Você está na página 1de 10

APOGEU E COLAPSO DO SISTEMA INTERNACIONAL 

 
 
TENDÊNCIAS PRINCIPAIS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
● Começo de uma nova época nas relações internacionais, que terminaria entre 1914 
e 1918. Com o auto enfraquecimento da Europa na Primeira Guerra mundial.  
● 1871: França é derrotada na guerra franco-prussiana; Nasce a Alemanha unificada; 
Fim da remodelagem do sistema de Viena; Reestruturação completa do sistema 
europeu de Estados através da fundação do Império Alemão (realizada militarmente 
em três guerras de unificação e industrialização dramática). 
● Esses processos transformaram o antigo vácuo de poder no centro da Europa em 
uma superpotência continental, nessa época o Império Alemão influenciou o caráter 
das relações internacionais e exerceu um potencial de hegemonia sobre o 
continente; depois de 1897 agiu como uma potência não satisfeita. 
● União da Inglaterra, França e Rússia contra a Alemanha. 
● Triunfo dos nacionalismos na Alemanha e na Itália. 
● Depois de 1871 o sistema de Estados não retornou aos objetivos principais do 
Concerto Europeu. A ausência de alianças cedeu lugar a inflexível bipolaridade de 
dois blocos de poder: 
- Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália 
- Tríplice Entente: França, Rússia e Grã Bretanha 
● “Novo imperialismo”: Apogeu da hegemonia global do sistema europeu. Construção 
da rede global de relações econômicas, estratégicas e políticas, dominadas pelos 
principais estados da europa. Ocorreu de forma violenta no contexto da partilha da 
África, ocupação territorial de parte da Ásia e abertura da China. 
● Vontade européia de dominar o mundo. 
● EUA como potência industrial pós Guerra civil. 
● Japão como outra potência industrial; uniu-se a Grã Bretanha; vitória japonesa sobre 
a Rússia. 
● Dominação colonial na África e Ásia e sua resistência; Lutas de descolonização na 
segunda metade do século XX. 
● Não apenas a grandeza populacional tornava um país potente mas também sua 
força industrial. 
PAÍSES POTÊNCIA APÓS 1871: ALEMANHA, FRANÇA, GB, RÚSSIA, ÁUSTRIA-HUNGRIA 
● Grupos envolvidos nas relações internacionais passaram de nobres para partidos 
populares, grupos de interesse, organizações civis de massa e imprensa, não de 
forma tão democrática quanto parece mas uma tentativa de manipular as massas. 
● Nacionalismo do final do século XIX: tentativa de encontrar novas identidades para 
os mais diversos grupos sociais. Transformar a participação política em psicose de 
massa. Propulsionou a uma industrialização modernizadora.   
● Correntes do nacionalismo do período: Nacionalismo de risorgimento, liberal e 
libertário, deu lugar a NACIONALISMO integrista, militante, expansionista e 
chauvinista. 
● Primeira metade do século XIX: nacionalismo associado a autodeterminação 
democrática dos povos, luta contra domínio aristocrático. 
Fim do século XIX: nacionalismo direitista sem ideais democráticos. 
Cada país teve seu nacionalismo assumido de forma diferente. Emergência de 
nacionalismos integristas 
- EUA: Novo imperialismo 
- GB: jingoísmo  
- FRANÇA: chauvinismo francês (politicamente periférico por algum tempo 
pois não representava qualquer movimento de massa; se popularizaram 
depois, com o revanchismo antialemão e imperialismo colonial). 
“Suas próprias nações acima de tudo”.  
● Pensamento social-darwinista e as relações internacionais: crescimento do poder de 
um estado ocorreria a custa da perda de poder de outro. 
● Nos Balcãs os nacionalismos produziram tensões entre Estados, conjuntamente aos 
chauvinistas sérvio e bósnio e no contexto internacional de um conflito entre a 
Rússia e Áustria-Hungria. Isso ocasionou o início da Primeira Guerra Mundial. 
● Período de militarização disfarçada de tudo que fosse político (decisões de política 
exterior e alianças); Planejamento militar; -> Plano Schlieffen: plano alemão de uma 
guerra de duas frentes, que eclodiu a 1 guerra mundial.  
● Fim da solidariedade dos gabinetes conservadores para que o sistema fosse 
mantido - Indireta ajuda prussiana para a derrota da Comuna de Paris foi o marco 
disso. 
● Subdivisão das relações internacionais entre: 
- 1871/1890: Diplomacia da europa e as relações internacionais foram 
dominadas pelas alianças do sistema de Bismarck. 
- 1890/1918: Renúncia forçada de Bismarck; ofensivas alemãs na política 
externa, tensões crescentes, bipolarização em blocos de poder e resvalo na 
Primeira Guerra Mundial. 
● Equilíbrio de poder entre GB e Alemanha ou não? Ou apenas hegemonia da 
Alemanha? Dizem que Bismarck manteve o status quo mediante sua habilidosa 
diplomacia. Benjamin Disraeli afirma que o resultado da guerra entre França e 
Alemanha em 1871 teria destruído o equilíbrio de poder e alçado hegemonia da 
Alemanha.  
● A política exterior da Alemanha pressupunha a vulnerabilidade do país e coalizões 
inimigas do que seu poder, potencial militar e econômico - não sabia transformar 
seu potencial em prática política consistente. Embora seu potencial econômico e 
militar permitisse uma predominância, sua cautelosa política e prática das ri entre 
outros países fizeram suas ri parecerem equilibradas.  
● Paz Armada ou Guerra fria: Alemanha reivindicando um status político internacional 
correspondente ao seu poder econômico e a França quebrando isolamento e 
criando aliança com a Rússia - dois blocos em formação. 
● 1871/1914: Tempo de paz. Sucesso da diplomacia europeia. 43 anos peculiares. Os 
processos diferenciados de industrialização e capitalismo crescente influenciaram a 
divisão de poder no sistema mundial. As soluções superficiais das crises 
diplomáticas não evitaram os conflitos de 1914. 
● O novo imperialismo e a partilha da África fazem parte do contexto da expansão 
européia e da ocidentalização do mundo, e apesar da diplomacia bismarckiana, não 
foi possível evitar conflitos; apesar de o Concerto Europeu funcionar ainda 1880 na 
partilha da África, intervenção da China e conferência londrina dos embaixadores 
evitando tensões Rússia e Áustria-Hungria. 
● Segunda Guerra Mundial como continuação da Primeira. 1914 a 1945 como uma 
Segunda Guerra dos 30 anos.   
● Os principais debates acerca desse período: 
- Caráter do sistema internacional e das relações internacionais; a existência 
de um equilíbrio de poder ou de uma hegemonia após 1871; 
- Possíveis explicações da nova expansão imperial européia, depois de 1870 
- Causas profundas da Primeira Guerra Mundial (questão central acerca do 
período) 
● História social x História tradicional das relações internacionais. Palavras chaves: 
política interna versus política externa; independência da política exterior e seus 
objetivos. 
● Para Kehr, Berghan e Wehler as decisões da política externa são efeitos da política 
interna. 
 
ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS (1870-1914) 
 
● Economia mundial numa única economia global dominada por relações sociais 
capitalistas.  
● Mobilidade elevada de fatores de produção (trabalho e capital); alta migração; sem 
restrições a exportações de capital; investimentos no exterior por parte de grandes 
países (GB, FR, EUA E ALE); aumento do comércio. 
● EUA como uma potência econômica até 1900, sua ascensão começa pós Grande 
Depressão de 1873 a 1896 com o “sistema norte-americano de acumulação em 
escala mundial e a derrocada do sistema britânico”. 
● Derrocada da hegemonia britânica no mercado mundial: crescimento da Alemanha e 
industrialização da Rússia. GB passou de produtora para investidora no exterior. 
● Mercado agrário mundial e integrado. 
● Domínio europeu na exportação de produtos industriais e capital de investimento. 
● Depois de 20 anos de liberalismo, a competição econômica entre empresas no 
mercado mundial articulou-se como competição entre interesses nacionais, isso 
causou a volta do protecionismo. Consoante a argumentação de Lenin, a 
instrumentalização do poder político para consolidação de interesses econômicos 
conduz a antagonismos entre Estados, esses que redundaram na Primeira Guerra 
Mundial. 
● Apenas a partir de 1911 que o capital foi “renacionalizado”, isto é, acoplar as 
orientações econômicas exteriores com a política de segurança nacional. 
● Estados europeus introduzem impostos sobre a importação de produtos agrários e 
industriais, exceto a GB. 
● Impostos protecionistas: impactos na política interna 
● Competição comercial culminou guerras alfandegárias e comerciais 
● Boom econômico entre 1896 e 1913 
 
EUROPA CONTINENTAL SOB A DIPLOMACIA DE BISMARCK: CRISES DIPLOMÁTICAS E 
ALIANÇAS (1871-1890) 
 
● As relações internacionais dos estados europeus nesse período foram marcadas 
pelas concepções políticas de segurança do chanceler alemão Otto Von Bismarck. 
Seu objetivo era garantir a integridade do recém criado Império Alemão; Desejava 
mostrar a seus vizinhos o desinteresse pelo ganho de poder para evitar coligações 
contra Alemanha. 
● Estratégia de Bismarck: isolar a França diplomaticamente e o impedimento de 
alianças desta com outros Estados, especialmente a Rússia. Fez isso através de 
tratados com os potenciais possíveis aliados da FR (RUS, AUST-HUNG, IT). 
● Seu instrumento diplomático favorito era alianças formais e duradouras. 
- Dupla Aliança com AUST-HUNG; 
● Política externa Alemã: interesses alemães de segurança; razões políticas externa e 
interna; afinidade com estados conservadores monárquicos da Europa; de outro 
lado; liberalização da política interna, colaboração com a GB; Império afastando-se 
da política internacional. 
● Os acordos diplomáticos de Bismarck conhecidos como SISTEMAS DE BISMARCK 
dividem-se em três períodos: 
1. Tratado de Três Imperadores (1872-1873): Alemanha, Áustria-Hungria e 
Rússia - acordo entre estados conservadores da Europa. 
2. Passagem da Dupla Aliança (Austro-Germânica, 1879), adicionando a Itália - 
Tríplice Aliança; era uma reação a escalada do conflito entre Rússia e 
AUST-HUNG; 
3. Fim do Tratado dos Três Imperadores por causa do conflito AUST HUNG e 
Rússia; Bismarck reformou seu sistema de alianças e fez a Tríplice aliança 
(ALE, AUST-HUNG e IT); dois Acordos do Mediterrâneo (ING, IT, 
AUST-HUNG) contra avanços russos e franceses; Tratado de Resseguro 
(ALE E RUS); 
● As tensões entre os Estados decorriam da relação distorcida entre Alemanha e 
França e conflitos de interesse entre russos, ingleses e austríacos. No plano mundial 
os desacertos coloniais entre a França, Rússia e Inglaterra determinavam as áreas 
de atrito.  
● Relação negativa da França com Alemanha era a anexação da Alsácia-Lorena pela 
Alemanha.  
● A Alemanha liberou-se da influência da Rússia e começou a exercer poder 
econômico sobre eles, assim piorando a relação teuto-russa uma vez que a 
Alemanha tinha uma aliança com a inimiga da Rússia, a Áustria-Hungria. 
● Tensões nos Balcãs por causa da decadência do Império Otomano; colaboração de 
potências expansionistas regionais (Bulgária, Sérvia) e grandes potências 
(AUST-HUNG, RUSS) para preencher vácuo de poder; Conflitos de poder 
anglo-russa na região 
● Na crise do Oriente (1875-1878) modificou a situação; AUST-HUNG abandonou a 
política favorável a Integração do Império Otomano e engajou-se numa disputa com 
a Rússia nos Balcãs que durou até a Primeira Guerra Mundial. 
● O sistema de alianças de Bismarck formou-se em reação às três crises diplomáticas 
nessas conflituosas regiões da política européia: 
- A crise da “guerra a vista” de 1875 (entre FR e ALE​): provocada pela 
ameaça velada de uma guerra preventiva contra a França, embutida em um 
artigo de jornal, razão: recuperação e rearmamento rápido da FR depois de 
ter perdido pra ALE. 
- A grande crise do Oriente de 1875-1878 (RUSS, SERV x TURCOS):​ revolta 
camponesa contra opressão fiscal dos turcos. Guerra russo-turca (pressão 
pan eslava) 
- A crise da Bulgária e de Boulanger de 1885-1887 
 
● “Era Bismarck” na política europeia após o Congresso de Berlim: o congresso foi 
um sucesso mas só superficialmente. A longo prazo, ele criou para as relações 
internacionais na Europa mais problemas do que soluções. 
● Bulgária dividida, Montenegro, Sérvia e Romênia sob independência da Turquia; 
Esses países passaram a agir contra a Áustria-Hungria. 
● Posição da Alemanha na questão balcânica: atitude de mediação. Russos se 
sentiram traídos, mas em 1881 aceitaram concluir aliança com Alemanha e 
Áustria-Hungria para evitar isolamento diplomático. Tornou-se o Tratado dos Três 
Imperadores que mais tarde adicionou a Rússia e virou a Tríplice Aliança.  
● Sistema de aliança em dupla crise (crise Boulanger e crise da Bulgária). 
- Na França o general Boulanger, com tendências nacionalistas contra a 
Alemanha. 
- Na crise da Bulgária, aumentou a rivalidade Áustria Hungria x Rússia, abrindo 
possibilidade da aproximação Rússia e França.  
● O sistema bismarckiano como complicado e contraditório: dupla aliança favorável a 
Áustria-Hungria e ao Tratado de Resseguro, à Rússia. 
● As medidas políticas de Bismarck, proteção aduaneira e interdito de Lombard, 
equivaleram a uma declaração de guerra econômica; reconduzindo as relações da 
Rússia para a França. Essas seriam as raízes da aliança franco-russa, as políticas 
financeiras de bismarck.  
● Resumindo, há uma interpretação positiva da política pacifista de Bismarck, com a 
atenuação da hegemonia alemã, preservação da paz na Europa Central, mas isso 
não resolveu os problemas estruturais da Europa (Alemanha x França e Áustria x 
Rússia), os conflitos que culminaram na Primeira Guerra Mundial. Suas diplomacias 
secretas, elitistas e retrógradas introduziram um novo grau de cinismo, falsidade e 
complicações nas relações internacionais.  
 
A REALIZAÇÃO PLENA DA HEGEMONIA EUROPEIA NO MUNDO: O NOVO IMPERIALISMO 
 
● 1871 a 1914: retomada das conquistas coloniais por parte das grandes potências 
européias (exceto a Áustria-Hungria). 
● Potências coloniais de expressão: Inglaterra e Rússia 
● Potências coloniais de menor porte: França, Países-Baixos, Espanha e Portugal; Por 
volta de 1900: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Japão e EUA. 
● “Novo imperialismo” para diferenciar da expansão colonial da Europa que ocorreu 
durante o mercantilismo. 
● As atividades imperiais do fim do século XIX dividem-se em dois períodos: 
- Período até 1890: ambições coloniais sem tensões entre potências 
- A partir de 1890: concorrência colonial e tensões na Europa. 
 
SUBTÍTULO: A PARTILHA DA ÁFRICA | SCRAMBLE FOR AFRICA (CORRIDA COLONIAL PELA ÁFRICA) 
● Por volta de 1876 só 10% da África era colonizado; Colônia francesa da Argélia e 
Colônia britânica do Cabo; A inserção da África no SI baseava-se em livre comércio 
sem conquista de território.  
● Num ataque de febre colonial os Estados Europeus partilharam a África entre si e a 
posse passou de 10% para 90%. 
● Dinâmica da colonização na África Austral: 
- Ocupação mais sistemática do território pelos colonizadores britânicos que 
empurravam as fronteiras da colonização cada vez mais para o interior 
- Migração dos colonizadores de origem holandesa (bôeres) para o interior do 
subcontinente, a fundação pelos bôeres de várias repúblicas independentes 
(Natal, Transvaal, Estado Livre de Orange) e as sucessivas anexações 
britânicas desses territórios desde 1845. 
- Descoberta de diamantes na Griqualândia em 1867, e das maiores jazidas de 
ouro do mundo em Transvaal em 1885, que modificou radicalmente a história 
da África Austral 
● Fundamento da economia: ouro 
● Guerra sul-africana (1889-1902). GB x BÔERES 
● A reação dos povos africanos foram variadas: usaram de meios diplomáticos contra 
a ameaça imperialista, tentaram manipular a competição das potências, negociaram, 
lutaram… 
● A reação dos europeus dependia igualmente das tensões e conflitos sociais na 
sociedade africana 
● Apesar da supremacia militar europeia, o processo de pacificação colonial demorou 
até o início do século XX. 
 
SUBTÍTULO: O IMPERIALISMO FORMAL E INFORMAL NA ÁSIA 
● Índia: coração do Império Britânico 
● Dominação indireta 
● A estratégia de segurança das fronteiras do império colonial provocou conflitos com 
a França e a Rússia 
● Imperialismo Continental da Rússia 
● França e as conquistas coloniais da Península Indochina (Vietnã, Laos, Camboja) 
● Japão impôs-se contra a China e Rússia, protegendo Coréia. 
● Pós 1853: Rússia e Japão iniciaram a ocupação de regiões periféricas do Império 
Chinês  
● A resistência dos boxers, apesar de sua resistência, mostrou os custos e perigos de 
uma ocupação colonial na China. Porém EUA e GB estavam determinados pela 
política de livre acesso comercial à China.  
● Coréia anexada ao Japão. 
● Japão e as invasões a China, bem como privilégios sobre ela. 
 
SUBTÍTULO: O INÍCIO DO IMPERIALISMO AMERICANO 
● Imperialismo dos Estados Unidos sobre a América Latina; apesar de se 
considerarem antiimperialistas pela luta anticolonial contra a GB. A intervenção em 
Cuba e a guerra hispano-americana (1898) mudaram isso. 
● Apoio americano a revolta cubana contra a opressão colonial espanhola. 
● Os Estados Unidos terminaram com o colonialismo espanhol em Cuba,  que se 
tornou independente; porém, Porto Rico, Filipinas e Guam tornaram-se colônias 
americanas. Cuba foi declarada protetorado americano.  
● Nova política dos EUA por Theodore Roosevelt, menos isolacionista. 
● Imperialismo americano na América Central: Haiti, República Dominicana, Cuba, 
Nicarágua e México.  
● Os EUA intervieram na política interna dos Estados latino americanos sempre que 
seus interesses eram ameaçados.  
● A Doutrina Monroe, concebida para a dependência dos estados americanos, 
tornou-se apenas para os norte-americanos. 
 
 
SUBTÍTULO: O NOVO IMPERIALISMO: UM CONCEITO CONTROVERSO 
 
● Conquista francesa na África Oriental; construção da estrada de ferro Berlim-Bagdá; 
abertura de mercados chineses; concorrência anglo-teuto-americana 
● Teriam esses imperialismos os mesmos motivos e dinâmicas? Em que consistem as 
relações entre imperialismo e colonialismo? O imperialismo do final do século XIX 
seria uma continuação da expansão européia do século XVIII ou um fenômeno 
vinculado ao capitalismo avançado da segunda revolução industrial da Europa? 
● Imperialismo das potências européias, EUA e Japão sobre o sul do planeta, tanto 
direta (territorial / imperialismo formal) quanto indiretamente (imperialismo informal). 
Diferença gradual. 
● A política dos Estados europeus no ultramar entre 1870 e 1914 tinham motivos, 
causas e dinâmicas diversas. Os imperialismos dos diversos Estados podem ser 
explicados individualmente.  
- Europa e EUA sobre a América Latina: razões econômicas  
- Europa e EUA sobre a China: busca de um parceiro comercial 
- Inglaterra sobre a Índia: razões econômicas, mercado e investimentos 
- Europa sobre Oriente próximo/Império Otomano: estratégia em defesa da 
rota marítima para a Índia; razões políticas de equilíbrio 
- Europa sobre a África: motivos econômicos; após, estratégias globais, 
prestígio nacional e manutenção do equilíbrio europeu 
- Portugal sobre a África: nenhuma razão além de ser reflexo compensatório à 
marginalização de Portugal pelas potências européias. 
- Alemanha sobre a África: econômicos (Bismarck via o imperialismo como 
meio para realizar outros objetivos políticos, como o livre comércio). 
 
 
O SURGIMENTO DA BIPOLARIDADE NA EUROPA E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL 
 
● Polarização de potências em dois blocos de poder antagônicos é característica 
dominante das RI depois de 1890. 
● Tríplice Aliança (desde 1882): Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. (razões de ferro, 
fechou-se) 
● Tríplice Entente: França, Rússia e Inglaterra. (razões defensivas) 
● A aliança franco russa reduziu a semi hegemonia da Alemanha e estabeleceu um 
equilíbrio; porém a eliminação da Rússia como grande potência depois da guerra 
russo-japonesa (1904-1905) reduziu o equilíbrio. 
● Em julho de 1914, numa tentativa de superar essa defensiva com um sucesso 
diplomático, levou a Europa a Primeira Guerra Mundial. Pois traços específicos da 
política mundial alemã fizeram-a parecer ameaçadora. 
● As tensões entre os Estados culminaram nas crises ocidentais (crises marroquinas) 
e em três crises no leste da Europa (bósnia, guerras dos balcãs e crise de julho de 
1914). Após a expulsão do Império Otomano, a Sérvia (aliada da Rússia), 
confrontou-se com a Áustria-Hungria (aliada da Alemanha). 
 
SUBTÍTULO: CRISES E ALIANÇAS 
● A saída de Bismarck é interpretada como uma virada decisiva não só da política 
externa alemã mas também das relações internacionais dos Estados Europeus. 
● Caprivi, novo chanceler alemão, preservou a orientação principal da política externa 
de Bismarck, continuando sua política continental de segurança de Bismarck. 
● Período de transição na política externa alemã. 
● A aliança franco russa era uma pacto militar defensivo que previa a ajuda militar 
mútua no caso de um dos parceiros ser atacado pela Alemanha.  
● Plano de Schlieffen: receita de vitória, pensamento militar e decisões políticas para a 
Alemanha em caso de guerra; Atacar a França e depois a Rússia. 
● Caprivi buscava aliança com Grã Bretanha em troca de concessões coloniais e 
aproximação com a Rússia, mas os interesses eram antagônicos. 
● Mão-livre e Weltpolitik: ruptura definitiva com a política continental de segurança do 
Bismarck. O cerne da Weltpolitik era a construção de uma marinha de guerra tal 
qual o poderio inglês para persuadir a Inglaterra, que considerou isto uma ameaça a 
seus interesses, aproximando-se da Rússia e da França e intensificando seu 
rearmamento. 
● A Weltpolitik também provocou o fim da política britânica de distanciamento do 
continente europeu, a chamada splendid isolation, dedicando-se a seu império. A 
mesma Weltpolitik da Alemanha fez com que ela não se entendesse mesmo com a 
Grã Bretanha, mesmo que buscassem acordo. Mesmo a GB estando de forma 
antagonista a França e Rússia.  
● Entendimento da Grã Bretanha e Estados Unidos. 
● Entente cordiale - acordo França e GB (apaziguamento entre conflitos coloniais na 
África do Norte e Indochina.  
● Derrota russa na guerra contra o Japão (1904-1905) e Revolução Russa (1905-1906) 
enfraqueceram o país, transformando o sistema europeu e provocando a tentativa 
alemã de quebrar a entente de FR e GB. 
● Depois de 10 anos de Weltpolitik, o (auto) isolamento da Alemanha estava completo; 
essas consequências catastróficas da política exterior alemã; Não era a 
concorrência econômica entre a GB e a Alemanha que deteriorava sua relação mas 
sim sua política, bem como, seus comportamentos internacionais 
● A weltpolitik era a tentativa de através de sucessos exteriores legitimar um estado 
autoritário, desviando da necessidade de reformas sociais e políticas.  
● Confronto Áustria e Sérvia - recuo da tríplice entente; a rússia se sentiu humilhada e 
acelerou seus esforços armamentistas. 
● Segunda crise marroquina terminou com o recuo da Alemanha. França ocupou a 
capital de Marrocos.  
● Alemanha não tinha condições de fazer guerra e seus parceiros AUST e IT não 
estavam preparados.  
● Conflagrações nacionalistas rondavam a europa; situação internacional piorou; 
● As guerras balcânicas estendiam os conflitos entre as potências, mas Alemanha e 
Rússia não se sentiam preparadas, quase renascendo o concerto europeu, porém 
as guerras balcânicas culminaram na Primeira Guerra Mundial. 
● Julho de 1914 - assassinato de Franz Ferdinand, herdeiro do trono austríaco. 
 
 
SUBTÍTULO: A CRISE DE JULHO DE 1914 E A DEFLAGRAÇÃO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL 
● Morte de Franz, da Áustria, causada por uma organização terrorista sérvia, a Mão 
Negra.  
● Áustria queria avançar sobre a Sérvia mas sabia que a Rússia interviria a favor dela, 
então esperava respostas da Alemanha, que deu a cartada final.  
● Áustria impôs exigências á Sérvia que aceitou todas, com algumas condições. 
● O imperador alemão ia ficar ok mas foi manipulado pelo chanceler Bethmann que 
urgiu a declarar guerra. Portanto a Áustria declarou guerra e começou bombardeiros 
à Sérvia, logo após a Alemanha declarou guerra a Rússia, e consequentemente a 
França. Quando atacou a Bélgica, a Grã Bretanha interveio ao lado da Entente. 
● Aos aliados da Tríplice Entente (RUS, FR, GB) juntaram-se Japão, Itália, Portugal e 
Romênia. Os EUA entraram em 1917. 
As potências da Dupla Aliança (AUST, ALE) foram apoiadas pela Turquia e Bulgária. 
● Guerra de trincheiras; vantagens do lado defensivo;  
● Pacto de Paz de Brest-Litovsk (saída da Rússia por causa da Revolução Russa); 
condições de paz duras para a Rússia; 
● Os aliados alemães desmoronaram e pediram o cessar-fogo em 11 de novembro de 
1918 (pós revolução em Berlim e abdicação do imperador); alemanha aceitou a 
derrota.  
 
SUBTÍTULO: O DEBATE SOBRE AS CAUSAS E A CULPA DA GUERRA 
● Artigo 231 de Paz de Versalhes (1919) culpa e responsabiliza o Império Alemão e 
seus aliados pela deflagração da Primeira Guerra Mundial; pelas perdas humanas e 
materiais, destruição e conflitos; 
● Guerra mundial dos documentos - para refutar a imputação de culpa a Alemanha; 
revisionismo alemão da culpa da guerra; responsabiliza a entente cordiale, sérvia. 
● Anti-revisionistas: Herman Kantorowicz (ALE), Pierre Renouvin (FR) e Barnadotte 
Schimitt (EUA), todos os estados teriam colocado a paz em perigo, mas sem desejar 
a guerra. A tríplice aliança teria uma responsabilidade maior porque a 
Áustria-Hungria iniciou a guerra contra a Sérvia e a Alemanha se dispôs contra a 
Rússia; 
● Culpabilização do sistema internacional inteiro e não apenas Estados individuais, 
bem como suas impossibilidades de limitar conflitos, diplomacias secretas e 
automatismo das reações em cadeia. 
● A controvérsia de Fischer 
 

Você também pode gostar