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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LARISSE RODRIGUES PAVAN

ESTUDO DIRIGIDO – ELETRICIDADE APLICADA

INTRODUÇÃO AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE LUZ E FORÇA EM BAIXA


TENSÃO

Três Lagoas / MS

2021

1. Geração de Energia
Ao iniciar qualquer estudo que envolva a eletricidade sendo aplicada ou
não, é de fundamental interesse se conhecer os processos de geração, transmissão
e distribuição de energia.
Para que utilizemos a energia gerada em uma usina hidrelétrica é
necessário que ela passe por diferentes etapas para que chegue nas condições
certas de uso nas instalações elétricas de baixa tensão, essas condições foram
estabelecidas pela norma NBR 5410:2004 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas, em que determina que a tensão limite é de 1000 V para a corrente
alternada com frequência inferior a 400 Hz, e de 1500 V para a corrente contínua.
De acordo com dados governamentais, o Brasil apresenta atualmente
83% da sua matriz energética provinda de energias renováveis, sendo 63,8% desta
quantia devido a geração de energia elétrica por usinas hidrelétricas, 9,3% por
estações eólicas, 8,9% a biomassa e biogás e 1,4% provinda de energia solar. De
acordo com esses dados, a geração de energia por hidrelétricas corresponde a mais
da metade da energia elétrica gerada no país, isso devido aos recursos hídricos que
o país apresenta.

Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA) de 1990 a


2018, essa perspectiva é bem diferente da geração de energia elétrica em outros
países, visto que grande parte destes países tem como base energias não
renováveis como o carvão, gás natural e petróleo, o uso de energias não renováveis
gera custos maiores e a emissão de gases de efeito estufa.

A geração de energia nas usinas hidroelétricas se dá basicamente pela


conversão da energia mecânica em energia elétrica. Essa transformação de uma
energia em outra acontece, pois, a turbina, formada por uma série de pás ligadas ao
gerador, começa a girar gerando a variação no fluxo magnético através de uma
bobina que gera uma corrente elétrica induzida alternada, que varia de acordo com a
variação desse fluxo.

Existem formas diferentes de classificar as usinas hidrelétricas e


diferentes quesitos que devem ser levados em conta para a sua construção. Uma
delas é pelo tipo de reservatório, nesse caso pode ser por queda d’água ou por “fio
d’água”, o primeiro é necessário ter desníveis do relevo, sejam eles naturais ou
artificiais, neste casos, existem as barragens que tem por objetivo interromper o

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curso normal do rio e permitir a formação do reservatório de água, a fim de permitir a
formação do desnível necessário para a configuração da energia hidráulica, a
captação da água em volume adequado e a regularização da vazão dos rios em
períodos de chuva ou estiagem, nesse tipo de usina a energia potencial gravitacional
se transforma em energia cinética fazendo girar as turbinas e por resultado final
gerando energia elétrica por meio do gerador. O segundo tipo de usina “a fio d’água”
são feitas próximas à superfície e não formam reservatórios, elas utilizam turbinas
que aproveitam a velocidade do rio para gerar energia, convertendo a energia
cinética em energia elétrica.

Vale destacar que o tamanho dos geradores instalados dependerá da


quantidade de energia a ser gerada, a tensão comercial gerada e fornecida na saída
dos geradores é trifásica de 6,9 kV, 13 kV ou 18 kV com valores elevados de
corrente elétrica e potência. A potência (P) pode ser conhecida por meio da equação
que relaciona a tensão (U) com a corrente elétrica (I), dada pela equação 1, sendo
sua unidade de medida chamada de Watt, em homenagem ao matemático e
engenheiro britânico James Watt.

P=U . I

1. Transmissão de energia

Após a geração de energia, a energia elétrica precisa chegar ao seu


consumidor, dessa forma é necessário que ela passe por processos de
transformação que modifiquem a tensão, a fim de diminuir as perdas durante o
processo de transmissão.

Para que se atinja este objetivo é necessário que após a sua geração a
energia elétrica seja transmitida para subestações elevadoras e, assim, para a linha
de transmissão.

As subestações elevadoras realizam adequações nas tensões de


geração para as tensões de transmissão, por meio de transformadores elevadores
que recebem dos geradores tensões de 6,9 kV, 13,8 kV ou 18 kV e elevam-nas a
níveis de tensão de transmissão de 69 kV, 138 kV, 230 kV, 400 kV, 500 kV e 750 kV
dependendo da potência transmitida, para isso as subestações elevadoras são
construídas próximas das estações geradoras. Essa mudança na tensão é

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necessária, pois a corrente elétrica produzida nos gerados são muito altas, assim é
necessário diminuir a corrente, para isso eleva-se então a tensão para que se possa
fazer a transmissão.

As linhas de transmissão, por sua vez, são por onde a energia gerada
será transportada, podendo operar nos níveis de tensão já mencionadas. As linhas
de transmissão são constituídas por cabos revestidos de material isolante fixados
em torres de transmissão, estes cabos são sustentados por materiais isolantes de
vidro ou porcelana no qual impedem que ocorra descargas elétricas durante o
trajeto.

2. Distribuição de energia
Por fim, a fase final do sistema elétrico é a distribuição. Nesta etapa, a
energia elétrica será adequada para que fique nas normas para o consumidor final.
A distribuição inicia-se nas subestações abaixadoras, onde a tensão das linhas de
transmissão é reduzida aos valores da tensão padronizada nas redes de distribuição
primária para 13,8 kV e 34,5 kV, essas tensões irão prosseguir até subestações de
distribuição.

Nas subestações de distribuição a energia é distribuída para a área


urbana em tensão de 13,8 kV, ao chegar na área urbana de trechos em trechos são
instalados transformadores em postes, câmeras subterrâneas ou em subestações
consumidoras de médio porte, que reduzem a tensão e são conduzidas pelas linhas
de distribuição secundárias de baixa tensão em 127 V e 220 V, que são as tensões
padrões para a utilização residencial e industrial, deve-se salientar que parte da rede
é direcionada a área rural em que a tensão é de 19,9 kV.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CREDER, H. Instalações Elétricas. 16ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 2016.

CAVALIN, G., CERVELIN, S. Instalações Elétricas Prediais. 14ª ed. São Paulo:
Érica, 2006.

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