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TENDÊNCIAS PRINCIPAIS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
● Começo de uma nova época nas relações internacionais, que terminaria entre 1914
e 1918. Com o auto enfraquecimento da Europa na Primeira Guerra mundial.
● 1871: França é derrotada na guerra franco-prussiana; Nasce a Alemanha unificada;
Fim da remodelagem do sistema de Viena; Reestruturação completa do sistema
europeu de Estados através da fundação do Império Alemão (realizada militarmente
em três guerras de unificação e industrialização dramática).
● Esses processos transformaram o antigo vácuo de poder no centro da Europa em
uma superpotência continental, nessa época o Império Alemão influenciou o caráter
das relações internacionais e exerceu um potencial de hegemonia sobre o
continente; depois de 1897 agiu como uma potência não satisfeita.
● União da Inglaterra, França e Rússia contra a Alemanha.
● Triunfo dos nacionalismos na Alemanha e na Itália.
● Depois de 1871 o sistema de Estados não retornou aos objetivos principais do
Concerto Europeu. A ausência de alianças cedeu lugar a inflexível bipolaridade de
dois blocos de poder:
- Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália
- Tríplice Entente: França, Rússia e Grã Bretanha
● “Novo imperialismo”: Apogeu da hegemonia global do sistema europeu. Construção
da rede global de relações econômicas, estratégicas e políticas, dominadas pelos
principais estados da europa. Ocorreu de forma violenta no contexto da partilha da
África, ocupação territorial de parte da Ásia e abertura da China.
● Vontade européia de dominar o mundo.
● EUA como potência industrial pós Guerra civil.
● Japão como outra potência industrial; uniu-se a Grã Bretanha; vitória japonesa sobre
a Rússia.
● Dominação colonial na África e Ásia e sua resistência; Lutas de descolonização na
segunda metade do século XX.
● Não apenas a grandeza populacional tornava um país potente mas também sua
força industrial.
PAÍSES POTÊNCIA APÓS 1871: ALEMANHA, FRANÇA, GB, RÚSSIA, ÁUSTRIA-HUNGRIA
● Grupos envolvidos nas relações internacionais passaram de nobres para partidos
populares, grupos de interesse, organizações civis de massa e imprensa, não de
forma tão democrática quanto parece mas uma tentativa de manipular as massas.
● Nacionalismo do final do século XIX: tentativa de encontrar novas identidades para
os mais diversos grupos sociais. Transformar a participação política em psicose de
massa. Propulsionou a uma industrialização modernizadora.
● Correntes do nacionalismo do período: Nacionalismo de risorgimento, liberal e
libertário, deu lugar a NACIONALISMO integrista, militante, expansionista e
chauvinista.
● Primeira metade do século XIX: nacionalismo associado a autodeterminação
democrática dos povos, luta contra domínio aristocrático.
Fim do século XIX: nacionalismo direitista sem ideais democráticos.
Cada país teve seu nacionalismo assumido de forma diferente. Emergência de
nacionalismos integristas
- EUA: Novo imperialismo
- GB: jingoísmo
- FRANÇA: chauvinismo francês (politicamente periférico por algum tempo
pois não representava qualquer movimento de massa; se popularizaram
depois, com o revanchismo antialemão e imperialismo colonial).
“Suas próprias nações acima de tudo”.
● Pensamento social-darwinista e as relações internacionais: crescimento do poder de
um estado ocorreria a custa da perda de poder de outro.
● Nos Balcãs os nacionalismos produziram tensões entre Estados, conjuntamente aos
chauvinistas sérvio e bósnio e no contexto internacional de um conflito entre a
Rússia e Áustria-Hungria. Isso ocasionou o início da Primeira Guerra Mundial.
● Período de militarização disfarçada de tudo que fosse político (decisões de política
exterior e alianças); Planejamento militar; -> Plano Schlieffen: plano alemão de uma
guerra de duas frentes, que eclodiu a 1 guerra mundial.
● Fim da solidariedade dos gabinetes conservadores para que o sistema fosse
mantido - Indireta ajuda prussiana para a derrota da Comuna de Paris foi o marco
disso.
● Subdivisão das relações internacionais entre:
- 1871/1890: Diplomacia da europa e as relações internacionais foram
dominadas pelas alianças do sistema de Bismarck.
- 1890/1918: Renúncia forçada de Bismarck; ofensivas alemãs na política
externa, tensões crescentes, bipolarização em blocos de poder e resvalo na
Primeira Guerra Mundial.
● Equilíbrio de poder entre GB e Alemanha ou não? Ou apenas hegemonia da
Alemanha? Dizem que Bismarck manteve o status quo mediante sua habilidosa
diplomacia. Benjamin Disraeli afirma que o resultado da guerra entre França e
Alemanha em 1871 teria destruído o equilíbrio de poder e alçado hegemonia da
Alemanha.
● A política exterior da Alemanha pressupunha a vulnerabilidade do país e coalizões
inimigas do que seu poder, potencial militar e econômico - não sabia transformar
seu potencial em prática política consistente. Embora seu potencial econômico e
militar permitisse uma predominância, sua cautelosa política e prática das ri entre
outros países fizeram suas ri parecerem equilibradas.
● Paz Armada ou Guerra fria: Alemanha reivindicando um status político internacional
correspondente ao seu poder econômico e a França quebrando isolamento e
criando aliança com a Rússia - dois blocos em formação.
● 1871/1914: Tempo de paz. Sucesso da diplomacia europeia. 43 anos peculiares. Os
processos diferenciados de industrialização e capitalismo crescente influenciaram a
divisão de poder no sistema mundial. As soluções superficiais das crises
diplomáticas não evitaram os conflitos de 1914.
● O novo imperialismo e a partilha da África fazem parte do contexto da expansão
européia e da ocidentalização do mundo, e apesar da diplomacia bismarckiana, não
foi possível evitar conflitos; apesar de o Concerto Europeu funcionar ainda 1880 na
partilha da África, intervenção da China e conferência londrina dos embaixadores
evitando tensões Rússia e Áustria-Hungria.
● Segunda Guerra Mundial como continuação da Primeira. 1914 a 1945 como uma
Segunda Guerra dos 30 anos.
● Os principais debates acerca desse período:
- Caráter do sistema internacional e das relações internacionais; a existência
de um equilíbrio de poder ou de uma hegemonia após 1871;
- Possíveis explicações da nova expansão imperial européia, depois de 1870
- Causas profundas da Primeira Guerra Mundial (questão central acerca do
período)
● História social x História tradicional das relações internacionais. Palavras chaves:
política interna versus política externa; independência da política exterior e seus
objetivos.
● Para Kehr, Berghan e Wehler as decisões da política externa são efeitos da política
interna.
ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS (1870-1914)
● Economia mundial numa única economia global dominada por relações sociais
capitalistas.
● Mobilidade elevada de fatores de produção (trabalho e capital); alta migração; sem
restrições a exportações de capital; investimentos no exterior por parte de grandes
países (GB, FR, EUA E ALE); aumento do comércio.
● EUA como uma potência econômica até 1900, sua ascensão começa pós Grande
Depressão de 1873 a 1896 com o “sistema norte-americano de acumulação em
escala mundial e a derrocada do sistema britânico”.
● Derrocada da hegemonia britânica no mercado mundial: crescimento da Alemanha e
industrialização da Rússia. GB passou de produtora para investidora no exterior.
● Mercado agrário mundial e integrado.
● Domínio europeu na exportação de produtos industriais e capital de investimento.
● Depois de 20 anos de liberalismo, a competição econômica entre empresas no
mercado mundial articulou-se como competição entre interesses nacionais, isso
causou a volta do protecionismo. Consoante a argumentação de Lenin, a
instrumentalização do poder político para consolidação de interesses econômicos
conduz a antagonismos entre Estados, esses que redundaram na Primeira Guerra
Mundial.
● Apenas a partir de 1911 que o capital foi “renacionalizado”, isto é, acoplar as
orientações econômicas exteriores com a política de segurança nacional.
● Estados europeus introduzem impostos sobre a importação de produtos agrários e
industriais, exceto a GB.
● Impostos protecionistas: impactos na política interna
● Competição comercial culminou guerras alfandegárias e comerciais
● Boom econômico entre 1896 e 1913
EUROPA CONTINENTAL SOB A DIPLOMACIA DE BISMARCK: CRISES DIPLOMÁTICAS E
ALIANÇAS (1871-1890)
● As relações internacionais dos estados europeus nesse período foram marcadas
pelas concepções políticas de segurança do chanceler alemão Otto Von Bismarck.
Seu objetivo era garantir a integridade do recém criado Império Alemão; Desejava
mostrar a seus vizinhos o desinteresse pelo ganho de poder para evitar coligações
contra Alemanha.
● Estratégia de Bismarck: isolar a França diplomaticamente e o impedimento de
alianças desta com outros Estados, especialmente a Rússia. Fez isso através de
tratados com os potenciais possíveis aliados da FR (RUS, AUST-HUNG, IT).
● Seu instrumento diplomático favorito era alianças formais e duradouras.
- Dupla Aliança com AUST-HUNG;
● Política externa Alemã: interesses alemães de segurança; razões políticas externa e
interna; afinidade com estados conservadores monárquicos da Europa; de outro
lado; liberalização da política interna, colaboração com a GB; Império afastando-se
da política internacional.
● Os acordos diplomáticos de Bismarck conhecidos como SISTEMAS DE BISMARCK
dividem-se em três períodos:
1. Tratado de Três Imperadores (1872-1873): Alemanha, Áustria-Hungria e
Rússia - acordo entre estados conservadores da Europa.
2. Passagem da Dupla Aliança (Austro-Germânica, 1879), adicionando a Itália -
Tríplice Aliança; era uma reação a escalada do conflito entre Rússia e
AUST-HUNG;
3. Fim do Tratado dos Três Imperadores por causa do conflito AUST HUNG e
Rússia; Bismarck reformou seu sistema de alianças e fez a Tríplice aliança
(ALE, AUST-HUNG e IT); dois Acordos do Mediterrâneo (ING, IT,
AUST-HUNG) contra avanços russos e franceses; Tratado de Resseguro
(ALE E RUS);
● As tensões entre os Estados decorriam da relação distorcida entre Alemanha e
França e conflitos de interesse entre russos, ingleses e austríacos. No plano mundial
os desacertos coloniais entre a França, Rússia e Inglaterra determinavam as áreas
de atrito.
● Relação negativa da França com Alemanha era a anexação da Alsácia-Lorena pela
Alemanha.
● A Alemanha liberou-se da influência da Rússia e começou a exercer poder
econômico sobre eles, assim piorando a relação teuto-russa uma vez que a
Alemanha tinha uma aliança com a inimiga da Rússia, a Áustria-Hungria.
● Tensões nos Balcãs por causa da decadência do Império Otomano; colaboração de
potências expansionistas regionais (Bulgária, Sérvia) e grandes potências
(AUST-HUNG, RUSS) para preencher vácuo de poder; Conflitos de poder
anglo-russa na região
● Na crise do Oriente (1875-1878) modificou a situação; AUST-HUNG abandonou a
política favorável a Integração do Império Otomano e engajou-se numa disputa com
a Rússia nos Balcãs que durou até a Primeira Guerra Mundial.
● O sistema de alianças de Bismarck formou-se em reação às três crises diplomáticas
nessas conflituosas regiões da política européia:
- A crise da “guerra a vista” de 1875 (entre FR e ALE): provocada pela
ameaça velada de uma guerra preventiva contra a França, embutida em um
artigo de jornal, razão: recuperação e rearmamento rápido da FR depois de
ter perdido pra ALE.
- A grande crise do Oriente de 1875-1878 (RUSS, SERV x TURCOS): revolta
camponesa contra opressão fiscal dos turcos. Guerra russo-turca (pressão
pan eslava)
- A crise da Bulgária e de Boulanger de 1885-1887
● “Era Bismarck” na política europeia após o Congresso de Berlim: o congresso foi
um sucesso mas só superficialmente. A longo prazo, ele criou para as relações
internacionais na Europa mais problemas do que soluções.
● Bulgária dividida, Montenegro, Sérvia e Romênia sob independência da Turquia;
Esses países passaram a agir contra a Áustria-Hungria.
● Posição da Alemanha na questão balcânica: atitude de mediação. Russos se
sentiram traídos, mas em 1881 aceitaram concluir aliança com Alemanha e
Áustria-Hungria para evitar isolamento diplomático. Tornou-se o Tratado dos Três
Imperadores que mais tarde adicionou a Rússia e virou a Tríplice Aliança.
● Sistema de aliança em dupla crise (crise Boulanger e crise da Bulgária).
- Na França o general Boulanger, com tendências nacionalistas contra a
Alemanha.
- Na crise da Bulgária, aumentou a rivalidade Áustria Hungria x Rússia, abrindo
possibilidade da aproximação Rússia e França.
● O sistema bismarckiano como complicado e contraditório: dupla aliança favorável a
Áustria-Hungria e ao Tratado de Resseguro, à Rússia.
● As medidas políticas de Bismarck, proteção aduaneira e interdito de Lombard,
equivaleram a uma declaração de guerra econômica; reconduzindo as relações da
Rússia para a França. Essas seriam as raízes da aliança franco-russa, as políticas
financeiras de bismarck.
● Resumindo, há uma interpretação positiva da política pacifista de Bismarck, com a
atenuação da hegemonia alemã, preservação da paz na Europa Central, mas isso
não resolveu os problemas estruturais da Europa (Alemanha x França e Áustria x
Rússia), os conflitos que culminaram na Primeira Guerra Mundial. Suas diplomacias
secretas, elitistas e retrógradas introduziram um novo grau de cinismo, falsidade e
complicações nas relações internacionais.
A REALIZAÇÃO PLENA DA HEGEMONIA EUROPEIA NO MUNDO: O NOVO IMPERIALISMO
● 1871 a 1914: retomada das conquistas coloniais por parte das grandes potências
européias (exceto a Áustria-Hungria).
● Potências coloniais de expressão: Inglaterra e Rússia
● Potências coloniais de menor porte: França, Países-Baixos, Espanha e Portugal; Por
volta de 1900: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Japão e EUA.
● “Novo imperialismo” para diferenciar da expansão colonial da Europa que ocorreu
durante o mercantilismo.
● As atividades imperiais do fim do século XIX dividem-se em dois períodos:
- Período até 1890: ambições coloniais sem tensões entre potências
- A partir de 1890: concorrência colonial e tensões na Europa.
SUBTÍTULO: A PARTILHA DA ÁFRICA | SCRAMBLE FOR AFRICA (CORRIDA COLONIAL PELA ÁFRICA)
● Por volta de 1876 só 10% da África era colonizado; Colônia francesa da Argélia e
Colônia britânica do Cabo; A inserção da África no SI baseava-se em livre comércio
sem conquista de território.
● Num ataque de febre colonial os Estados Europeus partilharam a África entre si e a
posse passou de 10% para 90%.
● Dinâmica da colonização na África Austral:
- Ocupação mais sistemática do território pelos colonizadores britânicos que
empurravam as fronteiras da colonização cada vez mais para o interior
- Migração dos colonizadores de origem holandesa (bôeres) para o interior do
subcontinente, a fundação pelos bôeres de várias repúblicas independentes
(Natal, Transvaal, Estado Livre de Orange) e as sucessivas anexações
britânicas desses territórios desde 1845.
- Descoberta de diamantes na Griqualândia em 1867, e das maiores jazidas de
ouro do mundo em Transvaal em 1885, que modificou radicalmente a história
da África Austral
● Fundamento da economia: ouro
● Guerra sul-africana (1889-1902). GB x BÔERES
● A reação dos povos africanos foram variadas: usaram de meios diplomáticos contra
a ameaça imperialista, tentaram manipular a competição das potências, negociaram,
lutaram…
● A reação dos europeus dependia igualmente das tensões e conflitos sociais na
sociedade africana
● Apesar da supremacia militar europeia, o processo de pacificação colonial demorou
até o início do século XX.
SUBTÍTULO: O IMPERIALISMO FORMAL E INFORMAL NA ÁSIA
● Índia: coração do Império Britânico
● Dominação indireta
● A estratégia de segurança das fronteiras do império colonial provocou conflitos com
a França e a Rússia
● Imperialismo Continental da Rússia
● França e as conquistas coloniais da Península Indochina (Vietnã, Laos, Camboja)
● Japão impôs-se contra a China e Rússia, protegendo Coréia.
● Pós 1853: Rússia e Japão iniciaram a ocupação de regiões periféricas do Império
Chinês
● A resistência dos boxers, apesar de sua resistência, mostrou os custos e perigos de
uma ocupação colonial na China. Porém EUA e GB estavam determinados pela
política de livre acesso comercial à China.
● Coréia anexada ao Japão.
● Japão e as invasões a China, bem como privilégios sobre ela.
SUBTÍTULO: O INÍCIO DO IMPERIALISMO AMERICANO
● Imperialismo dos Estados Unidos sobre a América Latina; apesar de se
considerarem antiimperialistas pela luta anticolonial contra a GB. A intervenção em
Cuba e a guerra hispano-americana (1898) mudaram isso.
● Apoio americano a revolta cubana contra a opressão colonial espanhola.
● Os Estados Unidos terminaram com o colonialismo espanhol em Cuba, que se
tornou independente; porém, Porto Rico, Filipinas e Guam tornaram-se colônias
americanas. Cuba foi declarada protetorado americano.
● Nova política dos EUA por Theodore Roosevelt, menos isolacionista.
● Imperialismo americano na América Central: Haiti, República Dominicana, Cuba,
Nicarágua e México.
● Os EUA intervieram na política interna dos Estados latino americanos sempre que
seus interesses eram ameaçados.
● A Doutrina Monroe, concebida para a dependência dos estados americanos,
tornou-se apenas para os norte-americanos.
SUBTÍTULO: O NOVO IMPERIALISMO: UM CONCEITO CONTROVERSO
● Conquista francesa na África Oriental; construção da estrada de ferro Berlim-Bagdá;
abertura de mercados chineses; concorrência anglo-teuto-americana
● Teriam esses imperialismos os mesmos motivos e dinâmicas? Em que consistem as
relações entre imperialismo e colonialismo? O imperialismo do final do século XIX
seria uma continuação da expansão européia do século XVIII ou um fenômeno
vinculado ao capitalismo avançado da segunda revolução industrial da Europa?
● Imperialismo das potências européias, EUA e Japão sobre o sul do planeta, tanto
direta (territorial / imperialismo formal) quanto indiretamente (imperialismo informal).
Diferença gradual.
● A política dos Estados europeus no ultramar entre 1870 e 1914 tinham motivos,
causas e dinâmicas diversas. Os imperialismos dos diversos Estados podem ser
explicados individualmente.
- Europa e EUA sobre a América Latina: razões econômicas
- Europa e EUA sobre a China: busca de um parceiro comercial
- Inglaterra sobre a Índia: razões econômicas, mercado e investimentos
- Europa sobre Oriente próximo/Império Otomano: estratégia em defesa da
rota marítima para a Índia; razões políticas de equilíbrio
- Europa sobre a África: motivos econômicos; após, estratégias globais,
prestígio nacional e manutenção do equilíbrio europeu
- Portugal sobre a África: nenhuma razão além de ser reflexo compensatório à
marginalização de Portugal pelas potências européias.
- Alemanha sobre a África: econômicos (Bismarck via o imperialismo como
meio para realizar outros objetivos políticos, como o livre comércio).
O SURGIMENTO DA BIPOLARIDADE NA EUROPA E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
● Polarização de potências em dois blocos de poder antagônicos é característica
dominante das RI depois de 1890.
● Tríplice Aliança (desde 1882): Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. (razões de ferro,
fechou-se)
● Tríplice Entente: França, Rússia e Inglaterra. (razões defensivas)
● A aliança franco russa reduziu a semi hegemonia da Alemanha e estabeleceu um
equilíbrio; porém a eliminação da Rússia como grande potência depois da guerra
russo-japonesa (1904-1905) reduziu o equilíbrio.
● Em julho de 1914, numa tentativa de superar essa defensiva com um sucesso
diplomático, levou a Europa a Primeira Guerra Mundial. Pois traços específicos da
política mundial alemã fizeram-a parecer ameaçadora.
● As tensões entre os Estados culminaram nas crises ocidentais (crises marroquinas)
e em três crises no leste da Europa (bósnia, guerras dos balcãs e crise de julho de
1914). Após a expulsão do Império Otomano, a Sérvia (aliada da Rússia),
confrontou-se com a Áustria-Hungria (aliada da Alemanha).
SUBTÍTULO: CRISES E ALIANÇAS
● A saída de Bismarck é interpretada como uma virada decisiva não só da política
externa alemã mas também das relações internacionais dos Estados Europeus.
● Caprivi, novo chanceler alemão, preservou a orientação principal da política externa
de Bismarck, continuando sua política continental de segurança de Bismarck.
● Período de transição na política externa alemã.
● A aliança franco russa era uma pacto militar defensivo que previa a ajuda militar
mútua no caso de um dos parceiros ser atacado pela Alemanha.
● Plano de Schlieffen: receita de vitória, pensamento militar e decisões políticas para a
Alemanha em caso de guerra; Atacar a França e depois a Rússia.
● Caprivi buscava aliança com Grã Bretanha em troca de concessões coloniais e
aproximação com a Rússia, mas os interesses eram antagônicos.
● Mão-livre e Weltpolitik: ruptura definitiva com a política continental de segurança do
Bismarck. O cerne da Weltpolitik era a construção de uma marinha de guerra tal
qual o poderio inglês para persuadir a Inglaterra, que considerou isto uma ameaça a
seus interesses, aproximando-se da Rússia e da França e intensificando seu
rearmamento.
● A Weltpolitik também provocou o fim da política britânica de distanciamento do
continente europeu, a chamada splendid isolation, dedicando-se a seu império. A
mesma Weltpolitik da Alemanha fez com que ela não se entendesse mesmo com a
Grã Bretanha, mesmo que buscassem acordo. Mesmo a GB estando de forma
antagonista a França e Rússia.
● Entendimento da Grã Bretanha e Estados Unidos.
● Entente cordiale - acordo França e GB (apaziguamento entre conflitos coloniais na
África do Norte e Indochina.
● Derrota russa na guerra contra o Japão (1904-1905) e Revolução Russa (1905-1906)
enfraqueceram o país, transformando o sistema europeu e provocando a tentativa
alemã de quebrar a entente de FR e GB.
● Depois de 10 anos de Weltpolitik, o (auto) isolamento da Alemanha estava completo;
essas consequências catastróficas da política exterior alemã; Não era a
concorrência econômica entre a GB e a Alemanha que deteriorava sua relação mas
sim sua política, bem como, seus comportamentos internacionais
● A weltpolitik era a tentativa de através de sucessos exteriores legitimar um estado
autoritário, desviando da necessidade de reformas sociais e políticas.
● Confronto Áustria e Sérvia - recuo da tríplice entente; a rússia se sentiu humilhada e
acelerou seus esforços armamentistas.
● Segunda crise marroquina terminou com o recuo da Alemanha. França ocupou a
capital de Marrocos.
● Alemanha não tinha condições de fazer guerra e seus parceiros AUST e IT não
estavam preparados.
● Conflagrações nacionalistas rondavam a europa; situação internacional piorou;
● As guerras balcânicas estendiam os conflitos entre as potências, mas Alemanha e
Rússia não se sentiam preparadas, quase renascendo o concerto europeu, porém
as guerras balcânicas culminaram na Primeira Guerra Mundial.
● Julho de 1914 - assassinato de Franz Ferdinand, herdeiro do trono austríaco.
SUBTÍTULO: A CRISE DE JULHO DE 1914 E A DEFLAGRAÇÃO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
● Morte de Franz, da Áustria, causada por uma organização terrorista sérvia, a Mão
Negra.
● Áustria queria avançar sobre a Sérvia mas sabia que a Rússia interviria a favor dela,
então esperava respostas da Alemanha, que deu a cartada final.
● Áustria impôs exigências á Sérvia que aceitou todas, com algumas condições.
● O imperador alemão ia ficar ok mas foi manipulado pelo chanceler Bethmann que
urgiu a declarar guerra. Portanto a Áustria declarou guerra e começou bombardeiros
à Sérvia, logo após a Alemanha declarou guerra a Rússia, e consequentemente a
França. Quando atacou a Bélgica, a Grã Bretanha interveio ao lado da Entente.
● Aos aliados da Tríplice Entente (RUS, FR, GB) juntaram-se Japão, Itália, Portugal e
Romênia. Os EUA entraram em 1917.
As potências da Dupla Aliança (AUST, ALE) foram apoiadas pela Turquia e Bulgária.
● Guerra de trincheiras; vantagens do lado defensivo;
● Pacto de Paz de Brest-Litovsk (saída da Rússia por causa da Revolução Russa);
condições de paz duras para a Rússia;
● Os aliados alemães desmoronaram e pediram o cessar-fogo em 11 de novembro de
1918 (pós revolução em Berlim e abdicação do imperador); alemanha aceitou a
derrota.
SUBTÍTULO: O DEBATE SOBRE AS CAUSAS E A CULPA DA GUERRA
● Artigo 231 de Paz de Versalhes (1919) culpa e responsabiliza o Império Alemão e
seus aliados pela deflagração da Primeira Guerra Mundial; pelas perdas humanas e
materiais, destruição e conflitos;
● Guerra mundial dos documentos - para refutar a imputação de culpa a Alemanha;
revisionismo alemão da culpa da guerra; responsabiliza a entente cordiale, sérvia.
● Anti-revisionistas: Herman Kantorowicz (ALE), Pierre Renouvin (FR) e Barnadotte
Schimitt (EUA), todos os estados teriam colocado a paz em perigo, mas sem desejar
a guerra. A tríplice aliança teria uma responsabilidade maior porque a
Áustria-Hungria iniciou a guerra contra a Sérvia e a Alemanha se dispôs contra a
Rússia;
● Culpabilização do sistema internacional inteiro e não apenas Estados individuais,
bem como suas impossibilidades de limitar conflitos, diplomacias secretas e
automatismo das reações em cadeia.
● A controvérsia de Fischer