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Instituto Tecnológico de Aeronáutica

Pós-graduação

CC-297

Série 1

Professor: Aluno:
João Luiz Filgueiras de Azevedo Fortunato Martins Neto

14 de março de 2021
Série 1 F M Neto

1 Exercı́cio 1
As Equações de Navier-Stokes na forma não conservativa são dadas por:


+ ρ∇ · ~u = 0, (1)
Dt

D~u
= −∇p + ∇τ̄¯, (2)
Dt
e

DH ∂p
ρ = + ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q). (3)
Dt ∂t
Essas equações representam, respectivamente, a Equação de Massa 1, Equação da
Quantidade de Movimento 2 e Equação de Energia 3. Nas próximas três subseções,
serão deduzidas as Equações de Navies-Stokes na forma conservativa, partindo das
Equações 1, 2 e 3.

1.1 Equação de Massa


Partindo da Equação 1 e aplicando a derivada material,

∂ρ
+ ~u · ∇ρ + ρ∇ · ~u = 0. (4)
∂t
Considerando a propriedade do divergente do produto de um escalar por
um vetor, mostrada na Equação 11,

~ = Φ(∇ · A)
∇ · (ΦA) ~ +A
~ · (∇Φ), (5)
temos que,

∇ · (ρ~u) = ρ(∇ · ~u) + ~u · (∇ρ). (6)

Portanto,

∂ρ
+ ∇ · ρ~u = 0. (7)
∂t
Em notação indicial,

∂ρ ∂ρuj
+ = 0. (8)
∂t ∂xj

1
Série 1 F M Neto

1.2 Equação da Quantidade de Movimento


A partir da Equação 2 e aplicando a derivada material no termo à esquerda,

∂~u
ρ + ρ~u · ∇~u = −∇p + ∇ · τ̄¯. (9)
∂t
Em notação indicial temos,

∂ui ui ∂ρuj ∂p ∂τij


ρ + + − = 0. (10)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj

1.3 Equação da Energia


Aplicando a derivada material na Equação 3,

∂H ∂p
ρ + ρ~u · ∇H = + ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q). (11)
∂t ∂t
Pela regra da cadeira no primeiro termo do lado esquerdo da equação an-
terior, sabe-se que,

∂ρH ∂H ∂ρ
=ρ +H , (12)
∂t ∂t ∂t
então,

∂H ∂ρH ∂ρ
ρ = −H . (13)
∂t ∂t ∂t
Além disso,

∇ · (ρH~u) = H∇ · ρ~u + ρ~u∇ · H, (14)


logo,

ρ~u∇ · H = ∇ · (ρH~u) − H∇ · ρ~u. (15)

Assim, pelas definições apresentadas nas Equações 13 e 15, a Equação 11


fica,

∂ρH ∂ρ ∂p
−H − H∇ · ρ~u + ∇ · (ρH~u) = + ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q), (16)
∂t ∂t ∂t

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Série 1 F M Neto

∂ρH ∂ρ ∂p
−H − H∇ · ρ~u + ∇ · (ρH~u) = + ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q), (17)
∂t ∂t ∂t

 
∂ρH ∂ρ ∂p
−H + ∇ · ρ~u + ∇ · (ρH~u) = + ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q), (18)
∂t ∂t ∂t
∂ρ
pela Equação da Massa ∂t
+ ∇ · ρ~u = 0. Portanto,

∂ρH ∂p
+ ∇ · (ρH~u) = + ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q). (19)
∂t ∂t
p
Sabendo que, H = ei + ρ
+ 21 |~u|2 e aplicando na Equação 19,

p
∂ρ(ei + ρ
+ 12 ~u2 ) p 1 2 ∂p
+ ∇ · [ρ(ei + + ~u )~u] = + ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q), (20)
∂t ρ 2 ∂t

∂ρei ∂p ∂ρ 21 ~u2 p 1 ∂p
+ + + ∇ · [ρ(ei + + ~u2 )~u] = + ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q). (21)
∂t ∂t ∂u ρ 2 ∂t

Sabendo que e = ρ[ei + 21 |~u|2 ], a Equação 21 fica,

∂e
+ ∇ · (e + p)~u = ∇ · (τ̄¯ · ~u − ~q), (22)
∂t

∂e
+ ∇ · (e + p)~u + ∇ · (~q − τ̄¯ · ~u) = 0. (23)
∂t
Finalmente,

∂e
+ ∇ · [(e + p)~u + ~q − τ̄¯ · ~u] = 0. (24)
∂t
Logo, em notação indicial,

∂e ∂
+ [(e + p)uj − τij ui + qj ] . (25)
∂t ∂xj

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Série 1 F M Neto

2 Exercı́cio 2
No exercı́cio 2 o objetivo é obter as Equações de Navier-Stokes com média
de Reynolds, partindo das Equações de Navier-Stokes na forma conservativa, mos-
tradas na seção anterior.

2.1 Equação de Massa


A equação de Massa na forma conservativa é dada pela Equação 8. Rees-
crita na Equação 26.

∂ρ ∂ρuj
+ = 0. (26)
∂t ∂xj
Considerando que as equações de Navier-Stokes com média de Reynolds são obtidas
por uma expansão de todas as variáveis dependentes das equações de Naiver-Stokes
originais na soma de duas partes: uma parte de escoamento médio z e uma per-
tubação de média zero z 0 . Sendo, z = z̄ + z 0 = z̄ + z 0 = z̄¯ + z¯0 . Temos,

∂ρ + ρ0 ∂ ρu
¯ i + (ρui )0
+ =0 (27)
∂t ∂xj

∂ρ + ρ0 ∂ ρu
¯ i + (ρui )0
+ = 0, (28)
∂t ∂xj

∂ ρ̄¯ ∂ ρ̄0 ∂ρuj ∂ρu0i


+ + + = 0. (29)
∂t ∂t ∂xj ∂xj
0
∂ ρ¯0 ∂ρu
∂t
= 0, pois, ρ = ρ̄ + ρ0 , e como, ρ̄ = ρ̄¯, então, ρ̄0 = ρ̄ − ρ̄¯ = 0. E ∂xji = 0, pois
conforme demonstrações apresentadas por [1], f g 0 = f¯g − f¯ḡ = f¯ḡ − f¯ḡ = 0.

∂ ρ̄ ∂ρuj
+ = 0, (30)
∂t ∂xj

∂ ρ̄ ∂ ρ̄u˜j
+ = 0. (31)
∂t ∂xj

2.2 Equação da Quantidade de Movimento


A Equação da Quantidade de Movimento 10 é dada na forma conservativa.
Aplicando as médias de Reynolds, temos:

4
Série 1 F M Neto

∂(ρ̄ui + ρu0i ) ∂(ρui uj + ρui u0j ) ∂(p̄ + p0 ) ∂(τ¯ij + τij0 )


+ + − = 0, (32)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj

∂(ρui ) ∂(ρu0i ) ∂(ρui uj ) ∂(ρui uj )0 ∂p ∂p0 ∂τij ∂τij0


+ + + + + − − = 0. (33)
∂t ∂t ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj

As demonstrações do terceiro e quarto termo, do lado esquerdo, da Equação 33 são


mostradas na Equação 34 e 35. Lembre que, f g 0 = 0.

ρui uj = ρ(ũi + u00i )(u˜j + u00j )


= ρ(ũi u˜j + ũi u00j + u00i u˜j + u00i u00j )
= ρũi u˜j + ρũi u˜j 00 + ρu00i u˜j + ρu00i u00j (34)
= ρũi u˜j + ρu˜j 00 ũi + ρu00i u˜j + ρu00i u00j
= ρũi u˜j + ρu00i u00j

p(pa)
Veja que, pa00 = 0 = p(a − ã) = pa − pã = pa − p
= 0 [1].
Note que,
(ρui uj )0 = 0. (35)

∂ρui ∂(ρũi u˜j ) ∂(ρu00i u00j ) ∂p ∂τij


+ + + − = 0, (36)
∂t ∂xj ∂xj ∂xi ∂xj

∂pũi ∂(pũi u˜j ) ∂p ∂(τij − ρu00i u00j )


+ + − = 0. (37)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj

2.3 Equação de Energia


A partir da Equação de Energia na forma conservativa, mostrada na Equação
25 temos,

∂e ∂(e + p)uj ∂τij ui ∂qj


+ − + = 0, (38)
∂t ∂xj ∂xj ∂xj

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Série 1 F M Neto

∂e ∂euj ∂puj ∂(τij ui ) ∂qj


+ + − + = 0, (39)
∂t ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj

∂(ē + e0 ) ∂(euj + (euj )0 ) ∂(puj + (puj )0 ) ∂(τij + τij0 )(ũi + u00i ) ∂(q + q 0 )
+ + + + = 0,
∂t ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj
(40)

∂e ∂e0 ∂euj ∂eu0j ∂puj ∂(puj )0 ∂(τij + τij0 )(ũi + u00i ) ∂qj ∂qj0
+ + + + + − + + = 0, (41)
∂t ∂t ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj

∂e ∂euj ∂puj ∂(τij + τij0 )(ũi + u00i ) ∂qj


+ + − + = 0, (42)
∂t ∂xj ∂xj ∂xj ∂xj

∂e ∂(e + p)uj ∂(τij + τij0 )(ũi + u00i ) ∂q


+ − + = 0. (43)
∂t ∂xj ∂xj ∂xj
Note que,

∂(e + p)uj
= (e + p)(u˜j + u00j )
∂uj
= (e + p)u˜j + (e + p)u00j
|~u|2 00
= (ē + e0 + p̄ + p0 )u˜j + ρ(h + )uj (44)
2
ρ~u2 u00j
= eu˜j + e0 u˜j + pu˜j + p0 u˜j + ρhu00j +
2
00
ρui ui uj
= eu˜j + pu˜j + p0 u˜j + ρhu00j + ,
2
note que p0 u˜j = 0, e abrindo o último termo, temos,

ρui ui u00j (ũi + u00i )(ũi + u00i )ρu00j


=
2 2
00
ũi ũi ρuj ũi u00i ρu00j u00i ũi ρu00j u00i u00i ρu00j
= + + + (45)
2 2 2 2
00 00 00 00
ũi ũi ρuj ui ui ρuj
= + ρũi u00i u00j + ,
2 2

6
Série 1 F M Neto

u˜i u˜i ρu00


note que, 2
j
= 0, pois, ρu00j = 0.
Note ainda,

(τij + τij0 )(ũi + u00i ) = (τij ũi + τij u00i + τij0 ũi + τij0 u00i )
= τij ũi + τij u00i + τij0 ũi + τij0 u00i (46)
= τij ũi + τij u00i

veja que τij0 ũi = 0 e τij u00i + τij0 u00i = τij u00i .
Portanto,

u00 00 00
i ui ρuj
∂e ∂(ρhu00j + ρũi u00i u00j + 2
) ∂(τij ũi + τij u00i ) ∂q
+ − + = 0, (47)
∂t ∂xj ∂xj ∂xj

finalmente,

ρu00 00
i uj
∂e ∂[ũi (τij − ρu00i u00j ) + u00i (τij − 2
)] ∂(ρhu00j ) ∂q
− − + = 0. (48)
∂t ∂xj ∂xj ∂xj

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Série 1 F M Neto

Referências
[1] Amaresh dalal, lec 36: Derivation of reynolds averaged navier-stokes equations.
https://www.youtube.com/watch?v=Dz2E9Rr5kpY. Acessado: 10-03-2021.

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