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Anais do 3* Simpésio Nacional de Geografia Urbana OS ESPACOS DA GLOBALIZACAO (*) Milton Santos Professor da Universidade de Sao Paulo A globalizagao constitui o estédio supremo da intemacionalizagao, a amplificagio em "siste- ma-mundo" de todos os lugares e de todos os individuos, embora em graus diversos, Nesse sentido, com a unificagdo do planeta, a Terra toma-se um $6 ¢ tinico "mundo" € assiste-se a uma refundigao da "totalidade-terra Trata-se de uma nova fase da histéria humana. Cada época se caracteriza pelo aparecimento de um conjunto de novas possibilidades concretas, que modificam os equilibrios preexistentes procuram impor a sua lei. Esse conjunto ¢ sisté- mico: podemos, pois, admitir que a globalizagio constitui um paradigma para a compreensio dos diferentes aspectos da realidade contemporanea, O sistema-mundo visto através do espaco geogrdfico Como qualquer totalidade, a globalizagio so se exprime por meio de suas funcionalizagées. Uma delas ¢ 0 espago geografico. Nossa comu- nicagdo se restringira a esse aspecto, partindo do principio de que um enfoque parcial pode ajudar a compreender 0 todo. Como se caracteriza 0 espago geografico nes- ta fase de globalizagao? E necessério talvez. ¢ antes de tudo, explicitar @ nogio de espago, de meio. Consideramo-lo como algo dinamico c unitario, onde se reinem materialidade © ago humana. O espago seria 0 Conjunto indissociavel de sistemas de objetos naturais ou fabricados ¢ de sistemas de agdes, deliberadas ou nao. A cada época, novos objetos © movas ages vém juntar-se as outras, modifi cando 0 todo, tanto formal quanto substanciai mente Em nossos dias 0s objetos culturais tendem a tornar-se cada vez mais técnicos e especificos, © sio deliberadamente fabricados e localizados para responder melhor aos objetivos previamen- te estabelecidos. Quanto as ages, tendem a ser cada vez mais racionais € ajustadas. Convertidos em objetos geograficos, os objetos téenicos so tanto mais eficazes quanto melhor se adaptam as agées visadas, sejam elas econdmicas, politicas ou culturais. Pode-se examinar as transformagses atuais do espago geografico - como o fenémeno de globa- lizagao que Ihe constitui a causa - a partir de trés dados constitutivos da época: a unidade técnica, a convergéncia dos momentos ¢ a unicidade do motor. Esses trés dados, a um tempo causas efeitos uns dos outros, do solidirios a escala mundial Na aurora da historia havia tantos sistemas técnicos quantos cram os lugares. A historia humana é igualmente a da diminuigio donimero de sistemas técnicos, movimento de unificago acelerado pelo capitalismo, Hoje, observa-se por toda parte, no Norte eno Sul, no Lestee no Oeste a predominincia de um inico sistema téenico base material da mundializagio () Esta comunicagio foi também apresentada no Coléquio da Rede sabre a Anilise do Sistema-Mundo e da Economia Mundial - GEMDEV. Pans, 4¢ 5 de fevereiro de 1993 A instantaneidade da informacio globalizada aproxima os lugares, toma possivel uma tomada de conhecimento imediata de acontecimentos simulténeos ¢ cria entre lugares € acontecimen- tos uma relac3o unitaria na escala do mundo. E, como ja ndo € possivel medir a mais-valia, esta, tomada mundial pelo viés da producao ¢ unificada por intermédio do sistema bancario, constitui o motor primeiro. E ai que se situa a base da mundializagao de todos os individuos ¢ de todos os lugares O mundo oferece as possibilidades: ¢ o lugar oferece as ocasiées. Nao se trata aqui de um "exército de reserva" de lugares, seno da produ- G0 racionalizada de um espago, no qual cada fragdo do territorio é chamada a revestir caracte- risucas especificas em fungdo dos atores hege- ménicos, cuja eficicia depende doravante de uma produtividade espacial, fruto de um ordena- mento intencional e especifico. Caracterizagao dos espacos globais © processo de globalizagio acarreta a mun- dializagao do espaco geogriifico, cujas principais caracteristicas so, além de uma tendéncia a formagao de um meio técnico, cientifico e infor- macional a transformago dos territérios nacionais em espagos nacionais da economia internacional; a exacerbacdo das especializagdes produ vas ao nivel do espago; a concentrag# da produgio em unidades ‘menores, com 0 aumento da relagio entre produ- to ¢ superficie - por exemplo, na agricultura. a aceleragio de todas as formas de circulagio © seu papel crescente na regulagao das atividades localizadas, com 0 fortalecimento da divisdo ter- ritorial e da divisio social do trabalho e a depen- déncia deste em relagdo as formas espaciais as normas sociais (juridicas e outras) em todos os escaldes. a produtividade espacial como dado na esco- Iha das localizagées: 0 Fecorte horizontal e vertical dos territérios, © papel da organizagao e 0 dos processos de regulago na constituicao das regides. a tensdo crescente entre localidade ¢ globa- lidade @ proporgdo que avanga o processo de globalizacao, O meio cientifico-técnico-informacional O meio geogrifico em via de constituigo (ou de reconstituieso) tem sma enhetinin ninntifi Anais do 3° Simpésio Nacional de Geografia Urbana co-tecnolégico-informacional. Nao é nem um meio natural, nem um meio técnico. A ciéncia, a tecnologia ¢ a informagao esto na base mesma de todas as formas de utilizacao e funcionamento do espaco, da mesma forma que participam da criagao de novos processos vitais ¢ da produgao de novas espécies (animais ¢ vegetais). E a cicn- tificizagao e a tecnicizagao da paisagem. E, tam- bem, ainformatizacao, ou antes, a informaciona- lizagao do espago. A informario tanto esta pre- sente nas coisas como € necessaria a ago reali- zada sobre essas coisas. Os espagos assim requalificados atendem so- bretudo aos interesses dos atores hegeménicos da economia e da sociedade, ¢ desse modo so incorporados plenamente as correntes de globa- lizagao Atwalmente, apesar de uma difusio mais rip da emais extensa do que nas épocas precedentes. as novas variaveis ndo se distribuem de maneira uuniforme a escala do planeta. A geografia assim recriada é, ainda, desigualitaria. Sao desigualdades de um tipo novo, ja por sua constituigao, jd por seus efeitos sobre os proces- 505 produtivos e sociais. Do ponto de vista da composi¢o quantitativa € qualitativa dos subespagos (aportes da ciéncia, da tecnologia e da informagao), haveria areas de densidade (zonas "luminosas"), areas pratica- mente vazias (zonas “opacas") € uma infinidade de situagdes intermediarias, estando cada com- binagao a altura de suportar as diferentes moda- lidades do funcionamento das sociedades em questio. Esse meio técnico, cientifico ¢ informacional esta presente em toda parte, porém suas dimen- ses variam de acordo com os continentes, os paises, as regides: superficies continuas, zonas Mais ou menos vastas, simples pontos, E nesse meio que se vém implantar, no campo como na cidade, as produgdes mateniais ou ima- leriais caracteristicas da época. Em uma frase poderiamos dizer que as ages hegemOnicas se estabelecem ¢ se realizam por intermédio de objetos hegeménicos. Como num sistema de sis- temas, o resto do espaco ¢ 0 resto das agdes sio chamados a colaborar. Cada combinagao tem sua propria légica ¢ autoriza formas de agdes especificas aos agentes ‘econdmicos ¢ sociais, Esses novos subespacos sio, pois, mais ou menos capazes de rentabilizar uma dada produ- ‘gio. Podemos falar de produtividade espacial nocdo que se aplica a um lugar, mas em fungdo, de uma atividade ou de um c Anais do 3° Simpésio Nacional de Geografia Urbana produtivo que ao espago produzido, Sem mini mizar a importancia das condigdes naturais, so as condigdes artificialmente criadas que sobres- sacm, enquanto expresso dos processos técni- cos e dos marcos espaciais da informagao. Estariamos diante de um determinismo de um tipo novo, de um neodeterminismo do espaco artificial, ¢ isso tanto mais quanto a produgao considerada € moderna ‘Nessas condigdes, ¢ como resultado da glob: lizagao, o proprio espago se converte num dado da regulagdo, seja pela horizontalidade (0 pro- cesso direto da produgio), seja pela verticalidade (os processos de circulagdo). Haveriam espagos mais ou menos reativos, mais ou menos doccis as outras formas de regulagdo. Estes seriam os espacos da racionalidade", cuja constituigao é mais marcada pela ciéncia, pela tecnologiac pela informagao, espagos mais abertos a realizagao da racionalidade dos diversos atores. Estrutura e funcionamento dos espacos da mundializacado Considerado como um todo, 0 espago é 0 teatro de fluxos com diferentes niveis, intensida- des e orientagdes. Existem fluxos hegeménicos ¢ fluxos hegemonizados, fluxos mais rapidos ¢ eficazes e fluxos mais lentos. O espago global ¢ formado de todos os objetos € de todos os fluxos. ‘A escala dos fluxos materiais ¢ imateriais ¢ tanto mais clevada quanto seus objetos dio prova de maior inovagao. que tantas vezes se denomina espago de fluxos no passaria de um subsistema do espago global, um subsistema de objetos dotados de um nivel superior de tecnicidade e de ages marca- das por um nivel superior de intencionalidade racionalidade. Estes - objetos agdes - seriam mais moldados pela informagio do que nos ou- tos subsistemas, Nesse sentido, 0 espaco global seria formado de redes desiguais que, emaranhadas em diferen- tes escalas € niveis, se sobrepdem ¢ sio prolon- gadas por outras, de caracteristicas diferentes, desembocando em magmas resistentes a "resi cago". O todo constituiria 0 espago banal, isto €.0 espago de todos os homens. de todas as firmas, de todas as organizagées, de todas as ages - numa palavra, o espa¢o geografico. Mas 50 05 atores hegeménicos se servem de todas as redes e utilizam todos os territérios. Eis por que 05 territérios nacionais se transformam num ¢s- pago nacional da economia internacional ¢ os sistemas de engenharia criados em cada pais 35 podem ser melhor utilizados por firmas transna— cionais do que pela propria sociedade nacional As possibilidades técnicas ¢ organizacionais de transferir a distancia produtos e ordens deter~ minam especializagdes produtivas solidirias ao nivel mundial. Alguns lugares tendem a tornar~ se especializados, no campo como na cidade, © essa especializagao se deve mais as condigées técnicas ¢ sociais que aos recursos naturais. @ papel da informagao ¢ crucial ‘Como se produzem cada vez mais valores de toca, a especializagdo nao tarda a ser scguida pelanccessidade de circulagao. O papel desta, na transformagio da produgao e do espaco, torna-s= fundamental. Os fluxos de informagao so res- ponsaveis pelas novas hicrarquias ¢ polarizagoes substituem os fluxos de matéria como organi zadores dos sistemas urbanos ¢ da dindmica es- pacial ‘A importincia do movimento € 0 relativo desaparecimento das distancigs (para os condu~ tores de fluxos dominantes) pérmitiram a alguns acreditar na homogeneiza¢ao do espago. Na ver- dade, porém, o espago tora-se mais diversifica~ do e heterogéneo, ¢ a divisio tradicional em regiGes se acrescenta uma outra, produzida pelos vetores da modemidade ¢ da regulagdo, Horizon talidades e verticalidades se criam paralelamen- te, As horizontalidades so o alicerce de todos os cotidianos, isto ¢, do cotidiano de todos (indivi duos, coletividades, firmas. instituiges). Sdo ci mentadas pela similitude das agdes (atividades agricolas modernas, certas atividades urbanas) fou por sua associag4o ¢ complementaridade (vida urbana, relagées cidade-campo). As verti- calidades agrupam areas ou pontos, a0 servigo de atores hegemSnicos no raro distantes. So os vetores da integraco hierirquica regulada, do- ravante necessaria em todos os lugares da produ- ‘40 globalizada e controlada a distancia, A dis- Sociagdo geografica entre produgao, controle ¢ consumo ocasiona a separagao entre a cscala da agi e a do ator. Esta é com frequéncia o mundo, transportado aos lugares pelas firmas transnacio- nais, espago geografico, espago banal em qual- quer escala, agrupa horizontalidades € verticali- dades. Assim, 0 que ainda se pode denominar regio - o espago das horizontalidades - deve sua constituigdo, no mais a solidariedade organica, criada no local, sendo a uma solidariedade orga- nizacional literalmente teleguiada e facilmente reconsiderada ‘A dindmica dos espagos da globalizagao su- pe uma adapta¢o permanente das formas ¢ das normas. As formas geogrificas, isto ¢, os objetos 36 tecnicos requeridos para otimizar uma dada pro- dugdo, sé autorizam essa otimiza¢ao ao prego do estabelecimento ¢ da aplicacao de normas jurid cas, financeiras e outras, adaptadas as necessid: des do mercado. Essas normas sio criadas em diversos niveis geograficos ¢ politicos, mas, dada a competitividade em escala mundial, as normas globais, induzidas por organismos su- pranacionais e pelo mercado, tendem a configu rar as outras. Uma vez mais, todos os subespagos ‘mostram essa presenga simultinea de horizonta- lidades e verticalidades. As horizontalidades sio 0 dominio de um cotidiano territoriaimente partilhado com ten- déncia a criar suas préprias normas, fundadas na similitude ou na complementaridade das produ- ges € no exercicio de uma existéncia solidéria Nesses subespagos, e gragas a essa solidarieda- de, consciente ou nao, ha um aumento da produ- tividade econémica, mas também da produtivi- dade politica, alimentadas pela informagao. A horizontalidade, enquanto conjunto de lu- wares contiguos, é 0 substrato dos processos da produgio propriamente dita, da diviso territo- rial do trabalho, enquanto a verticalidade se as- socia aos processos da cooperagio, cuja escala geogrifica nao raro ultrapassa a do proceso direto da produgio. Em relagdo as horizontalidades, 0 vetor da verticalizagio é um elemento perturbador, ja que implica uma necessidade de mudanga. Assim, regulagdo € tensdo sc tornam indissociaveis em cada lugar. Quanto mais a globalizagao se apro- funda, impondo regulagées verticais novas a re- gulagdes horizontais preexistentes, tanto mais forte € a tensio entre globalidade € localidade, entre 0 mundo € o lugar. Mas, quanto mais 0 mundo se afirma no lugar, tanto mais este iltimo se torna unico, Principais tendéncias dos anos 90 Na hora atual, € para a maior parte da huma- nidade, a globalizagao é sobretudo fabula ¢ per- versidade: fabula, porque os gigantescos recur- sos de uma informagao globalizada sio utiliza- dos mais para confundir do que para esclarecer a transparéncia no passa de uma promessa. Como as noticias decorrem da interpretagio, ¢ nfo da leitura dos acontecimentos, os relatos podem ser ao mesmo tempo grandes e mes- Quinhos. A imprecisio que dai resulta impede muitas vezes que se encontrem as orientagdes necessarias. Perversidade, porque as formas con- cretas dominantes de realizagao da globalidade sio 0 vicio, a violéncia, 0 empobrecimento ma- Anais do 3* Simpésio Nacional de Geografia Urbana terial, cultural ¢ moral, possibilitados pelo dis- curso e pela pratica da competitividade em todos 08 niveis. O que se tem buscado nao ¢ a unio, ‘mas antes a unificagao. Se retomarmos os elementos de base da nossa analise, 0 sistema-mundo tenderia antes a am- pliar-se e a ganhar terreno, agravando as contra- diges ja presentes. O atual sistema técnico do- minante toma-se invasor quando ndo-consegue ‘exercer sua tendéncia ao autocrescimento: ¢ des- se modo que ele procura impor sua'lei aos siste- mas técnicos vizinhos. As crescentes necessida- des de informagio levam a uma maior conver- zéncia dos momentos, aumentando a distancia enue a temporalidade dos diversos agentes. A unicidade do motor a servigo das firmas mun- diais se vé, assim, reforcada. Desse modo, embora os novos suportes mate- riais da vida tendam universalmente ase estabe- lecer em toda parte, sua utilizagao cnara situa- Ges diferentes ou mesmo divergentes. O proces- so de refundi¢ao das regionalizagées seguira seu curso, tendo em conta os dados mundiais ¢ os dados locais, criando ou recriando novas desi- gualdades, Em que medida cada sociedade local poder incorporar os vetores verticais sem recusar sua participagao no mundo © sem comprometer a realizagio de seu proprio telos? Tal é a verdadei- ra questo moral € politica colocada pelo proces- 80 ¢ pelas realidades da globalizagio. Como os diversos subespagos sdo chamados a participar de trocas ao nivel mundial? © mapa do mundo esta a procura de um equilibrio ¢ de uma divisio que, em cada caso, leve em conta ao mesmo tempo as aspiragdes das coletividades e sua ne- cessidade de panticipar da vida mundial. Unificagao? Fracionamento? Qualquer que soja a situagao, esses dois modelos esto simul- tancamente presentes, conquanto suas manifes- tages possam ser diversas. Trata-se de perguntar qual sera dominante em tal ou tal contexto geo- grafico? ‘Um fato, todavia, parece certo: o proceso de unificagdo se faz por intermédio do que se chama de redes. Seria, portanto, pela unificagdo que adviria o fracionamento. As redes so vetores de modernidade ¢ também de entropia, Mundiais, veiculam um principio de ordem, uma regulagio a servigo dos atores hegeménicos na escala pla- netaria, Locais, essas mesmas redes sao portado- ras de desordem. A informagdo especializada ¢ especifica que elas transmitem serve a afirmagao local dos atores hegeménicos. Se, para estes, ela € neguentrépica, para os demais atores ¢ entro- vica. Anais de 3*Simpésio Nacional de Geografia Urbana O movimento é criador de diversificagdo, ¢ a aceleragdo atual agrava essa tendéncia. A diver- sificago pode, pois, contribuir para a unidade ou somente para a unificagao. Dado 0 fato de que nas condi¢des atuais se trata antes de unificagao que de unido, a resposta, 4 globalizagao ¢ uma verdadeira fragmentacio, uma tendéncia a explosio. O termo crescimento ainda pode ser utilizado no singular? Isso permitiria supor a cxisténcia de um pardmetro universal ¢ de uma vontade de medida universal para todas as sociedades. A questo logo se torna moral, suscitando na reali dade outra questo, por sua vez fundamental: aforaos ideais universalistas e humanistas, pode- se realmente exigir das diferentes sociedades que tenham apenas um telos? A menos que se fara tabula rasa dos bens culturais, a busca do mais- ser supde primordialmente respostas locais. O universo ¢, antes de tudo, um conjunto de possibilidades a concretizar, mas isto € sempre ar feito de maneira incompleta. Na época atual. © como nunca antes na evolugdo da humanidade. as condigdes-suporte da historia permitem edifi- car um mundo novo. . Dizer o que vai acontecer é sempre audacioso. No entanto, a partir das perspectivas fornecidas pelos dados que a ciéncia ¢ a tecnologia poem a disposi¢go da humanidade, pode-se imaginar que as regulagdes se abrandardo na escala mun- dial e que se fortalecerdo nos estadios inferiores. Isso permitiria, talvez, que a unido prevalega sobre a unificagao ‘A regulagdo mundial é uma ordem imposta @ servigo de uma racionalidade dominante, mas no forgosamente superior. A questio, para nos, seria descobrir e por em pratica novas racionali- dades em outros niveis ¢ regulagbes mais con- sentineas com a ordem desejada, desejada pelos homens, ld onde eles vivem

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