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Aprendizagem Industrial
Manutenção Eletromecânica
Juiz de Fora
2020
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS - FIEMG
Fundamentos Mecânicos
Leitura e interpretação desenhos e controle dimensional
Jean Leon
Lucas Coelli
Juiz de Fora
2020
©2020. SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais
SENAI/MG
Centro Integrado de Desenvolvimento do Trabalhador – CIDTLAS JF
Ficha Catalográfica
SENAI FIEMG
Serviço Nacional de Aprendizagem Av. do Contorno, 4456
Industrial Bairro Funcionários
Departamento Regional de Minas 30110-916 – Belo Horizonte
Gerais Minas Gerais
Sumário
Prefácio .................................................................................................................................................................... 6
Apresentação ........................................................................................................................................................... 7
1 Noções básicas de Desenho ................................................................................................................................ 9
1.1 A linguagem do desenho técnico .......................................................................................................... 9
1.2 Instrumentos para Desenho Técnico .................................................................................................. 11
1.1.1 Lápis ou Lapiseira........................................................................................................................ 11
1.1.2 Escalímetro .................................................................................................................................. 12
1.1.3 Esquadros ................................................................................................................................... 13
1.1.4 Borracha ...................................................................................................................................... 13
1.1.5 Compasso ................................................................................................................................... 13
1.1.6 Caligrafia técnica ......................................................................................................................... 14
1.3 Linhas convencionais: formas e aplicações ........................................................................................ 15
1.4 Escalas ............................................................................................................................................... 17
1.5 Formatos............................................................................................................................................. 18
1.5.1 Formatos de papel ....................................................................................................................... 18
1.5.2 Dobramentos da folha ................................................................................................................. 19
1.5.3 Legenda ....................................................................................................................................... 20
1.5.4 Margens ....................................................................................................................................... 20
1.6 Figuras geométricas ........................................................................................................................... 21
1.5.5 Figuras geométricas elementares................................................................................................ 21
1.5.6 Figuras geométricas planas ......................................................................................................... 23
2 Perspectiva Isométrica ........................................................................................................................................ 36
3 Projeções Ortogonais ......................................................................................................................................... 45
3.1 Diedros ............................................................................................................................................... 47
3.2 Vistas .................................................................................................................................................. 48
3.2.1 Vistas essenciais ......................................................................................................................... 50
3.2.2 Supressão de vistas .................................................................................................................... 51
3.3 Planos de projeção ............................................................................................................................. 52
4 Cotagem ............................................................................................................................................................. 53
4.1 Representação das cotas ................................................................................................................... 53
4.1.1 Linha auxiliar de cota ................................................................................................................... 54
4.1.2 Linhas de cota ............................................................................................................................. 56
4.1.3 Limite da linha de cota ................................................................................................................. 57
4.1.4 Cota ............................................................................................................................................. 58
4.1.5 Regras de cotagem ..................................................................................................................... 59
4.1.6 Símbolos e convenções ............................................................................................................... 64
5 Desenho em Corte ....................................................................................................................................... 65
5.1 Representação em corte..................................................................................................................... 66
5.1.1 Linhas de corte ............................................................................................................................ 66
5.1.2 Corte total .................................................................................................................................... 67
5.1.3 Meio corte .................................................................................................................................... 68
5.1.4 Corte em desvio........................................................................................................................... 69
5.1.5 Corte parcial ................................................................................................................................ 69
5.1.6 Hachuras ..................................................................................................................................... 70
5.1.7 Seção .......................................................................................................................................... 71
5.2 Encurtamento ..................................................................................................................................... 73
6 Peculiaridades do Desenho Mecânico ......................................................................................................... 75
6.1 Rugosidade superficial........................................................................................................................ 75
6.2 Tolerância dimensional ....................................................................................................................... 78
6.2.1 Sistema Internacional de Tolerâncias .......................................................................................... 79
6.3 Tolerância geométrica ........................................................................................................................ 83
6.3.1 Tolerâncias de forma ................................................................................................................... 84
6.4 Tolerância de orientação .................................................................................................................... 86
7 Desenho dos Elementos de Máquinas ......................................................................................................... 90
Referências ................................................................................................................................................................
Anexos .......................................................................................................................................................................
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Prefácio
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e ,consciente
do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:”
formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa
na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”
Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e laboratórios
do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem
sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.
O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade,
responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos
conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada!
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Apresentação
Prezado aluno,
Apesar de todos os efeitos trazidos com a pandemia do COVID-19, são inúmeras
as ações que visam fortalecer e proteger o bem estar do trabalhador. Ao que compete
nossa responsabilidade é mantermos os cuidados efetivos a nossa saúde seguindo as
recomendações e protocolos adotados pelas instituições responsáveis. A certeza que o
fim – como outrora – desta pandemia, permanece sendo importante aprimorar cada vez a
capacidade de resgatar as lições apreendidas e mantermos, quando possível, um ciclo
virtuoso de aprendizado. Desta maneira, minimizando os impactos negativos e
maximizando oportunidades melhores ao nosso redor e consequentemente no mundo.
Alinhado as ações que fortaleçam as virtudes e competências para o enfrentamento
aos efeitos da pandemia, a escola SENAI CIDT LAS Juiz de Fora, vem oferecer essa nova
modalidade de ensino: a aprendizagem mediada por tecnologias, com objetivo de preparar
e mostrar novos horizontes de formação profissional.
Esta apostila tem como foco geral levar você a compreender desenhos técnicos
mecânicos, interpretar conforme as normas aplicadas a eles, a metrologia aplicada à
metalmecânica, bem como conhecer os principais instrumentos de medidas, suas
características e aplicações, realizando leituras nos sistemas métrico e inglês.
Para tanto, veremos normas e procedimentos, tão necessários ao desenvolvimento
da leitura e interpretação de desenhos técnicos mecânicos específicos e à metrologia
dimensional linear e angular, em medições diretas e indiretas para uma aprendizagem
industrial.
Nos capítulos a seguir, você vai se deparar com assuntos que ressaltam a
importância do Desenho técnico mecânico iniciando por sua definição e importância,
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relembrando figuras geométricas e materiais de instrumentos necessários para o desenho
manual. Após estes temas introdutórios, você estudará os elementos do Desenho técnico
mecânico propriamente dito, como a perspectiva isométrica, as projeções ortogonais,
cotagem técnica, desenhos em corte, escalas, tolerâncias geométrica e dimensional, além
de reconhecimento de elementos padronizados de máquinas. Irá conhecer o Sistema
Internacional de Medidas, bem como as grandezas de medidas e seus respectivos
símbolos, focando nas unidades aplicadas à metrologia dimensional usada na
metalmecânica. Aplicaremos algumas transformações de unidades, relembrando alguns
cálculos matemáticos necessários para as medições. Após estes temas introdutórios,
você estudará os instrumentos de medidas tais como a régua graduada, o paquímetro, o
micrômetro, dentre outros, conhecendo as suas características técnicas bem como as
suas aplicações na indústria, quer seja na produção de peças e componentes, quer seja
na manutenção de peças e conjuntos mecânicos. Ao final desta unidade trabalharemos
também alguns conceitos relacionados ao sistema de tolerância e ajustes ISO e
instrumentos de medição indireta tais como os verificadores, gabaritos, etc.
Lembre-se que:
a) Consulte seu instrutor sempre que tiver dúvida (através dos meios de comunicação
fornecidos nos horários acordados); *Não deixe dúvidas pra depois*
b) Estabeleça um cronograma de estudo individual que você consiga cumprir fielmente;
c) Reserve um intervalo para quando o estudo for um pouco mais prolongado.
Bons estudos!
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1 Noções básicas de Desenho
Entender o Desenho técnico é imprescindível para representar de forma exata
detalhes de peças, máquinas e equipamentos, contribuindo tanto para a qualidade dos
projetos quanto o resultado final da fabricação, por isto veremos a partir de agora noções
básicas de desenho.
A noção de espaço, a capacidade de pensamento visual é de suma importância
para o desenvolvimento cognitivo, uma vez que possibilita a interação de diversas funções
mentais.
Atualmente as competências e habilidades requeridas pela indústria são
principalmente as percepções, como: criatividade e inovação, autonomia, capacidade de
soluções problemas.
Por fim, a leitura e interpretação do desenho técnico são como a alfabetização de
modo geral, que permite dessa forma ingressar novos conhecimentos. Para o estudante
com o enfoque industrial torna-se uma premissa a capacitação nesta área, pois ela
permitirá o desenvolvimento de diversas competências.
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Figura 1: Pintura rupestre
Fonte: googe.com/imagens
CURIOSIDADES
O primeiro registro do uso de um desenho com planta e elevação está incluído
no álbum de desenhos da livraria do Vaticano desenhado por Giuliano de
Sangalo no ano de 1490.
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1.2 Instrumentos para Desenho Técnico
Apesar do uso de instrumentos e da própria técnica de desenho com a utilização de
instrumentos estarem em obsoleto ainda é importante o conhecimento dos mesmos, pois
nada adianta o conhecimento nas plataformas tecnológicas de desenho assistido por
computador (CAD) se a capacidade técnica de leitura e interpretação não fora
desenvolvida, ou até mesmo em casos excepcionais para a execução de um croqui, já
que em algumas situações não será possível você estar com seu laptop realizando o
desenho conforme vai medindo o modelo, precisando antes realizar o esboço para depois
concluir seu respectivo modelamento.
Exemplo: Um funcionário de uma siderúrgica precisa realizar um desenho e sua respectiva
cotagem para solicitar a confecção da peça. O ambiente e a situação não permitem que o
mesmo execute o desenho na plataforma de um computador, com isso, para algumas
atividades em campo ainda é muito importante o conhecimento de esboço. Na atualidade
o desenho técnico tem utilizado programas (softwares) de CAD*.
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para desenhos que exijam trabalhos de sombreamento como peças artísticas, são
recomendadas as grafites mais escuras e menos resistentes como 8B, 7B ou 6B, já para
desenhos onde o traçado precisa ser mais preciso e detalhado indica-se o uso de grafites
mais resistentes com traçado mais claro como o 4H, 5H e 6H. Veja na figura a seguir esta
escala de intensidade:
1.1.2 Escalímetro
O escalímetro, também conhecido como régua tridimensional, é o instrumento
que auxilia no desenho em diferentes escalas, tendo uma referência real. Existem
06(seis) tipos de escalímetro, alguns mais utilizados em mecânica e outros mais
apropriados para desenhos de arquitetura, Veja:
Figura 4: Escalímetros
Fonte: SENAI
12
1.1.3 Esquadros
O esquadro é um instrumento utilizado em par e tem como função o traçado de
retas paralelas horizontais, verticais ou inclinadas, considerando os ângulos que
compõem cada esquadro. São eles: 30º/60º/90º e 45º/90º. Como é possível ver na figura
a seguir:
Figura 5: Esquadros
Fonte: SENAI
1.1.4 Borracha
A borracha a ser utilizada em desenhos técnicos, deve ser macia para que não
fira a fibra do papel e apague com a qualidade sem provocar manchas.
1.1.5 Compasso
O compasso é o instrumento de precisão utilizado para o traçado de
circunferências e arcos de diversos tamanhos.
Figura 6: Compasso
Fonte: SENAI
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1.1.6 Caligrafia técnica
Quando aprendemos escrever, seguimos um padrão para a escrita das letras de
nosso alfabeto, mas quando abandonamos este padrão imposto pelos educadores das
séries iniciais, passamos a imprimir nossa personalidade na forma de escrever fazendo
com que cada indivíduo tenha uma caligrafia própria. Observe o exemplo a seguir.
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Figura 8: Exemplos de aplicações
Fonte: SENAI
15
Figura 9: Linhas e características
Fonte: SENAI
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1.4 Escalas
Para qualquer estudo relacionado a desenhos técnicos, devemos partir de objetos,
peças ou edificações conforme seu tamanho real. Entretanto, em alguns casos não é
possível fazer esta representação na folha de desenho, mesmo utilizando o formato de
papel de maiores dimensões.
Quando for usada mais de uma escala na folha de desenho, além da escala geral,
estas devem estar indicadas junto à identificação do detalhe ou a vista a que se referem,
na legenda, deve constar a escala geral.
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Veja a demonstração abaixo:
1.5 Formatos
Esta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e pré-
impressão a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos. Esta norma apresenta
também o leiaute da folha do desenho técnico com vistas.
Formato Especial: Sendo necessário formato fora dos padrões estabelecidos, recomenda-
se a escolha dos formatos de tal que largura ou o comprimento corresponda ao múltiplo
ou submúltiplo do formato padrão.
.
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1.5.2 Dobramentos da folha
Figura A Figura B
Observando as figuras acima é possível notarmos uma grande diferença,
descartando as fisionomias dos personagens na figura é possível reparar a forma que as
folhas foram dobradas. Qual você acredita que está conforme a norma ABNT relativa a
desenho técnico?
Se você, respondeu que é na figura B, está correto! Isto porque é nesse padrão que
se adota o dobramento de folhas conforme a norma:
NBR 13142 Desenho técnico - Dobramento de cópia
O Objetivo principal é que sendo necessário o dobramento de folhas, o formato final
deve ser o A4, de modo a deixar visível o quadro destinado à legenda e facilitar o
arquivamento em pastas.
O dobramento das folhas pode ser efetuado da seguinte maneira:
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1.5.3 Legenda
A legenda é um elemento obrigatório no desenho técnico e deve conter todos os
dados para identificação do desenho (número, origem, título, executor, etc.). Sempre
estará situada no canto inferior direito da folha. A legenda deve ter 178 mm de
comprimento nos formatos A2, A3 e A4, e 175 mm nos formatos A0 e A1.
1.5.4 Margens
Margens são limitadas pelo contorno externo da folha e o quadro. O quadro limita
o espaço para o desenho.
As margens esquerda e direita, bem como as larguras das linhas, devem ter as dimensões
constantes na tabela abaixo em mm.
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1.6 Figuras geométricas
Vamos olhar em volta? Veja quantas figuras geométricas como linhas, círculos, polígonos
você consegue identificar? Inspiradas em elementos da natureza, as figuras geométricas
compõem nosso dia a dia e muitas vezes não as percebemos, por isto veremos agora
como identificar e diferenciar as figuras geométricas elementares e as planas. Veja
exemplos a seguir:
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b) Linhas: as linhas são uma sequência infinita de pontos tão unidos que se
confundem num traço contínuo unidialmensional³.
Se mudarmos o movimento dos pontos em outras direções, teremos uma linha curva,
que pode ser côncava ou convexa, veja a imagem a seguir:
Se o mesmo ponto se deslocar com sequências de linhas curvas côncavas e linhas curvas
convexas, classificamos essa linha em sinuosa ou ondulada.
c) Reta: Assim como a linha, a reta pode ser definida também como uma sequência
infinita de pontos com uma única diferença, os pontos seguem em uma mesma
trajetória e com direção constante, sendo construída com auxílio da régua. Diferente do
ponto, a reta é unidimensional, ou seja, tem apenas uma dimensão, comprimento e
será representada por letras latinas minúsculas.
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d) Plano: trata-se de um conceito intuitivo e assim instituímos modelos que o
explicam, como: a superfície de uma mesa, a lousa da sala de aula, um quadro etc. O
plano é representado, geralmente, por uma letra minúscula do alfabeto grego e é
considerado infinito.
CÍRCULO
É a área ou a porção interna de uma circunferência. Podemos associar o círculo a alguns
objetos. Veja:
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Figura 20: Círculos
Fonte: SENAI
CÍRCUNFERÊNCIA
A circunferência é uma linha curva, plana, fechada e que tem todos os pontos que a
constitui, equidistantes de um ponto inferior chamado centro. Alguns objetos presentes
.
24
em nosso dia a dia podem ser comparados a uma circunferência ao exemplo de um CD
ou um anel.
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ÂNGULOS
É a região do plano limitada por duas semirretas diferentes, que possuem mesma origem.
1. Representação dos ângulos: os ângulos podem ser representados por quaisquer letras
maiúsculas do nosso alfabeto, por exemplo: AÔB, BÔA, Ô, ou ainda por letras gregas ( Ɋ,
ß...)
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Figura 27: Classificação dos ângulos
Fonte: SENAI
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- Ângulos adjacentes: são ângulos consecutivos que não têm pontos internos comuns;
- Ângulos opostos pelo vértice: são ângulos que possuem a mesma medida ou abertura,
chamados de congruentes, cujos lados são semirretas opostas;
- Ângulos complementares: dois ângulos são complementares quando a soma de suas
medidas é igual a 90º;
- Ângulos suplementares: dois ângulos são suplementares quando a soma de suas
medidas é igual a 180º.
TRIÂNGULOS
Triângulos são os polígonos que possuem 03(três) lados e basicamente são compostos
por lados, vértices e ângulos. Veja na ilustração a seguir como estes elementos se
distribuem:
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Figura 30: Triângulo equilátero
Fonte: SENAI
- Isósceles: é o triângulo que possui dois lados congruentes (com a mesma medida) e um
diferente que é chamado de base.
- Escaleno: é o triângulo que tem os três lados e os três ângulos interno diferentes.
2. Classificação quanto aos ângulos: assim como o tamanho dos lados permitem que
façamos a identificação dos triângulos, o grau e a disposição dos ângulos também nos
permite classificá-las:
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Figura 33: Triângulo escaleno
Fonte: SENAI
- Triângulo acutângulo: é o triângulo que possui os três ângulos agudos (menores que
90º).
- Triângulo obtusângulo: é o triângulo que tem um ângulo obtuso (maior que 90º).
QUADRILÁTEROS
Chamados de quadriláteros, os polígonos que possuem 04(quatro) lados e, assim como
os triângulos, também são formandos por diagonais, lados, vértices, ângulos internos e
externos, conforme observado na figura a seguir:
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Vejamos a seguir suas particularidades e classificações.
a) Particularidades dos quadriláteros: os quadriláteros possuem características
próprias:
- A soma dos ângulos internos de todo quadrilátero é igual a 360º;
- Todo quadrilátero tem apenas duas diagonais;
- Todo quadrilátero tem quatro lados, quatro vértices e quatro ângulos.
b) Particularidades dos quadriláteros: os quadriláteros podem ser convexos e
côncavos. Quanto à forma geométrica, os quadriláteros convexos são classificados
como se vê no diagrama a seguir:
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Já os quadriláteros côncavos possuem um ângulo interno maior que 180º, como se
vê no exemplo a seguir:
POLÍGONOS
Segundo Euclides de Alexandria, denominado “o pai da geometria”, polígonos
correspondem a uma figura plana, fechada por segmentos de retas, sendo caracterizados
pelos seguintes elementos: ângulos internos e externos, vértices, diagonais e lados. Veja
a ilustração abaixo:
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Podemos classificar e nomear polígonos como regulares e irregulares, conforme o
número de segmentos de reta que compõe a figura. Observe os exemplos do quadro a
seguir:
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SÓLIDOS GEOMÉTRICOS
É a porção limitada do espaço geométrico. Os sólidos são corpos geométricos
tridimensionais, ou seja, possuem três dimensões, o comprimento, a altura a largura. Sua
medida é chamada de volume.
Podemos observar na imagem abaixo alguns exemplos.
SÓLIDOS DE REVOLUÇÃO
São os sólidos que têm origem pela rotação de uma figura plana em torno de um eixo.
Observe os tipos de sólidos que demonstraremos:
a) Cilindro: é o sólido de revolução resultante da rotação de um retângulo em torno de
um de seus lados.
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b) Cone: é o sólido de revolução resultante da rotação de um triângulo retângulo em
torno de uma de suas arestas, que será o eixo do cone.
CURIOSIDADES
O maior sólido geométrico construído pelo homem é a pirâmide de Quéops,
que fica no Egito. Foi feita no século 25 a.C. Trata-se de uma pirâmide de base
quadrada (230m de lados) e altura 138m.
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2 Perspectiva Isométrica
Você já deve ter conhecido, visto ou jogado o “game” da figura abaixo, trata-se de
um clássico dos anos 80 que tinha como objetivo o jogador adquirir pontos e não permitir
que os fantasmas o encontrassem. Mas da imagem abaixo (imagem I) gostaria que você
pensasse na forma que estamos como observador, ou seja, um jogador em uma projeção
“2D” (duas dimensões). Com isso, não é possível ter a noção exata da grandeza da largura
dos objetos na tela.
Agora observaremos na próxima figura (imagem II) o mesmo jogo, porém de uma
percepção “3D” (três dimensões), permite uma melhor visualização das grandezas dos
objetos, e assim é na mecânica e a perspectiva isométrica que para termos a noção da
realidade da peça se faz necessário em alguns casos.
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Figura 44: Perspectiva com dois pontos de fuga
Fonte: SENAI
FIQUE ATENTO!
Você não deve usar a régua ou escalímetro para medir o papel reticulado, pois
consideramos como unidade de medida a quantidade e a posição de triângulos
utilizados, e cada um deles equivale a 5mm. .
2º Passo: crie duas retas paralelas aos eixos que indicam largura e o comprimento;
3º Passo: agora crie, nos dois extremos, retas paralelas ao eixo, que indicam a altura do
cubo;
.
38
Figura 50: Construção da perspectiva isométrica (3º Passo)
Fonte: SENAI
4º Passo: crie mais duas retas paralelas aos eixos que definem a largura e o comprimento
da peça, finalizando, assim, o desenho do cubo.
39
Perspectiva isométrica de objetos com superfícies planas:
Nesta perspectiva, os três eixos coincidem com três das arestas do objeto. As arestas
paralelas do objeto são traçadas, nessa perspectiva, por meio de linhas paralelas aos
eixos.
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O mesmo processo para criação do círculo isométrico pode ser realizado
manualmente o papel com a malha isométrica.
Veja:
1º Passo: construa os eixos iniciais e, em seguida, um quadrado auxiliar em uma das
faces do cubo, o qual deverá ser dividido em 4 (quatro) partes iguais;
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Figura 53: Construção do círculo isométrico em folha isométrica (2º Passo)
Fonte: SENAI
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Trouxemos outra figura para contribuir ainda mais para sua compreensão em
perspectiva isométrica.
Veja como construir essa peça nesta perspectiva que reúne detalhes diferentes como
furos, chanfros¹ e arredondamentos.
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MOMENTO DE REFLEXÃO
Fonte: SENAI
A falta do básico
Sérgio conseguiu uma oportunidade de trabalho em uma empresa de
projetos. Para este emprego, ele preparou-se revisando assuntos
referentes aos programas CAD (desenho assistidos por computador)
apreendidos em um curso.
Ao chegar ao escritório, sua 1ª tarefa foi algo muito mais simples do
que ele esperava: ele deveria fazer o croqui de uma peça a partir de
um modelo dado. Sérgio surpreendeu-se, pois estava preparado
para demonstrar apenas suas habilidades no computador, mas não
para desenhar manualmente.
Sérgio teve dificuldades para manusear os instrumentos de desenho
então se lembrou das aulas inicias que explicavam sobre o uso dos
instrumentos de desenho e que não dera a devida importância, por
acreditar que jamais seria necessário. Enganou-se! Depois de
algumas cobranças, com ajuda de um colega conseguiu elaborar o
croqui.
Desta situação, Sérgio aprendeu uma lição: mesmo que não sejam
utilizadas com frequência, todas as informações vistas em aula são
importantes para o desempenho profissional porque, em algum
momento, serão necessários.
Fragmento retirado de casos e relatos – LV Estante Virtual SENAI, 2019.
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3 Projeções Ortogonais
Quem nunca brincou assim? Montamos um formato com as mãos que ao ser
colocado contra a luz é projetado uma imagem (sombra) com a ideia do perfil criado, na
mecânica podemos começar a imaginar desta maneira, porém temos “sólidos” ou modelos
que ao serem observados projetamos suas respectivas vistas em diversos planos e não
somente na parede como no exemplo acima.
Em desenho técnico, denomina-se projeção de um objeto, a sua representação
gráfica em um plano, onde se procura reproduzir a sua forma exata alinhada as suas
respectivas dimensões.
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A projeção ortogonal foi concebida pelo matemático francês Gaspar Monge, a fim de
descrever objetos tridimensionais¹ por meio de desenhos bidimensionais². Como no
exemplo da figura a seguir.
.
¹Tridimensionais: objetos tridimensionais possuem três dimensões – comprimento,
largura e altura
²Bidimensionais: são figuras com duas dimensões, altura e largura.
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3.1 Diedros
A representação de objetos tridimensionais em desenhos bidimensionais pode ser
realizada em qualquer um dos diedros, entretanto, para simplificar a troca de informações
técnicas, convencionou-se internacionalmente o uso apenas do 1º e do 3º diedros. No
Brasil e nos países europeus, usualmente é adotada a representação no 1º diedro, já os
Estados Unidos e o Japão utilizam as representações no 3º diedro.
As projeções concebidas no 1º diedro seguem o critério que determina que o objeto
deva estar entre o plano de projeção e o observador, conforme mostra a figura a seguir:
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3.2 Vistas
Para realizar a projeção ortogonal de objetos tridimensionais, consideramos que
estes estáticos no espaço que como vimos, é chamado de diedro, onde o observador pode
visualizá-la de 6(seis) direções diferentes, gerando assim 6 (seis) vistas. Para facilitar o
entendimento, imagine que o objeto que mencionamos esteja envolvido por 6 (seis)
planos, formando uma espécie de caixa que, ao ser aberta, determina onde cada vista
deve estar situada conforme o diedro de projeção escolhido.
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Ainda não entendeu? Então vamos tentar de outra forma. Imagine que, ao invés
dos planos paralelos estarem ao redor da peça, você mesmo se posicione em frente, nas
laterais, abaixo, acima e por trás da peça para fazer o desenho das vistas, conforme o que
consegue visualizar. Observe:
49
Sendo assim, tanto para o 1º diedro quanto para o 3º diedro, são apresentadas as
seguintes vistas de um objeto tridimensional (3D):
a) Vista frontal ou elevação: indica a projeção frontal do objeto;
b) Vista superior ou planta: indica a projeção do objeto visto por cima;
c) Vista lateral direita: indica a projeção do objeto visto pelo lado direito;
d) Vista lateral esquerda: indica a projeção do objeto visto pelo lado direito;
e) Vista inferior: indica o objeto sendo visto por baixo;
f) Vista posterior: indica o objeto sendo vista por trás.
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Para elaboração do desenho manual das vistas essenciais no primeiro diedro, as
arestas¹ da vista frontal direcionam o traçado das arestas e detalhes das demais vistas.
Acompanhe na figura a seguir o passo a passo:
51
Fonte: SENAI
52
4 Cotagem
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4.1.1 Linha auxiliar de cota
A linha auxiliar de cota deve ultrapassar em 2 mm em relação á seta que indica o limite
da linha de cota, veja:
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Admite-se que a linha auxiliar esteja na posição oblíqua, especificamente a 60º (lê-
se 60 graus), quando estivermos indicando dimensões em peças cônicas. Observe a
figura a seguir:
Mesmo que o desenho da peça precise ser interrompido, como vemos na figura a
seguir, não se deve interromper as linhas de cota.
As linhas de contorno do desenho, assim como as de centro, não devem ser usadas
como linha de cota, entretanto, as linhas de centro poderão ser utilizadas como auxiliares,
desde que estas, ao saírem do contorno do desenho, sejam representadas de forma
contínua. Observe:
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4.1.2 Linhas de cota
Para evitar erros de interpretação, no traçado, as linhas de cota devem ser contínuas e
estreitas, diferentes das linhas que correspondem ao contorno da forma. Observe, na
comparação da figura a seguir, como o traçado da imagem à esquerda é bem mais estreito
que o traçado da linha de cota da imagem à direita.
As linhas de contorno do desenho não devem ser usadas como linha de cota, mas
em alguns casos podem ser usadas também como linha auxiliar. Observe o exemplo a
seguir:
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4.1.3 Limite da linha de cota
Existem três formas para a representação do limite da linha de cota, mas como você já
deve ter percebido nas figuras usadas anteriormente, o modelo onde a seta é
completamente preenchida é mais usado em desenhos mecânicos. A inclinação das setas
deve ser de 15º. Compare:
Tanto as linhas de cota quanto seus limites devem preferencialmente ser colocados
na parte interna. Mas quando este espaço for reduzido, pode-se representar na parte
externa, como pode ser visto na figura seguinte.
57
4.1.4 Cota
O valor numérico pode ser representado das seguintes formas:
a) Centralizada, paralela à linha de cota, como podemos observar na figura abaixo:
Quando o objeto a ser cotado apresentar detalhes angulares, o número deve estar
centralizado sobre a linha de cota ou paralela a ela. Podemos observar esta situação nos
exemplos a seguir:
58
4.1.5 Regras de cotagem
Para representarmos corretamente a cotagem no detalhamento do projeto temos
que estar atentos à posição do elemento a ser dimensionado. A seguir, entenderemos
quando aplicar a cotagem de meia peça, cotagem em cadeia, cotagem de raios, diâmetros
e arcos, cotagem de elementos equidistantes e detalhes de cotagem.
59
c) Contagem em paralelo: a cotagem em paralelo ocorre quando localizam várias
cotas paralelas umas às outras. Veja a figura a seguir:
d) Contagem aditiva: a cotagem aditiva deve ser empregada onde não haja limitação
de espaço nem problemas de interpretação. Neste caso, determina-se um
elemento de referência, como origem, e as cotas são alocadas na extremidade da
linha auxiliar. Observe:
60
e) Contagem de raios, diâmetros e arcos: na cotagem técnica, a localização das
indicações de raios e diâmetros é feita conforme a disponibilidade de espaço,
podendo estar dentro ou fora do desenho, como mostra a figura a seguir:
61
Figura 87: Cotagem de elementos equidistantes
Fonte: ABNT NBR 10126/98, p.11 (Adaptado)
- Cotagem por distância angular: deve ser aplicada na cotagem de furos que
estejam a uma mesma distância angular. Desde que não ocorra dificuldade na
interpretação, podemos considera as formas de representações a seguir:
62
Figura 89: Cotagem de ângulos e chanfros
Fonte: ABNT NBR 10126/98, p.12 (Adaptado)
63
4.1.6 Símbolos e convenções
Para facilitar a interpretação de um desenho técnico, algumas vezes é necessário
o uso de símbolos e convenções. Observe a seguir os símbolos mais usados e suas
aplicações:
64
5 Desenho em Corte
Quando aprendemos sobre normas técnicas, vimos como identificar e aplicar as
linhas convencionais utilizadas em desenho técnico, entre elas a linha tracejada, que nos
ajuda a sinalizar detalhes e arestas não visíveis no desenho de uma determinada peça.
Veja o exemplo a seguir:
65
5.1 Representação em corte
A figura anterior representa apenas o modelo ilustrativo de uma peça secionado. Para
que possamos entender tecnicamente os detalhes das peças, é preciso representá-las em
projeção ortogonal e, então, determinar o corte conveniente para identificar todas as
informações dos detalhes importantes para sua definição que não ficaram totalmente
definidos, assim teremos a representação em corte. Observe:
66
Fonte: SENAI
- Corte longitudinal: o corte longitudinal é criado gerando impacto na vista frontal da peça
representada. Observe:
- Corte transversal: o corte transversal é criado gerando impacto na vista lateral da peça
representada como pode ser observado na figura seguinte:
67
Figura 97: Corte transversal
Fonte: SENAI
- Corte horizontal: o corte horizontal é criado gerando impacto na vista superior da peça
representada. Veja:
68
Fonte: SENAI
69
Fonte: SENAI
5.1.6 Hachuras
A ABNT NBR 12298 de 1995, que trata da representação da área de corte por meio de
hachuras em desenho técnico, define que as hachuras como linhas ou figuras
convencionadas para indicar a matéria-prima usada na representação de áreas de corte
em desenho técnico, sendo que a condição geral é que qualquer material deve ser
representado através de linhas inclinadas a 45º em relação ao contorno do desenho ou
de eixos de simetria e com espaçamento mínimo de 0,7mm, conforme mostra a figura a
seguir:
70
Figura 103: Hachuras especificas
Fonte: ABNT NBR 12298, 1995, p.3 (Adaptado)
Existem outros modelos que podem ser utilizados em desenho técnico, desde que sejam
devidamente identificados. Observe os exemplos na imagem a seguir:
5.1.7 Seção
A representação através de seções é semelhante à representação por corte, porém em
uma seção demonstra-se no desenho técnico apenas a interseção da parte da peça com
o plano de corte. Observe as figuras a seguir: à esquerda, a representação da seção e, à
direita, o corte.
71
Figura 105: Comparativo corte e seção
Fonte: SENAI
72
Figura 107: Seção traçada na interrupção da vista
Fonte: SENAI
5.2 Encurtamento
Quando as peças tem formato simples, mas grande extensão, para melhor
aproveitamento do espaço e tempo, pode se fazer uma representação simplificada da
peça empregando o encurtamento que consiste em criar uma “quebra” imaginária na peça
e aproximar suas extremidades, mantendo suas dimensões em verdadeira grandeza, ou
seja, as medidas se mantêm originais. Veja alguns exemplos:
73
Figura 109: Rupturas - Encurtamentos
Fonte: SENAI
SAIBA MAIS! Vídeo: Agora acompanhe as orientações e dicas para melhor interpretação
e entendimento sobre as aplicações dos cortes.
74
6 Peculiaridades do Desenho Mecânico
O desenho técnico mecânico é uma forma de comunicação através de
representações normatizada de desenhos de peças em vistas projetadas, juntamente com
informações auxiliares como: dimensão, representação de partes com roscas, rugosidade
das superfícies, tolerância de forma, tolerância dimensional e ajustes de encaixe. Vamos
conhecer melhor esses temas.
75
Os símbolos acima precisam ser complementados com informações ainda mais
específicas para a fabricação de uma peça. Veja na figura seguir:
76
b. Processo de fabricação: é indicado no desenho técnico, por exemplo: fresado ou
torneado;
c. Comprimento da amostragem: é o tamanho utilizado para a análise do material;
d. Orientação das estrias: é a indicação do padrão das estrias a serem colocadas na
superfície de uma peça. Veja a tabela a seguir:
77
e. Parâmetro da rugosidade: é a indicação do padrão das estrias a serem colocadas
na superfície de uma peça. Veja a tabela a seguir:
Neste item aprendemos a importância de representar e identificar corretamente a
simbologia para acabamento superficial. No próximo tema veremos a aplicação da
tolerância dimensional nos ajustes para peças intercambiáveis.
CURIOSIDADES
Você já percebeu que alguns modelos de panelas possuem estrias
concêntricas? Estas estrias estão localizadas na superfície que tem contato
direto com a chama e tem função de distribuir igualmente o calor, fazendo com
que a comida tenha o cozimento uniformemente distribuído.
78
No desenho técnico aplicamos justamente com a cotagem técnica uma série de anotações
e símbolos que indicam os limites de desvios dimensionais aceitáveis para que uma peça
funcione corretamente após sua fabricação. Esse limite é chamado Tolerância
Dimensional.
79
Figura 117: Afastamentos
Fonte: SENAI
Sendo assim, após fabricação, o limite do diâmetro da peça poderá ter qualquer valor que
varie entre 30,18mm e 30,28mm. Este valor final é chamado de dimensão efetiva.
80
- Afastamentos negativos: caso os afastamentos indicados tenham valores
negativos, a dimensão efetiva será sempre menor que a dimensão nominal, ou seja, será
menor que a dimensão prevista no desenho. Veja um exemplo:
Desta forma, a dimensão efetiva desta peça pode corresponder qualquer valor entre 17,59
mm e 17,80 mm.
- Afastamentos em sentidos diferentes: quando o afastamento máximo e
mínimo tem sentidos diferentes, ou seja, um é positivo e outro negativo, consideraremos
como afastamento superior o número positivo, neste caso 0,2, e como afastamento
mínimo, o número negativo, 0,1. Veja:
81
Fonte: SENAI
Já que uma peça pode ter diferentes informações dimensionais, observe que, em
um único desenho, é possível visualizar cotas com diferentes afastamentos. Veja:
82
Concluímos, então, que a tolerância calculada é de 13 centésimos.
- Unidade de tolerância: sempre que for necessário quantificar a tolerância
dimensional, será usada a unidade de medida mícron, que corresponde à milionésima
parte do metro e é representado pela letra grega µ (mi) seguida da letra m, sendo assim
1 µm = equivale a 0,0001mm.
83
Fonte: ABNT NBR 6409, 1997 (Adaptado)
84
Fonte: SENAI
85
6.4 Tolerância de orientação
Quando duas ou mais peças são associadas, é necessário estabelecer a relação
entre a posição que a primeira peça deve ocupar em relação à outra. Para isto é
determinada a tolerância de orientação. Veja um exemplo a seguir:
Observe que na figura anterior, no primeiro caso, podemos ver qual deve ser o
posicionamento previsto para o funcionamento entre as peças. No segundo caso, é
possível perceber um desvio, fazendo com que esta relação não seja mais de perfeita
perpendicularidade, para que possamos determinar os desvios de orientação aceitáveis,
podemos usar a simbologia a seguir:
a. Tolerância de paralelismo: os detalhes precisam ser paralelos entre si.
86
Fonte: ABNT NBR 6409, 1997
87
Figura 135: Tolerância de localização
Fonte: ABNT NBR 6409, 1997
- Tolerância de simetria: indica que deve existir a divisão exatamente igual entre
duas partes de um objeto ou peça. Veja:
- Axial: a face de referência indicada deve ser mantida paralela ao eixo, sendo de 0,1
a tolerância de batimento axial aceitável. Veja:
88
- Radial: as faces de referência (A) e (B) são mantidas perpendicularmente ao eixo,
sendo de 0,1 a tolerância de batimento radial aceitável. Veja:
89
7 Desenho dos Elementos de Máquinas
Para manusear e realizar a manutenção de uma máquina precisamos compreender
os componentes que a integram, suas funções, proporções e localização em um conjunto
mecânico. Em desenho mecânico, precisamos saber identificar e reproduzir os
componentes mecânicos através de uma representação gráfica convencional. A partir de
agora, veremos alguns exemplos e como devemos representá-los graficamente. Veja um
exemplo:
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Imagine que você precisa montar uma estrutura formada por chapas e barras metálicas.
Estes materiais precisam manter-se unidos, mas não pode ser usado o processo de
soldagem, ou seja, você precisará utilizar alguns elementos complementares como
podemos ver na figura a seguir:
90
Vamos conhecer de forma individual os principais elementos de fixação:
Roscas e parafusos
Os parafusos são elementos de união não permanentes., ou seja, são intercambiáveis,
por isso podem ser colocados e retirados sem que seja necessário danificá-los. Veja na
figura a seguir como devem ser representados graficamente:
Todos os parafusos são compostos por roscas que se subdividem em vários tipos
conforme a aplicação. Veja, no quadro a seguir, os tipos de roscas que fazem parte dos
parafusos utilizados nos desenhos técnicos:
91
Fonte: SENAI DR BA, 2015.
Na figura seguinte, você poderá identificar todos os elementos comuns a todos os
tipos de roscas acima listadas:
Você percebeu que, apesar de todas as informações referentes aos tipos de roscas,
a representação gráfica do parafuso é bastante simplificada?
Analise novamente a figura “Representação gráfica do parafuso” e observe que esta
simplificação favorece o entendimento e a agilidade na elaboração dos desenhos técnicos.
Os parafusos podem ser de vários tipos. Trouxemos a seguir algumas das
representações mais utilizadas.
92
Quadro – Parafusos e suas representações gráficas
Fonte: SENAI DR BA, 2015
93
Rebites
O rebite composto por cabeça e um corpo em formato cilíndrico, costuma ser
fabricado em material metálico como aço, alumínio, cobre ou latão. Diferente do parafuso,
é usado para fixação permanente de duas ou mais peças. Veja alguns exemplos:
Chavetas
A chaveta é um elemento que pode possuir corpo prismático ou cilíndrico. Pedem
ter faces paralelas ou inclinadas, conforme o esforço e o tipo de movimentação que devem
transmitir. Podemos classificar as chavetas como elementos de fixação, mas elas também
podem ser consideradas elementos de transmissão, como engrenagens e polias. Veja
alguns exemplos de chavetas:
94
ELEMENTOS DE APOIO
Os elementos de apoio têm a função de auxiliar o funcionamento das máquinas.
Muitas vezes, podemos combinar em uma mesma máquina o uso de um ou mais
elementos de apoio, como buchas, guias, rolamentos e mancais.
Rolamentos
A principal finalidade dos rolamentos é permitir que o movimento entre duas ou
mais partes seja previamente controlado. Veja na figura a seguir um exemplo de uso do
rolamento
CURIOSIDADES
A figura anterior mostra um conjunto mecânico, o tradicional brinquedo
conhecido como carrinho de rolimã (do francês roulement¹) fabricado
artesanalmente com madeira e rolamentos.
.
95
Observe, no quadro a seguir, como representar os principais rolamentos:
¹Roulement: rolamento.
ELEMENTOS ELÁSTICOS
Elementos elásticos são usados para atenuar impactos, diminuir ou absorver
vibrações, distribuir equilibradamente o peso das cargas e possibilitar que um componente
mecânico após sofrer uma distorção possa retornar à sua posição inicial.
96
Molas
Os elementos elásticos mais utilizados em nosso dia a dia são as molas. Um bom
exemplo de sua utilização é em automóveis para o amortecimento de impactos causados,
por exemplo, por buracos na estrada. Veja no desenho anterior.
Veja, no quadro a seguir, os principais tipos de molas usados em mecânica e suas
formas de representação gráfica:
97
Quadro – Representação Gráfica de molas
Fonte: APOSTILA TELECURSO, 2000, V.1. (Adaptado)
.
98
ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO
São elementos que quando trabalham de forma conjugada, formam um sistema de
transmissão de potência e movimento através das peças.
O funcionamento dos elementos de transmissão pode variar conforme o sentido,
velocidade e direção das rotações. Um exemplo comum são as polias, correias e
engrenagens. Observe nas imagens a seguir:
Polias
As polias são peças cilíndricas que se movem conforme a rotação do conjunto
formado pelo eixo do motor e das correias. Observe esta descrição na figura a seguir:
99
Quadro – Representação gráfica das polias (Adaptado)
Fonte: EBAH, 2013
100
Correias
As correias são elementos de máquinas que, em conjunto com eixos e polias,
transmitem o movimento de rotação. São geralmente fabricados em couro, materiais
fibrosos ou couro sintético. Um bom exemplo são os compressores que realizam a
transmissão de força utilizando correias. Veja a imagem a seguir:
Engrenagens
As engrenagens são elementos de máquina que auxiliam na transmissão de
movimentos entre eixos. Sem pertencer a um conjunto mecânico, as engrenagens são
chamadas de roda dentada e são compostas pelo rasgo da chaveta, dentes, cubo, vão de
dente e corpo. Como pode ser visto na imagem a seguir:
101
Fonte: SENAI DR BA, 2015.
Agora observe na representação em desenhos técnicos que as engrenagens
geralmente são apresentadas de forma simplificada, apenas como uma peça sólida e sem
os dentes e com o diâmetro primitivo traçado em linha traço e ponto estreito.
102
Agora veja como representar perfis de engrenagens em desenhos técnicos:
Observe agora que, nas vistas laterais da figura a seguir, aparecem três linhas
contínuas e estreitas. Elas indicam a direção da inclinação dos dentes helicoidais:
103
Agora observe algumas representações simplificadas de engrenagens em pares,
também identificadas como “coroa”, a engrenagem maior e “pinhão”, a engrenagem
menor:
104
e) Sistema Internacional de unidades de medida
Neste capítulo estudaremos o sistema internacional de unidades, abordando a sua
importância, bem como as regras para escrita de símbolos e unidades, sistema de ajustes
e tolerâncias e transformações de unidades. Esses assuntos são de extrema importância
para a indústria metalmecânica.
A partir de 1960, a 11ª CGPM (Conferência Geral de Pesos e Medidas), por
intermédio de sua Resolução 12, com a tinção de padronizar o sistema internacional de
unidades, criou o SI – Sistema Internacional de Medidas.
A necessidade da criação deste sistema veio da dificuldade das transações
comerciais e intercâmbio científico entre países. Este sistema era para ser utilizado em
todo mundo, mesmo assim, existem países que ainda não adotaram. É fato que para
mudar a cultura de um país demanda tempo.
Existem dois tipos de unidades no SI, as fundamentais e as derivadas. As
fundamentais são unidades independentes, que servem de referência para criação de
outras unidades. Atualmente convencionou-se sete grandezas base.
105
Em sequência, o próximo quadrado apresenta as unidades derivadas, como o
nome já sugere, derivou-se das unidades fundamentais. Aqui apresentaremos uma parte
dessas grandezas:
Nesse sentido, a indústria de uma forma geral necessita dessas grandezas para
desenvolver seus processos produtivos. Contudo, o setor metalmecânico aplica com
maior intensidade as unidades de comprimento para controlar as dimensões das peças e
dispositivos mecânicos por ela produzidos.
O conhecimento sobre as unidades de medida por profissionais deste ramo é de
suma importância tanto na leitura de instrumentos de medição quanto na interpretação
das unidades de medida postas nos projetos mecânicos. Esse assunto faz parte do nosso
dia a dia, seja na construção de um prédio, fabricação de um automóvel, confecção de
uma camiseta, etc.
106
Quadro 3 – Regras para escrita de símbolos e unidades
Fonte: SENAI
CURIOSIDADES
As regras para escrita de símbolos e unidades foram determinadas pelo
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(CONMETRO), através da Resolução nº 11, de 12 de outubro de 1988.
107
6.6 Sistema de medidas e transformações
Mesmo com a padronização do SI, o sistema inglês ainda é muito utilizado aqui no
Brasil devido ao grande número de empresas de origem norte americana e inglesa que se
instalam aqui no país. Contudo, o sistema inglês aos poucos vai ficando subutilizado e
perdendo espaço para o sistema métrico.
Mas, enquanto isso não acontece definitivamente, as transformações de unidades de
polegada para milímetro e milímetro para polegada, uma atividade muito comum na
indústria metalmecânica, vai sendo extremamente necessária para que as empresas
produzam com exatidão e qualidade. Neste tipo de indústria, as transformações de
unidades de medida de comprimento de milímetro para polegada milesimal, polegada
fracionária e vice-versa, são as mais frequentes e necessárias no ramo da metalmecânica.
Por isso, antes de mais nada, é importante saber que:
1 polegada = 25,4mm
FIQUE ATENTO!
No sistema inglês, utiliza-se ponto para a separação das casas decimais, e não
vírgula, por exemplo: 1.50” em vez de 1,50”
Figura 1 – Escalas
Fonte: SENAI
.
108
Veja como realizar as transformações! Acompanhe!
109
Na transformação da polegada milesimal, proceder de acordo com o exemplo
anterior. Depois de transformar, juntar a polegada inteira com a fração.
Observe o próximo exemplo. Quando se tem medidas inteiras e fracionárias (3 7⁄8 "),
deve-se fazer a transformação para milímetro de forma separada e após a transformação
somar os resultados em milímetro.
.
110
3" 𝑥 25,4 = 76,2 𝑚𝑚 → 7⁄8 " = 0.875𝑥 25,4 = 22,225 𝑚𝑚
A soma equivale a 98,425 𝑚𝑚, logo, 3 7⁄8 " da polegada em milímetros é: 98,425 𝑚𝑚
1⁄ " = 0.500"
2
Já para o valor de 7 5⁄16 ", deve-se separar o 7” do 5⁄16 ", dividir o numerador pelo
denominador da fração e, após, adicionar o valor encontrado ao número inteiro (7”). Logo,
7.3125".
111
f) Controle dimensional
Com o desenvolvimento tecnológico, o avanço de pesquisas na área da mecânica e
um mercado consumidor cada vez mais exigente, surge também a necessidade de obter
produtos com maior nível de qualidade. Para isso, é necessário um controle dimensional
cada vez mais rigoroso de modo a garantir medições com confiabilidade, assegurando a
eficiência no ajuste, montagem e o bom desempenho dos equipamentos.
Como a medição tem importância vital para qualquer tipo de produção, neste capítulo
vamos estudar aspectos relacionados a esta ciência: medições diretas, indiretas,
medições lineares e angulares, mostrando as diferenças entre esses assuntos e
aplicações, bem como as características de um laboratório de metrologia.
6.7 Medição
A medição é uma atividade com o objetivo de determinar o valor da grandeza
analisada. Isso pode ser o comprimento de uma barra, a temperatura de um forno, a
pressão interina de um balão, etc.
i. Tipos de medição
112
Existem basicamente dois tipos de medição: a direta e a indireta. Veja os detalhes
sobre cada uma a seguir:
a. Medição Direta: neste tipo de medição, o operador efetua a leitura do
instrumento diretamente sobre a peça.
113
Com o paquímetro não há como medir diretamente o perímetro. Portanto, é
necessário utilizar uma fórmula matemática para se chegar ao resultado do perímetro:
114
iii. Medição Angular
É utilizada para medição de ângulos entre dois elementos que podem ser duas
retas, dois planos ou dois eixos. Esta forma de medição é muito utilizada na indústria metal
mecânica, pois muitas peças e dispositivos são projetados com dimensões angulares.
FIQUE ATENTO!
Não podemos realizar a medição, após o processo de usinagem, enquanto a
peça estiver quente. Deve-se realizar após a peça atingir a temperatura
ambiente.
iv. Resultado da medição
115
O resultado da medição consiste na apresentação do valor numérico que pode ser a
média aritmética de várias medições, acompanhada de sua incerteza de medição e sua
unidade de medida.
RM = MM ± IM (um)
RM = Resultado da medição
MM = Média aritmética das medições
IM = Incerteza de medição
(um) = Unidade de medição
MOMENTO DE REFLEXÃO
Medir com a temperatura ambiente ou 20°?
João, funcionário da metalúrgica REMAUN, foi aluno do curso de
tornearia. Ele entende que o uso do instrumento de medição deve
v. Incerteza de medição
ocorrer na temperatura normalizada de 20°, pois temperaturas
maiores ou menores interferem nos valores medidos.
Esse é o primeiro mês dele na empresa e já construiu seu primeiro
lote de peças. Perguntou ao inspetor de qualidade se já podia levar
as peças para o laboratório de metrologia para conferir as médias. O
inspetor achou estranho esse procedimento e logo perguntou: -
Houve erro na máquina? Por que quer levar todas estas peças para
o laboratório de metrologia? Pois para essa produção as peças são
medidas no momento da confecção e posteriormente liberadas para
a montagem final.
João respondeu: - Não há nada coma máquina, mas gostaria de
medir as peças na temperatura correta de medição de 20°, pois a
temperatura estava alta para a medição.
O inspetor, com muita experiência no acompanhamento de peças,
logo informou que esse procedimento é para atendimento a
calibração e aferições de instrumentos, mas as medições das peças.
podem ser feitas com temperatura ambiente.
Fragmento retirado de casos e relatos – LV Estante Virtual SENAI, 2019.
116
vi. Incerteza de medição
A incerteza de medição é o parâmetro numérico associado ao resultado da medição
que caracteriza a dispersão da medição. Toda medição, seja ela linear ou angular, deve
vir acompanhada de sua incerteza de medição. Caso não seja expressada, o resultado
estará incompleto.
RM = 20,55 mm ± 0,01 mm (resultado completo)
RM = 20,55 mm (resultado incompleto)
A incerteza de medição tem o papel de limitar as cotas que serão aceitas para os
componentes fabricados, e os valores estabelecem a dimensão máxima e mínima.
Quando esse componente for utilizado, não haverá prejuízo ao seu funcionamento.
Todos os instrumentos utilizados no processo de medição são verificados quanto a
sua integridade, ou seja, incertezas de medições também passam por aceitações. Veja a
seguir os laboratórios onde são feitas as calibrações de instrumentos.
117
CONTROLE DE TEMPERATURA
FIQUE ATENTO!
Ao fazer medições em peças, verifique a temperatura, pois as peças variam
de dimensão, comprometendo a correta medição.
CONTROLE DE UMIDADE
118
Figura 7 – Higrômetro
Fonte: Hospinet
ILUMINAÇÃO E LIMPEZA
O ambiente não deve ser escuro ou mal iluminado. A iluminação deve ser uniforme,
de forma que não interfira nos resultados da calibração, leitura dos instrumentos de
medição e dos padrões. A recomendação é que a sala de metrologia tenha uma
iluminação de 700 a 750 lúmens por metro quadrado (lux) de luz neon.
A limpeza também é extremamente importante quando se trata de laboratório de
metrologia. Não deve existir nenhuma partícula de poeira em suspensão no ar, nas
bancadas, no piso, etc. Não deve haver também gorduras e suor nas mãos no momento
do manuseio dos instrumentos e padrões, para isso, é recomendado utilizar luvas.
O espaço e organização para execução do serviço é importante para que os
instrumentos e peças não fiquem sobrepostos ou sobrecarregados.
VIBRAÇÃO.
119
g) Sistema de medição
O sistema de medição consiste basicamente de sensor, transdutor e mostrador ou
registrador. O sensor sente a variável de processo, ou seja, percebe qualquer variação da
grandeza. O transdutor, que neste caso é o fluido dentro do termômetro, processa,
converte e envia o sinal relativo à temperatura realizada e o mostrador, como nome já diz,
mostra o resultado na escala. Em alguns sistemas de medição pode ser registrado
também conforme a figura a seguir:
120
a faixa de indicação é a faixa de valores gravados desde o início até o fim da
faixa do instrumento, conforme figura anterior.
121
e. Resolução: menor variação perceptível entre a divisão de escala do
instrumento. Geralmente se divide a divisão de escala em 2,5 e até mesmo em
10 partes, a depender do tamanho da escala. O fabricante é obrigado a
informar qual é a resolução do instrumento.
Figura 12 – Resolução
Fonte: SENAI
122
6.11 Paquímetro universal
O paquímetro é um instrumento de medição linear que é composto de escala
principal, de escala auxiliar, também chamada de escala secundária ou nônio ou vernier.
Consiste em uma régua graduada na qual sobre esta desliza o cursor, onde está gravada.
Ele é utilizado para fazer medições externas, internas, profundidade e ressaltos. É
um instrumento muito simples e de muita utilização nas indústrias de metalmecânica. As
faixas de medição deste instrumento variam de 0 a 150 mm, 0 a 200 mm, 0 a 500 mm, 0
a 600 mm e 0 – 1000 mm. Os paquímetros com divisão de escala de 0,02 mm e 0,05 mm
são os mais usados.
Na figura a seguir podemos conhecer o paquímetro e suas nomenclaturas:
123
Figura 15 – Tipos de medição
Fonte: SENAI
Para realizar medições com exatidão com paquímetros, deve-se atentar para
algumas posições de medição. Observe a seguir:
124
Observe que na figura “Posições de medição”, na parte de “Medições Externas”, a
peça deve ser colocada o mais próximo possível da escala principal, verificando o
alinhamento das faces de medição e a peça. Na mesma figura onde apresenta “Medições
de Profundidade”, deve-se verificar o alinhamento da vareta; e para medição interna é
necessário introduzir a orelha no furo ou ranhura interna de forma que as faces de
medições estejam no centro da peça.
FIQUE ATENTO!
Pequenos desalinhamentos, ao medir com paquímetros, podem causar
medições completamente erradas.
i. Tipos
ii. Tipos
Atualmente, existem vários tipos de paquímetros, mas estudaremos os principais.
125
Quadro 4 – Tipos de paquímetro
Fonte: SENAI
126
PAQUÍMETRO: SISTEMA MÉTRICO - DIVISÃO DE ESCALA 0,05 mm
Para compreender melhor, utilize a figura acime e veja o passo a passo para fazer a
leitura desse instrumento:
No nosso exemplo, o décimo terceiro traço está alinhado. Como cada traço do nônio
vale 0,05 mm, 13 traços valem 0,65 mm.
127
Leitura na escala fixa → 8,00 mm
Leitura na escala móvel → + 0,65 mm
Leitura final → 8,65 mm
PAQUÍMETRO: SISTEMA MÉTRICO
- DIVISÃO DE ESCALA 0,02 mm
128
Leitura na escala fixa → 31,00 mm
Leitura na escala móvel (nônio) → + 0,48 mm
Leitura final → 31,48 mm
129
Adotando a mesma técnica de leitura dos paquímetros no sistema métrico, deve-se
somar a medida encontrada na escala principal (seta 1) com a medida encontrada na
escala auxiliar (seta 2). Entre uma polegada inteira e outra são 16 traços. O primeiro traço
tem 1⁄16 , o segundo traço tem 2⁄16 , e assim por diante, até fechar a polegada inteira
16⁄ . Veja a figura a seguir:
16
Para entender como se faz a leitura desse tipo de paquímetro, observe o passo a passo:
130
Leitura na escala fixa → 1 1⁄16 "
1 6 8+6 14 ÷7 7"
+ = = =
16 128 128 128 ÷7 64
A leitura final = 1 7⁄64 " (uma polegada e sete sessenta e quatro avos da polegada)
O sistema inglês ordinário utiliza polegada, onde os valores são apresentados na
forma de fração, porém ainda existe a forma decimal da polegada que veremos a seguir.
131
Figura 21 – Leitura de paquímetro com escala em polegada milesimal
Fonte: SENAI
v. Cuidados e recomendações
132
Na utilização do paquímetro, alguns cuidados são necessários para executar
medições confiáveis, como:
133
Para regular a folga do cursor é necessário ajustar amola que fica entre a régua
principal e o cursor. Esta mola é ajustada com auxílio dos parafusos, conforme a figura:
É recomendado que gire o parafuso até o fim do curso e retorne 45° para determinar
a folga ideal. Muitas atividades de medições podem ser feitas com um paquímetro, porém,
para a medição de peças com mais precisão é necessário que se utilize um micrômetro
para leituras mais precisas.
6.12 Micrômetro
O micrômetro é muito utilizado na indústria metalmecânica e é mais exato que o
paquímetro, atingindo até medições com milésimos de milímetros. Seu princípio de
funcionamento baseia-se no deslocamento de um parafuso com passo de rosca de 0,5
mm dentro de uma porca ajustável. Fixado ao parafuso, tem-se o tambor e a catraca.
CURIOSIDADES
O inventor do micrômetro foi o Jean Louis Palmer em 1848. Ele apresentou o
instrumento baseado no deslocamento axial de um parafuso micrométrico com
um passo de alta precisão dentro de uma porca ajustável.
(Fonte: TELECURSO 2000, 1996).
.
134
Atualmente, os instrumentos mantêm o mesmo princípio de funcionamento, mas
outros componentes foram incorporados para auxiliar na medição.
Observe na figura seguinte as nomenclaturas das partes que compõem o micrômetro
externo:
a. Arco: tratado termicamente para dar rigidez e não deformar com facilidade;
b. Isolante térmico: utilizado para não transmitir o calor das mãos para não deformar
o arco;
c. Fuso: fabricado com aço especial, retificado e tratado termicamente para garantir
medidas de exatidão da rosca;
d. Porca de ajuste: utilizada para minimizar as folgas do fuso;
e. Tambor: estão gravadas as escalas em centésimos de milímetro. O tambor está
afixado ao fuso;
f. Bainha: estão gravados os milímetros inteiros e os décimos de milímetros (mm);
g. Catraca: serve para imprimir uma pressão constante na medição. Não exercer força
de medição;
h. Trava: serve para impedir o deslocamento do fuso quando acionado;
135
i. Faces de medição: são fabricadas de metal duro, lapidadas para garantir
paralelismo e planicidade.
vi. Tipos
Existem vários tipos de micrômetros, mas no quadro a seguir listamos os principais:
136
Quadro 5 – Tipos de micrômetro
Fonte: SENAI
137
Figura 26 – Micrômetros com faixas acima de 25 mm
Fonte: SENAI
138
O ajuste de início da faixa de medição do micrômetro é feito com chave especial. O
orifício para ajuste da chave pode ser na região dianteira ou traseira da bainha. Observe
e imagem anterior.
Para o micrômetro com divisão de 0,01 mm, a bainha é gravada com os milímetros
inteiros, os meios milímetros e no tambor os centésimos (0,01 mm) de milímetros. Essa é
a organização das escalas gravadas nos micrômetros.
139
MICRÔMETRO: SISTEMA MÉTRICO - DIVISÃO DE ESCALA 0,01 mm (CENTESIMAL)
Com base na figura seguinte, deve-se somar a medida encontrada na escala dos
milímetros inteiros e meio milímetro com a medida encontrada na escala centesimal
localizada no tambor.
140
MICRÔMETRO: SISTEMA MÉTRICO - DIVISÃO DE ESCALA 0,001 mm (MILESIMAL)
141
Leitura na bainha → 13,50 mm
Leitura no tambor → 0,14 mm
Leitura do nônio → + 0,005 mm
Valor da leitura → 13,645 mm
142
Leitura na bainha → 0.0400”
Leitura no tambor → + 0.024”
Valor da leitura → 0.424”
143
cremalheira e engrenagens internas transmite o movimento linear do sensor para
movimento circular do ponteiro. Veja na figura a seguir:
144
Figura 33 – Suportes para relógio comparador
Fonte: SENAI
Vale ressaltar que existem vários suportes para relógio comparador, a saber: suporte
com mesa de medição, traçador de altura, dispositivos entre pontas e base magnética.
x. Tipos
Em função de sua aplicação, os relógios comparadores são fabricados de diversos
modelos. Com relação à divisão de escala, os mais comuns são os centesimais (0,01 mm)
e os milesimais (0,001 mm).
Existem vários tipos de relógio, mas no quadro a seguir listamos os principais:
145
Figura 34 – Tipos de relógios comparadores
Fonte: SENAI
146
Figura 35 – Escala do relógio comparador
Fonte: SENAI
147
Figura 36 – Leitura de relógio comparador
Fonte: SENAI
Como já vimos, à medida que o ponteiro maior se desloca, o ponteiro menor também
se desloca, em sentido oposto, indicando as quantidades de voltas, ou seja, essa é a
indicação dos milímetros inteiros.
Veja como fazer a leitura de relógio comparador usando a imagem anterior (Fig. 34):
O ponteiro maior se deslocou no sentido horário 50 centésimos de milímetros (0,50
mm) em relação ao zero (0 mm). O ponteiro menor se deslocou no sentido anti-horário e
passou da quinta volta, ou seja, ficou entre 4 mm e 5 mm. A posição inicial do ponteiro
pequeno mostra a carga inicial ou início da leitura, logo, de 4 mm e 5mm (entre o 6 e o 7
no mostrador), considerar que o valor de leitura é 1 mm.
148
Figura 37 – Medição por comparação
Fonte: SENAI
Uma vez ajustado o relógio comparador no suporte e o zero regulado, não poderá
mais ser alterado, apenas a Haste (fuso) se deslocará em relação à peça por meio da
Ponta de contato, resultando na variação da medida e posterior leitura da medição.
Além das medições de comprimento, os relógios podem servir também para a
verificação de tolerâncias geométricas, como: circularidade, paralelismo e planicidade de
peças mecânicas.
A medição com relógio comparador deve ser feita com auxílio do desempeno de
granito, prisma e suporte do relógio. O resultado lido no relógio não deve ultrapassar o
valor da tolerância, caso ultrapasse, a peça está reprovada.
.
149
Observe as imagens que ilustram as mais diversas aplicações do relógio comparador
CILINDRICIDADE
PARALELISMO
150
BATIMENTO RADIAL
PERPENDICULARIDADE
151
xii. Recomendações e cuidados
RELÓGIO APALPADOR
É um dos relógios mais versáteis que se usa na mecânica. Seu corpo monobloco
possui três guias que facilitam a fixação em diversas posições.
Existem dois tipos de relógios apalpadores. Um deles possui reversão automática do
movimento da ponta de medição; outro tem alavanca inversora, a qual seleciona a direção
do movimento de medição ascendente ou descendente.
O mostrador é giratório com resolução de 0.01mm, 0.002mm, .001" ou .0001".
152
xiii. Aplicações
Por sua enorme versatilidade, pode ser usado para grande variedade de aplicações,
tanto na produção como na inspeção final. Exemplos:
- Excentricidade de peças.
- Alinhamento e centragem de peças nas máquinas.
- Paralelismos entre faces.
- Medições internas.
- Medições de detalhes de difícil acesso.
153
xiv. Medição com o relógio apalpador
Para realizar a medição com o relógio apalpador, deve-se utilizar um plano de
referência, geralmente, utiliza-se blocos padrão. Ester tipo de medição chama-se medição
diferencial, ou seja, o relógio apalpador verifica a diferença de medida da peça em relação
ao padrão, conforme a figura seguinte:
154
h) Sistema de tolerância e ajuste ISO
A fabricação de peças mecânicas com dimensões exatas é muito difícil, portanto, é
necessário que projetos mecânicos venham especificando em seus desenhos tolerâncias
dimensionais e, quando necessário, geométricas, para auxiliar na confecção do produto.
Como não existe fabricação perfeita, as tolerâncias são inseridas a fim de determinar os
limites dimensionais que a peça pode ter após fabricadas. É importante entendermos
algumas definições. Vejamos a seguir:
6.15 Afastamentos
São os desvios em torno das dimensões nominais que definem as dimensões
máximas e mínimas de uma peça sem que haja prejuízo em seu desempenho. Observe o
exemplo a seguir:
Figura 47 – Afastamento
Fonte: SENAI
155
ficar = 50 +0,5 mm = 50,5 mm e a dimensão mínima que a peça deve ficar = 50 + 0,2 mm
= 50,2 mm. É importante alertar que quando os desvios são positivos, a dimensão real da
peça será sempre maior que o valor nominal e, quando os desvios são negativos, a
dimensão real da peça será sempre menor que a dimensão nominal.
De acordo com o exemplo a seguir, existem algumas situações em que os
afastamentos são simétricos em relação à dimensão nominal, por exemplo, uma peça com
diâmetro de 30 ± 0,5 mm. Desvio de +0,5 mm para mais (30,5 mm) e -0,5 para menos
(29,5 mm).
156
6.16 Tolerância
Tolerância é a diferença entre o afastamento máximo e o afastamento mínimo. Veja
um exemplo: se uma peça tem um diâmetro de 50 ± 0,2 mm, cuja dimensão máxima é de
50,2 mm e a dimensão mínima é de 49,8 mm, a tolerância é a diferença entre estes
valores:
Os afastamentos são:
Superior + 0,2 e Inferior -0,2, ou seja, a subtração +0,2 – (-0,2) = 0,4.
FIQUE ATENTO!
Sempre que houver necessidade de consultar uma norma, certifique-se de que
seja a versão mais atualizada, evitando, assim, a utilização de um documento
obsoleto.
157
Figura 50 – Furos e eixos
Fonte: SENAI
6.17 Eixos
Eixo é a seção externa cilíndrica ou não de uma peça, conforme figura seguinte:
Figura 51 – Eixo
Fonte: SENAI
6.18 Furos
Furos é a seção interna cilíndrica ou não de uma peça. Observe a figura a seguir:
Figura 52 – Furo
Fonte: SENAI
158
6.19 Ajuste com folga
O ajuste com folga é a diferença entre o diâmetro do eixo e o diâmetro do furo.
Quando o diâmetro do eixo for menor que o diâmetro do furo, pode ser chamado também
de “jugo”. Veja a figura a seguir:
Os ajustes com folga possuem uma faixa de variação, que vai da folga máxima à folga
mínima. Observe a seguir os dois tipos:
a. Folga máxima (Fmáx.)
É a diferença entre o diâmetro mínimo do eixo e o diâmetro máximo do furo.
b. Folga mínima (Fmín.)
É a diferença entre o diâmetro máximo do eixo e o diâmetro mínimo do furo.
Observe a folga máxima e a mínima na figura a seguir:
159
6.20 Ajuste com interferência
É a diferença entre o diâmetro do eixo e o diâmetro do furo, sempre quando o eixo
for maior que o furo. Ver figura “Interferência”.
a. Interferência máxima (Imáx.)
É a diferença entre o diâmetro do eixo na dimensão máxima e o diâmetro do furo na
dimensão mínima, sempre quando o eixo for maior que o furo. Ver figura “Interferência”.
b. Interferência mínima (Imín.)
É a diferença entre o diâmetro do eixo na dimensão mínima e o diâmetro do furo na
dimensão máxima, sempre quando o eixo for maior que o furo. Ver figura “Interferência”.
Figura 55 – Interferência
Fonte: SENAI
160
Para determinar a tolerância entre as peças montadas é necessário o entendimento
dos graus de tolerâncias, classe de tolerâncias e interpretação das tabelas de graus de
tolerância padrão, afastamentos fundamentais para eixos e afastamentos fundamentais
para furos. É o que veremos a seguir.
161
Assim, na figura, o número 25 representa a dimensão nominal, o H ou g representa a
classe de tolerância e o 7 ou 6 o grau de tolerância. Com base nessas informações, pode-
se determinar a tolerância da peça. Para isso, é necessário consultar tabelas de graus de
tolerância padrão, afastamentos fundamentais para eixo, afastamentos fundamentais para
furos, bem como a utilização de fórmulas. Vejamos a seguir:
Para determinar os afastamentos superiores (es) e inferiores (ei) de eixos:
𝑒𝑖 = 𝑒𝑠 − 𝑇𝑜𝑙
Para determinar os afastamentos superiores (ES) e inferiores (EI) de furos:
𝐸𝑆 = 𝐸𝐼 − 𝑇𝑜𝑙
Na tabela a seguir verificamos o grau de tolerância padrão. Se a classe de tolerância
é g5, o grau de tolerância será IT5 ou 5. Se for J7, o grau de tolerância será IT7 ou 7,
assim sucessivamente.
162
Tabela 2 – Afastamentos fundamentais para eixos
Fonte: SENAI
.
163
A tabela anterior refere-se aos afastamentos fundamentais para eixos. Com a utilização
dessas tabelas podemos determinar os afastamentos superiores e inferiores dos eixos.
164
Veja como determinar as tolerâncias a partir das tabelas anteriormente ilustradas:
− 0,007
Logo, as dimensões para o eixo 25g6 são: 25 − 0,021
+ 0,021
Logo, as dimensões para o furo 25H7 são: 25 + 0,000
.
165
CASOS E RELATOS
Na dúvida, não aprove! Tudo na norma é importante
Evandro, técnico em mecânica, trabalhava no setor de controle de
qualidade final de uma empresa multinacional que fabricava diversas
peças mecânicas. Um certo dia ele recebeu um lote de peças para
verificar as dimensões e posteriormente, após a aprovação. Enviá-
las para expedição. As peças recebidas eram eixos e buchas que
iriam trabalhar em conjunto. Houve um atraso na produção e as
peças só chegaram no último dia do mês, dia de faturamento e
emissão de nota fiscal. Portanto, o diretor da empresa estava
pressionado para que as peças fossem liberadas o mais rápido
possível, pois a empresa tinha que faturar, além disso, ele estava
preocupado com a entrega fora do prazo e ficava rondando o setor
de qualidade. Evandro sabia que tinha que agilizara inspeção e
liberar as peças para expedição e faturamento, por isso, começou a
inspecionar. Inicialmente, começou a interpretar o desenho mecânico
e verificou que as dimensões nominais e as tolerâncias não estavam
indicadas no desenho, ou seja, só estavam no desenho a dimensão
nominal com a letra, tipo 40 H7/g6. Como Evandro não dominava
ajustes e tolerâncias ISO, não interpretou a norma corretamente e
não achou que era tão importante, confiando que as medidas finais
deixadas pelo setor de produção que aprovavam as peças.
166
i) Gabaritos e verificadores
6.24 Gabaritos
Em determinados trabalhos em série, há necessidade de se lidar com perfis
complexos, com furações, suportes e montagens. Nesse caso, utilizam-se gabaritos para
verificação e controle, ou para facilitar certas operações.
Os gabaritos são instrumentos relativamente simples, confeccionados de aço-
carbono, podendo ser fabricado pelo próprio mecânico. Suas formas, tipos e tamanhos
variam de acordo com o trabalho a ser realizado.
i. Aplicações
Os gabaritos comerciais são encontrados em formatos padronizados. Temos, assim,
verificadores de raios, de ângulo fixo para ferramentas de corte, escantilhões para rosca
métrica e whithworth, etc.
167
6.25 Verificadores
168
Serve para verificar raios internos e externos. Em cada lâmina é estampada a
medida do raio. Suas dimensões variam geralmente de 1 a 15 mm ou de 1⁄32 " a 1⁄2 ".
v. Esquadro
É um instrumento em forma de ângulo reto, construído de aço, ou granito. Usa-se
para verificação de superfícies em ângulo de 90º.
169
j) Calibradores
São padrões utilizados no controle de qualidade de peças fabricadas, como furos,
eixos e rosca, e quando há necessidade de controlar as medidas de forma mais rápida,
ou seja, quando há produção em série. Estes calibradores são chamados de “calibradores
passa/não passa”. O que isso quer dizer é que no controle dimensional de uma peça, que
tem tolerância máxima e mínima, o lado passa deve passar e o não passa não deve
passar. Dessa forma, a peça está aprovada.
Em função da aplicação, os calibradores se apresentam de diversas formas. Veremos
neste capítulo sobre os calibradores tampão cilíndrico, calibradores de boca e calibradores
de rosca.
Portanto, se na fabricação de 900 peças com diâmetro interno com tolerância entre
50,000 até 50,030 mm, para as peças estarem aprovadas o lado passa deve passar e o
lado não passa não deve passar, ou seja, o calibrador não deve penetrar no furo. É
necessário que o calibrador penetre por todo furo cilíndrico no lado passa, caso contrário,
a peça estar é reprovada.
.
FIQUE ATENTO!
As unidades das dimensões máximas e mínimas dos calibradores são em
milésimos de milímetros.
Exemplo: máx. 30 = 0,030 mm (trinta milésimos de milímetros) 170
Esses calibradores atendem a necessidade de verificação de furos destinados ao
processo de fabricação em série, ou seja, por serem muitas peças, não realizam uma
medição e sim uma comparação. Assim há necessidade de medição dos furos em escala
de produção, também há necessidade de medição dos eixos que utiliza os “calibradores
de boca”. A seguir os detalhamentos deste instrumento.
Após a fabricação de um eixo com diâmetro nominal de 27 mm, cujas tolerâncias são:
- 0,013 mm (mínima) e 0,000 mm (máxima), podendo o eixo ficar com o diâmetro final
entre 26,987 mm até 27,000 mm. Entretanto, as bocas mínimas e máximas também terão
estas dimensões. Assim, para o eixo ser aprovado, ele deve passar no lado passa e não
passar no lado não passa do calibrador.
171
6.28 Calibrador de rosca
Calibradores de rosca são aplicados na verificação dos parâmetros de rosca:
diâmetro primitivo, diâmetro menor, diâmetro maior, passo e ângulo dos filetes. Com
calibradores a inspeção se torna muito mais rápida, ganhando tempo e reduzindo custos.
Estes calibradores são para inspeções de roscas externas e internas, bem como para
roscas cilíndricas e cônicas, conforme a figura a seguir:
Estes canais de rosca também servem para retirar sujeiras, graxa, óleos, que podem
estar fixados na rosca. Da mesma forma que os calibradores citados anteriormente, os de
rosca também são passa/não passa, tanto para roscas internas como para roscas
externas.
172
k) Medidores de ângulos
As formas lineares das peças mecânicas são medidas com vários instrumentos, como
paquímetros, micrômetros e os relógios comparadores, que realizam com bastante
precisão as medições dos diâmetros e comprimentos. Para controlar peças com detalhes
angulares com precisão, utilizamos os medidores de ângulos, que são chamados de
Transferidores de graus (Goniômetro simples) ou Goniômetros de precisão.
Para realizar as medições com o transferidor de graus, basta colocar a base do corpo
e a lateral da lâmina sobre a peça e fazer a leitura angular, processo muito simples e
rápido:
FIQUE ATENTO!
Na medição de ângulo não deve haver passagem de luz entre a peça e as
faces de medição do transferidor ou goniômetro. Se houver passagem de luz,
mostra que a superfície está irregular, ou seja, não uniforme.
173
Figura 67 – Medição de ângulo com o transferidor
Fonte: SENAI
Quando a medição requer maior exatidão, ou seja, quando a peça tem um ângulo
cuja a tolerância é mais precisa, na ordem de minutos, recorremos ao goniômetro de
precisão, ou apenas goniômetro, instrumento com nônio com graduação em minutos.
6.30 Goniômetro
Na figura que segue, temos um goniômetro de precisão. O disco graduado apresenta
quatro graduações de 0 a 90º. O articulador gira com o disco do vernier e, em sua
extremidade, há um ressalto adaptável à régua.
174
Veremos a seguir algumas aplicações de medições!
175
Observe os exemplos:
A leitura dos minutos deve ser feita no nônio no ponto em que os traços da graduação
do disco e o nônio se alinham. De acordo com a figura anterior, na leitura A o zero do
nônio está na posição A1 (64°) e o alinhamento entre os traços está na posição B1 (30’),
conceito este também aplicado para a leitura B.
LEITURA A LEITURA B
Leitura A1 → 64° 00’ Leitura A1 → 42° 00’
Leitura B1 → + 00° 30’ Leitura B1 → + 00° 20’
Leitura total → 64° 30’ Leitura total → 42° 20’
176
l) Medição de rugosidade
Rugosidade trata-se de variações na superfície da peça causadas por desgaste de
ferramenta, folga d e máquinas, conformação de peças, entre outros. Para tanto, a
rugosidade é importante para o correto funcionamento dos sistemas mecânicos, tais
como:
a. Vedação;
b. Resistência ao desgasto;
c. Resistência ao escoamento de fluidos;
d. Qualidade de deslizamento.
177
Quadro 06 – Simbologias de rugosidade
Fonte: SENAI
178
O processo de medição consiste, basicamente, em deslocar a caneta sobre a
rugosidade com um apalpador (agulha) de formato geralmente cônico, acompanhado de
uma guia (patim). A agulha se move verticalmente acompanhando a rugosidade da peça
e a guia (patim) acompanha as ondulações da superfície.
O movimento da agulha é transformado em sinais elétricos, que calcula a rugosidade
mostrando os resultados na tela do aparelho. A figura ilustra bem o perfil de rugosidade
som qualquer filtragem.
179
Como o objetivo final é medir a rugosidade, as ondulações e o erro de forma não
deverão interferir na avaliação de rugosidade. Portanto, os rugosímetro são fabricados
com filtros para eliminar as ondulações e os erros de forma. Os filtros comumente
utilizados são os mecânicos (patim) e os matemáticos (2RC, Gauss, Spline, Regressão
Gaussiana, etc.). O mais utilizado industrialmente é o filtro Gauss. Esses filtros podem ser
selecionados no próprio filtro.
A seguir, a figura “Perfil de rugosidade com filtro” ilustra o perfil de rugosidade filtrado,
onde a linha vermelha no centro do perfil é uma linha de referência que divide o perfil de
rugosidade filtrado de forma que as somas das áreas acima da linha sejam iguais às áreas
abaixo da linha ao longo do comprimento de medida.
²Cut-off: é um filtro que exclui os erros de formas e ondulações das peças que foram usinadas.
.
180
Antes de qualquer medição de rugosidade, deve-se selecionar o cut-off (Ie), onde é
escolhido em função do valor nominal da rugosidade, conforme quadro de determinação
de cut-off.
181
O rugosímetro só avalia (calcula) o perfil de rugosidade após a filtragem. Por isso que
é importante a utilização deste parâmetro.
Cabe salientar que as medições são realizadas sempre perpendiculares aos sentidos
dos riscos das ferramentas, conforme sinalizado na figura anterior.
Figura 79 – Rugosidade Ra
Fonte: SENAI
O padrão de medição de rugosidade mais aplicado é Ra, porém, existem outras que
atendem as situações específicas que precisamos conhecer. Vamos a mais parâmetros
de rugosidade.
182
Figura 80 – Rugosidade Ry (máxima)
Fonte: SENAI
Figura 81 – Rugosidade Rt
Fonte: SENAI
183
O parâmetro de rugosidade Rt é utilizado para realizar medições bem similares ao
parâmetro Ry. O Rt, por sua vez, é mais rigoroso na avaliação de rugosidade de
superfícies de vedação, pois considera todo comprimento medido.
A seguir, observe um exemplo de medição de rugosidade na indústria petrolífera,
onde demonstra a medição da superfície interna do equipamento e a outra a superfície
plana de placa de orifício.
184
Referências
LIRA, Francisco Adval de. Metrologia na indústria. 4a ed. São Paulo: Érica, 2005.
INMETRO. Quadro geral de unidades de medida: resolução do CONMETRO
n. 12/88. 4a ed. Rio de Janeiro: SENAI, 2007.
SCHMIDT, Walfredo. Metrologia aplicada. São Paulo: EPSE, 2003.
LINK, Walter. Metrologia mecânica: expressão da incerteza de medição. Rio de
Janeiro: [s.n.], 1997.
PUGLIESI, Márcio (Superv.). Tolerâncias, rolamentos e engrenagens: tecnologia
mecânica. São Paulo: Hemus, 2007.
PROVENZA, Francesco. Tolerâncias ISO. São Paulo: F. Provenza, 1995.
ABNT. NBR-ISO4287 - Especificações geométricas do produto (GPS) - Rugosidade:
método do perfil - Termos, definições e parâmetros da rugosidade. 2002.
ABNT. NBRNM-ISO 1. Temperatura padrão de referência para medições industriais
de comprimento. 1997.
ABNT.NBR 8404. Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos. 1984.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR 8402: execução de caractere para escrita em desenho técnico, Rio de Janeiro, 1994.
NBR 7261: elementos de fixação roscados, tolerâncias dimensionais, de forma, de
posição e rugosidade para graus de produtos A,B e C, Rio de Janeiro, 1982.
NBR 8403: aplicação de linhas em desenho: tipos de linhas - larguras das linhas. Rio de
Janeiro, 1984.
NBR 8404: indicação de estado de superfície em desenhos. Rio de Janeiro, 1984.
NBR 10126: cotagem em desenho técnico.
NBR 10067: princípios gerais de representação em desenho. Rio de Janeiro, 1995.
NBR 12298: representação da área de corte por meio de hachuras em desenho técnico:
procedimento. Rio de Janeiro, 1995.
NBR 11534: representação de elementos de máquinas, Rio de Janeiro,2015.
TELECURSO 2000, Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 2003.
SENAI - MG - Apostilas de Desenho Técnico, 2014-2015.
SENAI – MG – Apostila de Fundamentos de Mecânica – 2015, Revisão 01.
MOTT L. Robert – Elementos de Máquinas em projetos mecânicos 5ª Edição - Editora
PEARSON Volume único. 2014
ADAPTAÇÃO – Livro didático estante virtual SENAI – Mecânica Básica – Leitura e
interpretação de Desenho Técnico
185
Anexos
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
1 111,919mm
9"
2 2
16
3 35.697”
4 94,456mm
3"
5 5
8
6 49.213”
186
3. Faça as devidas leituras do paquímetro e micrômetro no sistema métrico e no sistema
inglês (polegada fracionária e milesimal). Atenção para não confundir a leitura.
_________________________________ _________________________________
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187
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188
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190
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191
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192
4. Faça a leitura dos relógios comparadores abaixo.
193
.
194
5. Leia e escreva as medidas encontradas no goniômetro de precisão abaixo.
195
Formato para praticar perspectivas isométricas, com formato prevendo malha isométrica
facilitar construção - Construa o rascunho gráfico das projeções ortogonais na malha
isométrica, sabendo - que cada módulo corresponde a 5 unidades.
01. 02.
03. 04.
196
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197
.
198
.
199
.
200