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CADERNO CULTURAL
Coaraci-Bahia, Dezembro de 2010
Volume 1, edição 1
Interesses especiais:
HISTÓRIAS
SAÚDE
REALIDADE
Terra do Sol
GENTE
OPINIÃO CRÍTICA
CULTURA E ARTES
LAZER E ESPORTES
EDUCAÇÃO
FATOS
ESPAÇO COMERCIAL
Nesta edição: Pg
Evolução do
Impresso em Coaraci 2
Hospital de Coaraci 2
CAPS
Atendimento
humanizado 3
EDITORIAL
A crise do cacau ! 4
PRIMEIRO CADERNO CULTURAL DE COARACI
Lixo e 5
Sustentabilidade Finalmente, após um tempo necessário de maturação, estamos
Energia e 5 apresentando aos leitores o primeiro número do nosso Caderno Cultural,
Ambiente cuja publicação, de agora em diante, será mensal.
Rio Almada Este trabalho reflete a preocupação de todos os envolvidos em
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oferecer à nossa população um espaço aberto propositivo e, sobretudo,
Cinema :
Imagem em democrático, onde as mais variadas manifestações da nossa gente possa
movimento 7
aqui encontrar abrigo.
Bonsai, arte milenar 7 É, também, uma prova de que devemos sempre acreditar nos
Maria Anita e o 8 nossos sonhos e projetos e de que as boas idéias, quando devidamente
Vasco e
Joaquinzinho compartilhadas, sempre produzirão os frutos necessários para uma
Evolução de melhor existência de nossas vidas. Neste sentido , esperamos poder
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Educação Física contribuir afirmativamente nos caminhos que sejam importantes para
9 uma solidaria convivência da nossa comunidade.
FestCoaS 2010
Portanto, queremos, com bastante alegria, festejar este momento
Educação 10 e agradecer profundamente a todos aqueles que acreditaram, apoiaram,
“Adultização e 11 incentivaram este empreendimento , sobretudo , aos colaboradores e
confundida com
Evolução” patrocinadores, sem os quais não teria sido possível esta realização.
Comercial 12 Autor: Luiz Cunha
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CONSELHO EDITORIAL
FATO HISTÓRICO Página 2
Luiz Cunha
Sociólogo A história e evolução do impresso em Coaraci
Professor
Universitário O jornalismo impresso em Coaraci, como em outras cidades da região
cacaueira, passou, e ainda passa, por diversos tipos de discriminações e pressões
externas. Dados precisos em relação ao impresso na povoação não são facilmente
encontrados, mas, informações com fundadores e colaboradores faz a história do
Gildásio Brandão impresso na cidade.
Veterinário Fazendo uma cronologia, o primeiro jornal segundo Enock Dias em seu
ADAB—Coaraci livro Coaraci: o ùltimo sopro, foi o jornal Era Nova que surgiu por volta de 1954 a
1955. Pessoas como Italício Ramos e José Sobrinho tiveram uma parcela
significativa dessa manifestação cultural na comunidade. Na lembrança dos
residentes da cidade e fundadores dos posteriores periódicos, o próximo jornal foi
O arauto, mas não se tem qualquer registro deste, a única coisa sabida é que o
Lucilene Soares mesmo foi fundado entre o final da década de 1960 a 1970.
Graduanda em A Centelha, 3º jornal coaraciense foi criada na década de 1980. O Jornal
Jornalismo foi pensado por um grupo de amigos, militantes de movimentos de esquerda em
Salvador. O periódico a princípio surgia como um instrumento cuja finalidade
era preencher um espaço vazio onde não tivesse um órgão de imprensa
independente, livre, e que mostrasse a situação real do que estava acontecendo
Paulo SN Santana na cidade, e até na região, que pudesse ajudar na transformação da sociedade
Prof.Educação local. A Centelha teve apenas cinco edições lançadas sem sucesso posterior por
dificuldade de apoio financeiro já que a mesma fazia parte de um partido oposto ao
Física. governo da época que era o do prefeito da cidade Antônio Lima de Oliveira.
Coordenador SMED Em seguida, no início da década de 1994, surge o Jornal Vivo
pertencente a José Roberto Marfuz, o mesmo possuía peridiocidade mensal e
DIAGRAMAÇÃO sobreviveu durante dois anos. O propósito do jornal, segundo uns de seus
Paulo Sergio Novaes Santana colaboradores, Carlos Maia, era ser um meio de comunicação independente para
REVISÃO DE TEXTO divulgar os assuntos da população coaraciense e por falta de apoio financeiro o
jornal não seguiu a diante.
Lucilene Soares
Em 1996 surge A Folha do Almada, que pertencia Carlos Maia, antigo
EDIÇÃO DE IMAGENS colaborador do Jornal Vivo surgiu também na época da gestão do prefeito Joaquim
Paulo Sergio Novaes Santana Miguel Gally Galvão (Gima) e durou até o final do governo.
Houve também jornais realizados pela área da educação, o primeiro
COLABORADORES DESTE NÚMERO: deles foi no ano de 1997, a Folha Estudantil e pertencia ao Colégio Municipal de
Lucilene Soares Coaraci (CMC). O diretor de imprensa, na época LEITE, lembra que o jornal muitas
Marcelo Silva vezes era manuscrito em matriz para que as cópias fossem feitas através do
mimeógrafo para então ser distribuídas.
Edelbrando Pires
O Jornal Colegial foi fundado no ano de 1998 e durou até 2000, os
Carlos Bastos alunos do Colégio Educandário Pestalozzi (CEP) eram os responsáveis pelo
Glauco Bastos periódico, liderados pelo presidente do grêmio estudantil, Rodrigo Leite o também
Roney Moreira responsável pela Folha Estudantil do CMC. Com o amadurecimento do periódico e
Luiz Cunha a candidatura do professor de matemática do CEP, Elivaldo Henrique dos Santos
Paulo SN Santana Reis, os alunos resolveram utilizar o seu meio para apoiar a campanha do seu
mestre.
Joana Cunha
Em março do ano 2000 mais um jornal aparece na cidade, o Tribuna
Lin Kan Regional pertencente a Evandro Lima Alves, com tiragem de 3.000 exemplares e
Gildásio Brandão circulava por toda região cacaueira. As principais dificuldades foram decorrentes
Lilian Cavalcante da falta de apoio do executivo na cidade, Evandro foi obrigado a abandonar o
Barbara Oliveira projeto.
Ercio Araújo Em 2001 com vitória da eleição para prefeito por Elivaldo, surge a Folha
Maria Angélica Cerqueira da Cruz da cidade, fundado por Rodrigo Leite. Mesmo sendo apoiado pela prefeitura o
periódico passou por dificuldades e deixou de ser veiculado de maio de 2003 até
agosto de 2006.
NOSSO ENDEREÇO: No retorno, a Folha da cidade voltou à ativa com a mesma identificação
informativocultural162@gmail.com comercial, mas com outro nome, Folha Mix, nesse momento, o jornal ainda passava
(73) 3241—1268 por crises, mas desta vez não possuía mais nenhum financiamento da prefeitura.
Cidade de Coaraci A Folha Mix recentemente mudou novamente de nome, agora, foi para fazer uma
Estado da Bahia analogia ao site do grupo, o Portal Mix, agora A Folha recebeu o nome Folha do
Portal Mix.
Há ainda uma perseguição em relação à imprensa em Coaraci, não
respeitam ou não aceitam a política de liberdade na cidade. As notícias que
OS ARQUIVOS possam prejudicar alguém ou alguma instituição são altamente criticadas pelos
“coronéis” da comunidade.
PUBLICADOS NÃO E agora, com o intuito de proporcionar a cidade uma nova
REFLETEM oportunidade, surge o Caderno Cultural de Coaraci, um jornal com o conteúdo de
NECESSARIAMENTE A caráter cultural que trará para nossa comunidade informações sobre as
OPINIÃO DO CADERNO manifestações culturais refletidas na realidade coaraciense.
CULTURAL
Lucilene Soares de Souza, graduanda de Comunicação Social com
Habilitação em Jornalismo pela UNIME—ITABUNA.
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SAÚDE
“ HOSPITAL DE NOSSA COARACI”
Com tristeza recebí a notícia que o Hospital da nossa Coaraci foi a leilão.
Reflexo e consequencia, sem dúvida, da crise que assola a nossa região e em
particular à nossa cidade. É a falência, infelizmente, da região cacaueira; e
falta de VERDADEIROS líderes políticos na região, o que sempre ocorreu,
infelizmente. Também não deixa de ser o preço alto que pagamos pela
monocultura do cacau, e a falta de incentivos do Governo Federal e Estadual
para outras atividades na agricultura, no agronegócio, pequenas e
médias industrias, mesmo as de fundo de quintal. Tudo isso por falta de
uma atitude mais forte e determinada dos políticos (ou politiqueiros?)
da nossa cidade. Não estou acompanhando a administração de
Josefina, (minha colega de primário na escola da saudosa professora Nair
Gomes e depois no Ginásio de Coaraci) pois estou em Teixeira de Freitas e
pouco tempo me sobra para ir à Coaraci, não somente pela distância -
aliás esta não considero - mas pelos afazeres da profissão.
Contudo, conhecendo a têmpera da nossa Prefeita, o perfil dos seus antepassados, aposto que fará (ou já está fazendo)
uma administração grandiosa, voltada sobre tudo para o bem estar daqueles menos favorecidos (creio ser a maioria
absoluta, infelizmente). Dentro das minhas limitações, coloco-me a disposição da alcaide para ajudá-la a resolver não
somente este problema do hospital, mas tanto outros. Ressalto que agora temos um filho da TERRA Deputado Estadual,
Cel. Gilberto Santana Filho, e sou testemunha do quanto ele ama Coaraci. Bom lembrar também que no Poder Judiciário
da Bahia contamos com a prestimosa Desembargadora Socorro Santiago. Na Justiça Federal o mestre Palo Pimenta (filho
do Mestre maior Dr. Fernando Pimenta. Na área de médicos Mitermayer, Antonio Carlos Moreira Lemos, Catulo, Valquiria
e tantos outros de igual importancia, como Antonio Carlos Nascimento, Mário Tavares, Luiz Carlos Moreira Lemos, Eli
Gomes, José Quito de Souza, Walter "Surubim", Manoel Humberto Moreira, e o próprio José Sérgio Gabrille, Preesidente
da Petrobrás, que é filho de Coaraci, e tantos, tantos outros que me fogem´`a memória nesta
instante. Por conseguinte, sugiro à nossa Prefeita que entre em contato com estes filhos de Coaraci e juntos, com
outras personalidades, inclusive a sociedade civil organizada de Coaraci, a Câmara de Vereadores, para,
JUNTOS, solucionarmos o problema. Lembro-me, que ainda no colégio primário em Dona Nair, um certo dia fomos assitir
ao lançamento da pedra fundamental para a construção do hospital, sim, este que está moribundo, e também
participaram alunos da escola da saudosa professora Efandil e também da professora Aline Reis; era um dia com chuva
fina; o acesso era mato e barro vermelho; subida íngrime e escorregadia, mas todos orgulhosos daquele momento, e nós,
estudantes primários talvez não soubéssemos vislumbrar, ainda, a importancia de tão grandiosa obra. Recordo-me, como
se estivesse neste instante voltando ao passado, e estou, com lágrimas nos olhos quando digito ou escrevo este
depoimento, que lá estavam, na linha de frente, homens com a visão futurista como Gilberto Lyrio, Temístocles, Joaquim
Barreto, meu avô Joaquim Moreira, Pastor Gessé, o grande Antonio Ribeiro Santiago, Vanderlino Clodoaldo de Almeida,
Walmiro de Jesus, Dr. Silvio Brito e muitos outros que a memória neste momento falha, e naquele dia, diante daquele
evento foi cantado o Hino
Nacional e logo em seguida, por iniciativa do formidável Santiago foi aberta uma Bandeira do Brasil e alí mesmo começu-
se a recolher dinheiro, numa forma simbólica mais de grande imaginação, para iniciar a construção do HOSPITAL DE
COARACI, que por vários dias guardou o meu pai, de saudosa memória, Colombo, em um dos seus leitos, como disse
a minha mana Tânia, como acolheu também vários outros parentes e amigos,aliás sempre socorreu a população de
Coaraci nos primeiros momentos, pelo menos.
REALIDADE
A CRISE DO CACAU
Volume 1, edição 1
MEIO AMBIENTE Página 5
Lin Kan, Professor de Eng. Química, na saúde da população, exacerba os sociedade para contribuir no
Instituto Federal de Educação, problemas já existentes da drenagem gerenciamento e institui a seguinte
Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA urbana, contribui negativamente para ordem de prioridade no gerenciamento
-Salvador) a estética visual do município, criando do resíduo sólido: não geração; redução,
A melhoria do poder de compra dos um quadro de abandono e reutilização, reciclagem, tratamento de
brasileiros nos últimos anos induziu enfermidade crônica que suga a resíduos sólidos e por último a
paralelamente o crescimento da vitalidade dos residentes e das pessoas disposição final ambientalmente
geração de lixo. O Estado de São que visitam o município. adequado dos rejeitos.
Paulo (26/05/2010) divulgou que o A sociedade amadureceu e mudou
brasileiro produz tanto lixo quanto o durante os 20 anos que a nova lei Ao setor público municipal, a lei pede
europeu. A realidade refletida da tramitou no congresso. Hoje uma que o município desenvolva o Plano
questão do lixo é desoladora. Nas grande parcela da sociedade já Municipal de Gestão Integrada de
grandes metrópoles os problemas reconhece que fazemos parte do meio Resíduos Sólidos (PMGIRS) que deve
são agravados pela falta de gestão ambiente e que o meio ambiente atender os termos da Lei de Saneamento
pública e de liderança política; impacta em todos os aspectos da Básico (Lei 11445/2007) e do plano
enquanto nas cidades pequenas a nossa vida. Esse reconhecimento plurianual municipal.
incapacidade financeira combinada trouxe consigo a valorização da
com a falta de conhecimento técnico complexidade e da ampla gama de Para os municípios com menos de
e de gestão contribui negativamente problemas que inclui desde a extração 20.000 (vinte mil) habitantes, a lei
para a gestão do lixo urbano. de recursos naturais para o nosso permite que o plano tenha o conteúdo
A recém-aprovada Lei de Política desenvolvimento e crescimento até a técnico simplificado no formato de
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei diluição dos nossos poluentes no solo, regulamento, mantendo os princípios e
12.305/2010) ratifica que a questão nas águas e na atmosfera que provoca objetivos da lei.
de lixo urbano é de competência a degradação do meio ambiente e a
municipal e cabe, só e somente, ao mudança de clima e das estações de A lei convoca a toda sociedade para que
município a iniciativa e liderança chuva. a educação/consciência ambiental seja
das ações. O papel do governo Essa lei tem vários instrumentos que enraizada, difundida e permeada em
estadual e federal têm sido de apoiar se forem implementados com todas as atividades quotidianas. Sem a
as iniciativas com programas de seriedade e prudência pode, e em compreensão total da
investimento capital, capacitação da muito, ajudar os municípios em interrelacionalidade entre o consumo e a
gestão e de assistência técnica. Na gerenciar e solucionar o problema do geração de lixo no momento atual e sem
visão atual, o manuseio apropriado lixo. A questão do lixo deixou de ser a mudança de comportamento e cultura
é uma questão de saúde pública e somente o manuseio pós-consumo no futuro próximo, será necessário
saneamento básico. A disposição quando muito pouco pode ser feito. A esforço herculiano para resolver a
inapropriada causa insalubridade lei invoca todos os segmentos da questão do lixo.
RIO ALMADA
CULTURA
O nome "Bonsai" é japonês, e a tradução literal da palavra é "plantado em bandeja" e por isso, nunca deve
ser utilizada no plural.
O Bonsai iniciou-se na China durante a Dinastia Tang (séc. II dc.) e foi difundida pelos Monges budistas
onde acreditavam que quando conseguissem manter bonitas e saudáveis as árvores em bandejas elas
retribuiriam com longevidade, energia e sabedoria.
Chegando ao Japão por volta do século XII esta fascinante arte contagiou uma parte da população e em
meados do século XIX foram estabelecidos os princípios estéticos baseados no equilíbrio, simetria,
medidas e no triângulo escaleno
No Brasil o bonsai chegou com a imigração japonesa no ano de 1908 ficando restrito à colônia japonesa
difundindo-se a partir do final do século
Em vários países além de Arte o bonsai é utilizado como terapia, como profilaxia mental para relaxar após
um dia estafante de trabalho.
Cultivar bonsai é uma forma de estar sempre próximo da natureza, lembrando que para uma árvore estar
saudável precisa de água, sol e adubação regular, afinal na natureza as raízes buscam alimento no solo, já
em um vaso existe a limitação, cabendo ao cultivador fornecer os alimentos necessários para manter sua
saúde e produção de flores e frutos quando for o caso.
O bonsai trabalha tanto o bonsaísta quanto o bonsaísta trabalha o bonsai, geralmente nos tornamos
pessoas mais pacientes e tolerantes, sem contar que a contemplação do belo nos dá alegria e satisfação.
Glauco Bastos
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GENTE
Maria Anita do Vasco
Ela se reconhecia assim: “Do Vasco”. E assim reconhecida pelos amigos.
E muitos os foram, torcedores ou não do seu querido time. A maior Vascaína de todos os
tempos.
Hospedou Roberto Dinamite, Romário e o time na sua formosa pensão de Coarací. A sua
maior glória.
Minha primeira lavadeira em Coarací.
Quando me soube torcedor ferrenho do clube da cruz de malta e admirador, como ela, do
cantor Orlando Silva, para nós o maior cantor do Brasil de todos os tempos, pronto!
Cultivamos, anos sem fim, um amor leal, sincero, intenso, imorredouro. Amor vascaíno.
Nossa amizade persiste, o Vasco sobrevive e a voz de Orlando Silva ainda é ouvida.
Repouse em paz, grande guerreira. A lembrança é de sua querida cidade, pranteando a sua
falta. Insubstituível
A saudade está contida aqui dentro de peito do seu grande amigo, minha grande e querida
“eleitora”.
Logo depois do desenlace encontrei aqui no Largo Dois de Julho com Nino. Ele me fitou e
disse: Acabou a torcida do Vasco.
- Nem tanto Nino.
Quem conviveu e quis bem àquela torcedora não vai deixar cair a bandeira
tremeluzente da muito querida Maria Anita - Do Vasco
Sincera homenagem do amigo
Eldebrando Moraes Pires
Há alguns meses escrevi sobre dois personagens que povoaram as minhas lembranças e citei, apenas como
referência, o nome de uma das mais importantes personalidades da religiosidade e da cultura de Coaraci.
Nascido Joaquim França e conhecido pela alcunha de Joaquinzinho, era um homem de baixa estatura física, mas
um gigante pela força dos seus Orixás. Era modesto e ao mesmo tempo poderoso. Chegou a Coaraci trazendo na sua
bagagem os ensinamentos e a sabedoria dos antepassados africanos da nação Ketu - um local histórico, hoje
República do Benin situado na Africa Ocidental.
O seu Dijina era Ossanha Katendê. Um nome poderoso, condizente com o sacerdote fiel e devotado que o Pai de
Santo sempre foi.
No início da sua caminhada sofreu a perseguição reservada aos sacerdotes da religião de matriz africana. Pela
intolerância da ápoca, chegou a ter o seu primeiro terreiro incendiado, este localizado no alto da Colina.
Mesmo assim, o pequeno grande homem não se deu por vencido, continuou resoluto para fazer cumprir a sua
missão. Instalar o seu Axé na cidade de Coaraci.
Por fim a força da fé e a determinação subjugou a intolerancia e o preconceito. Joaquinzinho firmou-se como um
babalorixá respeitado na cidade. O querido Pai de Santo poderia até ter proferido a famosa frase latina supostamente
dita pelo general e cônsul romano Júlio César em 47 a.C "Veni, vidi, vici". Pois se saiu vitorioso na sua batalha.
Depois de tantas lutas conseguiu fixar-se na rua Vasco da Gama, ao fundo da minha tão querida Francisco Andrade
e às margens do rio Almada, onde ali mesmo deitava suas oferendas para os orixás das águas doce, como Oxum.
Todas as festas do terreiro eram rituais de extrema beleza e a mais bela de todas era a festa principal da casa. A
festa consagrada a Oxóssi, o orixá da caça e da fartura, realizada no dia 23 de abril.
O Sr Joaquinzinho não era apenas um sacerdote da religião de matriz africana, era também um incentivador e
participante ativo da vida cultural da cidade.
A nobreza e a elegância do seu afoxé era um espetáculo a parte nos micaretas e ele nunca se negou a dar sua parcela
de contribuição aos eventos culturais realizados em Coaraci.
Quando o afoxé de Joaquinzinho passava, todos paravam e admiravam a sua imponência e beleza. Os ogans tocando
seus instrumentos, uns com vestes representando seus orixas e outros de indios. As Iaôs com suas indumentárias,
portando belos estandartes, mas todos entoando seus lindos cânticos sagrados.
Era com essa beleza plástica que o Afoxé Filhos de Ogum desfilava pelas ruas de Coaraci.
Foram tantos os filhos e filhas de santo feitos pelo mais famoso babolorixá de Coaraci que, segundo informações
ultrapassam os 200, espalhados pelo mundo a fora dissiminando os ensinamentos e a sabedoria desse grande
sacerdote.
Carlos Bastos Junior ( China)
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EDUCAÇÃO FÍSICA E LAZER
EDUCAÇÃO
ADULTIZAÇÃO É CONFUDIDA
COM EVOLUÇÃO
Só bonito ou anormal?
As crianças de hoje estão cada vez mais vaidosas e exigentes, querem roupas e acessórios de adultos, sandálias de salto,
unhas pintadas e muita maquiagem. No entanto, é preciso muita atenção dos pais para identificar até que ponto isso é
apenas "bonitinho" e quando isso acaba se tornando uma rotina. Verifica-se também nesses pequenos adultos o
sedentarismo em uma fase de muita energia, hoje em dia muitas crianças passam a maior parte do tempo no computador
ou em frente à TV, algo nocivo quando se torna o único lazer. Criança precisa pular, andar de bicicleta, brincar na areia,
entre outras atividades que contribuem para uma vida mais saudável.
Velhas Crianças
Atualmente é muito comum ver crianças e adolescentes caracterizados como adultos, seja na forma de agir ou de vestir.
Usam o celular constantemente, querem sair à noite com pessoas de sua idade ou mais velhas, preferem roupas que
estão na moda, sapatos e sandálias com salto, acessórios que combinem com a vestimenta, sem contar a preocupação
com a maquiagem, as unhas, a escova no cabelo e as visitas a clínicas de estética.
Barbára Oliveira e Lílian Cavalcante, graduandas de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela
UNIME- ITABUNA.
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APOIO:
BANANACAFÉ
(Bar de Maria)
*SINTRAN
*EBDA
*SMED(Coaraci)
ALCIF(crédito)
PATROCINADORES
Funcionários do B Brasil