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Flávio Anunciato

Matemática Financeira
2ª edição

Brazcubas

Mogi das Cruzes - SP

2018
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar

CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP

Reitor: Prof. Maurício Chermann

EQUIPE PRODUÇÃO CORPORATIVA

Gerência: Adriane Aparecida Carvalho

Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim

Coordenação Pedagógica: Karen de Campos Shinoda

Equipe Pedagógica: Alessandra Matos, Graziela Franco,

Rúbia Nogueira, Vania Ferreira

Coordenação Material Didático: Michelle Carrete

Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Aline Gonçalves,

Claudio Nascimento, Telma Santos

Diagramação: Amanda Holanda, Douglas Lira, Fábio Francisco,

Nilton Alves, Priscila Noberto

Ilustração: Everton Arcanjo, Noel Gonçalves

Impressão: Grupo VLS / Gráfica Cintra

Imagens: Fotolia / Acervo próprio

Os autores dos textos presentes neste material didático assumem total

responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade.

Proibida a reprodução total e/ou parcial.

© Copyright Brazcubas 2013


Sumário

Sumário

Apresentação 5
O Professor 7
Introdução 9

1Unidade I
Proporção, regra de três, porcentagem e potenciação 11
1.1 Proporção 12
1.1.1 Razão 12
1.1.2 Propriedade fundamental 13
1.1.3 Cálculo de um termo desconhecido 14
1.2 Divisão proporcional e regra da sociedade 14
1.2.1 Divisão proporcional 15
1.2.2 Regra da sociedade 17
1.2.3 Regra de três simples 19
1.2.4 Regra de três composta 19
1.3 Porcentagem 21
1.4 Raízes e Radicais 21
1.4.1 Propriedades  22
1.5 Considerações da unidade I 23

2Unidade II
Operações sobre mercadorias e juros simples 25
2.1 Operações sobre mercadorias 26
2.1.1 Vendas com lucro sobre o preço de custo 27
2.1.2 Vendas com lucro sobre o preço de venda 28
2.1.3 Vendas com prejuízo sobre o preço de custo 28
2.1.5 Vendas com prejuízo sobre o preço de venda 29
2.2 Juros  30
2.2.1 Juros simples 31
2.3 Considerações da unidade II 37

3Unidade III
Juro composto, taxa de equivalência e desconto 39
3.1 Juro composto 40
3.1.1 Cálculo do montante 42
3.1.2 Cálculo do capital 44
3.1.3 Taxas equivalentes 45
3.2 Considerações da unidade III 47

4Unidade IV
Capitalização composta, amortização, empréstimos e abatimentos 49
4.1 Capitalização e amortização compostas 50
4.1.1 Rendas 50
4.2 Capitalização composta 52
4.2.1 Renda imediata 52
4.2.2 Renda antecipada 53
Sumário

4.3 Utilizando a calculadora financeira 54


4.3.1 Renda imediata 55
4.3.2 Renda antecipada 55
4.4 Amortização composta 56
4.4.1 Amortização antecipada 57
4.5 Empréstimos 58
4.6 Considerações da unidade IV 60
Referências 63
Apresentação

Apresentação

Olá!

Meu nome é Flávio Anunciato e vou acompanhar você durante a disciplina de


Matemática Financeira. Você verá que este assunto não é tão complicado como pa-
rece, é claro que existem cursos específicos que formam especialistas, estes sim são
bastante profundos e exigentes.

A matemática está presente em todas as atividades realizadas por nós, desde o


mais simples que é calcular nossa idade, até os mais complexos cálculos sobre rotas
de aeronaves ou o traçado e a periodicidade de cometas.

Se, pela frase acima, você já ficou de cabelos arrepiados, não se preocupe, não
tenho a pretensão de transformá-lo em cientista da NASA!

Nosso objetivo, digo nosso, pois estaremos construindo e conquistando juntos,


é trabalhar conceitos básicos da matemática, muitos deles estudados no ensino fun-
damental e médio, associados às questões financeiras que nos cercam em nosso dia
a dia. Matemática Financeira parece complicada, não? Mas, não se preocupe, nosso
caminho será suave e tranquilo. Estarei ao seu lado!

Vou acompanhar você durante todo o desenvolvimento da disciplina, sua par-


ticipação nas atividades, nas leituras recomendadas e, principalmente nos fóruns, no
qual você poderá satisfazer todas as suas dúvidas.

Lembre-se de que um gerenciamento eficiente de nossas finanças pessoais é


o primeiro passo para que possamos atingir nossos objetivos. E, se por acaso, você
trabalha na área financeira de uma empresa, a responsabilidade é muito maior, afi-
nal, “o dinheiro não é seu”.

Existe, na atualidade, uma grande variedade de situações em que precisamos


mostrar certa habilidade com números, crédito, compras a prazo e financiamentos
(principalmente para quem não possui condição de realizar uma compra à vista).

O entendimento, por parte de todos nós, dos conceitos de matemática finan-


ceira, pode nos livrar de situações embaraçosas.

5
O Professor

O Professor

Prof. Ms. Flávio Anunciato

Mestre em Administração de Empresas, linha de for-


mação em gestão estratégica de organizações. Gra-
duado em Matemática, possui 30 anos de experiência
na área de Tecnologia da Informação, com vivência
em indústrias e empresas prestadoras de serviços.
Atuando há 20 anos na área educacional, possui
grande experiência como professor em nível técni-
co, universitário e pós-graduação, além da gestão de
cursos e instituições de ensino. Professor dos cursos
de MBA in company da FGV – Fundação Getúlio Var-
gas Vargas e coordenador de cursos de graduação na
Universidade Braz Cubas.

7
Introdução

Introdução

O material da nossa disciplina é composto por três principais mídias: o livro di-
dático, este que você está lendo, as teleaulas e o Ambiente Virtual de Aprendizagem,
também conhecido como AVA.

Nas teleaulas veremos alguns tópicos adicionais, cujo conteúdo também está
neste livro didático. Desta forma, aproveito os recursos de áudio e vídeo para com-
plementar o conteúdo do livro didático, que não será uma simples repetição do que
lerá aqui. No AVA, para cada unidade, você encontrará outros materiais e uma ativi-
dade por unidade para fazer, que o auxiliará na fixação dos conteúdos estudados.
Há um documento de apoio, contendo o formato ou modelo para você registrar o
conteúdo que pesquisar.

Abordaremos assuntos relevantes, tais como: proporção, regra de três, por-


centagem e potenciação. Mas, não é só isso, falaremos sobre juros (simples e com-
postos), equivalência e descontos. Empréstimos e financiamentos também farão
parte de nossas aulas. Por isso, use todos os recursos disponíveis, dedique-se, não
fique limitado apenas às minhas palavras e textos, pesquise, discuta e troque infor-
mações com outras pessoas, aprender é uma atitude ativa e participativa.

Acredito que agora estamos prontos para começar, mas lembre-se: o seu su-
cesso vai depender de todos nós. Eu, enquanto professor, farei o meu melhor, a
Universidade Braz Cubas (UBC) disponibilizará a você todo o material e a tecnologia
necessária para o seu desenvolvimento, o restante é com você! Seu estudo e dedi-
cação é que farão a diferença.

“Criatividade é 99% esforço e 1% inspiração”.

(Thomas Edison)

9
Matemática financeira unidade I

1 Unidade I

Proporção, regra de três, porcentagem e


potenciação

Objetivos da Unidade:

• Revisar conceitos básicos da matemática que servirão como base


para o estudo da Matemática Financeira.

Competências e Habilidades da Unidade:

• Desenvolvimento necessário ao reconhecimento e utilização de


análises proporcionais e razões;

• Utilização da visão espacial para identificação e análise sobre os


fatos matemáticos.

11
Unidade I Matemática financeira

1.1  Proporção

Utilizamos proporção em nosso dia a dia mesmo sem perceber.

Imediatamente, lembramo-nos do conceito de razão. Assim como queijo e


goiabada, razão e proporção andam sempre juntos.

Vamos começar a entender o que é razão.

1.1.1  Razão

Chamamos de razão entre dois números, a e b, diferentes de zero, ao quocien-


te (ou divisão) de a por b.

Exemplo:
1/
A razão de 6 para 18 é 3 , ou seja, um terço (0,33333)

6 = 1 = 0,3333
18 3

Dizemos que 6 está para 18, assim como 1 está para 3.

12
Matemática financeira unidade I

Vamos entender com um caso prático:

Tratando a proporção entre números, podemos observar o seguinte exemplo:

Dados 4 números (15, 3, 20 e 4) como a razão entre os dois primeiros números


(15 e 3) é igual à razão entre os dois últimos (20 e 4), isto é:

15 = 5 20 = 5
3 4

Dizemos que os números 15, 3, 20 e 4, nesta ordem, formam uma proporção


que expressamos mediante a igualdade das duas razões.

15 = 20
3 4

Assim:

1.1.2  Propriedade fundamental

Em toda proporção, o produto dos extremos é igual ao produto dos meios, ou seja:

13
Unidade I Matemática financeira

Vou exemplificar com números para ficar mais claro:

4 = 2 = 4 x 3 = 6 x 2 = 12
6 3

1.1.3  Cálculo de um termo desconhecido

Algumas vezes precisamos encontrar o valor de um termo desconhecido na


razão (geralmente, em matemática associa-se um termo desconhecido à variável X).
É com a propriedade fundamental da razão que conseguimos encontrar esse termo.
Vejamos:

Aplicando a propriedade fundamental (o produto dos extremos é igual ao pro-


duto dos meios), temos:

Fazendo a verificação, temos:

5 = 6 = 5 x 12 = 6 x 10 = 60
10 12

1.2  Divisão proporcional e regra da sociedade

A regra de sociedade refere-se à divisão dos resultados (lucros ou prejuízos)


entre os sócios de uma empresa. A divisão é realizada conforme o investimento de
cada pessoa, isto é, o cálculo é proporcional ao dinheiro investido pelos acionistas.
Vamos entender isso melhor!

14
Matemática financeira unidade I

1.2.1  Divisão proporcional

Divisão proporcional é uma forma de divisão na qual os valores são divididos


por quocientes previamente determinados, e que mantém a mesma razão. Exemplo:

Exemplo 1:

Resolução:

3 + 7 + 10 = 20

1º Filho: 2º Filho: 3º Filho:

20 = 3 20 = 7 20 = 10
100.000  X 100.000  X 100.000  X

20X = 300.000 20X = 700.000 20X = 1.000.000

X = 300.000 X = 700.000 X = 1.000.000


20 20 20

X = 15.000 X = 35.000 X = 50.000

Então, o valor total de cada filho, proporcional às suas respectivas idades, é de:

R$ 15.000 + R$ 35.000 + R$ 50.000 = R$ 100.000,00

Resolvendo-se de outra forma temos:

Valor total = 100.000 = 5.000


Soma das idades 20

15
Unidade I Matemática financeira

1º Filho:

Idade 3 anos   3 x 5.000 = 15.000

2º Filho:

Idade 7 anos   7 x 5.000 = 35.000

3º Filho:

Idade 10 anos   10 x 5.000 = 50.000

Exemplo 2:

Resolução:

90.000 = 1,5
60.000

Logo, os três sócios devem receber as seguintes quantias:

Antônio 30.000 x 1,5 = R$ 45.000

José 20.000 x 1,5 = R$ 30.000

Pedro 10.000 x 1,5 = R$ 15.000

Nos exemplos acima, verificamos a divisão de um determinado número em


partes proporcionais a outros números que estabeleceram os critérios de divisão. No
caso dos filhos, o valor total foi dividido proporcionalmente à idade de cada um, no
caso do terreno, o valor da venda foi dividido proporcionalmente ao valor investido
por cada um na compra.

16
Matemática financeira unidade I

1.2.2  Regra da sociedade

Como vimos anteriormente,

Toda sociedade, anualmente é obrigada a efetuar o balanço geral ou, ainda,


quando existe a saída de um sócio ou a entrada de um novo elemento na socieda-
de. Quando se trata de sociedades entre pessoas, o mais comum é a repartição dos
lucros ou prejuízos proporcionalmente ao capital que empregaram na sociedade,
outro fator geralmente considerado é o tempo de cada sócio na sociedade. Os con-
tratos sociais, desde que devidamente aprovados e assinados pelos sócios, podem
estabelecer outras regras de divisão desses valores.

Vejamos alguns casos específicos:

A parte do lucro deve ser distribuída a cada sócio proporcionalmente ao seu


investimento, da seguinte forma:

17
Unidade I Matemática financeira

Para confirmar, somando-se a parte que cabe a cada um temos o lucro total
(R$ 420.000)

148.000 + 138.000 + 134.000 = 420.000.

18
Matemática financeira unidade I

1.2.3  Regra de três simples

Quando temos dois valores de uma grandeza e um valor da outra, relacionado


a um dos valores da primeira grandeza, temos a chamada regra de três simples.

Você deve estar pensando: “Que confusão!”.

Vou exemplificar para que você possa entender melhor:

Comprei 30 toalhas por R$ 210,00. Quanto custaria 45 toalhas?

Razão conhecida: 30 / 45

Razão desconhecida: 210 / X

30 = 210
45 X

Utilizamos o método de cálculo do termo desconhecido:

30X = 210 x 45

30X = 9.450

X = 9.450 / 30

X = 315

Para saber se o cálculo está correto, fazemos a prova:

30 = 210
45 315

30 / 45 = 0,666

210 / 315 = 0,666

Ou seja, as duas razões são iguais.

1.2.4  Regra de três composta

Como o próprio nome fala, regra de três composta ocorre quando temos três
ou mais grandezas relacionadas entre si. Para que possamos fazer o cálculo, é ne-
cessário ter dois valores de cada grandeza, exceto uma que tem apenas um valor.

19
Unidade I Matemática financeira

Essas grandezas devem ser relacionadas entre si. Vamos a um exemplo para tornar
mais fácil:

Toras Dias Canoas

600 5 6

X 12 10

Resolução:

600 =  5 = 6
X   12  10

600 =  5 * 6
X   12  10

600 =  30 O asterisco (*) também

X   120 representa multiplicação.

30 X = 600 * 120

X = 72000
    30

X = 2.400

20
Matemática financeira unidade I

1.3  Porcentagem

Praticamente o dia inteiro escutamos alguém falando sobre 5% de desconto,


ou “a taxa de juros foi definida em 8,5% pelo Banco Central”, “gostaria de entender
10% do que ele está falando”, ou seja, a porcentagem está presente em nossa vida.

Atenção:

Mas, você sabe, exatamente, o que é a porcentagem? O que ela significa?


Se eu lhe disser que ela é uma forma de razão especial vai lhe ajudar? Creio
que não, certo? Se a melhor forma é exemplificar, então vamos ao AVA
para entender melhor esse assunto. Você deverá ler o texto 1 Porcenta-
gem, que está disponível na pasta da unidade I. E, aproveitando que você
estará no AVA, antes de retornar à leitura do livro, estude também o texto
II Potenciação (Exponenciação) e entenda sobre o que estamos falando.

Bons estudos!

1.4  Raízes e Radicais

A radiciação é a operação inversa da potenciação. Veja o símbolo a seguir:


3
8

Ele indica que deverá ser calculada a raiz cúbica (3) do número 8. Popu-
larmente, fala-se “Raiz cúbica de oito”. Essa expressão é chamada de radical e é
composta pelo índice (3), pelo símbolo de radiciação ( ) e pelo número 8 que
é o radicando.

Como é a operação inversa à potenciação, o cálculo que fazemos é, no exemplo


acima, descobrir qual número que elevado a 3 é igual a 8.

Vejamos alguns exemplos:


3
• 64 = 4

2
• 144 = 12

21
Unidade I Matemática financeira

2
• -4 = Não existente

• 16 = 4 Obs: quando o índice não está explícito, assume-se o 2

• - 16 = - 4

OBS: Ao índice = 2 chamamos de raiz quadrada, quando = 3, raiz cúbica, quan-


do o índice = 4 chamamos raiz quarta, 5, raiz quinta e assim por diante.

1.4.1  Propriedades

n
am = m:p am:p
1 Dividindo o índice do radical e o expoente do radicando por um mesmo núme-
ro diferente de 0, o valor do radical não se altera.

8
ar = 8p arp
2 Multiplicando o índice do radical e o expoente do radicando por um mesmo
número diferente de 0, o valor do radical não se altera.

n
ab = n a. n
b
3
A raiz de um produto é igual ao produto das raízes do mesmo índice.

a
n
a
n =
4 b n
b
A raiz de um quociente é igual ao quociente das raízes com o mesmo índice.

m
n = n m
a a
5
Para elevar um radical a um expoente eleva-se o radicando.

m n mn
a = a
6
A raiz de uma raiz é equivalente a um radical onde o índice é o produto dos
índices.
m n m
a n = a
7 Uma potência de expoente fracionário é equivalente a um radical onde o deno-
minador representa o índice do radical e numerador o expoente do radicando.

FONTE: http://www.qfojo.net/irracionais/Raizes.htm. Acesso em: 09/2013 .

22
Matemática financeira unidade I

Exemplos:
8 2
1.  94 = 91 = 9 = 3

3 9
2.  4 = 43

3.  9.16 = 9 . 16 = 3.4 = 12

4 4 2
4.  = =
9 9 3

1
2
5. 4 2 = 41 = 4 = 2
3 3 3 3
6.  2 2. 24 = 22.24 = 26 = 22 = 4

4 4
4
8 4 8 4 4
7.  8: 2 = = = 4 = 22 = 2
4
2 2
5
4 4 5 4 4 4 4
8.  6 = 6 = 6 = 6 = 6. 6

3 4 3 4 12
9.  6. a = 64 .a = 64 .a

OBS: Em cálculos de Financiamentos de Longo Prazo, usa-se o conceito de


logarítimo (log) para calcular o valor inverso de uma raiz. Por exemplo:

3 log 9 = 2

Ou seja:

32 = 9 e 9 =3

1.5  Considerações da unidade I

Nesta primeira unidade, meu objetivo era chamar a sua atenção para a im-
portância da matemática financeira em nosso dia a dia. No entanto, fiz questão de
lembrar que a base principal é a boa e velha matemática.

Não quero que você, com base nos meus ensinamentos, se torne um especia-
lista, pois, para isso, é necessário muito mais estudo e dedicação, no entanto, não
posso deixar de mostrar a importância do tema nos dias de hoje.

23
Unidade I Matemática financeira

Revisamos alguns conceitos básicos, estudados no ensino médio, dedique al-


gumas horas de estudo e pesquisas a eles, você irá perceber que eles o acompanha-
rão durante todo o caminho profissional.

A matemática não é cópia, é entendimento. Quanto mais você praticar, quanto


mais você se dedicar a ela, menos mistério ela será para você. Conte com meu apoio,
dos nossos tutores e aproveite para trocar experiências e ideias com seus colegas. A
participação ativa nos fóruns irá auxiliá-lo muito.

Como já falei anteriormente, este material não esgotará explicações a respeito


de cada parte da matemática financeira, mas poderá ser o seu guia de referência
rápida.

Na unidade II vamos começar a mergulhar na matemática financeira propria-


mente dita, o primeiro passo será a utilização de juros simples em transações comer-
ciais. Lembre-se de fazer as atividades no seu AVA.

Até lá!

24
Matemática financeira unidade II

Unidade II
2

Operações sobre mercadorias e juros simples

Objetivos da Unidade:

• Aprender a avaliar investimentos, seja em aplicações financeiras ou


na compra e venda de mercadorias;

• Entender a importância dos juros no dia a dia pessoal ou profissional.

Competências e Habilidades da Unidade:

• Conhecimento sobre os conceitos financeiros da Matemática;

• Avaliação e decisão sobre operações comerciais;

• Entendimento sobre a aplicação dos juros simples.

25
unidade II Matemática financeira

Nesta unidade trataremos de forma bastante prática e objetiva sobre a ques-


tão de juros simples e também as operações comerciais. Vale lembrar que o objetivo
principal de qualquer empresa comercial é obter lucros nas suas transações, mas
como poderemos ver, nem sempre isso acontece.

Junto com você, quero explorar os conceitos de preço de custo e preço de


venda para poder entender melhor sobre o resultado das vendas.

Use todos os recursos disponíveis, dedique-se, não fique limitado apenas


às minhas palavras e textos, pesquise, discuta e troque informações com outras
pessoas, aprender é uma atitude ativa e participativa.

Acredito que agora estamos prontos para começar, mas lembre-se: o seu
sucesso vai depender de todos nós. Eu, enquanto professor, farei o meu melhor, a
Universidade Braz Cubas (UBC) disponibilizará a você todo o material e a tecnologia
necessária para o seu desenvolvimento, o restante é com você! Seu estudo e
dedicação é que farão a diferença.

A taxa de juros é como se fosse uma ponte entre dinheiros em datas diferentes,
pois um dinheiro na data 1 tem valor diferente do dinheiro em uma data futura.

2.1  Operações sobre mercadorias

Em todas as empresas comerciais são realizados cálculos constantes sobre os


preços de suas mercadorias, estou falando de empresas comerciais, uma vez que, na
prestação de serviços, os cálculos são ainda mais complexos.

O correto e constante acompanhamento dos preços de compra e de venda


determinam se a empresa obtém lucro ou prejuízo na sua operação diária.

Na verdade, você vai perceber que esses conceitos também serão úteis para
que você resolva questões pessoais (que envolvem compra e venda) e comerciais
com mais facilidade.

26
Matemática financeira unidade II

Na prática você irá perceber que esse conhecimento irá ajudá-lo a resolver
questões comerciais com maior facilidade.

Como sempre, caminharemos juntos e, através da utilização das porcentagens,


conseguiremos fazer cálculos de lucro ou de prejuízo.

Mãos à obra!

2.1.1  Vendas com lucro sobre o preço de custo

De uma forma bastante simples, mas bastante eficiente, definimos preço de


venda como sendo:

PREÇO DE CUSTO + LUCRO

Por exemplo:

Um comerciante vende guarda-chuvas com um lucro de 10% sobre o preço de


custo. Calcule o preço de venda, sabendo que cada guarda-chuva lhe custa R$ 5,00.

Podemos resolver esta questão de duas formas diferentes:

27
unidade II Matemática financeira

2.1.2  Vendas com lucro sobre o preço de venda

Desta vez, temos o processo inverso, ou seja, vamos calcular o lucro a partir do
preço de venda.

Parece complicado, mas não é, acompanhe o raciocínio no exemplo abaixo:

PREÇO DE VENDA – LUCRO = PREÇO DE CUSTO

Comprei um objeto por R$ 80 e quero ganhar 20% sobre o preço de venda.

Qual deve ser este preço?

Perceba bem a diferença de se calcular 20% sobre o preço de custo:

2.1.3  Vendas com prejuízo sobre o preço de custo

2.1.4 

28
Matemática financeira unidade II

Veja o exemplo abaixo:

2.1.5  Vendas com prejuízo sobre o preço de venda

Muitas vezes, por circunstâncias de mercado ou questões pessoais, somos


obrigados a “desvalorizar” um bem para que possamos vendê-lo de forma mais
rápida, ou para poder fazer frente a um concorrente.

Veja o exemplo abaixo:

Para poder ter mais liquidez, ou seja, transformar um bem em dinheiro, uma
pessoa vendeu um imóvel que estava avaliado por R$ 102.000,00 com um prejuízo
de 20% sobre o preço de venda. Calcule o preço de venda.

29
unidade II Matemática financeira

2.2  Juros

Muito bem, vamos introduzir o conceito de taxa de juros. Esse conceito que
faz parte de nosso dia a dia, por meio das notícias, pelas compras que realizamos
no crediário ou por um financiamento. Ou seja, a taxa de juros está a nossa volta, o
tempo todo. Mas, será que sabemos exatamente o que ela significa? Vamos começar
a entender a seguinte questão.

O valor do dinheiro de hoje não é o mesmo valor do dinheiro de amanhã. Esse


amanhã é o período de tempo durante o qual a taxa de juros transformará o
capital.

Todo investimento está sujeito ao conceito acima que pressupõe, obrigatoria-


mente, dinheiros alocados em datas diferentes.

Considerando que:

Toda vez que fazemos uma compra em parcelas, e a quantidade dessas parcelas
for maior que três, é muito provável que o vendedor aplique um percentual no valor
da mercadoria pelo “empréstimo” de seu capital pelo prazo determinado.

30
Matemática financeira unidade II

Em termos matemáticos, podemos dizer que:

“A Taxa de Juros é a razão entre os juros cobráveis ou pagáveis ao final de um


determinado período de tempo e dinheiro efetivamente investido ou devido no
início daquele mesmo período.” (FONTE: PILAO, Nivaldo Elias; HUMMEL, Paulo Roberto
Vampré. Matemática Financeira e Engenharia Econômica - a teoria e a prática da análise de
projetos de investimentos, 2003).

A loja lhe cobrará uma taxa de juros pelo empréstimo do seu dinheiro, já que
você não possui o dinheiro para compra à vista e deseja levar o bem para sua casa
naquele momento. Portanto, podemos dizer que:

“A taxa de juros é a remuneração paga pelo capital investido, que na prática


funciona como uma espécie de ‘aluguel’ pago pela utilização do capital”. (FONTE:
PILAO, Nivaldo Elias; HUMMEL, Paulo Roberto Vampré. Matemática Financeira e Engenharia
Econômica - a teoria e a prática da análise de projetos de investimentos, 2003).

2.2.1  Juros simples

Vamos entender melhor:

Matematicamente, o cálculo dos juros simples é representado pela seguinte


expressão:

31
unidade II Matemática financeira

J = C * i * t,

Onde:
M= C + J
J=juros
M = montante final
C=capital
C = capital
i=taxa de juros
J = juros
t = tempo de aplicação (mês, bimestre,
trimestre, semestre, ano etc.)

Exemplo 1:

Aplicando-se um capital de R$ 2.000,00, no regime de juros simples, a uma taxa


mensal de 2% durante 10 meses produzirá um determinado montante. Calcule esse
resultado.

M=C+j
Capital: 2000
J=C*i*t M = 2000 + 400
i = 2% = 2/100 = 0,02 ao
J = 2000 * 0,02 * 10 M = 2400
mês (a.m.)
J = 400 O montante produzido
t = 10 meses
será de R$ 2.400,00

Exemplo 2:

A construção de planilhas para o acompanhamento passo a passo do valor


investido e o resultado ao longo do tempo é muito comum, veja o exemplo: Um
capital de R$ 6.000,00 foi submetido a uma aplicação com taxa de juros de 3%
mensais durante um período de 12 meses. Determine o montante final e o valor
dos juros produzidos pela aplicação. (Lembre-se de que o cálculo dos Juros Simples
sempre utiliza o capital originalmente aplicado).

32
Matemática financeira unidade II

Montante Taxa de Valor dos Montante


Mês Forma de Cálculo
Inicial (R$) Juros (%) Juros (R$) Final (R$)
1 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 6.180,00
2 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 6.360,00
3 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 6.540,00
4 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 6.720,00
5 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 6.900,00
6 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 7.080,00
7 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 7.260,00
8 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 7.440,00
9 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 7.620,00
10 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 7.800,00
11 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 7.980,00
12 6.000,00 3 6.000 * 3% = 180 180,00 8.160,00

Desenvolvido pelo autor

O montante final foi igual a R$ 8.160,00 e o valor dos juros produzidos foi de
R$ 2.160,00.

A tabela anterior foi montada com o auxílio de um programa de planilhas


eletrônicas, cujo uso é muito comum e recomendado na Matemática Financeira.

Em algumas situações, para efetuarmos os cálculos, temos o valor final da


aplicação, a taxa de juros e o prazo. Nesses casos, precisamos ficar muito atentos
para substituir os valores nos lugares certos da fórmula padrão. Não se esqueça
de que estamos falando de valores financeiros e um cálculo incorreto pode causar
sérios prejuízos.

Exemplo 3:

Determine o valor do capital que aplicado durante 14 meses, a uma taxa de 6%,
rendeu juros de R$ 2.688,00.

33
unidade II Matemática financeira

J=C*i*t

2688 = C * 0,06 * 14

2688 = C * 0,84

C = 2688 / 0,84

C = 3200

O valor do capital é de R$ 3.200,00.

Exemplo 4:

Qual o capital que, aplicado a juros simples de 2,5% ao mês, rende R$ 5.000,00
de juros em 60 dias?

J = 5000

i = 2,5% = 2,5/100 = 0,025

t = 60 dias = 60/30 = 2

J=C*i*t

5000 = C * 0,025 * 2

5000 = C * 0,05

C = 5000 / 0,05

C = 100.000

O capital é de R$ 100.000,00

Na unidade anterior, falei para você que matemática é uma questão de


dedicação e treino, lembra-se?

Pois bem, vamos verificar mais alguns exemplos. No entanto, quero que você
perceba que nem todos os problemas são iguais, a cada problema a abordagem e a
pergunta muda.

34
Matemática financeira unidade II

Exemplo 5:

Qual foi o capital que, aplicado à taxa de juros simples de 3% ao mês, rendeu
R$ 120,00 em um trimestre?

J=C*i*t

120 = C * 0,03 * 3

120 = C * 0,09

C = 120 / 0,09

C = 1333,33

O capital corresponde à R$ 1.333,33

Veja o resultado do exemplo acima: R$ 1.333,33. Inseri este exemplo para que
você veja que, nem sempre os resultados são todos “redondinhos”, os números e,
principalmente valores financeiros, possuem centavos!

Preste atenção na abordagem do próximo exemplo:

Exemplo 6:

Qual o tempo de aplicação para que um capital dobre, considerando uma taxa
mensal de juros de 2% ao mês no regime de capitalização simples?

M = C * [1 + (i *t)]

2C = C * [1 + (0,02 * t)]

2C = C * 1 + 0,02t

2C/C = 1 + 0,02t

2 = 1 + 0,02t

2 – 1 = 0,02t

1 = 0,02t

t = 1 / 0,02

t = 50

35
unidade II Matemática financeira

O tempo para que o capital aplicado a uma taxa mensal de 2% dobre é de 50


meses.

Este caso parece complicado, vamos analisar:

M = C * [1 + (i *t)]

A inclusão do termo 1+, na fórmula original (M=C+J) foi necessária pois estamos
falando de dobrar o capital, ou seja, precisamos de 100% de juros.

2C = C * [1 + (0,02 * t)]

2C representa exatamente o que precisamos: dobrar o Capital

0,02 é a taxa de juros de 2%

Deste ponto em diante, é a solução de expressão matemática que nos leva ao


resultado.

O exemplo abaixo é mais um caso clássico de cálculo envolvendo a taxa de


juros. Vale perceber que nele, a taxa de juros está expressa em X % a.a que significa
um determinado percentual de juros (x) ao ano (a.a).

Outras mídias:

Não só este exemplo, bem como uma lista completa de exercícios poderá
ser acessada no AVA. Vale a pena acessar e resolver os exercícios. Então,
vamos ao AVA para trabalhar um pouco e entender melhor esta questão.

Bons estudos!

Exemplo 7:

No dia 26 de maio foi contratado um empréstimo de $5.000,00 a juros simples


de 24% a.a para ser totalmente liquidado em 90 dias. No dia 16 de junho foram
pagos $2.000 e no dia 11 de julho $1500. Determine a data de vencimento da dívida
e o valor da quantia que deverá ser pago naquela data para liquidar a dívida.

Determinação da data de resgate da aplicação usando a Tábua para Contagem


de Dias do ano civil:

Números de dias da data posterior (?) = +Y

Números de dias da data anterior (26 de maio) = -146

Prazo: = 90

36
Matemática financeira unidade II

Logo, Y = 146 + 90 = 236, que na tábua corresponde ao dia 24 de agosto.

Valor de Resgate =

Note que 0,24 / 360 representa a taxa de 24% ao ano (a.a).

2.3  Considerações da unidade II

Muito bem, chegamos ao final desta unidade!

Tenho certeza de que você percebeu a intensa aplicação da matemática para o


cálculo de valores financeiros. Com exemplos e exercícios relacionados às transações
comerciais comuns, pudemos trabalhar o conceito e a aplicação do modelo de juros
simples.

A princípio pode parecer complexo, mas com o bom entendimento da fórmula


básica e cada um de seus elementos, o desenvolvimento da solução nada mais é que
a realização de operações básicas de divisão, soma e multiplicação.

Você pode até estar pensando: “É fácil para ele que é professor!”, na verdade,
quanto mais você praticar, mais fácil se tornará para você também.

Assista à teleaula, realize as atividades, pesquise, estude e dedique-se, quem


tem a ganhar é você mesmo.

37
Na próxima unidade vamos trabalhar com juros compostos, taxas de
equivalência e descontos, que são muito utilizadas pelo mercado financeiro.

Prepare-se, não é difícil, basta apenas dedicação!

Até lá!
Matemática financeira unidade III

Unidade III
3

Juro composto, taxa de equivalência e desconto

Objetivos da Unidade:

• Utilizar o conceito de juros compostos (amplamente utilizado no


mercado) em transações financeiras;

• Aprender e utilizar a calculadora para cálculos financeiros.

Competências e Habilidades da Unidade:

• Aprendizado dos conceitos financeiros da matemática;

• Senso crítico sobre operações comerciais;

• Visão ampla sobre como são realizadas as operações comerciais no


universo empresarial;

• Entendimento das operações de juros compostos.

39
unidade III Matemática financeira

Na unidade 2 tratamos da questão dos juros simples e fizemos diversos exem-


plos de transações comerciais. Esse foi o início efetivo da Matemática Financeira.

Volto a lembrar de que nosso curso traz os conceitos básicos da Matemática


Financeira que, caso você se apaixone por ela, vale a pena buscar cursos específicos
para se aprofundar.

Nesta unidade trabalharemos os conceitos mais utilizados no dia a dia das em-
presas e dos bancos, que é o sistema de capitalização de juros compostos.

Os juros compostos são chamados assim, pois sempre são aplicados sobre
o capital inicial corrigido, ou seja, é o chamado juros sobre juros.

Não se esqueça de pesquisar, discutir e trocar informações com outras pes-


soas, pois aprender é uma atitude ativa e participativa.

Adicionalmente a unidade, você encontrará três materiais de apoio para que


possa estudar de forma detalhada e aproveitar melhor o curso, são eles:

3.1  Juro composto

O sistema de juros compostos oferece uma maior rentabilidade se comparado


ao regime de juros simples, pois ele é aplicado mês a mês sobre o capital acrescido do
rendimento mensal, isso se chama juro sobre juro. As modalidades de investimentos
e financiamentos são calculadas de acordo com esse modelo, pois ele oferece um
maior rendimento, originando mais lucro ao investidor ou ao agente financeiro que
está concedendo o empréstimo.

40
Matemática financeira unidade III

Veja o exemplo abaixo:

Para ilustrar melhor, montei a tabela abaixo:

Capital Taxa de Valor dos Montante


Mês Forma de Cálculo
(R$) Juros (%) Juros (R$) Final (R$)
1 1.000,00 1 = Capital * 1% 10,00 1.010,00
2 1.010,00 1 = Montante Final * 1% 10,10 1.020,10
3 1.020,10 1 = Montante Final * 1% 10,20 1.030,30
4 1.030,30 1 = Montante Final * 1% 10,30 1.040,60
5 1.040,60 1 = Montante Final * 1% 10,41 1.051,01
6 1.051,01 1 = Montante Final * 1% 10,51 1.061,52
7 1.061,52 1 = Montante Final * 1% 10,62 1.072,14
8 1.072,14 1 = Montante Final * 1% 10,72 1.082,85
9 1.082,86 1 = Montante Final * 1% 10,83 1.093,69
10 1.093,69 1 = Montante Final * 1% 10,94 1.104,62
11 1.104,62 1 = Montante Final * 1% 11,05 1.115,67
12 1.115,67 1 = Montante Final * 1% 11,16 1.126,83

FONTE: Elaborado pelo autor.

Perceba que no primeiro mês, o valor dos juros incide sobre os R$ 1.000,00
que é o capital inicial. A partir do segundo mês, o valor dos juros é calculado sobre o
capital inicial corrigido:

Mês 1 Base de cálculo R$ 1.000,00 Juro R$ 10,00

Mês 2 Base de cálculo R$ 1.010,00 (1.000 + 10) Juro R$ 10,10

E assim sucessivamente.

41
unidade III Matemática financeira

Ou seja, por definição:

“Juro composto é aquele que, em cada período financeiro, a partir do


segundo, é calculado sobre o montante relativo ao período anterior” (http://www.
alub.com.br/concursos/concursos/Lista1jurossimplescompostodescontos.pdf . Acesso em:
06/09/13).

Veja como ficaria a situação caso a aplicação fosse feita com juros simples:

J = C * i * t,

J = 1.000,00 * 0,01 * 12

J = 120,00

M= C + J

M = 1.000,00 + 120,00

M = 1.120,00

Neste caso, considerando uma aplicação de um ano, no valor inicial de R$


1.000,00 a diferença seria de R$ 6,83. Pode parecer pouco, mas estamos falando de
apenas 1 ano.

3.1.1  Cálculo do montante

Como vimos no exemplo anterior, o montante final no modelo de juro compos-


to é maior que no modelo de juro simples.

A fórmula de cálculo desse montante é:

Mn = C(1 + i)n

Onde:

M = Montante

C = Capital inicial

i = Taxa de juros e

n = Período

42
Matemática financeira unidade III

O fator (1+ i)n é denominado fator de capitalização ou fator de acumulação de capital.

Vamos refazer o exemplo acima utilizando a fórmula:

Mn = C(1 + i)n

C = 1.000,00 M12 = 1.000 * (1 + 0,01)12

I = 1% ou 0,01 M12 = 1.000 * (1,01) 12

N = 12 M12 = 1.000 * (1,126825)

M12 = 1.126,83

Veja mais um exemplo:

Exercício:

Calcule o montante produzido por R$2.000 aplicados em regime de juro com-


posto a 5% ao mês durante 2 meses:

Utilizando a fórmula

Mn = C(1 + i)n

M2 = 2000 * (1 + 0,05)2

M2 = 2000 * (1,05)2

M2 = 2000 * 1,10250

M2 = R$ 2.205

Capital Taxa de Valor dos Montante


Mês Forma de Cálculo
(R$) Juros (%) Juros (R$) Final (R$)
1 2.000,00 5 = Capital * 5% 100,00 2.100,00
2 2.100,00 5 = Montante Final * 5% 105,00 2.205,00

FONTE: Elaborado pelo autor.

43
unidade III Matemática financeira

3.1.2  Cálculo do capital

Imagine a situação inversa, ou seja, sabemos o prazo, a taxa de juros e o mon-


tante final. Basta apenas calcular o capital investido.

A fórmula para o cálculo do capital é:

C = Mn (1 + i) –n

Exemplo:

Calcule o capital inicial que, no prazo de 5 meses, a 3% ao mês produziu o mon-


tante de R$ 4.058,00.

Exercícios:

1) Calcule o capital inicial que, no prazo de 18 meses, a 3% ao mês produziu o


montante de R$ 167.250,00.

C = Mn (1 + i) –n

C = 167250(1 + 0,03)-18
M = 167.250,00
C = 167250* (1,03) -18
n = 18
C = 167250 * 0,58739
i = 3% a.m. = 0,03
C = 98240,98

C = R$ 98.240,98

44
Matemática financeira unidade III

2) Calcule o capital inicial que, no prazo de 24 meses, a 1% ao mês produziu o


montante de R$ 167.250,00.

C = Mn (1 + i) –n

C = 167250(1 + 0,01)-24
M = 167.250,00
C = 167250*(1,01 ) -24
n = 24
C = 167250 * 0,78756
i = 1% a.m. = 0,01
C = 131719,41

C = R$ 131.719,41

Como você pode perceber, é uma “simples” aplicação de fórmula, no entanto,


é necessário ter muita atenção e cuidado para colocar cada item no lugar certo, não
inverter as taxas e os prazos que o resultado será o certo. Não se esqueça, estamos
lidando com dinheiro e qualquer erro pode ocasionar um grande prejuízo.

A seguir, falaremos sobre taxas equivalentes, ou seja, taxas completamente


diferentes que produzem o mesmo efeito em prazos iguais. Por isso, faço essa adver-
tência: preste muita atenção em cada item (capital, taxa, período e montante).

3.1.3  Taxas equivalentes

45
unidade III Matemática financeira

Vamos verificar:

Calcule o montante, em regime de juro composto, relativo a um capital de R$


5.000,00 empregado:

1) Durante 1 ano, à taxa de 24% ao ano;

2) Durante 12 meses, à taxa de 2% ao mês.

Perceba bem a diferença entre as taxas: 24% ao ano e 2% ao mês.

No primeiro caso temos:

Logo:
C = 5.000
M1 = 5000(1 + 0,24)1
n = 1 ano
M1 = 5000 * 1,24
i = 24% ao ano = 0,24 ao ano
M1 = R$ 6.200,00

No segundo caso:

Logo:

C = 5.000 M12 = 5000 * (1 + 0,02)12

n = 12 meses M12 = 5000 * (1,02)

i = 2% ao mês = 0,02 ao mês M12 = 5000 * 1,26824

M12 = R$ 6.341,20

Como M12 é diferente de M1 e as taxas empregadas (2% a.m. e 24% a.a.) são
proporcionais, podemos concluir que:

Em juros compostos, as taxas proporcionais não são equivalentes.

Atenção:

Agora vamos fazer um intervalo no livro para estudarmos os materiais que


foram disponibilizados no AVA – Texto 1 referente a Desconto composto –
e Texto 2 – Cálculo de exponenciação negativa, equivalência de taxas
com juro composto, taxa equivalente e explicação de como achar log.

46
Matemática financeira unidade III

Faça a leitura do conteúdo, desenvolva os exemplos propostos e preste


muita atenção em todos os tópicos, pois são materiais que compõem o
conteúdo da disciplina e serão trabalhados nas atividades e avaliações.
Na sequência, você encontrará uma pasta com materiais de apoio que
também deverá ser estudada para compreensão da disciplina. Quando
retornar, teremos as considerações desta unidade e avançaremos para a
última unidade de estudo.

Bom trabalho!

3.2  Considerações da unidade III

Nesta unidade você aprendeu alguns cálculos que serão úteis no seu dia a dia,
como negociar taxas bancárias e também administrar e gerenciar empréstimos.

Discutir a melhor forma de comprar um produto não é mais mistério para você,
por isso, assista à teleaula e verifique os materiais que estão na plataforma.

Preste sempre muita atenção aos índices, aos prazos, enfim, às variáveis de
cada problema, substituindo-as nas fórmulas nos lugares certos tudo se tornará fácil.

Você percebeu bem a diferença entre as taxas de juros simples e as taxas de


juros compostos, ressalto aqui mais uma vez a importância da correta interpretação
das variáveis e das negociações que serão efetuadas para evitar perdas.

Não se esqueça de que, muitas vezes, fazemos cálculos unitários onde a dife-
rença pode parecer pequena, às vezes até mesmo desprezível, no entanto, no dia
a dia de uma empresa, os valores são multiplicados muitas vezes e isso acarretará
grandes mudanças no resultado.

Quem entende de Matemática Financeira tem melhores condições de geren-


ciar seu próprio orçamento e essa é a minha dica!

Lembre-se: Matemática é uma questão de estudo e de treino!

Na próxima unidade você vai ser preparado para fazer financiamentos imobi-
liários. Até lá!

47
Matemática financeira unidade IV

4 Unidade IV

Capitalização composta, amortização,


empréstimos e abatimentos

Objetivos da Unidade:

• Possibilitar decisões sobre investimentos de longo prazo;

• Utilizar uma calculadora HP12C para cálculos de empréstimos e


amortizações.

Competências e Habilidades da Unidade:

• Entendimento sobre os conceitos financeiros da matemática;

• Senso crítico sobre operações comerciais;

• Visão sobre como são realizadas as operações comerciais no


universo empresarial;

• Utilização de uma calculadora financeira HP 12C;

• Compreensão de como é realizado um plano de financiamento de


longo prazo.

49
unidade IV Matemática financeira

Na unidade 3 tratamos da questão dos juros simples, fizemos diversos exem-


plos de transações comerciais. Esse foi o início efetivo da Matemática Financeira.

Atravessamos a parte mais complexa do curso, que foi a Unidade III, agora
vamos consolidar o nosso curso estudando como utilizar a calculadora financeira
HP12C para realizar cálculos de capitalização composta, amortização, empréstimos,
abatimentos e também como fazer cálculos de Financiamentos Imobiliários através
do Sistema de Amortização Constante, SAC.

Você irá gostar muito desta unidade, pois ela é prática e útil para a nossa vida
como cidadão e irá fazer você ter mais voz ativa quando pensar em comprar uma casa.

4.1  Capitalização e amortização compostas

4.1.1  Rendas

50
Matemática financeira unidade IV

Exemplo:

No caso da compra de uma TV em cores em 7 prestações mensais de R$ 41,00


cada, uma das prestações é um termo da renda e o período é mensal.

a) Rendas certas ou anuidades: Ocorrem quando o número de termos, seus


vencimentos e seus respectivos valores podem ser prefixados.

Exemplo: Compra de bens a prazo

b) Rendas aleatórias: Ocorrem quando pelo menos um dos elementos não


pode ser previamente determinado.

Exemplo: Pagamento de um seguro de vida, o número de termos é


indeterminado.

Quando o período da renda é sempre o mesmo, dizemos que ela é periódica,


caso contrário, é não periódica.

Nas vendas periódicas, se o período é o mês, o trimestre ou o ano, temos, res-


pectivamente, renda mensal, trimestral ou anual, e assim por diante.

Se todos os termos da renda são iguais, ela é denominada constante; caso


contrário, é variável.

Quanto à data do vencimento do primeiro termo, uma renda certa pode ser
imediata, antecipada ou diferida.

a) Imediata: Ocorre quando o vencimento do primeiro termo se dá no fim do


primeiro período a contar da data zero, isto é, da data da assinatura do contrato.

T1 T2 T3 T4
termos
períodos
0 1 2 3 4

b) Antecipada: Ocorre quando o vencimento do primeiro termo se dá na data


zero.

T1 T2 T3 T4 T5
termos
períodos
0 1 2 3 4

51
unidade IV Matemática financeira

c) Diferida: Ocorre quando o vencimento do primeiro termo se dá no fim de um


determinado número de períodos, a contar da data zero.

T1 T2
termos
períodos
0 1 2 3 4

4.2  Capitalização composta

Neste item vamos estudar a determinação do montante constituído por depó-


sitos periódicos, de quantias constantes, sobre as quais incide a mesma taxa.

4.2.1  Renda imediata

Consideremos o seguinte problema.

Uma pessoa deposita em uma financeira, no fim de cada mês, durante 5 me-
ses, a quantia de R$ 100,00. Calcule o montante da renda, sabendo que essa finan-
ceira paga juros compostos de 2% ao mês, capitalizados mensalmente.

Temos:

T=100

i = 2%

n = 5 meses

Esquema gráfico:

52
Matemática financeira unidade IV

Utilizando a fórmula

Mn = C(1 + i)n

Calculamos o montante para cada período.

A somatória do montante de cada período é igual à renda total esperada.

Assim Renda =

102 + 104,04 + 106,12 + 108,24 + 100 = 520,40

4.2.2  Renda antecipada

Vamos realizar o mesmo exemplo, mas com o depósito da primeira parcela no


momento imediato da capitalização.

Utilizando a fórmula:

Mn = C(1 + i)n

53
unidade IV Matemática financeira

Calculamos o montante para cada período.

A somatória do montante de cada período é igual à renda total esperada.

Assim Renda =

102 + 104,04 + 106,12 + 108,24 + 110,41 = 530,81

4.3  Utilizando a calculadora financeira

54
Matemática financeira unidade IV

4.3.1  Renda imediata

Temos: T=100 i = 2% n = 5 meses

Pede-se a renda desta aplicação:

Assim, para calcular este caso você precisa:

4.3.2  Renda antecipada

Temos: T=100 i = 2% n = 5 meses

Pede-se a renda desta aplicação:

Assim, para calcular este caso você precisa:

55
unidade IV Matemática financeira

A partir de agora, vamos utilizar a calculadora para os próximos cálculos.

4.4  Amortização composta

Vamos agora aprender a calcular o valor de uma dívida, ou de um empréstimo,


ou o valor de uma mercadoria que será paga em prestações periódicas de quantias
constantes, sobre as quais incide a mesma taxa.

Considere o seguinte problema:

Que dívida pode ser amortizada por 5 prestações mensais de R$ 100,00, sendo
de 2% ao mês a taxa de juro?

Temos: T=100 n = 5 meses i = 2%

Precisamos saber o valor da dívida, ou o Capital, ou ainda o Present Value.

Utilizando a calculadora financeira, temos que:

56
Matemática financeira unidade IV

4.4.1  Amortização antecipada

Considere o seguinte problema:

Que dívida pode ser amortizada por 5 prestações mensais de R$ 100,00 sendo
de 2% ao mês a taxa de juro, e a primeira parcela é paga no ato da assinatura do
contrato?

Temos: T=100 n = 5 meses i = 2%

Precisamos saber o valor da dívida, ou o Capital, ou ainda o Present Value.

Utilizando a calculadora financeira, temos que:

57
unidade IV Matemática financeira

4.5  Empréstimos

Um empréstimo ou financiamento pode ser feito a curto, médio ou longo prazo.

Dizemos que um empréstimo é a curto ou médio prazo quando o prazo total


não ultrapassa 1 ou 3 anos, respectivamente.

Nestes casos pode-se:

Nos financiamentos de longo prazo, o devedor ou mutuário tem também três


modalidades para resgatar sua dívida:

58
Matemática financeira unidade IV

Exemplo:

Calcule o valor das prestações de um imóvel que será financiado em 4 anos


com prestações anuais. O valor do financiamento é R$ 100.000 e a taxa de juros é de
15% ao ano.

1º PASSO - CÁLCULO DA AMORTIZAÇÃO

C = 100.000 Amortização deve ser igual, então:

n = 4 anos Amortização = C/ n

i = 15% ao ano = 0,15 a.a. Amortização = 100.000 / 4 = 25.000

2º PASSO - MONTAGEM DA PLANILHA

SAC - SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE

Pagamento

n Saldo Juro (i) Amort. Total Saldo

0 - - - - -

1 - - - - -

2 - - - - -

3 - - - - -

4 - - - - -

3º PASSO - INCLUA O VALOR DO CAPITAL E AMORTIZAÇÃO

SAC - SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE

Pagamento

n Saldo Juro (i) Amort. Total Saldo

0 - - - - 100.000

1 - - 25.000 - -

2 - - 25.000 - -

3 - - 25.000 - -

4 - - 25.000 - -

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unidade IV Matemática financeira

4º PASSO - CÁLCULOS DAS PRESTAÇÕES

SAC - SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE

Pagamento

n Saldo Juro (i) Amort. Total Saldo

0 100.000 - - 100.000

1 115.000 15.000 25.000 40.000 75.000

2 86.250 11.250 25.000 36.250 50.000

3 57.500 7.500 25.000 32.500 25.000

4 28.750 3.750 25.000 28.750 0

O que podemos concluir com este sistema é que:

4.6  Considerações da unidade IV

Concluímos aqui esta unidade, na qual procurei ajudá-lo a compreender me-


lhor o funcionamento de um empréstimo com juros compostos, como funciona um
financiamento e os cuidados que devemos ter com as taxas de juros.

Tenho falado e mostrado a você, desde o início de nosso curso, sobre a impor-
tância de conhecer bem a diferença entre os juros simples e os juros compostos.

Muitas vezes, por falta de cuidado, caímos em verdadeiras “armadilhas” finan-


ceiras que acabam por esgotar nossa capacidade de pagamento, pois os juros supe-
ram aqueles que temos condições de pagar.

Os exemplos desta unidade usaram um determinado modelo de calculadora


financeira, no entanto, quero ressaltar que existem diversas outras calculadoras fi-

60
Matemática financeira unidade IV

nanceiras e até mesmo softwares de planilhas eletrônicas (pagos e gratuitos), que


possuem todas as funções utilizadas na Matemática Financeira.

Lembre-se de que nosso conteúdo vai além desta leitura, você deve assistir
suas teleaulas e realizar as atividades na plataforma de estudos (AVA). Se houver
dúvidas quanto ao conteúdo, é importante que utilize o Fórum para compartilhar
conhecimento e experiência.

Até a próxima!

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Referências

Referências

AGUSTINI, Carlos Alberto Di; ZELMANOVITS, Nei Schilling. Matemática aplicada à


gestão de negócios. Rio de Janeiro: FGV, 2005. (Coleção FGV Negócios).

ARAUJO, Carlos Roberto Vieira. Matemática financeira: uso das minicalculadoras


HP 12C e HP 19BLL, mais de 500 exercícios propostos e resolvidos. São Paulo: Atlas,
1993.

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. São Paulo:


Atlas, 2002.

FARIA, Rogério Gomes de. Matemática comercial e financeira. São Paulo: Makron
Books, 1999.

FERREIRA, José Carlos Gomes. Curso de matemática financeira com HP-12C.


Espírito Santo: Ed. Do autor, 1998.

LAPONI, Juan Carlos. Matemática financeira. São Paulo: Lapponi, 1998.

MATHIAS, Washington Franco. Matemática financeira. São Paulo: Atlas, 1993.

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