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24/10/2014

Apostila sobre integrais

Docente: Diana Vega Marona


diana.marona@restinga.ifrs.edu.br

Integração indefinida

Conceitos básicos
Interpretação geométrica
Integral por substituição

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24/10/2014

Primitivas
Definição: Uma função F é uma primitiva (ou antiderivada) de
f(x) no intervalo I se F’(x) = f(x) para todo x em I.

Exemplo: Quem é uma primitiva da função f(x)=3x2 ?


Conhecendo-se a regra básica de derivação da potência,
tem-se que F(x)=x3 .
Além de F(x) = x3, note que H(x) = x3 + 53 também é uma primitiva
de f, assim como L(x) = x3 – 21.

A família de todas as primitivas de f(x) = 3x2 é representada por


G(x) = x3 + C, onde C representa genericamente uma constante.

Notação
A operação de encontrar a família de todas as primitivas de
uma função é chamada de integral indefinida (ou primitivação) e é
representada na forma

A derivação e a integração são operações inversas!

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Exemplos

x3
 A integral de f ( x)  x 2 é:  x dx  C
2

 A integral de f ( x)  sen x é:  sen xdx   cos x  C

 A integral de f ( x)  cos x é:  cos xdx  sen x  C

 e dx  e C
x x
 A integral de f ( x)  e x é:

Interpretação geométrica

A integral indefinida é
aquela para a qual não
foi definida um intervalo
de valores, portanto, ela
é uma função ou família
de funções.

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Exemplo
1
A função F ( x)  sen 2 x  C é uma primitiva da função
2
f(x)=cos2x pois .

1
 cos 2 xdx  2 sen 2 x  C
1
Fazendo, F ' ( x)  .2 cos 2 x  0  cos 2 x  f ( x)
2

 Não é uma tarefa muito fácil encontrar a primitiva de certas


funções, mas existem métodos para isto e iremos aprender
alguns deles.

Regras de integração
 Integral de uma função constante
Uma primitiva de uma função constante f(x)=k, é a função
linear F(x)=k.x, pois F’(x) = (k.x)’ = k. Logo:

 k.dx  k.x  C
 Exemplo
 5.dx  5.x  C

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 Integral de uma função potência


 Seja, por exemplo, f(x)=x4.
x5
 Uma primitiva de f(x) é F ( x)  pois F’(x)=x4. Logo:
5
x5
 x .dx  C
4

5
 Portanto, uma primitiva da função f(x)=xn, com n-1, é a
função
x n1
 x .dx  n  1  C
n

 Caso especial de Integral de uma função potência


 Seja, por exemplo, f(x)=x-1=1/x.

Uma primitiva de f(x)=1/x é a função F(x)=ln|x|, portanto:

1
 x .dx  ln x  C

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 Integral de função exponencial

  C
x x
e dx e
 Integrais de funções trigonométricas

 cos xdx  sen x  C


 sen xdx   cos x  C
 sec xdx  tgx  C
2

 Integrais de funções trigonométricas

 sec x.tgx.dx  sec x  C


 cos sec xdx  cot gx  C
2

 cos sec x. cot gx.dx  cos sec x  C


 Integral das funções inversas
1

1 .dx  arctgx  C
 1 x2 .dx  arcsen x  C
1 x2

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Propriedade operatória

 Integral da soma ou diferença

 [ f ( x)  g( x)].dx   f ( x)dx   g( x)dx


Exemplo
(x  x  4)dx   x 2 dx   xdx   4dx
2

x3 + x2 - 4x + C
3 2

Exercícios
1. Prove que é uma primitiva da função .

2. Determine e represente geometricamente a família de


funções primitivas.

3. Calcule a primitiva F(x) da função , sabendo que .

4. Calcule as integrais abaixo:

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Método da Substituição
É a versão da regra da cadeia para integração!

A chave do método da substituição é dividir a função em partes e


depois encontrar uma parte da função cuja derivada também faça
parte dela.
Lembrando.....
Derive a função f(x)=(x²+4x)5

u
[u5]’ = 5.u4.u’  f’(x) = 5(x²+4x)4. (2x+4)

E se perguntássemos ?

Exemplo  (x  1)50 2x dx
2
Calcular

Seja u = x2 + 1 du = 2x .dx

Assim, a integral dada pode ser escrita como:

 (u)
50
du

u 51 (x 2  1)51
 (u) du  C  C
50
51 51

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Dicas
 Procure na função pela parte cuja derivada esteja na função. Se você estiver
em dúvida, tente usar a que está no denominador ou alguma expressão que
esteja sendo elevada a uma potência;

 Chame-a de “u” e tome sua derivada com relação ao diferencial (dx, dy, dt,
etc.). Acrescentando esse diferencial;

 Use as expressões “u” e “du” para substituir as partes da integral original;

 A sua nova integral será mais fácil de ser calculada, mas não esqueça de, ao
final, desfazer a substituição.

Tente você!!!

Calcular  sen(x  9) dx

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Exemplo
 sen
2
Calcular (x) cos(x) dx

Seja u = sen(x) du = cos (x). dx

Assim, a integral dada pode ser escrita como:

u
2
du

u3 sen 3 (x)
u du  C  C
2
3 3

x x  1 dx
2

Exemplo
Calcular

Se u = x – 1
Seja u = x – 1
Então x = u + 1
Logo: dx = du
x2 = (u+1)2
x2 = u2 + 2u + 1

Assim, a integral dada pode ser escrita como:


 (u  2u  1) u du
2

5 3 1
1 1 1
 5 3 1 2 u2 u2
 u 2  2u 2  u 2  du  u
  5
2
3

1
C
  1 1 1
2 2 2
Escrevendo em termos de x:
7 5 3
2 4 2
 x x  1 dx  (x  1) 2  (x  1) 2  (x  1) 2  C
2
7 5 3

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Tente você!!!

Calcule

Integração definida
Conceito e aplicações

Integral imprópria

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Introdução
Um estudo indica que daqui a x meses, a população de
uma cidade estará crescendo a uma taxa de 2+6x pessoas por
mês. Em quanto a população crescerá durante os próximos 4
meses?

Seja P(x) a população daqui a x meses.

O que queremos é P(4)-P(0), logo:

Tal cálculo poderia ser expresso:

Chamada de integral definida no intervalo [0,4]!

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INTEGRAL DEFINIDA
 O que é?
É um operador matemático que se aplica sobre

uma função contínua em um intervalo. Este


operador gera como resultado um número real.

TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO

Sendo F(x) a antiderivada (ou primitiva) da


função contínua f no intervalo [a,b], então:

Limites de Integração.

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Exemplificando

Determine a integral da função no intervalo (0,3).

1°) Calculamos a primitiva desta função, como fazíamos anteriormente:

F(x)=

2°) Calculamos o valor da antiderivada nos extremos do intervalo:

F(0) = 0 e F(3)=30

3°) Aplicamos o teorema fundamental do cálculo:

 Para que serve?


Para aproximarmos a área abaixo do gráfico de uma
função pelo somatório da área dos retângulos.

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Exemplo
Calcule a área delimitada pela reta y=2x, o eixo x e a reta
vertical x=2. Usando geometria plana:

Agora, calcule

Área sob uma curva


Seja f(x) uma função contínua e positiva no intervalo [a,b].

Então a região R sob a curva y=f(x) e entre x=a e x=b tem área
dada por:

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Praticando....
Calcule a área da região limitada pela curva f(x)=5x-x² e o
eixo x.

Tente você!
Calcule a área delimitada pelas funções f(x)=5x-x² e g(x)=2x

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Pensando....
Calcule a integral e desenhe a região limitada por ela.

Tente você!
Calcule a integral da função abaixo e interprete graficamente.

2
2𝑥 − 2𝑑𝑥
−1

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Cálculo de área entre duas funções


Se f e g são funções contínuas em [a,b] e g(x) ≤ f(x) para
todo este intervalo, então a área da região definida pelos gráficos
de f e g e pelas retas verticais x=a e x=b é

Área R = área R2 – área R1

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Exemplo
Esboce a região limitada pelas curvas y=x2+1, y=2x-2, x=-1
e x=2 e calcule sua área.

Resposta= 9u.a.

Exemplo
Calcule a área compreendida entre as curvas f(x)=x2 e g(x)=x+6.

Resposta = 125/6 u.a.

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Retomando....

Retomando...

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Técnicas de integração

• Integração por partes


• Integração por frações parciais

Integração por partes


Quando calculávamos a derivada do produto de duas
funções aplicávamos a regra: (f.g)’ = f’g + fg’.

Exemplo
m(x)=ex.senx  m’(x)=ex.senx + ex.cosx.

A integração por partes irá se aplicar a esses casos em


que a função é constituída por um produto e também nos casos
em que uma das funções pode ser derivada repetidamente e a
outra pode ser integrada repetidamente.

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Demonstração
Assim, considere f(x) e g(x) duas funções deriváveis. A regra do produto
nos diz que:
d
 f ( x).g ( x)  f ' ( x).g ( x)  f ( x).g ' ( x)
dx

 dx  f ( x).g ( x)dx    f ' ( x).g ( x)  f ( x).g ' ( x)dx


d

 dx  f ( x).g ( x)dx   f ' ( x).g ( x)dx   f ( x).g ' ( x)dx


d

 dx  f ( x).g ( x)dx   f ' ( x).g ( x)dx   f ( x).g ' ( x)dx


d

Porém essa fórmula é mais facilmente lembrada na forma


diferencial. Sejam:
u = f(x) du = f’(x)dx;
v = g(x) dv = g’(x)dx.

Usando a regra de substituição, a fórmula acima pode ser


simplificada para:

 udv  uv   vdu

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 udv  uv   vdu
Exemplo
Calcule a integral  x. cos xdx
Observamos que o integrando é uma multiplicação de duas funções muito
distintas, é viável sua resolução por partes.

u = x  du = dx;

v = senx  dv = cosxdx.

Aplicamos a referida técnica:

 x. cos xdx  x.sen x   sen x.dx


 x. cos xdx  x.sen x  cos x  c

Exemplo
 xe
x
Calcular dx

Seja Então:
ux dv  e dx
x
du  dx

 dv   e dx  v   e x dx  e x
x

xe
x
dx
Deste modo:

 xe dx   u dv  uv   v du  xe x   e x dx  xe x  e x  C
x

a constante C pode ser


incluída apenas no final.

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Dicas

 O objetivo da integração por partes é passar de uma integral

 udv que não sabemos como calcular para uma integral


 vdu que
podemos calcular.

 Geralmente, escolhemos dv primeiro sendo a parte do integrando, incluindo


dx, que sabemos integrar de maneira imediata; u é a parte restante.

 Lembre-se de que a integração por partes nem sempre funciona.

Exemplo

x
2 x
Calcular e dx
Assim:
Seja: du  2x dx
x
ux 2
dv  e dx
 dv   e dx  v   e x dx  e x
x

Portanto:

x e dx   u dv  uv   v du  x 2e x   (e x ) 2xdx


2 x

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x e dx  x 2e x  2 x e x dx
2 x
(1)

A última integral é semelhante à original, com a exceção de que x2 foi substituído


por x.

 xe
x
Outra integração por partes aplicada a dx completará o problema.

Seja: Assim:

ux dv  e x dx du  dx

 dv   e dx  v   e x dx  e x
x

Portanto:

 xe dx   u dv  uv   v du  xe x   (e x ) dx
x

ou:

 xe dx  x e x   e x dx  x e x  e x  C1
x
(2)

x e dx   x 2e  x  2 x e  x dx
Substituindo (2) em (1) resulta: 2 x


  x 2e  x  2  x e  x  e  x  C1 
  x 2e  x  2x e  x  2e  x  2C1

x e
2 x
dx  (x 2  2x  2) e x  C

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Tente você!!!

Integração por frações parciais


Em álgebra aprende-se a combinar duas ou mais frações em
uma só, calculando o mmc dos denominadores. Por exemplo:

Observe que para efeitos de integração é muito mais fácil


trabalharmos com o membro esquerdo da igualdade. Assim:

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O método da integração de funções racionais próprias por


frações parciais, consiste, basicamente, em “desfazermos” o mmc.
Vejamos:
1º) Fatoramos os polinômios envolvidos:

2º) Reescrevemos cada fator como denominador de uma fração:


(observe os graus dos polinômios)

3º) Tiramos o mmc:

4º) Igualando as frações, obtemos um sistema:

Desta forma, obtemos a seguinte igualdade:

E portanto,

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Exemplo Calcule a integral

Fatorando o denominador, obtemos:

O método consiste em reescrevermos esta fração através de uma


soma!

Realizando o mmc, temos: Da igualdade, obtemos o sistema:

O que resolvendo por qualquer um dos métodos conhecidos, resulta em:


Portanto, a integral pode ser reescrita por:

Tente você!!!

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Frações impróprias

Exemplo Calcule a integral

Observando que o grau do numerador é maior que grau do denominador, efetuamos a


divisão:

Reescrevemos o polinômio, utilizando o teorema do resto:

Logo, a integral pode ser reescrita por


Agora, resolvemos
por frações
E, portanto parciais

Continuação:

A primeira integral é facilmente resolvida:

Vamos ao cálculo da segunda integral: Resolvemos a integral:

Geremos o sistema e resolvemos:

RESULTADO =

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Tente você!!! Determinar



9x 3  3x  1
x3  x 2
dx

Volume de sólidos de revolução

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O que é um sólido?

O que é um sólido de revolução?

- Método do disco circular


- Método do anel circular

Método do disco circular


Seja S o sólido gerado pela rotação da região do plano
limitada por f(x) , o eixo x , x=a e x=b em torno do eixo x . Então o
volume V deste sólido é dado por:

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Prova
1) Já sabíamos que , logo

2) Neste caso, a área A(x) da secção transversal


é um círculo, .

3) Observe que .

4) E portanto,

Analogamente, quando o eixo


de revolução é o eixo y e a fronteira da
região plana é dada pela curva x=g(y) e
o eixo y entre y=c e y=d , então o
volume V do sólido de revolução é
dado por

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Exemplo
Calcule o volume do sólido gerado pela rotação da região
definida pela função , no intervalo (1 ,2) ao redor do
eixo x.

Exemplo
Calcule o volume gerado pela parábola , quando
rotacionada em torno de eixo y, no intervalo (0,4).

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Método anéis circulares


O método do disco pode ser estendido para o método dos
anéis circulares. Este método surge quando a área a ser
revolucionada estiver limitada por duas funções.

Sejam f(x) e g(x) funções contínuas no intervalo [a,b] e


suponhamos que f(x) g(x) 0 para todo x deste intervalo. Então, o
volume gerado pela rotação em torno do eixo x, da região limitada
pelas curvas f(x) e g(x) e as retas x=a e x=b é dado por:

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Exemplo
Calcular o volume do sólido gerado pela rotação da região
compreendida entre as funções f(x)=x2 e g(x)=x+2.

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