçam; pois o Reino dos Céus per-
tence aos que são semelhantes a elas.”,
palavras proferidas por Jesus e que de-
viam servir de exemplo a quem optou
por seguir os ensinamentos do Filho.
Independentemente, da nossa crença,
VicTOr rUi DOres
A
música faz-se com 7 notas, 5
linhas e 4 espaços. E nestas
7 notas, 5 linhas e 4 espaços
tudo pode acontecer. Desde
uma canção infantil de dois minutos até
uma sinfonia que pode durar mais de
duas horas.
Por isso, a música não se discute; ouve-
se; não se analisa, sente-se. Não há mú-
sica antiga por oposição a música con-
temporânea. Bem vistas as coisas, toda
a música é contemporânea. Haydn, Mo-
zart, Beethoven e Chopin compuseram
música contemporânea. Por conseguin-
te não há música clássica por oposição
a música ligeira. O que há é boa e má
música. E tudo o resto não passa de gé-
nero ou estilo.
Em tempo de massificação a todos os
níveis, a música é coisa que hoje toda a
gente ouve, mas poucos escutam. E há
uma diferença (que não é só semântica)
entre o verbo ouvir e o verbo escutar.
Nos tempos que correm ouvimos mui-
to, mas escutamos pouco.
Marcelo foi demasiado longe
ou mesmo da ausência dela, não pode-
mos confundir a fé com a cúpula do
patriarcado da igreja católica.
Não podemos ficar, senão, profunda-
mente assustados e tristes quando
vemos pessoas a tentar menorizar o
sofrimento atroz a que crianças foram
sujeitas. Estamos a falar de crianças
que foram brutalmente violadas sexu-
almente e que carregam anos de sofri-
mento e vergonha.
Pensava eu que seria impossível haver
alguma pessoa, católica ou não, que
não recriminasse a pedofilia e não rei-
vindicasse o julgamento de quem pra-
tica um ato tão hediondo.
No entanto, parece que o crime se tor-
na mais ou menos grave, consoante
quem o pratica.
Depois das vergonhosas palavras pro-
feridas pelo Bispo Manuel Linda (não
me merece outro trato), aquando da
criação de uma comissão para acom-
panhar os casos de pedofilia prati-
cados dentro da igreja, comparando
estes casos com a probabilidade da
queda de um meteorito, no Porto, eis
que Marcelo Rebelo de Sousa, nas suas
Azores Festival 2022
ou de como pôr a sensibilidade e a inteligência
ao serviço da música
Venho, a propósito, convidar o(a)
leitor(a) a escutar a música que nos traz
o Azores Festival 2022, a decorrer em
novembro próximo: nos dias 1 e 2 em
Santa Maria (Igreja da Nossa Senhora
da Vitória); 4 e 5 em São Miguel (Tea-
tro Micaelense e Palácio de Sant´Ana);
7 e 8 na Terceira (Teatro Angrense);
9 em São Jorge (Ermida do Solar dos
Noronhas, Ribeira Seca, Calheta); 10
no Pico (Auditório do Museu dos Bale-
eiros); e 12 no Faial (Teatro Faialense).
Os intérpretes, entre outros, são de pri-
meiríssima água: o compositor inglês
Barry Guy, também contrabaixista de
excelência; o pianista norte-americano
John Blum, referência do free jazz e
do underground nova-iorquino; Maya
Homburger, violinista suiça que tem
desenvolvido um estilo idiossincrático
no violino barroco e gerido projetos de
música improvisada; Florian Berner,
violoncelista austríaco mundialmente
conhecido; Christoph Berner, pianista
clássico austríaco, um dos mais versá-
“marcelices” meteu os pés pelas com
as mãos, pensou como católico e não
como presidente de uma Républica lai-
ca, e, decidiu que havia de dar o sinal
de perigo, através de um contato tele-
fónico com a pessoa sujeita a inves-
tigação criminal, feito por ele, e mal
explicado: Mayday Sr. Bispo! Mayday
Sr. Bispo! Há problemas no reino da
pedofilia.
O que Marcelo Rebelo de Sousa fez,
agora com as inenarráveis declarações,
desvalorizando cerca de 400 casos de
pedofilia nas sacristias, e, por muito
que tente explicar o seu contrário, foi
menorizar o sofrimento de 400 vítimas
menores de abuso sexual, praticados
no interior da igreja católica, em Por-
tugal. Foi isto e dificultar, ainda mais,
a denúncia de outros possíveis casos.
Que vítima se sente segura após a mais
alta figura do Estado subestimar anos
de trauma guardado, no seu íntimo?
Em qualquer outra instituição, se fos-
sem descobertos 400 casos de abusos
sexuais de crianças, a instituição seria
encerrada, seriam abertos processos
judiciais, até o primeiro-ministro vi-
teis da sua geração; Régis Bringolf,
violinista suíço vencedor de vários
prémios internacionais. E um repertó-
rio muito variado que inclui aquilo que
por aí se vai classificando de “antigo”,
“moderno” e “contemporâneo”: das
suites de Bach às composições de Phi-
lippe Hersant; de Schubert a Leo Orns-
tein; de H. Biber a Gygörgy Kurtág e a
Dario Castelllo.
Uma coisa é certa: não escutaremos mú-
sica previsível e acomodada – aquilo a
que o meu amigo maestro António Vi-
torino de Almeida chama ironicamente
de “a cultura musical do Für Elise (Be-
ethoven) e da Marcha Turca (Mozart)”,
– bem pelo contrário: teremos música
com substância e não adornos; com
ideias e não efeitos. Os referidos con-
certistas, atuando por vi da sensibilida-
de e da emoção, sabem que a música
não vale por ser nova, mas por ser boa.
Por isso nunca põem a originalidade à
frente da qualidade.
Tal como na matemática, também na
OPINIÃO |11|
nha a público mostrar-se indignado.
Em Portugal, o Estado vai financiar,
na íntegra e sob a batuta de Marcelo, a
Jornada Mundial da Juventude, em Lis-
boa, organizado pela igreja católica.
A pedofilia não é um problema esta-
tístico. Cada história de abuso, hoje,
ontem ou há 80 anos, merece o jul-
gamento dos abusadores e o maior
respeito pelas vítimas. Não há espaço
para relativizações. Não há lugar para
a piedosa condescendência do católico
Marcelo!
Sinto uma enorme repugnância pelas
declarações do senhor Presidente da
República. Considero, mesmo, que um
pedido de desculpas às vítimas nada
adiantaria. Só a renúncia ao cargo terá
alguma dignidade!
Marcelo é de direita e a direita por-
tuguesa adora a Deus e ao dinheiro.
Não respeitam mais nada: nem o Povo,
nem o Estado, nem a Democracia, nem
a Liberdade. Mas, não quero crer que
fiquem impávidos e serenos às decla-
rações vergonhosas de Marcelo.
(*) Deputada do BE à ALRAA
construção musical o todo é maior do
que a soma das partes. E há uma nota
dominante neste Azores Festival 2022:
quem faz música não se limita a inter-
pretar notas musicais – cria e recria
essas notas musicais. Ou seja, há o cria-
dor, por um lado e o “recriador”, por
outro. Este último vem criar pela se-
gunda vez, dando uma nova dimensão
à obra. Fazer música é, acima de tudo,
uma partilha de experiências e aprendi-
zagens. Com sentimentos, emoções e
inquietações à mistura.
Por conseguinte, este Festival, trans-
versal nos seus propósitos e cosmopoli-
ta na sua condição, combina e traz-nos
a música que menos ouvimos, por ser a
mais longínqua e a mais recente. Para
apreciar música clássica é preciso ou-
vir música clássica. E só pode gostar de
música dissonante e tonal quem ouvir
música dissonante e tonal.
Da minha parte continuo a pensar que a
música pode ser fator de transformação
do mundo.
|12| pUbLIcIDADe 14.out.2022 DIÁRIO INSULAR
DIÁRIO INSULAR 14.out.2022 pUbLIcIDADe |13|
|14| RegIãO 14.out.2022 DIÁRIO INSULAR

Estratégia inclui um cEntro dE Qualificação dos açorEs

Governo identifica escolas profissionais

como “parceiros estratégicos”

Ensino Profissional Governo Regional pretende avançar com políticas de formação de ativos

Anteproposta de Plano Regional Anual prevê inves- go quer apoiar a criação de incu- e contribuir para a melhoria da
badoras de empresas nas escolas produtividade e competitividade
timento na modernização das escolas profissionais, profissionais dos Açores, “tendo das nossas empresas”, refere a an-
que podem acolher incubadoras de empresas. em vista a promoção do empreen- teproposta.
dedorismo e a criação do próprio “Continuará a investir-se na quali-
emprego, nomeadamente por parte ficação profissional dos açorianos,
dos jovens”. em áreas que obedeçam a uma es-
A anteproposta de Plano Regional políticas de formação de ativos na “Na área da qualificação e requali- tratégia de ajustamento entre as
Anual para 2023 identifica as esco- região, consolidando-se o Ensino ficação dos ativos da Região, serão necessidades atuais e futuras do
las profissionais como “parceiros Dual, já iniciado como experiência catalisados os apoios disponibiliza- mercado laboral com os interes-
estratégicos” para concretizar a piloto”. dos no PRR, o que passa, entre ou- ses e aptidões dos jovens, sendo,
estratégia de qualificação nos Aço- Já a Rede Valorizar, também no tras iniciativas, pela concretização por isso, fundamental assegurar
res. âmbito do CQA, “irá reforçar e de um plano de formação abrangen- condições para que a formação
O documento precisa que será pro- complementar aquela estratégia de te, oferecendo-se Cursos Técnicos profissional nos Açores se revista
movida, com o apoio do PRR (Pla- qualificação profissional, intensifi- Superiores Profissionais (CTeSP), de elevada competência técnica e
no de Recuperação e Resiliência), cando cursos de aquisição básica em pareceria com a Universidade esteja adaptada ao novo paradigma
a modernização das escolas profis- de competências e processos de re- dos Açores, apoios à frequência de de desenvolvimento, baseado na
sionais, com a renovação das suas conhecimento, valorização e certi- licenciaturas para maiores de 23 tecnologia, na sustentabilidade, no
oficinas, laboratórios e salas de ficação de competências escolares anos e cursos de pós-graduação”, conhecimento, na transição digital
formação em TIC (Tecnologias de e/ou profissionais”. acrescenta o documento. e na economia verde e azul”, rema-
Informação e Comunicação). É avançado que “a par disto conti- “Com as medidas Form.Açores e ta o executivo de coligação PSD/
Segundo a anteproposta, o Cen- nuará a promover-se a qualificação Qualifica IN, dirigidas à qualifica- CDS-PP/PPM.
tro de Qualificação dos Açores, de ativos, desenvolvendo forma- ção e requalificação da população A estratégia está, refere o documen-
IPRA. (CQA), a instituir a partir ções apoiadas no âmbito do PRR”. ativa, queremos responder às ne- to, em linha com a “Agenda Regio-
da Escola Profissional de Capelas, A secretaria regional da Juventude, cessidades do mercado de traba- nal para a Qualificação Profissional
“promoverá o desenvolvimento de Qualificação Profissional e Empre- lho, promover a empregabilidade – Valorizar os Açorianos 2030”.
DIÁRIO INSULAR 14.out.2022 RegIãO |15|

Projeto está na anteProPosta de Plano regional anual

Biorremediação de solos contaminados

deve avançar na Praia em 2023
fotografia arquivo/di

Contaminação Solos apresentam poluição com metais pesados e hidrocarbonetos

Deve ser criada, no próximo ano, uma estação ex-
perimental para “testar o papel fitorremediador de
fungos” nas terras contaminadas.
A secretaria regional do Ambiente e
Alterações Climáticas deve avançar,
no próximo ano, com um processo de
biorremediação de solos contamina-
dos no concelho da Praia da Vitória.
Esta informação é avançada na an-
teproposta de Plano Regional Anual
para 2023, desenhada pelo Governo
Regional e que é debatida e votada,
em novembro, na Assembleia Legis-
lativa dos Açores.
“Será dado início à biorremediação de
solos contaminados na Praia da Vitó-
ria, na ilha Terceira, através da criação
de uma estação experimental para tes-
tar o papel fitorremediador de fungos
micorrízicos arbusculares (FMA) em
solos contaminados por metais pesa-
neutralidade carbónica”, pode ler-se. de turfeiras”.
O executivo pretende assegurar a A anteproposta de Plano Regional
melhoria do conhecimento da loca- Anual define o início da implemen-
lização e estado de conservação dos tação do regime jurídico-financeiro
solos orgânicos e turfeiras. Deve de apoio à emergência climática, que
avançar “um estudo conducente ao cria “um sistema de apoio a situações
reforço da sua proteção legal”. de perdas e danos patrimoniais resul-
qualidade dos solos e evitar a conta- Será “monitorizado o stock de car- tantes da ocorrência de fenómenos
minação de aquíferos”. bono e implementados projetos e meteorológicos extremos” e enqua-
É sublinhado que “serão ainda mape- estratégias de sequestro de carbono, dra investimentos públicos destina-
adas áreas contaminadas por metais através da florestação com plantas dos à mitigação dos impactos desses
pesados e hidrocarbonetos”. endémicas e da proteção e restauro fenómenos.
A contaminação de solos no conce-
lho da Praia da Vitória está ligada à
presença militar norte-americana na
Base das Lajes.
RoteiRo
A anteproposta de Plano Regional
Anual avança que será desenvolvido
um Roteiro para a Neutralidade Car-
bónica nos Açores, “com a identifica-
ção e quantificação das oportunida-
des de redução de emissões, através
da identificação de medidas de miti-
fotografia arquivo/di

dos e hidrocarbonetos”, é adiantado. gação e dos mecanismos para o seu

Está planeado o desenvolvimento de financiamento”.
ensaios para avaliar o papel biorre- “Está também prevista a elaboração
mediador dos FMA “em contexto real de um estudo para a criação de novos
e local, com o objetivo de melhorar a clusters de competitividade para a maRCas da PResença militaR Serão mapeadas áreas com contaminação
|16| DESPORTO 14.out.2022 DIÁRIO INSULAR

CAMPEoNAto DA PRIMEIRA DIVISÃo DE BASQuEtEBoL

Boa Viagem e Angra encaram

nova temporada com otimismo

BOA VIAGEM Equipa compete na Zona Norte da Primeira Divisão

Ambos pretendem, no imediato, certificar um lugar
no quarteto da vanguarda. A partir daí, tudo é possí-
vel. Fayal Sport é novidade no quadro feminino.
Arranca este fim de semana a fase
inicial do Campeonato Nacional da
Primeira Divisão de Basquetebol,
em ambos os géneros, quadro com-
petitivo que engloba duas equipas
da ilha Terceira: Clube Juvenil Boa
Viagem (femininos) e Clube Amigos
D’AngraBasket (masculinos).
As meninas do Corpo Santo, agora
orientadas tecnicamente por Luís
Brasil, estão inseridas na Zona Norte,
na companhia de Maia Basket Clube,
Guifões SC, SC Coimbrões, AD San-
joanense, Basquete de Barcelos, CLIP
Teams, Juvemaia – ACDC e Sporting
Clube de Braga.
Os quatro primeiros colocados no fi-
nal desta fase continuam na luta pela
promoção à Liga Feminina, ao passo
que os cinco últimos vão litigar pela
permanência.
Virando agulhas para os rapazes, o
Angra, treinado por João Tavares,
Ao mesmo tempo, Boa Viagem e An- campanha 2022/2023. Trata-se do
graBasket querem potenciar talento, Fayal Sport Club que tem assinatura
atendendo à vocação formativa de na Zona Sul – Feminina, enfrentando
ambos. Espera-se, na verdade, uma André Resende, SIMECQ, Clube de
temporada sobremaneira interessante Basket de Queluz, ACD Ferragudo,
e competitiva, algo fundamental para Carnide Clube, Clube Sport Marítimo
valorizar a modalidade. e Quinta dos Lombos (sub22).
marca presença na Zona Centro/Sul, As meninas da cidade da Horta preten-
tendo como opositores Física de FAYAL SPORT dem sobreviver no contexto nacional
Torres Vedras, Atlético Clube de Acresce sublinhar que há uma ter- da modalidade, o que, convenhamos,
Portugal, Chamusca BC – Coração ceira equipa açoriana no Campeona- já seria uma proeza digna de registo.
do Ribatejo, Clube Basket de Que- to Nacional da Primeira Divisão na A ver vamos.
luz, Estoril Basket Clube, Paço de
Arcos Clube e Sporting Clube Mari-
nhense.
Também aqui os quatro primeiros
classificados no final desta fase per-
manecem na discussão pela subida à
Proliga, enquanto os últimos quatro
vão altercar pela permanência.
OBJETIVOS
As equipas locais encaram a compe-
tição com otimismo moderado. No
imediato, o desiderato é terminar no
quarteto da vanguarda, o que desde
logo assegura a manutenção. A partir
daí, todos os sonhos são legítimos, in-
cluindo, naturalmente, uma eventual
subida de divisão. ANGRABASKET Presença na Zona Centro/Sul da Primeira Divisão
DIÁRIO INSULAR 14.out.2022 pUbLIcIDADe |17|
|18| DeSpORtO 14.out.2022 DIÁRIO INSULAR

SEGuNDA DIVISÃo DE FutSAL – SÉRIE “B”

Barbarense recebe Burinhosa

Lusitânia visita Venda Nova
fotogRafia jegaRdo vieiRa/di

BARBARENSE Receção ao histórico Burinhosa afigura-se complicada

Verdes de Santa Bárbara entram em ação às 20:00, 4.º Ladoeiro 5 pontos/3 jogos, 5.º deu) e Doze Ribeiras – GD Biscoi-
AMSAC 4 pontos/2 jogos, 6.º Reta- tos (20:30, pavilhão dos Biscoitos).
ao passo que os verdes da rua da Sé competem a xo 4 pontos/3 jogos, 7.º Amarense Folga o GD Fontinhas.
partir das 15:00. Pelejas marcadas para amanhã. 3 pontos/3 jogos, 8.º Monfortense Entretanto, na noite da passada
3 pontos/3 jogos, 9.º Albufeira 2 quarta-feira, efetuaram-se dois con-
pontos/3 jogos, 10.º Reguilas Tires frontos em atraso da primeira jor-
1 ponto/2 jogos, 11.º Venda Nova nada: GD Biscoitos 3 – GD Fonti-
Está indicada para amanhã, sábado, Venda Nova – Lusitânia (15:00, pa- 1 ponto/3 jogos, 12.º Lusitânia 0 nhas 2 e Lusitânia “B” 1 – São Brás
a quarta ronda da I Fase do Campe- vilhão António Ferreira), Reguilas pontos/2 jogos, 13.º Barbarense 0 5. A peleja em falta da terceira eta-
onato Nacional da Segunda Divisão Tires – Retaxo (15:00, pavilhão da pontos/3 jogos. pa, que envolve Casa da Ribeira e
de Futsal Masculino – Série “B”, escola secundária de Alvide), AM- Agualva, sucede quarta-feira, 19 de
temporada desportiva 2022/2023. SAC – Belenenses (16:00, pavilhão TAÇA AFAH outubro, às 20:00, no pavilhão da
No que diz respeito às equipas lo- da escola EB 2/3 General Humber- No que diz respeito à Taça AFAH Casa da Ribeira.
cais, que ainda não pontuaram, o to Delgado), Amarense – Ladoei- de Futsal Masculino, a quarta eta- Ordenamento vigente das equipas
Barbarense acolhe (20:00) o histó- ro (17:30, pavilhão da Associação pa acontece hoje e amanhã. Ementa concorrentes:
rico Burinhosa, ao passo que o Lu- Recreativa Amarense), Albufeira disponível: 1.º GD Biscoitos 9 pontos/3 jogos,
sitânia atua (15:00) no reduto do – Torreense (18:00, pavilhão mu- Sexta-feira (hoje): São Brás – São 2.º São Sebastião 6 pontos/2 jogos,
Venda Nova. Somar pontos é, natu- nicipal de Albufeira) e Barbarense Sebastião (20:00, pavilhão de São 3.º “Os Leões” 4 pontos/3 jogos, 4.º
ralmente, importante para as cores – Burinhosa (20:00, pavilhão des- Brás). Sábado (amanhã): Agualva São Brás 3 pontos/3 jogos, 5.º Casa
açorianas, atendendo a que nova portivo de Santa Bárbara). Folga o – Lusitânia “B” (18:00, pavilhão da Ribeira 3 pontos/1 jogo, 6.º Posto
derrota pode complicar, e muito, as Monfortense. gimnodesportivo da Agualva), Pos- Santo 3 pontos/2 jogos, 7.º Agualva
contas. A ver vamos. Recuperamos o quadro da classifi- to Santo –“Os Leões” (20:00, pavi- 3 pontos/1 jogo, 8.º Doze Ribeiras 3
cação geral: lhão desportivo do Posto Santo), pontos/3 jogos, 9.º Lusitânia “B” 3
JOGOS EM CARTAZ 1.º Torreense 9 pontos/3 jogos, Académico de Santa Luzia – Casa pontos/3 jogos, 10.º GD Fontinhas
Vejamos os compromissos em exi- 2.º Burinhosa 9 pontos/3 jogos, da Ribeira (20:00, pavilhão multiu- 1 ponto/3 jogos, 11.º Académico de
bição: 3.º Belenenses 9 pontos/3 jogos, sos Pedro Francisco, no Porto Ju- Santa Luzia 0 pontos/2 jogos.
DIÁRIO INSULAR 14.out.2022 DeSpORtO |19|

tERCEIRA ELIMINAtÓRIA DA tAÇA DE PoRtuGAL CARTAZ PARA

O FIM DE SEMANA
GD Fontinhas acredita FUTEBOL

que pode eliminar o Arouca

FONTINHAS Plantel todo disponível aumenta leque de opções
Qualidade da equipa, boa prestação na Liga 3 e fator
casa (embora emprestada) ajudam a alimentar o so-
nho. Jogo amanhã, às 10:00, no João Paulo II.
O duelo entre GD Fontinhas e
Arouca, válido para a terceira eli-
minatória da Taça de Portugal,
acontece amanhã, com pontapé-de-
saída às 10:00, no estádio João Pau-
lo II, em Angra do Heroísmo.
A peleja passa em direto no Canal
11, sendo que, embora todos reco-
nheçam o potencial do antagonista,
que milita na Primeira Liga, há a
firme convicção entre as gentes do
Ramo Grande de que é possível su-
perar tamanho obstáculo e escrever
mais uma página dourada na histó-
ria da coletividade.
Quanto às restantes equipas açoria-
nas ainda em prova, o Santa Clara
visita o Tondela e o Desportivo de
Rabo de Peixe hospeda o Sertanen-
se. Em ambos os casos, o deside-
rato de seguir em frente parece ao
alcance dos insulares.
JOGOS NA TV
A rodada, que acontece entre hoje e
domingo, comporta vários embates
com transmissão televisiva, entre
os quais o Tondela – Santa Clara
(amanhã, 19:00, Canal 11).
O SL Benfica, recordista de triun-
fos na prova, viaja até às Caldas da
Rainha amanhã, às 19:45. Quanto
ao Sporting CP desloca-se ao redu-
to do Varzim às 18:00 de domingo.
Segue-se a atuação do FC Porto,
atual detentor do prestigiado tro-
féu, no recinto do Anadia (19:45).
Conferimos, então, os encontros
que vão ter transmissão televisiva
em mais uma etapa da grande festa
do futebol luso:
Sexta-feira (hoje): Amora – Estoril-
Praia (19:45), Canal 11.
Sábado (amanhã): GD Fontinhas –
Arouca (10:00, estádio João Paulo
II), Canal 11. Trofense – Famalicão
(14:00), Canal 11. Canelas – Vi-
tória de Guimarães (14:00), Sport
TV. Tondela – Santa Clara (19:00,
estádio João Cardoso), Canal 11.
Caldas – SL Benfica (19:45), RTP
e Sport TV.
TAÇA PORTUGAL
SÁBADO, 10:00
Fontinhas/Arouca
(joão Paulo ii)
fotografia jegardo vieira/di TAÇA AFAH
DOMINGO, 15:00
Vilanovense/Lusitânia “A”
(campo da vila Nova)
Lajense/“Os Leões”
(campo das Lajes)
FUTSAL
SEGUNDA DIVISÃO
SÁBADO, 15:00
Venda Nova/Lusitânia
(pav. antónio ferreira)
SÁBADO, 20:00
Barbarense/Burinhosa
(pav. Santa Bárbara)
TAÇA AFAH
SEXTA-FEIRA, 20:00
São Brás/S. Sebastião
(pavilhão de São Brás)
SÁBADO, 18:00
Agualva/Lusitânia “B”
(pavilhão da agualva)
SÁBADO, 20:00
Posto Santo/”Leões”
(pav. Posto Santo)
Académico/Casa Ribeira
(pav. Pedro francisco)
SÁBADO, 20:30
12 Ribeiras/Biscoitos
(pavilhão dos Biscoitos)
BASqUETEBOL
LIGA MASCULINA
SÁBADO, 17:00
Lusitânia/Póvoa
(pavilhão municipal)
PRIMEIRA DIVISÃO (M)
SÁBADO, 14:00
Domingo: Vitória de Setúbal – Pa-
Angra/Física Torres
ços de Ferreira (14:00), Canal 11.
Felgueiras – Sporting de Braga
(pavilhão municipal)
PRIMEIRA DIVISÃO (F)
(16:00), Sport TV. Varzim – Spor- SÁBADO, 20:15
ting CP (18:00), Sport TV. Anadia Boa Viagem/Sp. Braga
(pavilhão municipal)
– FC Porto (19:45), RTP e Sport VOLEIBOL
TV. PRIMEIRA DIVISÃO
SÁBADO, 15:30
RESTANTE PROGRAMA AJFB/Sporting
(pav. vitorino Nemésio)
Sublinhe-se que completam o ra-
SEGUNDA DIVISÃO (F)
malhete da eliminatória os duelos SÁBADO, 19:00
que aqui apresentamos: ADREP/Calheta
(pavilhão da foC)
Serpa – Gil Vicente. Mafra – Maríti-
SÁBADO, 20:00
mo da Madeira. Machico – Boavis-
ta. Valadares Gaia – Desportivo de CDE Topo/AJFB
(Pav. eBi do topo)
Chaves. Oliveira do Hospital – Rio DOMINGO, 10:30
Ave. São Martinho – Casa Pia. CDE Topo/AJFB
Penafiel – Vizela. Lank Vilaverden- (pavilhão eBi do topo)
se – Portimonense. Vianense – Bei- ADREP/Calheta
(pavilhão da foC)
ra-Mar. Desportivo de Rabo de Pei-
TéNIS DE MESA
xe – Sertanense (domingo, 15:00,
PRIMEIRA DIVISÃO (M)
campo de futebol do Bom Jesus). DOMINGO, 10:00
Imortal de Albufeira – Sporting Juncal/Ponta Pargo
(pavilhão do juncal)
de Farense. Académico de Viseu
PRIMEIRA DIVISÃO (F)
– Oriental. SÁBADO, 16:00
Tirsense – Leixões. Bragança – Pe- USFC/Ala Gondomar
vidém. Montalegre – São João de (pav. São Sebastião)
Ver. Sanjoanense – Belenenses. DOMINGO, 10:00
Nacional da Madeira – Oliveirense. Juncal/Ala Gondomar
(pavilhão do juncal)
Olhanense – B SAD. Pêro Pinheiro DIVISÃO HONRA (M)
– Sporting de Pombal. Dumiense SÁBADO, 14:00
– Real. Moreirense – Vilafranquen- CTM Lagos “B”/USFC
(pavilhão de Lagos)
se. Courense – Camacha.
|20| pUbLIcIDADe 14.out.2022 DIÁRIO INSULAR
DIÁRIO INSULAR 14.OUT.2022
FernandO MarTa (*)
O vice-presidente do governo regional é um
político muito empreendedor. Desde a pri-
meira eleição à assembleia legislativa até ao
segundo lugar na hierarquia governamental
passaram catorze anos. Ao dentista que se
fez político profissional, todos lhe reconhe-
cem um assinalável poder de oratória, acom-
panhado de uma esclarecida dose de popu-
lismo, surfando a onda que cada momento
traz. Mas também é unânime a opinião de
que, para os seus oponentes internos e ex-
ternos, é profundamente vingativo, impla-
cável e sectário, isolando aqueles que não
seguem as regras que impõe e os calendá-
rios que decide por sua conta, e para evitar
qualquer risco. Que o digam Luís Silveira,
presidente da autarquia das Velas, e Graça
Silveira, professora da nossa universidade.
Ambos sentiram na pele como o presidente
centrista não admite ser confrontado com
ideias e procedimentos contrários aos seus
desígnios.
Artur Lima tem rechaçado todas as investi-
das democráticas à sua liderança, exercendo
o poder interno de forma autocrática e acu-
sando alguns dos seus companheiros de par-
Artur Lima na creche
tido das mais variadas diatribes. Conseguiu
estancar o engrossar da saída de militantes
centristas apenas por causa do acesso ao
poder, distribuindo conforme as suas possi-
bilidades governativas determinam, o gordo
bolo da manjedoura regional por aqueles
que sempre lhe disseram sim. Sente-se por
todo o lado, em cada repartição dos organis-
mos e direções que tutela, com maior inci-
dência na ilha que o elegeu. Conseguiu em
dois anos o que os socialistas demoraram
décadas a fazer.
No executivo regional acontece coisa seme-
lhante. Com uma personalidade forte, e com
o seu superior hierárquico a dar-lhe todo o
espaço que precisa, a disputa de poder tem
vindo a agravar-se, em particular entre o nú-
mero dois formal – Artur Lima – e o número
dois informal – Duarte Freitas –, o homem
do cofre, meticulosamente resgatado por
Bolieiro para fazer contrapeso a Lima, que
põe e dispõe de todas as políticas sectoriais
que vão a Conselho de Governo, usando
a sua força e influência dentro do núcleo
duro social-democrata para pôr um travão
nas pretensões megalómanas do descuida-
Missa do 7º dia
Miguel eurico da costa
pereira alMeida
Será celebrada missa de sufrágio, domin-
go, dia 16 de Outubro, pelas 14H00, no San-
tuário de Nossa Senhora da Conceição.
Desde já a família agradece a quem qui-
ser participar nesta celebração.
do líder democrata-cristão. Artur Lima tem
tentado ser o que Sérgio Ávila chegou a ser,
mas não tem poder, nem dinheiro nem alia-
dos para isso.
Assim sendo, Artur Lima entretém-se com
o que pode. Com um gabinete mais técnico
do que político, vai inaugurando obras onde
ainda o recebem, depois de ter transformado
os serviços da segurança social num serven-
tuário seu. Vai gerindo as propostas fraudu-
lentas de José Pacheco, que abomina pessoal
e politicamente, evitando transformar-se ele
próprio numa fraude. Neste aspeto, o vice-
presidente encarna muito do conservado-
rismo de uma certa forma de fazer política
que está nos antípodas da corrente liberal
centrista. Encara tudo o que, no domínio
do exercício temporário do poder, dá valor
ao tratamento diferenciado, de quem serve
e de quem é servido, de quem prefere mor-
domias e prebendas que podem advir de um
alto cargo governativo, de palmadinhas nas
costas e da sociedade dividida entre os que
pedem e os que dão por favor. Felizmente,
mesmo dentro do seu partido, são cada vez
menos. Aliás, o seu partido com o fim da re-
Maria honorina fernandes
cardoso Melo
1223
Desde já agradecem a todas as pessoas
que queiram participar nesta Celebração
Eucarística.
OpINIãO |21|
presentação parlamentar nacional, passou a
ser cada vez menos.
A recente controversa em volta da medida
do governo da República que torna grátis o
acesso à creche para todas as crianças, in-
dependentemente do agregado ou retribui-
ção remuneratória, trouxe Lima novamente
para a ribalta política regional. Uma medida
que já deveria ter sido implementada na re-
gião – a isenção até ao décimo terceiro es-
calão de rendimentos é uma burla política
do vice-presidente, deixando de fora grande
parte da classe média contribuinte – é agora
usada por Artur Lima como arma de arre-
messo político. Artur Lima, usa as crianças
açorianas para fazer oposição política a An-
tónio Costa. Estamos perante uma medida
profundamente justa, de índole democrata-
cristã diria eu, que deve muito à doutrina
social da Igreja. Mas nem assim Lima a quis
implementar. Prefere andar a gozar com as
propostas do deputado Pacheco, enquanto
anda a gozar com as crianças da região.
(*) Professor
ferdomarta@gmail.com
PUBLICIDADE
Missa do 30º dia
Nora, neto e res-
tante família mandam
celebrar uma missa de
sufrágio, por alma da
sua ente querida, no
dia 16 de Outubro, pe-
las 12H15, na Igreja Pa-
roquial de Santa Luzia,
Angra do Heroísmo.
1222
|22| pUbLIcIDADe 14.OUT.2022 DIÁRIO INSULAR

MUNICÍPIO DE ANGRA DO HEROÍSMO

câmara Municipal de Angra do Heroísmo

AvIsO
m/f

Torna-se público que se encontra aberto até

Consultas de 09 a 16 Outubro ao dia 27 de outubro de 2022 procedimento

concursal para o cargo de direção intermé-
dia de 3.º grau, chefe da unidade de Promo-
ção da Economia, publicado na BEP com o
código OE202210/0342.

Angra do Heroísmo 13 de outubro de 2022.

O Presidente da Câmara Municipal

José Gabriel do Álamo de Meneses
1220

vende-se
NOTA Interrupção do fornecimento de energia
INFORMATIVA elétrica por razões de serviço Mercedes Benz | 1992.
A EDA - Electricidade dos Açores, S.A. informa os seus clientes que o fornecimento de energia elétrica Estado novo. MUNICÍPIO DE ANGRA DO HEROÍSMO
será interrompido, conforme indicado no quadro que abaixo se apresenta. Por tal, solicitamos a melhor
compreensão.
câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Contactar:
O restabelecimento poderá ser efetuado antes da hora prevista pelo que, durante a interrupção e como
medida de segurança, deverão os clientes considerar as instalações em tensão. 967 141 190 ou
295 332 948
AvIsO n.º 191/2022
Para mais informações, favor contactar o nosso serviço de Call Center através do telefone 800 20 25 25. 1202 cONDIcIONAMeNTO/SUSpeNSÃO
DATA ZONA AFETADA DURAÇÃO MOTIVO
De TRÂNSITO
Concelho: Angra do Heroísmo
Freguesias: Terra Chã e São Mateus
Zonas: Rua Dr. Machado Pires, Rua Machado
di classificados A Câmara Municipal de Angra do Heroís-
mo avisa que será condicionado/suspenso
Ramos, Rua Prof. Maximino F. Rocha, Rua
16/10/2022 José Corvelos, Rua A., Canada dos Álamos, Das 08h00 às 11h00
Trabalhos de
Manutenção
o trânsito, no dia 16 de outubro de 2022,
Canada de Belém, Canada do Rolo, Canada
entre Muros, Rua Professor Fernando S. Sousa com início pelas 15:30 horas, junto à ermi-
Barata, Travessas D, E, G, I, L, M, C, F, H, J,
Terreiro e Ladeira do Figueiredo
da, Largo de São Luís e Pico Redondo, fre-
guesia de São Bento, destinado à realização
1224 para sua comodidade
da Procissão em honra de Nossa Senhora de
Fátima.
Angra do Heroísmo, 29 de setembro de 2022.
1221

Gabi, novidade na Aline, desinibida,

ilha, convívio, com- discreta, é calminha.
pleto, oral, diferen- Venha desfrutar de
ciado e massagem momento agradável.
sensual. 24H00. Últimos dois dias.
Contactar: Contactar:
910 380 004 966 298 933
1210 1184
diáRio inSulaR 14.out.2022
teleVisÃo
RTP-A
07:30 Açores hoje(R/) 08:20 Zig Zag 08:35 Zig Zag
08:50 Zig Zag 09:06 RTP3 / RTP Açores Direto
13:00 Jornal da Tarde - Açores Direto 13:20 1ª
Fila(R/) 13:25 RTP3 / RTP Açores Direto 16:00
Noticias do Atlântico- Açores
16:30 Visita Guiada 17:16 Volta ao Mundo em
Cem Livros 17:20 Açores hoje 18:13 Saber
Sabe Bem 18:42 Parlamento Açores(R/) 19:43
Histórias da Terra e da Gente 2 20:00 Telejornal
Açores Direto 20:38 Encontro Arquipélago de
Escritores - diário 20:53 Consulta Externa 21:15
Outras Histórias 21:52 Grande Entrevista 22:47
Faz Faísca 23:30 Telejornal Açores(R/) 00:00
O Sábio 01:01 Cá Por Casa Com Herman José
- Best of(R/) 02:13 Curso de Cultura Geral 02:50
Máquina do Tempo 03:14 Açores hoje(R/) 04:04
Telejornal Açores(R/) 04:40 Histórias da Terra e
da Gente 2(R/) 04:53 Parlamento Açores(R/)
05:51 Linha da Frente(R/) 06:21 Casa do Tempo
06:27 Sociedade Civil
RTP-1
05:30 Bom Dia Portugal 09:00 Praça da Alegria
11:59 Jornal da Tarde 13:23 Os Nossos Dias 14:05
A Nossa Tarde 16:30 Portugal em Direto 18:06 O
Preço Certo 18:59 Telejornal 20:00 A Prova dos
Factos 20:30 Porquinho Mealheiro 21:30 Em
Casa d´ Amália 22:45 Até Que a Vida Nos Separe
23:30 Microbioma, Uma Arma Milagrosa 00:45
Os Andes Selvagens 01:30 A Nossa Tarde 03:30
Televendas 05:15 A Vida Privada dos Livros
Fonte: http://www.rtp.pt/rtp1
RTP-2
06:00 Espaço Zig Zag 06:01 Banda Zig Zag 08:46
informações
TeleFoneS úTeiS
Nº. de emergência 112
Hospital
Angra295 40 32 00/295 24 00 00
Nota: Informações sobre os doentes internados, horá-
rios de consultas e de visitas e todos os assuntos res-
peitantes ao funcionamento do Hospital, das 09h00
às 17h00
Praia 295 540 970 / 295 545 000
Ambulâncias
Angra do Heroísmo 295 204 112
Praia da Vitória 295 540 220
Polícia
Angra 295212022 / Praia 295545480
Lajes 295512021 / Biscoitos 295908710
Polícia Marítima
Angra do Heroísmo e Praia da Vitória
295 105 143 / 912 344 795
Capitania do Porto da Praia da Vitória
295 105 134
Brigada Fiscal da GNR
Angra 295 206 970 / Praia 295 545 380
Lajes 295 512 139
Bombeiros
Angra 295 204 110 / 295 212 333
Praia da Vitória 295 540 220
Pat, O Cão 09:30 FalaEscreveAcertaGanha 10:00
Heróis Olímpicos 11:00 Merlí 12:00 Esec Tv 12:30
Terra: Histórias da Cerâmica 12:55 Folha de Sala
13:00 Sociedade Civil 14:00 A Fé dos Homens
14:30 Inspirando o Futuro - SingularityU Portugal
15:05 Ecos da Idade do Gelo 16:00 Espaço Zig Zag
16:01 A Grande Descoberta 16:05 Wissper 16:15
Kiwi 16:20 Molang 16:25 Bing 16:30 Numberblo-
cks 16:35 Puffin Rock 16:45 Pat, O Cão 16:50 Mouk
17:00 Blinky Bill 17:10 Pirata & Capitão 17:20 A
Aldeia Encantada do Pinóquio 17:30 Ideiafix e
os Irredutíveis 17:40 As Perguntas da Mily 17:50
Os Daltons 18:00 Radar XS 18:10 A Minha Cena
18:20 Garfield 18:35 Dorg Van Dango 18:45 As
Aventuras da PAC 19:00 She-Ra e as Princesas
do Poder 19:20 Crias 19:25 Banda Zig Zag 19:30
Folha de Sala 19:35 Sagrada Família: O Desafio
de Gaudi 20:30 Jornal 2 21:00 OUm Crime, Um
Castigo 21:55 Folha de Sala 22:00 O Dia Mais Feliz
na Vida de Olli Maki 23:35 ModaLisboa Oasis
(Compacto) 23:45 Lei e Corrupção 00:25 Socie-
dade Civil 01:45 Muito Barulho Para Nada 03:05
Euronews 05:32 Repórter África - 2ª Edição
Fonte: http://www.rtp.pt/rtp2
SIC
04:35 Camilo, O Presidente 05:00 Edição Da
Manhã 07:25 Alô Portugal 09:00 Casa Feliz
12:00 Primeiro Jornal 13:30 Linha Aberta
Com Hernani Carvalho 15:10 Júlia 17:20
Fina Estampa 18:20 Quem Quer Namorar
Com O Agricultor? - Diário 18:58 Jornal Da
Noite 20:30 Sangue Oculto 21:00 Lua De
Mel 21:30 Por Ti 22:15 Quem Quer Namorar
Com A Agricultora? 22:30 Um Lugar Ao Sol
23:20 Pantanal 00:10 Quem Quer Namorar
Taxis
Alto das Covas 295 212 404 - 295 213 088
Ladeira S. Francisco 295 212 004 - 295 212 005
Praia da Vitória 295 512 654 - 295 512 092
Juncal 295 512 151
Visitas Farol das Contendas
Visitas suspensas
FaRMáCiaS de SeRViÇo
Angra do Heroísmo | Bett. Nunes
Praia da Vitória | Misericórdia
Tap poRTugal | 707 205 700
Ter./Lis.: 11:50 | Lis./Ter.: 09h25
SaTa: Ter./lis.: 19:15 | lis./Ter.: 09h25
SaTa aiR-aÇoReS | 295 540 047
Partida: 06:55, 11:00, 12:20, 13:30, 18:10, 18:55 Del-
gada, 08:45, 14:45 Horta; 16:50 Pico; 10:20 são Jorge;
08:25 graciosa
TRanSpoRTeS TeRReSTReS
E.V.T. Ldª. 295217001/2/3/4
gaBineTe ConSulTa JuRÍdiCa
2ªF, 4ªF e 6ªF | 12h30 > 14h00
3ºF e 5ªF | 17h30 > 18h30
Centro Cultural de Angra 295 215 622
agenda |23|
meteorologia
Com O Agricultor? 02:00 Linha Aberta Com gRupo oCidenTal
Hernani Carvalho 02:45 Televendas
Fonte: http://sic.sapo.pt/
CORVO
TVI
04:45 Batanetes 05:05 All Hail King Julien
FLORES
II - Animação 05:30 Diário da Manhã 06:00
Esta manhã 09:10 Dois às 10 11:58 Jornal da
1-2 METROS 20/30 KM/H
Uma 13:55 A Única Mulher 15:05 Goucha
Períodos de céu muito nublado com abertas, tornan-
17:00 Big Brother - Última Hora 18:00 Big
do-se encoberto. Períodos de chuva, passando a agua-
Brother - Diário 18:58 Jornal das 8 20:55
ceiros para a tarde. Vento sudoeste moderado (20/30
Festa é festa 21:30 Quero é viver 22:15 Para
km/h), rodando para norte e tornando-se bonançoso
Sempre 22:45 Big Brother - Extra 00:45 Big
(10/20 km/h).
Brother - ligação à casa 01:15 Ouro Verde
Mar cavado, tornando-se de pequena vaga. Ondas oes-
01:45 Betty, a Feia em NY 02:45 Queridas
te de 1 a 2 metros, passando a noroeste.
Feras 03:15 TV Shop
Fonte: http://www.tvi.iol.pt/
STa CRuz daS FloReS 18ºC 25ºC
SPoRT-TV 1
Água do mar 22ºC
00:00 Man. United x Omonia - Liga Europa 00:30
Atl. Tucumán x Rosario Central - Camp. Argentino
(EM DIRECTO) 02:30 Bétis x As Roma - Liga gRupo CenTRal
Europa 03:00 West Ham x Anderlecht - Con-
ference League 05:00 Áustria Viena x Villarreal
GRACIOSA
- Conference League 07:00 Union Berlin x Malmö
FAIAL
- Liga Europa 09:00 Trabzonspor x Mónaco - Liga
TERCEIRA
Europa 11:00 Man. United x Omonia - Liga Eu- PICO
ropa 13:00 St Gilloise x SC Braga - Liga Europa
S. JORGE
15:00 Bétis x As Roma - Liga Europa 17:00 AEK
1-2 METRO 10/30 KM/H
Larnaca x Fenerbahçe - Liga Europa 19:00 West
Períodos de céu muito nublado com boas abertas, tor-
Ham x Anderlecht - Conference League 21:00
nando-se encoberto para a tarde. Períodos de chuva a
St Gilloise x SC Braga - Liga Europa 23:00 Liga
partir da tarde, passando a aguaceiros para o fim do
Europa: Golos 4ª Jornada 23:20 Conference
dia. Vento sudoeste bonançoso a moderado (10/30 km/
League: 4ª Jornada 23:40 Antevisão Jornada
h), rodando para norte para o fim da tarde.
10 - Inside Serie A
Mar de pequena vaga a cavado. Ondas oeste de 1 a 2
Fonte: http://www.sporttv.pt
metros, passando a noroeste.
angRa do HeRoÍSMo 19ºC 24ºC
CineMaS Água do mar 23ºC
Centro Cultural de Angra do Heroísmo
Minamata -2D
gRupo oRienTal
Dias 13 e 17 de Outubro às 21:00
Auditório do Ramo Grande
S. MIGUEL
Não recebemos informação
MiSSaS SANTA MARIA
Durante a Semana
1 METRO 05/20 KM/H
Angra 09:00 sé; 18:00 são Pedro; são gonçalo Períodos de céu muito nublado com boas abertas, au-
e s. Bento; 18:15 santuário da Conceição; 18:30 mentando de nebulosidade ao longo da tarde. Vento
s. luzia. sudoeste fraco a bonançoso (05/20 km/h), rodando
Praia a cada dia 13, às 10H00 ermida para oeste
santa luzia da Praia; 3ª a 5ª feiras às 10H00 Mar encrespado a de pequena vaga. Ondas norte de 1
igreja de são José; 2ªF, 3ªF, 4ªF e 5ªF - 10: 00 metro, passando a noroeste.
matriz; 09: 00 6ªF santo Cristo; 3ªF 11h30
- 5ªF 09h00 igreja do Coração imaculado de
maria - Biscoitos; 19h00 4ªF e 6ªF igreja de s.
Pedro - Biscoitos.
ponTa delgada 19ºC 24ºC
Água do mar 23ºC
SeRViÇoS ReligioSoS - igreja evangélica Baptista
Angra Domingos - rua Jacinto Cândido, 3.
19:30 Culto Q. - Feira estudo Bíblico e oração.
MaRÉS
Praia Domingos - rua da estrela, 41 11:30 Culto 04:36 Preia-Mar | 10:45 Baixa-mar
- www.iebpv.org. 16:54 Preia-Mar | 22:55 Baixa-mar
|24| última
A BAndA The WAnTs esTreiA hoje
em PorTUgAl com UmA ATUAção
em AngrA do heroísmo nA V
edição do ArqUiPélAgo de escri-
Tores. como Tem sido o Vosso
PercUrso? é imPorTAnTe PArA
Vocês o Vosso TrABAlho chegAr
Além-fronTeirAs?
somos os the Wants, um trio sediado
em nova iorque. diria que o nosso som
é um híbrido entre música eletrónica
austera e um post-punk angular, com
letras que tendem a ser diretas e am-
plamente relacionáveis, apesar de des-
confortantes.
os the Wants são Jason Gates, Yasmin
haddad, e eu, madison Velding-Van-
dam. eu e o Jason conhecemo-nos na
cena diY de brooklyn há uns tempos, e
temos trabalhado juntos em várias ban-
das desde então. a Yasmin é de Las Ve-
gas, o Jason é de nova iorque, e eu sou
de detroit, o que faz com que as nossas
raízes culturais se alarguem pela améri-
ca, o que informa a nossa perspetiva. Já
fizemos tours pelo reino unido e euro-
pa diversas vezes, e o público europeu
reagiu sempre bem, apoiam-nos bem
mais do que nos estados unidos. atra-
vessar fronteiras sempre foi importante
para nós, sair da bolha cultural ame-
foTogrAfiA mAchAdo soAres
ERA uma vez… o mar
the Wants, banda norte-americana
Contar histórias importa
na escrita de canções
ricana e explorar a universalidade das
nossas experiências. sou o único que
já esteve em Portugal, como performer
na casa da música, no Porto, mas pla-
neamos voltar quando estivermos em
digressão com o nosso próximo álbum.
As leTrAs e cAnções são UmA
dimensão imPorTAnTe dA liTerA-
TUrA?
Penso que o contar histórias pode ser
uma parte importante na escrita de can-
ções, assim como o ritmo e a poética
particular da escrita musical pode ter
uma dimensão importante na literatura.
consideraria-os diferentes meios que
podem sobrepor-se a vários níveis, e
que nascem de tendências humanas
semelhantes no sentido da construção
de comunidade, tradição e ritual.
Para mim, o significado e emoção
numa música nem sempre é melhor
estabelecido por via da forma lírica. a
minha perspetiva pessoal para escrever
música começa na instrumentalização,
depois tendencialmente faço uso de
instintos mais viscerais para criar ideias
melódicas com letras de fluxo-de-cons-
ciência e produzo um trautear ilegível.
durante o processo de composição de
uma música vou desenvolvendo essas
14.out.2022 DiÁRiO iNSUlaR
OpiNiãO
armando mendes
Já chega!
Que fique bem claro que nada
nos move contra o senhor José
Pacheco, ilustre cidadão açoria-
no, agora deputado do Chega
no parlamento da Horta. Parece-
vocalizações, que se vão transforman-
nos uma pessoa de bom trato,
do em letras. diria que esta abordagem
com quem nos damos pesso-
contrasta com alguém como o bob
almente bem. Tem colaborado
dylan, que tem o prémio nobel da Li-
com o nosso jornal, o que muito
teratura pela sua abordagem musical
prezamos. Posto isto, vamos ao
formalmente mais literária e focada na
que nos parece politicamente
canção.
relevante.
Aprovou o Governo Regional
o qUe significA PArA os The
uma medida para distribuir atra-
WAnTs PerTencer A Um eVenTo
vés das farmácias 1500 euros a
liTerário como o ArqUiPélAgo de
quem tiver bebés em concelhos
escriTores?
com perda populacional igual ou
uma agradável surpresa e uma honra,
superior a cinco por cento nos
é essa a nossa reação a fazermos parte
últimos censos (Censos 2021).
deste festival. sempre foi importante
Veio o Chega reafirmar - porque
para nós, como banda, conhecer e cola-
já tinha feito a ameaça... - que a
borar com artistas de diferentes meios,
medida é desse partido e seria
de fotógrafos a realizadores, a escrito-
indispensável à aprovação pelo
res. É a melhor maneira de expandir a
deputado único da Proposta de
comunidade e propulsionar as artes em
Plano e Orçamento que será dis-
direções mais inovadores e desafiantes.
cutida no plenário de novembro.
este convite inspirou-nos a pensar mais
Tudo bem. Chantagem política
conscientemente sobre a influência da
é o que menos falta por aí. Não
literatura no que fazemos, e renovou-
vem apenas de partidos que se
nos o interesse no Fernando Pessoa por
julgam indispensáveis, mas tam-
quem, entre os seus temas, estilo e uso
bém de instituições que têm o
de heterónimos, sentimos uma afini-
Governo preso pelos testículos
dade! É realmente uma honra sermos
por falta de alternativas aos ser-
convidados neste contexto, e estamos
viços que prestam - um mal anti-
extremamente agradecidos ao nuno
go que deveria ter sido resolvido
costa santos por nos ter abordado!
logo nos primórdios da Autono-
mia. Ninguém resolveu. Agora é
o que se vê.
Disse o senhor deputado do Che-
ga: “Tínhamos dúvidas quanto a
ser nas farmácias, mas percebe-
mos que assim ia evitar alguma
fraude – o dinheiro ia ser usado
de forma abusiva, não para as
crianças mas para os pais, na-
quilo que quisessem comprar”.
Não suportamos ver os açoria-
nos serem tratados desta forma.
Ninguém é culpado do que não
fez... À boa maneira terceirense,
poderíamos questionar se o se-
nhor deputado não se estará a
ver ao espelho... E posto perante
esta pergunta, talvez acalme!
PUB.
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