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Tópicos:

- O primeiro daguerreótipo chegou ao Brasil em 1840


O inovador da fotografia numa sociedade como o Brasil que é de maioria analfabeta é que traz
a idéia de um novo tipo de conhecimento mais generalizado tornando mais acessível a auto-
representação que antes era somente feita pela elite que contratava pintores.

- As obras criam uma imagem do Brasil que imita a figura do Império


Mostrava-se apenas partes do RJ. Era um Brasil muito mais ligado a um futuro imperial do que
ao passado de colônia.
As imagens de 1 a 12: são do livro ‘’Brasil Pitoresco’’ de autoria dos franceses Charles
Ribeyrolles e Victor Frond (1859-1861. O livro apresenta um conjunto de imagens que associam
fotografia e litografia, duas inovações técnicas relacionadas à modernidade___ (vitrines do
progresso) . Entre as litografias, produzidas na França a partir das fotografias de Frond,
podemos destacar a série de vistas do Rio de Janeiro e a que registra o trabalho escravo nas
fazendas fluminenses.

- Fotografia no século XIX: ARTE e CICÊNCIA


É arte quando produz beleza e controla as técnicas da pintura e ciência quando usada para
descrever procedimentos por exemplo.

- A partir de 1850 o setor fotográfico começa a crescer


Quando chega na década de 70 os preços já começam a baixar ficando mais acessível para
uma família urbana de renda media.

- Família imperial e a fotografia


Dom Pedro foi provavelmente o dono do 1º daguerreotipo do país. As fotos da família iam
desde retratos posados mais formais a imagens do cotidiano. Mesmo nas fotos posadas de
Marc Ferrez a família imperial mostra descontração e hábito de se deixar fotografar

- A classe senhorial queria construir sua imagem à semelhança da família imperial


Queriam se igualar também aos moradores de paris indo ao ateliê fotográfico.
Com a prosperidade econômica do café a classe senhorial se aproxima da corte e dava aos
barões uma representação social onde se destacava o consumo de produtos e modismos da
corte e do exterior – consumo ostentatório. A semelhança da corte também organizava saraus
e bailes.

- Alguns fotógrafos faziam imagens de escravos dentro e fora de seus ateliês


As vezes tiravam fotos bem cuidados e com roupas arrumadas – aqui a escravidão era
delineada pela estética do exótico – havia na Europa oitocentista uma curiosidade ate meio
perversa pelos escravos da África e da America abrindo esse mercado de exportação de fotos
de escravos brasileiros (Christiano Jr)
Depois da abolição passou a ser mais comum nos retratos da família as negras da casa
aparecerem, geralmente nas extremidades, nas fotos das famílias.___Havia famílias que
anunciavam seus escravos negros para serem fotografados e mandados para a Europa.

http://semioticas1.blogspot.com.br/2012/06/reliquias-de-marc-ferrez.html

Análise do João:
- O imperador possuía várias faces, uma quando estava em seus âmbito familiar e
íntimo e outro quando representava o império e precisava passar uma ideia de
modernização.
- Formação de um Estado imperial através da criação de uma identidade através de
fotografias.

- Desaparecimento ou diminuição do subjetivismo artístico devido ao advento da


fotografia.

- Anúncios prometendo embelezamento da pessoa, uma possível influência do


iluminismo e da estética europeia.

- Imperador sempre retratado como homem culto e moderno representando o império,


que embora fosse arcaico em alguns aspectos como a escravidão, era de fato moderno,
uma contradição.

- Há quadros evidenciando a convivência de crianças brancas e negras.

- Havia um forte mimetismo do Império em relação à Europa, principalmente paris.


Muitos costumes como o de promover festanças em salões no inverno e retirar-se para o
campo no verão eram assimilados pelos brasileiros.

- Muitos cortejos eram feitos às cortes. Havia grande celebração na recepção da família
imperial que passava pelas cidades do Vale do Paraíba e geralmente deixava títulos às
famílias “merecedoras” ou mais produtoras.

- Petrópolis era um refúgio na estação do inverno da família real brasileira e das classes
dominantes burguesas em ascensão, senhores escravocratas ou ambos, como era
comum. Foi considerada a cidade mais europeia do Brasil, mimetizando em vários
aspectos a cultura de Paris.

- Havia entre as famílias uma troca de fotos com o objetivo de propagar sua
representação de riqueza.

- Nascimentos e mortes eram feitos no mesmo espaço.

- Havia por parte das famílias uma ideia de construção de uma memória, uma invenção
de tradições ao modificarem a paisagem das fotos para parecerem estar em outros
lugares, o que mostra muito bem a assimilação do que o império estava fazendo naquele
momento: a tentativa de criar uma identidade e um passado , mesmo que este não
existisse de fato.

- A vestimenta dos homens geralmente era caracterizada por um signo de simplicidade


para indicar o caráter de uma identidade própria em comparação ao Antigo Regime e
criação de uma identidade burguesa, mas ao mesmo tempo havia a necessidade de criar
uma imagem de homem soberano e poderoso, geralmente representado por retratos
centralizados no busto. As mulheres, diferentes dos homens, apresentavam um estilo de
roupa um pouco mais sofisticado, geralmente com o objetivo de representar a riqueza do
marido, o dito provedor da família.

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