Você está na página 1de 62

PARASITOLOGIA:

CONCEITOS GERAIS

Profa. Dra. Maria das Graças Prianti


Aspectos Gerais da Parasitologia Introdução à Parasitologia
Relação Parasito Hospedeiro
● Os seres vivos se inter-relacionamento

● “Roda da Vida”: seres vivos, natureza, comunidade, lazer,


saúde, espiritualidade.

● Relação entre as pessoas e a nação.


Aspectos Gerais da Parasitologia Introdução à Parasitologia
Relação Parasito Hospedeiro
● Pobreza

● Falta de educação

● Falta de Saneamento Básico

Doenças Parasitárias
Kwashiokor "aquele que foi colocado de lado" - Causas
● Sua principal causa é a deficiência de proteínas, após o desmame;
● Deficiências energéticas e de micronutrientes.
Ciclo doença x pobreza, segundo a OMS.
Baixa escolaridade, baixo
CICLO DOENÇA X POBREZA poder aquisitivo e baixa
competividade no
mercado de trabalho

Água, Saneamento
e o Ciclo da pobreza

Pobreza, água de
consumo e saneamento Doenças, desnutrição e
ambiental inadequados agravos de ordem física

Fonte: Adaptado de WHO/Unicef 2005


Aspectos Gerais da Parasitologia Introdução à Parasitologia

Parasitismo  associação entre duas espécies, na qual uma delas (parasita), se beneficia
da outra (hospedeiro), causando-lhe danos de maior ou menor importância - raramente a
morte.

– intimamente ligados e relacionados entre si e o meio ↳ melhores condições de vida:


1) Obtenção de alimentos
2) Proteção

7
Aspectos Gerais da Parasitologia Introdução à Parasitologia

Parasitismo
Relação entre os seres vivos onde um organismo (parasito*) não só vive as custas de outro
organismo (hospedeiro), mas depende bioquimicamente deste.

*O termo parasito, e não parasita - O termo parasita pode e deve ser empregado sim como tempo do verbo parasitar, mas
não na qualidade de substantivo* - http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/parasito.htm

8
ORIGEM DO PARASITISMO E TIPOS DE ADAPTACÕES
● Grande inter-relacionamento ⬄ simbiose até predatismo e canibalismo.

● Parasitismo ↲ evolução de uma destas associações

● Organismo menor ↳ beneficiado (proteção - obtenção de alimento).

"adaptação é a marca do parasitismo"

9
ORIGEM DO PARASITISMO E TIPOS DE ADAPTACÕES
Principais Modificações ou Adaptações
MORFOLÓGICAS:

● Degenerações: perda ou atrofia de órgãos locomotores, aparelho digestivo etc.

● Hipertrofia: encontradas principalmente nos órgãos de fixação de alguns helmintos: lábios,


ventosas, acúleos, bolsa copuladora, resistência ou proteção e reprodução.

10
ORIGEM DO PARASITISMO E TIPOS DE ADAPTACÕES
Principais Modificações ou Adaptações

BIOLÓGICAS
● Capacidade reprodutiva: Os parasitos são capazes de produzir grandes quantidades de
ovos, cistos ou outras formas infectantes a fim de perpetuar a espécie.
● Tipos diversos de reprodução: hermafroditismo, partenogênese, poliembrionia (reprodução
de formas jovens), esquizogonia.
● Alta capacidade de reprodução – grandes quantidades de ovos, cistos ou outras formas
infectantes;

11
ORIGEM DO PARASITISMO E TIPOS DE ADAPTACÕES
Principais Modificações ou Adaptações

BIOLÓGICAS

● Capacidade de resistência à agressão do hospedeiro:


– antiquinase  neutraliza ação dos sucos digestivos sobre numerosos helmintos;
– resistir à ação de anticorpos ou de macrófagos  imunossupressão

● Tropismos: capazes de facilitar a propagação, reprodução ou sobrevivência de determinada


espécie de parasito.
- Geotropismo, termotropismo, quimiotropismo, heliotropismo.


12
ORIGEM DO PARASITISMO E TIPOS DE ADAPTACÕES

● Alterações ambientais,

● Concentrações populacionais, baixas condições de higiene e alimentares

● Multiplicação do parasito ou vetor.


Etiologia das Doenças Parasitárias
TIPOS DE ASSOCIAÇÃO
ENTRE OS ANIMAIS
ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS
✓ Harmônicas ou Positivas  beneficio mútuo ou ausência de prejuízo mútuo;
✓ Desarmônica ou Negativa  prejuízo para algum dos participantes.

HARMÔNICA OU POSITIVA
✓ Comensalismo  Quando uma espécie obtém vantagens sem prejuízos para a outra.
Ex.: Entamoeba coli - intestino grosso humano.
Vantagens: proteção (habitação), transporte(meio de locomoção) e nutrição
(restos alimentares).

Tubarão e rêmora
ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS

HARMÔNICA OU POSITIVA

● Mutualismo  Quando duas espécies se associam para viver e ambas são beneficiadas.

● Os pássaros retiram os carrapatos do bovino, obtendo alimento e livrando o mamífero dos parasitas
ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS

HARMÔNICA OU POSITIVA

● Simbiose  Forma extrema de associação interespecífica na qual a dependência recíproca chegou


a tal ponto que nenhuma das duas espécies pode viver isolada da outra.

Bactérias tubo digestivo do homem (se alimentam de substâncias ingeridas por ele ↳ facilitam o
processo de digestão do ser humano).
ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS

DESARMÔNICA OU NEGATIVA
● Competição  Os exemplares lutam pelo mesmo abrigo ou alimento.
● Canibalismo  Quando um animal se alimenta de outro da mesma espécie e família.
● Predatismo  Quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie.
ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS
DESARMÔNICA OU NEGATIVA

● Competição  Os exemplares lutam pelo mesmo abrigo ou alimento. exemplares da mesma espécie
(competição intra-especifica) ou de espécies diferentes (competição interespecífica) lutam pelo mesmo abrigo
ou alimento, e, geralmente, as menos preparadas perdem.

● Canibalismo  Quando um animal se alimenta de outro da mesma espécie ou família. Geralmente ocorre
devido à superpopulação e deficiência alimentar no criadouro, e as formas mais ativas ou mais fortes devoram
as menores ou mais fracas.

● Predatismo  Quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie. Esse tipo de relação é importante
para o controle da densidade populacional das diversas espécies.
ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS
DESARMÔNICA OU NEGATIVA
Competição  É uma associação em que exemplares da mesma espécie (competição intra-específica) ou de
espécies diferentes (competição interespecífica) lutam pelo mesmo abrigo ou alimento, e, em geral, as menos
preparadas perdem.
ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS
DESARMÔNICA OU NEGATIVA
Canibalismo  Quando um animal se alimenta de outro da mesma espécie ou família. Geralmente ocorre
devido à superpopulação e deficiência alimentar no criadouro, e as formas mais ativas ou mais fortes
devoram as menores ou mais fracas.

Louva-a-deus Viúva- negra Axoloti - Ambystoma mexicanum


ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS
DESARMÔNICA OU NEGATIVA
Predatismo Quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie. A sobrevivência de uma espécie depende
da morte de outra espécie (cadeia alimentar).
ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS
DESARMÔNICA OU NEGATIVA
✓ Parasitismo  É a associação entre seres vivos, onde existe unilateralidade de benefícios o
hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois fornece alimento e abrigo para este. De modo geral,
essa associação tende para o equilíbrio.
✓É toda relação ecológica desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes, em que se
observa além de associação íntima e duradoura uma dependência metabólica de grau variado.
AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O
HOSPEDEIRO
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro
Parasitismo:

Ectoparasito

Endoparasito
e
Hemoparasito
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro
✓ AÇÁO ESPOLIATIVA: Quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro.

✓AÇÁO TÓXICA: Algumas espécies produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro.

✓AÇÁO MECÂNICA: Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar.

✓AÇÁO TRAUMÁTICA: formas larvárias de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também sejam
capazes de fazê-lo.

✓AÇÃO IRRITATIVA: Deve-se a presença constante do parasito que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local
parasitado.

✓AÇÁO ENZIMÁTICA: É o que ocorre na penetração da pele por cercárias de S. rnansoni; a ação da E. histolytica
ou dos Ancylostomatidae para lesar o epitélio intesthal e, assim, obter alimentos assirniláveis etc.

✓ANÓXIA: Qualquer parasito que consuma o O, da hemoglobina, ou produza anemia.


Ação dos parasitos sobre o hospedeiro

✓ AÇÁO ESPOLIATIVA: Quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro. É o caso dos
Ancylostomatidae, que ingerem sangue da mucosa intestinal (utilizam esse sangue para obtenção de Fe e O,
e não para se nutrirem dele diretamente) e deixam pontos hemorrágicos na mucosa, quando abandonam o
local da sucção. Outro exemplo é o hematofagismo dos triatomíneos ou de mosquitos.
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro

✓AÇÁO TÓXICA: Algumas espécies produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro.
Exemplos: as reações alérgicas provocadas pelos metabólitos do A. lumbricoides, as reações teciduais
(intestino, fígado, pulmões) produzidas pelas secreções no miracídio dentro do ovo do S. mansoni.
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro

✓AÇÁO MECÂNICA: Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar. Assim,
o enovelamento de A. lumbricoides dentro de uma alça intestinal, obstruindo-a; a G. lamblia, "atapetando" o
duodeno.
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro
✓AÇÁO TRAUMÁTICA: formas larvárias de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também sejam
capazes de fazê-lo. Assim, a migração cutânea e pulmonar pelas larvas de Ancylostomatidae; as lesões hepáticas
pela migração da F hepatica jovem; as úlceras intestinais provocadas pelos Ancylostomatidae e T. trichiura; o
rompimento das hemácias pelos Plasmodium etc.
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro
✓AÇÃO IRRITATIVA: Deve-se a presença constante do parasito que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local
parasitado. Como exemplo, temos a ação das ventosas dos Cestoda ou dos lábios dos A. lumbricoides na mucosa
intestinal..
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro
✓AÇÁO ENZIMÁTICA: É o que ocorre na penetração da pele por cercárias de S. rnansoni; a ação da E. histolytica
ou dos Ancylostomatidae para lesar o epitélio intestinal para obter alimentos.
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro
✓ANÓXIA: Qualquer parasito que consuma o O, da hemoglobina, ou produ~aa nemia, é capaz de provocar uma
anóxia generalizada. E o que acontece com os Plasmodium ou, em infecções maciças, pelos Ancylostomatidae.
CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITOS
SEGUNDO OS MODOS DE TRANSMISSÃO
RELAÇÕES ENTRE PARASITOS E HOSPEDEIROS

Parasito heteroxênico , aquele que Parasito monoxênico, aquele que possui


possui hospedeiro definitivo e somente hospedeiro definitivo
intermediário ex. Ascaris lumbricoides
ex. Taenia solium
CLASSIFICAÇÃO
• "É a ordenação dos seres vivos em classes, baseando-se no parentesco, semelhança ou
ambos" (Simpson).

• NOMENCLATURA
• "É a aplicação de nomes distintos a cada uma das classes reconhecidas numa dada
classificação" (Simpson).

• TAXONOMIA
• "Taxonomia é o estudo teórico da classificação, incluindo as respectivas bases, princípios,
normas e regras“ (Simpson).
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS:
• Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica
• •Classificação ou categoria taxonômica – zoologia
• •Unidade taxonômica ou categoria taxonômica (sete):
• Exemplo da classificação do mosquito transmissor da malária :
−Reino- Animalia
−Filo- Arthropoda
−Classe- Insecta
−Ordem- Diptera
−Família- Culicidae
−Subfamília- Culicinae
−Tribo- Anophelini
−Gênero- Anopheles
−Subgênero- Nyssorhynchus
−Espécie- A. (N.) darlingi
TAXONOMIA SISTEMA BINOMINAL (LINNAEUS-1758)
Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica:

Nomenclatura das espécies: Latina e binominal

Espécies = 2 palavras
1ª gênero (deve ser escrita com a primeira letra maiúscula);
2ª espécie (deve ser escrita com letra minúscula, mesmo quando
for nome de pessoa).

grifadas ou escritas em itálico


TAXONOMIA SISTEMA BINOMINAL (LINNAEUS-1758)

Subespécie – palavra virá em seguida a da espécie, sem nenhuma pontuação.


Ex.: Culex pipiens fatigam-Culex = gênero; pipiens = espécie; fatigans = subespécie.

Subgênero - este virá interposto entre o gênero e a espécie, separado por parênteses.
Ex.: Anopheles (Kerteszia) cruzi. Anopheles = gênero; (Kerteszia) = subgênero; cruzi = espécie.
CLASSIFICAÇÃO DO PARASITOS
TAXONOMIA DOS HELMINTOS (vermes)
Reino Animalia
Sub-reino Metazoa
- Filo Nemathelminthes
Classe Nematoda

- Filo Platyhelminthes
Classe Trematoda
Subclasse Digena
Subclasse Cestodaria
CLASSIFICAÇÃO DO PARASITOS - Taxonomia
CLASSIFICAÇÃO DO PARASITOS - Localização
Ectoparasitos

Hemoparsitos Histoparasitos Enteroparasitos

Endoparasitos

Plasmodium Trichinella spiralis Enterobius vermicularis


GRUPOS DE INTERESSE EM PARASITOLOGIA
Os animais que parasitam os humanos estão incluídos em cinco grandes filos:

✓Protozoa (animais unicelulares),

✓Platyhelminthes (vermes achatados),

✓Nematoda (vermes redondos),

✓Acantocephala (vermes arredondados, com pseudo-segmentação e apresentando uma


probóscida armada de ganchos)

✓Arthropoda (insetos e ácaros em geral).


Infecções
Parasitárias
no Homem
Locais de Infecção
por Parasitas
CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITOS - SEGUNDO FORMAS DE
TRANSMISSÃO
✓ Parasitos transmitidos entre pessoas devido ao contato pessoal ou objetos de uso pessoal (fômites). S.
scabiei, Phthirus pubis, Pediculus humanus, T. vaginalis.

✓ Parasitos transmitidos pela água, alimentos, mãos sujas ou poeira: E. histolytica, G. lamblia, T. gondii, H.
nana, cisticercose (ovos de T. solium), A. lumbricoides, T. trichiura, E. vermicularis.

✓ Parasitos transmitidos por solos contaminados por larva (geo-helmintoses): A. duodenale, N. americanus,
S. stercoralis.

✓ Parasitos transmitidos por vetores ou hospedeiros intermediários: Leishmania sp., T. cruzi, Plasmodium
sp., S. mansoni, T. solium, T saginata, W. bancrofti, O. Volvulus, M ozzardi.

✓ Parasitos transmitidos por mecanismos diversos: larvas de moscas (miíases), T. penetrans (bicho de pé).
MEDIDAS PREVENTIVAS

1- PREVENÇÃO PRIMÁRIA

Medidas que procuram impedir que o indivíduo adoeça, controlando os fatores de risco; agem, portanto,
na fase pré-patogênica ou na fase em que o indivíduo encontra-se sadio ou suscetível. Podem ser primordiais
(moradia adequada, saneamento ambiental, incluindo tratamento de água, esgoto e coleta de lixo, educação,
alimentação adequada, áreas de lazer) e específicas (imunização, equipamento de segurança, uso de camisinha,
proteção contra acidentes).

As ações de controle de vetores, por interromperem os ciclos biológicos dos agentes infecciosos na
natureza, são medidas de prevenção primária específica (exemplo: uso de inseticida para controle de triatomíneos
que são os vetores do Tiypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas).
MEDIDAS PREVENTIVAS
2. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

Medidas aplicáveis aos indivíduos que se encontram sob a ação do agente patogênico (fase subclínica
ou clínica). Estas medidas procuram impedir que a doença se desenvolva para estágios mais graves, que deixe
sequelas ou provoque morte. Entre estas medidas, estão o diagnóstico da infecção ou da doença e o
tratamento precoce.

3. PREVEÇÃO TERCIÁRIA

Consiste na prevenção da incapacidade através de medidas destinadas a reabilitação, aplicadas na


fase em que esteja ocorrendo ou que já tenha ocorrido a doença. Entende-se como o processo de reeducação
e readaptação de pessoas acometidas por acidentes ou que estejam com sequelas em decorrência de alguma
doença. Inclui a reabilitação (impedir a incapacidade total), a fisioterapia, a terapia ocupacional, as cirurgias de
reparo e a colocação de próteses. O implante de marcapasso em pacientes com doença de Chagas é um
exemplo de prevenção terciária. Muitas vezes a prevenção secundária e a terciária são aplicadas em conjunto.
FORMAS DE DISSEMINAÇÃO
Veículo Comum - O agente etiológico pode ser transferido por fonte única (a água, os alimentos, o ar). Pode
ser resultante de exposição simples ao agente ou exposições continuadas por um determinado período de tempo.
As infecções alimentares e a cólera (transmissão pela água) são exemplos de doenças transmitidas por veículo
comum.

Propagação de Pessoa a Pessoa - O agente é disseminado através de contato entre indivíduos infectados e
suscetíveis, por via respiratória (sarampo), oral-mal, genital (HIV) ou por vetores (leishmaniose, malária, doença
de Chagas).

Porta de Entrada no Hospedeiro Humano - Trato respiratório (tuberculose), gastrintestinal (cólera),


geniturinário (HIV), cutâneo (leishmaniose, doença de Chagas).

Reservatórios dos Agentes - Quando o homem é o único reservatório dos agentes a doença é classificada
como uma antroponose (sarampo, filariose bancroftiana); quando o homem e outros vertebrados são
reservatórios, a doença é classificada como uma zoonose (leishmaniose, doença de Chagas).
Glossário
Agente Etiológico. É o agente causador ou responsável pela origem da doença. Pode ser um vírus, bactéria, fungo,
protozoário, helminto.

Agente Infeccioso. Parasito, sobretudo, microparasitos (bactérias, fungos, protozoários, vírus etc.), inclusive helmintos,
capazes de produzir infecção ou doença infecciosa (OMS, 1973).

Antroponose. Doença exclusivamente humana. Por exemplo, a filariose bancrofiiana, a necatorose, a gripe etc.

Antropozoonose. Doença primária de animais, que pode ser transmitida aos humanos. Exemplo: brucelose, na qual o
homem é um hospedeiro acidental.

Cepa. Grupo ou linhagem de um agente infeccioso, de ascendência conhecida, compreendida dentro de uma espécie e
que se caracteriza por alguma propriedade biológica e/ou fisiológica. Ex.: a cepa "Laredo" da E. histolytica se cultiva
bem a temperatura ambiente, com média patogenicidade.

Contaminação. É a presença de um agente infeccioso na superfície do corpo, roupas, brinquedos, água, leite,
alimentos etc.
Glossário
Doença Metaxênica. Quando parte do ciclo vital de um parasito se realiza no vetor; isto é, o vetor não só transporta o
agente, mas é um elemento obrigatório para maturação e/ ou multiplicação do agente. Ex.: malária, esquistossomose.

Enzoose. Doença exclusivamente de animais. Por exemplo, a peste suína, o Dioctophime renale, parasitando rim de
cão e lobo etc.

Endemia. É a prevalência usual de determinada doença com relação a área. Normalmente, considera-se como
endêmica a doença cuja incidência permanece constante por vários anos, dando uma idéia de equilíbrio entre a
doença e a população.

Epidemia ou Surto Epidêmico. É a ocorrência, numa coletividade ou região, de casos que ultrapassam nitidamente
a incidência normalmente esperada de uma doença e derivada uma fonte comum de infecção ou propagação.

Epidemiologia. É o estudo da distribuição e dos fatores determinantes da frequência de uma doença (ou outro
evento). Isto é, a epidemiologia trata de dois aspectos fundamentais: a distribuição (idade, sexo, raça, geografia etc.)
e os fatores determinantes da freqüência (tipo de patógeno, meios de transmissão etc.) de uma doença.
Glossário
Estádio. E a fase intermediária ou intervalo entre duas mudas da larva de um artrópode ou helminto. Exemplo:
larva de 1º estádio, larva de 3o estádio, estádio adulto (em entomologia, estádio adulto é sinônimo de instar).

Estágio. É a forma de transição (imaturos) de um artrópode ou helminto para completar o ciclo biológico.

Fase Aguda. É aquele período após a infecção em que os sintomas clínicos são mais marcantes (febre alta etc.).

Fase Crônica. É a que se segue a fase aguda; caracteriza- se pela diminuição da sintomatologia clínica e existe um
equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente infeccioso.

Fômite. É representado por utensílios que podem veicular o parasito entre hospedeiros. Por exemplo: roupas,
seringas, espéculos etc.

Fonte de Infecção. Pessoa, coisa ou substância da qual um agente infeccioso passa diretamente a um hospedeiro.

Hábitat. É o ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive. Ex.: Ascaris lumbricoides tem
por hábitat o intestino delgado humano.
Glossário
Hospedeiro. É um organismo que alberga o parasito. Exemplo: o hospedeiro do Ascaris lumbricoides é o ser humano.

Hospedeiro Definitivo. É o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual.

Hospedeiro Intermediário. É aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada.

Incidência. É a frequência com que uma doença ou fato ocorre num período de tempo definido e com relação à
população (casos novos, apenas).

Infecção. Penetração e desenvolvimento, ou multiplicação, de um agente infeccioso dentro do organismo de humanos


ou animais

Infestação. É o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou vestes.

Letalidade. Expressa o número de óbitos com relação a determinada doença ou fato e com relação a população.
Glossário
Morbidade. Expressa o número de pessoas doentes com relação a população.

Mortalidade. Determina o número geral de óbitos em determinado período de tempo e com relação a população.

Parasitismo. É a associação entre seres vivos, em que existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados
prejudicados pela associação. ENDOPARASITISMO X ECTOPARASITISMO

Parasito Acidental. É o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal.

Parasito Facultativo. É o que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro (nesse último caso, isto é, quando não
está parasitando, é chamado vida livre). Exemplo: larvas de moscas Sarcophagidae, que podem desenvolver-se em
feridas necrosadas ou em matéria orgânica (esterco) em decomposição.

Parasito Heteroxênico. É o que possui hospedeiro definitivo e intermediário. Ex. : Trypanosoma cruzi, S. mansoni.

Parasito Monoxênico. É o que possui apenas o hospedeiro definitivo. Ex. : Enterobius vermicularis, A. lumbricoides.
Glossário
Parasito Obrigatório. É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Ex.: Toxoplasma gondii, Plasmodium, S.
mansoni etc.

Patogenia ou Patogênese. É o mecanismo com que um agente infeccioso provoca lesões no hospedeiro. Ex.: o S.
mansoni provoca lesões no organismo através de ovos, formando granulomas.

Patogenicidade. É a habilidade de um agente infeccioso provocar lesões. Ex.: Leishmania braziliensis tem urna
patogenicidade alta; Taenia saginata tem patogenicidade baixa.

Período de Incubação. É o período decorrente entre o tempo de infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas
clínicos. Ex.: esquistossomose mansoni-penetração de cercária até o aparecimento da dermatite cercariana (24
horas).

Prevalência. Termo geral utilizado para caracterizar o número total de casos de uma doença ou qualquer outra
ocorrência numa população e tempo definidos (casos antigos somados aos casos novos).
Glossário
Profilaxia. É o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle de doenças ou fatos prejudiciais
aos seres vivos.

Reservatório. São o homem, os animais, as plantas, o solo e qualquer matéria orgânica inanimada onde vive e se
multiplica um agente infecioso

Vetor. É um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros

Virulência. É a severidade e rapidez com que um agente infeccioso provoca lesões no hospedeiro.

Zooantroponose. Doença primária dos humanos, que pode ser transmitida aos animais. Ex.: a esquistossomose
mansoni no Brasil. O humano é o principal hospedeiro.

Zoonose. Doenças e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais vertebrados e os humanos.
Referência
Parasitologia
✓ Porque estudar Parasitologia?
Organismo Estimativa de Infectados Estimativa de Óbitos
Anuais
A. lumbricoides 11 bilhão NE
T. trichiura 11 bilhão NE
Ancilostomatídeos 700 milhões NE
Schistosoma spp 220 milhões 50 – 100 mil
Protozoários
Malária 250 – 300 milhões/ano 2 – 2,5 milhões
Amebíase 500 milhões 100 mil
Tripanosomíases 50 – 55 milhões 150 mil
Leishmanioses 15 – 20 milhões 10 – 20 mil

WHO,2003

Você também pode gostar