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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


DISCIPLINA DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

RESUMO REFERENTE AO TEMA:


ENERGIA TERMOELÉTRICA – FÓSSIL: CARVÃO, PETRÓLEO E DERIVADOS

ELISSON DO NASCIMENTO E LEANDRO JOSÉ BERNARDI

JOIVILLE, JUNHO DE 2021


ENERGIA TERMOELÉTRICA – FÓSSIL: CARVÃO, PETRÓLEO E
DERIVADOS

Energia termoelétrica é toda energia produzida por uma central cujo funcionamento
ocorre a partir da geração de calor resultante da queima de combustíveis sólidos, líquidos
ou gasosos. Os principais combustíveis utilizados nas usinas termoelétricas são o carvão
mineral, a nafta, o petróleo, o gás natural e, em alguns casos, a biomassa.
O calor gerado a partir destes elementos transforma em vapor a água presente em tubos
localizados nas paredes da caldeira. Tal vapor, em condições de alta pressão, faz girar
uma turbina, que aciona o gerador elétrico. Deste, a energia é conduzida até um
transformador para ser distribuída para consumo, enquanto a água é resfriada em um
condensador e redirecionada aos tubos da caldeira, para repetir o ciclo.
A produção da energia térmica pode se dar pela transformação da energia química dos
combustíveis, através do processo da combustão, ou da energia nuclear dos combustíveis
radioativos, através da fissão nuclear. Centrais cuja geração é baseada na combustão são
conhecidas como termoelétricas e as outras citadas, como centrais nucleares. As centrais
termoelétricas (convencionais), podem ser classificadas de acordo com o método de
combustão utilizado. Existe a combustão externa, em que o combustível não entra em
contato com o fluído de trabalho. A combustão externa é um processo usado
principalmente nas centrais termoelétricas a vapor, onde o combustível aquece o fluído
de trabalho (em geral água) em uma caldeira até gerar o vapor que, ao se expandir em
uma turbina, produzirá trabalho mecânico. Existe também a combustão interna, em que a
combustão se efetua sobre uma mistura de ar e combustível. Dessa maneira, o fluído de
trabalho será o conjunto de produtos da combustão.

Diagrama simplificado de uma termoelétrica com combustão externa:


Central Nuclear de Angra dos Reis:

O planejamento governamental e análises setoriais diversas têm apontado uma tendência


de crescimento a termoeletricidade, particularmente a de origem fóssil, como a principal
fonte a complementar a geração hidrelétrica no curto, médio e longo prazos no país.
Tendo em vista as implicações ambientais, sociais e econômicas da configuração futura
da matriz elétrica para o Brasil, evidencia-se premente um diálogo aberto e transparente
entre governo, segmentos do setor elétrico, academia e sociedade civil a respeito das
questões de demanda e das opções energéticas em pauta. De modo a dar sua contribuição
a este debate, o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) vem se dedicando a um
conjunto de estudos e análises ambientais a respeito da geração termoelétrica no Brasil, a
incluírem: o levantamento e sistematização de dados técnicos e ambientais das maiores
usinas termoelétricas fósseis em operação e em processo de licenciamento em todo o
território nacional, o desenvolvimento de indicadores de consumo de água e de emissõe s
de poluentes atmosféricos e de gases de efeito estufa (GEE), a identificação dos
empreendimentos que contam com financiamento público (BNDES) e a pesquisa sobre
alternativas de redução do consumo de água e de emissões atmosféricas.
O ponto mais crítico das termoelétricas é a emissão de poluentes. Os principais poluentes
emitidos nas termoelétricas são o dióxido de carbono; o material particulado, que é o
conjunto de sólidos ou líquidos de diâmetro muito pequeno que permanecem em
suspensão nos gases exauridos pelas usinas termoelétricas e podem ser descartados para
a atmosfera; os óxidos de nitrogênio que são formados sempre que um combustível é
queimado na presença de ar; os óxidos de enxofre que são originados da queima de
qualquer material que possua enxofre; além de poluentes diversos menos comuns, tudo
dependendo da composição dos materiais que estão sendo utilizados.
Os empreendimentos termoelétricos contribuem significativamente para o montante total
de emissões na região em que estão operando, principalmente devido ao porte e
consequente volume de combustíveis consumidos diariamente. Visto que estas unidades
de geração tendem a concentrar-se proximamente aos centros de carga, ou seja, cidades e
zonas industriais, as emissões de poluentes atmosféricos podem representar um agravante
na qualidade do ar da região e, por conseguinte, causar efeitos na saúde da população do
entorno.
O Brasil possui uma matriz hidrotérmica de geração de eletricidade, desta forma, as usinas
hidroelétricas e termoelétricas são responsáveis pela maior parte do suprimento de
eletricidade nacional. Segundo o Balanço Nacional Energético, em 2014, 63,2% da
demanda total de eletricidade (590 TWh) foi suprida por hidroeletricidade seguido pela
termoeletricidade de origem fóssil com 24,2% (4,5% por carvão mineral, 6% óleos diesel
e combustível e 13,7% por gás natural). Estas termoelétricas possuem, atualmente,
importante papel no Sistema Interligado Nacional. Sua flexibilidade operacional ajuda a
garantir eletricidade para sistema em momentos de instabilidade hídrica.
Visto que os empreendimentos termoelétricos são intensivos em emissões atmosféricas,
a correta avaliação das tecnologias de controle de emissões no projeto torna-se essencial
para reduzir os impactos advindos desses empreendimentos. Portanto a prévia instalação
desse tipo de usina geradora se baseia neste controle de emissões e de um ciclo que vise
o mínimo prejuízo ao meio-ambiente.

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