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Final revisado do texto Caminhos de Transformação (fim do ponto 4 e todo o ponto 5)

A cidade que desce do céu e cria alicerces na terra tem dimensões


planetárias: 2200 km de comprimento, 2200 km de largura, 2200 km de altura
(Ap 21:16). Está alicerçada na terra, e sua parte superior adentra o céu,
juntando terra e céus. Sua constituição revela uma física com novas
configurações. Ela é toda luminosa, refletindo a glória de seu Criador (21:23),
que transforma toda a sua matéria em luz transparente e prismática (21:11).
Ali não há mais escuridão (21:25). Tem doze portas, três em cada direção
(21:12-13), sempre abertas (21:25), por onde lhe são trazidas a glória e a honra
das nações, agora povos de Deus (21:3). O interior da cidade é o paraíso
novamente acessível a todos (Ap 22:1-2). É banhada por um rio de águas
vivas, em cujas margens brota a árvore da vida, que dá doze colheitas por
ano, e cujas folhas são medicinais. Nela está o trono de Deus e de Jesus. A
humanidade voltará a ser a cuidadora do paraíso (22:3). E a nossa dor mais
originária terá passado: voltaremos a ver o rosto de Deus (22:4).
Não seria demais vislumbrar nesse cenário a presença de muitas outras
criaturas, também parte da boa criação divina. Uma cidade com extensão
planetária há de ter espaço para tanto. As conhecidas palavras do profeta
teriam aqui sua realização mais plena:
“O lobo mora com o cordeiro,
o leopardo cochila ao lado do cabrito;
o bezerro, o jovem leão e o cevado, juntos,
um menino a guiá-los.
Vaca e ursa pastando,
juntas cochilam suas crias.
E o leão, como o boi, come pasto” (Is 11:6-7).
A harmonia entre as espécies se estende aos humanos.
“A criança de peito brincará junto ao esconderijo da cobra,
o desmamado meterá a mão na cova da serpente.
Ninguém faz mal, ninguém causa dano
em todo o meu santo monte.
Pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor,
como as águas cobrem o mar” (Is 11:7-8).

5 Tentando, agora, formar um quadro geral com alguma consistência. O


“fim” é fim de uma era, início de outra. O fim da era atual é descrito com
linguagem cataclísmica. A parusía, a presença de Jesus descendo dos céus é o
início da “colheita”: os anjos reconhecem quem é verdadeiramente seguidor
de Jesus, quem ama a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo.
Isso inclui quem já partiu e quem no momento ainda vive aqui. Juntos são
atraídos pelo amor ao encontro com seu Senhor “no ar”, para fazer parte de
Sua comitiva, a nova comunidade humana que com Ele vai habitar a nova
terra. Nisso, as próprias esferas “do ar” são transformadas, tornando-se parte
de um contínuo que junta os céus e a terra.
No processo, todos recebem uma nova corporalidade, como a terra toda
recebe quando acolhe seu Criador, que “faz tudo novo”, “cria novo céu e
nova terra”. Nova corporalidade pela qual a criação inteira anseia
intensamente. Os elementos da terra se transmutam, assumindo uma
corporalidade luminosa cheia de energia, de inteligência amorosa.
O que teremos, de fato, é uma espécie de “paraíso 2.0”. O próprio
jardim do Éden, agora parte da grande cidade, é transformado neste
processo. Os humanos que passaram pela morte e experimentaram aquela
ressurreição pessoal da qual Jesus fala, e que voltaram a viver a condição do
paraíso com a corporalidade que lhe é própria, são agora vestidos com uma
nova corporalidade física adequada ao novo céu-terra. A qual receberão
também os que naquele momento se encontram em vida, junto com os
demais seres da criação. Será a grande “ressurreição do último dia”.
Esta será a nova humanidade que “herdará a terra” (Mt 5:5). Não se
conhecerá mais morte nem sofrimento. Vida abundante para todos. Cada
átomo desta nova criação reconhecerá todos os outros átomos que a
compõem, e juntos comporemos infinitas sinfonias de amor e paz, e juntos
construiremos uma nova ciência, criativa, inteligente, justa e amorosa, tudo
ao mesmo tempo. E juntos aprenderemos a viver em paz e harmonia, e
construir sociedades pautadas pelo amor e pela justiça.
“Amor e verdade se dão as mãos, justiça e paz se abraçam” (Sl 84:11).
“O que olho algum viu e ouvido algum ouviu, que não entrou em
nenhum coração humano: o que Deus tem preparado para os que O amam”
(1Co 2:9).

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