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Relatório dos seminários 3° AV

Aluno: Marcelo Cavalcante Constant Galindo


Matricula: 1920163756
Período: 4° período “B” notruno

Recurso de apelação (data: 26/05/2021)


A apelação, dentro do ordenamento jurídico brasileiro, é o recurso cabível, por via de regra,
contra sentenças proferidas pelo juízo de um processo. É através dela que a parte irá atacar,
impugnar e discordar da decisão do julgador durante a lide.

Trata-se de um dos nove tipos de recursos apresentados pelo Código de Processo Civil (Lei nº
13.105/2015), o Novo CPC. Uma vez que cabe contra sentenças, tem como objetivo impugnar
a decisão que põe fim à fase de conhecimento do processo ou sobre a sentença que extingue o
mesmo.

No art.1003,CPC,§5°. Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos


e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. Ou seja, o novo CPC unificou os prazos para
recursos e contra razões de recursos em 15 dias para todos os tipos de agravo, que está
previsto no art.1070,CPC. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo,
previsto em lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra
decisão unipessoal proferida em tribunal.

Sobre o inicio da contagem dos prazos voltamos lá no CAPUT do art.1003,CPC. O prazo para
interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a
Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. § 1º
Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for
proferida a decisão. O parágrafo primeiro ele é importante , se em alguma audiência for
proferido algum tipo de despacho que caiba recurso, é daquela data ( data de decisão) que se
inicia o prazo para tal recurso.

Por fim os embargos de declaração Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5
(cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou
omissão, e não se sujeitam a preparo.

O recurso de apelação poderá ser interposto contra sentenças que são proferidas durante o
processo de conhecimento, de execução ou então em tutela de urgência, não importando o
tipo de processo ou mesmo procedimento que se trate, afinal, a apelação e cabível em
qualquer espécie de procedimento, seja ele comum ou especial, a apelação também é cabível
em sentença que sejam proferidas jurisdição voluntária ou contenciosa, por tal motivo, a não
aplicação do recurso de apelação são extremamente excepcionais.
Possuem legitimidade para recorrer: a parte, o terceiro prejudicado e o Ministério Público.

O advogado, enquanto representante da parte nos autos, é legitimado a interpor recurso em


nome próprio, quando pretender a majoração das verbas honorárias que lhes são devidas.

Agravo de instrumento (data: 28/05/2021)


O agravo de instrumento é um recurso previsto entre os artigos 1.015 e 1.020 do Código de
Processo Civil. É utilizado contra decisões interlocutórias (pronunciamento judicial de natureza
decisória que não coloca fim ao processo). Deve ser dirigido ao Tribunal de Justiça ou ao
Superior Tribunal de Justiça.

Na esfera cível, o agravo de instrumento é um recurso dirigido diretamente ao Tribunal de


Justiça ou ao Superior Tribunal de Justiça.

É utilizado para que seja reanalisada uma decisão interlocutória, Ou seja, que seja revisto um
pronunciamento judicial de natureza decisória que não coloca fim ao processo, conforme
previsto no artigo 203 §2º do CPC.

Art.203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e


despachos.

§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o


pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.

§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se


enquadre no § 1º.

É relevante dizer que desde que o CPC/73 entrou em vigor, o agravo de instrumento passou
por diversas modificações. Dentre elas, a regra imposta pela Lei 11.187/2005, que tornava o
agravo retido a regra e limitava a interposição do agravo de instrumento apenas em três
situações previstas no antigo artigo 522 do CPC/73.

Com o Código de Processo Civil de 2015, foi abolida a figura do agravo retido, trazendo novas
possibilidades para o cabimento do agravo de instrumento, que falaremos abaixo. Além disso,
o Novo CPC ampliou o prazo de 10 dias corridos para 15 dias úteis.

Outra novidade trazida pelo Novo CPC é que se algum dos requisitos do artigo 1.017 não forem
atendidos, o agravante será intimado para fazê-lo no prazo de 5 dias. Sua inércia ensejará no
não conhecimento do recurso, nos termos do parágrafo único do artigo 932 do Código de
Processo Civil.

O prazo para interposição do recurso de agravo de instrumento no Novo CPC é de 15 dias


úteis, contados da data da intimação da decisão. Ou seja, contado a partir do primeiro dia útil
subsequente à publicação da decisão recorrida.

Há uma questão relevante sobre o artigo 1.015. Seria ele taxativo, impossibilitando a
interposição do recurso caso não houve previsão expressa no artigo, ou poderia ser
interpretado de forma extensiva?
Em dezembro de 2018, foi proferida pelo Supremo Tribunal de Justiça, por 7 votos a 5, no
recurso especial processado pelo rito dos recursos repetitivos, admitindo que o rol do artigo
1.015 do CPC tem a sua taxatividade mitigada e admite a interposição de agravo de
instrumento quando verificada urgência.

O Agravo de instrumento no processo trabalhista está previsto no artigo 897, b da CLT e deve
ser interposto no prazo de 08 dias úteis. É cabível para impugnar decisões que negam
seguimento a um recurso e o julgamento é realizado pelo tribunal que seria competente para
receber o recurso.

Importante salientar que o C. TST editou a Resolução Administrativa n° 1418 de 30 de agosto


de 2010, que regulamenta o processamento do Agravo de Instrumento interposto de decisão
que negar seguimento em recurso de competência do Tribunal Superior do Trabalho, dispondo
o artigo 1º que o Agravo de Instrumento interposto de decisão que negar seguimento a
recurso para o TST deve ser processado nos autos do recurso denegado, não havendo,
portanto, a necessidade de instruir o instrumento.

Recurso ordinário constitucional (data: 02/06/2021)


É o recurso cabível contra decisão denegatória de habeas corpus ou mandado de segurança,
proferida em segunda instância ou por Tribunal Superior. Portanto, pode ser interposto
perante o Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça. O prazo para a interposição
do recurso ordinário constitucional contra denegação de habeas corpus será de cinco dias, e
contra denegação de mandado de segurança, de quinze dias.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção


decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

A finalidade do roc é garantir o duplo gral de jurisdição nos casos envolvendo decisão
denegatória de ações constitucionais originarias, por isso se dá ao nome recurso ordinário
constitucional, pois se trata de um recurso que cabe contra ações constitucionais (emendas
constitucionais).

Uns dos requisitos para da entrada no roc é a decisão denegaria que tem por objetivo negar
uma ação jugando a mesma como improcedente, uma vez que, é denegatória por que o
pedido foi improcedente ou por que foi jugado sem resolução de mérito. Outro requisito é que
o roc só será cabível contra decisões colegiadas, ou seja, uma decisão monocrática que teve
apenas um relator não será cabível o roc, o mesmo só será valido em caso de decisão
colegiada com mais de um relator.

Além destas hipóteses, o recurso ordinário será cabível das decisões proferidas pelo juiz
federal (art. 109, II, CF), nas causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou
organismo internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União
que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

O recurso ordinário constitucional é disciplinado pelos regimentos internos dos tribunais (STF,
STJ). O art.1028,CPC, deixa claro que devem ser aplicadas as regras dos recursos de apelação
ao recurso ordinário constitucional.

O prazo para a interposição de ROC em HC é de 5 dias (art. 30 da Lei 8.039/90). Se o ROC for
em MS, o prazo é de 15 dias (art. 33 da Lei 8.038/90). O recorrido também tem 15 dias, mas
para oferecer contrarrazões (art. 1028, § 2º, do CPC). Entretanto, se o MS for em matéria
criminal, e de competência do STF, há o enunciado n. 319 da Súmula da Corte. Alguns autores
sustentam que ele continua válido.

Por sua vez, o processamento do recurso ordinário em habeas corpus ao STJ é regido pelos
artigos 30 a 32 da Lei nº 8.038/90, com as normas complementares inseridas nos artigos 244 e
246 do RISTJ. Já se entendeu, outrossim, que o recurso não seria conhecido se interposto fora
do prazo estabelecido no artigo 586 do CPP (JSTJ 3/259).

Como a Constituição é expressa a respeito, referindo-se apenas às decisões em “única


instância”, não cabe recurso ordinário ao STF da decisão do STJ que julgar tais remédios
denegados por Tribunais estaduais ou regionais.

Recurso extraordinário
O recurso extraordinário é um mecanismo processual que viabiliza a análise de questões
constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Para que o recurso chegue à Suprema Corte é
necessário que o jurisdicionado tenha se valido de todos os meios ordinários, ou seja, que
tenha percorrido as demais instâncias judiciais do País. Também se exige que o recorrente
preencha alguns requisitos legais para que o recurso extraordinário possa ser recebido pelo
STF.

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe: (…) III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única
ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;


c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição;

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal”.

A EC n° 45/04 acrescentou o §3º ao artigo supramencionado, passando a exigir que o


recorrente demonstre no recurso extraordinário a repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.

Esse novo requisito da demonstração da repercussão geral dos recursos extraordinários visa
selecionar os recursos que realmente tenham uma importância para toda a sociedade e, não
apenas, ao caso individual.

Dispõe o art. 1.035, do CPC: “O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não
conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver
repercussão geral, nos termos deste artigo”.

Por conseguinte, o § 1º, do art. 1.035, estabelece o que será considerado como “repercussão
geral”: “Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo”.

Por sua vez, o §3º, do mesmo dispositivo legal, completa a noção da repercussão geral ao
dispor que: “§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:

I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;

III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art.
97 da Constituição Federal.”.

Percebe-se pela leitura desse dispositivo que, além das hipóteses de ofensa direta à
Constituição Federal, o recurso extraordinário também poderá ser interposto quando houver
discussão relativa à interpretação do texto constitucional dada pelo Supremo Tribunal Federal
em súmula ou jurisprudência dominante.

A interposição do recurso extraordinário produz o efeito obstativo. Enquanto pender o


extraordinário, total ou parcial, a decisão impugnada não será transitada em julgado.

A extensão do efeito devolutivo significa precisar o que se submete, por força do recurso, ao
julgamento do órgão ad quem. A extensão do efeito devolutivo determina-se pela extensão da
impugnação.

O recurso extraordinário se reparte entre o órgão a quo, que é o tribunal de origem que
proferiu o acórdão recorrido, e o órgão ad quem, que é o Supremo Tribunal Federal – STF.
Contudo, importante ressaltar que o STF revisa a admissibilidade, por intermédio do relator e
do órgão fracionário competente, por meio da análise da repercussão geral.

O artigo 508 do CPC, dispõe: “ Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário,
no recurso especial, no recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para
interpor e para responder é de 15 (quinze) dias”. O prazo de 15 (quinze) dias previsto no
dispositivo alhures, começara a fluir da intimação da sentença ou acórdão recorrido. No caso
da parte ter que apresentar a contrarrazões, começará a fluir da intimação para apresentar
resposta.
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão.

§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta


for proferida a decisão.

§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231 , incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo
réu contra decisão proferida anteriormente à citação.

§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou


conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.

§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada


como data de interposição a data de postagem.

§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do


recurso.

O prazo para interposição de recurso, segundo o ‘caput’, conta-se da data em que os


advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o
Ministério Público são intimados da decisão. Verifica-se que o legislador complementa a
redação, inserindo no dispositivo a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria
Pública ou o Ministério Público.

Em relação aos efeitos, com o novo diploma legal, o recurso extraordinário continua a ser
recebido, como regra, somente no efeito devolutivo, de forma a impedir a execução provisória
do acórdão recorrido. No entanto, na vigência da lei processual de 1973, o recorrente, para
conseguir efeito suspensivo, segundo o entendimento mais consagrado do STF, deve ajuizar
uma medida cautelar, que possui natureza de incidente processual, conforme o art. 800, §
único. Já no NCPC há a previsão expressa desse requerimento de concessão de efeito
suspensivo ao recurso extraordinário no art. 1.029, §5º.

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal , serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido,
em petições distintas que conterão:

§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso


especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:

I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão


de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo;

II - ao relator, se já distribuído o recurso;

III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido


entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim
como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037 .
Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal
Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.

Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um


fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos para
a solução do capítulo impugnado.

O procedimento do recurso extraordinário se reparte entre o órgão a quo, que é o tribunal do


qual se originou o acórdão recorrido ou ao qual se encontra subordinado o juiz prolator da
sentença de primeiro grau, e o órgão ad quem, que é o STF. O procedimento do recurso
extraordinário desenvolve-se , em grande parte, no tribunal de origem. Por tal há de se
entender, quando cabível o recurso contra sentença, o juízo que emitiu a sentença ou o
presidente da turma recursal dos juizados especiais.

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão
conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação
dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal


Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário
interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo
Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; (Incluída pela Lei nº 13.256, de
2016) (Vigência)

b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em


conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída
pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso
extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral,
nos termos deste artigo.

§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões


relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo.

§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação


exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.

§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:

I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;

II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;

III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do


art.

O requisito de repercussão geral traz ao recurso um quesito que o torna diferenciado, pois
apenas aquilo que diz respeito à coletividade de maneira geral é que deve ser objeto de
julgamento pela mais alta corte. É preciso que haja uma seleção dos recursos, para que não se
leve ao julgamento deste tribunal temas que não possuam tal abordagem.

Recurso especial repetitivo


O recurso especial é um tipo de recurso previsto na Constituição Federal de 1988 e regrado
através do Código de Processo Civil de 2015 (Novo CPC). Ele tem como objetivo analisar se as
decisões judiciais realizadas dentro do processo estão em conformidade com a lei vigente e
com a jurisprudência. O recurso especial é uma ferramenta processual, utilizada para recorrer
ao STJ se as decisões judiciais realizadas dentro do processo estão em conformidade com a lei
vigente e com a jurisprudência.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

A principal finalidade do recurso especial é uniformizar o entendimento dos tribunais e demais


órgãos judiciais a respeito das normas jurídicas federais, que regram as normativas dentro do
território nacional. Sendo assim, fica claro que o objetivo do recurso especial não é analisar o
caso concreto do processo em questão, mas sim analisar se as decisões judiciais aplicadas
sobre ele seguiram corretamente as normas jurídicas estabelecidas no país.

Conforme previsto pela Constituição Federal, o Recurso Especial é cabível para se insurgir
contra decisão proferida em última instância que, nos termos da lei:

 Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;


 Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
 Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Ou seja, quando ocorrer alguma destas hipóteses, o advogado poderá se valer do referido
recurso, endereçado e dirigido ao Presidente ou ao vice-presidente do Tribunal Recorrido, que
fará o Juízo de admissibilidade.

O Novo CPC trouxe, no § 1º do art. 1.029, uma mudança significativa no recurso especial.
Confira:

§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da


divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão
divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de
computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso,
mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
Dessa forma, ao alegar divergência de entendimento entre tribunais, é dever do recorrente
fazer prova de tal alegação e, ainda, se manifestar quanto às circunstâncias que tornam o caso
ali discutido semelhante ao que fora julgado de forma divergente por outro tribunal.

O recurso repetitivo é um dispositivo jurídico que representa um grupo de recursos que


possuem teses idênticas, ou seja, têm fundamento em idêntica questão de direito. Caso o
recurso esteja suspenso, o acompanhamento processual deve ser feito pelo recurso
representativo da controvérsia.

A finalidade do Recurso Repetitivo é a efetividade e celeridade do processo justo, baseado na


dignidade da pessoa humana. Com isso, podemos afirmar que a aplicação desse mecanismo
evita que os tribunais superiores fiquem ameaçados pela supre lotação de demandas
repetitivas ferindo a celeridade do processo.

A Lei 11.672/08, publicada no Diário Oficial de 9 de maio de 2008, teve origem na proposta do
Poder Executivo ao Congresso Nacional pela MSG 341/07, e acresce o art. 543-C ao Código de
Processo Civil para instituir procedimento restritivo ao julgamento de recursos especiais
qualificados de repetitivos.

A alquimia é a mesma da repercussão geral prevista no art. 543-B do CPC, com variação dos
elementos da fórmula, e se destina a reunir e sobrestar na origem recursos especiais quando
conexos em relação à matéria, subindo ao STJ apenas um ou alguns representativos da
controvérsia, e que ensejarão efeito vinculante ou parâmetro ao julgamento dos sobrestados.
Veja-se o preceito do caput e do § 1º do mais novo alfa-numérico artigo da codificação
processual civil:

“Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica


questão de direito, o recurso especial será processado nos termos deste artigo.

§ 1º Caberá ao presidente do tribunal de origem admitir um ou mais recursos


representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Superior Tribunal de
Justiça, ficando suspensos os demais recursos especiais, até o julgamento definitivo do
Superior Tribunal de Justiça”.

O Recurso Especial, cabível em face de decisão de tribunal superior que apresenta lesão à lei
federal, com seu objeto devidamente prequestionado e prazo de 15 (quinze) dias para
interposição, será processado e julgado pelo STJ, considerado pela Constituição Federal como
“guardião da legislação federal”.

Embargos de declaração (data: 18/06/2021)


Os embargos de declaração constituem uma forma pela qual se pode solicitar ao juiz que
reveja uma decisão, tornando-a mais compreensível, ou corrigindo-a. Assim, sempre que for
proferida decisão que contenha erro material, seja contraditória, obscura ou omissa, é cabível
esse recurso. Não é necessário recolhimento de custas.

Os embargos de declaração são considerados como um recurso, tanto na prática da advocacia,


quanto no Livro III do Código de Processo Civil. Além disso, são definidos por uma parcela da
doutrina como um instrumento processual para correção de vícios formais da decisão.
Além de servir como recurso, os embargos de declaração também têm como função o
prequestionamento da matéria da lei federal ou matéria constitucional para fins de
interposição de recurso especial e recurso extraordinário.

Nesse sentido, o novo Código de Processo Civil modificou um pouco as normas. Além disso,
incluiu questões sobre a utilização desse recurso com fins de prequestionamento.

O prazo para interpor os embargos de declaração no novo CPC é de 5 dias. Nesse contexto, é
importante lembrar que a contagem do prazo atualmente é feita em dias úteis e começa após
a intimação, publicação ou leitura de sentença. Conforme o parágrafo 2º do artigo 1.023 do
CPC, o mesmo prazo de 5 dias será concedido à parte embargada para manifestação sobre os
embargos de declaração opostos.

Este mesmo artigo recebe destaque também por prever, dentre outras medidas, a
possibilidade de os embargos de declaração serem conhecidos como agravo interno.

Isso se o órgão julgador entender que o recurso é cabível, desde que determine previamente a
intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais. A
inclusão de tal possibilidade no texto legal observa o princípio da fungibilidade recursal.

O agravo interno é a modalidade recursal que impugna decisões monocráticas dos relatores. É
bom que se diga que, a razão de haver a possibilidade de se decidir monocraticamente em vez
de forma colegiada, é exatamente a existência do agravo interno, que possui o condão de levar
a disputa judicial ao órgão colegiado.

As atenções desse artigo se voltam para a clara e evidente diferença de escopos e


pressupostos de recorribilidade entre os embargos de declaração e o agravo interno. Em
resumo, o primeiro quer aperfeiçoar a decisão, seja por esquecimento de examinar algum
fundamento do pedido da inicial ou da defesa, seja porque suas linhas se mostraram obscuras
(dificuldade de absorção intelectual) ou contraditórias (diz algo no começo e desdiz mais à
frente). O segundo pretende que o órgão colegiado modifique a decisão monocrática
proferida, conforme sua pretensão.

O art. 1.021 do CPC estabelece que o agravo interno é cabível contra decisão proferida pelo
relator. Sua leitura pode, então, gerar a impressão de que este recurso só pode ser empregado
como meio destinado a impugnar decisões monocráticas, unipessoais, proferidas pelos
relatores.

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.

§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os


fundamentos da decisão agravada.

§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o
recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator
levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para


julgar improcedente o agravo interno.
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente
em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante
a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor


da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da
justiça, que farão o pagamento ao final.

Os embargos de declaração possuem nítida feição de agravo interno, razão pela qual
determino a intimação da parte embargante para, no prazo de cinco dias, complementar as
razões recursais, conforme previsão do §3º do art. 1.024 do Código de Processo Civil de 2015.
Após, se apresentadas as razões, manifeste-se a parte contrária no prazo de 15 (quinze) dias,
nos termos do §2º do art. 1.021 do Código de Processo Civil de 2015

É importante ressaltar que muitas vezes os Embargos de Declaração são opostos visando a
integralização de um capítulo da decisão e, se o recebimento como Agravo Interno for
automático, pode ser retirada a oportunidade recursal quanto a outro capítulo que, em tese,
poderia ser objeto de irresignação após o julgamento dos Aclaratórios.

Contudo, se for aberto o prazo para complementação das razões recursais e a parte se quedar
inerte, provavelmente o recurso não será conhecido. O STJ, em acórdão relatado pelo Min.
O.G Fernandes, entendeu que, em decorrência da omissão, a parte não impugnou
especificamente o conteúdo da decisão.

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