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Maria Eduarda Mendes

Nº22 7º ano A

Marco Temporal das Terras Indígenas

Colégio Basic- Unidade 1 2021


O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar se demarcações de terras indígenas
devem seguir o chamado "marco temporal". Por esse critério, indígenas só podem reivindicar a
demarcação de terras que já eram ocupadas por eles antes da data de promulgação da
Constituição de 1988
A discussão põe ruralistas e povos originários em lados opostos. O governo Bolsonaro é
favorável à tese.
A decisão pode definir o rumo de mais de 300 processos de demarcação de terras
indígenas que estão em aberto no país. Indígenas de todo o Brasil acamparam na
Esplanada dos Ministérios em protesto contra o marco. Eles promoveram manifestação
pelas ruas da capital federal.
A demarcação de terras indígenas é um direito garantido pela Constituição Federal de
1988, que estabelece aos indígenas o chamado "direito originário" sobre as suas terras
ancestrais. Isso quer dizer que eles são considerados por lei os primeiros e naturais
donos desse território, sendo obrigação da União demarcar todas as terras ocupadas
originariamente por esses povos.

Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), uma organização não governamental, a tese do


marco temporal vem sendo utilizada pelo governo federal para travar demarcações e foi
incluída em propostas legislativas anti-indígenas. Defensores da causa indígena temem que
demarcações de terras já feitas sejam revogadas caso o STF valide o marco temporal.
Já proprietários rurais argumentam que há necessidade de se garantir segurança jurídica e
apontam o risco de desapropriações caso a tese seja derrubada. Assim como os ruralistas, o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é favorável à tese do marco temporal.
Se a tese do marco temporal for aceita pelo STF, indígenas poderão ser expulsos de
terras ocupadas por eles, caso não se comprove que estivessem lá antes de 1988 e sem
que se considerem os povos que já foram expulsos ou forçados a saírem de seus locais
de origem. Processos de demarcação de terras indígenas históricos, que se arrastam por
anos, poderão ser suspensos.

O marco temporal também irá facilitar que áreas que não deveriam ter titularidade, por
pertencerem aos indígenas, protegendo física e culturalmente povos originários, possam ser
privatizadas e comercializadas. A comercialização responde ao interesse do setor ruralista.
O julgamento no Supremo começou em 26 de agosto, foi suspenso e deve ser retomado em 1º
de setembro, com a apresentação de manifestações de entes interessados. São mais de 30
entidades cadastradas para se pronunciar.
Além do processo que corre no Judiciário, um projeto que tramita na Câmara dos
Deputados tenta transformar a tese do marco temporal em lei. Trata-se do PL nº
490/2007, que determina que devem ter direito às terras consideradas ancestrais
somente os povos que as estivessem ocupando no dia da promulgação da Constituição
Federal, em 5 de outubro de 1988.
A proposta do legislativo altera o Estatuto do Índio para permitir, segundo o texto, um
"contrato de cooperação entre índios e não índios", para que estes possam realizar
atividades econômicas em terras indígenas. Além disso, a proposta prevê que não
indígenas tenham contato com povos isolados “para intermediar ação estatal de
utilidade pública”.
Proposto originalmente em 207, o texto foi rejeitado na Comissão de Direitos Humanos
em 2009. Em 2018, acabou arquivado. No entanto, a proposta foi ressuscitada durante a
campanha eleitoral do presidente Bolsonaro, que prometeu acabar com "reserva
indígena no Brasil".

Em 29 de junho deste ano, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos


Deputados, presidida pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), entendeu que o texto do PL é
constitucional. Agora, a proposta aguarda análise do plenário da Casa, o que não tem
data prevista. Se for aprovado no plenário, o texto ainda precisará passar pelo Senado
antes de ser, eventualmente, sancionado.
Fonte G1
Notícias:
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quarta-feira (8) o julgamento sobre
o marco temporal na demarcação de terras indígenas.
O STF julga, desde o dia 26 de agosto, se a demarcação de terras indígenas deve seguir
o critério que define que índios só podem reivindicar a demarcação das terras que já
eram ocupadas por eles antes da data de promulgação da Constituição de 1988, o
chamado “marco temporal”. Fachin é relator do caso.
A expectativa era que o voto do relator, ministro Edson Fachin, fosse lido na íntegra na
sessão. Fachin iniciou a leitura , no entanto, não entrou no mérito da questão discutida,
pois a sessão foi encerrada mais cedo para que os ministros façam audiências marcadas
nesta tarde.
O presidente do STF, Luiz Fux, entendeu que seria melhor a retomada nesta quinta-feira
(9) para que a leitura não fosse interrompida. Segundo o STF, a suspensão do
julgamento já havia sido acordada mais cedo entre os ministros, que concordaram, e não
houve problemas relacionados à segurança da Corte.
Na semana passada, foram ouvidas mais de 30 entidades interessadas na causa, o
advogado-geral da União e o procurador-geral da República.
A decisão dos ministros do STF é aguardada por milhares de indígenas de várias regiões
do país que estão há dias em Brasília no acampamento "Luta pela Vida", montado a
cerca de dois quilômetros do Congresso Nacional. Atualmente, há mais de 300
processos de demarcação de terras indígenas abertos no país.
Indígenas fazem protesto contra o marco temporal e bloqueiam ao menos 15 trechos de
rodovias
Nesta quarta-feira (8) os protestos tiveram início nesta manhã e seguem acontecendo em
10 pontos das rodovias Federais e 5 das estaduais.
Por G1MS
Ao menos quinze trechos de rodovias, em Mato Grosso do Sul, foram bloqueados por
indígenas, como forma de manifestação contra o marco temporal na tarde desta quarta-
feira (8).

Fonte:G1

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