Você está na página 1de 12
Lain Mouer Ba QimraXe se. ANTROPOLOGIA PARA QUEM NAO VAI SER ANTROPOLOGO, Rofoel José dos Santos Pero Ale, 2005, 1 Oque é, como surgiv? 1. © que é Antropologia? Esler momentos dfees pare os ontropélogos, qua do estamos enire pessoas que, mesmo com boa formagéo escolar, néo tém fomilaridode com as Cincias Sociais. De repente somos ofingidos pela pergunta inevitivel: “ Afinal, © que & Antropologio?™. Aliés, esto deve ser 0 pergunta que ‘muitos estudanies fazem quando descobrem que @ discipina consta de seus currculos. E,além disso, pore que serve? Néo hi como discordar: a pergunta & dif. Mas quais os rozBes desta difculdode? Em primero lugar, exstem os esterestipos do onto: plogo como pesquisodior, assim como exstom 0s falas ima- ‘gens de muitos outras profssées. Muitos pestoos nos imogi- nam uma espécie de Indiana Jones, escavando timulos em busca de arcas perdidos, ou como desojeitados professores, mmefidos em roupas esto soft, desofiondo as florests afico- 1nos pore estabelecer contatos com perigosos selvogens. Essos falses imagers oirapolham bastante 6 compreenséo do que 6 @ Antropologi. ‘Um outro cominho freqiente & 0 recurso & efimolo- io, ov sejo, & origem da palava. Entéo, anthropos = ho- mem, logic = estudo. Ah, 0 estudo do Homem! Mas isto & muito gecol e poderia englobar outa tortas éreos do conhe- cimento. A polawe @ sau sentido podem fer servide durante Roos Jot dow Smt um tempo, mos hee 6 née indica muito acer do ofio de antropdlogo, ‘Ouro dificuldade: muitos nos confundem com orque- logos, colegas pesquisadores que estudam vesigos hist cos ou peéhiséicos através de escavagbes. Tembém somos ‘muito contundidoe com of poleontélogos, que etudam Fosse crimes ov vegelois. Paro confundir tudo ainda mais, hé 0 cexpresséo “ontropologia fica” para designar o estudo de os pectos biolégicos dos seres humanos. © que posso dizer oté ‘2qu € que no & dessos coisas que iremos trl, embors os contibvicbes da Arqueclogia @ da Poleontologia sejam im- portontes, tanto pore © anopélego, em seu trabalho, como pare qualquer outa pessoa inteessada em conhecer @ espé- Ge inieressonie que somos nés Cominhemos um pouco mais. Em nosso sociedade nos acostumamos o defini os iéncias descobrindo queis sdo seus objtos de est, isto 6, aquilo sobre o qual os especalts de cad ea fozem sucs pesquiss e eloboram sues exlicagées. No caso da Antropo- logia (eis 6 comur o outros ciércos)@ pergurta ndo pode ser rerpondide ossim. Basta olharmos ropidamente algunas polaveos-chave de disseracées e teses em Antropologia pro- duzidos no Bros: Fomfi, Porentesco, Memésio, Cidodonio, ‘ngs, Ecologia, Mevimentos Socas, grea, Exotvsmo, Mos ulnidade, Veléncia Conjugal, Almeniagéo, Culos Afto-Bra- Sllires, Migrog6o, Linguogem, Viogens, Atesenolo; Taba tho, Changs, Inicio, Graver, Adolescincio, Hobtocbo, Te levis60, Advogados ¢ lites, Pltica Indigensta © Histrig In- digena (ABA, 2000). Umo diveridode t60 grande de releréncios significa uma muliplicidade de objelos de estudo: dos ares & questo indigana, possondo pela comunicaséo, pelo trsmo e pela ceducacto. Creio que os coisas sé0 bem mais féceis pora bié= logos, asténomes, matemélcos,fsicos e ours Gentists, temboro eles mesos saibam que também em suas éreas os, cosas no $60 160 simples asim. -Antoploga por quam novel serontopsogs E bostante complicado defini « Antropologic pelols) seule) objeto[s) de estudo, sabe por qué? Porque eles sdo tan- fos quantas s60 as coisas que fozemos em sociedade! ‘Acessa altura voc® poderé estar frusrodo, esperando ‘agora uma definicio clara, precisa e pritica da Antropologia (cinde mois porque vocé tem 0 direto de saber © que elo for fem seu currculol). Como veremos odiante, uma definicdo os- sim seria coniréria ao proprio espitto de. Antropologia con temporénea. Entretante, podemos iniciar pensando @ Antro- ppologia como um conjunto de teorias (nem sempre concor- dries) ¢ diferentes métodos e técnicos de pesquisa que bus- ‘cam explicar, compreender ov interpetar as mois diversos pré- ficos des homens @ mulheres em sociedade. Muitos dessos teorias baseiom-se em pesquisos de campo, nos ques os ontro- ppdlagos buscam conviver com as populagées locois e apren- der seus hébitos, valores, modos de vide, crencos, relacées de parentesco e outras dimensées da vide social. Veiomes como tudo isso comagou, 2. Como surgiv? Um pouce de histéria A Antropologia (mais tarde “Social” ov “Cultural” dieu seus primeires possos oproximadomente na segunda me tode do século XX, na Europa, da mesmo forma que sve “inn @ Sociologia. Em aigurs potses, como na Fronge, no copenos suas hsirios se confundom: muitos centstas socais fronceses, até hoje, 60 fazem ditingBo entre os duos, ull onde ora uma, ofa outa polavea pore refrinse & sua érea de trabalho. ( foto de ambos comecarem no mesmo momento histérco e ne mesma regiso do mundo néo foi una coinci- déncio, mos resullado de ume série de mudangos socials, econémicas © potcns, ou, para falar como cientsa soc «l, de um determinado conteso. Veiamos o caso da Socio- Logie. ook dor Soe Poses como a Frongo, Alemonba e, principalmente, 0 Inglotere, consiviom 0 ceriro nervoso do emergente sterma capitalise industl do século XX. Em Londres @ Pos 0s menu foturas eram as principois unidodes de produgbo e essos cido- des vviom os fraos © controdigées do chamada modemidade: tum veloz desenvolvimento dos técricas enielocado a graves problemas socois ¢ uma seqdéncia de revotos operas, ‘A Revoluéo Indusrol formou 0 cenério de transfor rmogbes que dev origem & sociedade copitalita. Foi um per- cede de tronsformagées também no émbito das idéias, com os reflexées vindos do Filosofia Polfica e da Flosofis do Histria (Botiomore, 1987, p 16-18). Estas coreries de pensomenio, por suo ver, desenvolveram-se junlamente com as grandes rmudangas poticas dos séculos XV e XX, enire elas 0 Revolu- «60 Francesa em 1789, Podemos eniéo condluir ave o socio. logia formou-se como conseqiéncia de amplos transforma- ‘Ges inielecivais, econémicas, polcas © culturcis que tveram 520 auge no século XX. Deste ponto de visto, 0 sociologia pode ser eniendida como uma ciéncia do sociedade indust ‘al, €.00 mesmo tempo expresso que este sociedade consirvia ‘cerca de si mesma ‘Agora vames estebelecer a ligoséo entre 0 surgimento do capitalsmo e o nascimento da Anttopologie como ciBncia social. © sistema capitalisto néo se resringia os limites da Inglaterra e do continente europeu. No século XX acelerou-se @ exponséo colonials que {6 ocoria desde © mercontiismo do século XV. Nos polavras do aniropSlogo Gérord Leclerc: "Nos meodos do século XX, o exponsionismo euro- peu chegado & sua foe lime, comego prsseni “eri fos desconhacidos” como "teriérios © conquistr”(.) Numerosos 260 os rquenas 0 explora ullzr eo foner {nificar pelo Ocdenie. (Lec, 197, p.13) ‘A Antropologio tem suas origens histricas, portanto, no processo de expansto do copitalismo, mois precisomente ‘través do colonialsmo © do imperialsmo das nacSes ricas, {que estendiam seus dominios a lugores remotes do mundo. 2» ‘Aatopaga por quam nso velseranoptiog® Exze 6 um dodo importante, pois ndo nos dea esquecer os relacées de forga © poder ervalvendo paises ceriais, como Ingle, Franga e Alemanho, e poses e regibes subjugados dirta ov indietamente pelo sistema, como bos porte das cultures aicanos, ositics, indionas ¢ lfino-omericanas. Algo similor aconteca nos Estos Unidos do século XX, mos 18 0 exponséo capitals n6o ocontecia poro fora (pelo menos née nequele momento) ela foro um movimento do leste para 0 ose, provocando © contato dos colonos com difeenes sociedades indigenos nativas. Esse fema aimentou bostonte © cnema nore-omericano, com soldodos vesidos de 0701 ~ © Covolara! ~ protegendo os desbrovadores bran- cot que avangavam sobre of terriérios dos “pergosos pees vermelhos” Como veremes, eses aspecios econdmicos € pol 0s acobarem relltindo em nogbese “eoras” dentro da p= prio ci8aca que estavanoscendo, ‘Os primeios aniropéiogos, cientistas que buscovam ‘© conhecimento dos sociedades “exsticas’,n6o coletovor seus dodos de modo dirto. Ele se baseavam em informacbes, ‘enviodos por misionérios, merandores, miles efuncionéri- os coloricis, Como observou © antropélogo frencés Froncois Loplontne (1988, p. 64-65), noqvela époce: Uma rede de informagées 9 instola. $60 0s quesio- nérios eniodos por pesqusadores dos merépale fom espe- ol do Gré Bretonho) pore os quake cartes de mundo, © ‘us fesposies consttvem os malas de releo dos pr- ‘airs grandes obrs de Anropolegio que se sucederéo ers ‘imo regulor duane lode @ segunda metode do século MOK Enire os obras cléssicas da Antropologia nesta fose podemos destocar dus, openos o fituio de curiosidade: A Sociedade Frimitiva, do norte-americano Henry Lewis Morgon (1974) e 0 belo trabalho do inglés James Frozer, O Ramo Dourado (1956). Exstem do's aspectos desta fase inicial da Artropologia que serio dtkis pore comegarmos 0 desvendor a Roo Jot do Soros esto céncia, Aliés,ndo #6 desvendéla, mas inclusive compre- ender muitos de nossos prépros idéios sobre sociedades e calluras que no conheceres. © primeiro ospecto 6 a forte infuéncia de correntes de pensamento, como © pesiivismo, 0 evolucionismo, © os, determinismos geogrélco © biolégico nos idéios que os pr meirs ontropéloges thom das cutras dante. O segundo speci di espeto 6 ausEncia do que mis forde possomos a conhecer por trabalho de campo (fieldwork), ou sea, da pre senca in loco do pesquisador na cure estudeda, coletando dodos © fozendo observacbes dies. 3. Evolucionismo Social e Pesitivismo, Meio e Raca 3.1 Evolucionisme Sociol ‘As Ciéncias da Noturezo, principalmente o Biologia, exerciom grande influéncia no meio intelectual europeu do século XIX, em porlicular os teorias evolucionisias de Pierre Lomarck (1744-1829) e Charles Darwin (1809-1882). Pore Lo- rmorck, 05 adaptagées dos organismos ao meio ambiente pro- vocovam mudangas evolutves. J6 para Dorwin, que se tornou mois conhecido que © primeiro, « evolucdo dos espécies bo- seava-se em um processo de seleco natural, Em ombas as teoris 0 idéio bésica era de que os seres vivos evoluiom dos mois “simples” para os mais “complexos’. O evolucionismo, como explicagéo para a origem das espécies animais, repre sentou um grande avango frente ds explicagées religiosos do- rminantes na poco. Por seu aspedto revolucionério, © evolucionismo em- ppolgou também pensadores de outtas Greas, que resohveram fodaptar 0 modelo, construido para entender @ nctureza, 00 estudo dos sociedades. Assim, o antropélogo norie-omerica- ‘no Henry Lewis Morgan (1818-1881) elaborou um modelo de 2 Anteplasa por quar novel seranropsg desenvolvimento de humonidade em trés estdgios: selvagerio, barbérie ciilzacdo. Do outro lado do Ailéntico, na Inglater- ro, 0 excocés James Frazer (1854-1941) eloborava um mode- lo evolutivo do pensomento, afirmondo que esse possovo por ‘18s fases: magia, celigido e ciéncio. Essas és formos do pen- somento human estariom em uma relagio de complexidade crescente, sendo que o ciéncia — ossim como a “civilzagéo", pare Morgan ~ seria © estégio mais avancado. ‘Agoro podemos perceber como é importante dar uma “olhodinha" no contexte histrico de surgimento da Antropolo- gio. O sucesso de viséo evolucionsta da sociedade pode ser explicado pelo idéia que os europeus finham de sua prépria sociedade. Esto seria “civilzada” e “complexa” por haver atin gido um grou de industrializagéo, ciéncia e tecnologia, en- ‘quanto os cultures dos colénias seriom “primitives” e “otrasa- dos". Em ouras polavres, a sociedode européia tomava o si mesma como medida de civlizago, atribuindo és socieda- des tribois um perfil “inferior”. No caso de Morgan, os habi- tontes nativos do oesle norte-omericano néo havior, ainda, ‘lcangedo © grau de “ciilizagéo” de populacée branca do leste. Esse ¢ um daqueles exemplos de como as teorios idéias pretendem explicar ume doda realidade, quando no verdade “séo elas qua precisom ser explicadas pelo realda- de" (Choui, 1981, p. 16). Veremos mais adionie como estes modelos, que denominamos de “evolucionismo social”, fo- rom superados pela Antropologia. Notem, entretanto, que no senso comum, foi idéias ainda s6o0 bastante fortes, mesmo no século 20, ‘Vejomos agore ume outa influéaca intelectual muito forte entre os pensadores do século XX: 0 Postvismo, 3.2 O Posivismo ‘Assim como no caso do evolucionismo, 0 Positvismo tombém surg pela fore infuéncia exercide pelos ciacias do 2 Rofo out do Sonor rncturezo. Tudo acontecio, em certa medida, pelo otimismo ‘que muitos cientisias e pensadores do século XIK tinham em ‘lagho & ciéncia e o¢ possiblidades que ele abria pore ex cogées racionais, em um mundo que tentava lvrar-se do do- minio dos explcagées relgiosos. Um desses ofimisias da ciéncia era o fiésofo francés ‘Auguste Comte (1798-1857), que pensou na possibilidede de ‘uma cincia do sociedade que se bateasse nos mesmos méto- dos de observasdo das ciéncios naturais. Comte denominou sia nows ciéncia de Sociologia. Vejamos © que nos diz, sobre Comite, 0 soci6logo contemporéneo Loic Wacquont: ‘A ombigéo de Comte ora fundar uma ciéncla no- turalsta do sociedode copaz de expicar © possado de cespécie humana e predizer 0 seu futuro oplicando os ‘mesmos matodos de invesigago que tisham provado ter tbo bem sucadidas no estudo do naturena, @ aber, cbservacéo, experimentagso e comparacso (Wacauant, todo por Outhwaite Botomore, 1996, p. 593), Enire 1890 e 1842 Auguste Comte publicou os seis volumes de sua obra Curso de Filosofia Posiva. De acordo ‘com Comte, os explicagées que os homens davam para os fenémenos em geral (nalurais ov socoit) haviam passado por ‘és foses diferentes. No primeira, denominada “teolégice ou ficicia", os homens airibuiam as causas dos fenémenos &s divindades ov outro tipo de agéo sobrenatural; pense, por ‘exemplo, nos deuses culluados na Grécia Anfige ov ngs cren- «gos de sociedodes tribcis, No segunda fase ~ “metatisice ov bstrata" ~ os explcagses deixaram de ser sobrenaturais, bo- seando-se nas especulagées filoséfcos. Finalmente, ainda de ‘cordo com Comte, veio 0 fase “cientfica ov positva’, no ‘qual buscave-se atrowés de métodes “cieificos” os les que regiam os fendmenos sociais e naturals Wacquent, clade por Outhwaite © Bottomore, 1996, p. 593). A idéia de um conhe- Cimento “postive” & que cxginou @ expresso positivism, A idéio dos ciéncios da saciedade, como 0 Antropo- logia e @ Sociologia, uilzarem métodos das ciéncias naturais 2m -ropoog por quar novel erontopsogs {6 ndo & meis dominonte, mesmo que alguns cinda aceitem {ess principio. No decorter do tempo, socéloges e aniropélo- {0s perceberam que no & possivel estudar homens e mulhe- res em sociedade da mesma maneira que um biélago ou um matemético. E por qué? Pelo foto de nés, seres humanot, sermos dotados da copacidade de criorseridos para a vido, coisa que uma érvore, uma abelha ov uma substincia quimi- ca n6o pode fazer. Entéo, para pesquisar pessoas em socieda- de, gente produzindo, reproduzindo e modificande cultura, 10 € possivel adotor © mesma postura de um cienista de ofureza. Podemos perceber que exstem semelhangas ene os modelos de Frazer, Morgan e Comte no que diz respeito 8 idéia de evolugéo, sejam das sociedades ou dos formos de peensomento. Veja o esqveme abaio para visuolizr a seme- thanga entre os modelos propostes pelos irés pensadores: Comte Grong) 1798 1857 Morgan ua) 1818 1681 Froter(nglatera) 1854 1981 Aseiplcagiesquecthomens Esigiosdo Fosesdo e0cesfenémencs pasom por persomerto _desenvhimento| ‘estore: humana: dataociedodee steolégicsoufcitio + Mago. Selagerle jemelaisiooovabsota + ‘Relgiéo + Barbie + Fosecentica ou Fosive + Ciba ConiangSo Nos dias de hoje nés {6 sobemos ~ e descobrimos isso otrovés do prépria Antropologia - que os explicagses sobrenaturas, los6fcas cenfficas néo mantém entre si uma relacio de “evolugio". Trte-so, na verdade, de exalicocéer diferentes que dependem, ene outas coiss, dos confextos callus. Tonto em sociedades tribes como em nossa prépia Rofo lotd dor Sone sociedade, encontramos explicagBes sobrencturcis, boseadas ‘em crencosrelgiosas. E peretornenie possivel, por exemplo, tum cients social utlizar-se dos métodos cienifics pore in- torpretor 0 sociedade e cultura e ter suas préprias crencos relgiosas, desde que tome © devide cuidado para néo “mis- furor 0s coisas" Da mesma moneio, a idéio de que os sociedodes “evoluer” dos mois “simples” para os mois “complexas” (ou de “sehagerio” para 0 “civilzogéo") passou o ser quesionada © partir do momento em que os anlropSlogos foram trovando ‘um contato mais esreio com sociedodes nativas, indigenas, percebendo que suas esrturas, seus sistemas imbélcos, su0s ‘osmologis e, no menos importante, suas linguas, corocie- ri2ovam-se por uma complexidede imenso. Foloremos disso mais torde, For enavanto podemos nos faar no ospecto polico e histécco do evolucionisma. No século XK ele represeniova 0 iscurso dos metrépoles sobre os col6nis, ou, no caso novie- ‘omericono, de ums regiéo indusrilizado sobre regiées onde © capitalsmo einda néo havia chegodo. Troiavo-se, portonto, de um discurso de poder, no qual © meis forte situava-se a si mesmo no pélo mois avancado, chilzado e cienifico. Umea observagéo importante. Os comeniios anter- cores néo significam, de modo algum, ave Come, Frazer ov ‘Morgan fossem pestoos inescrupulosas a sarvigo do colonia mo. E preciso sivor os pensadores em seus contexts histéricos compreender que eles olhavorn o mundo sob os influéncias dos idéios dominantes © do realidade social, econémica e cultural na qual estovor inseridos. Gostarie, enretano, de enfatizar algo que i6 ofrmei ontes. Embora @ vis6o evolucioniso e, de alguma maneia, 0 posivieme do século XX, tenham sido superodos na (e pela) Antropologio, encontrom-se ainda presentes e muito fortes no senso comum, em nossas explcagées esponiéneos sobre a vido s0

Você também pode gostar