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Teste A1

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

GRUPO DISCIPLINAR DE HISTÓRIA


10.º ANO
6.º TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVO
ESCOLA SECUNDÁRIA DE SÃO JOÃO DO
DISCIPLINA: História B
ESTORIL Duração: 90 mn +
10 mn de tolerância
ANO LETIVO 2017/2018 Professor: Jorge Penim de Freitas

 Identifique claramente os grupos e os itens a que responde.


 Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.
 É interdito o uso de «esferográfica-lápis» e de corretor.
 As cotações da prova encontram-se na página 6.
 Nos itens de resposta aberta com cotação igual ou superior a 20 pontos, cerca de
10% da cotação é atribuída à comunicação em língua portuguesa.

Documento 1
1851 1911
Países População População População População
total urbana (%) total urbana (%)
Reino Unido 27 900 000 52 45 000 000 78,1
França 35 700 000 25,5 41 100 000 44,2
Rússia 55 000 000 7,8 141 000 000 19,6
Estados Unidos 17 000 000 10,8 150 600 000 45,7

1. Indique, na folha de respostas, qual a alínea com a afirmação mais correta em relação aos
fatores que estiveram na origem do rápido crescimento urbano:

(A) Crescimento natural das populações; aumento da área cultivada; necessidade de


menos mão de obra.
(B) Crescimento natural das populações; êxodo rural; concentração de indústrias e
serviços nas áreas urbanas.
(C) Aumento das indústrias e serviços nas áreas urbanas; divulgação do controlo da
natalidade; ausência de cuidados de saúde.
(D) Concentração das indústrias e dos serviços nas áreas urbanas; melhoria dos
transportes; aumento da mortalidade nos meios rurais.

Documento 2 – Imigrantes polacos desembarcam em Ellis Island, Nova Iorque, c. 1870

2. Exponha dois motivos que estiveram na origem da emigração europeia para os Estados
Unidos da América a partir da segunda metade do século XIX.

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Documento 3 – Andrew Carnegie (1835-1919), um self-made man
Andrew Carnegie nasceu em Dumferline na Escócia, veio para os Estados Unidos num
barco de emigrantes, foi empregado na bobinagem de uma fiação e nas caldeiras, foi
carregador de despachos em Filadélfia, aprendeu o código Morse, tornou-se telegrafista
militar durante a Guerra Civil e foi sempre amealhando o seu pé de meia; desde que tivesse
um dólar punha-o a render. Andrew Carnegie comprou ações da Adams Express e da Pullman
quando estavam baratas. Tinha confiança nos caminhos de ferro, nas comunicações, nos
transportes, no ferro. […] Apostava no petróleo, apostava no aço. Economizou sempre; assim
que atingia um milhão de dólares, punha-o a render.
(John dos Passos, escritor norte-americano, (1896-1970), Paralelo 42.º, 1930)

Documento 4 – A educação dos jovens burgueses


O jovem burguês obtém o seu diploma após sete anos de estudos secundários, quer
nos liceus […], quer nos estabelecimentos privados […] Em princípio, o jovem burguês está
obrigado ao serviço militar […]. Acabado o liceu, pode começar os estudos superiores nas
faculdades de Direito ou de Medicina […]. Pode também entrar num negócio de família. De
qualquer das formas não chega jovem ao mercado do casamento. Para uma jovem da
burguesia a questão dos estudos superiores não se põe, está destinada ao casamento.
(Anne-Marie Fugier, “Os ritos da vida privada burguesa”, in História da vida privada, Círculo de
Leitores, 1990)
(Yves Lequin, 1982, As Hierarquias da Riqueza e do Poder)

Documento 5 – A importância político-social das classes médias


Aquilo a que se chama, à falta de melhor, “classes médias” corresponde a uma série de
camadas sociais e profissionais que só têm em comum o viverem de outra coisa […] que não o
trabalho dos seus braços. […] A unidade das classes médias reside num conservadorismo social
que pretende preservar a todo o custo situações adquiridas […]; e olham, muito naturalmente,
para as altas camadas da sociedade, garante de uma hierarquia onde têm o seu lugar.
(Yves Lequin, 1982, As Hierarquias da Riqueza e do Poder)

Documento 6 – As condições de vida do operariado


A duração da jornada de trabalho, os alimentos, o vestuário, a habitação, o
aquecimento; mistura dos sexos nas oficinas, a iniciação prematura dos jovens e das crianças
ao que se passa de mais íntimo entre o homem e a mulher; os costumes, os hábitos… são aqui
os mesmos que em qualquer lugar. Acresce, no entanto, que os operários de Rouen são,
depois dos de Lille, os mais mal alojados de que tenho conhecimento: eles habitam, em geral,
nas ruas estreitas, em casas sujas, húmidas, mal divididas, muitas vezes de madeira, com
quartos pequenos e escuros.
(Villermé, Tableau de l’état physique et moral des ouvriers, Paris, 1840)

3. Desenvolva, a partir dos documentos de 3 a 6, o seguinte tema:

Unidade e diversidade da sociedade oitocentista.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, dois aspetos de cada um dos
seguintes tópicos:
 A condição burguesa: valores e comportamentos.
 O incremento das classes médias.
 A condição operária: salários e modos de vida.

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4. Associe cada uma das expressões da coluna A às frases correspondentes que constam na
coluna B. Escreva, na folha de respostas, apenas as letras e os números correspondentes.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
COLUNA A COLUNA B

(A) Associativismo. (1) Corrente ideológica que defende reformas económicas e sociais, rejeitando
o uso da violência, a criação de cooperativas de produção e de consumo e a
(B) Sindicatos. entrega dos assuntos do Estado a uma elite esclarecida, que governaria de
forma a proporcionar uma maior justiça social.
(C) Cooperativas.
(2) Associação de trabalhadores para defesa dos seus interesses profissionais,
lutando por melhores salários e condições de trabalho, recorrendo, se
necessário, à greve para pressionar a entidade patronal.

(3) Associações de produtores ou de consumidores, que tinham como principal


objetivo a proteção dos interesses comuns, eliminando a concorrência e
distribuindo de forma equitativa os lucros.

(4) Associações de socorros mútuos, formadas pelas quotas dos seus


associados, destinadas a prestar assistência na doença, no desemprego e em
situações de acidentes de trabalho.

(5) Associação destinada a coordenar a união e a solidariedade entre os


trabalhadores de todo o mundo.

Documento 7
A História de toda a sociedade até aos nossos dias não é mais do que a História da luta
de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e
companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa
guerra ininterrupta. […] A sociedade burguesa moderna divide-se em duas classes
diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado […].
À medida que a burguesia, isto é, o capital, cresce, desenvolve-se também o
proletariado, a classe dos operários modernos […]. Estes operários são obrigados a venderem-
se em cada dia que passa tal como uma mercadoria e, como qualquer outro artigo de
comércio, estão, consequentemente, expostos a todas as vicissitudes da concorrência, a todas
as flutuações do mercado. […]
Os proletários nada têm de próprio, nada têm a perder, e a sua missão é a de destruir
todas as anteriores garantias de propriedade privada […]. O proletariado servir-se-á da
supremacia política para retirar a pouco e pouco todo o capital à burguesia, para centralizar
todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado, quer dizer, no proletariado
organizado em classe dominante […]. [Os comunistas] proclamam abertamente que os seus
fins só poderão ser atingidos pela transformação violenta de toda a ordem social […]. Que as
classes dirigentes tremam à ideia de uma revolução comunista. Os proletários não têm nada a
perder, senão as cadeias. Têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos.
(Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto do Partido Comunista, 1848)

5. Enuncie três ideias do socialismo marxista presentes no documento 5.

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Documento 8
Tenho a honra de submeter respeitosamente à votação desta assembleia uma petição
assinada por 3.315.752 pessoas das classes trabalhadoras deste país. Os cidadãos do Reino
Unido abaixo assinados, exigem:
- Um governo estabelecido para benefício e proteção de todos e ao qual todos têm o
dever de obedecer e apoiar, pelo que se conclui que todos deveriam aí ser representados […].
Até aqui a nossa venerável assembleia não tem sido eleita pelo povo, representando apenas
pequenos grupos agindo em benefício de uma minoria sem ter em conta as misérias, injustiças
e reclamações da maioria […]. A população da Grã-Bretanha e da Irlanda conta hoje cerca de
26 milhões de habitantes, e deste número apenas um pouco mais de 900.000 teve direito de
voto na última eleição de deputados […].
(Thomas Duncombe, Petição à Câmara dos Comuns, 1842)

6. O conteúdo do documento 8 refere-se…

(A) à necessidade do respeito pelos nacionalismos, nomeadamente o irlandês.


(B) à necessidade da unificação política do Reino Unido.
(C) à necessidade de estabelecimento do sufrágio universal.
(D) à necessidade de estabelecer um governo republicano, com o voto de todos os
habitantes da Grã-Bretanha e da Irlanda.

Documento 9
Pelo facto de se pagar imposto, tem-se o direito de participar no estabelecimento do
imposto. Sendo tributável, deve ser-se eleitor. Os direitos, as funções largamente
recompensadas pertencem apenas aos homens. A mulher encontra-se ainda
discricionariamente sujeita ao imposto e à corveia, uma vez que, participando no ónus
ordinário, não é consultada para as disposições comuns. Recusais o voto às mulheres sob o
pretexto de que elas votariam pelos padres e jesuítas – o que não está demonstrado – e não
temeis que os padres e os jesuítas possam votar. Então não imaginais que os padres e os
jesuítas votam neles próprios?
Republicanos, que vos julgais radicais, socialistas, que negais o direito político da
mulher; vós sois autocratas, vós negais a liberdade, vós negais a igualdade. Pensais poder
estabelecer seriamente um governo republicano conservando escravas que tornarão a França
um país continuamente em estado de fermentação?
(Hubertine Auclert (1848-1914), militante feminista francesa, 1878)

7. Partindo do documento 9, exponha dois motivos que levavam as forças políticas, tanto as
mais tradicionalistas como as mais progressistas, a negar o direito de voto às mulheres.

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Documento 10
Os eslavos da Bósnia e os da Sérvia, que lutam ao mesmo tempo e pela mesma causa
contra a vontade de domínio de Viena [de Áustria], tomaram consciência, mais do que nunca,
da sua solidariedade. A ideia de uma união dos povos jugoslavos [ou eslavos do Sul] fez
progressos nos espíritos.
[…] Os eslavos da Bósnia não pretendem ter escapado ao domínio dos Turcos para cair
sob o dos Austríacos. Eles reivindicam o seu direito à liberdade.
(Artigo publicado em Revue des Deux Mondes, 1906)

8. O documento 10 refere-se…

(A) ao desejo de liberdade e independência dos Bósnios e dos Sérvios, admitindo a


concretização de uma união com outros povos eslavos do Sul.
(B) ao desejo de liberdade dos Bósnios, admitindo serem integrados no Império
Austro-Húngaro juntamente com outros povos eslavos do Sul.
(C) ao desejo dos povos eslavos do Sul se unirem ao Império Turco para escaparem ao
domínio do Império Austro-Húngaro.
(D) ao desejo dos eslavos da Bósnia se tornarem independentes da Sérvia, da Áustria-
Hungria e do Império Turco.

Documento 11
As colónias representam, para os países ricos, um investimento vantajoso de capitais.
Mas, Senhores, há um outro lado mais importante nesta questão, que domina aquilo em que
acabo de falar. A questão colonial é, para países dependentes da exportação colonial, como o
nosso, uma questão de mercados. […] No tempo em que estamos e na crise que atravessam
todas as indústrias europeias, a fundação de uma colónia é a criação de um mercado. […]
Senhores, há um segundo ponto, que eu devo igualmente abordar: é o lado humanitário e
civilizador da questão. […] É preciso dizer abertamente que as raças superiores têm […] o dever
de civilizar as raças inferiores.
(Jules Ferry, político republicano francês, Discurso na Câmara dos Deputados, em 28 de julho
de 1885)

9. Exponha duas motivações imperialistas expressas no documento 11.

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Documento 12 – A Conferência de Berlim, 1884-1885 (cartoon)

10. A Conferência de Berlim de 1884-1885 estabeleceu…

(A) a partilha de África entre as várias potências europeias e os EUA, segundo o


princípio da ocupação efetiva dos territórios; só os países que conseguissem manter
uma presença colonial e militar nesses territórios seriam reconhecidos como potências
dominantes sobre os mesmos.
(B) a partilha de África entre a Alemanha e o Reino Unido, baseados na ocupação
efetiva dos territórios, com presença militar e colonial; isto deixou de fora outros
países europeus com pretensões colonialistas.
(C) a partilha de África segundo o princípio da ocupação histórica; os países cuja
presença fosse mais antiga em África, como o caso de Portugal, tinham direito a verem
reconhecidas as suas colónias pelas outras potências.
(D) a partilha de África segundo o princípio da ocupação efetiva dos territórios; só os
países europeus que conseguissem manter uma presença colonial e militar nesses
territórios seriam reconhecidos como potências dominantes sobre os mesmos.

Cotações
Questão Cotação Questão Cotação
1. 6 6. 6
2. 30 7. 30
3. 50 8. 6
4. 6 9. 30
5. 30 10. 6

Total 200

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