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A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A Inconfidência Mineira (Conjuração) (fevereiro de 1789) foi um dos


primeiros e um dos mais importantes movimentos sociais da História do
Brasil, significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão
do governo português no período colonial.

No final do século XVIII, o Brasil enquanto colônia portuguesa, sofria com


os abusos políticos e com cobrança de altas taxas e impostos, além disso, a
metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o
desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por
exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de
indústrias fabris em território brasileiro.

Estas atitudes provocaram uma insatisfação muito grande no povo e,


principalmente, nos fazendeiros e donos de minas que queriam pagar
menos impostos, assim como, intelectuais e militares para terem mais
participação na vida política do país.

Alguns membros da elite brasileira influenciados pelas ideias de liberdade


que vinham do iluminismo europeu, e começaram a se reunir em busca de
uma solução definitiva para o problema: a conquista da Independência do
Brasil.

Adendo

O iluminismo, movimento que surgiu na França do século XVII defendia o


domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a
Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento
tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava sociedade.

O apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a


ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na
França, onde influenciou a Revolução Francesa através do lema: Liberdade,
Igualdade e Fraternidade. Também influenciou outros movimentos sociais
como na independência das colônias na América do Norte (4 de julho de
1776) e na Inconfidência Mineira (fevereiro de 1789).

Principais pensadores do Iluminismo:

John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria


conhecimento com a passar do tempo com o empirismo;
Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não
poupava críticas a intolerância religiosa;

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado


democrático que garanta a igualdade para todos;

Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em


Legislativo, Executivo e Judiciário;

Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Álembert (1717-1783),


juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e
pensamentos filosóficos da época.

Os Inconfidentes

O grupo liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por
Tiradentes era formado pelos poetas Tomas Antônio Gonzaga e Cláudio
Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim,
entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar
a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em
nosso país. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo a bandeira do
Brasil, ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco,
com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda
que tardia).

Porém, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, delatou o


movimento para as autoridades portugueses, e em troca do perdão de suas
dívidas com a coroa. Todos os inconfidentes foram preses e enviados para a
capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de infidelidade ao rei.
Alguns foram punidos com o degredo para a África e outros uma pena de
prisão, porém, Tiradentes após assumir a liderança do movimento, foi
condenado a forca em praça pública.
A INDEPENDÊNCIA

Embora o país tenha começado a romper os grilhões coloniais no instante


em que D. João VI abriu os portos “às nações amigas”, em Janeiro de 1808,
os fatos que antecederam a Independência do Brasil, estão diretamente
ligados à Revolução Liberal do Porto, que eclodiu em agosto de 1820.

Portugal era então governado pelo Marechal Inglês Beresford, que


expulsara os franceses do país.

Indignados com a situação e, com o fato de custearem a permanência de D.


João VI no Brasil, os revoltosos se aproveitaram da ida de Beresford ao Rio
para deflagrar o movimento. Além de forçar D. João VI a retornar a
Portugal, a junta provisória, que assumira o controle do país, decidiu
reconvocar as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação
Portuguesa que, noutros tempos, eram reunidas em épocas de crise. E foi
graças à intransigência das Cortes que os fatos se precipitaram, não
deixando aos brasileiros outra opção se não a luta pela independência.
Como Portugal não tinha uma Constituição, D. João VI foi forçado a jurar
uma nova, que se baseava na Constituição Espanhola de 1812.

Pelas novas regras do jogo o Brasil que, desde 1808, ocupava uma posição
de supremacia no Império Português, perdia seus privilégios e teria que
voltar a se submeter inteiramente ao governo da metrópole. Mas o novo
regime representativo permitiria a participação brasileira no governo de
Lisboa. O problema era que, de acordo com as novas leis, as colônias eram
sub representadas e as eleições indiretas.

Assim, das 181 cadeiras das Cortes, apenas 72 (40%) poderiam ser
ocupadas por deputados brasileiros, e entre esses, havia os que eram
favoráveis à metrópole. Apesar dessas vantagens, as Cortes sequer
esperavam que todos os representantes do Brasil chegassem a Lisboa. Em 7
de março de 1821, com somente 46 deputados brasileiros presentes no
plenário, foi votada a emenda que simplesmente dissolvia o reino do Brasil.

Na verdade, não era difícil o Brasil ver que o propósito básico das Cortes
era recolonizar o Brasil. Em sessões tensas e tumultuadas, com os
deputados quase trocando sopapos, as Cortes decidiram que o Brasil não
apenas deixaria de ser um reino unido a Portugal, como também o vice-
reinado, com sede no Rio de Janeiro, não seria reestabelecido. Em vez de
possuir um governo central, o Brasil seria dividido em províncias
autônomas, cujos governadores (militares) seriam nomeados pelas próprias
Cortes.

Foram eliminadas também todas as agências, repartições públicas e


tribunais de justiça estabelecidos depois de 1807. Além disso, estavam
sumariamente demitidos todos os juízes, advogados, escreventes e
burocratas que ocupavam esses postos. E, como se não bastasse, as Cortes
exigiam o retorno imediato a Lisboa do príncipe regente já que, na opinião
dos deputados, não tendo mais o Brasil um governo central, a presença de
D. Pedro no Rio passava a ser figurativa. Mas as Cortes decidiram também
que não havia lugar para D. Pedro em Portugal e, que o príncipe deveria
fazer, incognitamente, uma viagem pela Inglaterra, França e Espanha para
aprofundar sua educação, de modo a, algum dia, poder ocupar
condignamente o trono lusitano.

Uma declaração de guerra não teria efeito maior, enquanto o Brasil se


preparava para entrar no século 19, as Cortes propunham um retorno ao
século 17. Embora as determinações fossem absurdas e injustas, D. Pedro
estava decidido a cumpri-las. Afinal, as tropas portuguesas estacionadas no
Rio e os comerciantes lusitanos residentes no País assim o exigiam. Mas
então, em janeiro de 1822, o príncipe recebeu uma petição escrita por José
Bonifácio e assinada por toda a junta provincial de São Paulo. Era um
documento poderoso, que clamava que o príncipe desafiasse as Cortes e
permanecesse no Brasil. O texto, comovente, emocionou D. Pedro, e
mudou o rumo da história do Brasil.

O ano de 1822 começara dramaticamente para D. Pedro. Foi no dia 1º de


Janeiro que ele recebeu o mencionado manifesto. Até então, apesar de
alguns cartazes espalhados pelas ruas do Rio e das manifestações cada vez
mais entusiásticas que vinham recebendo nas ruas ou no teatro.

D. Pedro não registrara nenhum sinal de apoio à sua permanência no Brasil.


Mas a carta de Bonifácio era impactante. Segundo ela, as Cortes de Lisboa,
baseadas no despropósito e no despotismo, buscavam impor ao Brasil um
sistema de anarquia e escravidão. Movidos por uma nobre indignação, os
paulistas, estavam prontos a derramar a última gota do seu sangue e a
sacrificar todas as suas posses para não perder o adorado príncipe, em
quem colocavam suas bem fundamentadas esperanças de felicidade e honra
nacional.

Os cariocas, que pensavam da mesma maneira, organizaram um abaixo-


assinado com oito mil nomes e o entregaram ao príncipe uma semana
depois, numa cerimônia realizada ao meio dia de 9 de Janeiro. Depois de
ler o documento, D. Pedro anunciou solenemente sua decisão: “Se é para o
bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico”. Reunido
em frente ao Paço Municipal, o povo saudou a decisão do príncipe. No dia
11 de janeiro, as tropas portuguesas tentaram obrigar o príncipe a embarcar
para Lisboa. Apoiado pelo povo e por tropas leais, D. Pedro resistiu. A
Independência, agora, era uma questão de tempo.

Esses fatos marcam a aproximação entre D. Pedro e a facção mais


conservadora da elite brasileira, formada por homens que, em sua maioria,
tinham frequentado a Universidade de Coimbra e partilhavam da ideia de
um império luso-brasileiro. Cinco dias depois de expulsar as tropas lusas,
comandadas pelo general Avilez, D. Pedro organizou um novo ministério e,
para liderá-lo escolheu José Bonifácio de Andrada e Silva. Em 1º de
agosto, declarou inimigas todas as tropas enviadas de Portugal sem o seu
consentimento. No dia 14, partiu para São Paulo para contornar uma crise
na província. No dia 2 de Setembro, no Rio, a esposa de D. Pedro, D.
Leopoldina, leu as cartas de Lisboa com as abusivas decisões da Corte.
Reuniu os ministros e, enviou os mensageiros a D. Pedro.

No dia 7 de setembro, o príncipe recebeu as cartas às margens do Ipiranga e


concluiu que era hora de romper com a metrópole. Depois de ler, amassar e
pisotear as cartas, D. Pedro montou sua bela besta baia, cavalgou até o topo
da colina e gritou à guarda de honra,: “Amigos, as cortes de Lisboa nos
oprimem e querem nos escravizar.... Deste dia em diante, nossas relações
estão rompidas”. Após arrancar a insígnia portuguesa de seu uniforme, o
príncipe sacou a espada e gritou: “Por meu sangue, por minha honra e por
Deus, farei do Brasil um País livre”. Em seguida, erguendo-se nos estribos
e alçando a espada, afirmou: “Brasileiros, de hoje em diante nosso lema
será: INDEPENDÊNCIA OU MORTE”. Eram 4 horas da tarde de 7 de
setembro de 1822.

No dia seguinte, iniciou a viagem de retorno ao Rio, aonde chegou no


tempo recorde de cinco dias, deixando toda a tropa 10 horas para trás. Na
capital, foi saudado como herói. A 1º de Dezembro, aos 24 anos, foi
coroado não rei, mas imperador, para mostrar que, apesar do direito
monárquico, também fora eleito pelo povo.

ASPECTOS MAÇÔNICOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A Inconfidência Mineira (Conjuração Mineira)

Baseada nos ideais dos Iluministas que são os ideais maçônicos, assim
como, todos os inconfidentes eram maçons.

De acordo com o decreto nº 125 de 29 de Setembro de 1821, o rei de


Portugal, D. João VI extinguiu o reinado do Brasil e determinou o regresso
de D. Pedro com toda a família real para Portugal. Nessa época, funcionava
no Rio de Janeiro a Loja Maçônica Commercio e Artes, da qual eram
membros vários homens ilustres da Corte, como o Cônego Januário da
Cunha Barbosa, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira, entre
outros. Esses maçons reunidos e após terem obtido a adesão dos irmãos de
São Paulo, Minas Gerais e Bahia, resolveram fazer um apelo a D. Pedro
para que permanecesse no Brasil e que culminou com o célebre, “Diga ao
povo que fico”.

Mas não parou aí o trabalho dos maçons. Começou-se logo em seguida, um


movimento coordenado, entre os irmãos de outras províncias brasileiras
com o intuito de promover a Independência do Brasil.

Os movimentos nativistas para a convocação de uma assembleia


constituinte e a concessão do título de “Príncipe Regente Constitucional e
Defensor Perpétuo do Reino Unido do Brasil”, outorgado a D. Pedro, pelos
brasileiros, acirrou ainda mais os ânimos entre os portugueses e nativistas.

Nessa época havia na metrópole, três Lojas Maçônicas funcionando, a


“Commercio e Artes”, a “Esperança de Nictherói” e a “União e
Tranquilidade”, e nenhuma pessoa era iniciada em qualquer das três, sem
que fossem conhecidas suas opiniões sobre a Independência do Brasil e, o
neófito jurava não só defendê-la, como também promovê-la.
A 13 de Julho de 1822, por proposta de José Bonifácio, D. Pedro é iniciado
na maçonaria na Loja Commércio e Artes e logo elevado ao Grau de
Mestre Maçom. Enquanto isso crescia em todo o Brasil o movimento pela
Independência, encabeçado pelos maçons.

Os acontecimentos se sucediam, até que a 20 de Agosto de 1822, é


convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente e nessa reunião
assume o malhete da Loja o 1º Vigilante Ir. Joaquim Gonçalves Ledo,
devido a ausência do Venerável Ir. José Bonifácio que se encontrava
viajando. Joaquim Gonçalves Ledo profere um eloquente e enérgico
discurso, expondo a todos os irmãos presentes, a necessidade de se
proclamar imediatamente a Independência do Brasil. A proposta foi posta
em votação e aprovada por todos e em seguida lavrou-se a ata dessa
reunião.

Presume-se que a cópia da ata dessa memorável reunião, tenha sido


enviada a D. Pedro, juntamente com outros documentos que o alcançaram
na tarde do dia 7 e Setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga que
culminou com a proclamação da Independência do Brasil, oficialmente
naquele dia e, que a história assim registra.

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