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1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 3
2. BREVE HISTÓRIA DA LOUCURA...................................................................................4
3. REFORMA PSIQUIÁTRICA.............................................................................................5
4. ALTERNATIVAS PARA O TRATAMENTO DAS PSICOPATOLOGIAS...........................7
4.1. Caps (Centro de Atenção Psicossocial)........................................................................7
4.1.1. CAPS I....................................................................................................................... 8
4.1.2. CAPS II...................................................................................................................... 8
4.1.3. CAPS III..................................................................................................................... 9
4.1.4. CAPS i II.................................................................................................................... 9
4.1.5. CAPS ad II.................................................................................................................9
4.1.6. CAPS ad III.............................................................................................................. 10
4.2. Raps (Rede de Atenção Psicossocial)........................................................................11
4.3. Hospital Dia................................................................................................................ 12
4.4. Residências e Comunidades Terapêuticas.................................................................13
5. MAPEAMENTO DOS CENTROS DE TRATAMENTO................................................14
6. DISCUSSÃO.............................................................................................................. 15
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 17
1. INTRODUÇÃO
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2. BREVE HISTÓRIA DA LOUCURA
A humanidade convive com a loucara há séculos, e a loucura, antes de se
tornar um tema essencialmente médico, foi alvo de preconceitos, do misticismo e da
estereotipia. O louco habitou marginais de diversas formas como sendo motivo de
chacota, de escárnio, possuído por demônios, marginalizado por não se enquadrar
nos preceitos morais vigentes. Então o louco era visto como um enigma para a
sociedade que ameaçava os saberes constituídos sobre o homem. Em toda a
história da loucura, pode-se notar que na Grécia antiga respeitava-se o louco como
um profeta, monge, lugar este onde a loucura era visto como uma manifestação
divina e que as palavras do louco eram o importante saber que podia até mesmo
interferir no destino das pessoas.
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a lei e a moral, sendo inserido em um conjunto dos perigosos, pessoas essas que
não controlam os seus atos ou não são responsáveis pelas suas ações, e sendo
classificado como uma ameaça, vivenciando a partir desse momento o paradigma
entre a loucura e a razão com a origem do interior do homem. Alimentando pelas
angústias, ilusões e sonhos, onde esses sonhos só podiam ser realizados no mundo
irreal, o verdadeiro mundo de fantasias.
A loucura sempre existiu, bem como o lugar para se tratar dos loucos:
templos, domicílios e instituições, mas a instituição psiquiátrica, propriamente dita, é
uma construção do século XVIII (FOUCAULT, 1978). A partir dessa nova forma de
vivenciar a condição humana, estabeleceu-se “o diferente”, aquele que não segue o
padrão de comportamento que a sociedade define. O doente mental, o excluído do
convívio dos iguais, dos ditos normais, foi então afastado dos donos da razão, dos
produtivos e dos que não ameaçavam a sociedade. Tratar do doente mental foi
então sinal de exclusão, de reclusão e asilamento. Hoje, esta realidade ainda existe,
porém de forma mais consciente e menos exclusiva. Por não se admitir a exclusão,
corre-se o risco de não se admitir a diferença. Esta não pode ser negada, é
necessário reconhecê-la e conviver com ela sem ter que excluir, conforme a grande
aspiração da reforma psiquiátrica (FOUCAULT, 1978).
3. REFORMA PSIQUIÁTRICA
No século XVIII Philippe Pinel considerado como pai da psiquiátria, propôs
uma nova forma de tratamento aos loucos, libertando das correntes e transferindo
aos manicômios que eram destinados somente a princípio aos doentes mentais,
onde várias experiências e procedimentos foram desenvolvidos e difundidos pela
Europa. O tratamento nos manicômios defendido por Pinel baseava-se
principalmente na reeducação dos alienados no respeito às normas e no
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desencorajamento de condutas inconvenientes e que para ele a função
disciplinadora do médico e do manicômio devia ser exercida com firmeza, indicando
um caráter essencialmente moral no qual a loucura passou a ser revestida.
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Esse movimento teve origem no Hospital Gorizia na Itália, mas teve repercussões
em todo o mundo e muito particularmente no Brasil. É nesse sentido que se inicia o
movimento da Luta Antimanicomial, essa luta nasce profundamente marcada pela
ideia de defesa dos direitos humanos e do resgate da cidadania dos que carregam
transtornos mentais. Aliado em paralelo a essa luta, nasce então o movimento da
Reforma Psiquiátrica que busca denunciar os manicômios como instituições de
violência e propõe a construção de uma rede de serviços, estratégias territoriais e
comunitárias.
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turnos, das 06h00 às 18h00, operando cinco dias por semana, salvo alguns subtipos
de CAPS.
Os CAPS operam a partir do tradicional procedimento de “portas-abertas”,
sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento, sendo atendido e
assistenciado por equipes multi e interdisciplinares formadas principalmente por
psicólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros.
Os CAPS podem ser divididos de acordo com a especialidade de atuação dos
profissionais que constituem as equipes de acompanhamento nestes centros:
4.1.1. CAPS I
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seguintes competências: técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo,
técnico educacional e artesão.
4.1.3. CAPS III
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atenção psicossocial especializados no atendimento de pacientes com transtornos
oriundos do uso de substâncias psicoativas. Como diferencial deste centro, há a
presença de dois a quatro leitos para desintoxicação e repouso. Além das atividades
exercidas nos demais centros, ocorre também o atendimento de desintoxicação, que
se estende desde o auxílio e o procedimento médico até à conscientização do
processo de intoxicação. A equipe necessária para o funcionamento de um CAPS ad
II constitui-se de, pelo menos: um médico psiquiatra, um enfermeiro com formação
em saúde mental; um médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e
acompanhamento das intercorrências clínicas; quatro profissionais de níveis
superior, dentre os quais podem se encontrar: : psicólogo, assistente social,
terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto
terapêutico; e seis profissionais de nível médio, dentre eles: técnico e/ou auxiliar de
enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.
4.1.6. CAPS ad III
Diferentemente dos demais Centro de Atenção Psicossocial, os quais
possuíram sua aprovação de funcionamento pela portaria 336 de 2001, o CAPS ad
III foi inaugurado pela portaria 130, de 2012, sendo definido como:
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aos familiares do paciente em situações de maior gravidade, caracterizadas por
crises, abstinência, recaídas ou ameças de violência física. Ademais, dentre as
atividades realizadas neste centro, destacam-se: atendimento individual para
consultas em geral, atendimento psicoterápico e de orienteção; oferta de medicação
adequada; atendimento em grupos para psicoterapia, atividades de suporte social;
oficinas terapêuticas; visitas e atendimentos domiciliares; atividades de reabilitação
social, tanto no que se refere às instituições fundamentais como a família, como
também a reinserção profissional, o manejo de medicação, readequação à vida
cultural e etc.
A equipe de atendimento do CAPS ad III deve ser formada por: um médico
clínico; um médico psiquiatra; um enfermeiro com experiência ou formação na área
de saúde mental; pelo menos cinco profissionais de nível universitário como:
psicólogos, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo e
educador físico; quatro técnicos de enfermagem; quatro profissionais de nível médio
e um profissional de nível médio para designado para atividade de administração.
Quanto à estrutura física mínima, o centro deve conter: espaço para
atendimento individual, espaço para atendimento em grupo, espaço para refeições,
espaço para conveniência, banheiros com chuveiro e de oito a doze leitos para
acolhimento noturno e posto de enfermagem.
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indicada e de seus familiares, e a segurança da articulação e integração destes, com
a intenção de fornecer atenção especializada mediante o acolhimento, assistência
contínua e cautela às urgências, junto à ideia de mudança do padrão de exclusão
dos indivíduos com transtornos mentais, para uma forma de olhar humanizado, ouvir
e atender o sujeito em tormento psíquico/transtorno mental, restabelecendo o
desempenho do trabalho segurado no paradigma psicossocial.
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Relatório da Vigilância Sanitária Local;
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terapêutico e psicológico, laborterapia, aconselhamento espiritual, conselheiros para
falar sobre dependência química, reuniões e atividades de lazer em grupo. A
finalidade das comunidades terapêuticas é lutar contra libertação completamente do
consumo de álcool e diversas outras drogas que causam abstinência. Quando o
individuo decide entrar na CT é imposto que ele comprometa-se em relação à
abstinência em condição para o principio do tratamento.
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4° Hospital Municipal da Criança e Adolescente (HMCA)
RUA: José Mauricio, 191 – Centro, Guarulhos – SP Telefone (11) 2475-9688
5° Centro de Atenção Psicossocial III – Bom Clima
Rua Rafael Colaciopo, 80 – Jardim Bom Clima, Guarulhos – SP, 07196-230 Telefone
(11) 2408-5415
6° Hospital Geral de Guarulhos
Rua Alameda dos Lírios, 300 – Parque Cecap, Guarulhos – SP, 07190-012 Telefone
(11) 3466-1350.
7° Centro de Atenção Psicossocial – Caps Arco Iris II
Rua Nova Canaã, 539 – Pres. Dutra, Guarulhos – SP, 07171-440 Telefone (11)
2085-6596
8° CAPS III Alvorecer
Av. Santa Helena, 71 – Vila Paraiso, Guarulhos – SP, 07242-050 Telefone (11)
2486-1623
9° Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso (HMPB)
Rua: São José do Paraiso, 100 – Jardim Imperial, Guarulhos – SP Telefone (11)
2489-6610
6. DISCUSSÃO
Em virtude dos fatos mencionados anteriormente, infere-se que,
indubitavelmente, através da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial, foram
obtidas diversas conquistas e direitos em relação ao tratamento de indivíduos com
transtornos mentais. O princípio da territorialização, que rege o SUS e,
consequentemente o RAPS e o CAPS, auxiliaram no processo de inclusão social
dos indivíduos portadores de psicopatologias, tanto pelo fato de estarem inseridos
em cidades nas quais os pacientes residem, como também por abrangerem o
aspecto biopsicossocial do ser humano, proporcionando a terapia ocupacional, a
escuta de familiares e a realização de oficinas profissionalizantes. Estas mudanças
são propulsoras para a desfixação da atenção apenas na patologia e a possibilidade
de se explorar as potencialidades do indivíduo.
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Contudo, ao vislumbrarmos na prática o funcionamento destes métodos
alternativos, verificamos que há uma incrogruência demasiada em comparação com
o projeto teórico. O número de CAPS têm se demonstrado como insuficiente para
atender grandes municípios, sendo que, aqueles que já estão em operação possuem
superlotação e má infraestrutura. A desumanização que antes estava presente nos
tratamentos e na segregação, agora se manifesta através do descaso da
consolidação do projeto real. Ainda assim não podemos deixar de ressaltar que a
mudança de perspectiva dos profissionais da área da saúde, para uma visão que
abrange as plenas capacidades e potencialidades do ser e que não se atenta
apenas à psicopatologia, reduzindo-se o indivíduo a mesma, apresenta-se como
revigorante, sendo capaz de promover a busca por métodos de tratamentos e
atendimentos mais humanitários e abrangentes.
Por fim, devemos ressaltar que a reforma em si é contínua e deve visar a
ampliação dos direitos aos portadores de transtornos e deficiências mentais sempre,
contrapondo-se também aos esteréotipos preconceituosos que envolvem estes, bem
como disseminando a conscientização acerca do funcionamento, causas e
tratamento destes transtornos.
Afinal de contas, em uma sociedade guiada pelo consumismo; ora pela
ansiedade, ora pela melancolia, que cedem seus lugares uma a outra
continuamente; pela liquidez do laços humanos e pelo anseio em não perder
nenhuma informação, talvez poucos sadios realmente restem, e pior ainda, talvez
não tenhamos nos atentado para a verdadeira doença contemporânea: a ignorância
e o preconceito, como manifestações neuróticas devido à falta de identidade e
segurança em si mesmo. Portanto, não nos esqueçamos do verdadeiro postulado
aristotélico de que “a felicidade coexiste com a contemplação” (ARISTÓTELES, p.
289) e sigamos em contemplar as conquistas alcançadas, para que, desenvolvendo-
as e expandindo-as, a justiça em prol dos que realmente necessitam de um
atendimento humanizado e de ótima qualidade seja estabelecida, alcançando-se o
bem comum.
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REFERÊNCIAS
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BRASIL. MINISTÉRIOS DA SAÚDE. SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO
BÁSICA: O VÍNCULO E O DIÁLOGO NECESSÁRIOS – INCLUSÃO DAS AÇÕES
DE SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA. BRASÍLIA (DF); 2003.
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