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Curso de Telefonia Básica

Prof. Ademar / Prof. Gauer

Capítulo 2 BÁSICO DE TELECOMUNICAÇÕES

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
2.1 SISTEMA BÁSICO DE COMUNICAÇÃO ..................................................... 3
2.1.1 Mensagem ................................................................................................. 4
2.1.2 Sinal e Informação ..................................................................................... 4
2.1.3 Sinal........................................................................................................... 4
2.1.4 Informação................................................................................................. 4
2.1.5 Mais Informação e Sinal ............................................................................ 5
2.1.6 Qualidade de Sinal e de Informação ......................................................... 5
2.1.7 Representação da Informação .................................................................. 5
2.2 TIPOS DE SINAIS UTILIZADOS EM TELECOMUNICAÇÕES .................... 6
2.2.1 Sinal Analógico .......................................................................................... 6
2.2.2 Sinais Digitais ............................................................................................ 7
2.3 CODIFICAÇÃO DIGITAL .............................................................................. 8
2.3.1 Baud .......................................................................................................... 9
2.4 BANDA ......................................................................................................... 9
2.4.1 Banda Passante ...................................................................................... 10
2.5 SÉRIE DE FOURIER .................................................................................. 10
2.5.1 Domínio do Tempo e da Frequência ....................................................... 10
2.5.2 Um Pulso Retangular nos Domínios do Tempo e Frequência ................. 10
2.5.3 Resumo dos Conceitos de Decomposição de Sinais .............................. 11
2.6 TRANSMISSÃO DE SINAIS DIGITAIS EM MEIOS FÍSICOS .................... 12
2.7 BANDA PASSANTE E LARGURA DE BANDA .......................................... 12
2.8 DISTORÇÃO DE SINAIS PELO MEIO FÍSICO .......................................... 13
2.9 CURVA DE GANHO PARA CADA FREQUÊNCIA EM UM MEIO FÍSICO . 13
2.10 BANDA PASSANTE DOS MEIOS FÍSICOS............................................. 14
2.10.1 Banda Passante Necessária ................................................................. 15
2.10.2 Banda Passante Necessária Mínima ..................................................... 15
2.11 TEOREMA DE NYQUIST ......................................................................... 16

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2.11.1 Capacidade Máxima de um Canal ......................................................... 16


2.11.2 Relação entre Velocidade e Banda Passante ....................................... 16
2.12 DISTORÇÃO DE SINAIS.......................................................................... 16
2.13 FONTES DE RUÍDOS .............................................................................. 17
2.13.1 Ruído Térmico ....................................................................................... 17
2.13.2 Ruído de Intermodulação ...................................................................... 17
2.13.3 Ruído de Crosstalk ................................................................................ 17
2.13.4 Ruído Impulsivo ..................................................................................... 17
2.14 QUANTIFICAÇÃO DO RUÍDO ................................................................. 18
2.15 LEI DE SHANNON ................................................................................... 18
2.15.1 Lei de Shannon - Exemplo .................................................................... 19
2.16 ATENUAÇÃO ........................................................................................... 19
2.17 REPETIDORES DE SINAL....................................................................... 20
2.18 ECOS ....................................................................................................... 20
2.19 ATRASO ................................................................................................... 20
2.20 DISTORÇÃO ............................................................................................ 21
2.21 INFORMAÇÃO X RUÍDO X LARGURA DE BANDA ................................ 21
2.22 UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES ............................ 22
2.22.1 Decibel................................................................................................... 22
2.22.2 Nível absoluto e Nível relativo ............................................................... 23
2.22.3 Relação Sinal/Ruído .............................................................................. 24

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INTRODUÇÃO

A seguir iremos estudar os principais conceitos das redes de telecomunicações. A


rede pública de telefonia foi a primeira rede a atingir alcance mundial. Muitos dos
conceitos que estudaremos neste capítulo foram utilizados nas redes mais atuais,
como a própria rede de computadores.

2.1 SISTEMA BÁSICO DE COMUNICAÇÃO

Abaixo exibimos um sistema básico de comunicação onde encontramos os


principais elementos envolvidos numa troca de comunicação entre uma origem e
destino.

Mensagem / Informação

Receptor
Transmissor
Meio Físico disponível

Código
(Conjunto de
Símbolos)

Figura 2.1 - Sistema Básico de Comunicação

Comunicar-se, portanto, é o ato de transmitir informação de um ponto para o outro,


envolvendo diversos componentes, de acordo com o seguinte processo:

1. O transmissor gera a informação


2. Para poder transmitir com precisão, o transmissor utiliza um conjunto de
símbolos conhecidos tanto pelo transmissor como pelo receptor
3. Esses símbolos são codificados por diversos métodos para que possam ser
transmitidos pelo meio físico disponível
4. Em seguida, ocorre a transmissão de símbolos codificados (que chamamos de
sinal) ao seu destino.

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5. Os símbolos são decodificados e reproduzidos.


6. A última etapa é a recriação, também chamada de decodificação, pelo
destinatário (receptor), da informação transmitida, mesmo com uma possível
degradação da qualidade de sinal ocasionado pelo ruído (que veremos mais
adiante).

2.1.1 Mensagem

Para enviarmos uma informação a alguém com sucesso do que iremos necessitar ?
Em primeiro lugar, descrever a ideia através de símbolos, isto é, utilizando uma
linguagem. É importante que o destinatário fale ou conheça esses símbolos, caso
contrário não vai haver comunicação. Ou seja, a linguagem tem que ser comum ao
transmissor e ao receptor. Depois que a mensagem é transmitida através de um
sinal que se propaga até o destinatário, ele reconhece os símbolos, decodifica o
sentido e pode entender a ideia transmitida.

2.1.2 Sinal e Informação

Para uma melhor compreensão do processo de comunicação, é importante definir


mais precisamente os conceitos de sinal e informação.

2.1.3 Sinal

A palavra sinal pode ter vários sentidos. Falamos de sinal de trânsito, sinal de
fumaça, sinal religioso, sinal de compreensão, etc.

No caso de telecomunicações um sinal é uma onda que se propaga através de


algum meio físico, seja ele o ar, um par de fios telefônicos, um cabo de fibra ótica,
etc.

A intensidade de um feixe de luz, a cor de um feixe luminoso, a frequência de um


som, o volume de um som, etc. são sinais. Vistos de outra forma, podemos dizer que
são grandezas que variam ao logo do tempo.

Portanto, o sinal pode ser visto como uma função do tempo, que dá, a cada instante,
o valor da grandeza.

2.1.4 Informação

Uma informação está, em geral, associada a uma ou mais ideias ou aos dados
manipulados pelos agentes que as criam, manipulam e processam.

Um sinal, por sua vez, corresponde à materialização específica de uma informação


por meio de uma codificação utilizada no momento da transmissão.

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2.1.5 Mais Informação e Sinal

Quando alguém quer pedir paz, tem essa ideia ou informação na cabeça, mas pode
materializá-la através de um sinal: a bandeira branca.

Algo semelhante acontece com o sinal de uma transmissão telefônica, por exemplo:
um conjunto de ondas vai transmitir uma informação, um conjunto de dados criados,
manipulados e processados.

2.1.6 Qualidade de Sinal e de Informação

Podemos agora, introduzir os conceitos de qualidade de sinal e qualidade da


informação transmitida, através de um exemplo.

Imaginemos que estamos filmando uma paisagem sem qualquer movimento. Esta
filmagem pode ser feita a 10 quadros por segundo ou a 30 quadros por segundo, o
que não fira diferença. Até um quadro por segundo seria suficiente. Portanto, em
qualquer um destes casos, a qualidade da informação (a cena sendo filmada) é a
mesma, embora a qualidade do sinal (número de quadros por segundo) seja
diferente (quanto mais quadros por segundo, melhor a qualidade do sinal).

No mesmo exemplo, se o vídeo tivesse muito movimento, a qualidade da informação


transmitida, quando filmada a 10 quadros por segundo, não seria boa e a sensação
obtida seria a de várias imagens com movimentos bruscos, sem naturalidade. Já a
imagem a 30 quadros por segundo seria normal.

2.1.7 Representação da Informação

A informação pode ser transmitida numa mídia de transmissão como uma


representação de passagem de informação para o receptor. A mídia de transmissão
pode ser uma das seguintes:

 fio telefônico usado pelo aparelho telefônico


 ar utilizado pelo rádio transmissor
 fibra ótica utilizado como backbone por várias redes de área local (LAN)
 cabo coaxial utilizado pelos circuitos de televisão fechada

O sinal se baseia na variação de propriedades físicas tais como níveis de voltagem e


valores de corrente. Essas variações de propriedades física pode matematicamente
ser representada como uma função do tempo. Usando a transformação de Fourier,
qualquer razoavelmente acreditada função periódica pode ser representada como
um somatório de Senos e Cosenos.

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g(t) =

Onde é a forma de onda original, an e bn são o seno e o coseno das amplitudes das
n harmônicas.

A informação tais como dados digitais entre seu computador pessoal e o modem é
um sinal periódico onde o periódico depende da velocidade do modem.

2.2 TIPOS DE SINAIS UTILIZADOS EM TELECOMUNICAÇÕES

Os sinais utilizados em telecomunicações podem ser Analógicos ou Digitais

2.2.1 Sinal Analógico

Sinal analógico é aquele que varia continuamente, em qualquer grau, dentro de uma
faixa definida pelos limites inferior e superior.

Sinais analógicos são ondas cuja amplitude pode variar continuamente ao longo do
tempo, assumindo qualquer valor dentro de um intervalo que caracteriza sua
amplitude máxima e mínima.

Figura 2.2 - Onda Analógica

Como exemplo de sinais analógicos podemos citar a voz humana e a comunicação


feita via rede pública telefônica comutada.

Sempre que uma informação for transmitida através de um meio físico qualquer ela
deve ser transformada num sinal analógico contendo alguma forma de codificação.
Veremos maiores informações no capítulo sobre Modulação.

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Os sinais analógicos possuem característica de perder sua potência ao ser


transmitido, ao longo do meio de transmissão, além de sofrer interferência de outros
sinais indesejados
ejados (o ruído).

As propriedades de um sinal analógico são:

 Amplitude (medida em volts)


 Frequência (medida em hertz)
 Período (medido em segundos)
 Fase (medido em graus)

As definições das
as principais características de um sinal analógico estão
representadas na figura a seguir.

Figura 2.3 - Onda Analógica e suas principais propriedades

Onde:

Frequência= número de ciclos por segundo (Hertz)


Período= 1/frequência (segundos)
Comprimento da onda= Velocidade da luz/ frequência (metros)

2.2.2 Sinais Digitais

Sinal digital é aquele no qual as informações são representadas por estados


discretos.

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Os sinais digitais se caracterizam pela presença de uma sucessão de intervalos de


tamanho fixo iguais a T segundos, chamados intervalos de sinalização. Durante
cada intervalo, o sinal transmitido não apresenta variação de amplitude,
caracterizando um dos possíveis símbolos digitais transmitidos.

O bit é a unidade de informação e corresponde precisamente à amplitude (v1 ou v2)


do sinal digital da figura.

Figura 2.4 - Sinal Digital

Como exemplo de sinal digital podemos usar os dados manipulados internamente


pelo computador e pelos dados que saem dos mesmos, pelas respectivas interfaces,
além de todo sinal utilizado pela eletrônica digital, nos chamados Circuitos
Integrados, denominado de CIs.

A grande maioria das redes de comunicações da atualidade utiliza a comunicação


de dados de forma digital.

Os sinais digitais possuem vantagens sobre os sinais analógicos: maior facilidade de


regeneração, melhor qualidade do sinal (voz e dados), menos erros, menor
complexidade nos equipamentos requeridos.

2.3 CODIFICAÇÃO DIGITAL

O número de níveis utilizados em sinais digitais não precisa, necessariamente, se


restringir a dois. Outras formas possíveis de codificação de sinais digitais podem ser
obtidas através da atribuição de mais de um bit a cada nível de amplitude.

A figura a seguir exemplifica uma codificação de 2 bits (dibit), utilizando 4 níveis de


sinal.

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Níveis
11

10

01

00

01 01 10 01 00 11

Figura 2.5 - Codificação Digital

Iremos verificar que a codificação digital é utilizada nos modems digitais e na placa
de redes de computadores para enviar os dados digitais de um comutador para
outro.

2.3.1 Baud

Devemos notar que a sinalização, em termos do número de intervalos de


sinalização por segundo, pode ser diferente do número de bits por segundo (bps).

No caso “dibit”, cada intervalo de sinalização por segundo corresponde a 2 bps.

O número de intervalos de sinalização por segundo de um sinal digital é o número


de bauds deste sinal.

2.4 BANDA

Conjunto de sinais situados entre os extremos de Espectro de frequências.

Ex. de Banda : Voz : de 30 Hz a 20 kHz


Telefonia : .de 300 a 3400 Hz
Cabo Categoria 5 : de 0 a 100 MHz

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2.4.1 Banda Passante

Você já ouviu falar no termo “banda larga”? Várias matérias de jornal, especialmente
em cadernos de informática, têm falado disso quando abordam o tema da
VELOCIDADE na rede.

Esse assunto tem a ver com um conceito da maior importância no processo de


comunicação: o de banda passante. Este conceito nos levará a entender como um
sinal qualquer pode ser decomposto e analisado em componentes que permitirão o
seu estudo mais aprofundado, bem como o entendimento da relação entre a
velocidade de transmissão e a banda utilizada.

2.5 SÉRIE DE FOURIER

Ainda no século XIX, um famoso matemático francês chamado Jean Fourier provou
que qualquer sinal periódico pode ser considerado como uma soma (possivelmente
infinita) de senos e cosenos de diversas frequências.

Nessa soma, cada componente em uma dada frequência é chamada de harmônico.

Suponha um sinal periódico expresso como uma função do tempo g(t)., com período
To.

A frequência f=1/To é chamada frequência fundamental do sinal. Juntamente com o


sinal de frequência fundamental (também chamado de primeiro harmônico), os
sinais nas outras frequências (múltiplas inteiras da frequência fundamental f)
presentes na soma formam as componentes do sinal g(t).

2.5.1 Domínio do Tempo e da Frequência

A representação de um sinal através da série (ou transformada) de Fourier é o


equivalente à apresentação dos seus vários harmônicos. E em outras palavras,
pode-se representar um sinal g(t) sempre de duas formas:

(1) através de uma representação no domínio do tempo, onde a função g(t) é


definida como uma função do tempo t, e
(2) através de uma representação no domínio da frequência, onde o sinal é definido
em termos de suas componentes ou, em outras palavras, o seu espectro.

2.5.2 Um Pulso Retangular nos Domínios do Tempo e Frequência

No primeiro exemplo temos um pulso digital no domínio do tempo.

No segundo exemplo temos o mesmo pulso no domínio da frequência.

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Fig. 2.6 - Frequência Fundamental e Harmônicas

2.5.3 Resumo dos Conceitos de Decomposição de Sinais

Todo e qualquer sinal pode ser decomposto através de uma soma (finita ou infinita)
de ondas cosenoidais.

Representar um sinal no domínio do tempo é representar o valor da amplitude do


sinal para cada instante do tempo.

Representar um sinal no domínio da frequência é representar a amplitude de cada


onda cosenoidal que compõe o sinal, ou seja, representar o seu espectro de
frequência.

O estudo do sinal analógico é importante porque, na realidade, todo sinal transmitido


através de um meio físico tem que ser analógico ou pseudo-analógico, como
veremos ao longo do curso.

Não importa quanto digitalizado seja o equipamento ou sistema que transmite o


sinal. A saída desse equipamento deverá reproduzir uma onda analógica ou similar.

Terminamos aqui essa breve introdução aos conceitos básicos de


telecomunicações.

A partir dos conceitos básicos do sistema de comunicação, da conceituação do sinal


analógico e sinal digital, vamos aprofundar os estudos, definindo largura de banda,
entre outros conceitos, e a capacidade de um meio de transmissão, comumente
chamada de velocidade de transmissão de um meio físico.

O estudo do ruído e da atenuação também são importantes fatores da determinação


do alcance e do sucesso de uma comunicação. Merecem, portanto, um destaque em
nosso estudo, neste capítulo.

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Em telecomunicações a largura de banda está ligada diretamente à capacidade de


transmissão de um meio físico. A largura de banda é expressa diferentemente em
transmissões analógicas e digitais. A capacidade de transporte de uma mídia
analógica, tal como um cabo coaxial, é referenciado em hertz.

O hertz é uma medida da capacidade ou frequência de um serviço analógico. Por


exemplo, alguém poderia dizer que o cabo coaxial tem uma largura de banda de 400
MHz; 400 MHz significa quatrocentos milhões de ciclos por segundo. A capacidade
desse cabo pode ser padronizada então em 400 MHz.

A largura de banda de um serviço analógico é a diferença entre a maior e a menor


frequência, dentro da qual a mídia transporta o tráfego. O cabeamento que
transporta dados entre 200 MHz e 300 MHz tem uma largura de banda de 100 MHz.
Quanto maior a diferença entre a maior e a menor frequência, maior é a largura de
banda.

A seguir veremos com mais detalhes a conceituação de largura de banda de


capacidade de um meio de transmissão.

2.6 TRANSMISSÃO DE SINAIS DIGITAIS EM MEIOS FÍSICOS

Se você já tentou falar com uma pessoa a alguns metros de distância, percebeu
que, conforme a distância, deverá gritar para tentar ser ouvido pela outra pessoa. Ou
seja, a distância distorce ou atrapalha a transmissão da mensagem e dificulta a
compreensão.

Algo semelhante acontece com os meios físicos: eles são imperfeitos, isto é,
causam distorções nos sinais que neles trafegam.

Atualmente a grande maioria dos sinais gerados nos equipamentos de


telecomunicações são digitais e é importante pensar sobre a transmissão desses
sinais digitais num meio físico. É importante e necessário determinar “o quanto é
possível” transmitir em cada caso. Os conceitos de banda passante e largura da
banda são utilizados para determinar a capacidade de um meio físico ou meio de
transmissão. Então, a partir destes conceitos, é possível definir a capacidade
máxima de um canal, utilizando-se de um resultado obtido por H. Nyquist.

O resultado desta definição é a conclusão de que quanto maior a velocidade na qual


desejamos transmitir, maior terá que ser a banda passante correspondente.

2.7 BANDA PASSANTE E LARGURA DE BANDA

Os resultados obtidos por Fourier nos permitem, agora, definir os conceitos de


banda passante e largura da banda.

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Denomina-se banda passante de um sinal o intervalo de frequências que compõem


este sinal.

A largura da banda desse sinal é o tamanho de sua banda passante, ou seja, a


diferença entre a maior e a menor frequência que compõe o sinal.

Exemplo: Cabo Categoria 5: Largura de Banda de 100 MHz


Voz: Largura de Banda de 19.070 kHz
Telefonia: Largura de Banda de 3.100 Hz

2.8 DISTORÇÃO DE SINAIS PELO MEIO FÍSICO

Você deve ter visto, no caso de sinais de fumaça, que em determinado momento o
ar dissipa o que foi enviado, possivelmente dificultando a compreensão e talvez até
distorcendo as mensagens. Pois bem, existem várias outras manifestações físicas,
diferentes do ruído, inerentes aos meios físicos, que podem distorcer um sinal
transmitido. Nenhum meio de transmissão é capaz de transmitir sinais sem que haja
perdas de energia durante o processo.

Perdas de energia implicam reduções na amplitude dos sinais componentes de um


sinal. Se todos os sinais componentes fossem igualmente reduzidos em amplitude, o
sinal resultante seria todo reduzido em amplitude, mas não distorcido.

Infelizmente, a característica dos meios de transmissão é de provocar perdas de


diferentes proporções nos diversos componentes, provocando a distorção do sinal
resultante transmitido. Essa característica dos meios físicos lhes confere a
propriedade de funcionarem como filtros de frequência dos sinais por eles
transmitidos.

2.9 CURVA DE GANHO PARA CADA FREQUÊNCIA EM UM MEIO FÍSICO

A proporção de perda (também chamada de atenuação) para cada frequência do


espectro é uma característica de um meio físico e pode ser descrita através de um
gráfico (frequência X ganho).

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Figura 2.7 – Curva de resposta de frequência

Tal gráfico mostra, para cada frequência componente de um sinal qualquer,


qualquer como
aquele meio físico atenua tal componente, isto é, o ganho que é aplicado ao sinal
naquela frequência.. O ganho é um valor entre 0 e 1 que, multiplicado pela amplitude
do sinal naquela frequência
frequência,, resulta na amplitude daquela componente após a
transmissão
são do sinal pelo meio físico em questão. Um ganho igual a 1 significa que
aquela frequência é completamente preservada, enquanto que os outros valores,
menores do que 1, correspondem a atenuações.

Desta forma, o meio de transmissão atua como um filtro so


sobre
bre o sinal, isto é, o sinal
sofrerá uma perda em cada um de seus componentes, de acordo com a curva do
ganho daquele meio físico, provocando distorções no sinal transmitido. Observe
também que para determinado meio físico, existe uma faixa de frequência que q a
perda é menor e noutra onde a atenuação se acentua, chegando a comprometer a
transmissão das informações.

2.10 BANDA PASSANTE DOS MEIOS FÍSICOS

Em geral, a curva de ganho em meios de transmissão corresponde à característica


de filtros passa-faixa,
faixa, nos quais uma determinada banda é praticamente preservada
(isto é, ganho igual a aproximadamente 1) enquanto que os sinais componentes de
frequências exteriores
teriores a essa banda são praticamente eliminados durante a
transmissão.

Chamaremos
hamaremos de banda passante do meio físico aquela faixa de frequências que
permanece praticamente preservada pelo meio.

Considere, como exemplo, a curva característica da linha de transmissão


apresentada na figura abaixo. A banda passante dessa linha vai de,
aproximadamente, 300 a 3300 Hz, o que representa uma largura de banda de
aproximadamente 3 KHz.

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Cabe observar que essa banda passante corresponde ao canal de voz analógico.
Na prática, no entanto, considera-se em muitos caso a largura de banda total de
4.000 Hz, para termos uma banda de garantia contra interferências, tanto nas
frequência mais baixas (0 a 300 Hz) como nas altas (3.300 a 4.000) Hz. Por
exemplo, ao se determinar a faixa de frequência da voz analógica a ser digitalizada,
utilizou-se a banda de 4KHz.

Figura 2.8 - Banda Passante

2.10.1 Banda Passante Necessária

No caso analógico, denomina-se banda passante necessária de um sinal à menor


largura necessária na banda passante de um meio físico de forma a garantir uma
qualidade mínima no recebimento deste sinal.

No caso de transmissão de sinais digitais a banda passante necessária consiste na


largura de banda mínima capaz de garantir que o receptor ainda recupere a
informação digital originalmente transmitida.

2.10.2 Banda Passante Necessária Mínima

A pergunta a se fazer é: qual a banda passante W mínima necessária para se


transmitir um sinal digital de 1/T bps (onde T é o intervalo de sinalização)? Ou, de
forma inversa: quantos bits por segundo podemos transmitir em um meio físico cuja
largura de banda é de W Hz?

Para responder a esta pergunta precisamos do resultado do estudo obtido por H.


Nyquist, ainda em 1928.

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2.11 TEOREMA DE NYQUIST

Em 1928, H. Nyquist formulou uma equação que define a taxa de transmissão


máxima para um canal de banda passante limitada e imune a ruídos.

Nyquist provou que, se um sinal arbitrário é transmitido através de um canal de


largura de banda W Hz, o sinal resultante da filtragem pode ser completamente
reconstruído pelo receptor através da amostragem do sinal transmitido, a uma
frequência igual à no mínimo 2W vezes por segundo.

2.11.1 Capacidade Máxima de um Canal

Como consequência do fenômeno demonstrado pelo Teorema de Nyquist, o máximo


que se consegue transmitir através de um canal de largura de banda igual a W Hz é
2W bauds.

L
Como um baud = log2 bps (onde L é o número de níveis utilizado na codificação),
a capacidade C do canal na ausência de ruídos é dada por:

L
C= 2.W.log2 bps (2 vezes W vezes log de L na base 2)

2.11.2 Relação entre Velocidade e Banda Passante

O teorema de Nyquist nos fornece uma fórmula para a velocidade ou capacidade


(em bps) de um canal na ausência de ruídos. Observamos essa fórmula:

L
C = 2.W.log2 bps

Percebe-se que quando maior a velocidade de transmissão de um sinal, maior a


banda passante necessária.

É por isso que redes de alta velocidade, isto é, redes que permitem a transmissão à
alta velocidade, são algumas vezes chamadas de redes em banda larga, pois
exigem uma banda passante maior quanto maior for a taxa de transmissão.

2.12 DISTORÇÃO DE SINAIS

Além dos efeitos de distorção dos sinais transmitidos oriundos da banda passante
limitada do meio físico, outros fatores causam degradação nos sinais durante a
transmissão.

Entre eles encontramos:

 os ruídos presentes durante a transmissão;

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 a atenuação;
 o atraso (determinada frequência chega antes no destino que as demais);
 os ecos.

Todos estes fatores afetam a qualidade da transmissão. É necessário, então,


encontrarmos uma forma de se levar em conta como eles afetam a capacidade
máxima do canal ou estes fatores como podem ser compensados.

2.13 FONTES DE RUÍDOS

Existem diversas fontes de ruído que podem estar presentes em uma comunicação.
Alguns exemplos são:

- Ruído Térmico
- Ruído de intermodulação
- Ruído de Crosstalk
- Ruído impulsivo.

2.13.1 Ruído Térmico

O ruído térmico é provocado pela agitação dos elétrons nos condutores, estando,
portanto, presente em todos os dispositivos eletrônicos e nos meios de transmissão
mais utilizados.

O ruído térmico é uniformemente distribuído em todas as frequências de espectro


(sendo por isto frequentemente citado como ruído branco) e seu valor é função,
dentre outros parâmetros, da temperatura.

2.13.2 Ruído de Intermodulação

Quando sinais de diferentes frequências compartilham um mesmo meio físico


(resultado da multiplexação na frequência) pode-se obter um ruído denominado de
ruído de Intermodulação.

2.13.3 Ruído de Crosstalk

Com certeza você já passou por uma situação comumente chamada de linha
cruzada. Esse é o ruído de Crosstalk, bastante comum em sistemas telefônicos. O
ruído de crosstalk também é chamado de Diafonia. Tal efeito é provocado por uma
interferência indesejável entre condutores próximos que provocam interferências
mútuas.

2.13.4 Ruído Impulsivo

O ruído impulsivo não é continuo e consiste de pulsos irregulares e com grandes


amplitudes, sendo de difícil previsão e prevenção. Tais ruídos podem ser

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provocados por diversas fontes, incluindo distúrbios eletromagnéticos externos,


falhas nos equipamentos, etc.

2.14 QUANTIFICAÇÃO DO RUÍDO

A quantidade de ruído presente numa transmissão é medida em termos da razão


entre a potência do sinal e a potência do ruído, e é denominada razão sinal-ruído.
Se representarmos a potência do sinal S (Signal) e a potência do ruído por N
(Noise), a razão sinal-ruído será representada por S/N.

Ao invés de se utilizar esta razão diretamente, é muito comum empregar-se o valor


10.log 10(S/N).

O resultado obtido é uma medida da razão sinal-ruído em uma unidade denominada


decibel (dB).

Por exemplo, uma razão de 10 corresponde a 10 dB; uma razão de 100 corresponde
20 dB; uma razão de 1.000 corresponde a 30 dB e assim por diante.

Interessante observar que o padrão mínimo de qualidade de um meio de


transmissão em telecomunicações é de 30 dB, ou relação numérica de 1000 para 1
(1000/1).

2.15 LEI DE SHANNON

O teorema de Nyquist nos permite determinar a capacidade máxima C de um canal


na ausência de ruídos. Shannon estendeu este resultado para levar em conta o
efeito dos ruídos.

O principal resultado de Shannon (conhecido como a Lei de Shannon) afirma que a


capacidade máxima C de um canal (em bps) cuja largura de banda é W Hz, e cuja
razão sinal-ruído é S/N, é dada por:

Figura 2.9 – Fórmula de Shannon

Onde:

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dB = 10 log 10 (S/N) onde S/N é o valor numérico da relação da potência do


sinal/potência do ruído

dB = 20 log 10 (V1/V2) onde V1/V2 representa Voltagem1/Voltagem 2

Fórmula da conversão de base logarítma = log b X = log e X / log e b

A conversão de base logaritm


logaritma é realizada para contornar a situação de que as
calculadoras científicas usuais não possuem o logaritmo de base 2. Normalmente
temos disponíveis os logaritmos decimais (log) e neperiano (ln).

2.15.1 Lei de Shannon - Exemplo

Vejamos um exemplo de uso da lei de Shannon: um canal de 3.000 Hz com uma


razão sinal-ruído
ruído de 30 dB (parâmetros típicos de uma linha telefônica) não poderá,
em hipótese alguma, ser usado para uma transmissão a uma taxa maior que 30.000
bps, não importando quantos níveis de sinal se utilizem ou qual a frequência de
sinalização.

C (Shannon) = 3.000 x log2(1000/1 +1) bps  3.000 x 9,967 = < 30.000 bps

2.16 ATENUAÇÃO

Se uma pessoa gritar uma frase para outra que se encontra a uma distância
razoável, certamente parte da frase se perderá. Nas transmissões em outros meios
físicos acontece o mesmo fenômeno: a potência do sinal cai, conforme a distância
dist
percorrida aumenta.

Figura 2.10 – Atenuação de um sinal

Essa queda, denominada atenuação, é, em geral, expressa por um número


constante de decibéis por unidade de comprimento. A atenuação se dá devido a

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perdas de energia por calor e por radiação. Em ambos os casos, quanto maiores as
frequências transmitidas, maiores as perdas.

2.17 REPETIDORES DE SINAL

Já que a atenuação aumenta com a dist distância,


ncia, uma forma fácil de contornar este
problema é colocar repetidores
etidores ao longo da linha de transmissão. O repetidor
simplesmente regenera o sinal ao seu nível original, desde que o sinal que chegue
até ele não tenha sido atenuado além de um determinado valor máximo.

Figura 2.11 – Ruído (noise), atenu


atenuação e repetidores

Para garantir que os repetidores consigam fazer seu trabalho, eles devem estar
espaçados de tal forma que a atenuação do sinal no meio de transmissão entre eles
fique dentro dos limites aceitáveis. Esta distancia depende das características
específicas
pecíficas do meio físico utilizado.

2.18 ECOS

Ecos em linhas de transmissão causam efeitos similares ao ruído. Eco corresponde


ao retorno de parte do sinal transmitido embutido (como um ruído) em um sinal que
está sendo recebido.

Em sistemas telefônicos,s, os ecos podem ser bastante desagradáveis quando


percebidos em intervalos maiores que dezenas de milissegundos.. Nesses sistemas
é comum a utilização de canceladores de eco nos pontos onde é inevitável a sua
geração.

2.19 ATRASO

Um sinal transmitido num meio vai sofrer um atraso em função da sua frequência no
espectro. As variações de atraso devido a frequências diferentes num sinal pode
ocasionar efeitos não desejáveis numa transmissão de informação. O ideal seria que
o atraso fosse linear nas frequências do sinal transmitido.

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2.20 DISTORÇÃO

A distorção é uma reprodução inapropriada de um sinal causada por mudança em


sua forma de onda, tanto em frequência como em amplitude. Para compensar a
distorção, equalizadores podem ser utilizados. Um tipo de equalizador usado em
ambientes analógicos é a bobina de pupinização (indutor). Bobinas de pupinização
são usadas para “aplainar” a resposta de frequência. Nota: Geralmente quanto maior
a frequência maior a distorção. Em outras palavras, as maiores frequências da voz,
por exemplo, atenuam numa taxa maior do que as menores frequências.

Ruído e distorção num circuito de telecomunicações pode ser separado em duas


partes:

(a) Previsíveis, que geralmente estão presentes nas facilidades (atenuação, ruído
branco).

(b) Imprevisíveis, que são transientes por natureza e difíceis de serem resolvidos.

2.21 INFORMAÇÃO X RUÍDO X LARGURA DE BANDA

A mais importante questão associada com um canal de comunicação, como visto


acima, é a taxa máxima na qual ele pode transferir informação. A informação
somente pode ser transferida por um sinal se ao mesmo é permitido mudar de valor
fisicamente. Sinais analógicos passando através de canais físicos não podem mudar
arbitrariamente de forma rápida. A taxa pela qual o canal pode mudar é determinada
pela largura de banda. De fato, ele é governado pela mesma lei de Nyquist-
Shannon: um sinal de largura de banda B pode mudar numa taxa máxima de 2B. Se
cada mudança é usada para significar um bit, a taxa máxima de informação é 2B.

O teorema de Nyquist-Shannon não faz observação referente à magnitude do sinal


(conforme Bhatti, The Relationship Between Information, Badwidth and Noise). Se as
mudanças de diferentes magnitudes forem associadas a diferentes bits, a taxa de
informação pode ser incrementada. Então, cada vez que o sinal muda, ele pode
tomar forma de um em n níveis, e a taxa de informação é incrementada.

Existe um limite para este número de níveis ? O limite é dado pela presença do
ruído. Se nós continuamos a subdividir a magnitude das mudanças para até mesmo
diminuir os intervalos entre a representação de um nível e outro, nós alcançaremos
o ponto onde nós não podemos distinguir o nível individual por causa da presença
do ruído. Ruídos, portanto, limitam a taxa máxima na qual podemos transferir
informação.

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2.22 UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

Em telecomunicações trabalhamos frequentemente com potências elétricas de


diferentes valores.

Para facilitar os cálculos utiliza-se os logaritmos. Os logaritmos têm a vantagem de


que se efetua soma e subtrações de valores de medição obtido em seções
individuais de circuitos ou linhas, ao invés de efetuarmos produtos e divisões.

2.22.1 Decibel

O logaritmo possui duas unidades: o decibel, que se baseia nos logaritmos decimais,
que tem a base 10 ou o Neper, que se baseia nos logaritmos naturais, que tem
como a base e, onde e=2,71828.

O logaritmo decimal é abreviado como log e o logaritmo natural com ln.

Um decibel, que se simboliza com a abreviatura dB, corresponde à menor variação


de intensidade acústica que o ouvido humano pode perceber. O ganho (G) ou
atenuação (A) expressa em decibel é igual a :

A ou G = 10 log Ps (dB)
Pe

Onde Ps = potência de saída (na recepção) e Pe= Potência de entrada


(transmissão).

Se Pe > Ps temos uma atenuação expressa em decibéis.


Se Ps > Pe termos um ganho expresso em decibéis

Cabe lembrar que o logaritmo de um número é o valor que se deve elevar a base 10
para se obter o número dado.

Exemplos:

1) Qual é o logaritmo de 100, na base decimal? Temos que 10 elevado na 2 dá 100.


Ou seja, o logaritmo de 100 na base decimal é 2.
2) Qual é o logaritmo de 1000, também na base decimal? É 3 porque 10 elevado na
3 é igual a 1000.

Podemos perceber que os logaritmos simplificam em muito os cálculos complicados.

Em telecomunicações, onde os níveis de potência variam muito em valores, o


logaritmo é bastante útil.

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A atenuação (A) ou o ganho (G) também podem ser medidos em função da tensão
ou da corrente elétrica:

A ou G = 20 log Es (dB)
Ee

A ou G = 20 log Is (dB)
Ie
Onde:

Es= Tensão de saída


Ee= Tensão de entrada
Is= Corrente de saída
Ie= Corrente de entrada

Nas fórmulas acima estamos considerando que a impedância no ponto de entrada é


a mesma no ponto de saída.

Figura 2.12 – Atenuação (de A


A-B =5 dB e de B-C = 10 dB)

No exemplo acima, A transmite com um nível de + +15 dB,, tanto para B como para C.
Em B, o sinal chega com + 10 dB
dB, e, em C, o sinal chega com + 5 dB.
dB Dizemos dizer
então que o sinal atenuou 5 dB e 10 dB, respectivamente.

2.22.2
.2 Nível absoluto e Nível relativo

Em telecomunicações os níveis de sinais variam entre o ponto de entrada e de saída


de um determinado circuito.

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Para se expressar as medições nos sistemas de telecomunicações utiliza-se o nível


absoluto e o nível de relativo.

O nível absoluto é medido em dBm e é o nível de potência em decibéis com relação


a 1 mW. Utiliza-se portanto o 1 mW como referência, medindo qualquer sinal tantos
decibéis acima ou abaixo desse valor de referência.

O nível absoluto, Na, é expresso por : 10 log P1 (dBm)


P2
Onde P2 é a potência de referência de 1 mW (ou 10 -3 W)

É importante destacar que as medições acima representam resultados quando o


ponto de medição apresenta uma impedância padrão em telecomunicações que é
de 600 Ohms.

Já o nível relativo representa a relação expressa em dB entre a potência nesse


ponto e a potência de um ponto tomado como referência, normalmente esse ponto é
a entrada do sistema, também chamado de Ponto zero de nível de transmissão
(PNTO).

Geralmente esse ponto é tomado como referência para se medir o nível dos sinais
ou o ruído em qualquer parte do sistema de transmissão.

O nível relativo, Nr, é expresso por : Nr = 10 log Px (dBr)


Pr

Onde Px é a potência no ponto considerado e Pr é a potência no ponto de


referência.

2.22.3 Relação Sinal/Ruído

Nas especificações dos sistemas de telecomunicações é usual se empregar o termo


“relação sinal/ruído”. Para se calcular o valor da relação sinal ruído basta verificar o
número de decibéis do sinal com relação ao ruído de referência.

A relação sinal/ruído em decibéis é expressa por : 10 log Ps (dB)


Pr

onde Ps representa a potência do sinal e Pr representa a potência do ruído.


Quanto maior a relação sinal/ruído melhor é a qualidade do sistema de
telecomunicações que estamos utilizando. Toma-se como padrão mínimo exigido
em telecomunicações a relação sinal/ruído de 1000, ou seja o nível do sinal é 1000
vezes superior ao nível de ruído. A relação numérica de 1000/1 equivale a relação
de sinal/ruído de 30 decibéis.

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Na Europa e outras partes do mundo se usam as unidades psofométricas para se


expressar o nível de ruído. Os aparelhos usados para tal finalidade recebem o nome
de psofômetros.

Uma medida de ruído bastante utilizada também é medir o ruído de uma linha sem
carga, para se verificar justamente o ruído da linha em aberto, como um indicador
inicial da qualidade da linha. Quanto menor o ruído ((-90
90 dBm, por exemplo) melhor a
qualidade da linha.

Terminamos aqui este capítulo em que estudamos os principais conceitos utilizados


em redes de telecomunicações.

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