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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
EDIFICAÇÕES
PROFESSOR
RODOLFO GONÇALVES OLIVEIRA DA SILVA
Edição
Julho/2012
Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG
Prof. Rodolfo G. Oliveira da Silva 1
Materiais de Construção I
Curso Técnico de Edificações
Campus Congonhas
Esta apostila é uma compilação de textos selecionados de vários autores, apresentando algumas partes
elaboradas pelo próprio autor. Ela tem como objetivo auxiliar o aluno no processo de construção do
conhecimento relativo aos Materiais de Construção.
E-mail: rodolfo.goncalves@ifmg.edu.br
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS MATERIAIS ............................................................................... 7
1.1 Grandeza e seus sistemas de unidades .......................................................................................... 7
1.1.1Sistemas de unidades ................................................................................................................ 7
1.1.2 Múltiplos e submúltiplos decimais .......................................................................................... 8
1.1.3 Alfabeto Grego ........................................................................................................................ 8
1.1.4 Correlação entre algumas unidades........................................................................................ 9
1.2 Propriedades e características dos materiais ............................................................................... 10
1.2.1 Massa Unitária e Peso Unitário ............................................................................................ 10
1.2.2Massa Específica e Peso Específico ....................................................................................... 11
1.3 Normalização .............................................................................................................................. 13
1.3.1 Condições de emprego .......................................................................................................... 14
1.3.2 Classificação dos materiais ................................................................................................... 15
1.3.3 Ensaios de materiais.............................................................................................................. 15
1.3.4 Normas Técnicas ................................................................................................................... 16
2. MATERIAIS CERÂMICOS .......................................................................................................... 19
2.1 Conceito ...................................................................................................................................... 19
2.2 Breve histórico ............................................................................................................................ 19
2.3 Argila........................................................................................................................................... 20
2.3.1 Grupo da caulinita ................................................................................................................ 21
2.3.2 Grupo da montmorilonita ...................................................................................................... 21
2.3.3 Grupo da ilita ........................................................................................................................ 21
2.3.4 Classificação ......................................................................................................................... 22
2.3.5 Propriedades ......................................................................................................................... 23
2.4 Fabricação dos produtos cerâmicos............................................................................................. 24
2.4.1 Extração da argila ................................................................................................................. 24
2.4.2 Preparo da matéria prima ..................................................................................................... 24
2.4.3 Moldagem .............................................................................................................................. 25
2.4.4 Secagem ................................................................................................................................. 26
2.4.5 Cozimento .............................................................................................................................. 27
2.5 Tipos de fornos ............................................................................................................................ 27
2.5.1 Forno contínuo tipo túnel ...................................................................................................... 28
6. VIDRO .................................................................................................................................... 67
6.1 Utilização do vidro ...................................................................................................................... 67
6.2 O vidro na construção ................................................................................................................. 67
6.3 Classificação do vidro ................................................................................................................. 68
6.3.1 Vidros coloridos e termo-refletores ..................................................................................... 68
6.3.2 Vidros impressos ou fantasia ............................................................................................... 69
6.3.3 Vidros de segurança ............................................................................................................. 69
7. PLÁSTICO ................................................................................................................................ 71
7.1 Vantagens e desvantagens dos plásticos ..................................................................................... 71
7.2 Pesquisa e aperfeiçoamento ........................................................................................................ 71
7.3 O plástico na construção civil ..................................................................................................... 72
7.3.1 Cloreto de Polivinila (PVC) ................................................................................................. 72
7.3.2 Fiberglass ............................................................................................................................. 72
7.3.3 Acrílico ................................................................................................................................. 73
7.3.4 Náilon ................................................................................................................................... 73
7.3.5 Neoprene .............................................................................................................................. 73
7.3.6 Poliestireno .......................................................................................................................... 73
7.3.7 Poliestireno expandido (Isopor)........................................................................................... 73
7.3.8 Polietileno ............................................................................................................................ 74
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 75
8. EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 756
Grandeza é uma entidade suscetível de ser medida, identificada por uma unidade de
medida. As grandezas estão presentes em vários campos do conhecimento: na física
(velocidade, tempo, força, pressão, etc.), na matemática (área, volume, etc.) e na química
(radiação, temperatura). As grandezas são normalmente classificadas em três grupos:
1.1.1Sistemas de unidades
Muitas letras do alfabeto grego são usadas para expressar várias grandezas, conforme
apresentado na Tabela 1.3.
As unidades que não pertencem ao Sistema Internacional deverão ser abolidas aos
poucos. Muitas, ainda, são e serão utilizadas por muito tempo devido ao forte enraizamento
no meio técnico, enquanto outras já se encontram em franco desuso. Veja a seguir, a
correlação entre várias unidades da mesma grandeza que ainda podem ser encontradas e
utilizadas:
Unidades de área:
1 ha (hectare) = 10000 m2
1 ac (acre) = 4000 m2
Unidades de comprimento:
1 ft (pé) = 30,48 cm
1” (polegada) = 2,54 cm
1 milha = 1609 m
Unidade de força:
1 kgf = 9,81 N (Muitas vezes arredondado para 10)
1 lbf (libra força) = 0,4536 kgf
1 dyn (dina) = 10-5 N
Unidade de massa:
1 t (tonelada) = 1000 kf
1 lb (libra) = 453,6 g
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Unidade de pressão:
1 MPa = 10 kgf/cm2
1 kgf/cm2 = 1 atm = 760 mm Hg = 10 m.c.a (metros de coluna de água)
Unidade volume:
1 dm3 = 1 L (litro)
1 m3 = 1000 L (litros)
1 gl (galão americano) = 3,6 L
1 mL = 0,001 L
M
Va
Onde:
ρ = massa unitária
M = massa do corpo de prova
Va = volume aparente
O peso unitário de um material é definido como a relação entre o peso deste material e
o volume aparente ocupado por ele.
P
Va
Onde:
peso unitário
P = peso do corpo de prova
Va = volume aparente
M
VR
Onde:
= massa específica
M = massa do corpo de prova
VR = volume real
P
VR
Onde:
= peso específico
O peso unitário ou massa unitária só existe para material granular, não tendo sentido
para material líquido. Para um mesmo material, quanto menor for o tamanho dos grãos, maior
será o peso unitário. A Tabela 1.4 apresenta os valores conhecidos para alguns materiais.
Aço 7,85
Água 1,00
Alumínio 2,70
Areia 2,60 a 2,70 1,45 a 1,55
Argila expandida 0,70 0,45 a 0,50
Asfalto 0,90 a 1,40
Brita 2,60 a 2,70 1,35 a 1,45
Bronze 8,90
Cal Hidratada 2,30 a 2,90 0,40 a 0,64
Cal virgem 3,00 a 3,60 0,88 a 0,96
Chumbo 11,34
Cimento 3,10 a 3,15 1,20 a 1,30
Cimento amianto 2,60
Cobre 8,96
Concreto 2,00 a 2,20
Cortiça 0,30
Estanho (Sn) - cinzento 7,29
Ferro 7,87
Gesso 2,70 1,25 a 1,45
Latão 8,30 a 8,70
Madeira leve 0,40 a 0,55
Madeira média 0,55 a 0,70
Madeira pesada 0,70 a 1,20
Mercúrio 13,60
Plásticos 0,92 a 1,30
Pó de Alumínio 2,70 1,15 a 1,30
Prata 10,5
Vermiculita 0,70 0,25
Vidro 2,20 a 2,65
1.3 Normalização
Os materiais de construção são tão antigos que suas idades se confundem com o início
da humanidade. Quando o homem pré-histórico passou a percebê-los e utiliza-los, podemos
dizer que, a partir de então, houve o início da evolução cultural e social dessa humanidade; e
que o uso e a descoberta de outros materiais sempre foram à força propulsora desta evolução.
E tudo devido ao domínio da técnica de utilização dos materiais de construção; e não
falamos com exclusividade dos materiais de construção de edificações, mas também dos
materiais de construção de roupas, de ferramentas, de armas, de remédios, e atualmente, os
empregados nos meios de comunicação.
Com tudo isso se verifica, de fato, um paralelismo entre o desenvolvimento de uma
civilização, em todos os seus aspectos (arte, ciência, construção, saúde, modo de vida) e o
domínio sempre crescente das técnicas de fabricação dos materiais e suas aplicações, que
impulsionam o conhecimento humano.
E, finalmente, é importante destacar que, assim como o homem num processo de
evolução, as ciências também; daí a importância do estudo dos materiais e suas aplicações,
que impulsionam o conhecimento humano.
Atualmente todos os materiais apresentam extrema importância e a competição entre
eles tem se tornada acirrada, já que o fator financeiro está sempre em evidência. Desta forma
as propriedades características conseguidas a partir de determinada técnica de fabricação,
aliada ao custo indica o material para uma ou outra aplicação.
Assim é nosso intuito apresentar para o estudo alguns materiais de construção,
principalmente, aqueles diretamente aplicados em maior escala nas edificações. O modo de
melhor compreendê-los por suas propriedades, nos permitirá adequá-los às situações exigidas
garantindo segurança, durabilidade e aplicação a custo compatível.
O Objetivo torna-se então procurar conhecer desses materiais:
Obtenção (extração, beneficiamento ou fabricação);
Caracterização (propriedades físicas, químicas e mecânicas);
Utilização (tecnologia de aplicação).
A resistência é a condição técnica de emprego que garante o suporte aos esforços que
serão impostos ao material, para os quais ele tenha sido projetado, principalmente os esforços
mecânicos de tração, flexão, compressão, cisalhamento e torção. Outras condições de
resistência dizem respeito à umidade, temperatura e agressividade do ambiente podem ser
tratadas em especificidade de caso.
A durabilidade é a garantia de que esta resistência perdurará por um razoável período,
que se resume na vida útil do material.
A trabalhabilidade é condição de utilização ligada ao fato do material poder ser
aplicado com segurança utilizando-se de ferramentas relativamente simples, oferecendo
tempo para o seu manuseio antes das transformações que irão ocorrer.
A higienicidade é a condição de aplicabilidade um material não ser nocivo à saúde do
homem ou dos animais. São higiênicos materiais que não causam incômodos (dores de
cabeça, vômitos, tonteiras, alergias, etc.) durante sua aplicação e, obviamente durante a sua
vida útil.
As condições econômicas referem-se aos custos de compra, aplicação e manutenção
do material. Repare, todavia, que muitas vezes custar pouco (barato) pode trazer despesas
onerosas a médio e longo prazo. As análises de preços são sempre feitas pelas condições
custo/benefício.
As condições estéticas são as condições de empregabilidade dos materiais no sentido
de serem conseguidas sensações agradáveis ao toque e a visão, no uso e na convivência do dia
a dia.
2. MATERIAIS CERÂMICOS
2.1 Conceito
De uma maneira mais ampla, pode-se definir a cerâmica como qualquer material
inorgânico, não-metálico, obtido geralmente após tratamento térmico em temperaturas
elevadas. São várias as matérias-primas das quais se podem produzir artigos cerâmicos. A
principal delas é a argila, definida como um material natural, terroso e fino que, ao ser
misturado com água, adquire certa plasticidade, tornando-se fácil de ser moldado. Depois de
moldado, o objeto é seco e, em seguida, cozido em alta temperatura, de onde resulta o produto
acabado. Em função de sua composição mineralógica, as argilas recebem diferentes
designações.
O emprego de produtos cerâmicos obtidos por processos artificiais é anterior à era
cristã. Os povos antigos produziam artefatos domésticos por processos de cozimento da
argila. A necessidade de construir usando pedras artificiais surgiu em lugares onde escasseava
a pedra e eram abundantes os materiais argilosos.
Para a fabricação de tijolos, telhas, lajotas, ladrilhos, peças sanitárias e outras
cerâmicas, observam-se as seguintes fases: extração da argila e composição; preparo da
matéria prima; moldagem; secagem e cozimento.
cerâmica onde foram encontrados diversos objetos de cerâmica, como vasilhas ovaladas,
travessas, potes redondos, vasos e urnas funerárias.
Os artefatos produzidos pelos indígenas brasileiros eram em geral destinados à
ornamentação e ao acondicionamento e transporte de líquidos e alimentos. Foram os
colonizadores portugueses que trouxeram as técnicas para produzir cerâmica utilitária, como
telhas e tijolos.
A primeira grande fábrica de produtos cerâmicos do Brasil foi fundada em São Paulo,
em 1893, por quatro irmãos franceses, a qual encerrou suas atividades em 1956. Durante os
últimos anos do século XIX e início do XX, as empresas cerâmicas passaram a especializar-se
em determinados tipos de produtos, o que gerou uma paulatina separação na classificação das
empresas entre olarias e “cerâmicas”. Assim, as olarias seriam as unidades produtoras de
tijolos e telhas, e as cerâmicas produziriam produtos mais “sofisticados”, como manilhas,
tubos, azulejos, louças, etc.
2.3 Argila
De uma maneira geral, as argilas são materiais terrosos naturais que, quando
misturados com a água, adquirem a propriedade de apresentar alta plasticidade. As argilas são
constituídas de partículas cristalinas extremamente pequenas, formadas a partir da
desagregação de um mineral chamado feldspato, que é bastante atacado pelas ações naturais,
originando, dessa forma, os argilo-minerais, constituindo a fração mais fina do solo.
Os argilo-minerais são silicatos hidratados de alumínio, ferro e magnésio e apresentam
estrutura complexa. Uma abordagem detalhada deste tema foge ao intuito desta apostila, uma
síntese do assunto, que permite compreender o comportamento dos solos argilosos perante a
água, é apresentada a seguir, tomando-se como exemplo três dos minerais mais comuns na
natureza (a caulinita, a ilita e a montmorilonita), que apresentam comportamentos bem
distintos, principalmente na presença de água.
De acordo com a ABNT, as argilas são compostas de partículas coloidais de diâmetro
inferior a 0,002 mm, com alta plasticidade quando úmidas e que, quando secas formam
torrões dificilmente desagregáveis pela pressão dos dedos.
Este grupo inclui diversos minerais: caulinita, haloisita, dickita, nacrita e outros. De
todos eles a caulinita é o que tem maior importância nos solos. A caulinita possui baixa carga
elétrica e fraco poder de retenção de água, em comparação com os minerais dos outros
grupos; praticamente não apresenta expansibilidade; torna-se plástica para teor de umidade
relativamente baixo.
Este grupo, tal como o da caulinita, contém vários minerais; montmorilonita, beidelita,
nontronita, saponita, hectorita etc., sendo o primeiro o mais importante embora alguns dos
outros possam ocorrer de forma proeminente em certos solos.
A montmorilonita apresenta-se, em geral, em massas irregulares de partículas
extremamente pequenas. Quando se conseguem observar pormenores das partículas
individuais, verifica-se que são constituídas por minúsculas lamelas empilhadas. Algumas
partículas têm espessura da ordem dos 2 m. Em comparação com as partículas de caulinita,
as de montmorilonita são bastante menores.
A montmorillonita é caracterizada por carga elétrica, poder de retenção de água e
expansibilidade elevados e torna-se plástica para um teor de umidade superior ao
correspondente à caulinita.
2.3.4 Classificação
2.3.5 Propriedades
As propriedades mais importantes nas argilas, como matéria prima para a cerâmica,
são a plasticidade, a retração e o efeito ao calor.
Plasticidade: É a propriedade de se deformar pela aplicação de uma determinada força e
manter essa deformação cessada a força. A plasticidade varia com a quantidade de água
misturada, com o tipo de argilo-mineral e com o tamanho dos grãos constituintes. É
resultante da força de atração entre as partículas de argilo-minerais e da ação lubrificante
da água.
Retração: Pode se classificado mais como um fenômeno inevitável durante a secagem e
queima da argila. Quando a argila começa a secar, ela perde inicialmente a água presente
na superfície, de uma maneira bastante rápida. Posteriormente, a água interna (vazios)
migra para a região seca (superfície). Os vazios inicialmente ocupados pela água se
retraem em função da presença do calor. A retração depende da quantidade de água
presente na mistura e da composição mineralógica das argilas. A retração não é uniforme,
deformando significativamente as peças.
Secagem e sinterização: É o processo de evaporação da água. Se a velocidade de
evaporação for maior que a migração da água no interior da argila, poderão ocorrer
Após a extração, a argila deve ser trabalhada de maneira a ser viável como matéria
prima. O preparo constitui-se nas misturas e na maceração, para eliminação de nódulos que
comprometeriam a qualidade do produto final. Nas pequenas olarias, de trabalhos manuais,
essa maceração é feita de maneira rudimentar com um moinho de tração animal. Nas olarias
de telhas, utiliza-se um equipamento denominado maromba.
Anteriormente ao processo de maceração, constitui parte do preparo o apodrecimento da
argila. O apodrecimento é feito em locais isentos de luminosidade e com excesso de umidade,
visando a fermentação das partículas orgânicas e o aumento da plasticidade.
2.4.3 Moldagem
A moldagem é feita por prensagem, que variam de 5 a 70 MPa. Este processo garante
produtos que boa qualidade e considerável resistência mecânica (azulejos, pisos, tijolos e
telhas).
Com pasta plástica consistente (10 a 30% de água):
Constitui-se no processo mais antigo de moldagem. A moldagem é feita em formas de
madeira ou torno de oleiro (vasos, potes, etc.).
Com pasta fuida (30 a 50% de água):
A moldagem é feita em formas porosas de gesso e, depois de seca, a peça se retrai e
descola da forma (porcelanas, louças sanitárias e peças de formato complexo). Este
processo é conhecido como barbotina.
2.4.4 Secagem
O material é levado a túneis que recebem o calor residual dos fornos (em torno de 40 a
150º C). As peças em trilhos que percorrem vagarosamente o túnel no sentido da menor
para a maior temperatura. Esta secagem, também é conhecida como forçada, é uma
alternativa bastante econômica pois aproveita o calor produzido nos fornos.
Secagem por radiação infra-vermelha:
Pouco usada em função do custo. Porém, para peças de alta precisão é recomendada pela
baixa retração e alto rendimento.
2.4.5 Cozimento
Os fornos tipo túnel costumam ter um ciclo de queima que varia de 26 horas a 40
horas, de acordo com o tipo de argila. Seu comprimento, largura e altura úteis dependem da
quantidade de tijolos que se quer produzir, podendo chegar a 140 metros de comprimento.
Podem ser utilizados combustíveis do tipo lenha, resíduo de madeira, resíduo agrícola, óleo
BPF, gás natural e gás GLP.
O material a ser queimado é depositado em cima de vagonetas em forma de pacotes,
que ficam estacionados ao lado do forno. O transportador mecânico transporta da linha de
estacionamento para a linha de câmara, num tempo de 20 a 60 minutos. O empurrador
hidráulico aciona automaticamente, empurrando uma contra a outra, obrigando-as a sair do
outro lado do túnel, repetindo a operação sucessivamente em regime contínuo.
O Forno Túnel é composto por três zonas na sua extensão, assim descritas:
Zona de Aquecimento:
O material tem um percurso de 40% do ciclo total. Nesta fase, ele se aquece
gradativamente, preparando-se para receber a temperatura máxima de queima.
Zona de Queima:
O percurso é de 30% do ciclo total, o material recebe a temperatura máxima aceitável,
transformando-se e adquirindo a coloração e resistência necessária.
Zona de Resfriamento:
O percurso é de 30% do ciclo total, o material recebe corrente de ar frio, numa proporção
extremamente controlada. Seu resfriamento deve ser tão lento quanto seu aquecimento,
eliminando a possibilidade de choque térmico no material.
estruturais apresentam a linha de meio-bloco, canaleta e meia-canaleta para vergas, para evitar
cortes e quebras.
São classificas basicamente por dois tipos: as planas e as curvas. Nas planas destaca-se
a “francesa” e a de escamas, que é uma placa mesmo. O nome das telhas conhecidas por
“francesas” é devido à origem destes empresários. Entre as curvas são comuns a “paulistinha”
e a “capa-canal”, dentro delas a “romana”, a “portuguesa” e a “italiana”. Devido à relativa
facilidade de se modificar a fabricação, surge, de vez em quando, algum outro tipo de telha.
Cuidado deve-se ter para a qualidade destas, estudando as possibilidades de utilização,
impermeabilidade, encaixe, etc.
As telhas cerâmicas não devem apresentar absorção excessiva, máxima de 20%, não
podem permitir a percolação e nem vazamentos nos encaixes. Admitem variação dimensional
de +/-2% e empenamento máximo de 5 mm. Quando percutir duas telhas, deve haver som
metálico.
Os azulejos e pisos são obtidos a partir de uma mistura de argilas, caulins, areia e
outros minerais (feldspato, quartzo, calcário, talco), prensando em moldes metálicos,
queimada a mais de 900ºC e esmaltada numa das faces pela fusão de um esmalte, geralmente
em segunda queima.
Os materiais de grês cerâmico são fabricados com argila bastante fusível. Bastante
mica e até 15% de óxido de ferro. Os tubos geralmente recebem tratamento para a vitrificação
através de dois processos. Um dos processos consiste na imersão em água com areia silicosa e
zarcão após a primeira cozedura. Na última queima essa mistura vitrifica-se. No entanto, o
processo mais comum consiste no lançamento de sal de cozinha no forno em alta temperatura,
formando uma película vitrificada de silicato de cálcio.
3. MADEIRAS
A madeira situa-se como material renovável e com aproveitamento total, exige pouca
energia para obtenção e produz pouca poluição quando industrializada. É o fato que a
extração predatória e técnicas primitivas justificam aparentemente as críticas dos que se
opõem a um uso mais intensivo da madeira na construção.
É um material excepcional como material de construção, além de ter consideráveis
qualidades como matéria prima para outros produtos industrializados, e que vem sendo
utilizada desde os primórdios da civilização. Diversas pesquisas têm sido desenvolvidas no
sentido de tratar a madeira para sua utilização em diversas etapas construtivas. As madeiras
em seu estado natural têm características próprias que podem ser alteradas com tecnologia
moderna.
A madeira como material de construção é depois do aço o material mais utilizado. É
utilizada de diversas formas em usos temporários, como: formas para concreto, andaimes e
escoramentos. De forma definitiva, é utilizada nas estruturas de cobertura, nas esquadrias
(portas e janelas), nos forros e pisos. A Tabela 3.1 apresenta o consumo da madeira nas
edificações no Estado de São Paulo, como exemplo.
responsável pelo transporte da seiva bruta das raízes para as folhas. Nem sempre esta
diferença é facilmente percebida, a mudança de cor pode ser tanto abrupta como gradual. O
cerne o alburno formam o lenho. Além do lenho, ainda compõem o tronco a casca, parte
exterior, responsável pela proteção e condução da seiva elaborada nas folhas para o tronco, e a
medula, que corresponde ao tecido mole e esponjoso na parte central do tronco.
Do lenho é retirado material para o desdobro (etapa final para transformar a medeira
em material de construção).
3.4.1 umidade
Após a extração da árvore, sua seiva permanece no material em três estados: a água de
constituição, a de impregnação (fibras e células lenhosas) e a livre. A madeira sendo deixada
em estufa à à uma temperatura de 100 à 150°C é considerada seca. Esta temperatura é
responsável pela retirada da água de impregnação e livre. A de constituição não pode ser
eliminada neste processo. A água de impregnação geralmente provoca um inchamento
considerável na madeira, alterando todo o comportamento físico e mecânico do material.
O teor de umidade (h) é definido considerando o peso da madeira na condição natural
(Ph) e o peso da madeira seca em estufa (Ps), conforme a equação abaixo.
Ph Ps
h 100%
Ps
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3.4.2 Retrabilidade
3.4.3 Densidade
Ph
Dh
Vh
Quanto maior a compacidade das fibras, maior a densidade. Geralmente varia com a
umidade e a posição do lenho
3.4.7 Durabilidade
A madeira, por ser um material fibroso, quando submetida a esforços de tração axial,
raramente rompe por tração pura; rompe, quase sempre, sob a ação de esforços secundários
que resultam da interrupção das fibras, fazendo o material romper por fendilhamento,
cisalhamento ou compressão normal.
A tração produz contrações transversais, que determinam um aumento de aderência
mútua das fibras, ao contrário da compressão, que provoca a separação das fibras e ruptura
por flambagem individual. Por isso, a ruptura por tração axial produz-se sob cargas mais
elevadas, da ordem de 2 a 4 vezes mais do que as que provocam ruptura por compressão.
A madeira beneficiada é obtida a partir das peças serradas, onde são trabalhadas por
meio de equipamentos que agregam valor às mesmas. Em geral, são trabalhadas por meio de
aplainamentos, molduramentos e torneamento.
São produtos da madeira beneficiada: forros, lambris, peças para assoalho, batentes de
portas, balaústres, rodapés e diversas madeiras com molduras.
As peças laminadas são obtidas a partir do cozimento das toras e seu posterior corte
em lâminas. As lâminas obtidas são destinadas à produção de compensados, revestimento de
divisórias e peças com fins decorativos.
Chapas de partículas: OSB (oriented strand boards): são formados por camadas de
partículas ou de feixes de fibras com resinas fenólicas, que são orientados em uma mesma
direção e então, prensados para sua consolidação. Cada painel consiste de três a cinco
camadas, orientadas em ângulo de 90 graus umas com as outras. Foram dimensionados
para suprir uma característica demandada, e não encontrada, tanto na madeira aglomerada
tradicional quanto nas chapas MDF – a resistência mecânica exigida para fins estruturais.
No Brasil, a produção de OSB é recente. Na construção civil, destacam-se usos em pisos,
divisórias (paredes), coberturas (telhados) e obras temporárias (tapumes e alojamentos).
4. TINTAS
4.1 Definição
4.2.1 Estabilidade
4.2.2 Rendimento
Látex PVA: produto à base de resina de acetato de polivinila, pigmentos e solventes. Sobre
reboco rende 10 a 12m² por litro e sobre massa corrida 12 a 15m² por litro, por demão.
Massa corrida: também à base de resina PVA, utilizada para nivelar e corrigir
imperfeições da superfície interna de reboco, rende de 2 a 3m² por litro.
Liquido selador: à base de resina de PVA, aditivos e solventes, indicado para selar paredes
internas de reboco absorvente, uniformizando a absorção. Rende 10 a 13m² por litro.
Liquido brilho: aplicado à ultima demão, para regular o brilho da parede, incolor após a
secagem, melhora as condições de lavabilidade.
Corantes: vendidos em frascos plásticos de 60 ml, bisnagas, para coloração de látex,
acrílico e tintas solúveis em água como caiação e outras em pó, e também para colorir
rejuntamentos de azulejos e pisos.
Látex acrílico: à base de resina acrílica estirenada, pigmentos, aditivos e solventes, indicado
para pinturas de reboco, blocos de concreto, amianto, massa acrílica, massa corrida e
repinturas. Rende 12 a 15m²/litro/demão.
4.3.4 Vernizes
Verniz filtro solar: à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, indicado para pintura
de superfícies internas e externas de madeira. Rende 8 a 12m² por litro, por demão.
Verniz poliuretano: também à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, para madeiras
internas e externas, mesmo rendimento.
Verniz copal: também à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, indicado para
interiores, mesmo rendimento.
Selador para madeiras: à base de resina nitrocelulose, aditivos e solventes, para preparação
das madeiras internas. Rende igual aos vernizes.
Este deve estar completamente curado, o que demora cerca de 28 dias. Caso contrario
a tinta poderá descascar, porque a impermeabilidade de tinta dificultará a saída da umidade e
as trocas gasosas necessárias a carbonatação (cura) do reboco, sem a qual este tende a
esfarelar-se sob a película da tinta, causando descascamento.
Rebocos fracos, com pouco cimento, apresentam superfícies pouco coesas, fato que se
verifica esfregando-se a mão sobre o reboco, constata-se a existência de partículas soltas,
grãos de areia. A pintura é feita com aplicação do selador seguidas de 2 demãos de látex. Se
desejar-se uma superfície nivelada, lisa, aplicam-se 2 demãos de massa corrida, lixadas, antes
do látex. Dependendo das condições da parede e da qualidade dos materiais, mais demãos
necessárias.se o reboco apresentar mofo, este deve ser eliminado com a escovação com água
sanitária.
Na primeira pintura deve-se lixar e eliminar farpas. Em seguida uma demão de branco
fosco e posterior acabamento com esmalte sintético. Para acabamento em verniz utiliza-se
inicialmente o selador para madeira, seguido de 2 ou mais demãos do verniz. Para nivelar as
superfícies, utiliza-se massa à óleo antes do esmalte, em pelo menos, 2 demãos, lixadas,
acabamento que se recebe o nome de laqueação.
No caso do aço e ferro fundido com superfícies novas, sem indícios de ferrugem
devem receber uma demão de fundo oxido de ferro, seguida das demãos de acabamento em
esmalte. Se já houver ferrugem, remove-la com lixa ou escova de aço, aplicar uma ou duas
mãos de zarcão ou cromato de zinco antes da pintura final.
Se desejar-se nivelar a superfície usa-se massa plástica, lixada. Também para eliminar
ferrugem pode-se fazer uso do PCF (Produto Convertedor de Ferrugens), seguido da pintura.
5. METAIS
Nos dias de hoje, a nossa sociedade encontra-se bastante dependente dos metais. Em
transportes, estruturas e ferramentas são usadas grandes quantidades de ferro fundido e aço.
Em quase todas as instalações elétricas é utilizado cobre. À nossa volta observa-se uma
crescente utilização de alumínio e de outros metais leves.
Calcula-se que o primeiro contato com os metais se deu na era neolítica, por volta de
6000 a 4000 anos AC, com o uso de óxidos vermelhos (de ferro) em corantes para rituais e
práticas funerárias, em decoração e polimento, assim como os minerais azuis e verdes (de
cobre) na Mesopotâmia e no Egito. O ouro, a prata e o cobre foram os primeiros metais a
serem descobertos, dado que existiam no seu estado nativo. O ouro estava bem distribuído à
superfície da Terra e era muito resistente à corrosão, pelo que o seu brilho atraiu a atenção do
Homem Primitivo.
O primeiro artigo de ferro manufaturado, que data de 1350 AC, foi uma lâmina de
punhal encontrada no túmulo do Faraó Tutankhamon. Este punhal foi encontrado no local de
maior importância e destaque do túmulo. O baixo teor de carbono encontrado no ferro
conferia-lhe uma grande resistência à corrosão e, por isso, foram encontrados pregos
praticamente intactos usados em navios Vikings que estavam enterrados há mais de 1000
anos. Os utensílios de ferro trabalhado produzidos em 3500 AC não eram muito melhores do
Geralmente, as ligas têm propriedades mecânicas e tecnológicas melhores que as dos metais
puros. Para a construção civil são importantes as propriedades citadas abaixo.
5.3.1 Aparência
5.3.2 Densidade
A densidade varia bastante de uma liga para outra. Geralmente varia de 2,56 a 11,45
kg/dm³ sendo que a platina atinge 21,40 kg/dm³.
De uma maneira geral, os metais são bons condutores. O cobre é o mais utilizado e
vem sendo substituído pelo alumínio por razões econômicas.
ii) um limite de elasticidade (y): é caracterizado pelo nível de tensão ou deformação que
provoca os primeiros movimentos irreversíveis das discordâncias;
É a resistência que o metal opõe a ruptura sob ação de uma carga instantânea. O ensaio
é feito por meio de um aparelho conhecido como Pêndulo de Charpy.
5.3.7 Dureza
plana, polida e limpa de um metal, por meio de uma carga F, durante um tempo t, produzindo
uma calota esférica de diâmetro d.
A dureza Brinell é representada pelas letras HB. Esta representação vem do inglês
(Hardness Brinell), que quer dizer dureza Brinell. A dureza Brinell (HB) é a relação entre a
carga aplicada (F) e a área da calota esférica impressa no material ensaiado (Ac). Em uma
linguagem apropriada matematicamente:
F
HB
Ac
5.3.8 Fadiga
5.3.9 Corrosão
A vida útil de um metal depende de sua resistência e da proteção que o mesmo tem
contra a corrosão, além, é claro, da resistência à fadiga, dos esforços que recebe, da ação de
fogo, variações de temperatura, etc. Quase todos os metais apresentam corrosão, exceção feita
ao ouro e à platina. A proteção contra a corrosão é de natureza bastante complexa, devendo
ser estudada para cada caso, sendo alguns métodos ou cuidados os seguintes:
escolha adequada do metal ou liga;
recobrimento por um óxido ou sal insolúvel e resistente, que impeça a troca eletrolítica;
capeamento metálico (p.ex.: niquelação, cromação, galvanização, etc.);
proteção catódica, que consiste em transformar a estrutura que se quer proteger em cátodo,
adicionando um ânodo conveniente;
não deixar em contato metais de potenciais diferentes. p.ex.: deve haver um isolante entre
telha de alumínio e o gancho de fixação, de aço;
pintura com tintas apropriadas
A liga mais utilizada na construção civil é o aço, pelo seu largo uso como armação nos
concretos ou como elemento estrutural (vigas, pilares, etc.). Estudaremos sucintamente outros
metais, citando suas principais características e usos.
5.4.1 Alumínio
5.4.2 Cobre
Largamente utilizado pelo homem neolítico (5.000 AC), tornando-se o substituto ideal
para a pedra na fabricação dos mais variados utensílios. No entando, o que realmente deu
Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG
Prof. Rodolfo G. Oliveira da Silva 60
Materiais de Construção I
Curso Técnico de Edificações
Campus Congonhas
importância ao metal avermelhado e brilhante foi a descoberta que, quando fundido com o
estanho, originavauma liga extremamente dura e resistente: o bronze.
Atualmente, a condutibilidade elétrica e térmica do metal, sua ductibilidade e
maleabilidade, bem como a resistência mecânica de suas ligas, são vastamente exploradas por
praticamente todos os ramos da indústria. Apresenta densidade entre 8,60 e 8,96 kg/dm³,
dureza Brinell 35, ruptura à tração entre 20 e 60 kg/mm², funde-se entre 1.050 e 1.200ºC.
Seus principais usos são: motores elétricos, telefones e telégrafos, circuitos elétricos,
tubulações, serpentinas de aquecimento ou refrigeração, coberturas, ornatos, etc.
O bronze é a liga com 85 a 95% de cobre e 15 a 5% de estanho. Utilizado em
ferragens e ornatos, bem como em máquinas, pela sua capacidade de deslizar, com baixo
coeficiente de atrito sobre o aço, dispensando até lubrificação.
5.4.3 Chumbo
O chumbo apresenta densidade entre 11,20 e 11,45 kg/cm³, ruptura à tração próxima
de 3,5 kg/mm², dureza Brinell 4,6 e funde-se a 327ºC. Formando liga com antimônio, tem
grande dureza e baixo ponto de fusão e era bastante utilizado na produção de caracteres
tipográficos. Utilizado na fabricação de bateriasi (placas dos acumuladores), tubos e conexões
para água e esgoto (em desuso), coberturas (impermeabilização), arremates, absorventes de
choque, etc.
Pela grande densidade é largamente utilizado no revestimento de ambientes onde são
manipuladas substâncias radioativas. Portas de salas de reatores, por exemplo, são blindadas
com o metal. As instalações radiológicas, bem como as mãos e o corpo dos operadores de
raio-X são defendidas por materiais onde o chumbo se faz presente.
Apresentação: em chapas, numeradas de 1 a 22 (6,7 a 56,33 kg/m²).
5.4.4 Zinco
Densidade entre 7,00 e 7,20 kg/dm³, dureza Brinell de 30 a 40, resistência à tração
16kg/mm², funde-se a 400/420ºC. As ligas de zinco podem ser divididas em dois grupos:
aquelas em que a porcentagem dos outros elementos de liga é inferior a 1%, ou seja, mais de
99% de zinco e, aquelas nas quais a porcentagem de outros elementos é superior a 1%. Ao
5.4.5 Ferro
Por isso, podem ser soldados e não sofrem demasiadamente com a exposição a chamas
moderadas em caso de incêndio.
Os aços encruados a frio são originalmente aços de dureza natural que passam por
algum processo para que tenham um incremento de resistência. Os processos mais utilizados
são os de tração e de torção.
Em termos de nomenclaturas, as especificações estabelecem uma distinção entre fios,
barras e cordoalhas. As barras são obtidas por laminação a quente, com bitola 5 ou superior,
podendo sofrer subseqüentemente um encruamento a frio.
Os fios (ou arames) são obtidos por trefilação ou processo equivalente, com bitola
12,5 ou inferior. As cordoalhas são um conjunto (feixes) de fios torcidos, utilizadas em
concreto protendido.
Bitola é a designação dos fios ou barras de determinado peso por unidade de
comprimento. O número puro com que se designa a bitola representa o valor arredondado em
milímetros do diâmetro da seção transversal nominal. Esta é a seção circular de uma barra
fictícia que possui o mesmo peso por metro linear, feita com aço de peso específico
7,85kgf/dm³.
Os aços que podem ser fabricados para uso em concreto armado (CA) são indicados
por CA seguido do número 25, 32, 40, 50 ou 60, que representa a tensão de escoamento
(classe A) ou o limite convencional a 0,2% de deformação permanente, em kgf/mm². Este
valor é designado por fyk, o índice y indicando o escoamento (yeld point) e o índice k
indicando que se trata de valor característico.
No ensaio de tração, os diferentes aços devem apresentar os seguintes resultados
mínimos para a tensão de escoamento:
• CA 25 – 25 kgf/mm²
• CA 32 - 32 kgf/mm²
• CA 40 – 40 kgf/mm²
• CA 50 – 50 kgf/mm²
• CA 60 – 60 kgf/mm²
O aço para concreto armado deve apresentar saliências, para garantir a sua aderência
ao concreto. A primeira exigência das normas a este respeito é que as saliências não permitam
a rotação da barra dentro do concreto. Além disso, as saliências são estudadas de maneira a
não haver concentração de tensões prejudicando a resistência à aderência ao concreto.
Conclui-se que a aderência é a transferência de carga aplicada numa barra para o concreto que
a circunda, possibilitando a fissuração do concreto em várias seções. Quando a aderência é
boa, aparecem muitas microfissuras, contrariamente se a aderência é ruim, aparecem poucas
fissuras de maiores dimensões, o que não é bom, pois desprotege-se a armadura.
As bitolas comerciais nos dão a proporção de que a seção transversal de uma barra é
igual a soma das áreas de duas barras imediatamente menores. Dessa forma, uma barra 12,5
pode ser substituída por uma barra 10 mais uma barra 8 (1,25cm², 0,80 + 0,50cm).
6. VIDRO
O vidro é um material que vem sendo utilizado pelo homem a mais de 5000 anos. A
partir do século XX as pesquisas tecnológicas permitiram desenvolver novos produtos,
consequentemente, a indústria da maior parte da produção do vidro deixa de ser artesanal.
No século XX o uso do vidro na construção cresceu rapidamente. Atualmente se utiliza
grandes áreas envidraçadas, prédios com fachada cortina, etc.; isto se deve basicamente a
redução de custo do produto.
O vidro pode ser definido como uma substância inorgânica, homogênea e amorfa,
obtida através do resfriamento de uma massa de fusão. Suas principais qualidades são a
transparência e a dureza. O vidro distingue-se de outros materiais por várias características:
não é poroso nem absorvente, é ótimo isolante, possui baixo índice de dilatação e
condutividade térmica. À primeira vista o vidro parece um sólido, mas sua estrutura interna
(Observada através do raio x), apresenta um arranjo de um líquido; no entanto, um líquido
abaixo do seu ponto de congelamento.
O material vidro está na construção civil sobre diversas formas: em janelas, portas, na
forma de blocos, chapas planas, chapas curvas, como elemento decorativo (espelhos e vidros
impressos), divisórias, etc. Os vidros modelados podem apresentar formas de telhas curvas e
francesas, ladrilhos quadriculados para piso de tijolos, dentre outros. Apresenta uma grande
variedade de tipos: comuns ou de qualidade superior, incolores ou coloridos, vidros com
desenhos ou padrões de superfície, vidros termo-refletores ou espelhados.
fogo, sendo considerado um material antichama. Reduz o risco de acidentes, pois, caso
quebre, não estilhaça, e os fragmentos mantêm-se presos à tela metálica.
7. PLÁSTICO
Outro aspecto importante é que muitas das aplicações dos plásticos são feitas a partir
de teorias utilizadas para outros materiais. Deve-se buscar um desenvolvimento de recursos
mais apropriadas no desenho industrial para a utilização dos plásticos de forma mais
adequada.
7.3.2 Fiberglass
Constituído por uma combinação de fibras de vidro com resina poliéster (às vezes é
usado epóxi ou melamina). O fiberglass forma uma estrutura semelhante ao concreto armado.
É um material que pode ter resistência superior às chapas de aço.
Apresenta diversas utilizações na construção civil, como: usos estruturais, painéis de
vedação, piscinas, revestimentos, peças especiais, etc. Devido a facilidade de adaptação a
processos industriais é de grande valor para a pré-fabricação, sendo utilizado em paredes
completas, banheiros, lavatórios e outras peças para pré-montagem. É empregado em grande
escala como telhas translúcidas, domos, abrigos para pontos de ônibus, quiosques, etc. Outra
aplicação importante na construção é na confecção de formas de concreto, principalmente
quando existe repetição de elementos.
7.3.3 Acrílico
Plásticos nobres, de qualidade ótica e aparência próxima aos vidros. São usados
basicamente em aparelhos de iluminação, pela perfeita difusão luminosa que proporcionam.
São empregados também em decoração como paredes divisórias, em portas de Box, etc. O uso
como domos de plásticos de iluminação zenital é crescente (seja opaco ou transparente), em
formas padronizadas redondas, quadradas ou retangulares.
7.3.4 Náilon
7.3.5 Neoprene
7.3.6 Poliestireno
7.3.8 Polietileno
Material de baixo custo e facilidade para ser trabalhado. É flexível e apresenta baixa
resistência mecânica e baixa resistência ao calor. Utilizando como tubulações e em folhas
como proteção de materiais contra intempéries.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZENID, G. J. (2009). Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil. IPT. São Paulo.
8. EXERCÍCIOS
LISTA 1
LISTA 2
(g) (h)
5) Um alqueire mineiro são 48.400 m2. Uma chácara retangular, tem 1,0 alqueire e mede
100 de frente. Quanto ela mede de fundo?
8) Uma empresa possui um terreno com 2,1 km2. O projeto prevê a construção de um galpão
com 1200 m2. Qual será a área restante do lote que poderá ser usada para outras
atividades?
10) Sabendo-se que a área de um quadrado é 42,25 m2. Determine seu perímetro.
12) O reservatório da figura abaixo deve ser construído para armazenar combustível. Se a
tubulação de alimentação do reservatório possui uma vazão de 2,0 litros/s, determine:
(a) Qual será o tempo necessário para encher todo o reservatório?
(b) Se o reservatório estiver vazio e começar a encher, depois de 3 horas, qual será a
altura do reservatório preenchida pelo combustível?
13) Na forma espacial abaixo, ABDE e CDEF são retângulos e AEF e BDC são triângulos
retângulos iguais. Além disso, AE = 8 m, EF = 6 m, AF = 10 m e ED = 5 m. Seria
possível preencher todo o objeto com 12 m3 de concreto?
14) Durante os serviços de topografia para a medição de um terreno foram obtidos os dados da
figura abaixo. Determine a área total do lote (as dimensões do comprimento estão em
metros).
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
LISTA 3
1. Determine o volume de areia, com peso unitário de 1,45 kgf/dm3, que é transportada
por um caminhão sabendo-se que a sua carga é de 10,20 toneladas.
4. De quanto é a carga de um caminhão que transporta 6,5 m3 de uma areia cuja massa
unitária vale 1,55 kg/l?
5. Quantas toneladas de brita, que possui massa unitária de 1,40 kg/dm3, cabem num
silo (local de armazenagem) com as seguintes dimensões:
Base quadrada: 2,5 m x 1,4 m;
altura: 1,5 m.
Dados:
Cimento
= 3,10 kg/dm³;ρ = 1,20 kg/dm³.
Areia
= 2,65 kg/dm³; ρ = 1,50 kg/dm³.
Brita
= 2,60 kg/dm³ ; ρ = 1,40 kg/dm³.
Água
= 1,00 kg/dm³.
7. Calcule o transporte de 85 m³ de areia por um caminhão que tem sua carroceria com
1,5 m de largura, 2,6 m de comprimento e 90 cm de altura, sabendo-se que a máxima
carga transportada pelo caminhão é de 4 toneladas. Pelas condições citadas acima
responda:
a) Qual o número viagens necessárias para transportar todo o material,
respeitando a capacidade de volume e peso do caminhão;
b) Qual será a altura máxima a ser utilizada da carroceria para transportar a areia?
Dados: areia (massa específica: = 2,65 kg/dm³ e massa unitária: ρ = 1,50 kg/dm³)
8. Uma laje com 12cm de espessura irá ser concretada, cujas dimensões (em
centímetros), estão citadas na figura abaixo. Resolva:
a. Calcule a área de toda a laje;
b. Calcule o volume de concreto necessário para preencher toda a laje.
LISTA 4
1) Um cilindro tem 5 cm2 como área da base e 20 cm de altura, sendo sua massa igual a 540
g. Esse cilindro é oco, tendo a parte oca central a forma de um paralelepípedo de volume
de 64 cm3. Determine a massa unitária (ρ) do cilindro e a massa específica () da
substância de que é feito o cilindro.
2) Um bloco cúbico de aço pesa 19625 kgf. Determine as dimensões, em metros, do bloco.
4) Uma proveta tinha 8,75 mL de água destilada. Ao colocar uma peça de metal com massa
de 10 g dentro da proveta, o volume de água subiu para 10 mL. Qual a massa específica
do metal, em g/cm3?
5) Quando se deixa cair uma peça de metal com massa 112,32 g em um cilindro graduado
que contém 23,45 mL de água, o nível da água sobe para 29,27 mL. Qual a densidade do
metal, em kgf/m3.
6) Qual o volume, em cm3, que ocupa uma amostra de prata que tem a massa de 2,5 kg?
7) Um recipiente com volume de 3 m3 comporta 4500 kgf de areia. Qual a massa unitária da
areia?
9) Uma placa de cobre (2m x 2m) tem 4,8 cm de espessura está apoiada sobre uma mesa. Se
a placa de cobre for substituída por uma de aço de mesma dimensão (2m x 2m), qual
deverá ser a espessura da placa de aço para que o peso sobre a mesa seja o mesmo?
10) Um reservatório de água possui 5,5 m de altura e 3,1 m de diâmetro. Qual a quantidade
de água, em litros, que poderá armazenar esse reservatório? Quantos caminhões pipas
(capacidade de 7000 L) serão necessários para encher todo o reservatório?
11) Uma placa quadrada com 50 cm de espessura consumiu 1,125 m3 de concreto para ser
construída. Determine as dimensões da placa.
12) Quantos m3 de concreto serão necessário para concretar 15 pilares, com 3,0 m de altura
cada e com seção transversal de 20 cm x 30 cm?
13) Um silo cilíndrico com 2,5 m de diâmetro deve estocar 25 toneladas de cimento. Qual
deverá ser a altura mínima do silo? Dados: (ρcimento = 1,20 kg/dm3).
14) O cilindro oco, mostrado na figura abaixo, tem uma massa de 118,75 toneladas.
Consultando os valores fornecidos pela tabela, descubra de que material o mesmo foi
provavelmente fabricado.
Aço 7,85
Chumbo 11,34
Latão 8,30
Concreto 2,20
Plástico 1,30
RESPOSTAS
LISTA 1
1) 72 m2 e 216000 litros.
2) 425 m2. Sim.
3) 9,36 m3
4) (1,20m x 1,70m). Altura = 1,20m e Largura = 1,70 m.
5) 7,0 m3
6) 16 litros.
7) 28,19 m.
_________________________________________________________________________
LISTA 2
2)
a- 33,29 m2 d- 75,86 m2 g- 73,24 m2
2 2
b- 1,93 m e- 69,33 m h- 76,20 m2
2 2
c- 19,63 m f- 125,73 m
3) Não, pois a capacidade de armazenamento do reservatório é menor do que o consumo
previsto.
4) 121170,00 litros.
5) 484 m.
6) a- 16,32 m3 ;
b- 75 viagens.
7) 760 peças cerâmicas.
8) 2,0988 km2
9) a- Regular (a taxa de ocupação da construção é menor do que o permitido)
b- 80 m2
c- 82 m.
10) 26,00 m.
11) a- 1500 m2 ; b- 8.666.667 garrafas.
12) a- Aproximadamente 12 horas e três minutos (723 minutos) ; b- 99,5 cm.
13) Não, pois o objeto possui um volume total de 120 m3.
14) 126 m2
___________________________________________________________________________
LISTA 3
1) 7,03 m3
2) 10,395 t
3) 8,00 m3
4) 10,075 t
5) 7350 kg
6) 1,91 m3
7) a- 32 viagens; b- 71,1 cm.
8) a- 78,44 m2; b- 9,41 m3.
___________________________________________________________________________
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Materiais de Construção I
Curso Técnico de Edificações
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LISTA 4