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O que é Esquistossomose?
A esquistossomose é uma doença parasitária causada
pelo Schistosoma mansoni. Inicialmente a doença é
assintomática, mas pode evoluir e causar graves problemas de
saúde crônicos, podendo haver internação ou levar à morte. No
Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como
“xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”.
A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com
água doce onde existam caramujos infectados pelos vermes
causadores da esquistossomose. Os vermes, uma vez dentro
do organismo da pessoa, vivem nas veias do mesentério e do
fígado. A maioria dos ovos do parasita se prende nos tecidos
do corpo humano e a reação do organismo a eles pode causar
grandes danos à saúde.
O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros
sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é de duas a
seis semanas.
IMPORTANTE: A infecção por esquistossomose é prevalente
em áreas tropicais e subtropicais, em comunidades carentes
sem acesso a água potável e sem saneamento adequado.
Milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de patologias
graves em consequência da esquistossomose.
Como a Esquistossomose é transmitida?
Para que haja transmissão é necessário um indivíduo infectado
liberando ovos de Schistosoma mansoni por meio das fezes, a
presença de caramujos de água doce e o contato da pessoa
com essa água contaminada. Quando uma pessoa entra em
contato com essa água contaminada, as larvas penetram na
pele e ela adquire a infecção.
Alguns hábitos como nadar, tomar banho ou simplesmente
lavar roupas e objetos na água infectada favorecem a
transmissão. A esquistossomose está relacionada ao
saneamento precário.
A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das
formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose
uma grande relevância como problema de saúde pública.
Fase tardia
=> Formas crônicas – iniciam-se a partir do sexto mês após a
infecção, podendo durar vários anos. Podem surgir os sinais de
progressão da doença para diversos órgãos, chegando a atingir
graus extremos de severidade, como hipertensão pulmonar e
portal, ascite, ruptura de varizes do esôfago. As manifestações
clínicas variam a depender da localização e intensidade da
carga parasitária, da capacidade de resposta do indivíduo ou
do tratamento instituído. Apresenta-se nas seguintes formas
clínicas:
=> Hepatointestinal – Em geral, nesta forma da doença as
pessoas não apresentam sintomas e o diagnóstico torna-se
acidental, quando o médico se depara com a presença de ovos
viáveis de S. mansoni no exame de fezes de rotina. Nas
pessoas com queixas clínicas, a sintomatologia é variável e
inespecífica: desânimo, indisposição para o trabalho, tonturas,
cefaleia e sintomas distônicos. Os sintomas digestivos podem
predominar: sensação de plenitude, flatulência, dor epigástrica
e hiporexia. Observam-se surtos diarreicos e, por vezes,
disenteriformes, intercalados com constipação intestinal
crônica. Esse quadro clínico, exceto pela presença de sangue
nas fezes, não difere do encontrado em pessoas sem
esquistossomose, mas com a presença de outras parasitoses
intestinais.
=> Hepática – a apresentação clínica dos pacientes pode ser
assintomática ou com sintomas da forma hepatointestinal. Ao
exame físico, o fígado é palpável e endurecido, à semelhança
do que acontece na forma hepatoesplênica. Na
ultrassonografia, verifica-se a presença de fibrose hepática,
moderada ou intensa.
=> Hepatoesplênica - Apresenta-se de nas formas:
compensada e descompensada ou complicada.
=> Hepatoesplênica compensada – a característica
fundamental desta forma é a presença de hipertensão portal,
levando à esplenomegalia e ao aparecimento de varizes no
esôfago. Os pacientes costumam apresentar sinais e sintomas
gerais inespecíficos, como dores abdominais atípicas,
alterações das funções intestinais e sensação de peso ou
desconforto no hipocôndrio esquerdo, devido ao crescimento
do baço. Às vezes, o primeiro sinal de descompensação da
doença é a hemorragia digestiva com a presença de
hematêmese e/ou melena. Ao exame físico, o fígado encontra-
se aumentado. O baço aumentado mostra-se endurecido e
indolor à palpação. Esta forma predomina nos adolescentes e
adultos jovens.
=> Hepatoesplênica descompensada – considerada uma das
formas mais graves da esquistossomose mansoni, responsável
por óbitos por essa causa específica. Caracteriza-se por
diminuição acentuada do estado funcional do fígado. Essa
descompensação relaciona-se à ação de vários fatores, tais
como os surtos de hemorragia digestiva e consequente
isquemia hepática e fatores associados (hepatite viral,
alcoolismo).
Existem, ainda, outras formas clínicas: vasculopulmonar, a
hipertensão pulmonar, verificadas em estágios avançados da
doença e a glomerulopatia. Dentre as formas ectópicas, a mais
grave é a neuroesquistossomose
(mielorradiculopatiaesquistossomótica), caracterizada pela
presença de ovos e de granulomas esquistossomóticos no
sistema nervoso central. O diagnóstico é difícil, mas a suspeita
clínica e epidemiológica conduz, com segurança, ao
diagnóstico presuntivo. O diagnóstico e a terapêutica precoces
previnem a evolução para quadros incapacitantes e óbitos. A
prevalência dessa forma nas áreas endêmicas tem sido
subestimada.
=> Outras localizações – são formas que aparecem com menos
frequência. As mais importantes localizações encontram-se nos
órgãos genitais femininos, testículos, na pele, na retina, tireóide
e coração, podendo aparecer em qualquer órgão ou tecido do
corpo humano, uma vez que a esquistossomose mansoni é
considerada uma doença granulomatosa.
=> Forma pseudoneoplásica – a esquistossomose pode
provocar tumores que parecem neoplasias e, ainda,
apresentarem doença linfoproliferativa.
=> Doenças associadas que modificam o curso da
esquistossomose – salmonelose prolongada, abscesso
hepático em imunossuprimidos (AIDS), infecção pelo vírus t-
linfotrópico humano- HTLV), pessoas em uso de
imunossupressores e outras hepatopatias: virais, alcoólica
entre outras.
No mundo
A esquistossomose mansoni é uma doença de ocorrência
tropical, registrada em 54 países, principalmente na África e
Leste do Mediterrâneo, atinge as regiões do Delta do Nilo e
países como Egito e Sudão.
Nas Américas
Atinge a América do Sul, destacando-se a região do Caribe,
Venezuela e Brasil.
No Brasil
Estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em
áreas sob o risco de contrair a doença. Os estados das regiões
Nordeste e Sudeste são os mais afetados sendo que a
ocorrência está diretamente ligada à presença dos moluscos
transmissores.
Atualmente, a doença é detectada em todas as regiões do país.
As áreas endêmicas e focais abrangem os Estados de Alagoas,
Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte (faixa litorânea),
Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais
(predominantemente no Norte e Nordeste do Estado).
No Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo,
Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito
Federal, a transmissão é focal, não atingindo grandes áreas
(Figura 1).
Distribuição da esquistossomose, de acordo com a faixa
de positividade, por município. Brasil, 2008 – 2017
Número de casos na área endêmica - Brasil, por Região e
Unidade Federada. 2008 a 2017
Número de casos na área não endêmica - Brasil, por
Região e Unidade Federada. 2007 a 2017
Número de internações por esquistossomose. Brasil, por
Região e Unidade Federada. 2000 a 2017
Número de Óbitos por esquistossomose. Brasil, por Região
e Unidade Federada. 2000 a 2017
Viajantes e a esquistossomose
A esquistossomose é uma doença cuja transmissão ocorre em
área rural e nas periferias das cidades relacionada ao déficit no
saneamento. Nesse sentido, é importante que as pessoas que
vão fazer turismo ecológico e esportes radicais em qualquer
município, se informem nas Secretarias Municipais de Saúde,
sobre as coleções hídricas que representam risco para contrair
a doença.
Ascaridíase