SEMANA 09 e 10 - AULA 08 e 09
MICROBIOLOGIA II
Generalidades
Generalidades
PARASITologia!
Os parasitos são seres vivos que passaram um por
processo de involução, perdendo órgãos vitais.
Estes seres se encontram em dois polos, a presa e o
predador. Porém, não se converteram em nenhum dos
dois, e sim, adaptam-se entre os dois polos para poder
interagir em ambos, se alojando e nutrindo.
Dessa forma, se estabelece algumas das seguintes
relações:
Simbiose ou Mutualismo - associação de dois
organismos, onde o beneficio é mutuo. Não existe
relação de mutualismo entre os parasitos.
Comensalismo - associação de dois organismos,
onde um se beneficia, mas não prejudica o outro. Ex:
Entamoeba coli no intestino grosso humano.
Este tipo de relação é comum entre bactérias e o organismo
humano, sendo também a principal forma de relação dos
parasitos, porém estes não formam parte da microbiota normal.
A maioria dos casos de infecções parasitarias se apresentam de
forma assintomática. De 100%, 90% são assintomáticas e apenas
10% sintomáticas, afetando pacientes imuno-deprimidos.
Apesar de estar em relação comensal com o organismo humano, o
o caso deve ser tratado.
Inquilinismo - associação de dois organismos, onde
um busca abrigo/transporte em outro, não há dano. Ex:
vetores biológicos, como o Triatomíneo/Barbeiro.
Parasitismo - associação de dois organismos, onde
um se beneficia e prejudica o outro. Ex: Entamoeba
histolytica no intestino grosso humano. Essa relação
entre as parasitasses se encontra em menor quantidade.
Os parasitos mais adaptados ao hospede, são os quais produzem
menos dano. Quanto menos adaptado ao hospede o parasito for,
maior será a lesão e até morte.
A linha entre comensalismo e parasitismo é muito
estreita, sendo fácil de se romper. Ocorre quando:
• quantidade de parasito encontrada no hospede é
exacerbada
• o parasito possui alta virulência. Há parasitos que
são avirulentos, como as entamoebas, porém, dentro
de uma especie determinada pode-se encontrar cepas
virulentas
• alteração de localização. Ex: a Giardia se
encontra no duodeno como comensal, porém, em
alguns casos migra ao fígado (raro, em caso de úlcera
no trato digestivo) se convertendo a parasita, já que, o
fígado não é o local comum em que habita
• fatores do hospede, como: idade (adulto maior e
crianças), estado nutricional (moradores de rua,
pessoas com baixo recurso são mais atingidas),
residência (pessoas de zonas rurais são mais
atingidas), resposta imune (beneficia ou prejudica,
ex: febre dificulta crescimento dos microorganismos,
mas de forma exacerbada é prejudicial ao paciente)
• ação do parasito sobre o hospede
A principal fonte de infecção/transmissão é por
fecalismo, através de água e alimentos contaminados
com material fecal. A segunda fonte é o carnivorismo,
através do consumo de carnes cruas ou mal cozidas com
quistes.
@REVISAMEDPY
11 e 18/10/2022
DR.CARLOS MELGAREJO
Histoparasitose - parasito de tecido
Citoparasitose - parasito de célula
Hemoparasitose - parasito de sangue
Enteroparasitose - parasito do trato digestivo
HOSPEDEIRO
Um hospedeiro é todo animal ou pessoa que pode
abrigar um parasito em seu interior.
Em alguns ciclos, a passagem de um hospedeiro para
o outro é direta e em outros ciclos o parasito utiliza um
hospedeiro intermediário para alcançar o hospedeiro
definitivo.
✓ H.DEFINITIVO - animal ou pessoa que abriga o
parasito em estado adulto e em reprodução sexual
(gameta masc/fem).
✓ H.INTERMEDIÁRIO - animal ou pessoa que abriga
parasito em estado larvário e em reprodução
assexual. O estado larvário tem como objetivo
chegar a etapa adulta, contudo, o hospedeiro
intermediário não permite*, necessitando assim,
passar ao hospedeiro definitivo.
✓ H.PARATENICO - animal ou pessoa que abriga o
parasito, mas este hospedeiro não permite que o
parasito se desenvolva (tanto a forma sexual, quanto
a assexual). Esse hospedeiro atua somente como
transportador, se enquadrando na relação de
inquilinismo.
✓ H.ACIDENTAL - animal ou pessoa que abriga o
parasito, contudo este não o abandona ficando para o
resto da vida no hospedeiro. É acidental porque
entrou em contato com o ciclo evolutivo do parasito
pela proximidade com alguns dos hospedeiros.
Ex: o gato no ciclo da Toxoplasmose é o hospedeiro definitivo, já o
intermediário são aves e roedores, o homem entra como acidental
pela proximidade com o gato ou por consumo de alimentos
contaminados.
O parasito no interior do organismo se reproduz até
que se produza imunidade/memória imunologia que
detém sua reprodução. Contudo este já não sai do
organismo, ficando preso no músculo esquelético ou
cardíaco, por exemplo.
Há exceções onde parasitos não possuem hospedeiro
definitivo ou intermediário.
Fp - Fator parasito Fh - Fator hospedeiro
Fp > Fh
Quando a virulencia do parasito é alta, causando
enfermidade no hospedeiro.
Fp < Fh
Quando sistema imunológico controla e elimina o
parasito.
Fp = Fh
Quando a virulência não é alta e sistema imunológico
consegue controlar, o portador esta infectado, porém
saudável. A maioria dos casos de parasitoses, são casos
crônicos.
1 EDUARDA DA SILVA
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MICROBIOLOGIA II
RESERVORIO
Pode ser animal, planta, pessoa ou matéria inanimada
que contenha o parasito, onde este pode viver e se
multiplicar.
Um hospedeiro definitivo ou intermediário podem
atuar como reservorio.
VETORES
Em parasitologia, os vetores são considerados
artrópodes* (inseto= mosquito/formiga), material
inanimado ou pessoas capazes de transmitir o parasito.
Contudo, geralmente se refere a artrópodes.
✓ V.MECÂNICO - quando o parasito não se reproduz
e não se desenvolve no vetor, este apenas o
transporta. Interação de inquilinismo.
✓ V.BIOLÓGICO - quando parasito se reproduz e/ou
desenvolve no molusco ou artrópode. O vetor
biológico pode se comportar como hospedeiro
definitivo ou intermediário, dependendo do parasito.
✓ V.INANIMADO - quando parasito é transportado
por objetos ou alimentos contaminados.
TÉRMINOS
• Infecção Parasitária - parasito presente no
hospedeiro, mas não causa enfermidade. Paciente
infectado e saudável.
• Enfermidade Parasitária - parasito gera ação sobre
o hospedeiro, apresentando signos e sintomas.
• Zoonose Parasitária - adquirida ao entrar em
contato direto (c/ reservorio) ou indireto (c/vetor).
ETAPAS DA ENFERMEDADE
• Pré-patente - coincide com o tempo de incubação,
é o tempo da entrada do parasito no hospede
(exposição) e o momento da aparição de alguma de
suas formas.
Ovos de Ascaris ingeridos por água contaminada, seguem ao
estômago onde o suco gástrico (HCl) atua como um fator estressante
(estimula desenquistamento) e a L3 penetra no intestino, passando para
a veia porta, fígado e coração. No coração, passa através da circulação
para o pulmão e amadurece a L4 e L5, esse período, se conhece como
etapa pré-patente.
Nessa etapa, o parasito não se demonstra no paciente. Logo,
um resultado negativo não significa que não há Ascaris e sim, que este
pode-se encontrar fora do intestino.
Ascaris nos alvéolos pode induzir processo inflamatório, sendo
confundido com asma. Em pessoas com asma, para evitar equivoco, se
realiza além da radiografia de tórax, um exame coproparasitologico.
• Patente - apresentação dos quadros clínicos da
enfermidade, exemplo: diarreia, flatulência, dor
abdominal, meteorismo (dificuldade de digestão).
• Subpatente - estado de recuperação do paciente,
onde o parasito é eliminado. A eliminação dos
parasitos ocorre por ação dos eosinófilos que liberam
substâncias tóxicas paralisando-os e assim, sendo
eliminados por defecação ou ainda, o parasito pode se
tornar descapacitado (não consegue se reproduzir),
onde não se demonstra diretamente. A serologia é
uma prova indireta para parasitos descapacitados.
@REVISAMEDPY
11 e 18/10/2022
DR.CARLOS MELGAREJO
VIA DE ENTRADA
A principal via de entrada, como já mencionado, é
por fecalismo (ingestão), seguido de carnivorismo
(ingestão).
Também há outras formas como, picada de artrópode,
penetração transplacentaria (vertical) e penetração direta
do microorganismo (inoculação traumática).
AÇÕES DE DANO
✓ A.OBSTRUTIVA - obstrução de cavidades por
vários parasitos. Exemplo: Ascaris lumbricoides no
intestino obstrui e gera rompimento do orgão.
✓ A.COMPRESSIVA - certos parasitos ao se abrigar
em cavidades formam quistes, como por exemplo, a
Hidatidosis (gera vesículas repletas de líquido que ao
explodir libera toxinas que levam a morte do
paciente) e a Neurocisticercose (cisticerco/quiste que
se aloja no cérebro e o comprime).
✓ A.DESTRUTIVA - o gênero Leishmania produz
substancias tóxicas que geram uma resposta imune
enérgica/exacerbada que confere destruição do
tecido, úlcera repleta de parasitos e necrose.
✓ A.ALERGIZANTE - por parasitos que secretam
substancias não patógenas, sendo inócuos (não geram
processo inflamatório, normalmente). Contudo, o
sistema imunológico reconhece e responde. Esses
tipos de antígenos não patógenos se conhecem como,
alergenos e produzem prurito, eritema e edema, que
desaparecem depois.
Em muitos casos, as enfermidades parasitarias não
são produzidas diretamente por parasitos. Em alguns
casos, as complicações das enfermidades parasitarias
ocorrem indiretamente, onde o sistema imunológico é o
causador do dano. Exemplo: a cardiomegalia da doença
de Chagas não é causada pelo parasito e sim, pelo
sistema imunológico, onde os anticorpos gerados
apresentam reação cruzada (em vez de atacar o parasito
atacam as próprias células, o que induz um processo
inflamatório = imunopatologia).
CICLO BIOLÓGICO
Para que o ciclo parasitario ocorra deve haver habitat,
número suficiente e abundante de hospedeiros, vetores e
parasitos. O ciclo biológico possui varias fases, podendo
ser complexo ou simples.
Os ciclos simples são de parasitos de só um
hospedeiro, exemplo: Ascaris Lumbricoides (possui só o
ser humano como h.definitivo). Os ciclos complicados,
são de parasitos com muitos hospedeiros intermediários
ou definitivos.
✓ C.MONOXÊNICO - quando no ciclo biológico só há
participação de um hospedeiro, ou seja, o definitivo.
Também pode ser chamado de “ciclo direto”.
✓ C.HETEROXÊNICO - quando no ciclo biológico há
participação de um hospedeiro intermediário, no
qual se desenvolve parte do ciclo. Nesse hospedeiro
intermediário se desenvolvem as formas infectantes
do parasito. Também chamado “ciclo indireto”.
2 EDUARDA DA SILVA
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MORFOLOGIA
A classificação morfológica dos parasitos esta
definida pelo número de células que os compõem.
✓ PROTOZOÁRIOS - possuem uma célula única
(unicelular) que realiza todas as funções vitais:
reprodução sexual/assexual, alimentação, respiração,
excreção e locomoção.
✓ HELMINTOS/GUSANOS - são pluricelulares, sendo
mais complexos que os protozoários. Se distingem
em dois grupos grandes: Platelmintos (gusanos
planos) e Nematelmintos (gusanos cilíndricos). A
maioria dos Platelmintos são hermafrotitas exceto
um, o Schistosoma Mansoni (sexos separados). Já nos
Nematodos, todos possuem sexos separados.
PROTOZOÁRIOS
Os protozoários são células únicas, onde podemos
encontrar duas formas: quiste ou trofozoito.
Os trofozoitos são a forma sensível ao meio
ambiente. Quando um individuo apresenta quadro
diarreico, libera os trofozoitos que imediatamente
morrem em contato com meio externo (os de importância
médica), apesar de haver trofozoitos de vida livre, sendo
assim, resistentes ao meio ambiente (sem importância
médica).
Logo, só há uma forma dos protozoários se
transmitirem de um hospedeiro a outro, através dos
quistes, sendo esta infectante e resistente para a maioria
dos protozoários.
Os trofozoitos são também a forma de nutrição, já
que os quistes não se alimentam, permanecendo em
estado latente a espera de um fator estressante que
estimule um desenquistamento. O desenquistamento
geralmente ocorre, por exemplo no tubo digestivo,
quando os alimentos já não são suficientes.
CARACTERÍSTICAS MICROSCOPICAS
Os trofozoitos que são a forma vegetativa e sensível,
possuem um núcleo único ou duplo. Já os quistes,
possuem vários núcleos.
Nem todos os protozoários produzem quistes ou
ooquistes, alguns só apresentam trofozoitos como por
exemplo, Trichomonas vaginalis (transmissão sexual) e
Entamoeba gingivalis (transmissão por saliva).
Os protozoários podem ser classificados em:
✓ AMEBAS
Locomoção por meio de pseudopodos, reprodução
de forma assexual e transmissão através de fecalismo,
alimentos contaminados ou ainda contato direto.
Os trofozoitos das amebas possuem em seu
citoplasma duas fases, uma parte conhecida como
ectoplasma (prolongação que forma os falsos pés) e
outra o endoplasma granuloso (zonas do citoplasma
com vesículas de enzimas digestivas).
Se localizam no tubo digestivo, raras vezes migram
de local. Ex: Entamoeba hystolitica (única patógena, as
restantes são comensais).
✓ CILÍADOS
Se movem por cílios e possuem reprodução de forma
assexual, ex: Balantidium coli. Possui uma boca,
conhecida como Citóstoma, que permite ingestão de
partículas. Devido a presença da boca, se apresenta um
@REVISAMEDPY
11 e 18/10/2022
DR.CARLOS MELGAREJO
cílio mais alongado para agarrar o alimento e levar em
direção ao citóstoma, atuando como um auxílio.
✓ FLAGELADOS
Classificados segundo a presença de kiñetoplasto. O
kiñetoplasto é uma mitocôndria rica em DNA que
permite sintetizar seu próprio flagelo e membrana
ondulante.
SEM - Giardia e Trichomonas (excessão*)
COM - Leishmania e Trypanossoma cruzi
Todos possuem reprodução de forma assexual.
Os flagelados sem kiñetoplasto apresentam quistes.
Os flagelados com kiñetoplasto apresentam um só
flagelo, ausência de quistes e ciclos alternados, ou seja,
há hospedeiros invertebrados (hematófagos - alimenta de
sangue) e vertebrados (reservórios - animais/pessoas).
✓ APICOMPLEXA/COCCIDIOS
Parasitos intracelulares, apresentam reprodução
sexual e assexual, com ciclo heteroxênico. Exemplo:
Toxoplasma gonndii, Plasmodium, Isospora belli,
Sarcocystis, Ciclospora e Cryptosporidium.
A alimentação dos parasitos ocorre por osmose
(liberam substancias hidrolíticas -proteasas- que rompem
substâncias dissolutas no meio externo) ou também por
fagocitose, através da prolongação do ectoplasmo
(amebas) ou movimento ciliar (cilíados).
A eliminação dos resíduos do metabolismo ocorre em
algumas especies através da membrana celular pelo
orifício excretor “citppigio”, ou ainda em outras
especies, pela ruptura da célula.
A respiração ocorre de forma aeróbia ou anaeróbia.
A reprodução ocorre de forma assexual na maioria
dos protozoários, embora alguns apresentem reprodução
sexual.
REPRODUÇÃO
A reprodução assexual em trofozoitos** pode
ocorrer através dos processos de:
• Divisão Binária - um trofozoito se multiplica ao
se dividir em mais células.
• Divisão Múltipla - um trofozoito de um núcleo,
passa por diferentes tipos de divisões nucleares,
onde com o rompimento da célula mãe cada núcleo
origina esquizoitos. Esse processo se conhece como,
Esquizogônia. As células filhas dos esquizontes
(célula mãe) se conhecem como merozoitos, que por
sua vez, também se transformam em células mães e
por divisão geram merontes e assim por diante.
ESQUIZOGÔNIA
Esquizoítos
D.M
Esquizontes
D.M
Merozoítos
D.M Merontes
cél.mãe cél.filha - cél.mãe
cél.filha - cél.mãe cél.filha
• Conjugação - onde dois flagelos intercambiam
material genético, sendo uma forma de
reprodução muito infrequente ex: Balantidium
coli.
3 EDUARDA DA SILVA
SEMANA 09 e 10 - AULA 08 e 09
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A reprodução assexual em quistes** pode ocorrer
através dos processos de:
• Divisão Binária - nos quistes os núcleos são os
quais realizam a divisão binaria, esse quiste pode ter
vários núcleos produtos de uma divisão. Dessa
forma, podemos identificar em que forma as
entamoebas se encontram. Ex: a Entamoeba
hystolitica ao ser observada com 4 núcleos,
concluímos que esta em forma infectante (quiste), se
esta tiver menos esta em forma pré-quistica.
• Divisão Múltipla - pode ocorrer em alguns quistes
onde este processo se denomina, esporogônia. Os
quistes que realizam esta reprodução produzem
esporas/esporoquistes, que são dois pequenos
quistes no interior do quiste mãe, onde cada
esporoquiste possui esporozoitos.
Logo, um OOQUISTE MADURO é um quiste com
dois esporoquiste, onde cada esperoquiste tem
esporozoitos. Ex: Coccidios
ESPOROGÔNIA
Esporozoitos Ooquiste Maduro
Es
po
ro
qu
ist
es
A reprodução sexuada:
Lembra dos Merozoitos lá da divisão múltipla da
reprodução assexuada dos trofozoitos? Estes em algum
momento do ciclo se convertem na forma sexual,
quando particularmente começam a produzir gametas.
Na reprodução sexuada há os microgametocitos
(menores, masculinos e móveis) e os macrogametocitos
(maiores, fêmeas e imóveis).
Os merozoítos podem seguir dois caminhos,
fecundando um micro ou macrogametocito, esse
processo se conhece como Gametogônia. Se, por
exemplo, fecundam o macrogametocito formam um
cigoto, que evolui a um Ooquineto e por fim, Ooquiste
Imaturo.
Logo, o OOQUISTE IMATURO é produto de uma
reprodução sexuada conhecida como, Gamogônia.
Recapitulando, o ooquiste nos primeiros estados é
imaturo, composto de esporoblastos (células jovens) na
reprodução sexuada. Este se matura na reprodução
assexuada em presença de condições favoráveis
(temperatura, umidade, nutrientes).
Na Toxoplasmose, por exemplo, o gato ao defecar
libera ooquiste imaturo que se deposita no solo e
permanece de 3 a 5 dias, se convertendo assim em
ooquiste maduro.
Logo, primeiro ocorre a reprodução sexual que
acontece no hospedeiro definitivo e, posteriormente a
reprodução assexual que ocorre em hospedeiros
intermediarios, como os roedores.
Devido a este ciclo, uma solução profilática para
protozoários coccidios é a atuação no meio ambiente.
Então concluímos que, em um ciclo reprodutivo, a
primeira etapa é a reprodução assexuada (esquizogonia/
merogonia), que continua de forma sexual (gametogonia
e gamogonia) e finaliza de forma assexual (esporogonia).
@REVISAMEDPY
11 e 18/10/2022
DR.CARLOS MELGAREJO
Porém há exceções, como o Plasmodium spp. que em
nenhum momento do ciclo sai ao meio externo e sim, faz
um ciclo alternado (homem-mosquito, mosquito-
homem).
Tipo de Reprodução Forma
Sexual Gametogônia e Gamogônia
Assexual Merogônia/Esquizogônia e
Esporogônia
HELMINTOS
São seres multicelulares cilíndricos e alongados, de
vida livre (presentes no meio ambiente, na terra ou água
podendo infectar o homem) ou parasitária (ingressam,
desenvolvem, reproduzem e se alimentam dentro do
hospedeiro). Estão classificados em dois grandes grupos,
Platelmintos e Nematelmintos.
Se diferenciam dos protozoários, por não possuirem
quistes e sim, ovos. Nos protozoários, os quistes eram
uma forma de diferenciar e saber que tipo de protozoário
estava infectando o hospedeiro, da mesma forma, os
ovos são utilizados para diferenciar os helmintos.
Os helmintos também possuem fases evolutivas, com
presença de ovos, larvas e formas adultas. A maioria dos
ovos necessita sair ao meio externo para poder madurar,
depois voltam ao hospedeiro e neste, evoluem a larva e
fase adulta. Ex: Ascaris lumbricoides
Existem alguns onde os ovos são depositados
diretamente no hospedeiro e já maduram dentro deste,
não necessitando sair ao meio.
A maioria dos Helmintos não vivem no meio externo,
necessitando de um hospedeiro.
Os gusanos adultos no intestino humano se
reproduzem depositando ovos que serão eliminados por
defecação para o meio externo. No ambiente externo, os
ovos maduram para sua forma infectante e ingressam
novamente no hospedeiro.
Cada helminto produz ovos com características
morfológicas especificas e são capazes de produzir
milhões de ovos. Uma fêmea é capaz de produzir até
11.000 ovos e após a reprodução, o macho morre e a
fêmea os deposita no intestino, onde são eliminados pela
matéria fecal.
✓ NEMATELMINTOS
Os Nematelmintos/Nematodos/Ce’boi são vermes
cilíndricos, sem segmentações, de simetria bilateral com
três folhetos germinativos.
Nos machos a expansão caudal pode forma uma
bolsa copuladora (forma de gancho/curva para proteger
o aparelho reprodutor), sendo menores e mais delgados
que as fêmeas. Os nematodos fêmeas vivem por muito
mais tempo que o macho, de meses até anos.
4 EDUARDA DA SILVA
SEMANA 09 e 10 - AULA 08 e 09
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São providos de sistema excretor, sistema nervoso
(confere sensibilidade), aparelho reprodutor, digestivo e
cavidade corporal (boca para alimentação), possui
ventosas com 3 lábios e alguns vermes possuem ainda,
dentes cartilaginosos utilizados para a fixação e adesão.
Apresentam respiração anaeróbia facultativa e
carecem de sistema vascular, devido a isto, a oxi-
hemoglobina que esta contida na cavidade em que se
alojam os órgãos (possue um líquido, o pseudoceloma), é
movimentada à custa das contraturas corporais. Ademais,
a reprodução é do tipo sexual, apresentando sexos
diferenciados.
Assim como nos protozoários vistos anteriormente,
os ovos dos nematodos também possuem fases
evolutivas. Porém, no desenvolvimento pós-embrionário
o nematodo passa por cinco estádios larvais (L) ou
juvenis (J). Verifica-se, na passagem de um estádio para
o outro, a troca de cutícula (engrossa, conferindo
resistência).
Ao serem eliminados no meio externo para
maturação, se encontram em estado L1. Após uma
semana evoluem para L2, se diferenciando da L1 pela
cutícula que se apresenta mais grossa. No seguinte
estado, o L3, ocorre maior engrossamento da cutícula
sendo esta a larva infectante, que é ingerida e no
hospedeiro inicia o Ciclo de Loos. Ao chegar ao pulmão
é onde surgem as seguintes fases, L4 e L5 (esta ultima se
deglutida, volta ao intestino onde inicia a fase adulta).
No caso do Ascaris lumbricoides, por exemplo, este
ingressa por fecalismo (a forma infectante é a larva L3
em si ou enquistada), após chegar ao estomâgo, passa ao
duodeno onde começa a romper-se liberando larvas que
perfuram o intestino e chegam aos vasos sanguíneos,
passam a veia porta, fígado, coração, pulmão (L4) onde
se alojam nos alvéolos (L5), brônquios, seguem para a
laringe e se deglutidas voltam ao esôfago e, por fim, ao
intestino. Esse ciclo se conhece como, Ciclo de Loos.
No caso do Strongyloides stercoralis, por exemplo,
este ingressa por inoculação percutânea, onde passa
diretamente aos vasos sanguíneos e destes para o coração
e pulmão onde se aloja nos alvéolos, brônquios, segue
para laringe e se deglutidos voltam ao esôfago e, por fim,
ao intestino. Este parasito também cumpre o Ciclo de
Loos, onde somente a porta de entrada é distinta.
O sistema nervoso central e o genitourinario, são
localizações que não fazem parte do trajeto do Ciclo de
Loos dos nematodos. Porém, em algumas situações
podem errar o caminho e ir a estes órgãos, apresentando
larvas erradicas (que se alojou onde não deveria estar).
Durante o Ciclo de Loos, podem haver manifestações
clínicas, apesar da maioria serem assintomáticas. Os
sintomas se conhecem como Síndrome de Loeffler,
caracterizada por tosse seca, disnea (dificuldade para
respirar), hipersensibilidade, febre e imunológicamente,
aumento de IgE e eosinofilia.
@REVISAMEDPY
11 e 18/10/2022
DR.CARLOS MELGAREJO
✓ PLATELMINTOS
Os Platelmintos também conhecidos como tênias ou
solitárias, são parasitos planos/achatados acelomados,
classificados em Trematodos e Cestodos.
Apresentam forma de cinta, são segmentados e com
cavidade corporal apenas com fim de fixação e não
alimentação, como é o caso dos nematodos.
A alimentação dos platelmintos ocorre por osmose,
onde cada fração/segmentação/proglótida se alimenta
independentemente. Essas proglótidas além de servir
como forma de alimentação, servem também para
reprodução (maioria dos platelmintos são hermafroditas).
Possuem sistema digestivo simples, pois ingerem o
alimento já digerido pelo hospedeiro. Podendo ser de
vida livre, ectoparasitas ou endoparasitas.
Estes vermes carecem de sistema respiratório,
nervoso e excretor.
FATORES EPIDEMIOLOGICOS
Os casos de parasitoses são causados através de
fatores como a contaminação fecal (água e alimentos
contaminados), sendo o fator mais frequente.
Ademais, se deve considerar as condições ambientais
(comunidades de escasso recurso, presença de vetores
mecânicos e biológicos), vida rural (ex: teto de palha e
parede de barro), deficiência na higiene e educação,
hábitos alimentares (ex: ingestão de carnes cruas ou mal
passadas), migrações humanas (pessoas que vivem em
zonas rurais e migram para as zonas urbanas) e
imunodepressão.
Logo, a causa de parasitose na comunidade esta dada
pela presença de fontes de infecção e elevada
probabilidade de reinfecção. A maioria dos casos
(especialmente enteroparasitose), não provee uma
imunidade, com isso, ocorre as reinfecções.
Acomete principalmente pacientes com alterações
imunológicas devido a desnutrição e infecção pelo vírus
da inumo-deficiencia humana (HIV).
5 EDUARDA DA SILVA