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O
LA – Communication System for Alternative Literacy of
people with autism, visual narratives in the module with desenvolvimento humano acontece atra-
a class inclusion of early childhood education in a private vés da comunicação e esta ocorre com
school education in Porto Alegre. The included student has
the autism and deficits in oral communication , which is why a interação entre as pessoas. Segundo a
there will be a theoretical study about the Autism Spectrum
visão sócio-histórica o desenvolvimento é um
Disorder (ASD) and Alternative Communication (CA) , with
differentiated research authors who coalesced the two are- processo social que se desenvolve ao longo da
as in favor developing individuals with autism. In the sequel
we present the assertive technology SCALA . The methodo-
vida e por meio do qual o sistema de símbolos
logy has the social historical basis, using mediating actions é adquirido em um longo processo ontológico
used in the class of inclusion of students with ASD with
the use of CA, SCALA module visual narratives. Obtained de aprendizagem cultural.
results like the interaction, enthusiasm and satisfaction not Percebe-se que nos casos de Transtorno do
only of the student with ASD but by every class, proving the
system as a tool to support effective communication. Espectro Autista, há falhas na interação nos
Keywords: Autism Spectrum Disorder. Alternative commu- sujeitos, causando déficits de comunicação.
nication. Software Scala.
Nestes casos, é preciso encontrar uma forma
de apoiar seu desenvolvimento comunicacio-
BEZ, Maria Rosangela; RICO, Aline; PEREIRA, Elisiane Ca-
nal, a CA se apresenta justamente para esta
margo. Desenvolvimento de narrativas visuais no SCALA:
estudo de caso turma de inclusão da Educação Infantil. In- utilização. A CA pode ser empregada de diver-
formática na Educação: teoria e prática, Porto Alegre, v. 16,
n. 2, p. 77-88, jul./dez. 2013.
sas formas, com baixa ou alta tecnologia. Nes-
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Entende-se ações mediadoras como a mediação, que uma
perspectiva sócio-histórica, é uma cena de atenção conjunta e
compartilhada (TOMASELLO, 2003) entre dois ou mais sujei-
tos, que utilizam intencionalmente instrumentos e signos para
promover um processo de apropriação com responsabilidade
e competência diferenciada entre os participantes.
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A maior parte símbolos pictográficos utilizados são proprie-
dade de CATEDU (http://catedu.es/arasaac/) sob a licença
Creative Commons e foram criados por Sergio Palao, as de-
1c. Narrativas visuais modo edição mais foram criadas pelo Grupo do Projeto Scala.
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Qual o tempo de Normalmente uma palavra, por vezes procura descobrir Uma criança com comportamentos e
duração desta co- repetidamente. como é o sujeito aos personalidade únicos, costuma reagir
municação. olhos de diferentes e sentir tudo intensamente. Apresen-
Interação pessoas – famili- tava um comportamento afetivo com
Como ele interage Normalmente balbuciando sons, com ares, professores, as professoras, busca estar perto
olhares, apontando com o dedo, auxiliar escolar, beija e abraçar, por vezes reagia
utilizando cartões de imagens e reali- no caso específico de forma agressiva com beliscões e
zando trocas de objetos. desta pesquisa, as puxando cabelo, porém parecendo
Por vezes arremessando objetos professoras não ter noção de que estava machu-
e subindo em moveis. Fugindo do cando, apenas percebia que essas
ambiente. E soltando gargalhadas. atitudes voltavam a atenção para si
Quando nervoso chora, grita e se de forma imediata, o que lhe agra-
debate. dava, visto que demonstrava desejar
Com o que - (ob- Demonstra preferência jogos de que- a atenção das professoras para ele a
jetos) bra-cabeça, pula-pirata, e peças de maior parte do tempo possível. Em
encaixe. Brinquedos com rodas, asas diversos momentos demonstrava
ou hélices, como carros, caminhões, alegria, gargalhava, sorria e fazia
aviões e helicópteros. Também lhe brincadeiras como sair correndo e
agradam bola e pequenas cordas. rindo para irmos atrás ou pegando
Com quem - (pes- O sujeito apresenta maior predis- objetos que alguém estava utilizando
soas) posição à interação com adultos, para tentar não devolver. Cantaro-
busca as professoras. Maior facili- lava canções indefinidas e balbuciava
dade de interação com as meninas sons em forma de gritos. Por vezes
do que com meninos. ficava nervoso, chorava, gritava e se
Quando ele interage Com adultos, professoras, quando debatia. Em alguns momentos neces-
deseja algo ou quer voltar à atenção sitava sair da sala para se organizar,
para si. Com outras crianças quando agradava-lhe também ouvir músicas,
deseja algo que esta em poder desta isso o acalmava algumas vezes. Na
ou quer atenção, normalmente em parte cognitiva apresentava facili-
forma de reforços positivos. dade com as letras e com jogos. Nor-
Identifição malmente demonstrava compressão
nas solicitações das professoras, aos
poucos já atendia sem uma ação das
mesmas diretamente para ele.
Potencialidades/
necessidades
Quais suas poten- Demonstra habilidades com músicas:
cialidades? instrumentos e ritmo. Apresenta cer-
ta facilidade com jogos que raciocínio
e memorização, como quebra-cabeça
e memória. Porém esses compor-
tamentos oscilam de acordo com
seu estado de animo e interesse
momentâneo.
O que ele gosta de Letras.
aprender?
Quais suas preferên- Brinquedos como carrinhos e aviões,
cias? (o que gosta) jogos de quebra-cabeça e músicas.
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Quais suas neces- Apresentava autonomia dentro da Espaço Físico Sala em formato retangular, duas
sidades? sala, normalmente conseguindo janelas, um quadro negro oposto a
realizar suas necessidades sozinho, uma janela, porta para outra sala
suas maiores dificuldades eram ex- (vídeo) oposta à outra janela, a outra
pressar o que queria ou necessitava, porta da para o banheiro. A sala pos-
dividir espaços em alguns momentos, sui quatro mesas quadrada cada uma
precisando sair e/ou deitar em outro com quatro cadeiras, um armário
ambiente. No refeitório apresentava entre a porta de saída e a janela,
dificuldade de se organizar, pois o três estantes de ferro distribuídas
ambiente estava sempre em movi- em forma de ‘L’ entre as janelas com
mento, com entrada e saída de diver- brinquedos e jogos a disposição dos
sas pessoas. Acredito que faltava al- alunos, um gradil para mochilas com
gumas possibilidades de informações chamada em forma de foto, um gradil
mais concretas, como tabelas com para atividades, alfabeto com figuras
imagens para ele se comunicar. correspondentes as letras disposto
Tem algum tipo de Agrada-lhe objetos que giram. na parte superior da parede, de ma-
comportamento Costuma colocar tudo na boca. Grita neira oposta o numeral com figuras
específico? - em que e derruba objetos com propósito de quantificando. Os moveis da sala são
momento aparece? desviar a atenção das professoras do identificados com seus nomes.
há algum tipo de grupo para si. Espaço Simbólico Cantinho com a figura de um menino
intencionalidade Por vezes se irrita e agita de forma sentado na parede, com uma almo-
nele? qual? demasiada, reagindo com choros, fada em baixo.
gritos e puxões e agressões, demor- regras, normas, Turma & Combinações:
ando-se a acalmar-se. crenças compar- • Cada um é responsável pela a orga-
Quadro 2. Perfil sócio-histórico do aluno com TEA tilhadas nização de seus pertences.
• Trabalho em grupo compartilhando,
respeitando o espaço e o tempo do
Contexto sócio-histórico outro.
• Levantar o dedo quando quiser
O contexto sócio-histórico, aqui representa- se manifestar durante a roda e ou
do refere-se ao contexto escolar representado explicação.
Organização Es- Ocorre de acordo com as combina-
por uma turma de educação Infantil da rede
pacial ções feitas na rodinha: em grande
privada de ensino, conforme elementos cons- grupo (todas as mesas juntas,
titutivos descritos na metodologia, apresenta- formando um grande quadrado) ou
pequenos grupos nas mesas.
dos no quadro a seguir.
Organização Nas paredes está o alfabeto, tabela
semiótica de numerais de 0 a 9 com material
Atores O aluno com TEA, 2 professoras e a concreto, calendário e painel de ani-
turma composta de 12 alunos versariantes. A disposição na estante
está os cartões de imagens e a tabela
organizacional de tempo (antes e
depois).
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Referências
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Maria Rosangela Bez: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre-RS – Brasil.
E-mail: rosangelabez@sinos.net
Aline Rico: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre-RS – Brasil.
E-mail: pedagogarico@gmail.com
Elisiane Camargo Pereira: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – RS – Brasil.
E-mail: elisianecamargo@hotmail.com
Liliana Passerino: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – RS – Brasil.
E-mail: liliana@cinted.ufrgs.br
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