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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

LUCAS DE LIMA GARRETO

NAILA TAINA DA SILVA

COMO A AUTOMAÇÃO AFETA OS TRABALHADORES FABRIS

PATOS-PB
2019
LUCAS DE LIMA GARRETO

NAILA TAINA DA SILVA

1
COMO A AUTOMAÇÃO AFETA A VIDA DOS TRABALHADORES
FABRIS

Projeto de pesquisa apresentado ao curso


técnico de segurança no trabalho do serviço
nacional de aprendizagem industrial
(SENAI) da escola Dionísio Marques de
Almeida, a ser utilizado como diretrizes
para manufatura do trabalho de conclusão
de curso.

Orientadora: Ana Claudia Moreira Siqueira

PATOS-PB
2019
SUMÁRIO

RESUMO 3

2
ABSTRACT 4

1 INTRODUÇÃO. 5
1.1 Contextualização histórica 5
1.2 Justificativa 7
1.3 Objetivo 8
1.3.1 Objetivo específico 8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9
2.1 Taylorismo 10
2.2 Fordismo 11
2.3 Toyotismo 12

3 METODOLOGIA 12

4 DESENVOLVIMENTO 13
4.1 O desemprego em grande escala na indústria 13
4.2 Adaptação à mecanização 16
4.3 Minimização dos danos ao trabalhador 17

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22

RESUMO

3
Tendo em vista que o ser humano está constantemente evoluindo a si mesmo e
o meio onde vive. Desde a pré-história, o homem já tentava mecanizar suas atividades.
Não é por acaso que a roda e moinhos movidos por vento ou força animal foram
inventados. Essas invenções demonstram as primeiras tentativas do homem de poupar
esforço para realizar seu trabalho.
A automação industrial permite realizarmos algum trabalho através de máquinas
controladas automaticamente. No século XX, os computadores e controladores
programáveis passaram a fazer parte da tecnologia da automação. Estes podem ser
considerados a principal base da automação contemporânea.
A partir disso, podemos começar a considerar que o desenvolvimento da
tecnologia da automação industrial está diretamente ligada com a evolução dos
computadores de um modo geral.

ABSTRACT

Since man is constantly evolving himself and the environment in which he lives.
From prehistory, man was already trying to mechanize his activities. It is not by chance

4
that the wheel and mills moved by wind or animal force were invented. These inventions
demonstrate man's early attempts to save effort to do his work.
Industrial automation allows us to carry out some work through automatically
controlled machines. In the twentieth century, programmable computers and controllers
became part of automation technology. These can be considered the main basis of
contemporary automation.
From this we can begin to consider that the development of industrial automation
technology is directly linked to the evolution of computers in general.

1 INTRODUÇÃO.

1.1 Contextualização histórica


Desde o período paleolítico, de alguma maneira, os seres humanos processavam
pedra, logo após metais, e em seguida itens cada vez mais sofisticados até chegar a
composição de equipamentos mais eficientes e simples, mas de impulsionador manual.
Nesse contexto, antecedente à Revolução Industrial, uma personalidade que
merece notoriedade é Leonardo Da Vinci que durante seu aprendizado com Verrocchio,
em Florença, ouviu Benedetto Aritmético falar sobre a necessidade da facilitação do

5
trabalho manual por meio de máquinas e isto influenciou o pintor Leonardo a criar um
aparato para moer os ingredientes que usava para criar as cores.
As invenções não param por aí, com Florença sendo ameaçada por uma guerra,
Leonardo abandonou os pincéis por um tempo e passou a se dedicar a criações mais
práticas; nesse período ele projetou canhões de 8 (oito) e 33 (trinta e três) bocas,
desenhou máquinas para transpor muralhas e escadas para superar muros elevados.
Por volta de 1490, baseado no tratado do século I a.C. do arquiteto romano
Vitruvius, Leonardo realizou um estudo detalhado sobre a anatomia do corpo humano,
e este ficou conhecido como “homem vitruviano”. O desenho reproduz tão bem a
anatomia humana que serviu de inspiração para o “o robô de Leonardo”, primeiro
autômato conhecido na história. Projetou também máquinas para facilitar o dia à dia das
pessoas da sua época como escavadeiras de pequeno porte e ventiladores.
Mesmo muito importantes a maioria das máquinas de Leonardo nunca saíram
do papel. Dessas as que se revelaram de fato importantes para a industrialização
surgiram com o inglês James Watt. Após um aperfeiçoamento, em 1765, James criou a
máquina a vapor definitiva.
A máquina desenvolvida por James passou a movimentar máquinas de
usinagem, navios, fábricas de teares. A idéia básica era colocar o carvão em brasa para
aquecer a água até que ela produzisse muito vapor. A máquina então girava por causa
da expansão e da contração do vapor dentro de um cilindro de metal onde havia um
pistão.
As máquinas a vapor passaram a ter muitas utilidades. Tanto retiravam a água
que inundava minas subterrâneas de ferro e carvão como logo movimentavam os teares
mecânicos na produção de tecidos. Era o início da Revolução Industrial, um tempo de
glória para os ingleses e de grande desenvolvimento para toda a humanidade.
Por volta do século XVIII a introdução das máquinas na produção fabril iniciou-
se, com isso a substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela
energia motriz e do modo de produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril deu-
se início, isso se denominou Revolução Industrial, disseminado por Engels. Esta nasceu
das circunstâncias econômicas de um mundo que se globalizava e foi se expandindo
gradativamente.
A produção rápida e em larga escala levou ao seu super desenvolvimento nos
anos posteriores, o que levou a uma maior substituição do trabalhador pela máquina que
costumeiramente quebrava e necessitava de reparos feitos manualmente ocasionando

6
diversos acidentes trabalhistas, dentre os acidentados estavam sempre um grande
número de crianças devido a suas mãos pequenas e hábeis para consertos, o número de
cortes e decepamentos de membros juntamente com os baixíssimos salários
contribuíram para as manifestações que se consagraram em 1887.
Com a chegada da Indústria e a má situação do trabalhador fabril, foram surgindo
movimentos sociais que contestavam a estruturação da sociedade capitalista do século
XVIII, denunciando a exploração do proletariado por parte da burguesia. Tais
movimentos atingiram desde a reivindicação por melhores direitos políticos aos
trabalhadores à proposta de revolução para pôr fim ao capitalismo e as desigualdades, a
alternativa denominada socialismo utópico.

1.2 Justificativa

Observando-se que no ano de 2017 ocorreram um total de 2.351 acidentes fatais


sendo que deste total, a maioria envolve profissionais das linhas de montagem, estas
que realizaram-se devido a falta de atenção, falta de treinamento ou imprudência no
local de trabalho além das empresas industriais não cumprirem com toda as normas da
Norma Regulamentadora-NR 12 que estabelece diretrizes para o trabalho com
máquinas, equipamentos e ferramentas.
“Norma Regulamentadora 12 e seus anexos definem
referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção
para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e
estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e
doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas
e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação,
importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em
todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do
disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR aprovadas pela
Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais
e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais
aplicáveis”.

As máquinas muitas vezes por serem mais eficientes que os trabalhadores


humanos realizam um trabalho em alta velocidade e eficiência porém com o produto

7
exatamente igual o que tira a originalidade da peça. isso leva à uma produção massiva
de produtos exatamente iguais e de qualidade inferior.

1.3 Objetivo

Como foi citado anteriormente a automação é a substituição da mão de obra


humana por uma cada vez mais tecnológica, tendo isso em vista, é importante analisar
os impactos da automatização do mercado de trabalho e suas implicações para o
empresariado e a classe trabalhadora.

1.3.1 Objetivo específico

● O desemprego em grande escala na indústria é ocasionado fortemente


pela substituição do trabalhador pela máquina que muitas vezes realiza um
trabalho mais rápido e melhor que o próprio trabalhador.

● Tendo em vista o aumento da mecanização é necessário, não só o


empregador como também o empregado, se adaptarem ao com o novo meio de
trabalho.

● Há muitos trabalhos em que o trabalhador tem que se pôr em situação de


risco para realizá-los o que ocasiona uma série de lesões, doenças ou a morte do
funcionário. A automação ajuda as empresas a evitar de expor os trabalhadores,
que colocam máquinas para realizar estas atividades minimizando os danos ao
trabalhador.

8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Atualmente o mercado de trabalho intensifica os métodos de produção que


parecem ultrapassar os limites da exploração do trabalho enquanto devasta o meio
ambiente, trabalhadores e ofertas de emprego, buscando mais eficiência e minimizar os
efeitos do mercado global.
Segundo Cotrim (2005) o processo de civilização da humanidade é marcado
pelas constantes alterações entre o homem e o meio em que vive. Um dos primeiros
contatos com o meio de trabalho surgiu da busca pela sobrevivência, podendo dizer que
é tão antigo quanto a existência do ser humano.
Ainda sobre Cotrim, nesse contexto, em 8.000 a.C. foi observado uma das
maiores transformações dessa relação, o homem primitivo, que vivia exclusivamente da
caça, passou a utilizar a terra para cultivar seus alimentos.
Robbins, Decenzo e Wolter (2014) Afirmam que a automação tem certa parcela
de culpa sobre o aumento no nível de desemprego, quando dizem que:”O aumento da
produtividade vem sendo atribuído à redução de pessoal e aos cortes e esforços de
engenharia de processo de trabalho no início da década de 1990”. Reduzindo
ineficiências, concentrando-se fortemente na qualidade e introduzindo melhorias
tecnológicas, as empresas buscam aumentar ou pelo menos manter a produção, ao
mesmo tempo em que emprega menos trabalhadores. As novas tecnologias quando
inseriram-se no brasil, apresentaram consequências danosas as relações de emprego pré-
estabelecidas.
“A diminuição do número de funcionários em face da
automação ocorreu ao decorrer da década de 1990, Mattoso mostra
que ao longo desses anos cerca de 3,3 milhões de postos de trabalho
formais foram queimados sendo os setores mais afetados: Indústrias
têxtil (-364 mil), metalúrgica (-293 mil), mecânica (-214 mil),
química e produtos farmacêuticos (-204 mil) e material de transporte

9
(-92 mil), o comércio também foi duramente atingido (-294 mil), o
setor financeiro reduziu sua mão-de-obra formal em cerca de 354 mil.
(Robbins, Decenzo e Wolter, 2014)”.
Uma parcela da sociedade é afetada pelo desequilíbrio social causado por a
mecanização das tarefas, e esta passa a participar das taxas elevadas de desemprego; o
que acarreta na sociedade bastante insatisfação em relação ao elevado desenvolvimento
das máquinas-ferramentas.

2.1 Taylorismo
O taylorismo ou “Princípios da administração científica”, ele tem como principal
objetivo a produção em massa baseado no rendimento individual de cado funcionário,
sendo que estes são altamente subordinados aos seus gerentes. Ele é baseado em 4
normas fundamentais.

“1º Norma: O estudo, por parte da gerência, das tarefas


(Estudo dos tempos e movimentos). Este deve ser feito de forma a
levantar o conhecimento que se encontra na cabeça dos trabalhadores,
registrá-los, medi-los, simplificá-lo e reduzi-lo ao mínimo,
observando assim, a melhor maneira de se executar a tarefa. Em
seguida, criam-se regras e leis que irão retornar aos trabalhadores que
as colocam em prática.

2º Norma: A gerência deve fazer uma seleção científica dos


trabalhadores de forma a escolher a melhor pessoa para a execução de
uma tarefa e cuidar do seu contínuo desenvolvimento.

3º Norma: é o momento em que as leis e regras criadas no


primeiro princípio voltam para o trabalhador selecionado através de
cartões de instrução. Assim, as “melhores pessoas” são treinadas para
a realização da tarefa da “melhor maneira”.

4º Norma: divisão do trabalho. Aqui a gerência, representada


pelos administradores e engenheiros, estabelecem os padrões e os
operários apenas obedecem”.

Estes 4 princípios servem para aumentar a produção de forma mais rápida e com
menos trabalho, em especial destaca-se a 4° Norma que garante que a gerência seja mais

10
presente nas atividades mais específicas. Assim surgiu a cooperação entre este distintos
grupos (gerência e trabalhadores) para alcançar os objetivos de produção. Segundo
Taylor: “O sucesso do trabalhador está associado ao sucesso da organização”.

2.2 Fordismo
O termo “fordismo”em geral e associado a Henry Ford que utilizou com extrema
eficácia a gestão de recursos humanos e produção em massa para revolucionar a
indústria e a automobilística em particular. Assim como o Taylorismo o Fordismo
baseia-se em princípio (ou Normas), estas são:

“Intensificação: aqui, o objetivo era reduzir o tempo que se


levava para produzir um produto através da utilização de meios
adequados e, dessa forma, fazer com que ele chegasse rapidamente ao
mercado. Com essa ideia em mente, Ford desenvolveu a linha de
montagem móvel, em que o trabalho ia até o trabalhador.

Economicidade: tinha como meta fazer com que as empresas


reduzissem ao mínimo seus estoques. Neste princípio foram
trabalhadas as questões da integração vertical (quantas etapas um
produto passa até chegar ao consumidor) e integração horizontal
(número de centros de distribuição espalhados geograficamente com
o intuito de facilitar e agilizar a distribuição do produto). Foi
exatamente pensando nisso que Ford desenvolveu um sistema de
franquias que colocou uma concessionária em milhares de cidades da
América do Norte.

Produtividade: a especialização do trabalhador faz com que


ele se torne mais produtivo.”

Além de aumentar produtividade Ford inventou um sistema de bonificação de


funcionário conforme a sua produção fosse melhor, o modo de produção possibilitou
que Ford vendesse seus carros a preços mais acessíveis à população e a seus próprios
funcionários que recebiam os bônus. Assim o mercado consumidor aumentou e
possibilitou a venda de ainda mais carros.

11
2.3 Toyotismo
O toyotismo é um modelo de produção e que sua principal característica e a
autonomação com a orientação da produção por demanda (produz somente o necessário)
além da flexibilização da mão de obra. o termo autonomação (citado anteriormente)
implica na utilização de mecanismos que interrompam a produção caso algum produto
defeituoso seja detectado, hoje em dia é utilizada uma série de sensores (ou mesmo
Controladores Lógicos) para detectar falhas e dispensar os produtos defeituosos. Esse
mecanismo foi desenvolvido por Sakichi Toyoda, o mecanismo é um Poka-yoke (
Ferramenta à prova de erros com 100% de detecção de defeitos).
Sakichi Toyoda, o criador da toyota motors company,e Taiichi Ohno, diretor da
empresa, em uma visita aos estados unidos em 1950 perceberam um grave erro no modo
de produção Taylorista e Fordista, que era o grande desperdício de recursos. Ohno
ampliou o sistema de toyoda e desenvolveu uma série de práticas com o objetivo de
livrar-se de tudo que não aumentasse o valor de seu produto e produzi-lo com qualidade
sendo que ele considerava a qualidade como uma produção com zero defeito.
O sistema da toyota diferenciava-se dos demais pois consistia num sistema de
especialização flexível e que os trabalhadores deveriam estar aptos a realizar tarefas em
grupos em diversas seções da produção, assim a produção não era observada apenas no
maquinário mas na mão de obra humana ou seja o trabalhador poderia interromper o
processo caso fosse detectado um erro na produção ou acidente de trabalho, além disso
a produção teria que se adaptar a demanda requerida produzindo quantidades variáveis
de acordo com a demanda.

3 METODOLOGIA

Este texto decorre de uma revisão da literatura sobre o assunto, em artigos de


periódicos científicos, pesquisas em livros e teses de doutorado. À orientação teórico-

12
metodológica utilizada, implementa o movimento da linguagem do materialismo
histórico, ao qual os fenômenos sociais, sensórios ou ideológicos, tem suas devidas
origens, explicação e fundamento na realidade das relações sociais estabelecidas entre
as máquinas e os seres humanos, desde o século XVIII.
“Entende-se por Método científico a metodologia usada por
cientistas na busca do conhecimento, em uma definição mais precisa:
um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a
fim de produzir novos conceitos, bem como corrigir e integrar
conhecimentos pré-existentes. O método começa com a observação
por parte do cientista, ele detecta algo a ser investigado (fenômeno
físico ou químico) e parte para a problematização, o porquê do
acontecimento. Surge então uma hipótese (uma resposta) para o
fenômeno, esta deve ser embasada em ciência de qualidade. Se a
hipótese for aprovada pela comissão julgadora (formada por
cientistas) ela se transforma em lei”.
A relação entre homens e máquinas tem estado cada vez mais distorcida,
principalmente no ambiente de trabalho, as máquinas podem realizar o trabalho de
maneira mais eficaz e em ambientes menos propícios à saúde humana, em contrapartida
os empregados perdem seus empregos para as mesmas aumentando a taxa de
desemprego. Este artigo trata-se exclusivamente sobre essa relação como ela afeta o
mercado de trabalho.

4 DESENVOLVIMENTO

4.1 O desemprego em grande escala na indústria

A substituição da mão de obra humana por máquinas é cada vez mais observada
na atualidade. Nos pontos de autoatendimento dos supermercados, nos bancos, nos

13
shoppings e em vários outros estabelecimentos há gradativamente um aumento no
número de máquinas que realizam o trabalho repetitivo que deveria ser feito por
humanos. Nas indústrias boa parte do trabalho é a automatizado e estima-se que nesse
século aumentará consideravelmente o número de profissões que serão robotizadas.
Nos últimos anos a automação industrial vem aumentando gradativamente sua
atuação. O uso de máquinas tem grande repercussão no setor industrial não apenas para
substituir o trabalho humano, mas também para trazer melhoria nos processos, redução
do tempo de produção, otimização de espaços e custos.
Vários equipamentos são utilizados na automatização industrial, porém, o mais
importante é o Controlador Lógico Programável (CLP). O primeiro CLP foi criado por
Dick Morley em 1968, antes disso a automação era executada por enormes armários de
relés eletromecânicos interligados por extensas fiações e circuitos elétricos. A primeira
geração de CLP tinha baixa escala de integração e usava componentes discretos, e estes
só se tornavam viáveis quando substituíam painéis que possuíam pelo menos 300 relés.
Aqui parte-se, ademais, do pressuposto do modelo econômico marxista de que
o objetivo da produção capitalista e a obtenção de quantias cada vez mais exacerbadas
de capital, condicionado a concorrência mercadológica e comercial entre empresários,
(donos de fábricas industriais e contratantes de mão de obra), sobre as possibilidades de
ampliação dos lucros, seja por meios de elevar a produtividade de mercadorias em
menos tempo de trabalho necessário – através da mais-valia relativa; seja pela
diminuição de salários e extensão das jornadas de trabalho rebaixamento dos salários
ou extensão das jornadas de trabalho mais-valia absoluta; pelo aumento do giro de
capital provocado pela diminuição do valor pelo tempo de uso das mercadorias
produzidas em massa.
“O termo automação diz respeito a todo instrumento ou objeto
que funcione sem a intervenção humana, podendo ser aplicado a
qualquer tipo de máquina ou artefato que opere desse modo.
Atualmente, com a mudança em curso da automação de base
eletromecânica para a de base eletroeletrônica, passa a ser utilizado o
termo automatização, que implica técnicas diversas de coleta,
armazenamento, processamento e transmissão de informações,
materializadas em diferentes tipos de equipamentos utilizados na
produção de bens e serviços. Apesar dessas diferenciações, é comum,
na literatura sobre o tema, a utilização do termo automação em

14
referência, também, às tecnologias de base microeletrônica
(CATTANI, 1999)”.

Portanto, considera-se que dentro das estratégias ligadas à segunda alternativa


acima situa-se a automação, ou seja, através de métodos que diminuam o tempo de
trabalho necessário à produção de mercadorias e elevar a produtividade. E isto implica
em considerar as inovações ocorridas nas maneiras de organização do trabalho, pois se
o aumento da produtividade foi acompanhado por uma crescente automatização, este
último fato é muito mais o resultado de várias mudanças na questão das funções
desempenhadas pelos trabalhadores, do que o contrário.
Assim, na análise aqui apresentada, o elemento “maquinaria” é compreendido
como parte das diversas configurações da divisão social e técnica do trabalho humano
e, nesse sentido, há três pilares que são a base da organização capitalista organizados de
forma técnica no século XX: O taylorismo, o fordismo e o toyotismo.
Conforme a tecnologia avança a substituição do homem pela máquina se torna
cada dia mais forte, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas
existem cerca 800 mil robôs exercendo a função de aproximadamente 2 milhões de
trabalhadores, isso é motivado pela alta produtividade de uma máquina comparada com
a de um trabalhador comum além claro de sua maior velocidade.
Em um artigo publicado em 1996, por Jacob Gorender, intitulado de
Globalização, tecnologia e relações de trabalho, no Japão, nos últimos 40 anos, a grande
responsável pelas baixas taxas de desemprego foi a revolução tecnológica.
“Se relacionarmos a revolução tecnológica informacional e a
organização japonesa o trabalho à deflagração do desemprego
estrutural a partir da década de 70, somos obrigados a constatar que
precisamente o Japão pôde registrar taxas muito baixas de
desemprego nos últimos 20 anos.

Ou seja, ao invés de uma ameaça aos postos de trabalho a revolução tecnológica


pode ser um agente inversor de desemprego. Além disso, cerca de 70% dos postos de
trabalho que existiam 40 anos atrás não existem mais.

15
4.2 Adaptação à mecanização

A cada dia notamos mudanças sociais, em todos os aspectos, e o elemento que


impulsiona essas mudanças é a informação. De acordo com Côrte (2002), se o século
XX foi o século da produção industrial, o século XXI é o século da informação, da
sociedade do conhecimento. Neste período, são facilmente perceptíveis as mudanças
ocorridas na humanidade, tanto em nível cultural, como social, provocadas pela
influência de elementos como as Tecnologias da Informação (TIs). Tecnologias estas,
como a internet e os computadores, que possibilitam uma grande circulação de
informação entre as instituições e as pessoas e, se necessário, em tempo real.
Segundo Laurindo (2002), as tecnologias da informação abrangem os aspectos
técnicos e questões relativas ao fluxo de trabalho, pessoas, informação e conhecimento
envolvidos.Os centros de informação como arquivos e bibliotecas, nos últimos anos,
têm convivido com a rápido e enorme disseminação da informação, e procuram formas
de acompanhar tal fato. Para isso, tais espaços informacionais vêm utilizando os
Sistemas de Informação (SIs), que:
É um campo de estudo que se preocupa com uma variedade
de questões multifacetadas, inerentes ao desenvolvimento, uso e
implicações das tecnologias de informação e comunicação nas
organizações (RODRIGUES FILHO, 2005, p. 151).

Porém, não basta apenas implantar os sistemas de TIs nas unidades de


informação. Os profissionais da informação, precisa se adaptar, para acompanhar o
desenvolvimento tecnológico, e se aperfeiçoar diante dessas tecnologias, ou seja,
assimilar corretamente a nova realidade, sendo mais flexíveis, dinâmicos, ágeis e
criativos para fazer parte desse meio tecnológico.
Dentre estas unidades de informação é possível citar a Unidade de Arquivo, ou
apenas Arquivo, o qual merece maior análise dentro das ações desenvolvidas em uma
unidade de informação.
Este fato, torna notória a necessidade em adotar as TIs, uma vez que facilitam
o uso das técnicas mais avançadas para disponibilizar um serviço mais eficiente. Uma
das ações ligadas às TIs mais utilizadas em arquivos é a automação de seus serviços.
Processo este que exige muito planejamento.

16
4.3 Minimização dos danos ao trabalhador

Há muitos trabalhos que para serem realizados o trabalhador deve expor-se á


situações de risco ou que podem afetar futuramente sua saúde, o desenvolvimento de
máquinas que realizam estas funções em específico tem se tornado cada vez mais
comum visto sua tamanha necessidade.
Diversos postos quais as máquinas substituíram o trabalhador nos últimos anos
são os quais não se necessita diretamente de intelecto para realizar o serviço,
aparentemente isso pode ser ruim para o trabalhador mas são estes trabalhos que não
necessitam de intelecto que mais causam acidentes devido a exaustão física e mental
além de ocasionar Lesões por Esforço Repetitivo (L.E.R) e outras doenças do gênero
como o Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT).
“As LER/Dort estão relacionadas às atividades laborais
realizadas pelos cirurgiões-dentistas que podem desenvolvê-las
durante sua vida profissional. Elas não possuem causa única, havendo
uma série de fatores que colaboram para o seu aparecimento, como os
movimentos repetidos, a má postura e o estresse. O objetivo deste
estudo foi identificar a alta probabilidade dos dentistas desenvolverem
estas patologias, avaliar as condutas de risco, proteção e quais as
formas de tratamento indicadas. Verificou-se que o uso de
medicamentos, as intervenções fisioterápicas e o repouso são
importantes nos momentos de crise, enquanto que o controle do
estresse e a prática de exercícios de alongamento e reforço muscular
têm se revelado importantes meios protetores no combate a estas
doenças”. (Giane Ghisleni Segatto, 2016)

A evidente redução do trabalho normalmente avaliada como ruim muitas vezes


não recebe o devido crédito quanto às horas a mais que o funcionário teria que trabalhar
ou mesmo a quantidade de atividades que o mesmo teria que realizar, as máquinas tem
como principal objetivo facilitar a vida dos humanos e aumentar a produtividade.

17
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Qualquer que seja a opção escolhida, em dado momento ocorre uma


consequência inevitável: as empresas concorrentes, não querendo ficar para trás,
também começam a se equipar com as novas máquinas, e diminuem os preços para
manterem sua clientela. Esse fenômeno só é financeiramente possível graças às
máquinas, ao aumento da produtividade e aos menores custos de produção.

Ou seja, a automatização resulta em dois cenários possíveis: maiores lucros aos


donos das máquinas ou, o que é inevitável no médio e longo prazo, gradual baixa dos
preços dos produtos (e, consequentemente, aumento do poder de compra de toda a
sociedade). Em ambos os casos, alguém está consumindo mais, sejam os donos das
máquinas, ou os consumidores em geral. No primeiro caso, mesmo que os empresários
guardem todo o dinheiro nas suas conta-correntes isso apenas significaria que haveria
mais crédito na economia e pequenos-empreendedores poderiam adquirir empréstimos,
seria mais fácil para o empregado juntar dinheiro e comprar seu carrinho de cachorro-
quente.

E eis a maior falha daqueles que creem na maldição da maquinaria: acreditar que
existe uma quantidade fixa de trabalho a ser realizado e uma quantidade fixa de bens e
serviços para serem usufruídos.

A realidade é completamente diferente: as demandas dos consumidores são


infinitas. Se uma máquina torna um produto 10 vezes mais barato, as pessoas

18
aproveitam o dinheiro extra para comprar esse bem em maior quantidade, ou passam a
gastar em outros produtos e serviços. Se a mecanização permite que inicialmente os
empresários tenham mais dinheiro (antes que a concorrência baixe os preços), então os
donos do capital também irão consumir mais, ou investir o capital extra para comprar
ainda mais máquinas e aumentar a produção exponencialmente.

E qual a relação disso com o desemprego? Primeiramente, são necessários


inventores, engenheiros, operários e mecânicos para projetar, construir, operar e fazer a
manutenção das máquinas, o que já abate parte do desemprego imediato gerado por elas.
Porém, também é importante elevar em conta que as máquinas aumentam a
produtividade do trabalho e diminuem os custos e os preços dos bens vendidos. Os
consumidores passam a ter um padrão de vida melhor, podendo usufruir de mais bens e
serviços.

Quanto mais coisas são consumidas, mais fábricas e serviços surgem para
atender a demanda. Só que essas novas empresas precisam de mais mão de obra para o
seu funcionamento, e de uma maneira geral essas novas pessoas compensam aquelas
que tinham sido demitidas. Além disso, a constante evolução tecnológica, se por um
lado “rouba” empregos com máquinas melhores e mais eficientes, por outro acaba
criando ocupações novas, diferentes e mais produtivas, na medida em que surgem no
mercado novos produtos, invenções e serviços.

No começo da Revolução Industrial, com a mecanização do campo e o aumento


da produtividade agrícola, ocorreu um êxodo rural. Os agricultores mudaram-se para as
cidades, e essas pessoas encontraram emprego no setor industrial, seja nas fábricas
têxteis, no setor de transporte, na mecânica e metalurgia, nas fábricas dos novos bens
que passaram a ser produzidos, etc. Nos países industrializados, na segunda metade do
século XX, a contínua mecanização fabril e o uso mais agressivo de máquinas e
equipamentos fez as indústrias passaram a ofertar cada vez menos empregos.

Todavia, isso não significou um colapso econômico. O que ocorreu foi que o
setor de serviços passou a se expandir exorbitantemente nas décadas seguintes, junto
com uma quantidade cada vez maior de vagas de trabalho nos setores de tecnologia e
pesquisa, informática, comunicações, serviços financeiros, comércio, publicidade,
saúde, educação, turismo, engenharia, atividade imobiliária, etc. Não há nenhum motivo

19
especial para acreditar, no século 21, esse processo não ocorrerá novamente aos
empregos que virão a ser substituídos por máquinas e robôs.

As máquinas não são inimigas da sociedade. Muito pelo contrário, é justamente


por causa delas que a humanidade se tornou cada vez mais produtiva e alcançou um
padrão de vida inimaginável para os nossos antepassados. As pessoas que ficam
temporariamente desempregadas por causa das máquinas na verdade são realocadas
para atividades mais rentáveis e produtivas. Como disse o economista Milton Friedman:

“Quando os Estados Unidos formaram-se, em 1776, eram


precisas 19 pessoas numa fazenda para produzir comida suficiente
para 20 pessoas. Então, a maioria das pessoas tinha de gastar seu
tempo e esforços no cultivo de alimentos. Hoje, é preciso de 1% ou
2% da população para produzir comida para todos. Agora, considere
a suposta grande quantidade desemprego gerada nesse processo.
Porém, surpreendentemente, não houve realmente desemprego. O que
aconteceu foi que as pessoas que anteriormente estavam forçadas a
trabalhar na agricultura foram libertadas pela evolução tecnológica e
outras melhorias para fazer coisas diferentes. Isso nos permitiu ter um
uma quantidade maior de produtos e, consequentemente, um padrão
de vida muito melhor.”

Um breve adendo sobre essa observação: Em 2001, 2,4% da população


americana ativa trabalhava no setor primário. Essa mesma população, que em 1776 era
menor que 4 milhões de pessoas, hoje é cerca de 200 milhões (não confundir a
população economicamente ativa com a população total). Portanto, de acordo com as
teorias do Ludismo, a mecanização da agricultura deveria ter feito com que os Estados
Unidos tivessem uma taxa de desemprego, nos dias de hoje, de 93%. Ou seja,
aproximados 186 milhões de desempregados! Obviamente isso não aconteceu, devido
aos empregos que a inovação tecnológica criou.

Se as máquinas roubam empregos, então seria extremamente fácil para os


governos criarem novas ocupações e combater o desemprego. Bastaria a adoção de leis
primitivistas, que obrigassem a sociedade a regressar tecnologicamente. O fim dos trens
e caminhões para aumentar enormemente a quantidade de carroças e criadores de
cavalos. Posteriormente, a própria abolição das carroças, com o transporte de produtos

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passando a ser feito de maneira totalmente braçal. Só isso já permitiria a criação de
dezenas ou mesmo centenas de milhões de empregos no setor de transporte, com uma
quantidade enorme de funcionários transportando mercadorias nos ombros!

Durante a época da Revolução Industrial, principalmente na Inglaterra e na


Irlanda, existia a profissão do “despertador humano”. Era um sujeito que, com uma
madeira comprida e leve, acordava os operários para eles não se atrasarem para o
trabalho, cutucando-os ou batendo em suas janelas. Está claro que a concorrência desleal
do despertador foi um retrocesso para a humanidade, uma vez que extinguiu o emprego
de todos os despertadores humanos do mundo. Pegando o exemplo da história de Blaise
Pascal, mostrada no começo deste tópico, poderíamos chegar até mesmo a proibir as
calculadoras. E qual seria o resultado prático de todas essas medidas? A produtividade,
os salários, o poder de compra e a qualidade de vida declinariam de uma maneira
terrível, e as pessoas passariam a viver de uma maneira pouquíssimo confortável. O que
importa não é a geração de empregos, mas sim a geração de empregos produtivos.

Pode parecer um exagero ou uma falácia fazer uso desses exemplos absurdos,
mas isso não é verdade. Os ludistas do presente que dizem que o uso de máquinas irá
causar desemprego permanente devem concordar que as máquinas já existentes (e que
substituíram empregos no passado) devem ser abolidas, simplesmente para não se
contradizerem. É interessante a colocação do economista Henry Hazlitt sobre esse
assunto:

“Se, de fato, fosse verdade que a introdução da máquina que


poupa mão-de-obra é uma permanente causa do crescente desemprego
e da miséria, as conclusões lógicas que se tirariam seriam
revolucionárias, não só no campo técnico, mas também no nosso
conceito de civilização. Não só teríamos que considerar calamidade
todo progresso técnico, como teríamos que considerar com igual
horror todo progresso técnico passado.Todos os dias, cada um de nós,
segundo sua própria capacidade, empenha-se em reduzir o esforço
exigido para consecução de determinado resultado. Cada um de nós
procura economizar seu trabalho, economizar os meios necessários
para atingir seus fins. Todo empregador, pequeno ou grande, procura,
constantemente, conseguir seus resultados de maneira mais
econômica e mais eficiente, isto é, poupando trabalho. Todo
trabalhador inteligente procura reduzir o esforço necessário à

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realização da tarefa que lhe é atribuída. Os mais ambiciosos procuram,
incansavelmente, aumentar os resultados que podem conseguir num
determinado número de horas. Os tecnófobos, se fossem lógicos e
coerentes, teriam que deixar de lado todo esse progresso e engenho,
não só como inúteis, mas também como prejudiciais.”

A substituição do homem pela máquina certamente gera efeitos negativos no


curto prazo, como o desemprego e uma instabilidade até uma nova reorganização do
mercado de trabalho, mas quando a mesma acontece o benefício é maior para todos,
devido ao aumento da especialização e da produtividade. A fórmula é simples: mais
tecnologia aumenta a produtividade, o que gera mais riqueza e algumas demissões. Essa
riqueza extra acaba servindo para criar mais empregos – e assim a roda viva da economia
continua.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUTOMAÇÃO também é segurança. [S. l.], 14 dez. 2016. Disponível em<:


https://www.siembra.com.br/noticias/automacao-tambem-e-seguranca/.> Acesso em: 6
fev. 2019.

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CROSSLEY, Rob. Robôs x empregos: a automação vai fechar mais vagas do que criar?.
Disponível
em:<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/06/140630_robos_empregos_lab
>. Acesso em: 7 fev. 2019.
ACIDENTES com máquinas causam 12 amputações por dia no País. site, 9 set. 2015.
Disponível em: http://revistacipa.com.br/acidentes-com-maquinas-causam-12-
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CRUZ, Juliana Machado. Taylorismo. site, 12 mar. 2015. Disponível em:
https://www.infoescola.com/administracao_/taylorismo/. Acesso em: 12 fev. 2019.
SOUZA, Líria. Método científico. Site, 14 jul. 2016. Disponível em:
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/metodo-cientifico.htm. Acesso em: 21
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BEZERRA, Juliana. Qual a diferença entre taylorismo, fordismo e toyotismo?. site, 18
mar. 2015. Disponível em: https://www.diferenca.com/taylorismo-fordismo-e-
toyotismo/. Acesso em: 28 fev. 2019.

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