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A GRANDE ILHA ( II )

O grande interesse anglo-americano, e de todos os outros participantes


do G7, em manter intocados os recursos naturais da Amazônia brasileira
manifesta-se com maior intensidade por parte dos britânicos quando sentimos
sua disposição em conquistar o novo ENCLAVE da Raposa-Serra do Sol,
empregando verdadeiros exércitos de ONGs nacionais e internacionais, além
de autoridades oficiais, para pressionar o governo de Rondônia. Essa
conquista caracteriza a escolha da primeira área a ser desmembrada da
Amazônia Brasileira, importante passo, colocando mais uma pedra na
elaboração do grande objetivo: o de construir a estrutura primaria do governo
mundial, com a apropriação do território daquele Estado.
A ONG Rede Brasil publicou o relatório “ A Estratégia dos Bancos
Multilaterais para o Brasil , análise crítica e documentos inéditos”. Este
relatório foi produzido pelo chefe da ONG Environmental Defense Fund,
Dr.S.Schwartzman, que também fundou a ONG Instituto Socioambiental, duas
das mais importantes organizações que assediam nossa Amazônia. Vejamos
algo do citado relatório. Critica o imenso emaranhado de transferências,
subsídios e políticas federais que subvencionam e incentivam o processo de
ocupação desordenada da Amazônia . Diz que Roraima não existiria como
Estado sem a transferência de centenas de milhões de reais do Governo
Federal, pois não há atividade econômica que o sustente, a única base de
sustentação econômica é o garimpo ilegal, a prostituição e o contrabando.
Não admite também que Roraima tenha direito sequer a um deputado, se o
critério adotado fosse proporcional a sua população. Reprova a atitude dos
políticos para com as terras indígenas situadas em Roraima, dizendo que o
povo brasileiro está pagando pelo esbulho de seu próprio patrimônio.
Ressalta ainda que esta é a estrutura político-econômica da Amazônia como
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um todo. Está perfeitamente caracterizada a despudorada, inaceitável


intromissão de ONGs internacionais, devidamente apoiados por governos,
(amigos ?), em assuntos que só dizem respeito ao Brasil. Não é preciso dizer,
mesmo que fossem verdadeiras, que as assertivas constantes do relatório, são
destemperadas, audaciosas, intempestivas, e desrespeitosas. Configuram
intromissão indevida em assuntos que só dizem respeito ao nosso Governo!!!
Dá impressão que o tratamento usado é como já fôssemos uma colônia, fato
grave que desgraçadamente não está muito longe de ser verdadeiro, pois,
principalmente, na área econômica o tratamento dispensado pelo FMI é
de senhor feudal para súdito. Aqui podemos verificar quanta verdade há no
pensamento do geopolítico alemão Otto Maull quando diz : “ o domínio da
economia de um país eqüivale à conquista, pela força das armas, do próprio
território. Os fatos, para os que amam a terra onde nasceram, sobre serem
extremamente angustiantes, ferem profundamente o sentimento de
nacionalidade. Os fatos, no entanto, parecem não escandalizar os neoliberais,
os globalistas e os apologistas do governo mundial, pois o presidente e seu
séquito além de apoiarem, incentivam a política econômico-financeira e,
ainda, promoveram um exército de ONGs a órgãos neogovernamentais, por
estarem perfeitamente integradas na política governamental. Assim, o
presidente acha perfeitamente natural que as ONGs também governem!!!
A simbiose das ONGs com os governos britânico e americano é
perfeita. A European Working Group on Amazônia(EWGA), coordenadora
geral do ataque a Roraima, parece ter determinado que as ONGs exercessem
maior pressão e agressividade quanto à demarcação da reserva indígena
Raposa-Serra do Sol, pois chegaram a Boa Vista dois credenciados emissários
do governo britânico, um secretário do Ministério das Relações Exteriores
e o secretário da embaixada britânica no Brasil!!! O fato, naturalmente,
causou indignação e repúdio, tanto das autoridades estaduais como também da
população de Roraima. A reação provocou a justificativa, esfarrapada e
calhorda, dos ativistas nacionais ligados às questões indigenistas e
ambientalistas participantes do CIMI. Tentaram justificar a presença do
governo britânico, dizendo que aquelas autoridades tinham sido convidadas
pelo Conselho Indigenista Missionário(CIMI), órgão da CNBB, porque
estavam muito preocupadas com o tratamento dispensado aos índios e
com a demora na demarcação da reserva Raposa-Serra do Sol. Foi tão
evidente e desprezível a desculpa, que repito, a intempestiva, absurda,
despudorada e desrespeitosa pressão dos pretensos colonizadores sobre a
demarcação da reserva, que não foram aceitas as esfarrapadas razões e muito
menos as justificativas da insana intervenção em assuntos que só dizem
respeito ao governo estadual e federal!!! A nossa soberania foi estuprada!!!
Somente as atitudes corajosas e patrióticas do GOVERNADOR DO
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ESTADO SR. NEUDO CAMPOS e da ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA,


apoiadas PELAS FORÇAS PRODUTIVAS DE RORAIMA, reagiram ao
estupro!!! Ao que se saiba não aconteceu nada proveniente do âmbito
federal!!! Não houve reação das autoridades do governo, delas não saiu nem
um ai. Pode-se fazer exceção à imprensa local, o restante de nossa galharda e
impávida mídia, sempre ávida em ...bem informar... também não se
pronunciou .Não li, não vi nem ouvi comentários a respeito do assunto. Os
meios de comunicação estão muito preocupados em desenterrar
acontecimentos passados, morte de Jango, de Juscelino, operação Traíra,
operação Condor, isto é, quaisquer fatos que desviem e distraiam a atenção do
grande público e ao mesmo tempo, de alguma forma, desprestigiem, com
preferência o Exército ou outra força singular!!! A mídia safada e
corrompida, salvo as raríssimas e honrosas exceções, (dentre elas estão
incluídas a local e as que publicaram algo sobre o fato) ignorou o assunto,
parece que está, como a nossa economia, totalmente subordinada ou subjugada
pelos colonizadores. Só publica o que é permitido por seus patrões!!!
A preocupação britânica imediata é a demarcação do novo
ENCLAVE, a reserva Raposa-Serra do Sol, que é o outro marco da porta de
entrada em Roraima, já que o primeiro, o ENCLAVE IANOMAMI, foi
gentilmente alienado no governo daquele presidente que, para não ser caçado
por corrupção, renunciou.
Como já disse, Roraima está no centro da Grande Ilha ( Fig. 1), é o
seu coração! O portal de entrada na Amazônia Brasileira, balizado a NNO
pelo ENCLAVE IANOMAMI ( 96.649 Km² ) e a NNE pelo ENCLAVE
RAPOSA-SERRA DO SOL ( 16.000Km² ). A decisão foi tomada em
Londres, covil dos bucaneiros, e diligentemente cumprida por todas as nossas
autoridades ligadas ao assunto: IBAMAS, FUNAIS e MINISTRO da
JUSTIÇA , onde em dezembro de 98 foi assinada a portaria determinando a
demarcação do novo ENCLAVE. Não foi dada a publicidade que o fato
merece . É portanto razoável que se acredite que, estando o enclave na faixa
de fronteira, o Conselho de Defesa Nacional, nem o Congresso Nacional (
Art.20 e 49 da Constituição de 1988 )tenham sido ouvidos, conseqüentemente
não foram considerados . Deve ter sido adotado o mesmo procedimento usado
na demarcação do ENCLAVE IANOMAMI!!! Fato Consumado!!! Ao que
se saiba, não houve reação das autoridades do poder executivo ,
legislativo e judiciário!!! E não estamos nos anos de chumbo!!! Que bom!
Salve a licenciosidade! Éramos felizes e não sabíamos!!!
A análise dos acontecimentos, para ser bem entendida, deve abranger
um quadro que ultrapassa os limites da América do Sul. Tem suas raízes
profundamente fincadas no grande objetivo anglo-americano o Governo
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Mundial. Para não nos alongarmos muito, ficaremos com nosso problema
imediato: Amazônia, ameaça de desmembramento, internacionalização.
As razões para tanto interesse, principalmente por parte dos britânicos,
na Amazônia brasileira, especificamente no Estado de Roraima, remonta ao
século XVII(1616), época em que a coroa portuguesa estava assentada na
cabeça de um rei espanhol. A união das coroas , se por um lado serviu de
pretexto para ingleses, franceses e holandeses tentarem se instalar ou rapinar
a rica colônia, serviu também para deflagrar a ativa e desassombrada atuação
terrestre e fluvial dos bandeirantes. Assim, ao final do século XVII os luso-
brasileiros já ocupavam toda a bacia do rio Branco e grande parte da bacia do
Alto Esequibo. Os holandeses e portugueses entre 1748 e 1783 estabeleceram
seus limites. Os ingleses só apareceram em terras da Guiana em fins do século
XVIII, após tomarem o território dos holandeses como presa de guerra. Os
piratas começam desde logo a exercitar seu principal ofício, a rapina! Iniciam
a contestação dos limites em 1827. A pendenga durou até o século XX
(1904), quando aceitamos o laudo do rei italiano, encarregado de arbitrar a
pendência. O Brasil perdeu 15.000 Km² e o acesso ao Esequibo. Os ingleses
ganharam 25.000 Km² e o acesso a Amazônia pelo rio Pirara.( Os ingleses
usaram o geógrafo e explorador alemão R. Schomburgk para os
trabalhos de campo e como conselheiro. A disputa foi arbitrada pelo rei
italiano V. Emanuele I que favoreceu os britânicos. O mercenário alemão
foi agraciado com o título de SIR, pelos serviços prestados à coroa
britânica. A história se repete, só que agora os calabares mercenários não
são alemães...!!! )
Esta pequena digressão serve para materializar o quanto é
perseverante, determinado e perigoso o inimigo que temos pela frente. Torna-
se mais preocupante quando sabemos que os britânicos têm o apoio ,
desgraçadamente, de mercenários brasileiros.
Está perfeitamente entendido que as armas usadas pelos pretensos
colonizadores são: geopolíticas-geoeconômicas e geoestratégicas. O
ambientalismo que não conhece fronteiras, inclui um grande programa de
proteção ambiental. Procura manter grandes e ricos territórios em recursos
naturais em seu poder - a Grande Ilha -, como ativos negociáveis a seu dispor,
para fazer face ao provável debacle do sistema financeiro mundial que não
está longe; a gravíssima situação política e econômica da Colômbia, com 40%
de seu território entregue oficialmente às narcoguerrilhas das FARC,onde
grande parte desse território está situado na Amazônia colombiana, e, o que é
grave, tudo indica que, se não são apoiados pelo USA, na pior hipótese são
plenamente aceitos! A esse sombrio quadro acrescentamos a narcoguerrilha
venezuelana que foi promovida pelo presidente daquele país, que não merece
confiança, a beligerantes legítimos. Roraima está quase que completamente
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cercada, já que os portais de entrada, os Enclaves Ianomami e Raposa-Serra


do Sol estão à disposição dos britânicos, pois o Suriname não pode ser
considerado como obstáculo à sanha do colonizador. Dada a região em que
operam, as FARC e a narcoguerrilha, não podem ser ignoradas!!!
Ainda há os que, por terem, de alguma forma, participado dos
acontecimentos, acham que tudo o que se diz a respeito de
internacionalização da Amazônia é exagero ou mentira. Portanto é necessário
repetir sempre o que disse o eminente chefe Gen. Rodrigo Otávio Jordão
Ramos :“Árdua é a missão de desenvolver e defender a AMAZÔNIA .
Muito mais difícil , porem , foi a de nossos antepassados em conquistá-la e
mantê-la ”.

Gen. José Apolônio da F. R. Neto

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