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O Foro de São Paulo: A mais perigosa organização revolucionária das Américas

Copyright © 2016 por Graça Salgueiro

1ª edição - Primavera 2016

Editores
Alex Pereira e Graça Salgueiro

© Os direitos desta edição pertencem ao Observatório Latino www.observatoriolatino.com

ISBN 978-0-692-80388-2

Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição, total ou
parcial, por meio ou forma, seja ela eletrônica ou mecânica, fotocópia, gravação, ou qualquer outro
meio de reprodução, sem a autorização expressa dos editores.

FICHA CATALOGRÁFICA

S164f
Salgueiro, Graça.
O Foro de São Paulo: a mais perigosa organização revolucionária das américas / Graça Salgueiro. -
São Paulo (SP): Observatório Latino, 2016.
216 p.: 18x11 cm
Inclui bibliografia.
ISBN 978-0-692-80388-2
1. América Latina - Política e governo. 2. Foro de São Paulo (Organização). 3. Socialismo - América
Latina. I. Título.

CDD-320.98
“A primeira regra é: não acredite no que é oficialmente mostrado; procure o
que está oculto”.

(Viktor Suvorov - “O grande culpado”)


A meu filho Matheus, amor da vida inteira.
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1
APRESENTAÇÃO

CAPÍTULO 2

O PRÉ-FORO DE SÃO PAULO

CAPÍTULO 3
HISTÓRICO

CAPÍTULO 4

PARTIDOS E ORGANIZAÇÕES: ONTEM E HOJE

CAPÍTULO 5

CRONOLOGIA DOS ENCONTROS E CRIAÇÃO DO GRUPO DE


TRABALHO (GT)

CAPÍTULO 6

OBJETIVOS DE CADA ENCONTRO

CAPÍTULO 7

AS SUCURSAIS DO FORO DE SÃO PAULO: FÓRUM SOCIAL


MUNDIAL, MERCOSUL, ALBA, UNASUR E CELAC

CAPÍTULO 8

DESFAZENDO MITOS E MENTIRAS

CAPÍTULO 9
ANÁLISE DE CONJUNTURA

CAPÍTULO 10
CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA
CAPÍTULO 1

APRESENTAÇÃO

“Na Academia fomos ensinados a não confiar em


ninguém, questionar todo e qualquer fato, verificar
cada detalhe, duvidar de tudo. Se uma centena de
agentes secretos relatava determinada ocorrência de
um modo, e apenas um relatasse diferente, mesmo
sem fazer sentido, deveríamos conversar com ele.
Ninguém acreditaria nele nem em você; todos ririam
e caçoariam. Mas é assim que grandes descobertas
são feitas. É fácil repetir fatos conhecidos, mas é
muito mais difícil descobrir algo que ninguém sabe.
Se for você a descobrir, será mal interpretado e
muito desmentido no princípio. Mas, quando você
encontrar provas, convencerá os superiores. Foi
exatamente o que fiz".

(Viktor Suvorov, “O grande culpado”)

Quando em 1999 telefonei para Olavo de Carvalho, meu então


professor de filosofia, virtual, ele falou-me de uma mega-organização
chamada “Foro de São Paulo” da qual ninguém comentava mas que estava
interferindo nos governos das nações latino-americanas para implantar o
falido modelo comunista. Fiquei muito impressionada e tomei a decisão de
pesquisar e estudar a respeito. Foi o que fiz desde então até os dias de hoje,
com dedicação exclusiva.
Olavo tomou conhecimento dessa organização através do advogado
Dr. José Carlos Graça Wagner e durante 15 anos falava praticamente para as
paredes em suas colunas de grandes jornais do Brasil e, por conta disso, foi
declarado persona non grata, ao mesmo tempo em que ia sendo demitido
desses órgãos de imprensa com as desculpas mais descabidas possíveis.
Sabíamos que era por sua insistência em falar daquilo que deveria
permanecer oculto do público por ordens do próprio Lula, uma vez que nos
outros países envolvidos não só a imprensa, mas estudiosos e pessoas
comuns, falava-se abertamente sem qualquer restrição.
Quando comecei a pesquisar e estudar o Foro, havia farto material no
site da organização porque esse era um tema que ninguém comentava, e
então eles não tinham porque ter receio de que as informações sobre seus
planos fossem cair inadvertidamente em mãos não desejáveis. Porém,
quando Olavo começou a denunciar publicamente e eu o ajudava
divulgando seus artigos enquanto pesquisava, a situação começou a mudar.
Eles passaram a trocar o nome do site, depois a não divulgar todas as
resoluções estabelecidas nos Encontros e no Grupo de Trabalho e dávamos
como numa briga de gato e rato: eu 'perseguindo” as informações, e eles
mudando o domínio e o nome constantemente para que eu não as
encontrasse. Mas minha persistência me rendeu bons frutos, uma vez que os
documente s relativos aos primeiros anos foram compilados e publicados no
site Mídia Sem Máscara1, onde podem ser vistos até hoje.
Em julho de 2005 quando o Foro completou 15 anos, Lula disse em
seu discurso: “Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com
os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países,
do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de
São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que
as pessoas entendessem qualquer interferência política”2. Nesse momento
foi dada a “luz verde” para que a imprensa pudesse falar na organização, e
assim fizeram como se desde a fundação, em 1990, esse fosse um tema
recorrente em suas páginas e redações.
A citação de Viktor Suvorov posta acima, embora se referisse à Rússia
e ao ex-KGB de onde foi membro ativo, descreve com exatidão o que
Olavo (primeiro) e eu (depois) passamos durante todo esse tempo de
encobrimento do Foro de São Paulo e agora, que já não é mais segredo,
pede-se o fim do Foro em qualquer manifestação pública que haja Brasil
afora, sem de fato saber quem é este inimigo tão temível que deve ser
exterminado do planeta, qual seu raio de ação e seus mecanismos de
atuação. A imprensa passou da “não-existência” à referência corriqueira,
sem contudo denunciar os malefícios e as pretensões criminosas da
organização, até que a expressão “Foro de São Paulo” se esvaziasse
totalmente de seu conteúdo, sentido e malignidade.
Este livro se propõe a desmascarar mitos e desmontar muitas mentiras
existentes em torno ao tema de forma clara e sucinta, de modo que qualquer
pessoa, por mais simples e inculta que seja, possa lê-lo e compreender a
ameaça que nos ronda, suas origens, estratégias empregadas, quem são seus
membros participantes e os êxitos que já obteve nesses 26 anos de
existência. Esse é o primeiro de uma série que virá s — seguida, numa
trilogia intitulada “O Continente Vermelho”. Espero que seja de utilidade e
que aproveitem.
Agradeço antes de tudo a Deus, que me iluminou, protegeu e me deu
as condições para que este trabalho fosse concretizado.
Não posso deixar de registrar minha mais profunda gratidão a Alex
Pereira pela insistência para que eu escrevesse esse livro, quando não me
sentia capaz ainda, e todo o apoio, respeito e carinho nessa jornada que
empreendemos juntos na Rádio Vox.3 A Heitor De Paola, meu "fratello”,
pela amizade e companheirismo de mais de uma década, apoio constante
que nunca me deixou desanimar. A Edson Camargo, meu “bossinho” e
amigo, que sempre deu destaque aos meus artigos no Mídia Sem Máscara e
sonhou esse livro junto comigo. A Roxane Carvalho, minha “hermanita”,
por sempre torcer e acreditar em mim. A Alejandro Peña Esclusa, meu
amigo venezuelano - hoje preso-político da ditadura chavista em prisão
domiciliar e amordaçado por força de lei, por denunciar incessantemente os
crimes dessa organização em seu país a primeira pessoa de fora do Brasil
que falou do Foro de São Paulo comigo e com quem troquei muitas
informações e experiências valiosas.
Agradeço ainda, postumamente, a dois amigos-irmãos que não
viveram o suficiente para ver a coroação do meu trabalho através dessa
obra, do qual sempre foram grandes incentivadores: Claudio Buchholz
Ferreira e Márcio Del Cístia.
E, finalmente, ao filósofo e escritor Olavo de Carvalho, meu professor
e amigo, por ter-me mostrado o caminho das pedras ainda no século
passado, e por ter acreditado que eu cumpriria a “missão” de desmascarar o
Foro de São Paulo, em nome da verdade.
A todos, meu sincero agradecimento.

A autora
CAPÍTULO 2

O PRÉ-FORO
DE SÃO PAULO

Quando se fala no Foro de São Paulo a maioria ias pessoas que tem
algum conhecimento da organização crê que ela surgiu em 1990, a convite
de Luiz Inácio Lula da Silva e do ditador Fidel Castro. Isto é uma meia-
verdade, posto que seu embrião foi gerado bem antes disso, sua semente
plantada décadas atrás.
Em 3 de janeiro de 1967, Cuba organizou em Havana um evento
denominado Conferência Tricontinental dos Povos Africanos, Asiáticos e
Latino-Americanos, que reuniu 83 grupos de vários países dos três
continentes, com 513 Delegados, 64 Observadores e 77 Convidados
representando 24 países, sendo a delegação da União Soviética - que há
pouco havia criado o Que se denominou a “Crise dos Mísseis” contra os
Estados Unidos em 1962 -, a mais numerosa, tom 40 membros. Havana foi
designada para ser o quartel-general para "apoiar, dirigir, intensificar e
coordenar operações guerrilheiras e terroristas nos três continentes1
A Resolução Geral, aprovada naquele encontro, serviu de base para
todo o projeto do que viria a ser mais tarde o Foro de São Paulo. Observem
que os males do universo inteiro eram
O “imperialismo ianque” e por isso urgia destruí-lo. Senão, vejamos:

1. Condenação do imperialismo ianque;


2. O imperialismo ianque é o maior inimigo de todos os povos do
mundo;
3. O imperialismo ianque constitui a base para a opressão dos
povos;
4. Proclamou o direito dos povos de enfrentar o imperialismo
com violência revolucionária, as “guerras de libertação nacional”;
5. Condenou vigorosamente o imperialismo ianque pela
“agressão” ao Vietnã do Sul;
6. Proclamou a solidariedade com a luta armada dos povos da
Guatemala, Peru e Colômbia;
7. Condenou a política agressiva do governo americano e seus
aliados “fantoches" contra o Camboja e outros povos da Indochina;

8. Condenou o embargo americano contra Cuba. O brado final


foi ‘formar vários Vietnãs em escala tricontinental para a derrota
final do imperialismo".2

Com o êxito da Conferência Tricontinental, meses depois, em agosto


de 1967, foi criada a OLAS (Organización Latinoamericana de
Solidaridad), composta por diversos movimentos revolucionários e “anti-
imperialistas" da América Latina que compartilhavam os ideais e propostas
estratégicas da Revolução Cubana.
Em sua primeira declaração a OLAS fez um balanço sobre as
estratégias empregadas até o momento e apostou na luta armada e na guerra
de guerrilhas como forma de estender a revolução em toda a América
Latina. Com a morte de Che Guevara na Bolívia, entretanto, em 8 de
outubro desse mesmo ano os ânimos arrefeceram, pois contavam com ele
para organizar e coordenar o projeto guerrilheiro, esfriando os planos da
OLAS até que, em 1970, ela havia se transformado em apenas um centro de
divulgação das lutas havidas sem nenhuma capacidade de uma coordenação
efetiva que pudesse dar continuidade ao projeto revolucionário comunista.
Então, congelaram o embrião até que o momento oportuno surgisse para
“ressuscitá-lo”.
Em 1989 Lula perde as eleições presidenciais para Fernando Collor de
Melo e de 31 de maio a 3 de junho de 1990, ocorre o VII Encontro Nacional
do PT, onde o tema central debatido foi a situação no Leste Europeu, o
iminente fim da URSS e o crescimento do “neoliberalismo” na região. Foi
assim que Lula resolveu convocar, junto com Fidel Castro, um encontro
com todos os partidos e organizações comunistas-socialistas da América
Latina e do Caribe para discutir essas questões, que viria a ocorrer entre os
dias 2 e 4 de julho de 1990, e que se conhece hoje por Foro de São Paulo.
CAPÍTULO 3

HISTÓRICO

“Em outubro de 1917 separamo-nos do mundo


antigo, rejeitando-o de uma vez por todas. Vamos em
direção a um novo mundo, um mundo de
comunismo. Nós nunca desistiremos desse
caminho".

(Trecho final do discurso OFICIAL de


Mikhail Gorbachev sobre a Perestroika,
que o mundo democrático não conheceu).

Na década de 80 do século passado a situação econômica da Rússia


não andava bem, asam como as relações deste país com Cuba. Em 1985
Mikhail Gorbachev propôs uma política r União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas URSS) que denominou de “Perestroika”, desencadeando
mobilizações pela independência de vários países do bloco, o que viria a
gerar o fim da URSS em 31 de dezembro de 1991.
Em 1986 os negócios dos irmãos Castro com : tráfico de drogas ia de
vento em popa, porem, numa visita que Gorbachev fez aos Estados Unidos
em 1988 os americanos comentaram a esse respeito e lhe disseram que, se
não pusesse um fim nisso, eles seriam obrigados a fazer com Cuba o
mesmo que fizeram com o general Noriega no Panamá. Pouco depois, em
princípios de 1989, Gorbachev visita Cuba e o que resultou disso foi a
detenção e execução por fuzilamento do General Arnaldo Ochoa, dentre
outros, transmitido em cadeia nacional de televisão, para que servisse de
exemplo aos cubanos e os Estados Unidos engolissem a farsa de que os
Castro não tinham nada a ver com aquilo e combatiam com rigor esse tipo
de delito. A ideia funcionou e o DEA (departamento de repressão ao tráfico
de drogas americano) acreditou na farsa e desistiu de investigar Cuba.
Em 9 de novembro de 1989 foi derrubado o Muro de Berlim e a
“Guerra Fria”, confronto entre Estados Unidos (capitalismo) e União
Soviética (comunismo), chegava ao fim. Com a Perestroika1, a queda do
Muro de Berlim, e o fim da ajuda econômica da União Soviética a Cuba,
Fidel Castro temeu pelo fim do comunismo. O negócio com as drogas ia
bem, pois a transação era feita de madrugada em águas internacionais mas,
como era uma atividade ilícita, ele não podia revelar essa fonte de renda,
que servia apenas para encher as arcas pessoais dele, e continuou alegando
dificuldades econômicas por falta de apoio da Rússia e o embargo
americano para justificar a miséria e as condições precárias da própria ilha,
que parecia haver congelado no tempo. Por outro lado, as exportações de
açúcar cada vez diminuíam mais, pois de tanto explorar a terra para esse
cultivo, o solo já não rendia tanto e em consequência entrava pouco
dinheiro desse comércio.2
Fidel Castro já havia visitado o Brasil e fez-se amigo do pseudo frei
Betto. Diante dessas preocupações financeiras e ideológicas, Betto vai a
Cuba com um convidado e ali apresenta ao ditador Castro seu amigo Lula,
naquela ocasião líder sindical do ABC paulista e presidente do recém-
criado e ainda desacreditado Partido dos Trabalhadores (PT). Dessa visita,
muito frutífera para eles, Fidel resolve “descongelar” a falida OLAS e
propõe um novo encontro para "recuperar na América Latina o que perdeu-
se no Leste Europeu". Naquela altura talvez só Fidel Castro, raposa velha e
matreira, imaginava que esse encontro não seria apenas uma reunião casual
como tantas já havidas anteriormente, mas que teria continuidade e selaria o
futuro das Américas se estabelecendo como uma mega organização que
garantisse, não só a sobrevivência do comunismo, como também a sua
própria.
Foi então que o PT, junto com o Partido Comunista Cubano, convocou
seus aliados para o “Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da
América Latina e do Caribe", que ocorreria entre os dias 2 e 4 de julho de
1990, no Hotel Danúbio (hoje extinto) em São Paulo capital. A esse
encontro compareceram 48 delegações de 14 países: Argentina, Bolívia,
Brasil, Colômbia, Chile, Cuba, El Salvador, Equador, México, Paraguai,
Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Esse encontro foi marcado por uma certa dispersão, uma vez que
estava ocorrendo o final da Cepa do Mundo onde disputavam Argentina e
Itália no mesmo horário marcado para a sessão de trabalho e encerramento,
e os brasileiros estavam tristes com a derrota já sofrida tele Brasil. Como
atrasaram a reunião para assistir ao jogo, o delegado do Peru teve que se
ausentar antes da assinatura da "Declaração de São Paulo” porque não
conseguiu adiar seu voo. Essa declaração foi confeccionada pelo PT do
Brasil, a Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional (FMLN) de El
Salvador, o Partido Comunista de Cuba (PCC) e o Partido Unificado
Mariateguista do Peru (PUM).
A Declaração de São Paulo deixou claro que os .leais dos participantes
eram “de esquerda, socialistas, democráticos, populares e anti-
imperialistas". Os temas abordados foram, além do “embargo norte-
americano” que se discute até hoje: primeiro, “As alterações na ordem
internacional e seu significado para a América Latina e o Caribe",
subdividido para tratar, por uma parte, “As mudanças no sistema capitalista
mundial” e “O impacto da ofensiva neoliberal” e por outra, “A crise do
chamado socialismo real”; segundo, “Balanço das lutas pela democracia e o
socialismo no continente”, e terceiro, “Os problemas estratégicos da luta
pelo socialismo”.3
Além da Declaração de São Paulo, acordou-se, ainda, que fariam um
segundo Encontro na cidade do México em finais de fevereiro e princípios
de março de 1991, um seminário para discutir temas econômicos e o
capitalismo no Uruguai, em novembro de 1990, e em dezembro de 1990,
em São Paulo, um intercâmbio de experiências dos partidos de esquerda
que exerciam governos locais.
CAPÍTULO 4

PARTIDOS E ORGANIZAÇÕES: ONTEM E


HOJE

No primeiro Encontro, em 1990, compareceram 48 delegações


representando 14 países, segundo informa Roberto Regalado, fundador do
Foro na delegação de Cuba. Entretanto, conforme ele mesmo diz, esse dado
não é preciso uma vez que - só para citar um exemplo -, a delegação da
Frente Ampla (FA) do Uruguai abrigava várias organizações-membros com
direito a voz e voto. Quer dizer, como veremos mais adiante, muitas
organizações terroristas pertenceram e ainda pertencem oficialmente ao
Foro, mas não aparecem porque estão abrigadas dentro de outras siglas.
Enumero então, só para ilustrar1, alguns partidos ou organizações dos
países mais relevantes que participaram da fundação do Foro, - que hoje
não mais aparecem no site para não m velar o verdadeiro caráter dessa
organização e maquiar - ou negar - que desde o princípio o Foro abrigou - e
ainda abriga - organizações terroristas. Hoje só se encontra a relação atual
dos países e partidos-membros2.
Argentina: compareceu com 9 organizações, dentre as quais se
destacam: Partido Comunista Argentino, Partido Intransigência
Revolucionaria, Partido Revolucionário de los Trabajadores e Unidad
Socialista.
Bolívia: 2 partidos/organizações: Eje de Convergência Patriótica e
Partido Comunista Boliviano.
Brasil: Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil
(PCdoB), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Democrático
Trabalhista (PDT), afiliado à Internacional Socialista, e Partido Socialista
Brasileiro (PSB) fundado por Miguel Arraes.
Colômbia: Partido Comunista Colombiano (PCC) e União Patriótica
(UP). Vale salientar que as FARC foram criadas pelo PCC e que a UP foi o
primeiro partido político desse bando narcoterrorista. Quer dizer, embora as
FARC não apareçam ainda, e só tenham entrado oficialmente como
membros do FSP poucos anos depois, elas já estavam presentes através do
PCC.
Chile: Partido Comunista do Chile e Movimiento de Izquierda
Revolucionária (MIR). A propósito do MIR, vale ressaltar que quando
ingressou no FSP esse bando terrorista já havia :a extinguido. Em 1986,
após derrotas e perda - combate de seus líderes, dividiu-se em duas partes: o
MIR-militar e o MIR-político, ambos se dissolvendo em 1990. Depois
surgiram o MIR-Ejército Guerrillero del Pueblo (MIR-EGP) e o MIR-
Juventud Rebelde Miguel Enriquez (MIR-JRME) que funcionou na
clandestinidade por um certo tempo mas abandonou a estratégia da luta
armada em 1997. Atualmente exercem ‘trabalho” junto aos estudantes e
sindicatos e continuam publicando uma revista chamada El Rebelde.

Cuba: Partido Comunista Cubano


El Salvador: Frente Farabundo Marti de Liberación Nacional
(FMLN)
Equador: Partido Comunista do Equador, Partido Socialista do
Equador.
México: Partido de la Revolucíón Democrática (PRD) e Partido
Popular Socialista.
Paraguai: Corriente Patria Libre (que depois viria a ser o
Partido Patria Libre, braço político do bando terrorista EPP -
Ejército del Pueblo Paraguayo) e Partido Comunista Paraguayo.
Peru: Partido Comunista Peruano, Partido Unificado
Mariateguista e Partido Comunista Revolucionário.
República Dominicana: Partido Comunista Dominicano
Uruguai: Frente Amplio

Venezuela: Partido Comunista da Venezuela e Causa R.

Arenas 3 anos depois, no Encontro em Havana, Cuba, já participavam


30 países e o número de participantes por partido-organização havia se
multiplicado exponencialmente3. Do Brasil passou a integrar como membro
pleno o Partido Popular Socialista (PPS) de Roberto Freire, que recebia
ajuda direta do antigo KGB; da Colômbia entrou a Alianza Democrática M-
19 [M-19), que naquela altura havia feito um acordo com o governo e
“deixado as armas", sendo anistiados de todos os seus crimes, inclusive o
que ficou conhecido como o Holocausto do Palácio da Justiça; do México
entrou o Partido del Trabajo (PT), que hoje pensa em fundir-se com c PRD.
A Nicarágua, que não havia participado do Primeiro Encontro,
incorporou-se a partir do segundo com a Frente Sandinista de Liberación
Nacionai (FSLN) do terrorista Daniel Ortega. O Paraguai foi quem
compareceu com mais organizações. Além dos partidos comunistas e
socialistas já citados, aderiram “organizações” reconhecidamente
terroristas: MLN Tupamaros, Frente de Izquierda de Liberación,
Movimiento Revolucionário Oriental e Movimiento 26 de Marzo. O PPL
seguia em sua transição apenas no nome, passando de “Corriente" para
“Movimiento", sem contudo abandonar sua prática terrorista.
No IX Encontro, ocorrido em 2000 em Manágua, Nicarágua, (que
pode ser visto apenas no site Mídia Sem Máscara4 já citado, que salvou os
documentos originais que o site do Foro já não publica mais), pode-se ver a
presença do Movimiento Revolucionário Tupac Amaru e dos bandos
narcoterroristas FARC (Fuerzas Armadas Revolucionárias de Colombia) e
ELN (Ejército de Liberación Nacional), ambos da Colômbia que o PT tanto
se esmera em negar a participação.
Conforme nos relata Alejandro Peña Esclusa5. “Em dezembro de 1994,
depois de sair da prisão pelas intentonas golpistas de 1992, Hugo Chávez
viajou a Cuba, onde foi recebido com honras de chefe de Estado, para selar
publicamente uma aliança com Fidel Castro. (...) Posteriormente, em maio
de 1995, Chávez viajou a Montevidéu para inscrever no Foro de São Paulo,
que fazia lá seu Encontro. Os membros do FSP decidiram dar seu apoio ao
tenente-coronel golpista, em troca de uma retribuição uma vez chegasse ao
poder na Venezuela”.
Em 2008, quando foi abatido Raúl Reyes, o número dois das FARC,
nas selvas do Equador em fronteira com a Colômbia, Chávez fez esta
declaração que confirma o afirmado por Peña Esclusa: de que as FARC
eram membros do FSP. Ele apenas se confunde quanto ao ano do
Encontro de El Salvador, que foi em 1996. Leiam a transcrição:

“Nós rendemos um tributo a um bom revolucionário que foi Raúl


Reyes. O conheci pessoalmente. O conheci pessoalmente. O
conheci. Lembro que quando saí da prisão em 1994 e andava por
estas ruas de Caracas, na Praça Caracas, bairros, aqueles
povoados, eu recebi um convite em 1995 para assistir ao Foro de
São Paulo, que se instalou naquele ano em San Salvador. O convite
me foi foi feito por um bom amigo, comandante revolucionário
falecido há pouco, Shafik Handal. E aí eu fui a San Salvador e uma
das pessoas que conheci foi - naquela ocasião eu já conhecia Lula,
entre outros - e chegou alguém em meu lugar ali na reunião, a uma
mesa de trabalho onde estávamos um grupo conversando, e lembro
que ele pôs a mão por aqui (aponta para o braço esquerdo) e me
disse: “homem, quero falar com você”. E eu lhe disse: “quem é
você?” "Raul Reyes, um dos comandantes das Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia”. Nos reunimos nessa mesma noite
em algum bairro humilde de San Salvador. Nunca mais o vi, até que
surgiu aquele processo do Caguán”.6

Lula sempre negou a existência do FSP, enquanto lhe foi necessário e


o PT sempre negou a participação das FARC na organização criminosa,
mas estas não-somente eram membros, com direito a voz e voto, como
presidiram um dos Encontros. Numa entrevista dada a Fabiano Maisonave,
da Folha de São Paulo em 24 de agosto de 2003, Raúl Reyes confirma
pertencer ao Foro e conhecer não apenas Lula mas outros brasileiros
“ilustres”. Leiam um trecho muito revelador dessa entrevista, dada algum
ponto da Amazônia colombiana”:7

“Folha de S.Paulo - O sr. conheceu Lula?


Reyes - Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San
Salvador, em um dos Foros de São Paulo.

Folha de S.Paulo - Houve uma conversa?


Reyes - Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro.
Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos
contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não
pudemos mais falar com ele.

Folha de S.Paulo - Qual foi a última vez que o sr. falou com
ele?
Reyes - Não me lembro exatamente. Faz uns três anos.

Folha de S.Paulo - Fora do governo, quais são os contatos das


Fare no Brasil?
Reyes - As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas
forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais. Na
época do presidente [Fernando Henrique] Cardoso, tínhamos uma
delegação no Brasil8.

Folha de S.Paulo - O sr. pode nomear as mais importantes?


Reyes - Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de
forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas,
intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas...

Folha de S.Paulo - Quais intelectuais?

Reyes - [O sociólogo] Emir Sader,frei Betto [assessor especial


de Lula] e muitos outros"

Mais uma confirmação da pertinência das FARC ao FSP, numa


exposição feita em 2007, no XIII Encontro em El Salvador. O presidente
Álvaro Uribe estava apertando o cerco e as FARC vinham mantendo um
baixo perfil, não podendo ter participação presencial e por isso enviaram
por escrito suas opiniões e sugestões que pedem sejam consideradas:9

“Mesa Diretora, Companheiros Delegados e Companheiras


Delegadas ao XIII Foro.
San Salvador, El Salvador.

Recebam nossa carinhosa e bolivariana saudação, muitos êxitos


em suas deliberações.

Ao não podermos nos fazer presentes em tão importante evento,


lhes entregamos este documento com nossos pontos de vista e
agradecemos de antemão o fato de tê-lo em conta nas
deliberações...”.
Do mesmo modo, o Primeiro-Comandante :: ELN, Nicolás Rodriguez
Bautista, vulgo "Gabino”10, também prova sua filiação ao FSP, enviando
uma mensagem aos “camaradas" membros do XVIII Encontro que
aconteceu em Caracas em 2012, provando que estava a par do Documento
Base e do que ia ser discutido naquela ocasião:

“Em um entorno mundial complexo e volátil, que bem recolhe o


Documento Base para o debate neste Encontro, a construção de um
bloco sul-americano e regional é uma obrigação de sobrevivência e
responsabilidade histórica".

(...) “Neste XVIII Encontro nos encontramos com muitos


Partidos do Foro, que tiveram experiências de governo em nível
nacional ou local, depois de lutar contra as oligarquias de seus
países com as armas na mão”.

“O Exército de Libertação Nacional da Colômbia, como


destacamento do povo colombiano em armas, avalia indispensável
refletir com vocês sobre a urgência da paz como imperativo para a
Colômbia”.

Montanhas da Colômbia, pelo Comando Central do ELN,


Nicolás Rodriguez Bautista”.

O que demonstra a pertinência à organização não é a presença física,


pois em várias ocasiões ira necessário manter um baixo perfil, do mesmo
modo que para o Foro não era conveniente que o mundo soubesse da
presença dessas organizações terroristas em seu meio, e naquele ano muitas
denúncias de que tanto as FARC como o ELN tinham bases e
acampamentos em território venezuelano, cobriam os noticiários locais e
internacionais, até denúncias feitas à ONU. Por isso eles enviavam suas
propostas que eram discutidas e levadas em conta pelos membros oficiais
do Foro, pois tratava-se das reivindicações de outro “respeitado” membro.
Tudo isso me remete a um trecho do livro “O grande culpado - O plano de
Stalin para iniciar a Segunda Guerra Mundial" de Viktor Suvorov11,
porque ele reflete perfeitamente o que se observa em relação ao Foro de São
Paulo:

"Em 1919, em Moscou, Lenin e Trotsky criaram a Internacional


Comunista, abreviada para ‘Komintern'. Essa organização definia-
se como 'quartel-general da revolução mundial’. O objetivo da
Internacional Comunista era a criação de uma ‘República
Socialista Soviética Mundial'. Assim começou o processo de criar e
fortalecer partidos comunistas em todos os continentes. Tais
partidos constituíam braços da Internacional Comunista e a ela
estavam subordinados".

“Supostamente, todos os partidos comunistas do mundo,


incluindo o da Rússia, eram do mesmo nível. Todos contribuíam
para o banco comunal da Internacional Comunista. Delegados de
todos os partidos comunistas do mundo organizavam congressos,
desenvolviam estratégias e táticas, e elegiam um grupo líder comum
- o Comitê Executivo da Internacional Comunista. Esse órgão
supervisionava todos os comunistas do mundo. Oficialmente, o
Partido Comunista da Rússia era o braço da Internacional
Comunista, em pé de igualdade com os demais partidos, e sujeito a
aceitar as decisões formuladas em comum".

Quer dizer, do mesmo modo que o Partido Comunista da Rússia


“parecia” atuar em pé de igualdade com os outros partidos do mundo, era
seu Comitê Executivo quem tinha o controle de >todas as ações a serem
postas em prática pelos restantes países-membros, quem dava a última
palavra a quem deviam obediência. Do mesmo modo, é a Secretaria
Executiva do PT quem ocupa a Secretaria Executiva no Foro de São Paulo e
quem tem o controle de todas as ações a serem postas em prática pelos
países-membros, como se observará mais adiante.
E do Brasil, hoje, participam do Foro de São Paulo, além do PT, o
PDT, o PCdoB, o PCB, o PPS, : PSB, o MST e o bando terrorista MR-8 que
recentemente foi oficializado como “Partido Pátria Livre”, copiando o
mesmo nome do partido paraguaio “Partido Pátria Libre”, braço político do
bando terrorista EPP já citado.
CAPÍTULO 5

CRONOLOGIA DOS ENCONTROS E


CRIAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO (GT)
“O povo foi domado aos poucos, e tudo foi lacrado.
Ensinado a gritar quando deveria estar silente,
quieto ficou quando deveria esbravejar”.

(“Medo” - Yevtushenko)

I. São Paulo, Brasil - 2 a 4 de julho de 1990


II. Cidade do México, México - 12 a 15 de junho de 1991
III. Manágua, Nicarágua - 16 a 19 de julho de 1992
IV. Havana, Cuba - 21 a 24 de julho de 19 9 3
V. Montevidéu, Uruguai - 25 a 28 de maio de 1995
VI. São Salvador, El Salvador - 2 6 a 2 8 de julho de 1996
VII. Porto Alegre, Brasil - 31 de julho a 03 de agosto de 1997
VIII. Cidade do México, México - 29 a 31 de outubro de 1998
IX. Manágua, Nicarágua -17 a 21 de fevereiro de 2000
X. Havana, Cuba - 4 a 7 de dezembro de 2001
XXI. Antigua, Guatemala - 2 a 4 de dezembro de 2002
XXII. São Paulo, Brasil -1 a 4 de julho de 2005
XXIII. San Salvador, El Salvador - 12 a 14 de janeiro de 2007
XXIV. Montevidéu, Uruguai - 22 a 25 de maio de 2008
XXV. Cidade do México, México - 20 a 23 de agosto de 2009
XXVI. Buenos Aires, Argentina - 17 a 20 de agosto de 2010
XXVII. Manágua, Nicarágua - 15 a 20 de maio de 2011
XXVIII. Caracas, Venezuela - 4 a 6 de julho de 2012
XXIX. São Paulo, Brasil - 31 de julho a 4 de agosto de 2013
XX. La Paz, Bolívia - 25 a 29 de agosto de 2014
XXI. Cidade do México, México - 29 de julho a 1 de agosto de 2015
XXII. El Salvador - 23 a 26 de junho de 2016

Bem, durante esses 26 anos de existência do Foro não houve


Encontros em cinco ocasiões: 1994, 1999, 2003, 2004 e 2006. As razões
para tal nunca foram expostas no site e certamente só o núcleo duro da
mega-organização sabe os motivos. A propósito disso, sempre afirmei que
nem tudo o que se discutia nos Encontros estaria acessível ao público
através do site, mesmo à militância dos partidos e organizações-membros,
mas era restrito a um grupo seletíssimo que chamo de “núcleo duro” onde,
naturalmente, encontram-se o PT e o PC cubano.
Isto se confirma em pelo menos duas ocasiões: primeiro, escrito por
Valter Pomar - Secretário de Relações Internacionais do PT e Secretário
Executivo do FSP de 2005 até 2013 - em seu blog, ao expor o “Plano de
Ação” aprovado e debatido no XIX Encontro ao qual toda a militância
deveria tomar conhecimento, menos uma parte, “secreta”, que ficaria
reservada ao núcleo duro. Disse ele (traduzido): ""Não se inclui, portanto,
as ações que serão executadas pelas organizações-membros"1.
E no livro já citado do cubano Roberto Regalado, ele é explícito em
seus esclarecimentos:

“Neste livro não há “revelações” dos “segredos" do Foro, nem


“denúncias públicas” das atitudes de uma ou outra pessoa ou força
política, embora devo confessar que, ao repassar alguns fatos, tive
a tentação de fazê-lo. Entretanto, consegui vencê-la e espero que o
resultado seja um texto que aporta toda a informação necessária
para fundamentar suas conclusões, e no qual se omitem os
elementos desimportantes que podem afetar pessoas ou forças
políticas que, à margem das diferenças ideológicas que tenhamos,
merecem - como merecemos todos - um trato ético".2

Quer dizer, o que foi publicado no livro já passou por um filtro


rigoroso, de modo que as decisões mais importantes e secretas não sejam
conhecidas das pessoas comuns - e até inimigas - que queiram ler a obra. O
que ele chama de "elementos desimportantes” é aquilo que não tem
importância para a militância obreira, que só executa ordens sem discussão.
O Encontro ocorrido em São Paulo não tinha, a princípio, a intenção
de ser um foro permanente e por isso, segundo Valter Pomar, participaram
partidos e grupos de várias correntes ideológicas. Entretanto, ao concluir o
evento com a “Declaração de São Paulo”, os participantes deixam claro que
aquele foi o primeiro de muitos outros que viriam para solidificar essa
aliança em prol do socialismo. E assim estabeleceu-se que no ano seguinte
repetiriam o evento a ser realizado no México.
Nos parágrafos finais de tal declaração, lê-se:

"Neste marco, renovamos hoje nossos projetos de esquerda e


socialistas, nossos compromissos são a conquista do pão, da beleza
e da alegria, nosso afã de conseguir a soberania econômica e
política de nossos povos e a primazia de valores sociais, baseados
na solidariedade. Declaramos nossa plena confiança em nossos
povos, que mobilizados, organizados e conscientes forjarão,
conquistarão e defenderão um poder que torne realidade a justiça,
a democracia e a liberdade verdadeiras.

Aprendemos dos erros cometidos, assim como das vitórias.


Armados de um inegociável compromisso com a verdade e com a
causa de nossos povos e nações, nos colocamos a andar, seguros de
que o espaço que abrimos agora o encheremos junto aos demais
agrupamentos da esquerda latino-americana e caribenha com
novos esforços de intercâmbio e de unidade de ação como
cimentos de uma América Latina livre, justa e soberana”?3

O segundo encontro marcado para o ano seguinte no México seguia


sem uma definição do nome. Alguns queriam chamá-lo de “Encontro de
Partidos e Organizações Democráticas e Populares da América Latina e do
Caribe" mas não vingou. Então, o Comitê Organizador pediu a Lula e
Cuauhtémoc Cárdenas, anfitrião do encontro no México, que conversassem
com os divergentes e no final esse “agrupamento" político passou a chamar-
se oficialmente “Foro de São Paulo”, por ter sido nessa cidade brasileira
que a organização nasceu.
O Encontro do México contou com a participação de 68 organizações
e partidos políticos provenientes de 22 países da América Latina e Caribe,
mais a assistência de 12 organizações e partidos políticos da Europa,
Canadá e Estados Unidos.
Desde o primeiro encontro criou-se um Grupo de Coordenação que
decidia quais os temas a serem debatidos, onde seria o evento, normas para
o funcionamento do Foro etc., mas as divergências - talvez a ganância por
protagonismo - sobre “quem” poderia participar da coordenação, fizeram
com que apenas dois dias antes do III Encontro este grupo fosse rebatizado
de Grupo de Trabalho (GT).
O Grupo de Trabalho seria o órgão coordenador e executivo dos
acordos do Foro de São Paulo entre um encontro e outro. Assim que, a cada
3 meses, o GT se reúne para estabelecer metas, preparar a pauta para o
Encontro seguinte, emitir notas de apoio, etc. Esse GT é reorganizado a
cada ano pelo plenário do Foro com base na proposta apresentada pelo GT
anterior, após um processo de consulta ampla com os membros do Foro,
sendo o partido ou movimento anfitrião do próximo Encontro um
participante obrigatório. Vale salientar que, embora haja um rodízio nos
participantes do GT, o PT sempre participa em todos, o que corrobora a
citação anterior de Viktor Suvorov acerca do Partido Comunista da Rússia.
Foi o GT quem elaborou o projeto de normas para o funcionamento
do Foro de São Paulo e seu Grupo de Trabalho. Segundo este projeto, eram
membros do Foro de São Paulo “os movimentos e partidos políticos da
América Latina e Caribe que aderissem e apoiassem as resoluções dos
Encontros, e contribuíssem à unidade dos povos da América Latina e
Caribe"4.
E é tão rigorosa a seleção daqueles que serão admitidos como
membros da organização que, segundo palavras do Secretário Executivo do
Foro, Valter Pomar, “As normas do Foro, normas que nos permitiram
chegar inteiros até aqui, estabelecem que para que uma organização
ingresse, é necessário o consenso de todos os partidos nacionais, depois o
consenso do Grupo de Trabalho e depois o consenso da Assembleia do
Foro”. Ora se existem “normas”, “consenso” e um filtro tão rigoroso e
praticamente unânime para a admissão de um novo membro na
organização, é porque ela é muito mais do que uma simples reunião de
pessoas que pretendem "discutir” política e trocar opiniões entre pessoas
com as mesmas ideias como ocorrem em seminários e congressos!
“A política do Foro seria a de não fazer convites. Todavia, poderiam
assistir como observadores todas as forças políticas que o desejassem,
dentro de um quadro construtivo e de respeito em relação às deliberações e
objetivos do Foro”.5. Quer dizer, quando Lula afirmava que o Foro de São
Paulo não passava de um grupo de partidos e movimentos de esquerda que
se reuniam para “discutir” a conjuntura política da América Latina e do
Caribe ele sabia que estava mentindo, uma vez que essa organização tem
caráter deliberativo, ou seja, toma decisões que devem ser acatadas,
assinadas e postas em prática por todos os membros permanentes do Foro,
como veremos mais adiante.
CAPÍTULO 6

OBJETIVOS DE
CADA ENCONTRO

"Confundir o inimigo e o público: esta é a tarefa,


enquanto se faz o que deve ser feito”.

(Vladimir Ilyitch Ulianov - Lenin)

Cada vez que o FSP realiza um Encontro se estabelecem os objetivos


gerais e os específicos. Durante um certo tempo foi possível encontrar no
site a “Resolução Final” e as “resoluções específicas (sobre gênero, negros,
juventude, mudança climática, de apoio a países, governantes e/ou causas,
etc.), porém, como eu disse anteriormente, depois de um certo tempo eles
passaram a publicar apenas a Resolução Final, o que dificultava mais ainda
saber quais seriam seus próximos planos.
Assim sendo, enumero a seguir o que me pareceu mais relevante
nesses Encontros - não necessariamente todos -, pois em sua quase
totalidade são textos repetitivos, cansativos, tendo como mote principal em
todos eles, o apoio a revolução cubana, a condenação ao “bloqueio
estadunidense" e a exigência de que libertem os “cinco heróis cubanos”; a
luta contra o “imperialismo”, o neoliberalismo e o capitalismo; a defesa dos
“direitos humanos”, defesa da soberania, “autodeterminação dos povos” e a
“não-intervenção”, embora tudo isso não passe de palavras soltas, frases de
efeito, uma vez que eles mesmos foram e são os primeiros s interferir de
maneira vergonhosa nos assuntos internos dos países-membros, como se
verá mais adiante, e de jamais respeitar os direitos individuais de quem é
considerado “contra-revolucionário”. Tais Resoluções Finais podem ser
vistas na íntegra no site do próprio Foro enquanto eles permitirem a
consulta pública.1

III Encontro

Demandas:

• O encerramento do “bloqueio” contra Cuba;


• A restituição de Jean Bertrand Aristide à presidência do Haiti;
• Condenação do "golpe militar” que impôs um regime ditatorial e
militarizado no Peru;2
• Agilização no processo de paz na Guatemala - uma proposta de
“solução pacífica” ao conflito armado;
• Cessar a ingerência e intromissão dos Estados Unidos nos assuntos
internos da Nicarágua;
• Desconhecimento do governo ilegítimo imposto no Panamá pela
invasão dos Estados Unidos, retirada de todas as tropas e respeito ao tratado
Torrijos-Carter;
• Respeito ao povo de Porto Rico à livre determinação e à
independência, e o fechamento das bases militares nesse país;
• Restituição das Ilhas Malvinas à Argentina;
• Continuidade do processo de negociação, para uma solução política e
não militar ao conflito interno da Colômbia, e a retomada do diálogo entre o
Governo e a Coordenadora Simón Bolívar;

Decisões:
• "Dar a conhecer as posições políticas e econômicas expressadas em
nossos trabalhos e eventos, promovendo o reconhecimento institucional do
Foro e o estabelecimento de uma comunicação permanente com foros e
instâncias análogas”;
• “Promover a ação unitária dos parlamentares, dos partidos do Foro
de São Paulo, nos parlamentos regionais, no Parlamento Latino-Americano
e na União Inter-Parlamentar Mundial”.

IV Encontro

Participaram 112 organizações-membros, 25 observadores da região,


observadores representantes de 44 instituições e forças políticas da América
do Norte, Europa, Ásia e África. As discussões e deliberações foram
praticamente as mesmas dos Encontros anteriores, destacando-se apenas:

• “A integração deve ocorrer em primeiro lugar, no interior da América


Latina e do Caribe, como um processo político e econômico que nos
articule como um bloco político e que nos potencialize com vontade de
complementar e compensar as diferenças de nossas economias”;3

• Críticas à guerra do Iraque, à ocupação na Somália, à ameaça


imperialista sobre a Coreia do Norte e às sanções à Líbia;

• Denúncia da cumplicidade do Conselho de Segurança da ONU com


as agressões de Israel contra os palestinos.

Em 1º de janeiro de 1993, o Foro de São Paulo criou a revista


“América Libre” para difundir o pensamento e as deliberações dos
Encontros, no qual se incluem realizar seminários, oficinas, debates,
comemorar datas importantes, etc. A publicação está dividida em sessões
que enfocam artigos, entrevistas, eventos e história, tudo de acordo com a
visão deles, não necessariamente a realidade.
Lá é possível encontrar uma entrevista muito reveladora feita a Manuel
Marulanda Vélez, “Tirofijo”, Comandante-em-Chefe do Estado Maior
Central das FARC, pelo jornalista Patricio Echegaray, Secretário-Geral do
Partido Comunista Argentino em 19984. Nessa entrevista evidencia-se o
vínculo das FARC com o Foro de São Paulo, uma vez que Echegaray diz na
apresentação que Tirofijo “integra o Conselho Editorial” da revista - e seu
nome permanece até hoje, mesmo depois de sua morte -, fato que até hoje é
reiteradas vezes negado, seja por Lula, Valter Pomar, José Dirceu
(“Comandante Daniel”), Marco Aurélio Garcia (MAG) ou qualquer outro
membro do PT.
A revista é pautada por Emir Sader e (pseudo) Frei Betto, e
coordenada por Rubens Paolucci Jr. do CEPIS no Brasil. É editada na
Argentina, impressa no Chile e distribuída para todos os países do
continente. Constam ainda como membros do Conselho Editorial, além de
Tirofijo das FARC: Leonardo Boff, Chico Buarque de Holanda, Antonio
Cândido, Gilberto Carvalho, Joâo Pedro Stédile e Luis Eduardo Greenhalgh
do Brasil; Fernando Cardenal e Miguel D’Escoto da Nicarágua; Shafik
Handal de El Salvador (falecido); Marta Harnecker, Volodia Tetelboim
(falecido) e Gladys Marin (falecida) do Chile; Rigoberta Menchú da
Guatemala; Bispo da Igreja Evangélica Metodista Federico Pagura e
Patricio Echegaray da Argentina; Narciso Isa Conde da República
Dominicana; James Petras dos Estados Unidos; Alí Rodriguez Araque da
Venezuela; cantor Silvio Rodriguez de Cuba e Milton Hernández (falecido)
do ELN da Colômbia.
Ao que tudo indica a revista parou de ser editada ou então deixaram de
atualizar a versão eletrônica, pois os artigos mais recentes são referentes ao
número 22, de 2007. Muitos artigos constantes, sobretudo nos primeiros
números, estão : em link, o que dificulta o acesso, mesmo pesquisando em
buscadores eletrônicos, mas ainda é possível encontrar artigos bastante
reveladores.
Nesse mesmo ano, em janeiro de 1993, Lula e Fernando Henrique
Cardoso tiveram um encontro em Princeton, Estados Unidos, com o então
Secretário de Estado do presidente Bill Clinton, Warren Christopher. Nesse
encontro firmaram um pacto entre o Foro de São Paulo e o Diálogo
Interamericano (Dl).
O Dl tinha propostas para a América Latina que percebia como
enfraquecida politicamente após a dissolução da URSS. Da parte dos
Estados Unidos, havia um temor da massiva imigração latino-americana ao
seu país, então, Warren Christopher propôs que bandos guerrilheiros se
transformassem em partidos políticos tomando o poder pelo voto,
acreditando que isso evitaria uma guerra revolucionária e diminuiria a
imigração.
A partir daí o Foro começou sua campanha para que os bandos
terroristas fizessem acordos de paz e se legalizassem como partidos
políticos, obtendo êxito em países como El Salvador, Guatemala e
Nicarágua, no passado, e atualmente luta pela mesma conquista com as
FARC e o ELN na Colômbia.
Como esse é um tema correlato ao Foro de São Paulo e do qual meus
conhecimentos não são tão profundos, sugiro aos leitores o livro O Eixo do
Mal latino-americano e a Nova Ordem Mundial”, do Heitor De Paola.5

VI Encontro

Esse foi um dos Encontros mais importantes dentro do espectro do


Foro, porque foi aí que as FARC presidiram o evento e houve a primeira
participação de Chávez como membro efetivo, conforme já citado no
Capítulo 4. As deliberações foram as mesmas já repetidas nos Encontros
anteriores, por isso, destaco apenas as seguintes que foram específicas desse
Encontro:

• “O Foro se afirma em sua caracterização como um espaço anti-


imperialista de encontro, ação, solidariedade e formulação de projetos
alternativos no movimento democrático e revolucionário da região, no
qual convergem correntes de origens diversas. A diversidade que no
passado foi a causa de muitas divisões, hoje se converte em um fator de
enriquecimento do debate de ideias, de propostas e ações comuns, partindo
da imperiosa necessidade de derrotar o neoliberalismo”;

• Primeiro Encontro dos Jovens da América Latina e do Caribe do


Foro de São Paulo.

VII Encontro

• “Para que as forças de esquerda sejamos consequentes articuladores


de amplos movimentos de oposição e coalizões de governo, resulta
fundamental que possuamos nitidez programática, flexibilidade tática e
instrumentos de ação capazes de assegurar nosso peso específico e
independência”;

• “As organizações políticas do Foro estamos derrubando


definitivamente as barreiras artificiais entre o político e o social como
elemento imprescindível de verdadeiras alternativas. Esta perspectiva
coloca a luta de classes no centro de nossa atividade e reflete uma
vontade expressa de uma nova maneira de fazer política”;

• "Precisamos promover uma efetiva democratização dos meios de


comunicação massiva";6
• "Devemos estabelecer políticas de ação afirmativa que assegurem
o acesso das mulheres aos postos de decisão em todos os níveis”;

• “No Foro existem organizações que optaram pela luta armada e


outras que, sem praticá-la, a consideram como uma opção válida para
determinados contextos e ainda os que se opõem a essa forma de luta. As
diferenças baseiam-se na inexistência de um consenso na valoração das
novas expressões de luta armada, e o quê representam estas expressões
nesta fase das lutas sociais”.

VIII Encontro

• “Nossa meta é a revolução, quer dizer, uma profunda


transformação da sociedade, a qual haverá de se realizar reafirmando e
recriando a democracia, aspecto essencial de todo projeto alternativo”.

• “O objetivo não é meramente chegar ao governo, senão chegar


para transformar a sociedade. E como isso não é tarefa de uns poucos
anos, senão um processo complexo e longo, será imprescindível
consolidar e ampliar os respaldos sociais para a construção de um
projeto estratégico que permita manter-se no governo e realizar as
grandes mudanças revolucionárias que nossas sociedades demandam”.

IX Encontro

• “A esquerda deve assumir os novos problemas que a


intelectualidade progressista estabelece em torno da defesa da
universidade e da educação públicas como patrimônio da cultura
democrática”.
• Que o sequestro em Miami do menino cubano Elián González7 é uma
mostra da irracionalidade e do ódio contra o povo cubano.

• Saudamos as importantes medidas do governo venezuelano para


garantir a soberania nacional e rechaçamos qualquer ingerência estrangeira
que possa pôr em perigo o desenvolvimento e avanço pacífico desde
processo revolucionário”.

Bem, com o que foi estabelecido nesse primeiro item pode-se observar
a intensificação da doutrinação marxista nas escolas e universidades, de
modo especial no Brasil, assim como a introdução da ideologia de gênero e
aulas de “orientação sexual” para crianças do pré-primário. Passados 16
anos dessa determinação, é praticamente impossível encontrar hoje em dia
um jornalista formado depois de 2000 que reporte fatos da realidade como
ela é. A sua quase totalidade é incapaz de escrever um texto ou artigo de
opinião que não esteja repleto de chavões comunistas (como “oligarquia”,
“polícia truculenta”, “homofóbico”, “misógino”, “direita fascista”
“comunidade carente”, “ativista de direitos humanos”, “grupos insurgentes
ou rebeldes”, “movimentos sociais”, etc.) e termos “politicamente
corretos”, quando não descaradamente omitindo a verdade em prol da
defesa de um partido político comunista.

X Encontro

Onze anos depois de fundado o FSP, o X Encontro ocorrido mais uma


vez em Havana contou com 518 delegados provenientes de 81 países da
América Latina e Caribe, América do Norte Europa, Ásia, África, Oriente
Médio e Austrália representantes de 74 partidos e movimentos políticos-
membros e de 127 partidos e organizações convidadas. Como se pode ver, o
número n partidos, organizações e participantes cresceu bastante mas, ainda
assim, a mídia nacional não divulgava nada, como se um aglomerado de
presidentes de tantos países juntos num evento que durava em média 4 dias,
não era motivo 7 ira, no mínimo, curiosidade em saber do que tratava! Este
foi também o ano da criação do Fórum Social Mundial, um braço
operacional do FSP, do qual falarei mais adiante.

• “O X Encontro do FSP confirma a vitalidade, pertinência e vigência


deste espaço, que se identifica de esquerda, anti-imperialista, anti-
neoliberal, contra todas as manifestações de colonialismo, solidário e
participativo na formação de projetos alternativos para os povos da América
Latina e do Caribe, convencidos de que “um mundo melhor é possível.8

• “O FSP se solidarizou de imediato com as vítimas desses atos


criminosos e reclamou o caminho da paz e da justiça, como o único válido
para derrotar o terrorismo, reiterando sua solidariedade com todos aqueles
que sofrem suas consequências”.9

• “Rechaçamos toda tentativa de apresentar como terroristas os


movimentos de libertação nacional, ao chamado movimento anti-
globalização, a esquerda, os movimentos sociais e progressistas”.

• “Reafirmamos o direito de nossos povos a saber a verdade e a


conseguir justiça acerca dos terroristas de Estado que hoje continuam
impunes”.10

• “Os partidos do FSP assumem o compromisso de desenvolver


estratégias, programas e políticas públicas dirigidas a fomentar a
igualdade de direitos e oportunidades entre os gêneros”.

• “Propomos a criação de bancos interestatais de desenvolvimento”.

XI Encontro
• Sobre a vitória de Lula nas eleições presidenciais: “Assinalamos com
satisfação que a maior parte dos partidos integrantes da aliança têm
ativa participação no Foro de São Paulo desde sua origem”.

• “Ao triunfo de Lula soma-se a vitória de Lucio Gutiérrez, candidato


da aliança Sociedade Patriótica 21 de Janeiro, e o Movimento Pachakutik”.

A propósito da vitória de Lucio Gutiérrez, é interessante demonstrar o


caráter decisório e a influência que o Foro exercia e continua exercendo
sobre os países-membros, uma vez que elegeu e depois, insatisfeito com sua
“independência” de ação contrária aos planos do Foro, organização
estabeleceu estratégias para inviabilizar o governo equatoriano ao ponto de
forçar o presidente a renunciar, rotulando-o de “ditador” em pouco mais de
2 anos de mandato. Eles têm o poder de pôr e tirar, fazer e desfazer a seu
bel-prazer. Observem as duas notas, do antes e depois:

“RESOLUCIÓN SOBRE EL TRIUNFO EN EL


ECUADOR 11

El XI Encuentro dei Foro de São Paulo reunido en Antigua,


Guatemala del 2 al 4 de diciembre de 2002, aprobó la siguiente
resolution sobre el Ecuador:

1. Saluda a las fuerzas populares y de izquierda del Ecuador que,


con ocasión del proceso electoral, lograron un espado de unidad
para alcanzar el triunfo presidential del Coronel Lucio Gutierrez.
2. Aspira que este acuerdo electoral, se fortalezca para
coadyuvar favorablemente en las expectativas de cambio que la
inmensa mayoría de Ecuatorianos expresó al votar
mayoritariamente por las candidaturas que confrontaron el modelo
neoliberal todavia prevaleciente en el Ecuador.

Antigua, Guatemala, 4 de diciembre de 2002".

“Declaração Política12

Os Partidos políticos da região meso-americana: FMLN de El


Salvador, FSLN da Nicarágua, UD de Honduras e ANN e URNG da
Guatemala, membros do Foro de São Paulo, reunidos em Antigua,
Guatemala, nos dias 23 e 24 de abril do 2005:

8. Expressamos nosso reconhecimento e solidariedade aos partidos


políticos e organizações populares de Equador que saíram às ruas na luta
pela defesa de sua dignidade e que logrou depor o ditador Lucio Gutierrez
e reivindicar os direitos dos povos desse irmão país. Também demandamos
aos governos e à OEA o respeito ao direito da autodeterminação do povo
equatoriano.

Reivindicamos o papel que os partidos políticos de esquerda tivemos


na democratização de nossos países e a contribuição que estamos fazendo
para construir uma esperança de mudanças em nossos povos.

Os partidos do Foro de São Paulo da região meso-americana


agradecem à URNG e ANN, da Guatemala, pelo esforço e êxito na
organização deste foro.

Antigua, Guatemala, 24 de abril do2005"

• “Avançar nas propostas de mudança dos atuais processos do


MERCOSUL, Comunidade Andina de Nações e CARICOM”.
• “Os partidos do FSP, além disso, deverão implementar
mecanismos de seguimento que assegurem o cumprimento desses
programas e planos”.

• “O FSP rechaça a política do Estado de Israel de ocupação e


genocídio nos territórios palestinos, em violação reiterada das
resoluções da ONU. Ao mesmo tempo, se pronuncia contra toda
forma de violência que provoque vítimas civis13 e reitera a
necessidade da retomada das negociações de paz”.

XII Encontro - 15 anos do Foro de São Paulo

Apesar desse ter sido o Encontro de comemoração dos 15 anos de


fundação do FSP, o número de participantes foi menor que o décimo: 364
participantes de cerca de 150 partidos políticos, entidades e organizações
sociais. Como foi no Brasil, houve participação de seu fundador, Lula, em
cujo discurso afirma o que negou durante 15 anos: que “participou desde o
começo e todos os Encontros".14
Nesse evento deu-se destaque ao Brasil - pelo rompimento com o FMI
e pelo “combate implacável à corrupção por parte do governo Lula” -,
Venezuela, Uruguai e as eleições presidenciais na Argentina, onde venceu
Néstor Kirchner. Esses são os destaques desse Encontro:

• Enaltecem a luta do povo chileno pela busca da “verdade e


justiça" contra o governo Pinochet.
• Ressaltam o derrocamento dos Governos de Gonzalo Sánchez
de Lozada (Bolívia 2003), Lucio Gutierrez (Equador 2005) e Carlos
Mesa (Bolívia 2005), com o qual somam 6 governos neoliberais
derrocados pelos movimentos populares desde 1997.
• Destacam a resistência da Revolução Cubana; a derrota da
tentativa de desestabilizar e derrocar a Revolução Bolivariana da
Venezuela e o governo de Hugo Chávez: o triunfo eleitoral de Lula
em 2002 e Tabaré Vázquez em 2004; o triunfo das esquerdas nas
eleições municipais na Colômbia e no Equador.
• Destacam o impulso gerado desde o GT-FSP para a visita de
parlamentares de diferentes países a fim de impulsionar uma
agenda negociada ao conflito interno e o acordo humanitário, para
fazer sentir a solidariedade da América Latina com a Colômbia.
• Criticam a declaração de Condoleezza Rice sobre a Venezuela,
de que esse país é “um estorvo para os Estados Unidos
• Ressaltam os sistemas de integração que exercem um papel
importante na “lógica integral”: a Comunidade Andina de Nações
(CAN), o MERCOSUL, agora com vários países-membros
associados: Bolívia, Chile, Peru, Venezuela, Colômbia e Equador, e
a Comunidade Sul-Americana de Nações, criada em 2004.
• Destacam a criação da ALBA (Alternativa Bolivariana para as
Américas), TeleSul, Petro-Sul e Petro-Caribe, salientando que um
princípio importante é “promover ações para conseguir uma
adequada equidade” - quer dizer, os países mais abastados devem
ajudar os mais pobres, à revelia e em detrimento da vontade do
povo.

• Denunciam a exploração sexual infantil.15

XIII Encontro
• Comemoração das vitórias eleitorais para a Presidência da República
de camaradas de partidos-membros: reeleição de Lula, no Brasil; reeleição
de Hugo Chávez, na Venezuela; eleição de Rafael Correa, no Equador;
eleição de Daniel Ortega, na Nicarágua.

• Citação de vitórias anteriores: Tabaré Vázquez, do Uruguai em 2004;


e em 2005, Evo Morales, da Bolívia; Michelle Bachelet, do Chile; Néstor
Kirchner, da Argentina e René Preval, do Haiti.

• Luta contra o Plano Colômbia e a Iniciativa Regional Andina de


combate ao narcotráfico.

• Homenagem ao recém-falecido Shafik Handal, fundador do FMLN e


membro destacado do Foro de São Paulo desde a primeira hora.

O GT-FSP estabeleceu como metas para o ano ir 2007:

• Publicação de um boletim eletrônico mensal;


• Constituição de uma escola continental de formação política;
• Realização de um festival politico-cultural;
• Criação de um observatório eleitoral;

• Desenvolver uma política dirigida à juventude16 e de promoção


de arte e cultura.

XIV Encontro

Nesse Encontro realizado em Montevidéu, sob a consigna "não


vivemos uma época de mudança mas uma mudança de época",
compareceram 844 delegados de 35 países. Havia uma certa “euforia” com
o sucesso do Foro uma vez que, tendo atingido a maioridade, quem
começou com apenas um país com governante membro da organização,
agora contava com 12 diretamente vinculados ao Foro e 2 que não eram
eles mesmos membros mas os partidos com os quais fizeram coalizão. São
eles: Raúl Castro, que se tomara ditador hereditário com o afastamento em
2006 do ditador-mor de Cuba, Fidel Castro; Luiz Inácio Lula da Silva, do
Brasil; Hugo Chávez, da Venezuela - o primeiro eleito depois da fundação
do Foro -; Tabaré Vázquez, do Uruguai; Evo Morales, da Bolívia; Rafael
Correa, do Equador; Daniel Ortega, da Nicarágua; Martin Torrijos, do
Panamá, René Preval, do Haiti e Fernando Lugo, do Paraguai, recém-eleito.
Apoiados na coalizão por partidos-membros do FSP, Cristina Kirchner, da
Argentina e Michelle Bachelet, do Chile.
Havia também uma certa consternação somada à revolta pois meses
antes, em 1º de março, as Forças Militares da Colômbia haviam dado baixa
no número 2 das FARC, Raúl Reyes, e nesse mesmo mês, no dia 26, fora
anunciada a morte por problemas cardíacos do fundador e Chefe do Estado-
Maior Central das FARC, Manuel Marulanda, Tirofijo”. Houve discursos
chorosos lamentando i morte de dois “grandes combatentes”, o “exemplo”
que eles deram e o “legado” que deixaram. Centre as resoluções destacam-
se:

• Condenam a “ofensiva direitista” comandada pelos Estados


Unidos, no ataque que deu baixa a Raúl Reyes no Equador.17
• Saudação ao povo paraguaio pela eleição de Fernando Lugo.
• Impulsionam os projetos de integração: MERCOSUL,
COMUNIDADE ANDINA, CARICOM, ALBA-TCP e UNASUL.
• Saúdam a criação da UNASUL que engloba iniciativas como o
Banco do Sul e o Conselho Sul-Americano de Defesa.

• Luta contra o narcotráfico, incluindo os países consumidores


como co-responsáveis e a não-criminalização dos cultivos.
Nesse último item fica demonstrada a mentira como método, uma vez
que os maiores produtores e comercializadores de coca do mundo são as
FARC e seus sócios no FSP, sobretudo Venezuela, Cuba e Equador, além da
Bolívia que tem produção própria, e o Brasil que é um dos maiores
produtores de maconha da região e o segundo maior consumidor de cocaína
das FARC, dito por seus próprios chefões.

XV Encontro

Esse encontro ocorreu logo após a deposição do ex-presidente de


Honduras, Manuel Zelaya que, como vinha sendo subornado e orientado
por Chávez e o FSP para para burlar as leis do país e preparar um referendo
para instituir uma Assembleia Constituinte que é proibido pela Carta Magna
daquele país, foi legal e constitucionalmente deposto. Mas seus camaradas
logo gritaram, como aqui no Brasil: “É golpe!”
Nesse Encontro ocorreu a primeira reunião de "Escolas e Fundações
do Foro de São Paulo”.

• Avaliar permanentemente as estratégias da direita para evitar


que prosperem.
• Denunciam golpe de Estado em Honduras, apoiando a luta do
povo para exigir a restituição imediata e incondicional do
presidente Zelaya ao cargo de presidente.
• Brasil permite que Zelaya ocupe sua embaixada em
Honduras.18
• Denunciam a IV Frota americana como uma ameaça direta ao
Equador, Venezuela e Bolívia.
• Criação de organismos supranacionais de gestão política,
econômica, social e ecológica.
• Apoiar os processos eleitorais de 2009 e 2010, com dois
objetivos: não ceder nenhum governo à direita e ampliar o espaço
da esquerda.
• Reformar a Secretaria Executiva (SE) do Foro de São Paulo
para que adiante se componha de uma SE indicada pelo GT.

• Realizou-se pela primeira vez, de modo paralelo, o Primeiro


Encontro de Juventudes do FSP.

XVI Encontro

• Ressaltam as mudanças devido à ALBA e UNASUL, que teve um


papel importante na Bolívia no caso de Pando19, e na reconciliação entre a
Colômbia e a Venezuela com a ascensão de Juan Manuel Santos.

• Afirmam que a CELAC é o escalão superior da dinâmica de


integração.

Avanços:

• Reeleição em 2009 na Bolívia e no Equador, nova vitória no Uruguai,


com a eleição de José Mujica, e em El Salvador, com Maurício Funes.

Metas:
• Consolidar os governos e não ceder nenhum espaço para a
direita.
• Apoiar os partidos de esquerda que ainda não são governo.
• Acelerar o processo de integração.
• Universalizar a luta contra o racismo e a xenofobia.
• Reconhecem o papel estratégico da cultura na luta política.
• O FSP recebeu Manuel Zelaya e decidiu incorporar a Frente
Nacional de Resistência Popular (FNRP) como membro do Foro.
• Reclamam a necessidade do respeito ao Direito Internacional
Humanitário e os Direitos Humanos.
• Que se acabe com a prática dos sequestros, do desaparecimento
forçado e as detenções arbitrárias, o direito das vítimas à verdade e
à justiça, à reparação e à não-repetição desses fatos.20

• Saúdam o surgimento do Conselho Sul-Americano de Defesa


da UNASUL.

XVII Encontro

• Apoio às eleições na Argentina, Peru - apoio explícito a Ollanta


Humala -, Nicarágua, e a Rigoberta Menchú na Guatemala.

• Felicitaram Rafael Correa pela vitória no referendo que permite a


reeleição indefinida.

• Felicitaram os processos revolucionários contra o imperialismo da


Revolução Cubana, Revolução Sandinista da Nicarágua, Revolução
Bolivariana da Venezuela, construção do Estado Pluri-Nacional da Bolívia,
Revolução Cidadã do Equador, mudanças no Brasil, Uruguai, Paraguai e
Argentina.

• Reafirmam que enquanto Zelaya não for restituído ao cargo, não


aceitam Honduras nos espaços internacionais como a OEA.

• Denunciam violação à soberania da Líbia.

• Rendem homenagem ao falecido Néstor Kirchner, primeiro secretário


da UNASUL.

XVIII Encontro

• Denunciam duas tentativas de "golpe de Estado” e um de magnicídio


na Bolívia e em 2010 no Equador.

• Denunciam o derrocamento de Fernando Lugo, do Paraguai,


alegando que “a direita está disposta a utilizar vias violentas e/ou
manipulação das vias institucionais para derrocar governos que não
sirvam aos seus interesses"21

• Saúdam as vitórias nas eleições presidenciais de Dilma Rousseff do


Brasil, Daniel Ortega da Nicarágua, Cristina Kirchner da Argentina e
Danilo Medina da República Dominicana.

• Suspensão do Paraguai do MERCOSUL, por considerar o novo


governo golpista e aprovação da Venezuela como membro pleno da
organização.

• Apoio à Venezuela e ao chanceler Nicolás Maduro, contra acusações


do Paraguai de “ingerencismo”.22
• Apoiam o povo paraguaio, desconhecendo o governo de Federico
Franco e anunciam ações continentais em favor da “democracia”.

• Expressam solidariedade aos candidatos Xiomara Zelaya, Rafael


Correa e Hugo Chávez que concorrem à eleição para a Presidência da
República.23

• Convocam as forças progressistas e de esquerda a respaldar a


democracia venezuelana e a rechaçar as tentativas de desestabilização da
direita.

• Opõem-se à intervenção armada na Síria e no Irã.

XIX Encontro

• Enfrentar e vencer as disputas eleitorais presidenciais, em:


Honduras, Chile, El Salvador, Costa Rica, Colômbia e Panamá.

• Exigem que se retire Cuba das lista de países terroristas.

• Advogam pela incorporação de “outros insurgentes" no processo de


paz na Colômbia.

• Denunciam as manobras políticas da direita brasileira de tentar


sabotar o governo de Dilma.

• Rendem homenagem a Chávez.

• Manifestam integral apoio e solidariedade a Maduro, rechaçando as


ações da direita que denunciam o golpe.
• Solidarizam-se com Evo Morales pelo sequestro de 4 governos
europeus.

• Felicitam Correa pela sua reeleição.

• Felicitam os nicaraguenses pelos 34 anos da Revolução Sandinista.

• Solidarizam-se com os africanos pela enfermidade de Nelson


Mandela.

• Mônica Valente, mulher do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares,


assume a Secretaria de Relações Internacionais do PT e Secretaria
Executiva do Foro de São Paulo, substituindo Valter Pomar que exerceu
ambos os cargos de 2005 a 2012.

XX Encontro

• Saúdam as vitórias eleitorais em: El Salvador, com Salvador Sánchez


Cerén, Costa Rica, com Luis Guillermo Solis e Chile, com Michelle
Bachelet.

• Condenam as ações golpistas contra Nicolás Maduro, ressaltando que


na Venezuela o povo é consciente, mobilizado e organizado, e tem umas
Forças Armadas cuja disciplina tem como fundamento “sua
consciência patriótica em defesa da Revolução”.

• Rechaçam a tentativa do governo dos Estados Unidos de sequestrar o


general Hugo Carvajal em Aruba.24

• Solidarizam-se com o povo venezuelano que enfrenta uma guerra


econômica e midiática promovida pelos grupos oligárquicos e o
Departamento de Estado norte-americano.25
• Alertam sobre o perigo da "restauração conservadora” que introduz
uma ampla gama de instrumentos subversivos dirigidos e coordenados
pelos Estados Unidos.26

• Denunciam os “fundos abutres” da Argentina como planos


antidemocráticos, que constituem uma ameaça à soberania política e
econômica da América Latina e Caribe.27

• Destacam o protagonismo de Cuba na II Cúpula da CELAC.

• Chamam a acelerar o processo do Banco do Sul do MERCOSUL.

• Respaldam o diálogo de paz em Havana e a abertura formal de


negociações com o ELN e o EPL.

• Convocam a batalha de respaldo às eleições presidenciais no Brasil,


Bolívia e Uruguai.

XXI Encontro

Nesse Encontro os membros do Foro se gabam de nunca terem perdido


governos conquistados, entretanto, não sabiam que seu declínio estava
apenas começando. Os governos que conquistaram a vitória conseguiram-
na através de massivas e grosseiras fraudes, pois o povo, cansado de tantas
promessas mentirosas, de viver numa miséria implacável promovida pelo
socialismo-comunismo já não se ilude mais, nem aceita estar subjugado a
uma meia-dúzia de tiranos. A Venezuela é hoje o cartão postal de toda essa
desgraça.
Participaram 105 partidos de 26 países e o evento espera a participação
de mais de 200 pessoas. Os anfitriões desse Encontro foram os partidos
PRD e PT do México.
Um fato curioso ocorreu um dia antes da abertura desse Encontro. O
grupo terrorista ETA basco (Euskadi Ta Askatasuna - que se denomina um
“exército de libertação nacional”) através de seu braço político, Euskal
Herria, enviou emissários mas estes não puderam entrar no México por
determinação do presidente Enrique Peña Nieto e tiveram que voltar do
aeroporto mesmo. Depois enviaram esta mensagem que foi lida no plenário:

“Por mais que lamentemos não estar presentes, tenham por certo
que a voz e a mensagem de Euskal Herria se escutarão no XXI
Encontro do Foro de São Paulo". Com isso, fica demonstrado que
esta organização pertence ao FSP, por mais que Lula, Pomar ou
Marco Aurélio Garcia (MAG) insistam em negar.

É isso o que exigem na Resolução Final:

• “É necessário ter claro que nosso inimigo é o imperialismo e a


direita oligárquica”.
• “Continua sendo um desafio para os partidos de esquerda e
revolucionários o reconhecimento da agenda feminista como um
eixo transversal da agenda das mulheres e um correto enfoque de
gênero nas políticas, programas e ações que se desenham na luta
contra a direita, o capitalismo opressor, depredador e patriarcal, e
a contraofensiva imperial destes tempos”.
• Exigem do Conselho de Segurança da ONU a vigilância dos
Direitos Humanos nos territórios ocupados pelo Marrocos.
• Saúdam o presidente da RASD (República Árabe Saharauí
Democrática), Mahmud Abdelaziz, instando os países da América
Latina e Caribe a reconhecer este governo e permitir a abertura de
sedes diplomáticas em seus países.
• Solidariedade ao povo grego.
• Respaldam a decisão de Cuba de restabelecer as relações
diplomáticas com os Estados Unidos sem fazer concessão alguma.
• Demandam a suspensão do “bloqueio” e a desativação e
devolução da base militar de Guantánamo.
• Exigem a libertação dos presos-políticos em Honduras e
Guatemala.
• Solidarizam-se com o governo de Michelle Bachelet pela ideia
de uma Assembleia Nacional Constituinte.28
• Acompanhar as eleições municipais da Venezuela em 6 de
dezembro.
• Denunciam a “tentativa de golpe” contra o PT, o governo
Dilma e o ex-presidente Lula por parte das forças da direita, com o
apoio do Poder Judiciário, da imprensa e dos Poderes Públicos, se
solidarizando com a esquerda em defesa da “democracia,
legalidade constitucional e do legítimo mandato da presidente
Dilma”.
• Demandam respaldar a “Proclama da América Latina e o
Caribe como Zona de Paz e Livre do Colonialismo”, aprovado na II
Cúpula da CELAC.
• Apoiam os esforços da CELAC no caminho da construção de
um projeto estratégico de integração genuinamente latino-
americano e caribenho.
• Pedem para acelerar os processos de integração e as cadeias
de fornecimento regionais, a integração energética e de
infraestrutura, os planos estratégicos, a ação social e a
consolidação do Banco do Sul.
• Convocação de todos pela batalha nas eleições presidenciais na
Argentina, respaldando e apoiando o candidato do Foro Daniel
Scioli.
• Grande preocupação pelo retrocesso produzido pelo governo
do Peru que, havendo ganhado as eleições com as forças de
esquerda que formam parte do Foro de São Paulo e os movimentos
sociais, está atualmente alinhado com as forças ideológicas e
econômicas do neoliberalismo extrativista.29
CAPÍTULO 7

AS SUCURSAIS DO FORO
DE SÃO PAULO: FÓRUM SOCIAL MUNDIAL,
MERCOSUL, ALBA, UNASUR E CELAC

Fórum Social Mundial

Quando o Foro de São Paulo foi inaugurado em 1990, dos partidos e


organizações - terroristas ou não - que tornaram-se membros, apenas Fidel
Castro governava o país com mão de ferro e à ponta dos fuzis. Em 1998
elegeu-se Chávez, cujo país era um dos mais ricos em petróleo do mundo,
mas que até então não tinha qualquer influência no resto do continente, quer
seja em termos políticos ou geo-estrategicamente.
Em 2001 é fundado o “Fórum Social Mundial”, em Porto Alegre, que
viria a ser, embora todos neguem, um braço operacional do FSP. Seu
fundador é o empresário do ramo de brinquedos e presidente da ABRINQ,
Oded Grajew, um israelense naturalizado brasileiro, que foi assessor
especial de Lula entre janeiro e novembro de 2003 e é membro do Conselho
de Desenvolvimento Econômico e Social.
Como bem explica o site CubDest, “o Fórum Social Mundial (FSM) é
um evento alter-mundialista organizado por movimentos sociais de muitos
continentes, com objetivo de elaborar alternativas para uma transformação
social global”.1 Seu slogan é “Um mundo melhor é possível” e foi
concebido para ser um “contraponto” ao Fórum Econômico de Davos na
Suíça, que se realiza anualmente em janeiro. Durante um certo tempo as
datas dos dois eventos coincidiam, mas o FSM fez seu último evento
consecutivo em 2012.
O trabalho do FSM é pôr em prática as atividades programadas nos
Encontros do FSP embora haja debates, seminários e oficinas durante os
eventos. A forma de atuação é o das chamadas redes transversais”, um tipo
de “(des)organização que não possui estruturas hierárquicas nem centro de
direção, contando apenas com 'nós' em cujas intercessões unem-se
‘horizontalmente' centenas e milhares de organizações contestatárias”
(sic), do mesmo modo que operam o “Fora do Eixo” a “Mídia Ninja”, os
“Anonymous” e o “Movimento Passe Livre”, por exemplo.
Os organizadores afirmam que essa “rede transversal” “funciona como
uma estratégia ‘liliputiana, reportando-se à história de Gulliver, que
consiste em tecer uma rede mundial tão abrangente quanto possível,
ganhando constantemente espaços de influência ante a opinião pública
para obter isolamento, desprestígio e cerco ‘sempre mais estreito e denso’
em torno do Gulliver atual, representado pelo governo conservador norte-
americano e pelo chamado neoliberalismo”.2
Ainda segundo os organizadores do FSM, outra tática das redes é a
“invisibilidade” na ação, inspirada nas guerrilhas zapatistas de Chiapas,
“que torna difícil ao adversário detectar a identidade do que se lhe opõe”.
Isso foi claramente observado nas primeiras manifestações de rua em 2013,
com a desculpa de protestar contra o aumento das passagens de ônibus. Via-
se muitas pessoas mascaradas ou com os rostos encobertos por camisa,
garantindo o anonimato e não-vinculação a qualquer movimento já
estabelecido, como os conhecidos MST, MTST, militância petista e
assemelhados, mas que usavam táticas de guerrilha urbana3 depredando
patrimônio público e privado, explodindo coquetéis Molotov, queimando
pneus, etc. Por não se conhecer a identidade dos vândalos e por conivência
com o governo do PT que os estimulava a praticar aqueles atos de barbárie
e selvageria - embora nunca faltasse o discurso de “paz” e de que era uma
“manifestação pacífica” -, nunca se soube de alguém que tenha sido punido
legalmente ou que tenha pago pelos prejuízos causados.
Durante um dos Fóruns ocorrido na Universidade Federal de Porto
Alegre, um amigo meu, estudante daquela universidade, contou abismado
que o ambiente lembrava um Woodstock tupiniquim, pois o que mais se via
era sexo, drogas (sobretudo maconha) e revolução. Multidões de zumbis
com olhos vidrados e camisas e boinas do porco Che Guevara, chinelões e
bolsa a tiracolo, perambulavam pelos corredores da universidade sempre
gritando palavras de ordem e louvando a revolução cubana.
Nesse ano de 2016 houve uma reedição sem muito sucesso,
comemorando os 15 anos de fundação. Analisando-se as “declarações de
princípios” e resoluções do FSM, não resta dúvida de que suas propostas e
ideologia são as mesmas do FSP4. Além disso, o sociólogo Emir Sader, que
é o Diretor Geral da revista “América Libre",5 órgão de difusão do Foro de
São Paulo, é desde 2001 o representante pelo CLACSO (Conselho Latino-
Americano de Ciências Sociais) no Conselho Internacional do Fórum
Social Mundial.

MERCOSUL

Somente com a eleição de Lula, em 2002, a situação do Foro começou


a mudar, considerando que o Brasil é um país continental, o mais rico e
expressivo entre seus vizinhos que o consideram o “império” sul-
americano.
Logo depois da eleição de Lula, ainda antes da posse, em dezembro de
2002, os petroleiros venezuelanos estavam em greve. Através de acordos de
bastidores do FSP Lula faz o presidente Fernando Henrique Cardoso, seu
parceiro no Diálogo Interamericano, enviar dois navios petroleiros à
Venezuela para suprir as necessidades daquele país, “furando” a greve dos
venezuelanos que foram punidos com uma demissão em massa de 22.000
trabalhadores qualificados, sendo imediatamente substituídos por cubanos
sem qualquer conhecimento do mister. Lula esqueceu seu passado de líder
de greves no ABC Paulista para atender as necessidades do seu camarada
no Foro.
A partir de 2003, quando Lula já havia assumido seu primeiro
mandato, o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) começou a mudar.
Criado em 26 de março de 1991 com a assinatura do Tratado de Assunção
no Paraguai, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai uniram-se para
formalizar a construção de um bloco aduaneiro de zona de livre comércio e
integração entre os países-membros, uniformizando as taxas de juros,
índices de déficit e taxas de inflação. Os presidentes na época eram Carlos
Menen, da Argentina, Fernando Collor de Melo, do Brasil, Andrés
Rodriguez, do Paraguai e Luis Alberto Lacalle, do Uruguai.
Transformado em mais um braço do FSP, o desejo de Lula era trazer
para dentro do MERCOSUL todos os países-membros dessa organização e
foi assim que, aos poucos, foi-se “empurrando” a Venezuela do
“companheiro” Chávez, primeiro participando das reuniões anuais onde era
recebido como personagem de honra, até a votação entre os países-
membros originais. Para o ingresso de outro país no bloco é necessário que
haja unanimidade na aceitação, e como o Congresso do Paraguai recusou-
se, alegando faltar democracia na Venezuela, o ingresso desse país ficou em
compasso de espera.
Após a deposição de Lugo da presidência o Paraguai foi suspenso do
bloco, até que se “devolvesse” o governo ao presidente legalmente deposto,
e imediatamente os três países restantes - Argentina, Brasil e Uruguai -
aprovaram o ingresso da Venezuela. Esse foi mais um golpe do Foro de São
Paulo - nisso eles são mestres! uma vez que não só a Venezuela mas
qualquer outro país só pode ser admitido no bloco se o Congresso de todos
os demais países-membros estiverem de acordo. Em 2013 a Bolívia e o
Equador manifestaram seu desejo de ingressar no MERCOSUL e têm
participado dos encontros como "ouvintes” e já mostram o mesmo interesse
o Chile e o Peru.
A respeito da suspensão do Paraguai do MERCOSUL, o ex-presidente
do Uruguai, José “Pepe” Mujica, conta em seu livro "Una oveja negra al
poder - Confesiones e intimidades de Pepe Mujica”6 que quando Lugo foi
destituído do poder e antes de ocorrer a reunião da Cúpula do MERCOSUL,
certo dia recebeu um telefonema de Marco Aurélio Garcia (MAG) dizendo
que Dilma desejava ter uma conversa com ele. O funcionário da presidência
do Uruguai disse, muito solícito, que poderia pôr os dois presidentes em
contato, ao que MAG retrucou dizendo que Dilma desejava falar
pessoalmente, que não poderia "haver comunicação nem por telefone, nem
por e-mail. É pessoalmente”. Para evitar suspeitas num encontro assim tão
repentino e sem nenhum motivo protocolar agendado, Dilma mandou um
avião brasileiro (provavelmente da Força Aérea Brasileira) a Montevidéu
para trazê-lo até Brasília.
Lá chegando, tiveram dois minutos de conversa formal e em seguida
Dilma interrompeu dizendo que queria conversar “coisas nossas”. O
intérprete que acompanhava o presidente uruguaio tomou um bloco e
começou a anotar, ao que Dilma interrompeu dizendo “sem anotações”,
mandou o rapaz rasgar o papel e em seguida disse: “Essa reunião nunca
existiu”.
Durante a conversa Dilma apresenta fotos e gravações telefônicas, e
diz a Mujica que aquele material foi conseguido com os serviços de
Inteligência do Brasil (provavelmente ABIN), de Cuba e da Venezuela
que registravam como foi gestado o “golpe de Estado da máfia fascista”
no Paraguai. Se trabalhando coordenadamente não fica claro mas, de todo
modo, ela tinha acesso ao que os serviços secretos daqueles países faziam e
vice-versa. Depois dessa revelação, Dilma diz a Mujica que "o Brasil
necessita que o Paraguai fique fora do MERCOSUL”, porque o Foro de
São Paulo queria a Venezuela como membro definitivo do bloco. E foi o
que aconteceu em princípios de julho de 2012. A conversa que “nunca
existiu” vazou nesse livro, pois Mujica “esqueceu” que ele não era mais
presidente mas a autora do encontro, Dilma Rousseff sim, e continuou
exercendo seu cargo, e com isso expôs um dado gravíssimo que os
brasileiros nunca deveriam ter tomado conhecimento. Melhor para nós!
Para que se tenha uma ideia da importância de MAG7, tanto no FSP
como no Partido-Estado (PT), transcrevo parte de uma entrevista que ele
deu em 2011 ao jornal O Estado de São Paulo:

“Há rumores de que, com a transição entre Lula e Dilma, o


senhor perdeu espaço no governo.

Meu gabinete continua do mesmo tamanho (risos). Em novembro,


havia um movimento quase consensual para que eu substituísse o
ex-presidente argentino Néstor Kirchner como Secretário-Geral da
UNASUL. Vários governos haviam se manifestado nessa direção.
Como a eleição (de Dilma) já havia ocorrido, eu expus a situação à
presidente. Ela me pediu que eu continuasse como assessor de
política externa. Eu aceitei e aproveitei para solicitar uma estrutura
maior. A presidente esteve de acordo”.

Marco Aurélio Garcia é o homem todo-poderoso, o cérebro por trás do


PT e do FSR Esteve no Foro desde a sua fundação, junto com Lula e Fidel,
e permanece hoje articulando tudo que diz respeito às Relações Exteriores
e, embora tenha o pomposo cargo de "Assessor Especial da Presidência do
Brasil para assuntos internacionais”, seu verdadeiro cargo é o de Chanceler
do Itamaraty de fato, não de direito. Ele é a figura invisível, onisciente e
onipresente que conduz todos os movimentos do PT-FSP desde a criação de
ambos.
Em 2006 escrevi um artigo para o Mídia Sem Máscara em que
demonstrava como o MERCOSUL havia se transformado numa sucursal do
Foro de São Paulo que me parece bastante pertinente ainda hoje, sobretudo
depois que a mídia ‘descobriu” que essa organização está tomando rumos
distintos daqueles para o qual foi criado. Chama-se "O Mercosul e o Foro
de São Paulo”.
Ao comemorar seu 25º aniversário, nada mudou mas tudo mudou.
Mudou a essência, os objetivos, criou um passaporte e placas de carro
unificadas que começaram nesse 1º de abril a funcionar na Argentina e
muito em breve será obrigatório nos demais países-membros. As facilidades
aduaneiras, a flexibilização das taxas de juro para o comércio com os países
do bloco que eram seus objetivos precípuos, isso foi jogado na lata do lixo
porque, afinal, não serve para a unificação da “pátria grande bolivariana”
tão cara a Chávez e ao Foro de São Paulo.

O Mercosul e o Foro de São Paulo


© 2006 MidiaSemMascara.org

Uma semana após o encerramento da XXX Cúpula do Mercosul


muitas análises, críticas e opiniões ainda circulam pela mídia, entretanto,
nenhuma delas vai ao fulcro da questão que é a relação direta e indelével do
“novo” Merco sul com o Foro de São Paulo, organização da qual nenhum
jornal brasileiro ousa sequer admitir a existência, obedecendo
religiosamente ao patrulhamento ideológico a serviço do comunismo
internacional.
Só para lembrar, já que estamos em ano eleitoral, o Foro de São Paulo
foi criado em julho de 1990, por Fidel Castro e Lula da Silva, após o fim da
URSS e para substituir a falida OLAS, pois era necessário “recuperar na
América Latina o que se perdeu no Leste europeu", segundo palavras de
Castro em sua fundação.8
O coração e o cérebro do Foro de São Paulo residem no Grupo de
Trabalho que se reúne três vezes ao ano, com o objetivo de traçar as metas
para os encontros anuais do Foro. Essas metas são mais tarde debatidas nos
Encontros e de lá saem as resoluções que vão ser postas em prática, em
ações coordenadas, por todos os países membros do Foro.
Explicados esses detalhes técnicos, vejamos desde quando o Mercosul
é objeto de desejo do Foro de São Paulo. Em 24 de julho de 2000, o
presidente Chávez deu uma declaração ao informativo “La insignia” em
que dizia ser partidário de uma união política, econômica e militar do
Grupo Andino e do Mercosul.

"Deve ser uma integração plena, não só econômica. Há que


avançar para a integração, não só para a integração econômica e
política”. Continuou o presidente: “Há um ano eu dizia: se existe a
OTAN, por que não pode existir a OTAS, uma Organização do
Tratado do Atlântico Sul, que se some à África do Sul?”.

Mais tarde, em setembro de 2003, reuniram--se nas instalações da


Escola Militar de Montanha em Bariloche, Argentina, os Comandantes dos
Exércitos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai para
tratar da “integração militar no Mercosul". Estiveram presentes os
comandantes:
Tenente-general Roberto Bendini (Argentina), General-de-Exército
Francisco Albuquerque (Brasil), Juan Cheyre Espinosa (Chile), Santiago
Pomoli (Uruguai), Luis Barreiro Spaini (Paraguai) e César López Saavedra
(Bolívia).
Nesta ocasião, o general Francisco Albuquerque teria dito: "Esse é um
exemplo para o mundo", referindo-se à “integração militar” que mais tarde
Chávez iria sugerir a criação das Forças Armadas da América Latina,
coordenadas pelo Mercosul.
Nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2004, o Grupo de Trabalho do Foro
de São Paulo reuniu-se na cidade de São Paulo e em sua Declaração
comunica, dentre outras tantas metas, a seguinte:

“1. Os partidos e as forças políticas participantes do Grupo de


Trabalho debateram a estratégia comum dos movimentos sociais e
da esquerda frente aos temas da integração e do comércio global.
Com relação a isso, reafirmam a necessidade de uma verdadeira
integração de nosso continente e rechaçam a proposta da ALCA, da
forma apresentada pelo Governo dos EUA, assim como os tratados
de comércio sub-regionais e bilaterais promovidos por este país.

Defendemos uma integração e relações comerciais solidárias,


que respeitem a soberania dos países de nossa região e promovam o
direito inalienável dos povos ao desenvolvimento econômico e
social, deixando claro nossa posição a favor da inclusão de Cuba
no sistema inter-americano e condenação do bloqueio
estadunidense a esta nação."

Como se pode observar, a inclusão de Cuba ao Mercosul já era uma


meta antiga e determinada pelo Foro de São Paulo.
Em dezembro de 2004, o sociólogo comunista germano-mexicano
Heinz Dieterich, guru de Chávez e Fidel, em uma entrevista cedida ao site
de extrema-esquerda Rebelión afirmava o seguinte:

“Bem, a única forma de resistir a esta imposição dos tratados de


livre comércio é esse Bloco de Poder, com um programa próprio. A
luta contra a ALCA tem sido defensiva porém, com a defensiva não
se ganha uma guerra e esta é uma guerra contra o Império.

Necessita-se de uma proposta estratégica própria. Hugo Chávez


a formulou na ALBA: Alternativa Bolivariana para a América
Latina. Tem-se dado passos para integrar um eixo Venezuela-Cuba,
por uma parte, e um eixo Venezuela-Argentina por outra, porém não
há sustentação teórica; é uma integração bilateral que segue a
lógica das vantagens comparativas de David Ricardo, e o que
necessitamos é um salto qualitativo para conseguir a constituição
de um Estado regional que é o MERCOSUL ampliado,
aprofundado, democratizado com a Venezuela, com Cuba e em
uma segunda fase com Evo Morales na Bolívia e com a CONAIE
(Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador) no
Equador, que realize a integração o quanto antes nas quatro
esferas sociais fundamentais do ser humano: a econômica, a
política, a cultural e a militar"

E, finalmente, na reunião da Região Cone Sul do Grupo de Trabalho


do Foro, ocorrida em Montevidéu em 7 de dezembro de 2005, em sua
“Declaração” ficou acordado o que retransmito no original, em espanhol,
para que não reste qualquer dúvida:

"REUNIÃO DA REGIÃO CONE SUL-2005 DECLARAÇÃO -


(Original unicamente em espanhol)

Montevideo, diciembre 7 de 2005

A los Presidentes y Cancilleres de los países del MERCOSUR y


asociados,
Los pueblos de América Latina avanzan hoy con firmeza hacia su
integración haciendo por fin realidad los esfuerzos de los próceres
de nuestra independencia para lograr la unión continental.
En este Primer Encuentro de la regional Sur del Foro de São
Paulo realizado en Montevideo los dias 6 y 7 de diciembre de 2005
y en la Cumbre de Presidentes del MERCOSUR que se reúne en
Montevideo el9y 10 de diciembre, se consagran muchas iniciativas
que son decisivas para nuestra integración:
- La incorporación de Venezuela como miembro pleno del
MERCOSUR, >que significa que toda la costa atlântica de
América dei Sur se integra en un solo bloque regional de más de
250 millones de habitantes.
- La creación dei Parlamento regional, que significa que de la
unión econômica y comercial se avanza en la integración política e
institucional.
- La puesta en práctica defondos estructu-ralesy el anillo
energético.
En la Cumbre de Mar del Plata se demostro que el MERCOSUR
era capaz por primera vez de defender los intereses de la region
frente a los planes de los países dei norte, representados en el
proyecto del ALCA, con el apoyo de la Cumbre de los Pueblos y una
extraordinária movilización.
Los partidos políticos de izquierda y progresistas tenemos una
tarea fundamental en esta nueva etapa en que ciudadanos y
ciudadanas de nuestros países deberán dar sustento a un
MERCOSUR que defienda y profundice la democracia y la vigência
de los derechos humanos en la region. El respeto a la diversidad y
el desarrollo de políticas activas contra la discriminación de todo
tipo deberán ser base sustancial de este MERCOSUR ciudadano.
Saludamos los esfuerzos de nuestros gobiernos para desarrollar
una política de paz para la region y el mundo, en contraposición a
las políticas de guerra desplegadas por la potência hegemônica y
asi mismo manifestamos nuestra preocupación por la presencia de
tropas y bases militares extranjeras en la region.
Consideramos fundamental la consolidación de la democracia y
el respeto a la libre expresión ciudadana en los comidos a
realizarse en la region, Chile y Bolivia en lo inmediato.
Finalmente nuestro MERCOSUR (quer dizer, o MERCOSUL do
Foro de São Paulo!) se seguirá ampliando hacia formas más
profundas de integración latino americana, por el desarrollo
econômico y social, y hará más justa la distribución de la riqueza y
defendiendo nuestros recursos naturales, estratégicos y el medio
ambiente.

Viva la integración de nuestros pueblos!"

Quer dizer, de um bloco de países sul-americanos reunidos em torno


do objetivo único de fortalecer o intercâmbio comercial entre si, o Mercosul
sofreu um desvio radical de sua origem, passando a atuar no plano político-
ideológico (e futuramente militar) como uma sucursal do Foro de São
Paulo! Portanto, não foi surpresa nem foi à toa a inclusão da Venezuela,
tampouco a presença de Fidel Castro (cujo país situa-se no Caribe e não na
América do Sul) na Cúpula de Córdoba com vistas à integração no
Mercosul.
Na redação inicial do Merco sul, quando da sua constituição, há uma
cláusula que especifica que só podem participar do grupo países cujo
regime seja democrático e por esta razão, Cuba, que é inegavelmente uma
ditadura, está impedida oficialmente de pertencer ao bloco mas isto não
impediu que se assinasse um acordo comercial com este país.
Resta saber o quê Cuba tem a oferecer como mercadoria para os novos
sócios e com qual dinheiro pagará suas dívidas, pois é sabido no mundo
inteiro que Cuba é um Estado falido.
E, para concluir, provando que TODA a política latino-americana vem
sendo delineada pelo Foro de São Paulo, lemos no site do próprio Foro que
o próximo encontro do Grupo de Trabalho será no Uruguai, entre 18 e 20 de
agosto, para redigir o texto-base do XIII Encontro que ocorrerá em El
Salvador, e cujo tema geral será “Integração latino-americana e caribenha”.
A comissão deste Grupo de Trabalho será composta por membros do
Partido da Revolução Democrática (PRD de López Obrador, do México);
Partido dos Trabalhadores, do Brasil; Partido Comunista de Cuba, e Frente
Farabundo Marti de Libertação Nacional, de El Salvador”.
ALBA

A ALBA surgiu como uma espécie de contraposição à ALCA (Acordo


de Livre Comércio para as Américas). Inicialmente chamada de
“Alternativa Bolivariana para as Américas”, a ALBA foi constituída em
Havana, Cuba, em 14 de dezembro de 2004, num acordo entre Hugo
Chávez e Fidel Castro. Em 29 de abril de 2006 a Bolívia somou-se ao
grupo, a partir do Tratado de Comércio dos Povos, e em 25 de junho de
2009 foi rebatizada como “Aliança Bolivariana para as Américas” ALBA-
TCP.
A ALBA se propôs a ser, no início, um órgão como o MERCOSUL,
para a facilitação e integração do comércio entre os países-membros.
Entretanto, com o tempo e à medida em que o MERCOSUL sofria drásticas
modificações de seu modelo original, a ALBA resolveu acompanhar. Foi
assim que, segundo imaginavam Chávez e Fidel Castro, fortaleceu-se com a
criação do Acordo de Cooperação Energética Petro-Caribe que, na
realidade, beneficiava apenas os países que dependiam do petróleo
venezuelano.
Em troca de (mais) poder e submissão desses países a Chávez em
votações na ONU ou OEA, por exemplo, Chávez entregava o petróleo
venezuelano - como se fosse seu - a repúblicas falidas, miseráveis ou com
regime ditatorial a preço de banana ou muitas vezes de graça, como é o caso
de Cuba, (que Maduro mantém até hoje), que recebe 100 mil barris diários
de petróleo, a maior riqueza do povo venezuelano. Fazem parte da ALBA e
dependem diretamente da Petro-Caribe: Antigua y Barbuda, Bahamas,
Belize, Cuba, Dominica, Granada, San Cristóbal y Nieves, San Vicente y
Granadinas, Santa Lucía, Suriname e agora há pouco, El Salvador.
A ALBA ainda coordena "movimentos sociais” de 21 países da
América Latina e Caribe, dentre os quais encontram-se: Argentina
(Quebracho, Piqueteros de Luis D'Elia e assemelhados); Brasil (em 2014 o
ex-vice-presidente Elias Jaua esteve reunido no Brasil com o MST dando
"instruções” e firmando acordos de cooperação)9, Chile, Uruguai, Bolívia,
Paraguai, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, República
Dominicana, Cuba, Haiti, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala,
México e Venezuela (os “Círculos Bolivarianos”, as “Milícias Bolivarianas”
e os “Coletivos”, sendo os mais conhecidos por número e violência armada
“Carapaica”, “Tupamaros” e “Alexis Vive”).
Mais tarde, por volta de 2009, a ALBA sofreu outra mutação em seu
nome a passou a se chamar “Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa
América”, nome que segue até hoje. São considerados países-membros:
Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Honduras, Equador, San
Vicente y Granadinas e Antigua y Barbuda.
Dentre os projetos da ALBA encontram-se o Banco da Aliança
Bolivariana, o Alba Cultural, o Alba-Med e o Sucre, uma moeda comum
criada para atender a área monetária, mediante o estabelecimento da
Unidade de Conta Comum (um Sistema Unitário de Compensação Regional
- SUCRE) e de uma Câmara de Compensação de Pagamentos. Isto de certa
forma isola os países--membros dos mercados mundiais que operam com o
dólar, numa estupidez que até hoje não se tem notícia se vingou ou ficou
apenas no papel porque, como se verá até o final do livro, criam--se mil
organizações com os mesmos objetivos e funções que no final das contas
não resolvem nada e que, finalmente, só “vinga” o que já tenha sido
idealizado pelo Foro de São Paulo.
Como se pôde observar, os projetos e objetivos da ALBA seguem a
mesma linha de postulações do MERCOSUL, apenas voltado para o Caribe
e os países mais ao norte do continente sul-americano e que, por sua vez,
seguem as diretrizes gerais do Foro de São Paulo.

UNASUL
A UNASUL, União das Nações Sul-Americanas, foi oficialmente
fundada em 23 de maio de 2008, na III Cúpula dos chefes de Estado em
Brasília.10 O documento foi assinado pela República Argentina, República
da Bolívia, República Federativa do Brasil, República do Chile, República
da Colômbia, República do Equador, República Cooperativista da Guiana,
República do Paraguai, República do Peru, República do Suriname,
República Oriental do Uruguai e República Bolivariana da Venezuela e o
documento foi escrito em espanhol, português, holandês e inglês.
Foi acordado que a sede da organização seria em Quito, Equador, o
Parlamento sul-americano em Cochabamba, Bolívia, e a sede do Banco do
Sul, em Caracas, Venezuela. Seu primeiro Secretário-Geral, escolhido por
unanimidade, foi o falecido ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, em
4 de maio de 2010, para um mandato de dois anos. O Tratado entrou em
vigor, de fato, em 11 de março de 2011, tornando-se uma entidade jurídica
durante a cúpula de Ministros dos Negócios Estrangeiros em Mitad dei
Mundo, Equador, onde foi colocada a pedra fundamental para a sede do
Secretariado-Geral da União.
A ideia mesma da organização surgiu em 8 de dezembro de 2004 na
Cúpula Sul-Americana onde 12 países assinaram a Declaração de Cuzco11,
anunciando a fundação da então Comunidade Sul-Americana de Nações.
Esses representantes dos 12 países queriam fazer dessa comunidade algo
como a União Europeia, com unificação de passaporte, parlamento e
futuramente uma moeda comum a todos como é hoje o Euro. Em 25 de
dezembro de 2005, o ex-ministro do Exterior chileno propôs o nome
“União das Nações Sul-Americanas” que foi o que vingou até hoje.
O primeiro Secretário-Geral da UNASUL foi o ex-presidente
equatoriano Rodrigo Borja, mas ele renunciou alguns dias antes do encontro
em Brasília, em maio de 2008. Foi então eleito Néstor Kirchner, da
Argentina, em 4 de maio de 2010 e por isso é considerado o primeiro
presidente de direito e de fato, mas não cumpriu :odo seu mandato de 2
anos pois faleceu em 27 de outubro desse mesmo ano. Em 9 de maio de
2011 foi nomeada Maria Emma Mejia, da Colômbia, que já foi Ministra da
Educação e de Relações Exteriores, pertence ao partido pró-FARC e
membro do Foro de São Paulo, Polo Democrático Alternativo. Desde há
oito anos pertence à comissão de facilitação entre o governo e o ELN
visando a um processo de “paz” igual ao das FARC. Presidiu o secretariado
até 11 de junho de 2012, quando assumiu o terrorista venezuelano e amigo
íntimo dos chefões das FARC, Alí Rodriguez Araque.
Araque assumiu o posto em 11 de junho de 2012 e permaneceu até 31
de julho de 2014. Atualmente a Secretaria-Geral da entidade está nas mãos
do colombiano e ex-presidente Ernesto Samper, desde 1º de agosto,
devendo passar o bastão no segundo semestre desse ano. Samper é
conhecido na Colômbia por ter tido sua campanha eleitoral financiada pelo
poderoso narcotraficante Pablo Escobar e por isso é impedido pelo Governo
dos Estados Unidos de pisar em solo norte-americano.
A UNASUL é estruturada através de Conselhos: Conselho de
Economia e Finanças, Conselho de Defesa Sul-Americano, Conselho de
Saúde Sul-Americano e Conselho Eleitoral12. No documento constitutivo
da UNASUL, citado na nota 10, pode-se ver detalhadamente todo o
funcionamento da organização mas quero me deter em apenas dois: o
Conselho Eleitoral e o de Defesa, para demonstrar a estreita relação e
subordinação aos desígnios do Foro de São Paulo.

Conselho Eleitoral

No Estatuto do Conselho Eleitoral13, quanto aos Princípios, lê-se:

“Artigo 2º - O Conselho Eleitoral da UNASUL se regerá pelos


princípios reitores do Tratado Constitutivo da UNASUL, de
irrestrito respeito à soberania, autodeterminação dos povos,
solidariedade, cooperação, paz, democracia, participação cidadã,
transparência, pluralismo, respeito aos direitos humanos
universais, indivisíveis e interdependentes, e pelos princípios que
inspiram o Protocolo Adicional ao Tratado Constitutivo da
UNASUL sobre Compromisso com a Democracia"

E nos Objetivos Específicos:

1. Promover o intercâmbio e a transferência de conhecimentos,


experiências e assistência técnica dos organismos, autoridades e
técnicos eleitorais.
2. Propiciar a criação, uso e aplicação de tecnologias não-
dependentes para o desenvolvimento dos sistemas eleitorais em
matéria de inovação e modernização tecnológica, assim como boas
práticas de sistemas nos processos eleitorais"

No mesmo ano em que a UNASUL redigiu os Estatutos do Conselho


Eleitoral (2012), do qual destaquei esses dois “objetivos específicos” o
governo brasileiro, através do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assinou
um contrato com a empresa Smartmatic de urnas eletrônicas, por um
período de 12 meses e avaliado em aproximadamente US$ 63 milhões14.
Essas urnas foram implantadas por Hugo Chávez na Venezuela desde 2005
pois, apesar da empresa garantir absoluta segurança no sistema informático
da máquina, elas não são auditáveis permitindo fraudar as eleições como
Chávez fez - e Maduro continua fazendo - durante todo o tempo em que
governou a Venezuela. Como elas exigem a verificação biométrica do
eleitor, na Venezuela ficaram conhecidas como “máquinas capta huella -
literalmente “capta (ou caça) digital”.
Segundo informa o site, entre os serviços previstos no contrato “estão
incluídos o teste das urnas eletrônicas, limpeza, remoção dos selos, testes
funcionais, triagem para manutenção corretiva e preparação para o
armazenamento, entrada de dados, instalação e atualização de software,
juntamente com outras tarefas. O consórcio ESF também será responsável
por receber e transmitir os relatórios de mídia do sistema de votação”.
Como as urnas não são auditáveis, quer dizer, depois de transmitidos
os dados gravados durante o processo de votação nada mais fica
armazenado, e não temos voto impresso, o governo brasileiro tem renovado
o contrato com a empresa Smartmatic até os dias de hoje. E foi por saber
que essa urna eletrônica é passível de fraude que o TSE realizou o
escrutínio das últimas eleições presidenciais numa sala fechada com apenas
23 funcionários do TSE escolhidos a dedo, contrariando o que diz a Lei nº
10.408 de 2002, que é uma alteração da lei anterior de 1997, em seu Art. 66
e primeiro parágrafo deste artigo:
“Art. 66. Os partidos e coligações poderão fiscalizar todas as
fases do processo de votação e apuração das eleições e o
processamento eletrônico da totalização dos resultados.
§ 1º Todos os programas de computador de propriedade do
Tribunal Superior Eleitoral desenvolvidos por si ou sob encomenda
utilizados nas urnas eletrônicas para o processo de votação e
apuração, serão apresentados para análise dos partidos e
coligações na forma de programas-fonte e programas--executáveis,
inclusive os sistemas aplicativo e de segurança e as bibliotecas
especiais, sendo que as chaves eletrônicas privadas e senhas
eletrônicas de acesso se manterão no sigilo da Justiça
Eleitoral".15
E ainda o Art. 87 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997:
“Art. 87. Na apuração, será garantido aos fiscais e delegados
dos partidos e coligações o direito de observar diretamente, a
distância não superior a um metro da >mesa, a abertura da urna,
a abertura e a contagem das cédulas e o preenchimento do
boletim".16
Naquele tempo se utilizava o voto impresso mas tanto nesta Lei de
1997 - que permanece em vigor, sofrendo alteração apenas em alguns
artigos por causa das urnas eletrônicas - quanto na mais recente, de 2002,
era garantido aos partidos políticos o direito à participação na apuração dos
votos de modo que o resultado fosse transparente, uma vez que havia
observadores de partidos de todas as tendências e ideologias. Do modo
como foi realizada a apuração nas eleições de 2014 para a Presidência da
República, a portas fechadas e sem a presença de observadores dos diversos
partidos, não se pode aceitar o resultado apresentado como válido e
legítimo e afirmar que o que foi informado à Nação é o resultado real, a
vontade da maioria do povo brasileiro. Apuração a portas fechadas sem a
presença de observadores dos partidos, foi a primeira e maior fraude da
eleição presidencial de 2014 já cometida e que jamais se viu no país!
Foi Chávez quem inventou esse método de fraudes, de urnas
eletrônicas e de apuração sem a presença de observadores diversos e a
portas fechadas. No seminário internacional ‘‘Democracia Liberal -
Democracia, Liberdade e o Império das Leis", promovido pelo Mídia Sem
Máscara e coordenado por Heitor De Paola entre os dias 15 e 16 de maio de
2006 em São Paulo, Alejandro Peña Esclusa em sua brilhante exposição
explica como Chávez encontrou a forma de se perpetuar no poder, usando a
democracia para destruí-la através do voto, um instrumento da própria
democracia.17
O método foi aprovado pelo Foro de São Paulo e copiado aqui no
Brasil com êxito, apesar dos reclamos populares que não deram em nada,
ima vez que o Ministro do TSE é egresso do próprio PT, foi quem decidiu
pelo sigilo da apuração e, evidentemente, não aceitou as denúncias.
Puseram o lobo para cuidar do galinheiro.

Conselho Sul-Americano de Defesa


O site do Itamaraty afirma que a criação do Conselho Sul-Americano
de Defesa ocorreu em 15 de dezembro de 2008, tendo em sua composição
os ministros da Defesa da Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Chile,
Equador, Guiana, Uruguai, Paraguai, Suriname e Venezuela, com : objetivo
de “elaborar políticas de defesa conjunta, promoção do intercâmbio de
pessoal entre as ~orças Armadas de cada país, realização de exercícios
militares conjuntos, etc".
Entretanto, nada disso é verdade; nem seus objetivos e muito menos
sua data de criação. C projeto vem de mais longe. Em maio de 2008 após a
divulgação da criação desse conselho, escrevi o artigo abaixo que
demonstra mais uma mentira do Foro de São Paulo.

Conselho Sul-Americano de Defesa: a serviço de


quem?

“No passado 14 de abril o ministro da Defesa Nelson Jobim, esteve na


Venezuela reunindo-se com o presidente Hugo Chávez para tratar da
proposta do Conselho Sul-Americano de Defesa numa reunião que realizou-
se a portas fechadas. Jobim negou que houvesse uma carreira armamentista
na América do Sul mas ressaltou a importância de que os países-membros
adquiram armas, porque "a projeção de poder na América do Sul é
dissuasiva ante eventuais inimigos
Lá, Jobim teria dito que a iniciativa da proposta partiu de Lula, depois
de a Colômbia ter atacado uma base das FARC no Equador e que Chávez
mostrou-se muito receptivo, demonstrando um interesse muito forte neste
projeto que será implantado em outubro de 2008. E em notícia no site do
PT, diz-se que "...terá o papel de elaborar políticas de defesa conjunta,
intercâmbio de pessoal entre as Forças Armadas de cada país, realização
de exercícios militares conjuntos, participação em operações de paz das
Nações Unidas, troca de análises sobre os cenários mundiais de defesa e
integração de bases industriais de material bélico”.
A história, entretanto, não é bem essa. Ela remonta, pelo menos, ao
ano de 2001, quando Chávez enviou seu então ministro da Defesa, General
Hurtado Sucre à Brasília que apresentou ao presidente Fernando Henrique
Cardoso a proposta de integração militar latino-americana; este gostou da
ideia mas já estava quase de saída e o projeto não avançou. Em dezembro
de 2004, o marxista germano-mexicano Heinz Dieterich escreveu um artigo
intitulado “A doutrina militar e o Bloco Regional de Poder Militar”,18 onde
faz uma análise da situação das Forças Armadas na América Latina e
Caribe, e afirma que os dois estrategistas militares mais importantes do
continente latino-americano são Fidel Castro e Manuel Marulanda
“Tirofijo” comandante das FARC. Afirma ainda que Cuba oferece um
paradigma militar para o futuro Bloco Regional de Poder Militar latino-
americano (BRPM) que então começa a se delinear. Diz que o “novo Fidel”
é Chávez porque ele “saberá encontrar a fórmula para que a vanguarda e
o bloco do centro [que Dieterich destaca como sendo Lula, Néstor Kirchner
- que era o presidente à época - e Tabaré Vázquez] se encontrem em uma
nova dinâmica de libertação, digna dos próceres da Pátria Grande
Entre os dias 27 e 29 de outubro de 2006 aconteceu em Sucre, Bolívia,
o encontro fundacional do Bloco Regional de Poder Popular, organizado
por Dieterich e patrocinado pelo governo boliviano de Evo Morales, e que
estabelecia quatro elementos para garantir o “avanço do processo
revolucionário regional”. O quarto desses elementos, diz: “Organização de
um plano militar de caráter defensivo integrado regionalmente, para
enfrentar a eventual agressão e intervenção militar direta do
imperialismo e que deverá estar baseado na concepção da ‘guerra de todo
o povo'. Esse organismo seria denominado Bloco Regional de Poder
Militar" (BRPM).
E no artigo intitulado “Brasil, Argentina e Venezuela constituem um
Bloco Regional de Poder Militar" escrito em 28 de fevereiro deste ano,
Heinz Dieterich não esconde sua alegria pela decisão de Lula em encabeçar
a formação do BRPM. Afirma ele que o “Conselho Sul-Americano de
Defesa será o órgão dirigente do BRPM", quer dizer, este Conselho
criado por Lula e Jobim ratifica o BRPM, não vem para fortalecer o papel
das nossas Forças Armadas na defesa do nosso território e soberania mas
para formar, junto com os outros países do continente, uma força conjunta
preparada para agir contra a "invasão do império”.
Dieterich alega que “o império” está perdendo sua hegemonia
financeira, econômica e política por isso recorre aos métodos de dominação
pela força militar. Diz ele: “Esta é a mais profunda razão histórica e
legitimação da constituição do Bloco Regional de Poder Militar e seu
Conselho Sul-Americano de Defesa na Pátria Grande”. Nesse contexto,
não é delírio supor que, quando houve o ataque militar colombiano ao
acampamento das FARC em 1º de março, se este Conselho já existisse o
Brasil teria, junto com os outros países do Bloco, se voltado contra a
Colômbia desencadeando talvez uma guerra desnecessária e insana de
proporções inimagináveis.
No dia seguinte, Pedro Echeverría V. exulta com a criação deste
Conselho no artigo, do qual cito alguns trechos: “Por isso me deu uma
enorme alegria ler o interessante artigo de Heinz Dieterich na revista
‘Rebelión’. No artigo ele detalha a formação do Bloco Regional de Poder
Militar (BRPM) latino-americano encabeçado pelo presidente brasileiro,
Inácio ‘Lula’ da Silva”. (...) “Na América Latina e no mundo não deveria
haver exércitos; porém, ante a ameaça e as permanentes invasões ianques
não se pode viver sem um organismo armado internacional de defesa,
organizado por governos anti-imperialistas”. (...) “O exército será
nacionalista, anti-imperialista, defenderá os interesses dos povos da
América Latina frente ao império ianque ou outro grande país”.
O Brasil possui um “Conselho de Defesa Nacional”, criado em 11 de
abril de 1991 pela Lei nº 8.183, que cumpre perfeitamente seu papel de
defender o território e a soberania, claramente explicitados nos Art. 5º e
Parágrafo único deste artigo;

Art. 5º - O exercício da competência do Conselho de Defesa


Nacional pautar-se-á no conhecimento das situações nacional e
internacional, com vistas ao planejamento e à condução política e
estratégica para a defesa nacional.
Parágrafo único - As manifestações do Conselho de Defesa
Nacional serão fundamentadas no estudo e no acompanhamento
dos assuntos de interesse da independência nacional e da defesa do
estado democrático, em especial aos que se refere:
I - à segurança da fronteira terrestre, do mar territorial, do
espaço aéreo e de outras áreas indispensáveis do território
nacional;
II - quanto à ocupação e à integração das áreas de faixa de
fronteira;
III - quanto à exploração dos recursos naturais de qualquer tipo
e ao controle dos materiais de atividades consideradas do interesse
da defesa nacional.

Se o interesse real é defender o país de possíveis agressões, por quê a


necessidade de criar um outro conselho de defesa? O que será feito deste já
existente, vai ser anulado? Como vimos, os objetivos deste Conselho Sul-
Americano vão além das nossas fronteiras territoriais. Um documento do
XIV Encontro do Foro de São Paulo que realiza-se entre os dias 22 e 25 de
maio em Montevidéu, Uruguai, reafirma a "necessidade’ desta integração.
Vejam o que diz este trecho do documento:

“A maioria dos Governos de esquerda e progressistas têm entre


seus delineamentos e Programas de ação a Integração Regional e
Continental como objetivo fundamental... (...) para avançar na
coordenação e execução dos projetos integracionistas e
conformação de Blocos Regionais”.E na V Cúpula de América
Latina, Caribe e União Europeia em Lima, Peru, Lula afirmou sem
pudor que o Foro de São Paulo serviu--se da democracia para
alcançar seus objetivos de dominação. Disse ele: “Esse foro, que
nós criamos, esse foro foi educando a esquerda para compreender
que existia a possibilidade de disputar eleições e ganhar pela via
democrática”.

Ao mesmo tempo, Jobim e Chávez mostram toda sua valentia ante a


Quarta Frota americana. Chávez disse à agência russa Ria Novost: “Vamos
enterrar o império americano neste século, quando entrarmos numa nova
era de governos de esquerda”, e Jobim vociferou em coro: "Eles não
poderão atuar em áreas jurisdicionais brasileiras. Aqui não entra!”.
Ambos, como de resto toda a esquerda e os eternos nacionalistas
antiamericanistas, seguem o que já ditou Fidel Castro do fundo de seu
sarcófago, em uma de suas “Reflexões”: "...os porta-aviões e as bombas
nucleares com que se ameaça nossos países servem para semear o terror e
a morte, porém não para combater o terrorismo e as atividades ilícitas”. E
concluiu que os grandes gastos e o destino dessas armas “deveriam servir
também para envergonhar os cúmplices do império e multiplicar a
solidariedade entre os povos".
Lula percebeu que o momento está tenso para o Brasil com a
confirmação da autenticidade dos documentos encontrados nos
computadores de Raúl Reyes (não esqueçam que ele recebeu uma carta de
saudação das FARC19 por ocasião de sua reeleição e que isto fatalmente
deve estar lá, pois foi assinada pelo próprio falecido!) e resolveu então
aplicar a estratégia das tesouras: enquanto Chávez e Jobim vociferam
fanfarronices contra “o império”, ele tenta - muito simpático e solícito -
uma aproximação com os presidentes Álvaro Uribe, da Colômbia e Alan
García, do Peru, corroborando a ideia farsesca para os Estados Unidos de
sua “ruptura” com a esquerda latino-americana mais radical, que pode
apaziguar os arroubos chavistas e assim continuar agindo sem ser
incomodado.
O que não se pode esquecer, em todo este maquiavelismo torpe, é que
Lula, seu governo e o Partido-Estado são membros do Foro de São Paulo e,
portanto, jamais irão trair suas deliberações; os dois discursos de Lula,
aparentemente antagônicos em Lima neste fim de semana, são as duas faces
da mesmíssima moeda furada. Está claro a “quem” servirá este Conselho de
Defesa Sul-Americano?”
E para corroborar que a ideia desse Conselho é mais antiga do que se
afirma e que a sua criação partiu de Lula, ou seja, do Foro de São Paulo,
traduzo trechos do artigo de Heinz Dieterich citado no artigo acima:

"Brasil, Argentina e Venezuela constituem um Bloco Regional


de Poder Militar"20 - Heinz Dieterich
“Em uma importante decisão contra a Doutrina Monroe, o
Presidente brasileiro Inácio “Lula” da Silva decidiu encabeçar a
formação do Bloco Regional de Poder Militar (BRPM) latino-
americano. Em 10 de julho de 2007 ele havia anunciado a
autorização dos fundos “para concluir” o primeiro submarino de
propulsão nuclear da Marinha de Guerra do Brasil.
Posteriormente, seu Ministro da Defesa declarou que a soberania
da Amazônia ‘não é negociável' e o Comando Militar da Amazônia
(CMA) advertiu que a Amazônia seria defendida com a ‘guerra de
guerrilhas"’.
(...) “Não menos importante é a constituição de um ‘Conselho
Sul-Americano de Defesa’ em outubro de 2008, que será o órgão
reitor do BRPM. O Conselho, organismo de defesa regional latino-
americano-caribenho é necessário, disse Jobim, para que as Forças
Armadas dos países da região deixem de ‘depender de estrangeiros’
em áreas de defesa".
(...) “No ano de 2003, o Presidente (Chávez) propôs a Lula
converter as Marinhas de Guerra de ambos os países na ponta-de-
lança de um projeto de integração concreto sobre a navegação do
rio Orinoco com o rio Amazonas, ‘e com isso fortalecer a soberania
da Amazônia’. Posteriormente, os dois líderes conversaram sobre a
instalação de uma Academia de Guerra latino-americana; projeto
urgente, porém que não avançou por rivalidades entre Brasília e
Buenos Aires e inércias burocráticas na Venezuela”.
(...) "Outros empenhos do Presidente Chávez foram a proposta de
fundar a Organização do Tratado do Atlântico Sul (OTAS) e as
‘Forças Armadas da ALBA'. Na VI Conferência dos Ministros de
Defesa das Américas em 2004, a Venezuela ajudou o Brasil e as
Forças Armadas do Equador a derrotar o plano de Bush e
Rumsfeld, de converter os militares latino-americanos em uma
guarda pretoriana a serviço de Uribe e do complexo militar-
industrial norte-americano”.
(...) “Hoje, finalmente, amadureceram as condições objetivas
políticas que permitem realizar a constituição do BRPM em 2008,
em uma tardia consumação dos sonhos integracionistas dos
libertadores da Pátria Grande. Esta é a mais profunda razão
histórica e legitimação da constituição do Bloco Regional de
Poder Militar (BRPM) e seu 'Conselho Sul-Americano de Defesa'
na Pátria Grande”.

Em 2010 o site chavista “Taringa” publicou uma matéria onde aponta


os números dos soldados de cada país que comporão esse exército do
Conselho que servirá para dar segurança, prevenção para qualquer país-
membro “quer seja para choque, defesa, solidariedade e ante eventos onde
se os requeira".21 Quer dizer, não sabemos quando, em que situações e
contra quem esses soldados serão chamados a lutar.
Quem esse Conselho de Defesa irá defender? Contra quem lutarão?
Que tipo de eventos necessitarão de um exército desse porte? Ninguém sabe
ao certo, pois os motivos são tão difusos quanto os da Constituição cubana
que manda prender quem “desestabilizar a ordem pública” sem especificar
o que significa essa "desordem”. O que assombra verdadeiramente é o
contingente de cada país e, sobretudo, a afronta de se criar um exército
paralelo, ou seja, milícia, sem consultar o Congresso Nacional, sem
informar a população.
Em 2010 os números eram os que seguem mas não sei se ampliou-se,
uma vez que naquela ocasião o presidente colombiano era Álvaro Uribe que
se opôs a fornecer seus soldados, pois já enfrentavam os terroristas das
FARC em seu país. Mas hoje, com Juan Manuel Santos, cujo partido não
pertence (ainda) ao Foro de São Paulo mas suas políticas seguem a cartilha
dessa organização criminosa, é possível que tenha posto à disposição desse
Conselho o Exército Colombiano. Esperava-se ainda naquela ocasião os
contingentes do Uruguai, Paraguai e Peru, e o Chile ainda mostrava-se um
tanto resistente:

• 18.600 soldados do Brasil


• 15.300 soldados da Venezuela
• 13.000 soldados da Argentina
• 8.250 soldados da Bolívia
• 5.000 soldados do Equador

Cabe ainda acrescentar que no dia 30 de agosto de 2013, durante a VII


Reunião Ordinária do Conselho de Chefes de Estado da UNASUL, foi
escrita a "Declaração de Paramaribo” onde se destacava o trabalho do
Conselho de Defesa Sul-Americano e a iniciativa da criação de uma Escola
Sul-Americana de Defesa (ESUDE), concebida como um centro de altos
estudos e de articulação de redes entre as iniciativas nacionais dos Estados-
membros, para a "formação e capacitação de civis e militares em matéria
de defesa e segurança regional, do nível político-estratégico".
Com a instabilidade política observada em alguns países-membros
como a Venezuela e agora o Brasil, e como um dos objetivos é a
“solidariedade" entre os membros do bloco, não podemos descartar a
hipótese de que esses “Cascos Rojos" (Capacetes Vermelhos, como são
chamados os soldados dessas tropas) apareçam em nosso território para
“defender a democracia" contra o “golpe”, pois para isso eles foram criados.

CELAC

A “Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos”


(CELAC) alberga 33 países das Américas e Caribe, menos Estados Unidos
e Canadá. É uma remanescente do “Grupo do Rio" e foi criada em 23 de
fevereiro de 2010, embora só tenha tido sua primeira reunião de cúpula
entre os dias 1 e 4 de dezembro de 2011 em Caracas-Venezuela. A Primeira
Cúpula, entretanto, só veio a ocorrer entre os dias 26 a 28 de janeiro de
2013 no Chile. O primeiro presidente pro tempore foi Sebastián Piñera. A
respeito dessa Cúpula, escrevi na ocasião o artigo abaixo:

O trágico destino da América Latina

“De 26 a 28 de janeiro ocorreu no Chile a II Cúpula da CELAC


(Comunidade de Estados Latino--Americanos e do Caribe), organismo
fundado por Chávez em fins de dezembro de 2011 em Caracas, que á uma
espécie de OEA sem os Estados Unidos e Canadá. Nessa cúpula o
presidente do Chile, Sebastián Piñera, passou a presidência pro tempore a
ninguém menos que o ditador hereditário cubano, Raúl Castro, que foi
recebido com honras de chefe de Estado e eleito para o cargo por
unanimidade.
Quer dizer, 33 países livres e democráticos acordam deixar nas mãos
de um sanguinário ditador, responsável junto com seu irmão Fidel pelo
assassinato de mais de 100 mil pessoas inocentes, o destino de seus países,
sem levar em conta o sofrimento do povo cubano, escravizado há 54 anos.
Causou revolta e estranheza nos cubanos e venezuelanos exilados que
Piñera; que é de direita e foi eleito democraticamente, tenha concordado em
que Raúl Castro assuma a direção do organismo, esquecendo que os Castro
são responsáveis pelo assassinato de um senador chileno e pelo apoio
logístico e ideológico da ditadura de Allende na década de 70.
Mais revolta causou ainda que Raúl Castro tenha acusado os
opositores venezuelanos de fomentar “uma campanha de descrédito contra
o Governo da Venezuela por parte do império e da oligarquia golpista”.
Todos se perguntam com que direito um ditador que nunca foi eleito por
ninguém, que se apossou literalmente do país e tem seu presidente
sequestrado, que desrespeita absolutamente todos os direitos individuais e
comanda uma ditadura sangrenta, possa se referir aos venezuelanos, que
buscam apenas que se respeite sua Constituição, venha lhes afrontar de tal
forma. Que moral tem este homúnculo para criticar quem quer que seja, se
toda a sua vida foi devotada a assassinar, semear o mal, financiar guerrilhas
e ditaduras sangrentas mundo afora?
Causa estupor que todos os 33 governantes mais seus chanceleres
tenham avalizado tal nomeação, uma vez que dentro das próprias cláusulas
da entidade exige-se que os países-membros devam “preservar a
democracia e os valores democráticos, o respeito às instituições e o Estado
de Direito". Quais desses requisitos Cuba satisfaz plenamente? No entanto,
todos aplaudiram a nomeação ilegítima, e deram seu aval para que uma
ditadura “vigie e sugira punições” para os que descumpram seus
regulamentos. Em seu discurso de posse o ditador Castro, além de fazer
críticas indevidas à oposição venezuelana, declarou seu apoio às punições
sofridas pelo Paraguai pela destituição do então presidente Fernando Lugo e
falou na possibilidade de “reativar” a pena de morte em Cuba.
Estas foram suas palavras textuais: “Nossas leis permitem a pena de
morte, está suspensa, mas está aí, de reserva, porque uma vez a
suspendemos e a única coisa que fizemos com isso foi estimular as
agressões e as sabotagens contra meu país ao longo destes 50 anos”.
E acerca da destituição legal e constitucional do então presidente
Fernando Lugo, metralhou c ditador: “Compartilhamos e apoiamos a
resolução e oportunidade com que a UNASUL atuou frente ao golpe
parlamentar no Paraguai". E acrescentou: “Em uma região que sofreu
décadas de ditaduras sangrentas, impostas e mantidas pelos Estados
Unidos, não se pode permitir impunidade aos setores violentos e
golpistas". Que ele diga isto é natural, pois faz parte da mentalidade
revolucionária atribuir aos outros aquilo que ele pratica. Entretanto, é
inadmissível que mandatários de países democráticos, sobretudo o Chile
que é considerado um dos países mais democráticos do mundo, aceite,
aplauda e avalize isto de alguém que leva 54 anos numa ditadura sangrenta
e golpista!
Ao longo de mais de uma década venho estudando o fenômeno da
ditadura cubana e sua longevidade incólume, e nunca consegui entender o
que realmente a mantém até os dias de hoje. A dissidência interna se expõe
até o limite do inimaginável, muitos morreram assassinados pelo regime,
outros estão encarcerados e outro tanto clama desde o exílio, espalhados e
separados de suas famílias ao redor do mundo. Muitos são os países de
corte comunista que oferecem seu apoio material ou monetário, mas o que a
mantém, de fato, é a covardia de dirigentes de países livres e democratas
ante as botas assassinas dos irmãos Castro.
São pessoas como o senhor Sebastián Piñera22, que não se envergonha
nem ruboriza em confraternizar e aplaudir o assassino do seu próprio povo.
São homens desfibrados, como o presidente Ricardo Martinelli do Panamá,
que cedeu às pressões cubanas através de Nicolás Maduro e destituiu seu
embaixador perante a OEA, Guillermo Cochez, porque ele exigiu o óbvio e
cumpriu com o seu dever. Ou presidentes cúmplices e sedentos de poder,
honrarias e glória como o traidor da pátria Juan Manuel Santos da
Colômbia que, sonhando com um Prêmio Nobel da Paz, está vendendo seu
país ao bando narco-comuno-terrorista das FARC com o apoio dos irmãos
Castro. Ou ainda como os presidentes norte-americanos que acreditam que
apenas embargando Cuba economicamente, todos os problemas daqueles 11
milhões de escravos está resolvido, pois eles >não sabem o que é ter de
pedir permissão ao Estado para viajar de uma cidade para outra. De não ter
comida, água corrente na torneira ou energia elétrica todos os dias.
Todos lavam as mãos e olham para o outro lado, cúmplices, servis,
omissos. É este o destino trágico que se nos avizinha. Que nossas vozes não
se calem, pois, porque não tarda a chegar a nossa vez”.
Em 2014 a CELAC realiza sua II Cúpula em Havana-Cuba, uma vez
que a presidência pro tempore fora dada ao ditador Raúl Castro. Para o
evento foi construído um mega complexo chamado Pabexpo, que seria um
centro expositivo e de convenções, com amplo auditório e luxuosa sala de
imprensa. Tudo com o nosso dinheiro, que á dado a fundo perdido pelo
BNDES. O relato daquele evento expus no artigo que segue.

Entre Davos e Havana, o coracão da presidente


elege o socialismo

“Entre os dias 25 e 29 de janeiro de 2014, a CELAC (Comunidade de


Estados Latino-Americanos e Caribenhos) celebra seu II Encontro em
Havana, Cuba, reunindo representantes de 33 países para “debater” assuntos
de interesse dessas regiões. Cabe salientar que a CELAC é mais um braço
do Foro de São Paulo (FSP) e foi criada em 2011 pelo falecido Hugo
Chávez, ex-presidente da Venezuela. Seu primeiro encontro deu-se
oficialmente no ano passado no Chile, que ostentava a presidência pro
tempore da organização e foi passada para Cuba, na pessoa do ditador Raúl
Castro.
Do mesmo modo que nos Encontros do FSP, a CELAC inicia com um
encontro entre os coordenadores nacionais, que são os chanceleres dos
países membros, onde estes estabelecem as metas e preparam o “documento
final”, o que significa que nada será de fato debatido nos dias oficiais que,
nesse caso, são 28 e 29, e posteriormente mais 20 declarações especiais
serão dadas a conhecer. Como nos tribunais revolucionários, a sentença
chega pronta antes do julgamento do réu.
A presidente Dilma esteve em Davos, Suíça, onde participou do
encontro com países capitalistas e de lá deveria seguir para Cuba para
participar da CELAC. Entre os endinheirados do mundo dona Dilma passou
o pires, pedindo que investissem no Brasil, enquanto gasta o dinheiro desses
investimentos com ditadores de republiquetas comunistas como a Cuba dos
Castro.
Antes de seguir para Havana ela resolveu fazer uma “parada técnica”
em Portugal, alegando necessidade de abastecer o avião, e hospedou--se, ela
e a enorme comitiva de “aspones”, nos dois hotéis mais caros de Lisboa,
cuja despesa total custou a bagatela de R$ 71.000,00. À noite saiu para
jantar no restaurante mais caro da cidade e no domingo rumou para Havana
onde deveria beijar as botas dos ditadores e inaugurar a primeira etapa do
porto de Mariel.
Dentre as asneiras ditas em seu discurso destaco as seguintes: "O
Brasil acredita e aposta no potencial humano e econômico de Cuba". “O
Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba
(...) parceria bilateral de comércio em equipamentos para a saúde,
medicamentos e vacinas, nos quais a tecnologia de ponta e dominada por
Cuba”. Dispenso os comentários, uma vez que todo mundo sabe que Cuba
é um fracasso tecnológico e não tem nada a exportar, além de sua ideologia
assassina e seus espiões que já se encontram aqui, na forma de “médicos”.
O discurso completo pode-se ver no final deste artigo.23
Além dos bilhões doados aos cofres pessoais dos Castro com o
programa “Mais Médicos”, dona Dilma financiou 80% da construção do
porto de Mariel com dinheiro do BNDES, ou seja, de todos os brasileiros
que sequer foram consultados, sendo - segundo palavras dela própria - 802
milhões de dólares na primeira etapa, e 290 milhões de dólares na
segunda etapa, com recuperação de rodovias e ferrovias de acesso ao porto.
Enquanto isso, as rodovias federais brasileiras continuam fazendo vítimas
fatais todos os dias, por falta de sinalização e buracos no asfalto. Nos
hospitais públicos pacientes são atendidos no chão dos corredores por falta
de leitos disponíveis, e muitos pacientes morrem por não terem exames e
tratamentos atendidos em tempo de salvar-lhes a vida.
Com toda essa dinheirama caída do céu, construiu-se um mega edifício
especificamente para a CELAC que diz "buscar aprofundar a integração
política, social e cultural da América Latina e do Caribe, >baseado no
pleno respeito pela democracia e direitos humanos". O que Cuba entende
por democracia e que direitos humanos são respeitados, uma vez que uma
semana antes de ocorrer o encontro da CELAC a polícia começou a
“advertir” e perseguir a dissidência, recolheu da rua os mendigos e as
prostitutas, desconectou os celulares, redobrou a vigilância dos domicílios e
prendeu alguns dissidentes? Os opositores ainda procuram pelo paradeiro
de José Daniel Ferrer e Oscar Elias Biscet que foram detidos quando se
dirigiam às Embaixadas da Espanha e Hungria em Havana. 72 horas antes
do encontro começar, já haviam 250 dissidentes detidos alguns dos quais se
desconhece o paradeiro.
O foro paralelo que a dissidência pretendia fazer foi abortado por
vários fatores, dentre eles a vigilância ostensiva e a prisão domiciliar
compulsória nas residências dos líderes opositores, além de muitos deles
estarem detidos em lugares completamente desconhecidos de seus
familiares. A respeito dessa cúpula paralela, o chanceler Bruno Rodriguez
disse em uma coletiva de imprensa: "Não haverá aqui uma cúpula de
governos e uma cúpula alternativa dos povos. Havana é o lugar onde
podem confluir e confluem naturalmente governos e povos em uma só
sala, em um só lugar, em um só evento", ratificando o autoritarismo
ditatorial que não respeita a democracia, a divergência de opinião, nem a
liberdade de expressão, malgrado afirme cinicamente que a CELAC é o
lugar onde "podem confluir governos e povos”.
Cuba ser anfitriã e pertencer a uma organização que diz defender esses
princípios é uma bofetada na cara dos povos livres, cujos governos se
curvam e se calam ante todos os crimes que se cometem naquela ilha há 55
anos. Nesse encontro a OEA foi convidada a participar, e seu Secretário
Geral, José Miguel Insulza, aceitou o convite. Isso gerou ações de repúdio
dos chilenos e da velha guarda cubana em Miami, que denunciam a
conivência dos países livres com tamanha opressão e falta total de
liberdades, alegando que Insulza deveria cobrar pluralidade de partidos,
liberdade de expressão, associação e crença religiosa, direito de ir e vir e
que se cumpra a Carta Democrática Interamericana24. Cuba foi suspensa da
OEA em 1962 por ser declaradamente um país comunista, mas em 2009,
por ser comunista e apreciar a ditadura cubana, o próprio Insulza retirou a
suspensão, mesmo que NADA tenha mudado no regime, mas os irmãos
Castro rechaçaram a oferta.
Também foi convidado o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon, que
em seu discurso fez um chamado a “fortalecer o sistema de direitos
humanos” e expressou sua confiança de que este encontro “contribuirá
para a paz, o desenvolvimento e os direitos humanos na região”. Palavras
ao vento, formalidades protocolares mas nenhuma crítica efetiva ou
condenação ao regime de escravidão a que são submetidos 11 milhões de
seres humanos. Todos, sem exceção, se curvam e se rendem aos crimes
cometidos pelos ditadores Castro e os tratam com respeito e admiração.
TODOS os presentes são coniventes com o genocídio cometido há 55 anos
contra gente inocente, ainda hoje, durante este evento. O presidente do
México, Henrique Pena Nieto, que ainda não havia visitado Cuba desde sua
eleição em 2012, correu a fazer o beija-mão (ou beija-botas), e resolveu
“anistiar" 70% da dívida de 487 milhões de dólares que a ilha contraiu há
mais de 15 anos. TODOS fazem caridade e financiam uma ditadura maldita
com o dinheiro do povo, desavergonhadamente!
Além de falar dessas abstrações, a CELAC “defende" a
“independência" da Costa Rica que, segundo eles, é uma “colônia do
império", a erradicação da pobreza e da fome, e uma declaração de
reconhecimento a Chávez como idealizador da organização. Porém, a mais
cínica e sórdida das proposições desse encontro é a que declara que a
América Latina é uma “zona de paz", e que “desterra-se para sempre a
ameaça e o uso da força em nossa região". Certamente isto foi imposto
pelas FARC que estão lá em Havana com a farsa do “acordo de paz" com o
governo da Colômbia e que, provavelmente, participarão dos encontros dos
dias 28 e 29. Já está agendado oficialmente um encontro entre o terrorista
presidente do Uruguai, José Mujica, com representantes das FARC, que
disse ter a intenção de se colocar como “mediador” entre o bando terrorista
e o governo colombiano.
Num encontro ocorrido em Miami com a velha guarda opositora e
convidados, a médica epidemióloga venezuelana, Dinorah Figuera, citou a
influência cubana em seu país, fazendo denúncias muitíssimo graves,
sobretudo para o Brasil que agora escancarou suas portas para a infiltração
desses agentes. Disse a doutora Dinorah:25

“A corrupção e o escasso recurso humano devastaram a saúde


pública na Venezuela. Hoje a Venezuela tem a mais alta taxa de
mortalidade da América Latina, a primeira taxa de gravidez
precoce, há um grave problema de saúde pública, de malária, de
dengue, de tuberculose que eram enfermidades que haviam sido
reduzidas, mas procura-se remediá-las só com médicos cubanos que
substituem os médicos venezuelanos”.
Cabe salientar que, quando os médicos cubanos começaram a chegar
no Brasil, Cuba passava por uma forte epidemia de dengue e cólera que já
vinha de vários anos, mas isso foi criminosamente omitido da sociedade
brasileira. E eles não param de chegar, porque este é um ano eleitoral e,
coincidência ou não, o governo brasileiro tem como meta contratar 13 mil
no total.
E no discurso de abertura o ditador hereditário Raúl Castro disse com a
maior desfaçatez, de cara para os Secretários da OEA e ONU, de cujas
entidades fazem parte os Estados Unidos, que aquele grupo que reúne os
países das três Américas, menos Estados Unidos e Canadá, deveria
cooperar entre si como “um antídoto contra a espionagem dos Estados
UnidosOra, Cuba sempre espionou e continuará espionando quem lhe dá na
telha, e todos aplaudem este engodo talvez porque prefiram ser espionados
por Cuba em vez do império...
E para este mega evento foi construído um moderníssimo edifício
intitulado Centro de Imprensa que deve ter custado uma fortuna mas isso
para os Castro não é problema porque somos nós, os otários brasileiros, que
estamos pagando.
A imprensa nacional não denuncia nada disso, limitando-se apenas a
reportar alguns fatos, com a candura de quem informa um evento esportivo.
Nada é o que parece, se tomarmos apenas o que sai na mídia. Tal como
ocorreu com o FSP, a CELAC será mais uma organização que a mídia
tratará com displicência enquanto seus membros conspiram contra a
liberdade de sua própria gente”.
A presidência pro tempore para a III Cúpula da CELAC foi dada à
Costa Rica, na pessoa de sua presidente Laura Chinchilla que não chegou a
participar pois estava em fim de mandato. O evento ocorreu entre os dias 28
e 29 de janeiro de 2015, já sob o governo de Luis Guillermo Solis e seu
ministro de Relações Exteriores, que passou a presidência pro tempore do
IV Encontro ao Equador, na pessoa de seu presidente Rafael Correa.
O “tema” dessa cúpula foi “Como dar segurança alimentar e tratar de
erradicar a pobreza e a fome". Para o evento foram creditados 1.200
correspondentes de jornais de todo o mundo, o que chama a atenção para o
fato de o Foro de São Paulo ter levado 16 anos no mais absoluto sigilo no
Brasil, pois em nada difere desses encontros onde dezenas de chefes de
Estado estão presentes e reunidos durante alguns dias. Como naqueles anos
Lula havia proibido até a simples menção à organização, um evento dessa
magnitude ocorria sem que a impressa noticiasse uma notinha de rodapé
sequer, como se nunca houvesse existido.

IV Cúpula da CELAC, Santos, FARC e Maduro

Entre os dias 27 e 28 de janeiro de 2016 celebrou-se a IV Cúpula da


CELAC em Mitad dei Mundo, no Equador, cidade que leva esse nome por
ficar no marco zero da linha do Equador que divide os hemisférios norte e
sul. Seu anfitrião, o presidente Rafael Correa, abriu a sessão no prédio da
UNASUR que leva o nome do ex--presidente argentino Néstor Kirchner,
fazendo menção às memórias deste e de Hugo Chávez da Venezuela. A
presidência pro tempore foi entregue por Correa ao presidente da República
Dominicana, Danilo Medina.
Como nesses encontros de incontáveis siglas criadas para dar apoio e
reforçar o plano estratégico do Foro de São Paulo, dos 33 países membros
apenas 22 participaram. Na II Cúpula, ocorrida no Chile, Cuba foi a grande
estrela do evento, talvez porque já se impulsionava o reatamento de
relações diplomáticas com os Estados Unidos mas este ano não foi
mencionado o nome de qualquer representante da ilha-prisão. Os temas
citados como pontos de discussão foram: trabalho, ciência, tecnologia,
desenvolvimento e mudança climática, entretanto, o que estava em questão
mesmo era o apoio irrestrito ao tal “acordo de paz" entre Santos e o bando
terrorista FARC, além do respaldo à ditadura venezuelana.
O tempo fechou-se quando a vice-presidente argentina, Gabriela
Michetti, mencionou a preocupação do seu país e especialmente do
presidente Macri (que não pôde ir em decorrência de restrições médicas)
quanto à situação dos presos-políticos venezuelanos, uma vez que,
atualmente, a Argentina tornou-se um peixe fora d’água nesses encontros.
Mais cedo Michetti mencionou a possibilidade, já em estudo, da extradição
do terrorista chileno da FPMR Galvarino Apablaza que vive em Buenos
Aires na qualidade de “refugiado político”, que responde em seu país pelo
assassinato de um senador em 1991, do mesmo modo como o Brasil
concedeu status de “refugiado político” ao terrorista das FARC “Oliverio
Medina”.
O traidor presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pavoneava-se
como se fosse a cereja do bolo, pois além de contar com o apoio da quase
unanimidade da CELAC ao seu intento de entregar o país às FARC, a ONU
criou uma resolução instituindo uma “missão especial” para avaliar o
“cessar fogo bilateral definitivo” e o abandono das armas, coisa que as
FARC sempre anunciaram que não vão cumprir. Ele afirmou que “a
resolução saiu nos termos em que pedimos, exatamente como se acordou na
Mesa de Conversações”, quer dizer: conforme a vontade dos terroristas,
uma vez que os representantes do Governo estão lá como convidados de
pedra que não abrem a boca a não ser para dizer “sim senhor” às FARC.
Ainda segundo Santos, as despesas e segurança dos membros dessa missão,
que será durante um ano, correrão totalmente por conta do governo
colombiano, isto é, pelos contribuintes que bancam a traição à revelia.
No dia 28, através de uma vídeo conferência ante a Euro-Câmara entre
o negociador das FARC, Iván Márquez e o negociador do governo, Sergio
Jaramillo, o Parlamento Europeu apoiou por unanimidade o acordo de
impunidade que arquivará os crimes das FARC. Márquez aproveitou para
pedir aos deputados que tirem o nome das FARC da lista de organizações
terroristas, que provavelmente será acatado, tão-logo terminem o acordo
final em Havana. Dias atrás as FARC propuseram ao Governo colombiano a
“desmilitarização” das Forças Armadas e de Polícia, alegando que, sem
conflito armado, não se justifica o alto custo que se tem com a manutenção
das Forças, cobiçando, sem dúvida, o direito exclusivo de terem e usarem
armas de todos os tipos e calibres.
E para concluir, a nova Assembleia Nacional venezuelana está pondo
em andamento a investigação da real nacionalidade de Nicolás Maduro,
amparada em uma petição pública que conta com o apoio de inúmeras
figuras de destaque da Venezuela, tais como o ex-diplomata Diego Arria, o
empresário Mareei Granier (da RCTV, expropriada por Chávez), o
jornalista Napoleón Bravo, entre outros. Na petição alegam que, “segundo
o artigo 96 da Constituição Política da Venezuela, Nicolás Maduro é
colombiano de nascimento, por ser filho de mãe colombiana e por ter
vivido em território colombiano durante sua juventude. Falta comprovar se
ele é venezuelano. Em caso afirmativo, teria dupla nacionalidade o que o
impediria de exercer o cargo de Presidente da República, segundo estipula
o artigo 41 de nossa Constituição”.
Três anos atrás Maduro negou ser colombiano, após acusações do ex-
embaixador do Panamá ante a OEA, Guillermo Cochez, que apresentou um
documento supostamente emitido pelo Registro Civil de Cúcuta, na
Colômbia que respalda essa acusação, motivo pelo qual dirigentes
opositores insistem que Maduro usurpou o cargo.
Como se pode ver, Argentina e Venezuela estão retomando o caminho
da democracia e a um passo de mandar para o quinto dos infernos o maldito
totalitarismo comunista. E o Brasil, quando chegará a nossa vez?
CAPÍTULO 8

DESFAZENDO MITOS
E MENTIRAS

“Os mitos desmoronam por si mesmos, mas só


podem ser totalmente banidos pela verdade".

Dmitri Volkogonov

Tenho visto muitas coisas serem ditas como sendo “obra" do Foro de
São Paulo mas algumas são tão patéticas e inverídicas que me vi na
obrigação de corrigir. Quando começaram os processos da “Lava Jato”
muita gente, que não sabe do FSP nada além da expressão mesma, tem dito:
“Agora vai! Agora vamos derrubar a Dilma, fechar o PT e acabar com o
Foro de São Paulo!". Lamento dizer mas isso não passa de mito, sonho de
uma noite de verão.
É preciso compreender, antes de tudo, que o “Foro de São Paulo” não é
o “foro jurídico” da cidade de São Paulo mas uma mega organização
supranacional com representantes nos quatro cantos do mundo, com poder e
dinheiro, alinhada às determinações da ONU e da Nova Ordem Mundial.
Não se acaba com uma instituição dessa natureza como se acaba com uma
empresa ou um clube de futebol, a começar pelo fato dela não ter uma sede
física e, ao que tudo indica, sequer tem CNPJ próprio.
Durante muitos anos venho, junto com alguns amigos, tentando
descobrir por todos os meios legais de que dispusemos, o CNPJ dessa
organização e até a presente data não obtivemos sucesso. É possível que o
Foro de São Paulo, enquanto tal, não tenha mesmo personalidade jurídica
própria mas seja parte integrante da Secretaria de Relações Internacionais
do PT (que, este sim, tem CNPJ), uma vez que todos os que ocuparam o
cargo de Secretário Executivo do Foro, desde Marco Aurélio Garcia
(MAG), passando por Valter Pomar e agora Mônica Valente, também
ocupam o cargo de Secretário de Relações Internacionais do partido,
conforme afirma o próprio PT: “A Secretaria é também encarregada da
Secretaria Executiva do Foro de São Paulo"1
Assim sendo, fica difícil de se fazer uma devassa na organização, tal
como uma auditoria nas contas como sugeriu o professor Olavo tempos
atrás, uma vez que ela não existe juridicamente por si mesma. Quem
financia o Foro de São Paulo? Essa pergunta tem que ser feita ao próprio
PT, pois no Encontro ocorrido no Brasil no ano de 2013 a Secretaria
Executiva do Foro, quer dizer, a Secretaria de Relações Internacionais do
PT na pessoa de Valter Pomar, emitiu uma nota isentando do pagamento de
inscrição - que seria de US$ 50 por membro inscrito - a todos os
participantes para "ampliar a participação”2.
Deve-se considerar como financiadores da organização, o que envolve
Encontros, reuniões do GT que ocorrem em vários países quatro vezes ao
ano, participações como observadores de eleições nos países-membros, etc.,
o próprio PT (hoje sabemos das ações bilionárias que estão em curso nas
operações conjuntas do Ministério Público e Polícia Federal e que muito
raramente são para proveito próprio), as PARC, os petrodólares
venezuelanos - da época de Chávez porque hoje a Venezuela está falida -, e
do megainvestidor George Soros, através das incontáveis ONG que
pertencem e participam dos eventos, segundo nos relata o expert em
estratégia de organização, o Major da Cavalaria do Exército da Argentina
(r), Jorge Mones Ruiz, meu amigo pessoal, n entrevista ao site Pro Justicia?
3

A respeito do poderio financeiro das FARC, em um artigo publicado


em 15 de abril de 2016, o jornal El Colombiano4 refere em um artigo que a
revista britânica The Economist afirma que as FARC tinham uma fortuna
superior a 10 bilhões de dólares no período compreendido entre 1990 e
2000, que podem muito bem ter financiado o Foro de São Paulo. Leiam este
trecho que traduzi:

“Em um artigo intitulado “Dinheiro sem graça", a revista


britânica The Economist afirma que o Governo colombiano tem um
informe secreto no qual estimam que as FARC têm uma fortuna
superior aos 10 bilhões de dólares. “É um assunto importante, entre
finais de 1990 e princípios de 2000, as FARC tiveram 18.000
combatentes e uma caixa de guerra cheia de dinheiro em espécie
produto da extração ilegal de ouro, da extorsão, do sequestro e do
tráfico de drogas. Estima-se que os ingressos anuais das FARC
neste período foram dos 200 a 3,5 bilhões de dólaresSantos disse
“desconhecer" esses dados mas os Estados Unidos continuam
insistindo que são verídicos e que Santos sabe mas não quer revelar
por causa do tal “acordo de paz” que está realizando com o bando
terrorista em Havana, Cuba, sob as bênçãos dos ditadores Castro.

Outro mito é o de se atribuir às expressões “bolivariano” e/ou


“bolivarianismo” uma ideologia própria do Foro de São Paulo. Nada mais
falso, a partir do momento em que nem uma palavra nem a outra expressam
em si mesmas uma nova ideologia. A ideologia por trás do
“bolivarianismo" é o velho e criminoso comunismo, sem mais nem menos.
Essa expressão foi criada por Hugo Chávez pouco tempo depois de
assumir o primeiro mandato, ao referir-se a si próprio como uma
reencarnação de Simón Bolívar, conforme expliquei mais acima. Como é
comum nos líderes comunistas se apropriar de um personagem histórico de
seus países, deturpar seus ideais e transformá-los em “revolucionários”,
Chávez reescreveu a história do Libertador das Américas (como Bolívar é
conhecido), assim como Fidel Castro reescreveu a história de José Marti,
conhecido como o “Apóstolo de Cuba”.
A partir daí, Chávez modificou o nome do país, que era apenas
República da Venezuela, para “República Bolivariana da Venezuela”, e tudo
o que se referia a essa “nova república” teria que ser “bolivariano”. Criou
milícias às quais deu o nome de “Milícias Bolivarianas”, depois vieram os
“Círculos Bolivarianos” que abriram suas filiais por todo o continente,
inclusive o Brasil, e mais adiante as PARC, suas aliadas e parceiras no
narcotráfico e no FSP, criaram o “Movimento Bolivariano” que sustentaria
todas as suas ações práticas como partido político, recrutamento de
militância, atos públicos e de terrorismo, etc.
Portanto, “bolivarianismo” é nada mais que COMUNISMO, inspirado
falsamente em Simón Bolívar, assim como “guevarismo”, “marxismo"
“stalinismo", “maoismo”, “leninismo" ou "castrismo" são todas expressões
que indicam o líder no qual se inspiram para pôr em prática a ideologia
comunista. Tanto é assim, que mesmo dentro dos partidos comunistas - e
disso o PT é um ótimo exemplo - há correntes que se inspiram em cada um
desses líderes sanguinários, porém todas professando a mesma ideologia
assassina.
Outra bobagem enganosa é atribuir o conceito de “Pátria Grande
Bolivariana” ao Foro de São Paulo. Isso não é verdade, apesar da
organização ter abraçado essa ideia que também é preconizada por suas
sucursais, ALBA, MERCOSUL, UNASUL e CELAC.
Quem primeiro cunhou esse termo foi o sociólogo e politólogo
germano-mexicano Heinz Dieterich, que durante muitos anos foi o ideólogo
de Fidel Castro e Hugo Chávez, autor também do malfadado "Socialismo
do Século XXI". Segundo Heinz, com a ascensão de Chávez ao poder seria
possível resgatar o sonho de Simón Bolívar de que todo o continente Sul-
Americano se transformasse numa grande pátria sem fronteiras.
Na nossa “Constituição Cidadã” de 1988, no Título I - Dos princípios
fundamentais, o Art. 4º diz que:
A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
(...) Parágrafo único: A República Federativa do Brasil buscará
a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações".

Este adendo foi posto pelo atual vice-presidente da República, Michel


Temer, que declarou orgulhosamente em uma entrevista. Quer dizer, o
sonho de “integração” com os demais países do continente é um sonho
antigo dos políticos de esquerda também do Brasil.
Ocorre que também nesse aspecto o pensamento de Bolívar foi
deturpado, uma vez que o que ele quis expressar com esse desejo de uma
“pátria grande” não incluía o fim dos Estados Nacionais, nem muito menos
acabar com as fronteiras, como querem os partidários desta excrescência e
que foi bem aceita pelos membros do FSP. O sonho de Bolívar referia-se à
união entre todos os povos, sem conflitos nem guerras, onde todos
pudessem conversar e se entender como uma grande família que, apesar das
discordâncias, convivem em harmonia.
E, finalmente, outra expressão que vejo com uma frequência
assombrosa ser atribuída ao Foro de São Paulo, é a URSAL, “União das
Repúblicas Socialistas da América Latina”. Essa expressão é de autoria do
meu amigo Heitor De Paola, sugerida em princípios dos anos 2000, quando
participávamos de um grupo de estudos estratégicos criados por Olavo de
Carvalho.
Nesse grupo seletíssimo e pequeno com apenas 12 membros,
investigávamos e fazíamos análises do avanço do comunismo no mundo
mas sobretudo na América Latina. Estudávamos as resoluções do Foro de
São Paulo quando, certa vez, em uma de suas brilhantes exposições Heitor
sugeriu esse nome para expressar o que vinha sendo proposto pelos
integrantes da organização.
Enfim, espero que depois de conhecer o que é mito e o que é mentira
acerca dessa organização criminosa as pessoas, ao saírem nas manifestações
pedindo o fim Foro de São Paulo, saibam realmente do que estão falando.
CAPÍTULO 9

ANÁLISE DE CONJUNTURA

Fazendo uma leitura sequenciada de tudo o que ocorreu nessas mais de


duas décadas, posso dizer que assisti à ascensão e ao declínio do Foro e me
parece claro que seu objetivo já foi cumprido. O FSP teve seu apogeu entre
os anos de 2003 e 2010, quando elegeu 15 presidentes, modificou
Constituições, fez acordos e patrocinou ditaduras do Oriente Médio e
África, elevou a ditadura dos Castro a um patamar nunca antes imaginado.
Quando Fidel Castro resolveu criar essa organização com Lula, seu desejo,
primeiro e último, era colocar Cuba - e seu nome - no centro do mundo. E
conseguiu.
Sagaz e astuto como uma serpente, Fidel escolheu Lula não por seus
conhecimentos mas por perceber sua capacidade de aglutinar, de lidar com
as massas tão necessárias e manipuláveis para dar robustez aos seus planos.
Ele sabia que Lula era tosco, rude e com um Ego enorme. Tinha afinidades
com ele, pois ambos sempre usaram o povo da forma mais perversa
enquanto o desprezava e oprimia, e com elogios e afagos sabia que o
conquistaria como seu fiel aliado.
Depois veio Hugo Chávez, outro indivíduo grotesco e manipulável que
precisava ser conquistado para manter a ilha com o petróleo tão necessário
mas inexistente em seu território. Chávez não era seu delfim, esse era
Nicolás Maduro que para tal foi treinado, mas foi o que a sorte lhe pôs no
caminho e Fidel percebeu que foi melhor do que a encomenda e soube tirar
bom proveito do presente que lhe caíra dos céus. Fidel sabia que
estimulando Chávez com o conto de ser a “reencarnação de Simón Bolívar”
poderia tê-lo na palma de sua mão, realizando todos os seus caprichos, e foi
assim até que perdeu a serventia e necessitava ser substituído, não
permitindo que ele buscasse tratamento adequado para o câncer porque
queria controlá-lo até o último suspiro, dizer “quando”, “como” e “onde”
ele deveria morrer.
Ambos, Lula e Chávez, encantados e se sentindo honrados por merecer
atenção especial do “mito” Fidel, fizeram tudo, absolutamente tudo que o
velho abutre lhes ordenou: empobreceram seus países financiando a
ditadura cubana e restauraram perante o mundo a imagem de uma ilha
paradisíaca, só faltando nela jorrar leite e mel.
Os Castro conseguiram se manter - sim, porque a dinheirama que
entrava não era para o país, que continuava tão miserável quanto antes, mas
para os cofres pessoais dos irmãos Castro e sua Nomenklatura - durante
esses 17 anos de governo Chávez-Maduro, através dos petrodólares da
Venezuela. Do Brasil de Lula-Dilma sugaram, através do BNDES, o
financiamento da reforma do Porto de Mariel e do Aeroporto José Marti, a
compra milionária de vacinas inócuas ou vencidas, os bilionários contratos
dos espiões disfarçados de “médicos” cubanos que vieram exportar sua
“revolução” e prescrever remédio para cavalo a pacientes humanos. E,
finalmente, com o muçulmano Barack Hussein Obama, reatar relações
diplomáticas e comerciais porém continuando com a mais férrea e brutal
repressão, sem modificar ou ceder um milímetro como contrapartida.
Conseguiram que Obama retirasse Cuba da lista de países que apoiam o
terrorismo; tiveram seus terroristas de estimação - os “5 heróis” -
devolvidos, livres; vão receber de volta a base militar de Guantánamo e
ainda pedem uma bilionária indenização em dólar pelas indústrias
americanas que tiveram que deixar a ilha causando-lhes “prejuízos”, mas
não falam em reparar as centenas de famílias americanas que tiveram todos
os seus bens - sobretudo imóveis e obras de arte - “expropriados” em nome
da revolução comunista.
Agora, a Cuba só falta encerrar o embargo econômico imposto pelos
Estados Unidos que, para desgraça dos Castro, é decidido pelo Congresso e
não pelo presidente de turno. E, se depender dos parlamentares cúbano-
americanos, ou americanos filhos de cubanos exilados como Ileana Ros
Lehtinen, Mario Díaz Balart ou Marco Rubio, isso não acontecerá nunca se
Cuba permanecer num regime comunista autoritário-ditatorial, sem nenhum
tipo de liberdade nem respeito pelas vidas humanas dos cubanos “a pé”.
Não foi à toa que Regalado afirmou no prólogo do seu livro
“Encuentros y desencuentros de la izquierda latino americana", já citado,
que “a condição preliminar é que, como todo organismo político, o Foro de
São Paulo está submetido à influência de circunstâncias cambiantes que
podem prolongar sua existência tal como é, obrigá-lo a se modificar ou
fazê-lo desaparecer". Como membro do Departamento de América do
Comitê Central do Partido Comunista Cubano e praticamente o porta-voz
de Cuba no Foro, ele sabia a que estava se referindo quando falou isso.
Enquanto escrevo esse livro o Congresso Nacional brasileiro discute o
impeachment da presidente Dilma Rousseff e a Justiça, através dos
desdobramentos do “Mensalão” vai mostrando ao país a face mais obscura
da política brasileira, a política da venda de consciências onde cada um tem
seu preço, das negociatas sujas e dos roubos bilionários que empobrecem
cada vez mais nossa gente. O Planalto virou um grande balcão de negócios
onde a presidente fica apelando a políticos que aceitem um carguinho aqui,
outro ali, como modo de comprar votos contrários ao impeachment. Não vai
funcionar. O mundo está de olho no Brasil e essas mazelas palacianas
expõem todo o país ao vexame e escárnio mundial.
Dilma pode cair, Lula pode vir a ser preso - se conseguirem provar
seus atos ilícitos, o que me parece difícil pela blindagem monumental que o
envolve em todas as instâncias de poder e centenas de parlamentares
podem perder seus cargos e serem indiciados como reles ladrões.
Entretanto, isso não resolve o nosso problema pois não há instituições a
serem defendidas do jeito que se encontram, pois elas todas, a partir do
STF, estão podres, carcomidas pelos cupins ideológicos do maldito
comunismo.
O Congresso Nacional transformou-se num grande rendez-vous, onde
os julgadores do processo de impeachment não têm moral nem para julgar
um ladrão de galinhas porque eles mesmos, uma centena, são réus nos
processos da Lava Jato e Petrolão, mas agem como se fosse os últimos
bastiões da decência e moralidade do país.
Se Dilma sofrer o impeachment, a única vantagem do ato é que ela
passará a ser investigada e julgada como uma cidadã comum, como
qualquer um de nós e aí poderá pagar por seus crimes, mas nada mudará
enquanto o PT continuar existindo. Eles seguem lutando para que isso não
aconteça porque significa sair do centro do poder, a única coisa que de fato
interessa ao PT, interessa ao comunismo. No XIX Encontro do Foro que
ocorreu no Brasil em 20131, Lula deixa claro que o PT é a peça principal da
articulação entre os países integrantes do FSP no processo de integração,
que ele chama de “animadores do processo”, e cita a falta que Chávez faz
porque os dois juntos é que davam suporte e sustentação para a
concretização desse processo. Chávez morreu e o PT está agonizante.
O desespero do PT de um modo geral e de Lula em particular, não é
porque sua roubalheira está sendo investigada e seus crimes envolvendo
dinheiro s mal havidos estejam vindo a público. Não. O desespero é que
isso possa levar à perda do poder. Manter o poder a qualquer custo
recorrendo à utilização da combinação de todas as formas de luta, mesmo
que isso acarrete em perda de seus melhores “quadros” - que não é
exatamente o caso de Dilma como ocorria na Rússia stalinista e na Cuba
castrista, para preservar seu líder maior, no nosso caso, Lula da Silva.
Quem estudou o processo revolucionário comunista internacional2,
sobretudo na União Soviética, sabe que os membros fiéis ao partido
deixam-se até ser imolados em prol de salvaguardar a causa, o partido, para
preservar o “grande líder”. Observem o que ocorreu no Brasil desde o início
do julgamento do Mensalão: o PT deixou que fossem julgados e presos José
Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares, João Vaccari Neto e Silvio Pereira,
seus melhores e mais importantes “quadros” que se deixaram imolar no
altar da fidelidade ao partido e seu projeto de poder. Nenhum deles abriu a
boca para denunciar Lula, quando indagados e quando puderam, do mesmo
modo que em Cuba o General Arnaldo Ochoa aceitou o veredito de “traidor
da Pátria” e “narcotraficante” que lhe foi imposto pelo tribunal de exceção
castrista, deixou-se fuzilar sabendo-se inocente e não se defendeu para
preservar o “grande líder” Fidel Castro. Ele iria morrer para preservar os
ideais revolucionários e o “grande líder”, e porque sabia que não passava de
um “quadro”, uma peça no xadrez do Partido Comunista Cubano cujas
movidas eram feitas por aquele que até hoje vive, o ditador Fidel Castro.
E isso fica bem patente quando o Foro de São Paulo, através de seu
Grupo de Trabalho, emite uma nota oficial no dia 18 de março pp., em
defesa do “povo brasileiro”, da presidente Dilma mas enfaticamente em
defesa de Lula, demonstrando sua importância dentro do processo
revolucionário comunista. O texto está original e unicamente em espanhol,
por isso traduzi para que ficasse registrado, conforme segue abaixo.

"Toda a solidariedade com o povo brasileiro e ao ex-Presidente


Lula", pelo Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo3

“Resolução do GT-FSP:

Os Partidos e organizações do Foro de São Paulo expressam sua


solidariedade irrestrita com o Brasil, e o governo nacional da Presidenta
Dilma Rousseff e o ex-Presidente Lula.
A ofensiva conservadora, de caráter continental, assume cada vez mais
abertamente um caráter nitidamente golpista, seja pelo uso de instrumentos
como o terrorismo econômico, a violência, a fraude, seja atentando contra a
própria democracia. Estas tentativas antidemocráticas e golpistas no Brasil
tendem também a modificar a política exterior brasileira em sua relação
com os BRICS, CELAC, UNASUL, MERCOSUL, etc., infringindo um
duro golpe no processo de integração e, especialmente na América Latina e
no Caribe, onde o Brasil desempenhou um papel importante nos próprios
processos de integração regional.
No Brasil, uma aliança entre os partidos reacionários e neoliberais, a
mídia empresarial, o capital financeiro, setores do aparato judiciário e
policial, tratam de perpetrar um golpe midiático-judicial, através da
manipulação sem pudor de uma investigação sobre corrupção na empresa
estatal de petróleo brasileira, a Petrobras, procurando fomentar o caos,
derrubar a Presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, assim como
criminalizar o Partido dos Trabalhadores e seus aliados.
Um novo e ousado passo neste sentido foi dado em 04 de março
quando, ignorando-se direitos individuais consagrados pela Constituição
Nacional, o ex-Presidente Lula foi conduzido coercitivamente pela Polícia
Federal para, sob falsos pretextos, prestar esclarecimentos sobre supostas
acusações. O Instituto Lula teve sua sede invadida pela polícia. Tão grave
violação a princípios básicos levou juristas de diversos matizes a apontar
que, ou estes abusos e parcialidades têm fim, ou o próprio esqueleto que
sustenta as garantias e liberdades dos cidadãos estará em risco.
O Grupo de Trabalho do FSP reprova essa ação ilegal e arbitrária
contra o ex-Presidente Luis Inácio Lula da Silva, ao ser um agravo ao
Estado de Direito e em si, um agravo ao povo brasileiro. Lula,
idealizador e fundador do Foro de São Paulo, foi, junto com Chávez,
Fidel e Néstor Kirchner, um dos responsáveis pela nova e avançada fase da
integração de nosso continente. Graças às políticas que Lula liderou,
milhões de brasileiros saíram da miséria, milhares conquistaram a
oportunidade inédita de frequentar o ensino superior, entre outras
conquistas.
Por tudo isso, Lula é hoje o maior líder popular do Brasil e respeitado
em todo o mundo. A direita partidária, policial e judiciária, e a mídia
hegemônica que lhes suporta mediante o acosso e incessante tentativa de
destruição da liderança do ex-Presidente Lula e o projeto do poder popular
iniciado no Brasil em 2003, não perdoa isso, entretanto, não lhes será fácil
de ser implementado, pois no mesmo 4 de março, milhares de democratas e
patriotas por todo o país improvisaram atos nas ruas e sindicatos, que
assumiram caráter massivo, mostrando que a resistência está crescendo.
Os partidos e organizações do Foro de São Paulo, ao mesmo tempo em
que expressam sua solidariedade, têm confiança na capacidade de luta do
povo brasileiro, que não permitirá que os golpistas prosperem em suas
tentativas de solapar a democracia para atacar os direitos sociais, a
soberania nacional e a integração solidária da América Latina e o Caribe.
Em consequência, o Grupo de Trabalho acorda articular de todas as
maneiras possíveis, a solidariedade internacional, por todos os meios
segundo as condições de cada país para manifestar nosso respaldo a Dilma
e a Lula, iniciando no próximo dia 18 de março de 2016 e com vistas às
ações convocadas no Brasil em 31 de março do mesmo ano.

Lula, os povos da América Latina e do Caribe estão contigo!”.

Nesse mesmo sentido, vários partidos e organizações membros do FSP


enviaram mensagens de solidariedade a Lula4 e não a Dilma como seria de
esperar, afinal, o que está ocorrendo de mais grave no Brasil hoje é a
possibilidade de ser depor a mandatária, provando o que venho afirmando
nestas linhas sobre a importância de se salvar o líder, o partido e o projeto
de PODER. Isso é o que de fato importa!
Mais recentemente, no dia 13 de abril, a Regional Cone Sul do Foro de
São Paulo emitiu esta nota:
"Declaração da Regional Cone Sul do Foro de São Paulo a
respeito do Brasil5
Os representantes dos partidos políticos do Cone Sul, filiados ao
Foro de São Paulo, vem a público se manifestar em defesa
intransigente da democracia e contrariamente ao golpe de Estado
em marcha contra a Presidenta Dilma Rousseff do Brasil por meio
da tentativa de aprovação de um impeachment no Parlamento
brasileiro sem causa que o justifique.
Esta iniciativa, que conta com a participação de setores do Poder
Judiciário, dos meios de comunicação e de parlamentares corruptos
como o presidente da Câmara de Deputados do Brasil, visa
extinguir as conquistas políticas e sociais dos últimos 13 anos e
levar de volta ao governo as políticas neoliberais que tanto
malfizeram ao Brasil em passado recente.
Em defesa da democracia, contra a corrupção, contra o arbítrio
e em favor da integração cada vez maior de nossos países e de seu
progresso econômico, político e social é fundamental que este
Golpe de Estado seja interrompido imediatamente.
Desta forma, nos declaramos em vigília permanente atentos ao
desenrolar dos acontecimentos. Não vai ter golpe!
São Paulo, 13 de abril de 2016”

O Foro de São Paulo pode se diluir dando lugar à CELAC, conforme


foi insinuado no XVI Encontro quando dizem que ela é “o escalão
superior da dinâmica de integração” ou podem inventar outro organismo,
as celas das prisões podem ficar abarrotadas de políticos “corruptos”
brasileiros, mas para os Castro isso não importa mais porque o Foro já
cumpriu sua missão em relação a Cuba, tanto que a Venezuela foi
deixada às moscas por Raúl Castro que só se importa com seu mais novo
melhor amigo, os Estados Unidos, até que conquiste todos os seus
objetivos. E tanto isso é verdade que os Castro não emitiram nenhuma nota
e muito menos demonstraram pessoalmente algum apoio à Dilma,
presidente do país a quem eles devem tanto, como fizeram inúmeras vezes
com Chávez. Apenas o Ministério de Relações Exteriores emitiu uma nota
de repúdio meio protocolar, mais em apoio a Lula do que propriamente a
Dilma, mas isto foi em 6 de março6 e nunca mais disseram nada.
Outro dado interessante a registrar é que durante mais de cinquenta
anos os Estados Unidos foram odiados por Cuba em razão do embargo, no
entanto, desde que começaram as negociações pelo degelo no rompimento
das relações entre os dois países, toda aquela gente que desde o primeiro
Encontro do Foro de São Paulo não fez outra coisa senão demonizar o
“império”, não viu nada de estranho nesse súbito interesse e imediatamente
passou a apoiar como se fosse a coisa mais natural do mundo. Para pessoas
normais isso soa incoerente, esquizofrênico, mas em se tratando de
psicopatas comunistas isto é tão correto e banal quanto assassinar inocentes
e pôr a culpa na vítima.
Esse foi, a meu ver, um dos maiores triunfos de Fidel Castro desde que
fundou o FSP, pois conseguiu trazer de volta para a ilha uma legião de
falsos capitalistas ávidos por dinheiro que nunca se questionaram se seus
investimentos iriam melhorar a vida do povo que parece ter vindo do túnel
do tempo, com apenas um canal de televisão estatal, um jornal do PCC, que
sofre restrições à literatura, que não sabe o que se passa no mundo a não ser
o que o Partido diz ou permite saber, que passa fome, que não é dono nem
da própria vida.
Me questiono sobre que espécie de gente é essa que, como nos tempos
de “abertura” da China comunista, brilhava os olhos, escancarava um
sorriso medonho e vendia a alma ao diabo para fazer negócios com aquela
ditadura tão infame e cruel quanto a cubana. A vida do cubano comum, o “a
pé”, não vai mudar nada com o apoio desses abutres dinheiristas que gozam
de total liberdade em seus países e estão pouco se importando com a vida
daquelas pessoas. Eles querem tirar proveito e de vez em quando visitar o
paraíso caribenho com suas delícias naturais sem se importar que o cubano
que o serve no hotel de luxo sequer pode levar para casa o sobejo de seu
prato, mesmo sabendo que sua família passa fome, ou vai continuar
vendendo seu corpo por um prato de comida.
É preciso ficar claro que comunista não tem amigos, mesmo dentre
seus camaradas: comunista tem objetivos e planos que podem levar décadas
para se concretizarem, mas eles esperam e investem, pacientes e
disciplinadamente. Os resultados estão aí para quem quiser ver. Resta agora
saber se o PT do Brasil vai conseguir se livrar de todos esses percalços que
surgiram com as denúncias de corrupção, para se manter no poder (com ou
sem Dilma), ou se será finalmente derrotado. E se isso acontecer, o castelo
de cartas dos membros do Foro de São Paulo vai ruir, justificando o
desespero e o apoio a Lula de todos eles.
CAPÍTULO 10

CONCLUSÃO

De tudo que se pôde observar aqui, entre análises e documentos -


muitos deles de fonte primária ou de pessoas insuspeitíssimas por serem
parte integrante e membros fundadores do Foro de São Paulo espero ter
demonstrado o que é e o que pretende essa organização criminosa que há 26
anos domina a América Latina.
Em janeiro escrevi o artigo abaixo que reflete o momento político que
estamos vivendo. O Foro de São Paulo está cambaleando, com suas
estruturas fortemente abaladas não só pelas perdas evidentes ocorridas pelos
revezes que lhe ofereceram a Venezuela, com a “limpeza” na Assembleia
Nacional; a Argentina, com o fim da era Kirchner e ascensão de Maurício
Macri que, malgrado posições ortodoxas como o aumento excessivo das
tarifas, está rompendo com tudo o que respeita aos acordos e conchavos
feitos por Cristina Kirchner com seus camaradas do Foro de São Paulo, mas
sobretudo pela situação do Brasil, sede e berço do Foro.
A Bolívia se enfraqueceu quando os bolivianos deram um rotundo não
às pretensões do cocalero presidente Evo Morales em um referendo que o
permitisse se perpetuar no poder indefinidamente; e agora o Brasil, com a
atuação correta e firme do juiz Sergio Moro e da Polícia Federal na
operação Lava jato, onde figuras expressivas do PT que antes
arrogantemente se achavam intocáveis e continuavam cometendo seus
crimes, estão sendo levados às barras dos tribunais, julgados e condenados,
além do julgamento de impeachment da presidente fraudulentamente
eleita Dilma Rousseff que, se for aprovado na Câmara dos Deputados, irá
para o Senado para ser julgado. Isso ainda não é tudo mas é muito para o
prepotente PT.
Se vitorioso o impeachment na Câmara e no Senado teremos vencido
uma batalha mas a guerra ainda continua, pois não basta tirar o PT do topo
da cadeia de poder: é preciso tirá-lo definitivamente da vida pública, pois
só assim enfraqueceremos o Foro de São Paulo e suas sucursais “irmãs”,
ALBA, MERCOSUL, UNASUL e CELAC e com muita luta extinguiremos
o comunismo do nosso país.

E agora. Foro de São Paulo?

“O ano de 2015 fecha com alguns revezes para o Foro de São Paulo,
embora isso não signifique, como muitos imaginam, o começo do fim da
organização criminosa. Para acabar com o Foro é preciso mais, muito mais,
entretanto, nada me deixa mais alegre ao vê-lo acumular perdas
significativas. Refiro-me às eleições presidenciais na Argentina, que
destronou a dinastia Kirchner elegendo o conservador Maurício Macri, e na
Venezuela, onde a coalizão que conforma a Mesa de Unidade Nacional
(MUD) mudou todo o cenário na Assembleia Nacional (AN) obtendo 113
cadeiras do total de 167, destituindo o poderoso presidente daquela casa
parlamentar, o chefe do “Cartel dos Sóis" Diosdado Cabello.
Macri tomou posse no dia 10 de dezembro e já nos primeiros dias de
seu governo tem demonstrado querer “limpar” o país das lambanças
criminosas deixadas por sua antecessora. Criou uma secretaria de Estado
para dar seguimento à causa AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina)
e à morte do procurador Alberto Nisman. Também derrubou, através do
promotor Raúl Pleé, a apelação feita por Cristina Kirchner sobre o tratado
internacional com o Irã, decretando sua inconstitucionalidade, e a reabertura
da denúncia por encobrimento feita pelo promotor Alberto Nisman, contra a
ex-presidente e o ex-chanceler Héctor Timerman em favor dos cinco
iranianos acusados de ser os autores ideológicos do atentado terrorista de
1994 contra a AMIA.
Na Venezuela Maduro “aceitou” a derrota contra seu partido (PSUV),
depois que acordou-se revelar os resultados reais das urnas. Nessas eleições
a MUD agiu de forma totalmente distinta das outras vezes, pois entendeu
que denunciar as sucessivas e grosseiras fraudes não surtia o menor efeito,
uma vez que todas as instâncias jurídicas do país foram sequestradas pelo
governo ilegítimo, além de serem referendadas por organismos
internacionais como a OEA e o Centro Carter. Então, decidiram impedir
que as fraudes fossem cometidas: primeiro, criaram o plano “Canta Claro”
de inteligência eleitoral, onde 7.000 eleitores foram treinados para atuar em
4.500 centros de votação como garantidores da transparência do processo
eleitoral, e depois, instalaram 1.600 bloqueadores de celular nos locais de
votação, impedindo que a militância pudesse realizar a fraude se
comunicando com os comandos externos.
Um dia depois de ter “aceitado” a derrota em cadeia nacional, Maduro
volta à carga e tira da gaveta um projeto antigo de Chávez, que foi aprovado
pela AN mas que até então não havia sido posto em prática, por eles serem
maioria absoluta no Parlamento: é o chamado “Parlamento Comunal”. Esse
“parlamento” é constituído por 600 líderes das “comunas”, algo do tipo
orçamento participativo, e cuja função é resolver os problemas das comunas
sem a interferência do parlamento. Entretanto, seus poderes restringem-se
apenas às comunas, não podendo ser tomado como leis ou decisões com
força de lei.
Maduro armou o golpe para que os novos parlamentares não possam
legislar, e está fazendo uso das “Leis Habilitantes” que lhe permitem
governar por decreto. E se aproveitando disso, o Comitê de Postulações
Judiciais da Assembleia Nacional publicou a vacância de 13 cargos de
magistrados do Tribunal Supremo de Justiça, que pretendiam mudar com
maioria simples no dia 23 de dezembro, antes que se renove o novo
Parlamento. Mas não deu certo, pois um forte grupo de ex-magistrados e
juristas impugnou a candidatura de 382 aspirantes por irregularidades no
procedimento de postulações judiciais e ausência de informação sobre as
aptidões dos aspirantes ao cargo de magistrado.
Esses magistrados destacam fraude constitucional, pois eles
consideram que a verdadeira intenção do Parlamento "não é cumprir o
mandato da Carta Magna para designar magistrados, senão cobrir esses
cargos - alguns não vencidos - com cidadãos que têm vínculos partidaristas
com o Poder Executivo”. Esse é um processo que se estenderá até depois de
15 de janeiro e tem que ser aprovado pela nova Assembleia. Antecipar a
eleição, seria mais um golpe para colocar magistrados que julgariam não de
acordo com a Lei, mas com a orientação do governo. Além disso, esses
postulantes têm que comprovar ter exercido a advocacia durante um
mínimo de 15 anos, que têm um título universitário com pós-graduação em
matéria jurídica, ou se foram professores universitários titulares no mínimo
por 15 anos. Além disso, como exige a Constituição, têm que comprovar
que foram juízes superiores por no mínimo 15 anos em exercício.
A ex-magistrada Blanca Rosa Mármol assegurou que o oficialismo só
atropela a Constituição ao pretender designar 13 magistrados de forma
violenta, e ao instalar um “Parlamento Comunal” que busca usurpar funções
que não estão na Carta Magna."Isso não está na Constituição e, portanto,
tão-logo a nova Assembleia tome posse, pode deixar esse “parlamento”
sem efeito”.
Como pôde-se ver, ainda há juízes na Venezuela e o Foro de São Paulo
perdeu dessa vez. Como diz o ditado, “não há mal que sempre dure nem
bem que nunca acabe”. Ainda não é o fim, mas já é um bom motivo para se
comemorar 2016”.
Espero que esse livro ajude os leitores a compreender o que de fato é,
faz, pretende, planeja e executa o Foro de São Paulo para, uma vez
embasado, saber como e com que armas lutar pelo bem de nossos filhos e
netos, pois esta luta apenas começou e dependerá de cada um de nós, dentro
de suas possibilidades, dar o seu melhor com disciplina e empenho, como
fazem os comunistas, para mudar o cenário nacional de nossa Pátria.
Que Deus nos dê força, coragem, sabedoria e discernimento, nos
defenda, proteja e abençoe a todos!

Nota: O livro já estava pronto quando ocorreu o julgamento do


impeachment, entretanto, como não havia sido publicado ainda, achei por
bem fazer esta última análise que acredito trará o fechamento de tudo o
que foi escrito nesta obra.

O golpe do PT e do Foro de São Paulo

Durante alguns meses que antecederam a votação final do processo de


impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que mais se ouviu, do
PT e dos partidos coligados, foi que estava-se planejando um “golpe”
contra a “democracia” e a “Constituição Cidadã”. É preciso repetir, porque
há muitas pessoas que não sabem que, em primeiro lugar, democracia não
faz parte do ideário comunista. É apenas uma palavra a ser sacada quando
necessita-se enganar incautos e ignorantes, sobretudo para ganhar votos em
época de eleições. Em segundo lugar, o PT não assinou a tal Constituição,
portanto, não tem o direito de pedir respeito por algo que eles mesmos
desrespeitaram desde sua criação e mais presentemente conforme se verá
mais adiante.
O PT sabia que essa deposição era fato consumado e pouco importava
a “pessoa” Dilma. O que estava em jogo era, depois de ficar 13 anos no
poder, vê-lo escorrer por entre os dedos. Nunca admitiram que as mega-
manifestações que levaram às ruas mais de 1 milhão de pessoas só em São
Paulo pedindo a cabeça da presidente, estavam fartas, não só dela mas do
próprio partido.
O Foro de São Paulo (FSP) por sua vez, através dos partidos e
organizações-membros, encheram as páginas do site com cartas e notas de
repúdio a este “golpe” orquestrado pela “direita raivosa”1, mas poucos se
referiam a esta nefasta criatura, pois a preocupação era tão-somente a perda
do poder. O PT foi o criador do FSP e foi através dele que muitos outros
países-membros chegaram também ao poder, muitos permanecendo até hoje
depois de criar uma Assembleia Nacional Constituinte e implantar um
regime castro-comunista, como Venezuela, Nicarágua, Bolívia e Equador,
por exemplo.
Chegado o dia da votação e diante da iminência da perda do poder, o
PT resolveu desrespeitar a Constituição - ao mesmo tempo em que
denunciava a oposição por este “desrespeito” - e “fatiar” o Art. XV,
parágrafo único que diz textualmente:

“Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como


Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a
condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos
do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
sanções judiciais cabíveis"

Ora, jamais se viu na história do Direito Constitucional algo parecido,


uma vez que para toda condenação há uma punição que, neste caso, foi
totalmente abolida e a ré premiada, com a aquiescência do presidente do
STF, o ministro Ricardo Lewandowski, que seria supostamente o guardião
máximo da Constituição!
Mais incompreensível ainda quando na “primeira parte" do artigo, que
trata do impedimento, 61 senadores foram favoráveis, enquanto no
“fatiamento” 42 pediram a inabilitação, 36 pediram a permanência e 3
se abstiveram mas o presidente do STF deu como vencedor a
permanência dos direitos políticos. Quer dizer, para a “primeira parte” do
artigo era condição indispensável que dois terços dos votos decidissem o
julgamento mas na “segunda” isso não valeu?
Além disso, vários senadores alegaram - e Lewandowski sabia disso -
que para alterar qualquer artigo da Constituição seria necessária uma
“emenda" que seria primeiro proposta e depois votada numa sessão própria.
Nada disso ocorreu, uma vez que a matéria em votação naquele momento
não era nem a alteração da Constituição e muito menos a proposta de uma
emenda mas um processo de cassação em curso, que chegava à sua última
fase.
E a pergunta que se impõe agora é: como fica a Constituição com esse
artigo que foi criminosamente violado, com o único intuito de proteger e
beneficiar uma pessoa? Vão criar uma Comissão para legitimar um ato
ilegítimo referendado pelo presidente do STF ou ele serviu apenas para
essa situação e essa pessoa específica e nada mais vai ser feito?
O que se viu naquele fatídico 31 de agosto de 2016 foi uma vitória de
Pirro, um circo macabro e infame quando, dessa vez sim, a Constituição foi
rasgada, pisoteada, manipulada e escarnecida diante dos olhos de toda a
Nação, num golpe infame urdido pelo PT e o Foro de São Paulo com as
bênçãos do órgão máximo das Leis do país.
Com isto fica claro o que há tempo denuncio: a saída de Dilma da
Presidência não vai mudar os rumos do país, uma vez que seu vice, agora
Presidente de direito e de fato, Michel Temer, é parte do problema há 6
anos, e todos os órgãos foram aparelhados e atuam de acordo com a
ideologia comunista. A última pá de cal foi dada pelo STF ao permitir essa
inconstitucionalidade sem rubor ou peso na consciência.
BIBLIOGRAFIA

• Encuentros y desencuentros de la izquierda latino americana - Una mirada desde el Foro de São
Paulo, Regalado, Roberto. Editora Ocean Sur, 2008, lª edição, México.

• Foro de São Paulo - Construindo a integração latino-americana e caribenha, Pomar, Valter e


Regalado, Roberto. Editora Fundação Perseu Abramo, 2013, lª edição, São Paulo - Brasil.

• A estrela na janela - Ensaios sobre o PT e a situação internacional, Pomar, Valter. Editora


Fundação Perseu Abramo, 2014,1- edição, São Paulo - Brasil.

• O Eixo do mal latino-americano e a Nova Ordem Mundial, De Paola, Heitor. Editora Observatório
Latino, 2015, 2- edição, São Paulo - Brasil.

• El Foro de São Paulo contra Álvaro Uribe - La crisis de marzo de 2008 apenas comienza, Pena
Esclusa, Alejandro. Ediciones Fuerza Productiva C.A. 2008, 1ª edição, Caracas -Venezuela.

• Una oveja negra al poder - Confesiones e intimidades de Pepe Mujica - Danza, Andrés e Tulbovitz,
Ernesto. Editorial Sudamericana, Buenos Aires, 2015, 1ª Edição.

• La mafia de La Habana - Nuestra Cosa Nostra, de Peralta Morell, Luis Grave. 1st. Books, 2003, 1ª
edição, Texas - USA.

• Foros, Izquierda y Terrorismo, Sánchez, Gerardo. Publicado pela Biblioteca do Congresso dos
Estado Unidos, primeira edição em espanhol, 2011 - USA.

WEBSITES CONSULTADOS

http://forodesaopaulo.org

http://www.nodo50.org/americalibre

www.midiasemmascara.org

www.heitordepaola.com
http://notalatina.blogspot.com

http://port.pravda.ru/

http://www.folha.uol.com.br

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https://pt.wikipedia.org

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http://www.pt.org.br

www.taringa.net

http://www.oas.org

http://www.elnuevoherald.com
Notas

Capítulo 1
1. www.midiasemmascara.org

2. Leiam o discurso completo em: http://www.info.planalto.gov.br download/discursos/pr812a.doc

3. www.radiovox.org

Capítulo 2
1. “O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial”, De Paola, Heitor. 2- Edição,
Editora Observatório Latino, 2015, p. 155.

2. Ibid., p. 156

Capítulo 3
1. Perestroika significa “reestruturação”, mas não foi do modelo econômico, agora aberto para o
mercado como se acreditou, e sim da estrutura interna do Kremlin e do KGB, que passou a chamar-se
FSB. Foi apenas uma máscara com aparência de “mudança”, ao velho estilo "mudar tudo para não
mudar nada”, conforme atesta a epígrafe acima.

2. La Mafia de La Habana - Nuestra Cosa Nostra, de Peralta Morell, Luis Grave. 1st Books, 2002.

3. Encuentros y desencuentros de la izquíerda latino americana - Una mirada desde el Foro de São
Paulo, Regalado, Roberto, Editora Ocean Sur, 2008, p. 37 e 38.

Capítulo 4
1. A lista completa encontra-se no livro já citado de Roberto Regalado, às páginas 264 e 265.

2. http://forodesaopaulo.org/partidos/

3. Ibid., p. 265 a 269.

4. http://www.midiasemmascara.org/attachments/007_atas_foro_sao_paulo.pdf
5. El Foro de São Paulo contra Álvaro Uribe, Pena Esclusa, Alejandro. Ediciones Fuerza Produtiva
C. A., primeira edição, abril de 2008, p. 16.

6. Reações ante a morte de Raúl Reyes (https://www.youtube.com/watch?v=4ehPQ30ByyE)

7. http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u62119.shtml

8. A “delegação” a que ele se refere é ao terrorista Francisco Antonio Cadena Collazos, vulgo
“Oliverio Medina", também conhecido como “Cura Camilo” ou “Padre Camilo”, que recebeu asilo
político dado pelo CONARE e continua vivendo livremente no Brasil, enquanto continua
articulando a entrada de terroristas das FARC em nosso território, assim como a entrada de armas,
drogas e até outras práticas ilícitas, como sequestro.

9. A publicação original já não se encontra disponível no site das FARC mas foi recuperado através
do http://web.archive.org/web/20070310215800/www.farcep.org/?node=2,2513,1 Outra publicação
do mesmo texto pode-se encontrar no site da Pravda russo em
português: http://port.pravda.ru/mundo/25-01-2007/15168-farcsaudacao-0.

10. Publicado no site próprio do ELN, traduzido por mim: http://www.eln-voces.com/j15/index.php?


option=com_content&view=article&id=1294:saludo-del-eln-al-xviii-encuentro-del-foro-de-sao-
paulo&.catid=26:artculos&.Itemid=69

11. "O grande culpado - O plano de Stalin para iniciar a Segunda Guerra Mundial", Viktor Suvorov,
Ed. Amarilis, p. 17

Capítulo 5
1. Ler em: http://valterpomar.blogspot.com.br/2013/08/plan-de-action_13.html

2. Encuentros y desencuentros de la izquierda latinoamericana - Uma mirada desde el Foro de São


Paulo, Regalado, Roberto. Editora Ocean Sur, 2008, p. 9

3. http://forodesaopaulo.org/wp-content/uploads/2014/07/01-Declaracion-de-Sao-Paulo-
19901.pdflaradon-de-Sao-Paulo-19901.pdf

4. Foro de São Paulo - Construindo a integração latino-america e caribenha. Pomar, Valter e


Regalado, Roberto. Editora Fundação Perseu Abramo, 2013, página 36.

5. Id.
Capítulo 6
1. http://forodesaopaulo.org/declaraciones_finales/

2. AIberto Fujimori foi eleito presidente do Peru de 1990 a 2000. Em 5 de abril de 1992 ele dissolveu
o Congresso, fechou o poder Judiciário, o Ministério Público, o Tribunal Constitucional e o Conselho
da Magistratura, em colaboração com as Forças Armadas, que ficou conhecido como o “auto-golpe
de 1992”. Os comunistas odeiam Fujimori porque ele exterminou o bando terrorista “Sendero
Luminoso” - que hoje já se reergueu -, e foi condenado a 25 anos de prisão por “crimes de lesa-
humanidade onde é responsabilizado por dois massacres. Entretanto, terroristas do Sendero, das
FARC e do ELN são tratados como insurgentes” e os ditadores Castro como presidentes, todos
gozando de plena liberdade e muito respeito, exatamente pelos seus "grandes feitos” criminosos.

3. Quer dizer, os países que têm mais, “ajudam” os países que tem menos ou, “a cada um conforme
sua necessidade”, e isso se evidenciou muito claramente em pelo menos duas ocasiões: no pagamento
ilegal ao Paraguai pela energia de Itaipu, exigido pelo então presidente Fernando Lugo; e mais tarde,
na invasão e expropriação da Petrobras na Bolívia, pelo presidente cocaleiro Evo Morales, com total
aquiescência do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

4. http://www.nodo50.org/americalibre/anteriores/13/echegarayl3.htm

5. "O Eixo do Mal latino-americano e a Nova Ordem Mundial", De Paola, Heitor. Ed. Observatório
Latino, 2ª edição, 2015. Ler o Capítulo XII:"O pacto entre o Foro de São Paulo e o Diálogo
Interamericano", da página 227 à 249.

6. Observem que desde 1997 eles tentam controlar os meios de comunicação, seja a mídia impressa
ou eletrônica, assim como a internet e as redes sociais. "Democratização”, é quando o Partido-
Estado controle tudo com mão de ferro.

7. Elián González é um balsero sobrevivente, cuja mãe faleceu no Mar do Caribe tentando fugir do
“paraíso cubano” e foi encontrado pela Guarda Costeira em Miami. Na época ele tinha 5 anos. O
objetivo da mãe de Elián era ir viver com os parentes que já moravam nos Estados Unidos mas não
teve sorte. A família o acolheu, realizando o desejo de sua mãe. Fidel Castro aproveitou-se da
publicidade que a mídia deu ao caso e resolveu fazer disso uma bandeira para culpar os Estados
Unidos, mais uma vez, pela miséria imperante na ilha-Cárcere.
O presidente Bill Clinton, comunista como Fidel, acabou cedendo as pressões e mandou
sequestrarem Elián à força, numa desproporcional operação de "resgate” digna dos melhores filmes
policiais, com uma tropa militar armada de metralhadoras, com grande cobertura da mídia. O pai de
Elián, até então mais um cubano a pé”, cuja existência não passava de um número e que já não vivia
com Elián e sua mãe há tempo, foi levado aos Estados para buscar o filho numa encenação bizarra,
com direito a litros de lágrimas e transmissão direta para a televisão estatal cubana em 29 de junho de
2000.
Ao chegar em Cuba foram tratados como heróis com direito a recepção direta de Fidel no aeroporto,
mas o tirano não estava minimamente preocupado com a vida ou a felicidade dessa dessa criança,
apenas em usá-lo para mostrar o seu poder e o da sua revolução”. Elián foi feito “pionerito” e mais
tarde entrou para Forças Armadas cubanas. Seu sorriso de felicidade enquanto viveu em Miami com
seus parentes deu lugar a uma profunda tristeza refletida no olhar e em todo seu semblante após
lavagem cerebral severa de que foi vítima desde que voltou a Cuba.

8. este é o slogan do Fórum Social Mundial, desde sua criação até hoje.

9. Isto é de um cinismo repugnante, pois enquanto o mundo assistia estarrecido e paralisado pelo
horror ao ataque terrorista às Torres Gêmeas em 11 de setembro, Fidel Castro e a terrorista "avó da
Praça de Maio" argentina, Hebe de Bonafini, dançavam e gargalhavam felizes com a "derrota”
infligida aos “malditos yanques".

10. Isto se refere às comissões da “Verdade, Reparação e Justiça" implantadas na Argentina - que
depois seria copiada também no Brasil e no Chile -, cuja finalidade única era transformar terroristas
em heróis nacionais com direito a gordíssimas indenizações. Para beneficiar todos os camaradas,
inventou-se o absurdo e falso número de 30.000 pessoas dadas como mortas ou desaparecidas,
mentira que se repete até hoje como um mantra, e que foi desmentida por Luis Labrana, autor da cifra
mentirosa no Prólogo do livro “Mentirás tus muertos” de José D’Angelo, El Tatú Ediciones, Buenos
Aires, 2015.

11. http://www.midiasemmascara.org/attachments/007_atas_foro_sao_paulo.pdf

12. Ibid.

13. Mais uma vez o cinismo dos comunistas fala mais alto. Nas resoluções escritas dizem “rechaçar
toda forma de violência que provoque vítimas civis”, entretanto, não se ouviu UMA SÓ PALAVRA
de rechaço ao brutal ataque das FARC a uma igreja repleta de civis em Bojayá-Chocó, em 02 de
maio de 2002 portanto nesse mesmo ano da declaração, que deixou um saldo de 119 mortos pela
explosão de um cilindro-bomba. As vítimas . em sua maioria mulheres, crianças e idosos cujos
corpos — gerados ficaram pregados nas paredes, e que estavam ali se abrigar das balas a convite do
padre da paróquia.
As FARC, membros ativos do FSP, disputavam com as AUC (Auto-defensas Unidas de Colombia) o
controle da (ver no livro) e o acesso ao Rio Atraco para escoar as drogas. Jogar esse cilindro-bomba
num local onde não havia nenhum terrorista abrigado, ou soldado, e que eles sabiam só haver civis,
demonstra bem o caráter inumano desta gente. A "paz"das FARC e do Foro de São Paulo é a paz dos
cemitérios. Vídeo com as imagens do terrível massacre de Bojayá-Chocó: https://youtu.be/Mj5Ul-
nkvhM

14. Aqui a parte destacada em que Lula afirma sua participação em todos os Encontros:
www.youtube.com/watch?v=XaWz_BuN48Q&feature=youtu.be

15. Os países e organizações-membros do FSP denunciam esse abuso no mundo mas fecham os
olhos, criminosamente cúmplices, aos abusos cometidos pelos chefões das PARC contra meninas
sequestradas para servir de escravas sexuais a degenerados pedófilos, incontáveis vezes denunciado
pela mídia colombiana há décadas, e que depois, se engravidam, as obrigam a abortar. Aqui apenas
um exemplo: http://www.eltiempo.com/politica/justicia/delitos-sexuales-de-las-farc/15516882

16. Foi dessa maneira que começaram a aparecer livros de clara doutrinação marxista nas escolas e
universidades, além de outros de conteúdos obscenos visando a uma “educação sexual" desde a mais
tenra idade.

17. " Quando o Exército da Colômbia deu baixa em Raúl Reyes, atacando seu acampamento
localizado em Santa Rosa de Sucumbíos, Equador, o então presidente Álvaro Uribe telefonou para
Rafael Correa para informá-lo de que havia sido abatido :elas Forças Militares colombianas em seu
território, um terrorista das FARC. A operação foi realizada em solo colombiano, desde a cidade
fronteiriça de Putumayo, a 1.800 quilômetros de Sucumbíos, e nesse momento tudo o que Correa
disse é que suas fronteiras eram bem guarnecidas e que desconhecia esse acampamento.
Horas depois, quando Chávez toma conhecimento, diz a Correa rue não deve aceitar o comunicado
de Uribe e, por determinação ir FSP, a Venezuela, o Equador, a Bolívia e a Nicarágua voltam-se
contra a Colômbia, alegando “invasão do território nacional equatoriano”, como se o ataque tivesse
partido de dentro do Equador.
Na ocasião o Notalatina acompanhou e reportou tudo, conforme pode-se ler aqui:
http://notalatina.blogspot.com.br/2008/03/edicao-do-notalatina-de-hoje-traz_6044.html#links

18. A esse respeito, leiam este meu artigo publicado no Mídia sem Máscara:
http://www.midiasemmascara.org/artigosgoverno-do-pt/8935-brasil-opcao-preferencial-pela-ilegali-
iade-parte-2.html/
19. Sobre esse fato e o monstruoso relatório feito pela UNASUL, recomendo o artigo "O massacre de
Pando e a esquerda boliviana” escrito por Alejandro Peña Esclusa, traduzido por mim e publicado
no Mídia Sem Máscara: http://www.midiasemmas-;ara.org/artigos/internacional/america-latina/7558-
-o-mas-sacre-de-pando-e-a-esquerda-boliviana.html

20. Vendo-se dessa maneira, parece que estão se referindo às FARC mas não é, pois estes são seus
sócios nos "negócios” e membros efetivos do Foro. Na verdade eles se referem aos militares
colombianos que são acusados pelas FARC de cometer os crimes que eles cometem, como o caso dos
"falso-positivos”, onde alegam que os militares foram pagos para matar inocentes dizendo que eram
milicianos das FARC. Por causa disso, há incontáveis militares honrados e inocentes condenados a
até 30 anos de prisão, julgados por uma justiça parcializada pró-terroristas, e baseadas em
testemunhas e testemunhos falsos.

21. Explico a legalidade da deposição de Lugo neste artigo;


http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/america-latina/13192-o-golpe-do-mercosul-e-
do-foro-de-sao-paulo.html

22. O FSP tem como premissas - ao menos verbalmente - a “auto-determinação dos povos" e a "não-
intervenção nos assuntos internos" de outros países. Entretanto, foi exatamente o que fez Nicolás
Maduro, então chanceler da Venezuela, no dia 22 de junho quando seria votado no Senado do
Paraguai a destituição de Fernando Lugo como presidente. Uma hora antes de se dar o veredicto,
Maduro, junto com Julio Prado, embaixador equatoriano no Paraguai, participou de uma reunião na
sala do Gabinete Militar do Palácio do Governo, convocada pelo chefe de gabinete, o general-de-
divisão Angel Vallovera, que convi-iou ainda os comandantes das três Forças. Maduro queria que os
comandantes se sublevassem e assinassem um documento reconhecendo Lugo como o legítimo
presidente.
Esse encontro foi filmado pelas câmeras de segurança e foi entregue à Ministra da Defesa, Maria Liz
García que, por ordens de Federico Franco tão logo tomou posse, entregou cópia da gravação à
imprensa porém sem o som, que fora editado. Nele, á possível ver Maduro chegando e entrando
numa sala acompanhado de vários militares, e depois de 10 minutos sair. Os militares não aceitaram a
“proposta” mas mesmo assim foram destituídos de seus cargos. As provas são insofismáveis, mas
para o Foro de São Paulo, tudo não passa de uma farsa montada pelo “império”. Aqui o vídeo:
https://youtu.be/7E9Yy7MeGxs

23. Chávez havia se candidatado à terceira reeleição e como estava com um câncer avançado, que
acabou vitimando-o em 30 de dezembro de 2012 - embora só fosse anunciado no ano seguinte, em 5
de março, data da provável morte de Stalin -, antecipou-se as eleições de 6 de dezembro para 7 de
outubro. Para o FSP era fundamental garantir a eleição de Chávez, mesmo sem as mais mínimas
condições físicas de concorrer, porque com a costumeira fraude eles sabiam que teriam a vitória e
poderiam garantir que ele tomasse posse e elegesse seu vice, para perpetuar o poder nas mãos dos
ditadores Castro, do PSUV e do Foro.

24. O general Carvajal foi preso no Aeroporto Internacional Queen Beatrix, de Aruba, pois já
constava na lista do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, desde 2008, pela participação no
narcotráfico em conluio com as PARC. Carvajal havia sido nomeado cônsul em Aruba desde janeiro
mas até então não havia ido tomar posse. Ao saber da prisão do juiz venezuelano Benny Palmeri-
Bachi em Miami, quando ia com a família para a Disney, “el Polio" Carvajal fugiu para Aruba e
quando viu que estava sendo preso, apresentou um passaporte diplomático falso com sua foto,
negando que já havia entregado antes o verdadeiro.
Ele era considerado o Pablo Escobar venezuelano, um dos cabeças do “Cartel dos Sóis”, que é
formado por militares de alta patente do Exército Venezuelano, que atua no narcotráfico junto com as
FARC a quem sempre deram abrigo e proteção dentro do território venezuelano e até mesmo dentro
dos quartéis.
Após conversações de Nicolás Maduro com autoridades holandesas, de quem Aruba depende,
Carvajal foi liberado e voltou para o seu país, livre.

25. Os comunistas nunca admitem seus fracassos - assim como seus crimes - e sempre atribuem a
outros os erros decorrentes de sua incapacidade, inépcia e corrupção. Com o dólar controlado pelo
CADIV que limita a utilização a quem não pertence à Nomenklatura, os empresários não estão
podendo comprar matéria-prima ou mercadorias, promovendo o de-sabastecimento. A inflação
fechou o ano de 2015 em 800%, as prateleiras dos supermercados vivem vazias e as filas para
adquirir um frango, ou um rolo de papel higiênico chegam às vezes a quilômetros. Mas, como tudo o
mais, a culpa é do "império”!

26. Quando começaram as manifestações de rua em 2013, sob a alegação de que protestavam pelo
aumento das passagens de ônibus, nem o governo, nem o PT, nem o FSP fizeram qualquer
comentário porque sabiam que aquele movimento havia sido orquestrado por eles mesmos. Pouco
depois, Wladimir Pomar escreveu um artigo defendendo o “povo nas ruas”
(http://forodesaopaulo.org/o-povo-voltou-as-ruas-lamu/) e a Executiva Nacional do PT - que é a
mesma do FSP - emitiu uma nota em apoio aos vândalos, ao prefeito Fernando Haddad (do PT), e
condenando a ação da Polícia do estado de São Paulo
(http://www.pt.org.br/noticias/view/comissaeo_executiva_do_pt_sp_divulga_nota_oficial_sobre_ma
nifestacoees_na_ci - versão copiada: http://archive.is/N6fPQ) http://archive.is/N6fPQ. Entretanto,
quando o povo insatisfeito com o governo começou a ir às ruas em manifestações cada vez mais
numerosas, desde o Foro acenderam os alarmes de que poderiam perder o controle da situação. E
apesar de serem sempre absolutamente pacíficas, para o PT e o Foro só o fato de “ousarem” se
manifestar contra já se configurava "subversão” que, também como sempre previsível, eram
“dirigidas e coordenadas pelos Estados Unidos”.

27. “Fundos abutres” foi a denominação dada pelos Estados Unidos a uma operação de calote dado
pela Argentina a investidores americanos - mas também argentinos - que aplicaram suas economias e
quando foram fazer o resgate não havia nada. A Argentina havia se apossado de todo o dinheiro, uma
soma bilionária que não lhe pertencia absolutamente, mas não queriam pagar e a presidente Cristina
Kirchner ainda se sentiu "ofendida” com a cobrança feita pelo Tesouro Nacional dos Estados Unidos.
Passados quase dois anos, a situação continua pendente.

28. Esse é o objetivo de todos os países-membros do Foro, pois á a partir daí que reformam a
Constituição onde subordina-se iodos os poderes ao governo, fecha-se o Congresso Nacional
promovendo eleições onde apenas o partido do Governo e outros comunistas sejam eleitos, permite-
se a reeleição indefinida - como já acontece na Venezuela, Nicarágua e Equador -, plenos poderes ao
presidente para que possa governar por Decreto, dentre outras medidas autoritárias ditatoriais.

29. Cabe aqui lembrar do que ocorreu com o Coronel Lucio Gutierrez, no Equador, e alertar que é
muito provável que no próximo Encontro, a ocorrer em maio em El Salvador, Ollanta Humala seja
escrachado e banido da organização, embora as novas eleições presidenciais ocorram um mês antes
do Encontro e ele não esteja concorrendo à reeleição.

Capítulo 7
1. http://www.cubdest.org/0306/gfsm03redp.html

2. Ibid.

3. Ver o “Mini Manual do Guerrilheiro Urbano” do terrorista Carlos Marighela:


http://www.documentosrevelados.com.br/rp-content/uploads/2015/08/carlos-marighella-manual-do--
guerrilheiro-urbano.pdf

4. Aqui pode-se ler as coberturas e Carta de Princípios do Fórum:


https://pt.wikipedia.org/wiki/F0mm_Social_Mundial

5. http://www.nodo50.org/americalibre
6. Una oveja negra al poder - Confesiones e intimidades de Pepe Mujica", Danza, Andrés e
Tulbovitz, Ernesto, páginas 226 e 227.

7. Entrevista completa aqui: http://forodesaopaulo.org/entre-vista-marco-aurelio-garcia—asesor-


especial-de-la-presiden-cia-del-brasil-para-asuntos-internacionales/ Arquivado em
http://archive.li/LbG8N

8. Quanto a essa frase, há controvérsias: há quem afirme que foi cunhada por Marco Aurélio Garcia
(MAG), enquanto outros afirmam que foi dita por Fidel Castro. Infelizmente, nunca tive como
comprovar quem é o verdadeiro autor.

9. Ver meu artigo “O que se pretende esconder com a visita de Elias Jaua ao Brasil?”.
http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/noticiasfaltantes/foro-de-sao-paulo/l5559-2014-11-27-
22-53-06.html

10. http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_integracao/docs_UNASULZTRAT_CONST_PORT.pdf

11. http://www.comunidadandina.org/documentos/dec_int/cusco_sudamerica.htm

12. http://www.itamaraty.gov.br/ixnages/ed_integracao/docs_UNASUL/RES23.2012ANEX0I.pdf

13. http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_integracao/docs_UNASUL/RES2 3.2012ANEX0I.pdf -


Documento completo no original em espanhol.

14. Com informações fornecidas pelo site Business Wire:


http://www.biisinesswire.com/news/home/20120725006689/pt/

15. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10408.htm

16. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9504.htm

17. A partir do minuto 9:30 Alejandro passa a explicar a questão das urnas eletrônicas:
http://fuerzasolidaria.org/?p=1118

18. http://www.rebelion.org/noticia.php?id=8223

19. http://lahora.com.ec/index.php/noticias/show/502646/-
l/FARC_felicita_a_Lula_por_reelección_y_promete_respetar_soberan%C3%ADa_de_Brasil.html#.
Vw-wOmNlfeQ
20. http://www.rebelion.org/noticia.php?id=63862

21. http://www.taringa.net/posts/info/8139100/Creacion-Cascos-Rojos-para-proteger-democracias-
UnaSur.html

22. https://youtu.be/CHtIhmwJQ6o

23. https://youtube/_VuYCcBxhyw

24. http://www.oas.org/OASpage/esp/Documentos/Carta_Democratica.htm

25. http://www.elnuevoherald.com/noticias/sur-de-la-florida/article2030340.html

Capítulo 8
1. http://www.pt.org.br/secretaria/relacoes-internacionais/

2. http://forodesaopaulo.org/exencion-de-valor-para-todosas-losas-participantes-del-xix-encuentro/

3. http://www.projusticia.org.pe/site.php?plantilla=nove-dad&ncategoria1=4&ncontenido=6546

4. http://www.elcolombiano.com/colombia/paz-y-derechos-humanos/las-farc-tendria-una-fortuna-de-
10-billones-de-dolares-the-economist-LN3971872.
Aqui o artigo original em inglês do The Economist:
http://www.economist.com/news/americas/21697008-government-may-never-get-its-hands-
guerrillas-ill-gotten-gains-unfunny-money

Capítulo 9
1. https://www.youtube.com/watch?v=25bxzqkKbi4

2. Recomendo para tal o livro "A Hidra Vermelha”, Azambuja, Carlos Ilich Santos. Editora
Observatório Latino, 2- Edição, 2016.

3. http://forodesaopaulo.org/toda-solidaridad-con-el-pueblo-brasileno-y-el-ex-presidente-lula-por-el-
grupo-de-trabajo-del-foro-de-sao-paulo/

4. http://forodesaopaulo.org/relacao-de-comunicados-em-apoio-ao-lula-relacion-de-comunicados-en-
apoyo-de-lula/

5. http://forodesaopaulo.org/declaracao-da-regional-cone-sul-do-foro-de-sao-paulo/
6. http://forodesaopaulo.org/declaracion-del-ministerio-de-relaciones-exteriores-de-cuba-en-apoyo-a-
lula

Capítulo 10

1. Para ver todas as mensagens, a maioria em espanhol, acesse o link:


http://forodesaopaulo.org/comunicados-ante-el-golpe--de-estado-contra-la-presidenta-dilma-roussef-
y-pt-de-brasil/

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