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Nota: ¹ A palavra “dízimos” se encontra aqui no plural, não necessariamente porque se trata de vários tipos
de dízimos, mas por causa da variedade dos produtos a serem ofertados.
A reunião do povo de Deus para a adoração coletiva muitas vezes envolvia custos
significativos: hospedagem temporária, refeições, transporte etc. Deus dá instruções
sobre como essas despesas da festa deveriam ser pagas? Sem dúvida. Deus deu
instruções a respeito de um dízimo do rendimento anual que é para ser usado para
observar essas festas. Vamos examinar as Escrituras para entender isso.
Deus ordenou a Seu povo para vir em grupo ao local que Ele iria escolher para se
observar as festas santas anuais. Quando viessem a esse lugar, eles tinham a ordem
de trazer seus dízimos.
Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano
se recolher do campo. E, perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher para
ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho, do teu
azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer
o SENHOR, teu Deus, todos os dias. Quando o caminho te
for comprido demais, que os não possas levar, por estar
longe de ti o lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher para
ali pôr o seu nome, quando o SENHOR, teu Deus, te tiver
abençoado, então, vende-os, e leva o dinheiro na tua mão,
e vai ao lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher. Esse
dinheiro, dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por
vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer
coisa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o
SENHOR, teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa; (Deuteronômio 14:22-26)
Esse dízimo era para ser usado pelo povo de Deus para desfrutar da abundância de
coisas materiais que Ele providenciava em Suas festas, quando O adoravam e
aprendiam a honrá-Lo e obedecê-Lo de uma maneira que Lhe é agradável, sendo
uma benção para eles.
O historiador judeu Flávio Josefo, que viveu na época de Cristo e veio de uma família
de sacerdotes, documentou o entendimento de sua época a respeito desse dízimo da
festa. Em Antiguidades Judaicas, encontramos a seguinte declaração resumindo e
parafraseando os mandamentos de Deus entregues através de Moisés:
“Que seja retirado do vosso fruto um décimo, além das décimas devidas aos sacerdotes e aos
levitas. Este você pode vender no campo, mas é para ser usado naquelas festas e sacrifícios
que devem ser celebrados na cidade santa: porque é razoável que apreciem os frutos da terra
que Deus te deu para possuíres” (Livro 4, capítulo 8, seção 8, grifo nosso).
O Senhor Deus é defensor dos necessitados. Ele mesmo revela ser deles o refúgio (SI
14.6; Is 25.4), o socorro (SI 40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador (1 Sm 2.8; SI 12.5;
34.6; 113.7; 35.10) e provedor ( SI 10.14; 68.10; 132.15). As leis que o Senhor
estabeleceu em Israel tratavam também do amparo aos necessitados.
O estrangeiro, o órfão e a viúva.
Na bíblia podemos ver três classes que representam bem os necessitados no meio do
povo: o estrangeiro, o órfão e a viúva. As leis eram um claro aviso de que tudo
pertencia a Deus; as pessoas só cuidavam das dádivas cedidas de forma graciosa por
Ele. Essas leis mostravam a generosidade e liberalidade de Deus para com os seres
criados a sua imagem e semelhança. Como povo de Deus, os israelitas tinha que
refletir a natureza e características de seu Senhor, não só em pensamento, mas em
suas atitudes e ações.
PROVISÃO DE VIABILIDADES
Ao fim de cada sete anos, farás remissão. Este, pois, é o modo da remissão: todo
credor que emprestou ao seu próximo alguma coisa remitirá o que havia
emprestado; não o exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois a remissão do
SENHOR é proclamada. Do estranho podes exigi-lo, mas o que tiveres em poder de
teu irmão, quitá-lo-ás; (Deuteronômio 15:1-3)
A cada sete anos, eram canceladas todas as
dívidas dos pobres. Deus mandou que
israelitas ajudassem os pobres que havia
entre eles quando chegassem à terra
prometida. Esta era uma parte muito
importante. Muitas pessoas poderiam
chegar a uma conclusão de que o pobre é
pobre por sua própria culpa fazendo pouco
caso de sua situação. Este tipo de
raciocínio poderia fazer com que
facilmente os israelitas fechassem os
corações e também as mãos para ajudar os
necessitados. Todavia, eles não deveriam inventar razões para não ajudar ao pobre.
Eles deveriam perdoar a dívida. Não importava o que ou quem foi responsável pela
dívida, a cada sete anos, eram canceladas todas elas. Deus proveu ainda o ano para
a devolução de propriedades, o Ano do Jubileu, que ocorria a cada cinquenta anos.
Todas as terras que tivessem mudado de dono desde o Ano do Jubileu anterior
teriam de ser devolvidas à família de origem (Lv 25.8-55). Deus também exigiu a
devolução do penhor, ou garantia pelo empréstimo (uma capa ou algo assim) antes
do pôr-do-sol (Ex 22.26).
PROVISÃO DE UVAS
PROVISÃO DE AZEITONAS
PROVISÃO DO 7º ANO
Durante seis anos os Israelitas deveriam semear suas terras e colher o que elas
produzissem, respeitando todas instruções que Deus tinha ordenado, mas no sétimo
ano a terra devia descansar. Eles não podiam colher nada que crescer na terra. Pois
assim os pobres poderiam comer o que crescesse ali, e os animais selvagens
comeriam o que sobrasse.
PROVISÃO DE UM DÍZIMO
Ao fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os
recolherás na tua cidade. Deuteronômio 14:28
Quando acabares de separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é o
dos dízimos, então, os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que
comam dentro das tuas cidades e se fartem. Deuteronômio 26:12
É importante notar que existia um ciclo de sete anos. O sétimo ano era um ano de
descanso para a terra durante o qual nada podia ser plantado (Levítico25:1-7, 18-
22), então não havia “acréscimo” [ou rendimento] a cada sétimo ano. Deus
prometeu dar generosamente a seu povo fiel o suficiente no sexto ano para que eles
pudessem deixar a terra descansar no sétimo ano.
Então, podemos concluir que o dízimo reservado a cada terceiro ano, na verdade,
era separado nos anos três e seis (que são os anos dos dízimos) de um ciclo de
sete anos.
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Pois, se não fosse assim, haveria um problema no vigésimo primeiro ano. As duas
leis (o dízimo do rendimento a cada terceiro ano e o descanso da terra, sem qualquer
rendimento a cada sétimo ano) entraria em conflito no vigésimo primeiro ano.
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O fluxo de Deuteronômio 14:28-29, que trata do dízimo especial para os pobres a
cada terceiro ano, logo seguido das instruções acerca da natureza especial de cada
sétimo ano em Deuteronômio 15:1, é uma indicação adicional que o terceiro dízimo
se aplica ao terceiro e sexto ano de um ciclo de sete anos.
“Além das duas décimas, que já disse que você deve pagar a cada ano, uma aos levitas e outra
para as festas sagradas, você deve trazer cada terceiro ano um terceiro dízimo para ser
distribuído àqueles com necessidades; às mulheres que também sejam viúvas, e às crianças
que são órfãos” ( Antiguidades Judaicas , Livro 4, capítulo 8, seção 22).
No livro apócrifo de Tobias, que muitos estudiosos datam cerca de 200 a.C., o
escritor relata:
“Muitas vezes, eu era o único a ir em peregrinação a Jerusalém, por ocasião das festas, a fim
de cumprir a Lei perpétua que obriga todo o Israel. Eu corria a Jerusalém com os primeiros
produtos da lavoura e as primeiras crias dos animais, com o dízimo do gado e a primeira lã
das ovelhas, e os entregava aos sacerdotes, filhos de Arão, para o altar. Aos levitas que
estavam exercendo função em Jerusalém, eu entregava o dízimo do trigo, do vinho, do óleo,
das romãs, dos figos e das frutas.
“Por seis anos consecutivos, eu converti o segundo dízimo em dinheiro e o gastava a cada ano
em Jerusalém. O terceiro dízimo, eu dava para os órfãos, as viúvas e os estrangeiros
convertidos que viviam com os israelitas, e o dava a eles de três em três anos. Então nós
comíamos juntos, conforme a lei de Moisés e a orientação que nos deixou Débora, mãe do
nosso pai Ananiel, pois meu pai tinha morrido, deixando-me órfão” (Tobias 1:6-
8, Bíblia da CNBB).