No Brasil, a EA avança a partir dos anos 80 e se consolida de forma
significativa nos anos 90 a partir da Conferência da ONU para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (CNUMAD), em 1992. Durante o Fórum Global – evento paralelo à CNUMAD organizado pelas ONGs (também conhecido como Eco- 92 ou Rio-92) – foi criada a Rede Brasileira de EA (REBEA), composta por ONGs, educadores, e instituições diversas relacionadas à educação. No Fórum Global, a REBEA esteve envolvida na promoção da I Jornada de EA e na elaboração do Tratado de EA, um documento de referência para a EA até hoje. Depois de sua constituição, a REBEA já realizou 5 Fóruns de EA. De início, os Fóruns foram regionais, abrangendo predominantemente um público da região Sudeste, mas em seguida assumiram caráter nacional. O último fórum realizou-se em 2006 e foi o primeiro a ter uma dimensão internacional ibero-americana. A interseção entre os campos ambiental e educativo constitui a EA. Esta representa a repercussão na educação de uma preocupação social. Desta forma, a educação, sensível às novas demandas e temáticas sociais, incorpora a preocupação ambiental em seu universo propriamente educacional, transformando-a em objetos da teoria e da prática educativa. Assim, é no contexto de uma política afirmativa das novas temáticas culturais que mais e mais educadores têm, ao longo dos últimos anos, incorporado um ideário ecológico em sua prática educativa, passando a se identificarem como educadores ambientais. O qualificador ambiental surge como uma ênfase para a educação, sinalizando uma resposta em face do desafio contemporâneo de repensar as relações entre sociedade e natureza, visando a um possível novo pacto societário sustentável. Propor práticas pedagógicas que sensibilizem os alunos para a percepção dos problemas mundiais, nacionais e locais, evidenciando criticamente a relação dos seres humanos com a natureza e entre eles, é um passo importante para a inclusão curricular das questões ambientais. No entanto, para superar o tratamento conteudista, mecânico, vazio de significados concretos, entendeu que os temas ambientais locais devem ser tratados como temas geradores de reflexões mais amplas e conseqüentes para a formação crítica e transformadora dos sujeitos. 5
Referencias
FÓRUM INTERNACIONAL DAS ONGs. Tratado de educação ambiental
para sociedades sustentáveis e responsabilidade global. Rio de Janeiro, 1995.