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por T. Austin-Sparks
O servir pode ser algo muito bonito, mas morto... você pode ter grandes ideais,
pensamentos sublimes, e contudo pode haver algo que torna tudo ineficiente, sem
levar você a nenhum lugar. O púlpito moderno vai tão longe quanto pode, com seu
próprio equipamento mental humano. Se acontecer que um homem é mais erudito
e melhor educado do que outro, sua interpretação é pensada estar mais perto da
verdade do que da de qualquer outro. Se ele puder colocar uma construção sobre a
Palavra de Deus que é fresca, interessante, e fascinante, que satisfaz as mentes
inquisitivas de seus ouvidores, eles vão com a ideia de que essa é a verdade. Isso
não é nenhum argumento em absoluto – nenhum critério qualquer. Fazer da coisa
toda um assunto de erudição é sair-se da rua.
Moisés era aprendido em todo o conhecimento dos egípcios, e no entanto ele teve
que ter quarenta anos de isolação e disciplina. No fim, Moisés tinha que dizer, “não
posso”, e então Deus pôde dizer “agora te tenho no nível onde Posso dizer, “Eu
posso”. Antes de Saulo de Tarso puder ir a qualquer lugar para Deus, ele teve que
falar assim: “pecadores, dos quais eu sou o principal”; sou o menor dos apóstolos e
não sou digno de ser chamado apóstolo”; as coisas que tinha como lucro agora as
tenho como perda”; não o recebi de homem algum, foi me dado a conhecer por
revelação”; aprouve Deus revelar Seu Filho em mim”. Essa não foi uma conquista
objetiva; isso é uma experiência subjetiva, e entre as duas existe toda a diferença
que existe entre vida e morte...
O que você ministra deve nascer do Espírito de Deus em seu espírito, e não deve
ser interferido pela carne. Deus não deixará o fluxo do ministério vivente fluir até
que a carne seja deitada para sempre na morte e nunca for mais eu, mas Cristo.
Deus inicia todos Seus tratos conosco por meio de um chamado. Mas para que “o
chamado de Deus” tenha qualquer utilidade, é necessário que ele seja percebido
pelo homem interior. A carne pode até ouvi-lo, como aconteceu com aqueles
homens que estavam com Paulo, e que foram até mesmo arremessados ao chão
pela glória da revelação que ele recebeu. Os sentidos daqueles homens podem até
mesmo ter testemunhado algumas das manifestações exteriores que acompanham
o chamado do apóstolo, mas, como ele mesmo disse: “eles não ouviram a voz
Daquele que falou a mim”.
Mas o testemunho daquele que escolheu pagar um preço que poucos pagarão, e a
quem foram confiados uma impressionante revelação e um serviço imortal e
universal, no fim de sua vida, foi: “ninguém foi a meu favor; antes, todos me
abandonaram” [2Tm 4:16]. Será que isso significou que ele estava errado? Quem
ousaria dizer que sim?
Vamos nos lembrar que cada passo adiante com Deus levará a pessoa “chamada” a
uma mais direta e íntima colisão com as forças do inimigo, e isso vai atrair muito a
sua atenção. O único caminho para “reinar em vida” é literalmente sabendo dessa
necessidade.
A pergunta é se vamos continuar com Deus, independente do preço a ser pago.
Recusaremos Àquele que fala? Vamos responder a cada chamado para avançar,
qualquer que esse seja? Permaneceremos firmes mesmo que o preço por vezes
parecer quase que demasiado? Iremos “nos manter firmes” na provação do
“chamado” para, ao sermos aprovados pela graça de Deus, sermos escolhidos para
esta obra que não poderia ter sido feita ninguém mais além de nós?
Ou será que retornaremos para nosso caminho mais fácil, de menor resistência;
mantendo nossos tesouros, por medo de perdê-los, mantendo nosso lugar de
diversão e segurança nas águas rasas, sem nos “lançarmos nas profundezas”.
O “muito bem, servo bom e fiel”, será reservado para aqueles que se arriscaram a
perder alguma coisa, e foram além da obrigação do dever, embarcando na segunda
milha do “chamado” que envolve essa revelação progressiva.
Oh, amados de Deus, vamos seguir o caminho até o fim, independente do que isso
possa envolver – nunca antecederá o sofrimento apostólico – aspire por ser um dos
“chamados, eleitos e fieis”.
Nesta fase o nosso tema geral é para ser considerado ao longo de duas vias, (a) a
universalidade da Pessoa de Cristo; (b) a universalidade do Nome de Jesus, o
Cristo.
Todo o registro da escritura lança seu peço sobre o fato de que Cristo se
comprometeu e foi ungido para cumprir uma obra no universo anterior à "queda", e
o qual abrangia os resultados da "queda" também. É também bastante claro que
nesta terra, através da encarnação essa obra era para ser realizada. Mas esta terra
e o Drama Divino da Cruz é relativo a algo infinitamente maior. Principados e
Potestades, Anjos e Arcanjos, e inteligências super cósmicas são envolvidas,
ligadas, abordadas, e são instruídas com isto. Tendo apenas aludido a esta
universalidade da Pessoa e obra de Cristo, pode ser bom notar alguns dos
elementos cósmicos e universais na Sua vida e obra terrena. Mas talvez, será bom
permanecer no aberto uns minutos mais antes de virmos para o mais histórico.
Tome, por exemplo, uma passagem como essa em Colossenses 1: "Ele é a imagem
visível do Deus invisível. Pois Nele foram criadas todas as coisas tantos as dos céus
como as da terra, ambas as visíveis como as invisíveis, sejam tronos ou domínios
ou principados ou potestades; por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas e Ele
é antes de tudo "Ele é antes de tudo". O "é" aqui significa que Ele não é um dos
seres criados, não superior em classe a alguns anjos, mas incriado, eterno, antes
de tudo.
"E Nele todas as coisas subsistem", ou têm o seu ser. Isto é, tudo tem o seu ser
por causa Dele. Elimine a existência de Cristo, e você deverá eliminar o universo. É
por isso que "não era possível que Ele fosse retido pelos grilhões da morte". Assim,
a ressurreição de Cristo era essencial para a sobrevivência do universo. Em última
análise, todas as coisas devem ter a vida consciente deles Nele. Esta é a
inclusividade de Cristo, e mais uma ênfase na formula apostólica "Em Cristo".
Perceba além disso Efésios 1:10: "De tornar a congregar em Cristo todas as coisas,
na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que
estão na terra"
Agora tome seus Evangelhos e leia eles com esta ideia. Belém não é um evento que
pertence só ao tempo. A encarnação de Deus em Cristo é o próprio propósito pelo
qual Deus fez o homem na Sua imagem, e isto indubitavelmente para propósitos
maiores do que a redenção de uma raça. É muito provável que a encarnação de
Cristo tenha ocorrido mesmo se não tivesse havido a queda. O homem era o meio e
método escolhido pelo qual uma maior questão do que o pecado da raça humana
era para ser estabelecida, e Jesus o Cristo é o representativo do homem como Deus
pretendia que ele fosse para o encontro de outras ordens do mal espiritualmente
em forma pessoal. Isto somente é uma explanação adequada da intensa oposição
demandada pelo seu povo de "aliança" para com todas as formas de demonologia,
espiritismo, necromancia, etc., como também de todas as referencias diretas para
com o sistema satânico. Através do homem - homem único - em união corporativa
vital com Deus esta conquista universal e estabelecimento era para ser efetuado, e
a encarnação vai direto ao âmago da questão. Os cantos dos anjos abrangem a
eternidade e todas as esferas, e são a expressão da maravilha e admiração da
magnitude do alcance disto. De modo semelhante todos os outros passos definidos
do progresso terreno da Sua missão possuem a marca de algo que vai além do
histórico (sobre-histórico).
A tentação é o propósito imediato e último da Sua unção como que numa breve
representação. O Príncipe deste mundo é enfrentado e a batalha do universo é
travada. A soberania do Filho é o alvo do desafio - "Se você é o Filho". Isto não é
uma mera tentação humana. O homem nunca foi tentado nestas dimensões. Isto é
Cósmico. Mas devemos lembrar que quando nos tornamos participantes da Sua
unção em breve viremos de encontro com este inimigo com um significado muito
maior do que o local ou pessoal. A soberania de Cristo é então o campo de batalha.
São somente os que estão assim ungidos em Cristo que realmente conhecem o
inimigo. Ficar em dúvida quanto à existência de Satanás ou não ter tido nenhum
verdadeiro conflito com ele pode ser um indício de que se está fora da unção de
Cristo.
Um Sinal
por T. Austin-Sparks
Vemos ilustrados nas escrituras abaixo, que esse é um principio dos tratos Divinos
com o homem:
Acredito que o Senhor nestes dias está procurando reunir um povo que será Seu
sinal para a Casa espiritual de Israel – e esses certamente serão poucos, pois não
nos é dito que o Senhor possa fazer isso com todos os Seus. O testemunho desse
povo pode não ser de que a Casa de Israel esteja completamente errada; mas de
que existe uma vida maior e mais profunda em Deus, para a qual Ele os chamou.
Ao sentir este encargo sobre tantos nestes dias, entenderemos o significado disto.
Quando o Senhor chama um povo, que pode ser um grupo pequeno, Ele coloca Sua
mão sobre um aqui e outro ali, acrescentando um a um a esse grupo, e esses serão
um sinal especial para Sua casa. Ele irá lidar com eles de maneiras completamente
diferentes da qual Ele faz com outras pessoas, e Ele diz: “Farei uma coisa nova”.
Ora, não adianta fazermos comparações com os demais. Eles podem, em seus
caminhos, ter o selo e a benção de Deus sobre si, mas isso não quer dizer que a
maneira que o Senhor está nos conduzindo esteja errada, e não devemos ousar
discutir sobre os caminhos que eles estão tomando. Este é o caminho do
Senhor para você. Não pare no caminho para fazer comparações. Nós tropeçamos
nisso muitas vezes ao nos entregarmos inteiramente a Deus. Enfrentaremos
provações excepcionais, o impacto total da ira do inimigo. Olharemos em volta para
outros que estão passado por um processo mais fácil, porque não estão seguindo
pelo mesmo caminho. De imediato, ao fazermos isso, nosso fundamento começa a
se desfazer. O ponto é: o Senhor tem Sua roda dentro de uma Roda, o Seu
instrumento por meio do qual Ele deseja ter um sinal especial para Seu povo,
manifestando Sua Sabedoria, Seu Poder, Sua Graça, Seus Métodos, Seu Propósito,
para revelar a Si mesmo através deles para os demais. Não tenha, por nenhum
momento, a ideia de que seguir esse caminho equivale a estar sobre um pedestal,
em isolamento, sendo levado em conta de forma especial pelo Senhor. Isso tudo
simplesmente significa que desceremos mais fundo na morte e na humilhação
perante o mundo. E porque o Senhor nos leva mais fundo, Ele é apto a nos revelar
algo maior.
Digo isso agora quando estamos encerrando a nossa jornada nessas linhas e
associações antigas – Deus está nos conduzindo por um caminho incomum, talvez
até peculiar, e está realizando algo que sabemos não ter sido feito em nenhum
outro lugar. Ao nos conduzir nessa comunhão, acredito que Ele está buscando
esses que seguirão com Ele, a fim de que possa torná-los num Sinal, como algo
espiritualmente poderoso, mesmo considerando todo o preço envolvido, toda a dor,
e toda a necessidade da destruição de cada pedaço da carne, orgulho, arrogância,
do desejo pela aprovação dos homens, e tudo mais. Talvez isso não seja algo para
os homens aplaudirem, aprovarem, mas seja como o impacto do Trono de Deus
sobre o trono de Satanás neste últimos dias. Esse é o peso da Palavra do Senhor:
“Filho do homem, tenho feito de você um Sinal”; “Dize: Eu sou o vosso sinal”.
Assumo que nós que estamos reunidos neste lugar, nesta noite, somos todos povo
do Senhor. Quase todos nós que estamos nesta comunhão do Espírito, temos nos
entregado para ir com o Senhor até o fim. Me parece que este momento é aquele
no qual devemos encarar a implicação desta palavra. Se estamos seguindo pelo
caminho popular, se estamos indo pelo caminho impopular; e se vamos ser o Sinal
do Senhor. Quando Paulo proferiu estas palavras: “porque nos tornamos espetáculo
ao mundo”, ele estava se referindo aos feriados Romanos, quando eles se reuniam
para um dia de esportes; e quando tudo já tinha acontecido, a coroa deste feriado
era colocar na arena criminosos como objeto de zombaria para que as pessoas
pudessem rir, ridicularizar, fazer piadas deles. Paulo disse: “em último lugar... nos
tornamos espetáculo ao mundo” - o mundo zomba. Assim como o mundo riu de
Neemias na construção dos muros de Jerusalém.
“Em último lugar... nos tornamos espetáculo ao mundo". Estamos prontos para ser
tornados em um “Sinal”? Aquilo do qual o mundo ri? A cruz do Senhor Jesus tem
sempre sido a sabedoria e poder superlativos de Deus. No momento, o
compartilhar da cruz é o verdadeiro teste. O Mestre suportou a cruz, desprezou a
vergonha, para ser tornado num sinal. Houve alguma vez algum Sinal mais glorioso
e poderoso do que aquela cruz?
Então o nosso Mestre, chegando ao fim, disse: “por causa deles Me consagro, por
causa deles Me entrego completamente, e essa consagração é a cruz. Estou
disposto a ser um “espetáculo” para os homens, demônios e anjos, por causa
deles”. O Senhor deseja que sejamos Sinais. Digo isso com a respiração suspensa,
sabendo pouco do que isso representa, mas sabendo também que Sua Graça é
suficiente. Amados, Ele está apenas buscando reunir um grupo de pessoas que Ele
possa tornar um Sinal, não apenas de sofrimento e aflição, mas de Poder e Glória,
para demonstrar a outros Sua Sabedoria, Sua força, Sua Soberania, Sua Graça.
Será que você dirá, nesses termos: “Sou do Senhor. A Teus pés me lanço para
sofrer, viver ou morrer, pelo meu Senhor crucificado”? Isto é o que quer dizer ser
testemunhas do Senhor. “Serão Minhas Testemunhas”. Ser testemunha não quer
dizer sair e falar; significa que o Senhor opera em nossas vidas, e os outros olham,
e dizem: “Esse é o Propósito de Deus; o Caminho de Deus; a Vontade de Deus”. Ao
realizar isso, logo demônios aprendem quem Deus é, sobre a Sua Glória e
Soberania. Os anjos se curvam por causa dos feitos de Deus no meio da Igreja, e
glorificam a Ele em nosso favor.
Que o Senhor nos leve a dar nosso consentimento nesse novo ato de entrega e
consagração, individualmente e como povo, nos próximos dias.
Primeiramente publicado na revista “Um Testemunho e Uma Testemunha”, Jan-Fev
1927, Vol 5-1
Agora isso pode parecer complicado para você. Pode alguma coisa ainda ser um
mistério quando tem sido revelado no sentido em que temos falado do mistério de
Cristo a pouco tempo? Que ninguém cujo espírito não tenha sido iluminado pelo
Espírito pode jamais entender ou perceber; que para o crente e a companhia de
crentes conhecida como o Corpo de Cristo, ainda permanece um enigma e um
mistério na esfera da carne, e inclusive nas suas próprias carnes, não apenas no
mundo; que somos um quebra-cabeças para nós mesmos, e nossa experiência
mais profunda em relação ao Senhor é algo que nunca poderemos entender com
nossas próprias mentes, algo que derrota e corrompe totalmente todos nossos
próprios esforços para analisar e entender. O que está acontecendo no centro de
nosso ser pela operação do Espírito Santo vai além de nós, todo o tempo, e tudo o
que sabemos é que temos que acompanhar algo que está acontecendo. Este algo
que está sendo revelado não ao nosso entendimento externo, mas à nossa
convicção interna, e temos que continuar pela fé; e somente ao seguirmos pela fé
obteremos alguma revelação quanto à natureza do que está acontecendo, às vezes
torna-se claro; e requer bastante persistência, progresso e resistência neste
processo misterioso das operações divinas em nossa vida antes que tenhamos
entendido apenas um pouco do que o Senhor está fazendo conosco, e do que o
Senhor está à procura. Aparece um dia, e o percebemos claramente; mas aí está,
um mistério todo o tempo; e no entanto, para nosso espírito é um mistério
desvendado, um mistério revelado; para nossa carne e para o mundo, e para toda
carne à nossa volta é ainda algo demasiado profundo para a compreensão natural,
ou entendimento humano, ou a manipulação e análise de nosso próprio
pensamento. Não podemos desenredar isto.
Ora, isto estava no coração de Deus antes dos tempos eternos, revelado em Cristo,
somente em Cristo, na plenitude dos tempos. Uma verdade eterna, não algo que
apenas aparece e é mencionado pela primeira vez em algum período na história,
mas algo que foi mencionado através de todas as épocas, mas que tem sua
interpretação dada na plenitude dos tempos. Existe muita diferença entre o sacudir
algo da parte de Deus continuamente, e a compreensão espiritual do significado
desse algo. Você nota como de frequente isso era assim, ainda no caso dos
discípulos do Senhor. O Mestre estava dizendo coisas a eles todo o tempo, mas Ele
tinha que encerrar Seus discursos e Suas atividades dizendo - “o que Eu faço,
vocês não o sabem agora, mas o saberão depois, e as coisas que Eu vos estou
falando, vocês não as entendem agora, mas vocês as entenderão mais tarde”. E
você encontra esse depois, nesse próximo depois, quando o Espírito Santo, o
Interpretador veio, então eles lembraram Suas palavras. Depois eles lembraram
que foi falado; e lembraram que Ele tinha dito estas coisas, e elas acabaram de
acontecer. Ele sabe; tinha sido estabelecido o tempo todo, e Deus está dizendo
Suas coisas eternas por todas as épocas, mas não é até que os tempos de Deus
chegassem que a interpretação é dada. É por isso que eu vigoro mais fortemente
que a verdade do Corpo de Cristo não foi mencionada por primeira vez pelo
apóstolo Paulo. Não foi algo que apareceu mencionado e referido em algum
momento do Novo Testamento; é algo que está por todo o caminho através das
escrituras, desde o principio até o final; justamente assim como a Cruz está, e
outras dessas grandes revelações. Elas estão aí por todo o percurso, mas não é até
o momento certo e uma certa condição é percebida, que a interpretação é dada.
Agora veremos isto neste mesmo tema, portanto, voltamos para os tempos eternos
que estavam no coração e mente de Deus, e descobrimos que uma eleição dupla é
feita de Sua parte para a realização de Seu propósito. A eleição de uma Cabeça e a
eleição de um Corpo, as duas, é claro, compreendem uma entidade. A eleição da
Cabeça e dos muitos membros para compreender com a Cabeça um Corpo – a
dupla – eleição feita por Deus. Estamos lá atrás antes que houvesse alguma queda
- “na presciência de Deus fomos escolhidos Nele antes da fundação do mundo”, e
esse Corpo eleito estava lá, e depois colocado além do alcance de qualquer poder
destrutivo, ou de qualquer possibilidade de falência, por isso, ainda que as fortes
desilusões dos últimos dias possam levar multidões para longe, e as decepções
serão de tal natureza que será quase impossível de discernir e evitar, chegará até o
ponto de que o próprio eleito seria enganado, se fosse possível. Mas não é possível!
Deus assegurou isso além da possibilidade da derrota, ou fracasso, ou uma
decepção que o arruinaria como instrumento eternamente escolhido e eleito de
Deus para Cristo. Tenha isso agora como apenas verdade básica, e tome sua
Palavra, e veja que lá está. Está lá por todo o percurso, e é algo muito abençoado
de lembrar.
Claro que sim, eu sei, fazer possível para nosso entendimento finito muitos
problemas, mas estas coisas não são reveladas em todo seu significado na Palavra
de Deus, e é, considero, para não serem supostamente entendidas ainda. Existem
esses problemas históricos ou teológicos que ainda não têm sido capazes de serem
explicados completamente. Por exemplo, a eleição segundo a presciência de Deus
sobre e contra o absoluto livre arbítrio do homem. Como você reconcilia isso. Mas
aí estão, e o desenvolvimento da eleição é na base da fé da parte do eleito. Ora,
como você coloca estas duas coisas juntas? Têm muitas outras; mas não estamos a
ficar com isso. O fato básico é isto. Que Deus tem, antes dos tempos eternos,
escolhido um Corpo em Cristo com o mesmo tipo de escolha com o que Ele
escolheu Cristo como o Cabeça do Corpo; e este Corpo sendo um, muitos membros
mantendo a Cabeça, é um em seu último triunfo inevitável o qual não pode ser
destruído. Ora, como isso vai ser ocasionado? Bem, o método de Deus é em
seguida revelado, e isso é pela encarnação. Somos familiarizados com certas
passagens. Você pode lembrar tal passagem, por exemplo, como esta –
Colossenses 1:27, “o mistério o qual esteve escondido desde todos os tempos e
gerações, o qual é Cristo em você, a esperança da glória”. Efésios 5:30, “somos
membros de Seu corpo, de Sua Carne e de Seus ossos... Este mistério é grande”.
Passagens como essas, as quais são eternas em seu rodeio, levam você bem de
volta atrás, e bem adiante. Adicionaremos outras passagens a essas ao
continuarmos, mas o método de Deus é pela encarnação. Cristo como Deus
encarnado. “Portanto, visto que os filhos são participantes de carne e sangue,
assim Ele também participou dessa condição humana”.
Lá está Deus, como Deus disse - “Neles habitarei e entre eles andarei”. Ora,
quando você reconhece e percebe que é Deus quem tem vindo da eternidade,
primeiramente encarnando a Si mesmo num corpo histórico individual separado, e
realizando esse imenso trabalho da Cruz, que tem mudado a forma de Sua
encarnação após essa realização, e se tornado, como o fator no Calvário, encarnado
no Corpo e em todos seus membros. Aí você tem o eterno secreto da vitória de
Deus, a qual é o vitorioso Cristo residente pelo Espírito Santo no interior do crente
– dentro da Casa de Deus. A grande diferença entre as duas dispensações da Bíblia
– o Velho e o Novo – é que um é sempre objetivo, e o outro é subjetivo. O Velho,
até o Calvário, incluindo a experiência, era objetivo. Tudo era objetivo. Você vai
para o deserto, a Cruz na figura da serpente levantada – é objetivo, e aquele que a
olhava, vivia. Quando nós cantamos estes hinos sobre “olhem e vivam!” não
devemos ter uma mentalidade materialística objetiva e ter esta concepção de olhar
para alguma coisa – olhando para algo – temos que olhar para essa realidade
espiritual para ser feita real e experimental dentro de nosso próprio espírito. A
grande diferença é entre o objetivo na velha dispensação, e tudo tornando-se
subjetivo na Nova. O Calvário não é objetivo agora; o Calvário é subjetivo. Deus
como no sangue, não é objetivo, mas subjetivo. Tudo é subjetivo. É no interior,
porque Ele está dentro do centro de todas as coisas; E ele é a soma total de todas
as coisas.
Agora, amados, você consegue chegar até esse ponto? Já teve realmente um
despertar espiritual para esse fato básico? Faria a maior diferença possível em sua
experiência. Um falou de como o Mestre sempre estava referindo-se a esta mesma
coisa. Você lembra como de frequente Ele estava falando disso. Tome Sua parábola
da videira e seus ramos. Penso que o descobrimento de Hudson Taylor da realidade
da vida corporativa com Cristo através dessa parábola é uma das mais bonitas
exposições da verdade que poderíamos ter. Gostaria de apenas dá-la a você: “ao
pensar na videira e nos ramos, o Senhor, o bendito Espírito derramou diretamente
em mim, quão grande parecia meu erro em ter desejado obter a seiva, a plenitude
Dele. Vi não apenas que Jesus nunca me deixaria, mas que eu era um membro de
Seu corpo, de Sua carne, e de Seus ossos. A videira que agora vejo não é
meramente a raiz, mas tudo – a raiz, talo, ramos, galhos, folhas, flores, fruto – e
Jesus não é apenas isso, Ele é o solo, e luz do sol e chuvas e dez mil milhares de
vezes mais do que jamais pensávamos, desejávamos, ou precisávamos”.
Oh, a alegria de ver essa verdade, a unidade, que a única Vida está em todos, em
cada parte até a mais extrema folha ou galho ou pedaço! E essa Vida, amados, é a
Vida pela qual Jesus conquistou a morte! Essa é a Vida de Sua ressurreição.
Ora, nosso erro tem sido justamente em tentar e alcançar a vitória do lado de fora,
pelejar, lutar, para ser vencedores e travar uma guerra terrível, sem reconhecer
que o único triunfo e a única guerra é aquela que Cristo, Ele mesmo, trava e
alcança. Um tem encontrado esse tipo de ajuda no reconhecimento desta
maravilhosa realidade, e uma vez que se chega a apelar ao Senhor do interior, isto
é fazer face à situação! Oh! A diferença de apelar a Ele como num lugar
objetivamente, por fora, entrar e lidar com a situação! Nunca acontece nada ao
longo dessa linha, mas reconhecer que Ele habita no interior – a compreensão e
cumprimento dessa eterna intenção no mistério de Deus “que Cristo habite em seus
corações pela fé”. Que você quer dizer com essa última parte da frase “pela fé?”
Você quer dizer que Ele habita pela fé? Não, isso seria tanto como dizer que a fé faz
ser aquilo que não é. “está é a vitória que vence, nossa fé”. Mas qual é a direção,
ou a natureza dessa fé que vence? A fé que crê, e crer conta com, “maior é Aquele
que está em você que aquele que está no mundo”. Vê, está é a vitória que vence o
mundo. “Maior é Aquele que está em você que aquele que está no mundo”. Agora
coloca esse fato de que “Cristo habite em seus corações pela fé”. Isto é, a fé
considera o fato de que se você recebeu o Espírito Santo em seu espírito, você tem
recebido Deus em teu espírito. Você tem recebido o Cristo triunfante no centro do
seu ser, e em fé, apelando a isso, Ele manifesta-se a Si mesmo, e você descobre
que este é o segredo de vencer.
Esta é a vitória que vence, a fé que se volta para o Senhor não objetivamente, mas
interiormente e diz - “agora, Senhor, como em meu interior, apelo a Ti para
levantar-Te e suprir a situação”. Há uma enorme diferença entre isso, e invocar ao
Senhor e sairmos ao encontro da situação, Ele que já tem a vitória, que a possui, e
habita em nós; e é por isso que foi dito no principio que nunca seremos vencedores
nesse sentido desligado, ou separado. Ele é o único Vencedor, e Ele terá que fazer
todo o vencer em nós, e por nós. Ele terá que operar Sua superação, operar Sua
vitória, simplesmente partilhando conosco aquilo que Ele tem no interior, e isto é
como “Ele prepara uma mesa na presença de nossos inimigos”. Ele partilha conosco
o fruto da vitória bem no centro, e o que é mais central à situação do que nosso
próprio espírito. Seu espírito, amado, e meu espírito, eles são o centro mesmo do
conflito. Este conflito apenas aparece porque Cristo está no espírito, porque Ele
está lá. Este tipo de guerra, este conflito é o desafio do inimigo, não para nós como
tal, ele pode muito bem estalar os dedos a nós! Nunca pensemos que nós podemos
enfrentá-lo. O Senhor nos livre de qualquer vã confiança de sermos capazes de
enfrentar o inimigo, ele nos inalaria muito rapidamente, mas é porque o Senhor
está lá, ele é o inimigo declarado de Cristo e ele quer destruir a manifestação de
Cristo em nós; e portanto é uma batalha de natureza que não pode ser ajudada.
Você tem visto algumas pessoas que nunca podem se encontraren no caminho um
do outro, senão para brigarem, e como animais na rua, eles são inimigos
declarados, eles nunca podem se ver um ao outro sem ficar com raiva e mostrar
seus dentes. Perdoem o baixo nível da ilustração, mas é assim, o inimigo não pode
chegar a nenhum lugar dentro do âmbito do Senhor Jesus Cristo, senão para
mostrar seus dentes, grunhidos, e é porque Cristo está em você que a batalha se
trava.
Agora, o Senhor tem que enfrentar o inimigo, tem que compartilhar justo na
presença do inimigo os frutos de Sua vitória. Mas, é claro, nós não vamos deitar e
dizer – agora, Senhor, simplesmente assento e Você enfrenta o inimigo. Isso não é.
Ele está no nosso espírito, e Ele nos tem dado em primeiro lugar, um espírito e nos
fez distintos de todos os outros resultados de Sua atividade criativa ao nos dar um
espírito, porque Ele é um Espírito, e somente um espírito pode ter comunhão com
espírito, ou entender espírito, ou conhecer espírito. Ele nos tem dado um espírito
em primeiro lugar a fim de que houvesse no nível de Sua própria natureza e
semelhança, cooperação como também comunhão, e pela Sua ressurreição, e
nossa apreensão em fé do significado de Sua ressurreição para nós pelo Calvário,
Ele tem despertado e levantado dentre os mortos nossos espíritos que foram
imolados na queda, e trazidos para fora de seus sepulcros, fora do lugar de suas
mortes, vivificando-os com Sua própria Vida pelo Seu próprio Espírito e entrando
em nosso espírito para que nosso espírito, sendo energizado por Ele possa cooperar
com Ele inteligentemente nisso. E isto é algo muito vital para lembrar, que o
Senhor é vitorioso, e o Senhor está em você.
Não conflite com isto, porque um percebe que existem muitos dentre o povo do
Senhor que estão simplesmente submergidos e derrotados e quebrados, e há muito
que é uma contradição do fato de que Cristo está neles, pela simples razão de que
seus espíritos não têm permanecido no Nome do Senhor e reivindicado Sua
energização. Oh, como de maravilhosos são os resultados de um espírito
divinamente energizado. Esse é o segredo e a chave para tudo. Isto é um terreno
muito familiar para a maioria de vocês, mas talvez, por causa de alguns, é
necessário para o Senhor nos levar de volta aos começos, e em todos os assuntos,
ainda na esfera física onde não há recursos, onde há enfermidade e fraqueza, e a
sentença mesma de morte – o segredo da realização da Palavra de Deus não é
tendo nossos corpos revigorizados e ser curados e robustos, é tendo nosso espírito
energizado pela Vida de Deus, para que nosso espírito possa levantar nosso corpo
na hora da vontade de Deus, e carregá-lo a fazer a vontade do Senhor. Essa é a
“maravilha” e o milagre perpétuo de Cristo habitando no interior – a esperança da
glória. Você toma alguns dos pobres aleijados do Senhor, não há esperança de
glória neles fisicamente, ou mentalmente, ou em qualquer outra forma; mas eles
sim tornam-se uma adoração e uma glória a Deus, e a glória Deus é vista neles.
Por quê? Em virtude da expressão desta verdade básica e central. “Cristo em você,
a esperança da glória”, e eles estão contando com Ele numa forma positiva para
manifestar o fato de que Ele está no interior. Certamente esse era o segredo da
vida do apóstolo Paulo em todas suas enfermidades, em todas suas aflições, em
todas suas fraquezas, em tudo que sobreveio sobre ele e interiormente surgiu na
sua própria vida natural, que bem teria reduzido, para dizer o menos, ou inundado
ele e posto ele finalmente fora de ação. “antes, trabalhei muito mais do que todos
eles”. O assombroso disso foi esta continua energização do seu espírito, e seu
espírito cooperando com Deus em levantar e reivindicar a energização; e assim ele
fez o que era de outra maneira fisicamente impossível para ele.
Bem, isto está tudo em parênteses, mas voltemos para fora do parênteses a isto,
que o que os filhos do Senhor querem reconhecer, acima de todas as coisas, é que
se eles são totalmente Seus filhos, nascidos de, e desde Ele, tendo recebido o
Espírito Santo para habitar no interior, eles devem em seus espíritos renovados
cooperar com Ele, contar com Ele, exercitar a fé na realidade interior de Cristo, e
esse é o único segredo da vitória. Você encontrará que o Senhor tem que fazer
tudo para você, que você terá que, em espírito, contar com Ele e exercitar seu
espírito em fé. Você terá que dizer – Senhor, não posso encarar isto, e Ele
energiza. Muitas vezes teve que fazer isso eu mesmo, para deixar você num
segredo – o Senhor realizando tudo, mas é a cooperação da fé. Oh, fé é algo
tremendamente ativo! A fé não é algo passivo; fé não é apenas algo flácido, como
se dissesse – o deixo a Você, Senhor, creio que Tu és capaz; e assim deixá-lo aí.
Ora, essa não é a poderosa fé energizante de Deus pela qual Ele criou mundos.
A Sentença de Morte
por T. Austin-Sparks
Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos
em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos... Trazendo sempre por toda a
parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se
manifeste também nos nossos corpos;(2 Corintios 1:9, 4:10).
O peso da palavra do Senhor é principalmente para Seu próprio povo, mas pode
haver no inicio, uma simples palavra, a qual pode nos levar de volta para o começo
das coisas e alcançar qualquer um que não esteja certo de que eles são do Senhor,
ou estão bastante certos de que não o são, mas que podem, não obstante, estar
chegando a encontrá-Lo; e a estes gostaria de dizer novamente, com ênfase
renovado, que pertencer ao Senhor, conhecer o segredo de Sua comunhão, e ter a
compreensão de que você tem passado da morte para a vida, ser um filho de Deus,
não é entrar num sistema religioso, embora você o chame de “Cristianismo”; e não
é aderir-se a uma companhia de pessoas religiosas ou cristãos que você pode
chamar do povo do Senhor, ou “a igreja”, seja onde forem achados ou sob qualquer
nome que estejam levando. Ser do Senhor é receber no centro do seu mais intimo
ser uma dádiva de Deus que é chamada VIDA: uma VIDA que nós por natureza não
possuímos: uma VIDA que é a própria VIDA de Deus, e que somente pode nos
trazer até um lugar onde o pecado não tem mais domínio sobre nós, onde somos
salvos do pecado, e onde temos a garantia dessa salvação.
Existem muitos que estão lutando para serem cristãos, para serem bons, para
serem melhores, ou o melhor que eles puderem ser; lutando para ser do Senhor e
viver como pertencendo ao Senhor; lutando para andar com o Senhor e fazer essas
coisas que são agradáveis a Ele; lutando e esforçando-se e no entanto, todo o
tempo em desespero. E digo a você porquê; Satanás não pode expulsar Satanás!
Satanás é o Senhor da Morte, e ele tem ganho uma base firme na própria raça
desde seus começos, e a morte passou para todos, e está em todos. A natureza
dessa morte é separação de Deus, e assim é com cada filho de Adão. A morte reina
pela obra de Satanás, e por meio disso ele tem esta base, esta posição, este lugar
estabelecido na raça, e todos nessa raça estão nesse sentido, mortos. Ora, qual é o
proveito de algo morto tentar expulsar a morte? Qual é o proveito de algo que é
nada mais que o fruto da morte tentando vencer a própria fonte da morte? Satanás
não pode expulsar Satanás, e por isso você pode lutar ainda até o fim e cair no
desespero. Você precisa de VIDA - VIDA TRIUNFANTE – VIDA PERSONIFICADA –
pois se a morte é personificada em Satanás, A VIDA é personificada no Senhor
Jesus que diz: -
E você precisa dEle como a Vida residindo em seu próprio ser interior para expulsar
a morte, e “para vencer aquele que tem o poder da morte, ou seja, o diabo”.
Portanto, ser do Senhor é ter o Senhor, ser um cristão é ter Ele como a VIDA
residindo no seu espirito, poderoso, triunfante, capaz de resistir os poderes da
morte, e fazer você vencer por Sua VIDA. “a VIDA” - como este servo de Deus,
Paulo, colocou: -
Ora, essa é a base de toda a experiência cristã, e, como podemos ver, do serviço
cristão, e quero urgir a você, pois sei que é necessário, que seja enfatizado que não
é aderir-se a uma comunhão, não é chegar numa companhia de pessoas religiosas
e você associar-se com eles; não é aceitar algum sistema de ensino; não é
meramente decidir por Cristo, é algo infinitamente mais do que isso, e tudo isso
pode apenas provar o instrumento de sua ruína e desespero. Você pode ser infeliz
até na presença da alegria celestial, você pode ser miserável até no lugar onde a
luz celestial está, você pode ser envergonhado onde a glória de Deus está, você
pode estar desesperado na própria presença da “Esperança que não confunde”, se
você não tem a única Vida do Filho de Deus com todos Seus filhos. A única Vida! O
que você precisa é a dádiva de Deus, a qual é Vida Eterna em e através de Jesus
Cristo nosso Senhor. Essa é a essência do evangelho, o começo do evangelho, o
fim do evangelho: é o evangelho em soma total. QUE VOCÊ TENHA ESTA VIDA.
Agora, amados, tenho dito isso, um vai continuar a falar principalmente para o
povo do Senhor, embora, os outros que estão escutando podem pelo auxilio do
Espírito Santo ver algo mais por eles mesmos, e o peso é isto -
Você verá por um olhar pela palavra de Deus, com duplo pensamento na sua
mente, que a morte pode ser qualquer uma destas. A morte pode ser uma
vantagem, ou pode ser uma desvantagem; pode ser complementaria, ou pode ser
antagonística; pode fazer possível o propósito maior e bençãos em Deus, ou pode
ser absolutamente paralisante ou nulificante para toda frutificação Nele. Agora você
se pergunta como a morte pode ser complementaria ou vantajosa, o próprio
terreno de frutificação, porque muitas vezes você ouve dizer que a morte é morte,
e isso é desolador e árido e não há nada que possa vir disso; mas você deve
lembrar que isto prepara o caminho para tudo o demais, traz você ao ponto onde
tudo o demais é possível, e até que você não tenha chegado à morte não há de
nenhum modo outra possibilidade. Note as passagens que lemos -
“Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos
em nós”.
Mas ele não o colocou dessa maneira. “nós tínhamos a sentença de morte em nós,
PARA QUE”. Existe um propósito nisso – há um objetivo nisso – existe algo nisso
como base e principio fundamental. Ele percebeu que não era o fim mas o começo,
com um projeto de que não confiássemos em nós mas em Deus que ressuscita os
mortos. Logo assim, a sentença de morte não era o fim de tudo, era o começo de
tudo. Havia um propósito real neste assunto, e se você tomar o ensino do Espírito
Santo no Novo Testamento, você encontra que isto tem se tornado o principio
fundamental de todas as atividades e operações Divinas. A sentença de morte
passou sobre nós e registrou em nós e operou em nós, e todo o tempo outra coisa
está fazendo a obra de Deus, triunfando sobre esta sentença de morte em nós – a
outra coisa que está em nós, operando através de nós, dando-nos ascendência
sobre a morte em Cristo: para que as coisas maravilhosas de Deus sejam
manifestas por nós, quando não há responsabilidade para elas em nós. O Senhor
lançou fora de uma vez a inteira base da confiança em nós mesmos – lançou fora
para sempre qualquer esperança nossa, não para nos destruir, não para fazer tudo
impossível, mas PARA QUE Ele que ressuscita os mortos possa mostrar as
poderosas obras por esta Vida de Ressurreição, a qual é frutífera em nós.
Tem você notado isto, não sei de onde saiu, se foi satânico ou inspiração divina,
que ainda Herodes, “essa velha raposa”, quando foi lhe reportado que o Senhor
Jesus estava fazendo Suas muitas obras poderosas, disse, este é João o Batista,
ressuscitado dentre os mortos, portanto, estas poderosas obras são mostradas!”
Ressuscitado dentre os mortos – obras poderosas! Como ele obteve essa alusão,
não sei, mas tem este principio, que a ressurreição dentre os mortos implica obras
poderosas – obras mais poderosas daquelas dantes da morte.
Tem isto lá, e este é o principio por todo o percurso da Palavra, que na base de
uma Vida forjada em nós por meio da cruz pela ressurreição de Jesus Cristo, Deus
é capaz de realizar e atingir Seu propósito supremo. Mas a fim de fazê-lo, a
sentença de morte deve estar firmada bem no centro de nossa antiga vida para
descartá-la, para que onde desesperemos da vida em nós e não tenhamos
confiança em nós, saibamos que não podemos de nós mesmos conseguir nada,
está esta poderosa Vida de Deus para tudo. Isto que é “Cristo em você”, a Vida de
Deus, a esperança da glória.
Deus nos trouce até este mesmo ponto, a fim de que possamos não confiar em nós
mesmos, mas em Deus “que ressuscita os mortos”. Você nota que Paulo coloca o
tríplice resgate da obra de Deus imediatamente defronte a isso – e nós sim
confiamos Nele que nos resgatou e nos resgata, e cremos que Ele ainda nos
resgatará, que não seremos completamente engolidos pela morte, mas na morte,
mantidos em Vida.
Ora, este é apenas o principio das coisas, a base. Este é o assunto que está com
um, com força tremenda nestes dias, que se você vai ser efetivo na esfera onde o
príncipe, o Senhor da Morte reina, você não poderá ser efetivo pelos meios e
recursos da nossa vida natural, por mais excelentes e esplendidos que eles sejam
desde a perspectiva natural. A única coisa que pode ser efetiva nessa esfera é a
Vida por meio da qual Jesus conquistou a morte, e para que essa Vida tenha pleno
domínio e livre curso, e a máxima e mais plena frutificação dessa Vida como
triunfante sobre onde a morte abunde, tudo pelo qual o inimigo tem qualquer posse
(nossa vida natural), tem que ser colocado para fora, e não devemos ter nenhuma
confiança em nós mesmos para esta obra.
Temos passado a um novo tempo, uma nova fase na qual acreditamos ser a fase
culminante na época em que entraremos mais diretamente em conflito com as
forças das trevas – com o poder de Satanás. A igreja tem por muito tempo
enfrentado ele por meio de coisas, e agora vai enfrentá-lo face a face; e esse é o
tempo e condição no qual estamos movendo-nos agora. Estamos encontrando que
meios e antigas formas e instituições e organizações não podem enfrentar o mais
direto confronto com o inimigo. Estamos sendo forçados a reconhecer a
necessidade de algo mais, e esse algo mais é simplesmente a Vida nua de Deus
como manifestada na ressurreição do Senhor Jesus Cristo entrando em tremendo
contato com o sistema inteiro da morte e trevas. Essa é a nossa posição.
Quantos de vocês são capazes de apreciar isto, não sei, mas sei que existem alguns
que podem apreciá-lo. Deus sincroniza Suas provisões com necessidades
reconhecidas e percebidas. Agora, o movimento é para ser junto desta linha, onde
a Vida de Deus, sem mistura com os recursos dos homens, com maquinaria
humana e direção e iniciativa humana – a mesma Vida de Deus tem que ser
diretamente, imediatamente, nuamente manifesta na igreja na última fase da
batalha para o último triunfo. A fim de que isto possa ser assim, deve haver este
tremenda ênfase de Deus sobre a necessidade da aniquilação de tudo o que
permanece no caminho de uma pura e clara manifestação de Sua Vida, e do
entrelaçamento dessas coisas nas quais há morte, isto é, a vida natural do homem.
Toda essa mistura tem que ser removida, e Deus está vindo na hora, tem vindo na
hora, em que Ele vai ter tratos muito estreitos com Seu povo, para que você não
toque a terra, não toque a carne, não toque o mundo, você não pode tocar nada
em que haja morte, sem ao mesmo tempo ter um controle e detenção registrada
sobre sua efetividade espiritual; você tem que permanecer absolutamente
desimpedido.
É por isso que Paulo neste quarto capítulo, falando sobre a Vida de Deus sendo
manifesta em nós porque “sempre levamos a mortificação do Senhor Jesus”
imediatamente continua a dizer, “não vos prendais a um jugo desigual com os
infiéis; e que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e
Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” Que comunhão, que concórdia? Estes
dois são polos à parte, e absolutamente antagonísticos, “por isso, saí do meio
deles, e apartai-vos”. E na medida em que houver esta saída e separação, sendo
cortado de tudo onde está a morte, e uma entrada naquilo onde está a Vida, pode
haver uma manifestação da Vida triunfante e efetiva do Senhor ressuscitado em
nós. Sempre há um grande propósito, tão grande como a eternidade e tão grande
como Deus mesmo, em cada injunção na escritura, não apenas um pouco de
conselho espiritual; é tão grande e excelente como Deus mesmo, e tão vasto como
Seu Eterno propósito, e quando Ele diz, “não vos prendais a um jugo desigual com
os infiéis”, Ele não está apenas dando você um pouco de conselho espiritual que
poupará você de problemas em seus afazeres domésticos. Ele está estabelecendo
um vasto principio, de que efetividade espiritual até o máximo depende de você
estando fora do âmbito do tormento da morte no que diz respeito a seu espirito e
sua vida voluntariamente vivida.
Quero ficar um momento aqui – o Senhor pode ajudar alguns. Amados, o principio
da Vida em seu espirito é para ser o principio orientador de tudo seu serviço no
Senhor Jesus Cristo. Não me refiro à Vida em seus arredores. O Senhor pode levar
você a um lugar onde a morte reine, mas se a morte reina em você, você pode
também desistir de todo o assunto de uma vez. Você pode estar lá, e a Vida de
Deus pode estar em você para suprir essa situação, para triunfar sobre ela; mas
note bem, se você começar a tocar o que você chama, pedaços da obra de Deus, e
não haver Vida em seu espirito, e a coisa está morta em seu espirito, você não tem
direito lá até que você obtenha em seu espirito a Vida de Deus relativa a essa
questão. Não a toque, ou você se encontrará em obras mortas, tentando fazer
alguma coisa onde não existe principio vital nenhum.
Agora note, está tudo bem ter uma visão ampla e dizer, sim, mas o Senhor Jesus
Cristo, como a Vida, veio ao mundo onde há morte a fim de salvar o mundo, e essa
Vida pode ser tomada como a base ampla sobre a qual devemos entrar em
qualquer obra para o Senhor que parece oferecer-se a si mesma ou é apresentada
a nós. Mas isso não é critério nenhum. Houve um tempo em que o Senhor Jesus
reconheceu em Seu espirito que o propósito vivo de Deus foi preso com relação a
certas situações, e Ele não teve testemunho da Vida lá e saiu. Nós cremos que esse
foi o caso de Israel como uma nação. Ele reuniu toda a situação no incidente da
figueira. Lhes ministrou, lhes testemunhou por um longo tempo, mas o momento
da maldição de Deus teve que cair sobre ela (que é a maldição de Deus? É morte),
a partir desse momento Ele terminou com Israel. Ele não tinha nenhum ministério
para Israel como tal; Ele reconheceu em Seu espírito que havia morte lá, e não
adiantava ser sentimental sobre o pobre Israel, não adiantava tentar agir sobre a
base de simpatia humana e compaixão, tendo imaginações e imagens mentais do
que poderia ser feito e o que pode ser feito; aquilo foi um fim. Estou apenas usando
isto como ilustração, pois efetividade espiritual demanda que tenhamos o
testemunho da Vida em nossos espíritos. Muita gente persiste e continua em certos
âmbitos, certas esferas, certas companhias, certas conexões, e eles estão lá
meramente desde o ponto de vista do razonamento e argumento natural,
sentimentalmente, tradicionalmente, ou pensando de alguma forma que por ficar
em alguma coisa, vai ser feito; e em seus espíritos eles sabem que a coisa está
morta, e eles não têm Vida lá. Não é esse o testemunho da Vida para eles, que eles
sirvam Ele onde eles tenham Vida, onde o testemunho da Vida está neles, e um
espírito de promessa? Se tudo em volta está morto e eles não têm Vida em seus
ministérios, certamente algo está errado, a porta está fechada. É importante que
para efetividade espiritual até o remate, o testemunho da Vida em nós deve nascer.
Claro, temos deixado de lado em nós mesmos aquilo que pode trazer a morte –
temos ficado junto à cruz e visto que a sentença de morte deve estar em nós como
tal, a fim de tornar a Vida possível; mas se isso já foi lidado e temos a sentença de
morte, e não confiamos mais em nós mesmos, mas colocado nossa fé Nele que
ressuscita os mortos, então temos o direito de reivindicar e receber o testemunho
da Vida de Ressurreição em nós para o ministério como o Senhor designe, e no dia
em que o Senhor trazer morte sobre algum espirito em qualquer esfera ou tipo de
ministério, esse é o dia quando alguém começará olhar para ver aonde o Senhor
vai dar o testemunho da Vida para o ministério. Isso é importante.
Não sei por que o Senhor dará a alguém tal ênfase sobre isto, mas não adianta
você continuar a realizar a obra de Deus quando você tem morte no seu espírito.
Nada sairá disso; soltá-lo, e peça ao Senhor para trazer você até um lugar onde
você possa em seu espírito dar testemunho pela Vida – a Vida pela qual Jesus
conquistou a morte, para enfrentar a situação como está em votla de você.
Agora veja uma coisa que Paulo diz nesta mesma conexão, neste capítulo de
abertura na sua segunda carta: “as aflições de Cristo que viram sobre nós, mais do
que podíamos suportar. Desesperamos da vida, a sentença de morte estava em
nós”. Como o apóstolo considerava as aflições de Cristo? Você lê qualquer coisa que
o Espírito Santo diz sobre este assunto, e você encontrará que está sempre
relacionado a um testemunho, ou para colocá-lo desta maneira, as aflições de
Cristo, os sofrimentos de Cristo estão intimamente relacionados a, e, de fato,
inseparáveis de, quem Cristo é, e que Ele vai realizar. O impacto de Cristo com o
propósito de Deus sobre o sistema ao qual ele tinha chegado, imediatamente
precipitou todo este assunto da aflição. Você pode sair e realizar obra cristã, e você
pode fazê-lo de tal forma e por meios como para reduzir sofrimento a um minimo,
ter um tempo comparativamente calmo e fácil. Você pode parecer ter nessa esfera
uma tremenda quantia de sucesso, a coisa está começando a ficar grande e
prospera. Amados, não pense nem por um momento que isso é sempre um
testemunho para vitalidade espiritual.
Por outro lado, você pode sair no serviço do que você chama o Reino de Deus, e
sofrer muito por se contrapor às tradições dos homens, ou ao sistema aceitado do
dia, ou à mente popular pública, e, como um reformador, morrer uma morte de
reformador. Sendo rejeitado e recusado, e talvez assassinado. Isso não precisa
também ser um critério para efetividade espiritual. Quantos há que foram
enganados ao longo destas duas linhas, e oh, tragedia das tragedias, quantos dos
queridos do Senhor estão sofrendo por aquilo que eles chamam Sua obra, sem real
valor espiritual e resultado, sem avanço, sem firmar o padrão da vitória de Sua
cruz no território inimigo! Eles saíram pelo Senhor, e estão sofrendo, tendo um
tempo difícil, um mau momento, mas nada está vindo de tudo isso. Eles têm se
contraposto a um sistema, tradições, contrapõem-se a preferencias pessoais e
gostos da humanidade. Você pode assumir que nunca, em união corporativa com o
Senhor Jesus Cristo está se movendo para o cumprimento de Sua missão sem que
traga Seus sofrimentos sobre você. Quanto a isto, se você está em união
corporativa com o Senhor Jesus e você está com Ele, e Ele está em você para a
realização de Seu propósito, não precisará haver nenhum sofrimento infrutífero,
todos os sofrimentos serão frutíferos. A explicação, é claro, é que o mundo, não
sendo um fim em si mesmo, mas sendo abraçado, circulado por todo este sistema
de antagonismo espiritual, sabe quem Jesus é e sabe o destino de Jesus segundo a
vontade e determinação de Deus, e por isso, todo seu antagonismo e ira é
suscitada desde o fundo contra Ele e contra Ele em Sua apresentação corporativa,
assim como também em Sua Pessoa, contra Ele na forma de Seu Corpo, o único
Corpo o qual é Cristo, tanto quanto contra Ele como entidade separada.
Bem, estes são os sofrimentos de Cristo relativos à obra e pessoa de Cristo, mas
eles são sofrimentos poderosamente eficazes, e o apóstolo reconheceu isso e o
assinalou. Os sofrimentos são sofrimentos frutíferos, são poderosos sofrimentos
porque eles representam o desafio do Cristo de Deus, e implicam não Sua derrota,
mas Seu triunfo. Satanás não se incomodaria se soubesse que Cristo poderia e
seria derrotado; Ele se agita porque sabe o fim deste assunto, o que significa, a
vinda do Cristo de Deus a seu domínio. Agora, a fim de que isso seja assim, essa
mortificação do Senhor Jesus para tudo aquilo ao que Ele morreu, é a coisa que
tem que ser excluída para que os fatos de Sua Vida possam ser realizados e
manifestados, e oh, que o povo de Deus tenha discernimento, discernimento
espiritual!
O único clamor em nosso espírito é que Seu povo possa ser mais discernente, ser
capaz de discernir em seus espíritos onde há Vida e onde há morte. Sabe,
aceleraria e expediria todo o assunto se tivéssemos mais deste discernimento
quanto a questões de vida e morte. Você sabe quão frequentemente temos tentado
fazer algo para o Senhor, fazer algo com o melhor motivo para o Senhor e tem
havido morte dentro. Morte! E contudo, temos tentado fazê-lo, forçá-lo, e não há
nada, mas desperdiço de energia e tempo. Temos que entrar ao que Deus está
realizando, pois somente nisto podemos ter o testemunho da Vida que é de Deus e
passaremos. De modo que Ele possa ser capaz de consumir Seu propósito, reunir
Seu plano e trazê-lo a uma poderosa, vitoriosa questão na vinda do Senhor, nossa
necessidade é ter a Vida mais abundante, e o discernimento espiritual pela Vida
para saber onde há Vida e onde há morte.
Você pode estar realizando o que você chama da obra de Deus e ter morte em seu
espírito; e realizando isso mesmo que você chama a obra de Deus, porque há
morte em seu espírito, é antagonístico ao propósito de Deus. Você pode ter Vida
em seu espírito e morte por toda volta, mas o fato de que você tem o testemunho
da Vida é tanto a chave e a garantia de que algo é para ser completado.
Creio, amados, que não ousemos fazer nada a menos que tenhamos testemunho
definido em nosso espírito de que é a coisa de Deus a ser feita através de nós. Não
podemos tomar estes cursos, e devemos ter o testemunho da Vida, e não tomar a
concepção geral de que o mundo é para ser salvo, e por isso devemos sair ao
mundo para salvá-lo. Não cometa esse erro, o mundo não será salvo. Você pode
dizer “o mundo inteiro para Jesus”, mas Deus está querendo tirar um povo das
nações, e esta parte da dispensação não verá o mundo inteiro para Jesus. Está
Deus nisto? Está Deus naquilo? Tem Deus o empreendido? A resposta a essa
pergunta em seu espírito não será uma voz audível. Deve sempre ser a liberdade e
independência, e a elevação de Sua Vida em você que dá a você um caminho livre
no seu espírito.
O Senhor portanto nos ensina como sermos guiados, em nossos espíritos pelo
Espírito Santo, para que Ele possa trazer-nos ao lugar onde o máximo de
efetividade espiritual é obtida, e para que isso seja desse modo, amados, “devemos
ter a sentença de morte em nós mesmos (nossa carne), para que não confiemos
em nós” e “sempre tendo a mortificação do Senhor Jesus, para que Sua Vida possa
ser manifestada”.
Companhia Corporativa
por T. Austin-Sparks
Antes destes capítulos Ele esteve dizendo algo que para os Seus
discípulos parecia ser estranho e místico, pois em resposta às
protestas sinceras de Pedro, de total devoção mesmo até a morte,
Ele disse, "Para onde eu vou, não podes agora seguir-me; mais
tarde, porém, me seguirás". Para onde Ele estava indo? Não
apenas para a Cruz, mas retornar para a Cabeça Trina através da
Cruz, e isto como Homem, Ele ia enfrentar na Sua alma solitária e
abandonada de Deus, pois foi na Sua alma, Sua autoconsciência
como homem, que lá no jardim e sobre o madeiro, como o Pecador
representativo, como o Cordeiro de Deus, que Ele enfrentou tanto
a acusação como o poder do inimigo e o juízo da Natureza Divina
sobre o pecado. Ele provou uma morte espiritual por todos os
homens, principalmente essa separação de Deus na Sua alma. Mas
tendo isso enfrentado e vencido Ele despediu o Seu Espírito puro
para assumir seu Lar eterno no Seio do Pai.
E por isso Ele diz, Capítulo 16, "Mas agora vou para junto daquele
que me enviou; e nenhum de vós me pergunta: Para onde
vais?" ...Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá,
porque, se eu não for, o Consolador (O Espírito Santo) não virá
para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei".
Por esta altura você saberá como o Senhor tem colocado esta
necessidade para orar no Espírito Santo, como uma carga no
coração, e continuamente o enfatizando para o bem próprio; pois
esta paixão de Deus na oração não está em você ou em mim por
nenhuma obtenção de devoção religiosa. Nós não podemos entrar
nisto no nosso próprio desejo. Está no Espírito Santo, isto é, está
em Deus, no Ser Divino; pois é o Seu Amor, Seu Desejo,
rompendo nos nossos espíritos renovados. Não está nem nesse
espírito nascido de cima em si, mas no Espírito do nosso Senhor
Ascendido. Esse orar é o orar Dele. É Ele mesmo pedindo a
herança ao Pai no Trono, mas como rei através dos membros do
Seu Corpo, e essas orações do Trono sendo proferidas na terra.
A única unidade das três, espírito, alma e corpo, está em que elas compõem ou
constituem um homem. A tradução literal de 1 Tessalonicenses 5:23, é “sua pessoa
inteira”, ou “seu homem inteiro”, ou “o conjunto de você, espírito, alma, e corpo”;
e três palavras gregas diferentes são usadas, como em outros lugares. A Palavra de
Deus não usa palavras aleatórias, só para ter variedade. Leis espirituais básicas
estão envolvidas em suas palavras. A própria palavra “natural” como aplicada ao
homem, como sabemos, é a palavra grega psuckekos, a forma anglicizada da qual
é físico. “Espiritual” é o adjetivo de “espírito”, e “almático” é o adjetivo de “alma”.
Em Tiago 3:15, “sensual” é usada, mas “almático” é mais acurada, e é interessante
e significante notar que estas duas descrições são dadas para sabedoria.
Aquilo que faz o homem único em toda a esfera da criação não é que ele é ou tem
uma alma, mas que ele tem um espírito, e pode ser que a união em uma
pessoalidade de alma e espírito faz ele único para além desta criação, em todo o
universo. Da alma nunca é falada em relação a Deus como Deus. Anjos são
espíritos. Cristo não derramou Seu espírito, mas Sua alma até a morte; Seu
espírito Ele entregou ao Pai dos espíritos. É praticamente desnecessário descrever a
alma aqui, embora queiramos ajudar desde as próprias fundações.
Façamos algumas perguntas que esclarecerão o assunto. Que foi ou onde foi que a
morte teve seu lugar quando “a morte passou sobre todos”, e se tornou verdadeiro
aquilo que foi dito, “no dia que dele comerdes morrerás?” Foi o corpo? Obviamente
não. Foi a alma? Se nossa descrição precedente verdadeiramente representa a
alma, então, de novo, obviamente não. Repudiando a sugestão que as palavras
eram senão uma sentença de morte a ser executada num tempo futuro, lá resta
uma terceira parte da “inteireza” do homem, a saber, seu espírito. Essa era a pedra
superior da obra criativa de Deus. O órgão no homem de todas as atividades
divinas; a esfera e instrumento de todas as operações de Deus. Deus é um espírito,
e somente espírito pode ter acesso ou comunhão com espírito.
Deixemos claramente reconhecido que Deus determinou ter todas Suas relações
com o homem, e cumprir todos Seus propósitos através do homem, mediante
aquilo no homem que foi feito “segundo sua própria semelhança”, isto é, seu
espírito; mas este espírito do homem, para todas essas intenções divinas, deve
manter-se em união viva com Ele mesmo, e em nenhuma instância, infringir as leis
de sua divina união pelo cruzamento para o circulo exterior da alma, à chamada de
alguma emoção, sugestão, argumento ou desejo vindo de fora. Quando isso deu
lugar, a morte entrou, e a natureza da morte, como a palavra usada nas escrituras,
é separação de espírito na união divina. Isso não significa que o homem não mais
tem um espírito, mas a ascendência do espírito foi rendida à alma, e isto aconteceu
quando a alma tinha aceitado desde fora pelo desejo e razão, aquilo que foi
intencionado afastar da comunhão com Deus.
Isto é onde a “queda” começa, tudo o demais é resultado. Desde esse momento a
inclusiva designação do homem, num estado de separação da união do espírito e
vida com Deus é “carne”
Quando Paulo fala da “carne” ele não se refere à carne e sangue no corpo natural,
mas assim, denota o principio da vida humana que toma o lugar do espírito em seu
estado e propósito primário; e este principio, “carne”, ou estado – variavelmente
chamado “o velho homem”, “o corpo do pecado”, “o corpo da carne”, “o corpo de
morte”, “o homem natural”, é o centro da residencia da inimizade contra Deus. Esta
inimizade está lá, mesmo até ao cantar hinos, fazer orações, deleitar-se em Deus
de acordo a uma forma exterior, ir para a igreja, ter uma paixão ou um gênio pela
religião, e somente requer-se o verdadeiro significado espiritual da cruz de Cristo a
ser aplicado para torná-lo manifesto. Morte então, no significado espiritual, é perda
de correspondência com Deus em espírito, e o espírito do homem caindo dessa
união, cessa de ser para o homem, o veículo da revelação de Deus, a esfera da vida
de Deus no homem, e o instrumento das atividades de Deus através do homem: e
não há outro. Isto nos leva a uma outra pergunta: qual é a natureza do espírito?
Existem três principais departamentos ou faculdades do espírito: consciência,
intuição, comunhão; mas existem outras numerosas capacidades, como veremos
mais tarde.
“Há uma fissura na alma”. A existência de uma fissura na alma não é um mero
dogma de teologia, mas um fato da ciência. “O homem é dotado de duas mentes,
cada uma delas é capaz de ação independente, e elas são também capazes de
ações simultâneas; mas, em principio, elas possuem poderes independentes e
efetuam funções independentes. As faculdades distintivas de uma pertencem a esta
vida, as da outra são especialmente adaptadas a um plano maior de existência. Eu
as distingo designando uma como a Mente Objetiva, e a outra como a Mente
Subjetiva”.
Para nós, a Bíblia nomeia e considera a natureza desta terceira realidade. Pode ser
pensado ser imaterial o que é chamado se o resultado é o mesmo, mas nós
mantemos que é vital reconhecer que estamos lidando com duas coisas
absolutamente distintas e separadas, e não com dois lados de uma coisa. Veremos
isto a medida que avançarmos.
Há um perigo em falar de “união divina nos alcances superiores da alma”, pois não
existe tal coisa. União divina é com espírito, “aquele que se une ao Senhor é um
espírito”, e por mais elevada que a vida da alma seja desenvolvida, não há “união
divina” até que o espírito tenha sido trazido de volta para a vida.
Isto então abre mais uma pergunta: “que é o que é “nascido de novo””: quando
essa experiência essencial e indispensável ocorre? (João 3:3,5, etc.).
Nicodemos tropeça sobre a pergunta física, mas é logo informado que “o que é
nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é ESPIRITO”.
Não é o corpo então, nem também é a alma. “O corpo pecaminoso do velho homem
foi destruído” Romanos 6:6, e “os que são de Cristo crucificaram a carne, com suas
paixões”. As passagens sobre isto são muitas para citar, mas procure “carne”,
“velho homem”, “homem natural”, etc.
Até agora temos feito pouco mais do que enfatizar o fato de que o supremo
interesse do Senhor é com o espírito de Seus filhos, pois é aí que o fato e a
natureza da filhação tem seu início, seu crescimento, e sua expressão. Veremos
mais sobre isto depois, mas pelo momento, seria bom se insistir um pouco mais
sobre a natureza do espírito. O corpo, sabemos, tem seus próprios tríplices
componentes. A alma também é uma trindade, isto é, razão, emoção e volição.
Também temos mostrado que o espírito é tripartito. Seus departamentos ou
faculdades principais sendo, consciência, adoração (ou comunhão com aquilo que é
Espírito) e intuição.
Enfatizemos novamente que embora todo homem têm estas faculdades num maior
ou menor grau de consciência, isto, não anula o fato de que todos estão “mortos”
em delitos e pecados à parte do novo nascimento. Não há salvação no sentido da
palavra, no Novo Testamento, por ter uma consciência bastante viva, ou
agudamente sintonizada com o espiritual; e não é argumento nenhum que a
revelação Divina tenha sido transmitida porque intuições tenham eventualmente
provado serem verdadeiras. Tudo isto apenas mostra que todo homem têm um
espírito que atua independentemente do resto de seus seres. Pois o espírito em
suas diferentes faculdades para ser o instrumento de propósitos Divinos tem que,
como temos dito, estar unido ao Senhor, e os fatores que unem são:
Há muitas passagens nas escrituras que indicam a diferença entre o “eu” exterior
da alma e o “eu” interior do espírito. Por exemplo, Paulo diz “meu espírito ora, mas
meu entendimento é infrutífero”. 1Cor. 14:14.
Depois em 1Cor 2, o apóstolo diz que “o homem físico (alma) não recebe, nem
pode conhecer as coisas do Espírito de Deus, mas Deus revela elas aos espirituais
(ou espírito), e somente os de espírito discernem elas!”
Aqui vemos, entre outras coisas, que, a menos que o Senhor der a dádiva da fala
das coisas reveladas ao espírito, não poderão ser expressadas pelo homem
exterior. Em outro lugar, o apóstolo pediu as orações do povo do Senhor para que
ele pudesse ter “a fala”.
Muitos outros exemplos podem ser dados, tais como “deleita-te na lei de Deus
segundo o homem interior”, e Romanos 7 como um todo, mas isto é suficiente para
seguir acompanhando esta verdade tal como desejarem fazer. Aqui estão uma ou
duas referencias: 1Cor. 16:17,18; 1Cor. 6:20; Rom. 8:16; 1Cor. 5:5; 1Cor. 7:34;
Heb. 12:23.
O único conhecimento de Deus que é de valor espiritual para nós mesmos ou outros
é aquele que temos por revelação do Espírito Santo dentro de nosso próprio
espírito. Deus nunca explica a Si mesmo em primeira instância à razão do homem.
O homem nunca pode conhecer Deus em primeira instância por sua razão. O
cristianismo é uma revelação ou não é nada, e tem que vir por revelação a cada
filho de Deus, ou a fé deles repousará sobre um fundamento que não resistirá no
dia da provação.
O apóstolo Paulo deixa muito claro que o segredo de tudo na sua vida e serviço foi
o fato de que ele recebeu seu Evangelho “por revelação”. Podemos até mesmo
conhecer a Bíblia o mais perfeitamente como um livro, e ser espiritualmente morto
e inefetivo. Quando as escrituras dizem tanto sobre o conhecimento de Deus e a
Verdade como a base da Vida Eterna, sendo liberto, realizando proezas, etc., elas
também afirmam que “o homem não pode pesquisando, encontrar Deus”, e elas
deixam bastantemente claro que é conhecimento no espírito, não na mente natural.
O poder intelectual de Paulo não foi o que lhe deu seu conhecimento da verdade,
mas foi unido ao espírito para passar essa verdade para outros. Alguém tem dito
que o cérebro pode atuar como um prisma, e dar um espectro da Luz Eterna, mas
não é o primeiro órgão de conhecimento espiritual.
O espírito do homem é aquele pelo qual ele chega até o Eterno e invisível. A
intuição, então, é o órgão mental do espírito. É neste sentido, isto é, a mortandade
do espírito em direção a Deus, e a continuação com religião em suas multiformes
expressões meramente desde a mente humana, que Deus diz, “pois Meus
pensamentos não são vossos pensamentos, nem vossos caminhos são Meus
caminhos”, e a medida da diferença é entre o céu e a terra; o celestial e o terreno.
Uma das maiores lições que temos que aprender, e que Deus dá-se o trabalho para
ensinar-nos, é que fins espirituais demandam meios espirituais. A quebra de nossa
vida natural, sua mente, seus recursos, suas energias, a amargura da decepção
pela futilidade, fracasso, inefetividade, e bloqueio em conquista real espiritual, é
um trabalho para toda a vida; mas a verdade mencionada acima é a explicação e a
chave para todo o assunto. O que é verdadeiro do conhecimento espiritual é
verdadeiro em cada outra conexão e direção como assim veremos.
“Me gloriar nas fraquezas para que Seu poder possa ser mais manifesto” é algo que
não tem nada a ver com o Saulo de Tarso original, mas que mudança
extraordinária na mentalidade. Deus tem, entretanto, sempre traçado uma linha
muito ampla entre “força e poder” natural por um lado, e “Meu Espírito” pelo outro,
e por todo sempre permanece a lei que aquele que odeia sua vida (psuche, vida
natural) a guardará para vida eterna (aionian-zoe, vida Divina das eras), João
12:25, é claro, em relação aos interesses de Cristo.
Há mais duas lições que podemos mencionar ao ser definido o “novo homem”, as
quais são parte da educação e entreinamento do espírito ou “homem interior do
coração”. Ele tem que aprender um novo caminhar. Muitos deslizes e, talvez,
quedas podem ser sua experiência aqui, mas são honoráveis se elas são marcas de
uma saída sob o comando de Deus, ao invés de ficar parado em desobediência
carnal ou medo. O novo relacionamento do filho prodigo significava novos sapatos,
e numa posterior significância isto significava “andando segundo o espírito e não
segundo a carne”, Romanos 8:4. temos mostrado que a natureza deste andar é que
razão, sentimentos, e escolha natural já não são mais as leis diretivas ou critério do
homem espiritual. Pois, para estes há experiências frequentes de uma colisão e
contradição entre a alma e o espírito. A razão ditará um certo curso, as afeições
urgirão uma certa direção, a vontade procurará cumprir estes juízos e desejos, mas
há uma captura num lugar no interior, um algo chato, pesado, frio, entorpecido, no
centro de nós que estraga tudo, nos contradiz, e todo o tempo em efeito, diz não!
Ou pode ser o inverso. Uma compulsão e constrangimento interior, não encontra
nenhum encorajamento a partir de nosso juízo natural ou razão, e é
categoricamente contrário a nossos desejos naturais, gostos, inclinações,
preferencias, ou afeições; ao passo que nessa mesma esfera natural não estamos
de jeito nenhum dispostos para tal curso. Neste caso não é o juízo contra o desejo
como é frequentemente o caso na vida de todo o mundo, mas o juízo, desejo, e
volição todos unidos contra a intuição. Agora é a crise. Agora é para ver quem vai
governar a vida, ou que caminho é para ser escolhido. Agora o homem natural ou o
homem exterior sensorial e o homem espiritual ou interior têm que resolver os
assuntos. Aprender a caminhar segundo o espírito é uma lição para a vida toda do
novo homem, e assim que ele for vindicado – como ele sempre será no longo prazo
– ele virá a tomar a ascendência absoluta sobre o homem “natural” e sua mente, e
assim, pela energização do Espírito Santo no espírito do novo homem, a Cruz será
forjada para a nulificação da mente da carne – que em coisas espirituais sempre
acaba em morte, e na entronização da mente espiritual, a qual é vida e paz,
Romanos 8:6.
Para andar pela fé, deve haver na própria natureza do caso, um despido de tudo
que o homem exterior dos sentidos se apega, demanda, implora, como uma
segurança e uma garantia. Quando a vida espiritual do povo de Deus está no
ascendente, eles não são perturbados nem pela ausência dos recursos humanos por
um lado, ou pela presença das probabilidades humanamente esmagadoras contra
eles por outro.
Isto é patente na história deles como registrado nas Escrituras. Mas é também
verdadeiro que quando a vida espiritual é fraca, subdesenvolvida, ou na
decadência, eles procuram em volta por algum tangível, visível recurso, ao qual se
prender. Egito é a alternativa para Deus sempre e onde quer que a vida esteja
baixa. Crer e confiar nos direcionamentos intuitivos do Espírito Santo em nosso
espírito, mesmo que tudo esteja diferente dos caminhos dos homens, e mesmo que
assim nos trazer para a Canaã pelo que no momento está cheio de idolatria e onde
uma grande escassez reina; onde Satanás parece ser senhor, e nenhum fruto é
achado; onde tudo é tão contrário ao que o nosso homem exterior tinha decidido,
deve estar em conformidade com um direcionamento e uma promessa de Deus;
abandonar nossa velha esfera de vida no “mundo”, romper com nossa parentela,
nossa casa do pai, por isto – isto! E então ter que esperar por um despir bastante
continuo desses meios, e métodos, e hábitos, e juízos, os quais são a própria
constituição do homem natural – esta é a lei da caminhada espiritual, mas este é o
caminho escolhido e apontado de Deus da mais poderosa vindicação. Filhos
espirituais e riquezas, e frutificação, e serviço, permanência, e a amizade de Deus
são para esses Abraão da fé ou esses filhos de Abraão no espírito. Deus tem
estabelecido uma base de fé para Sua superestrutura de glória espiritual, e
somente aquilo que é construído sobre tal fundação pode servir fins espirituais. Que
este seja o teste de nosso caminhar em todo assunto pessoal, doméstico, de
negócios, e igreja. Aqui, novamente, temos um principio o qual se aplicado, seria
revolucionário, e chamaria para o abandono de uma tremenda quantia de coisas
mundanas carnais “naturais” em nossos recursos e métodos. “fé sem obras está
morta”, verdade, mas as obras da fé – do espírito – não são aquelas da carne, a
diferença é incomparável. O caminhar da carne é uma coisa mas o caminhar no
espírito é outra bem diferente. As coisas do Espírito são loucura para a carne.
Homens de fé veem o que outros não veem e agem em conformidade. Isto também
sendo verdade de homens que perderam a razão, os dois são frequentemente
confundidos, e os filhos da carne pensam dos filhos do espírito como loucos ou
insanos. Eles são incapazes de discriminar entre até a insanidade dos homens e “a
loucura de Deus que é mais sabia do que os homens”.
Abraão foi fortificado pela sua fé, mas seu caminhar na fé era intensamente prático,
todavia muito diferente do caminhar na carne. Um escritor disse que a fé nos traz
em dificuldades que são desconhecidas aos homens que andam na carne, ou quem
nunca saíram na fé, mas tais dificuldades, nos colocando para além do poder da
carne, para ajudar fazer especial revelações Divinas necessárias, e Deus sempre
tira proveito de tais momentos, para dar essa educação necessária do espírito. É
deste modo que os homens do espírito são ensinados e chegam a conhecer Deus
como ninguém outro O conhece. Desta maneira a fé é a lei do caminhar do novo
homem – o homem interior – que traz ele por sucessivos estágios para o próprio
coração de Deus, Que coroa este progresso com está incomparável designação
“Meu amigo!” Uma outra coisa em geral tem que ser mencionada. O novo homem
do espírito tem que aprender uma nova fala. Existe a linguagem do espírito, e ele
terá que perceber cada vez mais que “palavras persuasivas de sabedoria humana”,
ou o que o homem chama “sublimidade de palavras” (1Cor. 2:1) de nada valerão
no serviço espiritual. Se todos os discursos das religiões e pregações e falar sobre o
Evangelho que acontece numa semana fosse a expressão do Espírito Santo, que
impacto tremendo de Deus sobre o mundo seria registrado. Mas não é obviamente
assim, e este impacto não é sentido. É impossível falar no e pelo Espírito Santo sem
alguma coisa acontecer que seja relacionado à Eternidade. Mas esta capacidade
pertence unicamente aos “nascidos do Espírito”, espíritos os quais foram ligados ao
Senhor, e ainda assim eles têm que aprender como cessar de suas próprias
palavras e “falar ao eles serem movidos pelo Espírito”. É uma parte da educação do
homem interior ter seu homem exterior imolado na questão do falar, e ser trazido
ao estado o qual Jeremias foi trazido, “Eu sou apenas uma criança, não posso
falar”. Não só como pecadores temos que ser crucificados com Cristo, mas como
pregadores, palestrantes, ou falantes. A circuncisão de Cristo que Paulo diz, é o
cortar do corpo inteiro da carne, tem que ser aplicado a nossos lábios, e nosso
espírito tem que estar tanto em domínio que em todos os assuntos onde Deus não
pode ser glorificado, nós “não podemos falar”. Uma facilidade natural de discursar
não é em si mesma força para ministério espiritual. Pode ser uma positiva ameaça.
É um estágio de desenvolvimento real espiritual quando há um temor genuíno de
falar a menos que em “palavras que o Espírito Santo ensina”. Por um lado uma
inabilidade natural para falar não precisa ser uma desvantagem. Estar presente
“em fraqueza e temor, e grande tremor” (1Cor. 2:3) pode ser um estado de ânimo
que se torna um ministério apostólico, ou melhor, um ministério do Espírito Santo.
A fala de Deus é muito diferente em todos os sentidos daquela dos homens. Quanto
é dito nas Escrituras sobre “conversação”, “a língua”, “palavras”, etc, e sempre com
a ênfase de que isso deve estar no comando do espírito, e não meramente
expressões da alma em nenhum dos seus departamentos.
“Tua fala te trai” pode ser aplicado em muitas maneiras, pois se um vive na carne
ou no espírito, no homem natural ou no homem espiritual, sempre será manifesto
por como falamos e o efeito espiritual do fruto de nossos lábios.
Oh, por lábios crucificados dentre o povo de Deus, e Oh, por lábios dentre os
profetas de Deus tocados com as brasas de fogo do sangue salpicado desse grande
altar do Calvário.
Além disso, como ele se rendeu, não somente à vida da alma, mas ao diabo, ele é
para sempre, até libertado por Cristo, acionado e influenciado pelo “deus deste
mundo”, cujos métodos não são sempre manifestados contra Deus, mas estão
sempre no lugar de Deus, mesmo até o ponto de projetar uma religião falsificada,
com fraseologia e meios similares. O resultado de tudo isto, como temos visto, é
morte espiritual ou de espírito; e a natureza da morte na Bíblia é primeiramente a
separação do espírito de Deus. Tudo o resto que é chamado de morte resulta disto.
Perdeu-se a semelhança, comunhão, conhecimento, cooperação, domínio, com tudo
o que por eles Deus queria e intencionava – esta é a fundação da morte. Assim
portanto “em Adão todos morreram”, “a morte passou para todos”. Isto pode ser
representado pelas linhas que são definidas mais claramente ao se moverem em
direção à Cruz. Este movimento indica como através do tempo do Velho
Testamento, que Deus por tipos e figuras está sempre pregando o fato de que a
morte é Sua sentença e deve ser levado a cabo. Podem ser vistas também, linhas
que se alargam desde o ponto da queda e a morte. Isso representa a mente do
homem natural acerca de si mesmo. Ele recusa o veredito Divino, e acreditando e
pregando um evangelho da bondade inerente da natureza humana, procura
desenvolver um sistema de melhora por todas as maneiras e meios. Para ele,
salvação está em si mesmo, e civilização, educação, reconstrução social,
melhoramento mútuo, etc., vai finalmente trazer uma idade de ouro. Ele recusa a
Palavra de Deus que demanda novo nascimento. Ele faz do pecado e mal, algo
negativo, e assim por diante. Por conseguinte, a estimativa do homem de si mesmo
está sempre crescendo, e o contrário à mente de Deus.
Não há limite de tempo para este processo ou progresso. Alguns têm mais que
desaprender que outros. Os espíritos de muitos não são tão puros como os de
alguns porque eles têm sido abafados e obscurecidos por muita apreensão mental
ou emocional. Muitas vezes um vê numa reunião pessoas cujos espíritos recebem
muito pouco porque eles estão julgando com suas cabeças segundo algumas
doutrinas aceitadas, ou eles são preconceituosos, desconfiados, tendenciosos, ou
escravos de um sistema e não em liberdade no espírito. É uma alegria encontrar
um espírito puro e aberto. Neste sentido temos que “voltar e nos tornar como
pequenas crianças”. Quão puro o espírito de uma criança é! Por isso, quão
verdadeiras são suas intuições e discernimentos. Alguns de nós lembra agora do
juízo que fizemos sobre certas pessoas, quando nós eramos muito jovens. Nossas
conclusões eram bem claras e definidas, apesar de nunca podê-las declarar, mas
olhando para trás com o entendimento maior, quão perfeitamente correto
estávamos, e o tempo tem só corroborado nossos “sentimentos”. Nós não
chegamos a eles pelo raciocínio, ou conhecimento, ou mesmo observação
estudada, nunca poderíamos dar nossas razões ou nos explicado na questão. Estas
eram puras intuições de um espírito transparente. Esse é para ser nosso estado,
não na esfera natural mas na Divina. Senhor, nos faça nesta questão ter o espírito
de uma criança, pois dos tais é a esfera dos celestiais!
Agora vemos por que é que o Senhor está primeiramente interessado com nosso
espírito. É aqui que a nova vida reside; é aqui que o Espírito Santo opera: é aqui
que nossa verdadeira educação acontece: é aqui que temos comunhão com Deus: é
aqui que é para sermos feitos fortes: é aqui que resistência ao inimigo é para ser
estabelecida: é aqui que autoridade sobre forças malignas espirituais é para
funcionar. É este espírito possuído da ressurreição da vida de Cristo que é a
semente do corpo ressuscitado; é aqui que nós somos salvos na prova: é aqui que
essa vida sem pecado, inviolável, de Deus não está (1João 3:9, 5:18) em nosso
velho homem ou “exterior”. É apenas quando vamos para o homem exterior que o
inimigo tem poder sobre nós.
TENDO sido tão definitivo em apontar que todas as operações Divinas no “Novo
Homem” são direcionadas para a completa ascendência do espírito sobre a alma e
corpo, e que a unção de Deus repousa dentro e sobre o “Homem Interior”,
podemos apenas salientar duas coisas. Uma é que qualquer coisa que possa
aparecer do contrário na emoção, prazer, gratificação, alegria, atividade, resolução,
etc., somente aquilo que vem do Espírito Santo-habitado-espírito é espiritual e
efetiva fins espirituais. O homem natural-almático pode fazer óleo, o qual é uma
imitação do “Óleo da Santa Unção”, ou fogo que é “Fogo Falso”, que parece servir o
mesmo propósito e produz resultados similares. Assim, na mesma reunião, alguém
pode falar por revelação sob a unção do Espírito de Deus, trazendo aqueles
presentes face a face com questões de tremenda significância, e outro pode lançar-
se num mar revolto de ideias bonitas e correntes emocionais fortes, e capturar a
reunião, mas para nenhuma das pessoas discernentes espirituais presente. E
pressão e vigorosidade da vida deixam muitos abertos para o perigo desses
estimulantes emocionais, mentais, e volicionais, mas pode apenas ser na esfera
religiosa o que o álcool ou drogas são na esfera física. Os resultados perniciosos são
que pessoas devem ter mais e mais, e eles selecionam tal como os pode produzir, e
se reúnem em volta de um homem. Isto é claramente mostrado por Paulo ser
“carnal”. É o oposto da “unção que tendes recebido residindo em vocês, e não
precisam que ninguém vos ensine”. Isto faz necessário a segunda coisa, a saber,
discernimento espiritual. Devemos procurar mais e mais do Senhor, um vivificar e
purificar do espírito, e devemos andar segundo o espírito em qualquer que seja o
discernimento que tenhamos, para assim sermos salvos do “óleo” da imitação que
engana e finalmente nos joga ou no erro ou nos leva a um beco sem saída. Tais são
os que são “levados por todo vento de ensino”. Discernimento espiritual é uma das
necessidades mais vitais do povo de Deus hoje. Nada pode tomar seu lugar, nem
mesmo o mais sábio e melhor ensino ou conselho. Somente aqueles que têm
discernimento espiritual serão poupados da distração e desespero da
desconcertante massa de ensino conflitante, “manifestações”, e movimentos destes
dias por vir.
Antes de fechar aí, há apenas duas coisas que um sente que devem ser
mencionadas. Tendo visto que a base de toda comunhão e cooperação com Deus é
espiritual, em e através do espírito nascido de novo, devemos perceber que isto
imediatamente define a natureza real de nosso serviço. O pano de fundo de toda
condição cósmica é espiritual. Por trás das coisas visíveis estão as coisas invisíveis.
As coisas que apelam não são as coisas últimas.
“O mundo inteiro jaz no maligno”. Existe uma jerarquia espiritual que, antes deste
mundo existir, revoltou-se contra a igualdade do Filho com o Pai no Trono, e apesar
da expulsão para fora do céu e condenação eterna que se seguiu, tem estado em
revolta ativa e antagonismo a esse “eterno propósito” por todas as eras. Uma certa
retenção judicial sobre esta terra e a raça em Adão foi adquirida por Satanás
através do consentimento desse primeiro Adão, por meio do qual o propósito de
Deus deveria ter sido realizado nesta terra.
Deste modo temos Paulo dizendo aos membros do Corpo de Cristo – O Último Adão
– que sua - “luta não é contra mera carne e sangue, mas contra principados, e
potestades, e príncipes das trevas deste mundo, e hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais”.
Quanta coisa é recolhida em essa frase inclusiva “das trevas”. Quanto é dito sobre
isso nas escrituras. A necessidade de ter olhos abertos é sempre básico para a
emancipação (ver Atos 26:18). a causa de toda “estas trevas” é dito ser “hostes
espirituais da maldade nos lugares celestiais”. Literalmente traduzido, as palavras
são “as espiritualidades” ou “os espirituais”, significando, seres espirituais.
“Maldade” aqui não apenas quer dizer meramente maldade inerente ou mal, mas
malignidade; destrutivo, nocivo.
O apóstolo declara que a explicação das situações é para ser catada no invisível,
por trás da aparência atual.
O que parece como o natural tem sua origem muitas vezes no sobrenatural. O
homem está sempre tentando dar uma explicação natural e portanto colocar coisas
direto por meios naturais. Mas quando eles vêm contra uma situação na qual
interesses do Cristo de Deus está envolvida, ele é derrubado e vencido. Tais
situações se tornaram comuns – ou mais ainda – a ordem esmadora do dia entre
“obreiros cristãos” nestes dias, tanto no exterior como em casa. Não temos
intenção de tratar com o assunto em medida aqui, mas declarar o fato, e fazer
lembrar o povo do Senhor especialmente que em mais esferas do que essa de
atividade Divina, “o que é visível não foi feito das coisas que se veem”, mas essa
multidão de coisas na vida diária que são hostis para interesses espirituais devem
ter sua explicação por detrás. Enfatizemos que esta união espiritual com Deus na
super Cósmica significância da Cruz de Cristo significa que nossa suprema
efetividade está na esfera espiritual. Nós que somos os “espirituais” Divinos é para
sermos energizados pelo Espirito Santo para ter ascendência em Cristo sobre os
“espirituais” Satânicos, e assim saber algo mais do que mero domínio terreno, mas,
“assentados juntamente com Ele nos celestiais” (quanto a nosso espírito) temos
que aprender a reinar nesse maior “reino dos céus” do qual o reino milenar terreno
é uma contrapartida terrena.
Afirmemos novamente que todas as energias de Deus em nosso espírito são para
uma união espiritual corporativa com Cristo através do qual o impacto de Sua
vitória e soberania será registrada entre e sobre os “principados e potestades”,
etc., e sua dominação paralisada, e finalmente destruída.
A última palavra é para apontar que é por causa de que o homem tem, e
centralmente é, um espírito, que ele pode ter intercurso com espíritos caídos, nós
acreditamos que isto explica o sistema inteiro do espiritismo (espiritualismo) e que
os supostos defuntos com os que os espiritualistas comunicam-se são nada menos
que estas “hostes espirituais” personificando o defunto, a quem eles conheceram
durante a vida. Deixando as muitas fases disto em suas operações e
acontecimentos no fim dos tempos, observemos que o terrível nêmesis em mentes
e corpos naufragados; almas assombradas, impulsionadas, atormentadas, razão
desprovida; asilos lotados, prisões; suicídios, naufrágios morais e espirituais, etc., é
porque aquilo que foi dado ao homem especificamente para união, comunhão e
cooperação com Deus, a saber, o espírito do homem, tem sido usado como o
médium e instrumento para esta invasão demoníaca e controle de sua vida. As
tremendas advertencias e juízos terríveis associados com todo tipo de espiritismo;
necromancia, bruxas, “espíritos familiares”, etc., são por causa da cumplicidade do
espírito, flerte, consorte com espíritos caídos, cujo propósito é sempre capturar
homens e mulheres por meio de seus espíritos. Isto eles farão mesmo pelo disfarce
de um anjo da luz, e falando religião. Estranho, não é, que cinquenta anos atrás
homens jogaram fora a crença no sobrenatural nas escrituras, e hoje eles e sua
escola com tanta força abraçam o espiritismo? Certamente isto é “a operação do
erro” enviada para que eles não recebam a verdade por amor a ela, “possam crer
UMA MENTIRA” a fim de que sejam condenados” (2Te. 2:11).
Foi o contexto de suas vidas que levou à destruição dos egípcios, cananeus, etc., e
isto era espiritismo em formas diferentes; mas foi eles terem sido unidos a
demônios que os envolveu.
As pessoas mais espirituais salvo da união do novo nascimento com Deus, estão no
maior perigo aqui, e até o próprio povo do Senhor, por razão de sua mesma
espiritualidade, precisam constantemente permanecer na Cruz de Cristo, para que
eles não fiquem expostos às “ciladas do diabo”.
O Visível e O Invisível
por T. Austin-Sparks
(O Lema de 1928)
Fé é a vitória que vence e “fé é a convicção da realidade das coisas que se não
veem”.
Muitas vezes, esta dupla questão sobre este único principio, é vista no registro
bíblico da experiência do homem. Muitas vezes libertação acontecia porque era
concedida a alguém ascendência espiritual e moral, porque em suas caminhadas
íntimas com Deus, os olhos interiores recusaram a tirania dos olhos exteriores e
entregaram-se a um espontâneo “NÃO OLHAR”! Quantas vezes o efeito triunfante
da admoestação Divina era negativamente “NÃO PARA AS COISAS QUE SE VEEM”,
e positivamente “MAS PARA AS QUE SE NÃO VEEM”. E quando “as coisas visíveis”
eram ocultas para a purificação da fé, a soma total de todas as coisas se resumia
“NAQUELE que é invisível”.
Um apóstolo, que tem visto aquilo para o qual os outros têm estado cegos por
causa de suas carnalidades, e porque eles não sabem que o Senhor encontra sua
suprema oportunidade quando todos no grupo estão aterrorizados e em desmaio
por causa das coisas que se veem – tormenta, tempestade, devastação, escuridão,
ameaça de destruição. Tudo cai em suas mãos porque seus recursos começam
onde os recursos dos homens acabam e sua confiança não está apoiada sobre “as
coisas que se veem”, mas “nas coisas que se não veem”.
Deus é grande em Se esconder a Si mesmo, a fim de que Ele possa ser buscado no
espírito e na verdade. Se a Igreja é um corpo celestial, se a lei de sua vida é fé, e
se a peregrinação da fé é transladação e transição do terrestre para o celestial, do
natural para o espiritual, então, certamente podemos esperar que quanto mais
perto a Igreja chegar do fim de sua jornada, mais aguda ficará a demanda por
visão espiritual, discernimento e percepção. Mais Satanás procurará sucesso pela
decepção no terreno dos sentidos, e mais o Senhor fará Sua verdadeira vida
espiritual, sem comprovação terrena, evidências e gratificação, pela pura essência
da fé, olhando “não para as coisas que se veem”, ou PARA coisas vistas. O espírito
da peregrinação é este dos “desconhecidos na terra”, e o sentido da estranheza e
distanciamento do plano terrestre deve necessariamente aumentar até chegar a
uma agonia de saudades da pátria e desejo pelas coisas que são celestiais.
“NÃO PARA AS COISAS QUE SE VEEM”. - Seja isto um exame, um aviso, uma
repreensão, uma correção nas horas da impressão aparente.
Existem poucas causas mais malignas de paralisia espiritual, por assim dizer, do
que uma mente não renovada ou desprotegida. Aprendemos por experiências
amargas, que o principal objetivo do adversário, e o meio mais importante para
seus fins, é a mente. Noventa por cento dos problemas tanto dos filhos de Deus
individualmente e no contexto da comunhão (ou comunhão bloqueada) do povo do
Senhor, é derivada da operação de uma mente não renovada na qual há ainda
carnalidade, ou da mente desprotegida se tornando o parque do “príncipe das
potestades do ar”. Há três aspectos ou direções desta atividade mórbida – para
com Deus, para com o homem, e para si próprio; ou para cima, para o exterior e
para o interior.
Plutarco falou de uma grande conflagração pública que foi resultante de uma fofoca
gerada em uma roda de fumo em um sótão.
Um micróbio deste tipo pode ser uma mentira em substância, ou, mesmo sendo
verdade em substância, ainda assim pode estabelecer uma base errada de
relacionamentos, ex: humano ao invés do Divino; “conhecendo segundo a carne ao
invés de pelo o espírito”. Oh, se apenas o povo do Senhor obedecesse a injunção
profundamente sábia “examinai todas as coisas!” Tal conceito que mencionamos
será em breve alimentado pelo inimigo, e evidencias aparentes se acumularão de
todos os cantos para justificá-la (?). Quando relacionamentos estão tão infectados,
ação coordenada e funcionamento corporativo são impossíveis, e o objetivo do
diabo é obtido.
sabedoria, o poder, a fidelidade de Deus. Poucos são os que passam por essas
situações sem sequer a consciência deste espectro, e não muitos têm passado
pelas profundas águas e fogos intensos sem um “por quê?” para com Deus, pelo
menos em seus pensamentos. “Por que eu?” “Por que sempre eu?” A ruína da raça
foi resultado de uma aceitação da insinuação de Satanás, que Deus afinal de
contas, não estava realmente favorável ao maior bem estar do homem; que havia
algo que Ele estava retendo, e a desconfiança em Deus tem sido sempre um golpe
de mestre contra a lei primária da união com Deus - fé.
Logo mais,
Existem muitas pessoas cujos olhos estão sempre se voltando para dentro;
autoexame, auto-análise, autoavaliação. Elas estão sempre olhando a suas próprias
línguas espirituais e tomando seus próprios pulsos espirituais; comparando se a si
mesmas desfavoravelmente com outros conhecidos, e projetando suas próprias
sensibilidades espirituais para serem machucadas. Que acusações e condenações o
inimigo é capaz de direcionar e colocar sobre esses! Não é de se maravilhar que
logo elas alimentem duvidas quanto à verdade da sua própria salvação e aceitação
em Deus. Isto leva ao pesadelo de se ter cometido o pecado imperdoável. Oh, os
perigos de um individualismo demasiadamente estrito na salvação!
1. Um reconhecimento básico.
Antes que possa haver qualquer esperança de uma cura, deve haver o claro,
definido, deliberado, e conclusivo reconhecimento do FATO de que todo este
problema origina-se e é perpetuado pelas “hostes de espíritos malignos nas regiões
celestiais (inferior)”, “o príncipe das potestades do ar”, “o deus deste século” (Ef.
6:12, 2:2; 2Cor. 4:4).
Não é de admirar que termos militares são usados pelo Espírito Santo nesta
conexão. “As armas de nossa guerra não são carnais, mas poderosas em Deus para
a destruição de fortalezas, destruindo imaginações e toda a altivez... e levantando
cativo todo o pensamento à obediência”, 2 Cor. 10:4. “A palavra de Deus é... mais
penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e
2. A localização do problema.
Se pudermos dar uma clara reposta a Deus em tais assuntos, será que não
chegaremos à conclusão que estes pensamentos e sentimentos que
constantemente nos preocupam, são de nossa escolha ou consentimento? Seriamos
gratificados ou magoados se nossos pensamentos sobre outros fossem provados
verdadeiros? Isto é um bom teste.
Ora, seja de fora ou de dentro, deve haver um instrumento e terreno EM nós como
também fora de nós para a vitória. Estes são o espírito e a mente renovada. A
mente natural e a mente carnal são o terreno de Satanás. Não precisamos aqui nos
referir às Escrituras que se referem a isto; é suficiente dizer que o Espírito Santo
reside dentro do espírito renovado de cada “nascido do Espírito”. Sua obra é fazer a
Cruz de Cristo real e eficaz na vida do crente e. Mas Ele faz isto cooperativamente.
Isto é, ele dá testemunho a favor da verdade e contra a mentira. Ele julga as coisas
por nós, e enquanto andarmos segundo o espírito e não segundo a carne, seremos
ligeiros em discernir o que o Espírito diz. Quando, portanto, Ele dá testemunho e
registra Seu juízo, Ele nos chama em nosso espírito renovado para tomar Sua
capacitação, e positivamente e deliberadamente levar a coisa julgada à Cruz e ao
terreno da vitória do Calvário para recusa-la e repudia-la. Assim aprendemos a ser
fortes no espírito à medida que atuamos em fé sobre a energização de Sua força,
mas tudo permanece na Sua força e ela nunca se torna nossa de forma
independente. Descobriremos que tal curso traz libertação, mas pode ser que o
inimigo volte uma e outra vez com a coisa velha até que ele perceba que nós temos
aprendido como “resistir” eficazmente, e assim ele mudará seu método. São o
Corpo de Cristo e seu testemunho corporativo que estão envolvidos, e um devido
reconhecimento disto será um motivo e dinâmica mais adequados para a nossa
resistência do que uma preocupação meramente pessoal.
Que É o Evangelho
por T. Austin-Sparks
Essas verdades são fatos maravilhosos e constituem partes do Evangelho, mas não
é o Evangelho no sentido o qual você e eu devemos entendê-lo e conhecer seu
significado.
E esse é o mistério do qual o apóstolo Paulo fala tanto, você é familiar com a
palavra: “o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações que é Cristo em
vocês, a Esperança da glória.” “Este mistério é grande; nós somos membros de Seu
Corpo, de Sua carne, e de Seus ossos.” A compreensão disto será tanto pessoal
como corporativa.
Agora o Mestre lançou alguns raios de luz antecipados sobre essa revelação que era
para vir mais tarde pelo Espírito Santo, através do espírito habitado da Igreja e
seus membros, quando Ele disse palavras com as que estamos bem familiarizados -
“nesse dia (que dia? Bem, nós sabemos) vocês saberão que estão em Mim e Eu em
você,” “e se alguém Me amar, guardará Minhas palavras e Meu Pai o amará e
viremos a ele e faremos nossa morada com ele.” Mais além, em Sua oração: “Eu
neles e Tu em Mim,” e novamente: “Se alguém ouvir Eu entrarei para ele.”
Temos dito muitas vezes que embora Deus criou Adão e intencionou ele para
cumprir basicamente, e para realizar, a obra que Cristo, o Senhor veio a fazer e
realizar, era senão uma criação probatória; Ele não criou ele no início no mesmo
plano que o Senhor Jesus, e portanto, ele nunca perdeu o que o Senhor Jesus
recuperou, mas o Senhor Jesus trouce infinitamente mais do que Adão jamais
perdeu.
Isto nos leva direto de volta para o A.B.C. de nossa vida cristã e experiência para
reconhecer isto, que filiação neste sentido superlativo, relacionamento com Deus
deste tipo, o qual é sermos filhos de Deus no Filho eterno, é sobre a base de Deus
mesmo sendo residente em nosso espírito e isso sobre a base de algo novo que
tem sido realizado na ressurreição do Senhor Jesus, uma nova criação, na qual
Deus toma Sua morada. “sobre a carne do homem o óleo ungido não virá.”
É por isso que Deus foi tão particular quando deu os ingredientes do incenso -
“nada disto será usado por homens para vós mesmos.” Não meramente para fazer,
mas não para vós mesmos. Isto não era para a carne, era para o puro propósito de
Deus; e se entrasse na esfera da carne, haveria uma chama de julgamento – assim
era quando fogo estranho era oferecido. É aquilo que é Deus mesmo, efetuando
Seus propósitos, os quais estão relacionados a esta nova criação.
Alguém da graças a Deus por esse algo extra, porque enquanto um tem uma união
muito abençoada com Deus e vida Nele, alguém está sempre cometendo erros;
constantemente sendo insuficiente; constrangido com falta de sabedoria e
entendimento, e estão bem longe dessa revelação da vida totalmente no espírito.
Apesar de que o relacionamento de alguém com o Senhor é absolutamente claro, e
apesar de que o espírito de alguém é puro (prefiro interpretar “coração” como
“espírito”) para com Deus e apesar de que alguém está sempre e constantemente
orando - “Senhor, forja essa Cruz nas profundezas do meu ser,” enquanto alguém
faz isso, apesar das limitações, há um mover do Senhor, Ele o está fazendo embora
nós sejamos de pouca fé, o qual não é nada mais do que Deus mesmo continuando
com Sua obra. Isso nunca será pensado ser um motivo pelo qual podemos
continuar a tropeçar, mas à medida em que alguém está procurando seguir com o
Senhor, o Senhor está fazendo Sua obra. Nós estamos em união com o Senhor e
Ele nos Têm levado. Às vezes Ele nos deixa fazer estes falsos movimentos para
mostrar-nos que este assunto é do Senhor e não nosso.
A concepção principal está diante de nós e a linha é simplesmente esta – que Deus
tem um desenho, uma espécie em mente que é a reprodução Dele mesmo, uma
encarnação Dele mesmo não apenas num homem mas num Corpo, a encarnação
inclusiva de Deus, o Corpo de Cristo, composto de nascidos de novo; essa era Sua
concepção original. Adão não perdeu isso, ele falhou em alcançá-lo. A Cruz entra e
destrói esse tipo de coisa, não meramente o resultado da falha de Adão nele
mesmo e na terra, Ele o destrói – o primeiro Adão.
Na ressurreição isto é revelado, mas Deus mesmo acarreta a ressurreição pela
energização do Espírito Santo e filiação neste sentido superlativo e transcendente
no terreno de uma união com Cristo na ressurreição por uma revelação interior de
Deus através do Espírito Santo. “Porque somos filhos, Deus enviou o Espírito de
Seu Filho aos nossos corações, que clama “Aba, Pai” - “Se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é Dele.” Filiação é somente possível pelo caminho da
Cruz pela habitação interior do Espírito.
Estes são princípios abrangentes, mas eles trazem consigo conforto e garantia de
que o fim será alcançado porque Deus o tem prometido. Ele não o deixa conosco
para fazê-lo, é Deus quem opera em nós. É muito difícil entender por que alguns
que afirmam ser o povo do Senhor, que carregam Seu Nome e estão
comprometidos no que é Seu serviço, podem seguir com contradições grosseiras e
fundamentais em suas vidas, e que o Espírito Santo seja residente neles para
declarar neles a Vontade de Deus. Isto é muito difícil de entender, mas acredito
que é impossível continuar assim se realmente o Espírito Santo está tendo o
controle.
Nos dias sem iluminação em que se sabia muito pouco sobre o fato da revelação,
alguém operava sobre o objetivo e externo, mesmo assim alguém reconhecia com
toda clareza que eles eram resistidos quando eles diziam algo de um púlpito ou
plataforma que não estava de acordo com a verdade, e no entanto parecia nascer
pela verdade, mas alguém lembra que eles não tinham um bom tempo quando eles
a estavam dizendo. E nós estamos sendo checados assim o tempo todo se o Senhor
realmente está no interior. Você está seguro se o Senhor tem se instalado dentro.
Você terá uma checagem quando estiver cometendo um erro.
Que Ele possa nos levar à operação eficaz disso para que possamos conhecer que é
isso extra – Cristo em você, pelo Espírito Santo, a esperança da glória.
Até aqui temos visto algo da natureza do novo homem que Deus tinha em mente
como a realização última de Seu desejo. Temos visto que Cristo que é Deus
manifesto na carne, é a única resposta, mas a absoluta resposta a essa busca de
Deus desde antes do mundo e sua criação, e que Cristo é o primeiro e
representativo e inclusivo desse tipo. Ele responde especificamente ao desejo e
requerimento Divino em que Ele é uma manifestação de Deus pela habitação de
Deus.
Então temos a apresentação, como um novo homem em Cristo Jesus; que ele é de
uma maneira muito real pela intenção Divina um homem-Deus – um homem
habitado por Deus, um homem possuído por Deus, um homem revelando e
manifestando Deus, e em tudo portanto, não um homem natural mas um homem
sobrenatural que tem o Cristo Ressuscitado como seu tipo, ele é essencialmente um
homem espiritual. Todo o seu ser e a sua vida é espiritual, seu sustento é
espiritual, sua luta é espiritual, seu serviço é espiritual, seu equipamento é
espiritual, seu caminhar é espiritual; tudo deste homem é espiritual porque ele é
um ser espiritual.
Você diz - “isso não nos descreve!” - “certamente isso deve descrever um estado
futuro”. Mas sim nos descreve se estamos em Cristo Jesus. Essa é a nossa
descrição, mas temos que ser capazes de claramente fazer essa discriminação
entre o homem exterior e o homem interior, e reconhecer que este homem não é o
homem exterior com o qual estamos tão familiarizados, mas é o homem interior
para quem nós, o homem exterior, são estranhos. Estamos aprendendo a conhecer
ele e conhecer-nos a nos mesmos pela operação do Espírito Santo.
Isto não é algo para o qual você tem que escalar, é entrelaçado com a vida sua e é
a expressão dela, mas você é chamado para reconhecer três linhas definidas de
separação, reconhecê-las e assenti-las e permitir o Espírito Santo deixar elas bem
claras e práticas na sua experiência; essa é a nossa educação espiritual.
Aqueles que não têm naturalmente dons podem tê-los espiritualmente, ao passo
que aqueles que tem naturalmente abundância deles não têm nada do que se
vangloriar.
Agora amados, nunca estaria certo você dizer “não estou apto para isso, não estou
qualificado para isso; não tenho habilidades de nenhum tipo ou dons ou
qualificações para a obra do Senhor.” Se você é realmente nascido de novo do
Espírito Santo e você é esta nova criação, o que tem acontecido é que estando no
mundo você não pode fazer nada. Você não pode nem falar nem usar sua mão nem
pés ou seus olhos, você é simplesmente inútil na nova criação. Sou da persuasão
de que não há nenhuma coisa inútil na nova criação. O Espírito Santo embrulha
com a nova criação essas coisas que vão fazer capaz a realização de seu fim e
efetivar seu propósito.
Tendo feito a provisão, temos como nosso patrimônio, nossa herança na nova
criação, o direito de equipamento de um caráter sobrenatural para a obra de Deus
e tendo-o como algo que é natural para nós na esfera espiritual.
Duas coisas devem ser ditas aqui. Todos nossos problemas está em reconhecer
isto, que nossa inutilidade ou nossa utilidade em nossa vida natural não é critério
nenhum, e aí é onde a Cruz entra. Vem no lado positivo para as pessoas muito
inteligentes, para golpeá-las direto para fora da esfera da real efetividade
espiritual, golpeá-las como pessoas inteligentes, como naturais, em seus
equipamentos e revestimentos; isso é um fato, por mais que você se contorça e
discuta. O curso de experiência espiritual é fazer eles perceber quão totalmente
inúteis eles são em serviço espiritual, eles não contam! Suas obras chegaram ao
fim, suas habilidades chegaram ao fim, suas reputações chegaram ao fim, eles não
mais podem manter suas cabeças erguidas diante de homens e afirmar serem
alguma cosia em obra religiosa. Não podemos fazer as coisas que uma vez
podíamos fazer mesmo no Nome do Senhor.
Mas então no reconhecimento desse fato, o significado da Cruz, eles não chegam
ao fim mas ao começo. Eis que faço todas as coisas novas e todas as coisas são
agora de Deus, enquanto que antes elas eram de algum outro lugar.
A nova porta com um novo equipamento. Quão diferente! E apenas aqueles que
têm passado um pouco através dessa nova porta sabe quanta diferença. Sua
sabedoria aqui é absolutamente confundida, seu gênio natural para ter coisas feitas
é absolutamente levado à confusão; você é feito de bobo se você ousar mover-se
nessa esfera outra vez, e Deus vê que você não tem êxito dessa forma.
Temos que encarar o fato de que a Cruz significa por um lado levar-nos para onde
clamamos, embora temos sido os mais capazes e bem sucedidos, “não posso!” -
“não posso!” - esse é o fim. Você tem que aceitar esse fato, quanto mais cedo
melhor, antes que entremos nessa nova criação, “eu posso, em Cristo, todas as
coisas”.
Temos que reconhecer que estes equipamentos e revestimentos são raciais e como
tais são corporativos. A Igreja é também chamada uma “nação”, “uma nação
eleita”. As metáforas são todas trazidas juntas - “uma nação eleita, um sacerdócio
real, uma casa espiritual.”
Isso nos leva para esse muito mal compreendido testemunho do Corpo que foi
discernido indubitavelmente pela Igreja em seus primeiros dias claros quando
aqueles que eram membros representativos no Corpo trouxeram cada novo
convertido, cada novo membro eleito, que tinha confessado e declarado a união
deles com o Corpo de Cristo, e num ato definitivo pela imposição de mãos sobre
eles e mantinham um testemunho para o Corpo, e o Espírito Santo reconhecia seus
testemunhos e dava Sua própria atestação disso, e por tais meios e tais momentos
equipava esse membro para a obra – era “a obra para a qual Eu os escolhi”.
Timóteo, “desperta o dom que existe em ti pela imposição de mãos”. Que era isso?
Estava lá por profecia. Faça o trabalho de um evangelista, cumpre teu ministério.
Quando o Espírito Santo orou através dos que oraram sobre Timóteo,
evidentemente Ele orou profeticamente quanto à obra de Timóteo como um
evangelista. “por profecia”, diz Paulo (1 Timóteo 4:14,2,6,4,5).
Amados, é bastante claro que este novo homem é um novo homem corporativo,
seu equipamento é um equipamento corporativo, seus revestimentos são da obra
inteira do Corpo. O reconhecimento e discernimento desse fato é requerido pelo
Senhor num testemunho definitivo, e daí não necessariamente por alguma
demonstração naquele momento. Existe um calmo mover silencioso pelos
ministérios que tomam seus próprios cursos e encontram um especial ênfase no
Corpo de Cristo, e enquanto nos mantemos dentro da esfera desse ministério,
cresce e assim torna-se a expressão natural de nossa vida no Corpo de Cristo.
A Lei da Vida
por T. Austin-Sparks
(Romanos 8:2)
Agora, em dois ou três assuntos um pode só destacar como esta lei da Vida opera.
Quando você entra na esfera espiritual, amado, nada da velha vida me manterá ao
invés. Seu amor humano não será de nenhum proveito nesta esfera. A mais forte
ligação humana fracassará aqui; é correto na esfera natural, você se dá muito bem
com os que você ama – os relacionamentos são corretos ( estou falando agora do
melhor no amor humano, onde existe amor humano verdadeiro), porém você chega
à Vida Celestial, e muito em breve você descobrirá que existem fatores com os que
você não se encontrou antes, tudo novo, e que estão completamente além de você,
e além do poder desse amor humano mais forte para satisfazer, e se isso é tudo o
que você tem, e você não reconhece este principio, seu amor humano quebrará; e
seus relacionamentos sobre essa base serão todos subvertidos.
Agora observe que a lei da Vida é a lei de nossa unidade no Corpo de Cristo. Somos
um por Uma Vida, e é somente quando essa Vida está transbordando que temos
um absoluto levante sobre todas estas coisas cismáticas que estão em nós por
natureza. A necessidade da igreja em todo o mundo para superar suas divisões,
todas suas cisões, desacordos, é o levantamento do poder da Sua Ressurreição.
Você não pode organizar essa união, essa unidade: você não pode produzi-la tendo
Conferências e decidir que você cessará de considerar coisas não essenciais, e ser
um nas grandes coisas, e assim por diante. Você descobrirá mais cedo ou mais
tarde que vocês estão todos novamente em desacordo; mas quando o Corpo de
Cristo chega a conhecer Ele e o poder de Sua Ressurreição, chegará à unidade que
faz possível o impacto do único testemunho de Jesus. É o testemunho de que Jesus
vive triunfalmente pelo poder de uma Vida Ressurreta. Você vê que este é o
principio todo o tempo. Tudo, amado, nossa esperança de entrar no Propósito de
Deus depende da nossa união em Ressurreição com o Senhor Jesus, sobre o fato da
Sua Ressurreição se tornando uma realidade experimental dentro de nosso próprio
espírito; nunca chegaremos aí à parte disso.
Agora, tenho apenas tocado uma ou duas questões por meio de ilustrar este
assunto, mas toca tudo. Primeiramente, temos que reconhecer e aceitar que a
velha natureza deve ir-se, e dizemos à declaração de Deus quanto a isso, “Amem,
estou disposto a ir-me, e pela fé eu saio. Agora, reivindico por essa posição da fé, a
Vida do Senhor Ressurreto” e se você quiser realmente saber se você é nascido de
novo, ouça dentro, você terá a resposta - “O Espírito dá testemunho com nosso
espírito”. A lei da Vida está lhe dizendo, “agora firme, cuidado”. Essa é a prova de
que Ele está lá - “Cristo em você, a esperança da glória”. Não é a vinda de algum
grande cataclismo do céu rompendo, alguma aparição objetiva, e você ser varrido
em alguma sensação forte. Você começa como uma criança tudo de novo com o
novo principio, e esse principio é a promessa e certeza de sua completa maturidade
para a plenitude da medida da estatura de Cristo se você for obediente à lei do
Espírito da Vida. Oh, que o Senhor nos leve mais sobre esse nível, sobre essa base
da Sua própria Vida Ressurreta, e não existe nada mais sobre o que nós falarmos,
senão que esse é o inicio e continuação e o fim de todas as coisas.
Vida de Ressurreição
por T. Austin-Sparks
(Romanos 8:2)
A Primeira coisa na experiência no lado subjetivo não é a Cruz, se pela Cruz você
quer dizer a morte. A primeira coisa na experiência no lado subjetivo é a
Ressurreição, e a Ressurreição do Senhor Jesus feita experimental pela recepção
interna da Sua Vida Ressurreta é a base de tudo o resto. A Cruz tem lugar prévio a
isso, mas não subjetivamente. Onde então, e de que maneira então, toma a Cruz o
lugar prévio? Objetivamente! Agora, é importante que reconheçamos isto, que a
união na morte com o Senhor Jesus Cristo é algo a ser reconhecido como já tendo
transpirado, há muito tempo, milênios atrás - “O Cordeiro foi morto desde antes da
fundação do mundo”, mas é claro que isto foi posto em ação nesta terra no
Calvário, e se você quiser começar de lá você pode. Nós diremos, para o nosso
propósito estando aí, que, como muitas vezes temos dito, o Senhor Jesus Cristo
morreu uma morte inclusiva - “julgamos que um morreu por todos, portanto todos
morreram”. Ora, isso é um fato objetivo. Ele fez isso, e temos de reconhecer que
nós morremos pelo menos a uns dois mil anos atrás em Cristo. Pela fé aceitamos
isso. Isso é objetivo.
“Minha fé colocará sua mão sobre essa Sua querida cabeça”. Esse é o fato objetivo
de que a morte toda-inclusiva, toda-significativa de Cristo foi a minha, pela fé. Eu
aceito isso, e tomo a minha posição nisso. Olho para isso, e digo, ali no Calvário
estou; lá eu morri.
Agora, ninguém está por um momento colocando a Cruz em segundo lugar – não
me entenda mal – a Cruz é absolutamente essencial, você nunca entra na
Ressurreição até que você tenha reconhecido a Cruz; você nunca entrará na
plenitude da Vida até que, primeiramente, pela fé, você tenha aceitado tudo que
essa Cruz significa para você mesmo e para sua vida inteira, e então tendo-o
aceitado assim você recebe a Vida da Ressurreição dentro do seu espírito. A ordem
da experiência espiritual é esta: lá está a Cruz, lá está Cristo crucificado, e nessa
Uma Pessoa Deus incluiu todos nós, estamos todos Nele. Reconhecemos que Sua
morte é nossa morte. Sua morte não é somente o perdão e propiciação pelos
nossos pecados (é isso, louvado seja Deus); não é somente nossa salvação do
inferno, e nossa certeza do céu (é isso, louvado seja Deus), mas isso não é
suficiente, é aquilo que está ligado a esse grande Propósito de Deus desde antes
que o mundo era, de ter para Si mesmo um instrumento para a manifestação
universal da Sua glória, e nesse instrumento uma humanidade glorificada. É que a
Cruz representa o colocar de lado a humanidade que não pode ser glorificada, e na
Ressurreição a produção de uma humanidade que pode ser glorificada. Obtenha um
contexto adequado para isto, e você verá porquê você deve mortificar as obras da
carne pelo poder da Vida Ressurreta. Não só porque o Senhor quer que você vá
sem isto e aquilo, e roubar você de qualquer coisa que é seu, e diminuir e isolar
sua vida.
Ora, um tem dito que esta é a base de tudo. Você tem recebido uma nova Vida; é
completamente nova, a qual você nunca conheceu antes. É tão absolutamente
fresca para nós que na maioria das coisas somos totalmente estranhos a ela em
todas suas leis e funcionamento; de maneira que nós agora numa nova vida temos
que aprender tudo outra vez do principio. Somos crianças - “a menos que vocês se
tornem como crianças vocês não poderão entrar na esfera dos céus”. Você não
pode entrar na Vida do Homem Celestial sem começar tudo de novo. Em primeiro
lugar você tem que conhecer tudo de novo quanto a como viver por uma nova
Vida, e não por uma velha, que é chamada vida, mas que Deus chama de “Morte”,
e você descobrirá se você realmente continuar com o Senhor em Seu próprio
poder, Ele ensinará a você que sua vida é totalmente incapaz de reunir os
requerimentos de uma Vida Celestial; de que em nenhuma fase ou recurso de
nossa própria vida natural podemos nos aprontar para as exigências de uma Vida
Celestial, e o Senhor estará todo o tempo ferindo nossa vida, e dizendo para nós,
não, você não pode chegar até isto em seu próprio recurso, isto só pode ser feito
por esta nova Vida. Alguns de nós que têm tanto desta velha vida – é tão forte em
nós – temos que ser bem quebrados o tempo todo nessa esfera, e nos ser
mostrado numa forma bem drástica que isto somente pode ser realizado pela Sua
Vida, e será totalmente fatal para nós tentar realizá-lo de outra maneira. Será fatal
para todo o propósito de Deus em nós e através de nós se nossa vida tentar entrar
lá para realizá-lo. É a Sua Vida Ressurreta o principio realizador, efetuador,
excecutivo desta nova esfera, e oh, é bem nova.
É aí onde você começa, e você descobrirá que o Senhor trata disso. Se sua vida se
levantar e tentar se intrometer na esfera das coisas celestiais, as coisas de Deus,
você será ferido, e você virá abaixo. Você descobrirá que o Senhor simplesmente
traz você de volta para onde você estava, e você terá que começar tudo de novo.
Essa é a história da Cristandade; é a história de multidões dos que professam ser o
povo do Senhor, e tudo tem que ser aprendido novamente da tenra infância. Você
tem que aprender como andar nesta Vida e de acordo a esta Vida, e a criança
aprendendo a andar só dá um passo de cada vez – pode ser com muita pressa, às
vezes tendo uma queda e esticando a mão muito para se agarrar a algo. Está
aprendendo a caminhar, se adaptando. É justamente onde estamos nesta questão,
é tudo bem novo, mas estamos aprendendo a como “andar não segundo a carne,
mas segundo o Espírito”, e estamos aprendendo pela lei desta Vida.
Não quero ser culpado de menosprezar sua inteligência, mas me pergunto se você
é capaz de ver como isto funciona; como esta vida opera para lhe ditar nas coisas
mais simples, as coisas mais comuns. Você está prestes a dizer algo, e se você
realmente ouviu dentro, você ouviria alguma coisa, não em palavra, mas em
sentimento dizendo, “firme, cuidado agora”; mas depois você o diz. Você não deu
atenção a esse principio da Vida – qual é o resultado? Bem, uma bagunça, e você o
sabe; e quando você se assenta e reflete sobre isso você diz; “realmente teve um
registro dentro, se apenas o tivesse ouvido”. É a “lei do Espírito da Vida” tentando
“libertar você da lei do pecado e morte”. Mas veja, você aprendeu agora, e da
próxima vez você escutará. O mesmo em obra, o mesmo em métodos; e o
extraordinário é que coisas que nunca por um momento tinham alguma sombra de
dúvidas quanto a se eram certas e apropriadas chegam a uma esfera de
questionamento. Isso está tudo bem, você está seguindo em frente, você está
descobrindo coisas, você está completamente num novo mundo. Coisas que eram
muito corretas até o mais alto sentido moral do homem natural, entram em dúvida
agora que você entrou numa outra esfera muito mais elevada. Veja, você está
aprendendo a como andar por uma nova lei de Vida. E, amado, ouça, mas a Vida
dita o que você deve fazer, e o que você não deve fazer. Você tem isto dentro, o
qual está dizendo todo o tempo, “sim”, e “não”; “você pode”, e “você não pode”, e
o que temos que aprender é a caminhar por isso – a Vida. E aprendemos muitas
vezes ao violá-la, à medida que descobrimos pela sua violação, morte, e temos que
ter nisso uma luta mão a mão com o inimigo do Senhor, com a morte que resultou
ao ter resistido essa voz mansa, muito, muito sensitiva da Vida no interior. É claro,
é o Espírito Santo em toda Sua inteligência operando pela lei da Vida, porque isto é
“a lei do Espírito da Vida”. O Espírito da Vida em inteligência não é uma influência
abstrata de algum tipo que é dada a nós, é o Espírito Santo mesmo residindo no
interior, mas Sua lei é Vida, e quando o Espírito Santo está contra a coisa, há
morte, e é assim como conhecemos.
Línguas de Ressurreição
Agora queremos voltar diretamente até o começo. Não tenho passado essa etapa;
aqui eu faço um monte de erros, e quando me sento e penso sobre isso, sei que eu
fui avisado, se apenas tivesse pausado e esperado e escutado um pouco mais
dentro. Mas estamos aprendendo a falar tudo de novo. Daí, temos que aprender a
FALAR em novidade de Vida. Você se lembra da palavra do homem sábio “Morte e
Vida estão no poder da língua”. Você se lembra do que Tiago disse, “a língua é um
membro pequeno, mas vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. Um
navio é algo grande, mas veja como um navio tão grande pode dar a volta com um
pequeno leme”, e ele diz “você pode domar qualquer fera na criação, porém a
língua não há homem que a possa domar”. E o que precisamos é de Línguas de
Ressurreição! Oh, as correntes de morte que saem de nossa fala, nossa conversa,
nosso citicismo, nosso falar sobre as pessoas; nenhuma má intenção, mas apenas
falando delas – morte; e você o sabe. E um pouco mais tarde disso você sabe que
as coisas deram errado; você caiu em algum lugar, e sua vida espiritual foi
refreada, arruinada, e você teve que ter um bom tempo com o Senhor para ser
capaz de respirar livremente de novo. Você está aprendendo tudo de novo, a como
falar vida. O Senhor quer fazer com que falemos em vida, em vez de morte; cortar
por esta vida a corrente de morte. Você não pode fazê-lo até que você obtenha
vida, mais vida para vencer o veneno mortal da fala. Você começa por aí, e não
deixe ninguém pensar que o Senhor será capaz de usar eles com uma mensagem
de vida para o mundo até que eles tenham aprendido a como falar na forma
ordinária da vida, de acordo à vida. Seu testemunho no evangelho, no ministério
falado, amado, será baseado nisto, em que Ele tem tocado seus lábios. “Sou um
homem de lábios impuros”, e esse testemunho nesse ministério será
completamente aleijado, paralisado, se na conversação ordinária da vida não existir
este principio da Vida trabalhando controlando a morte. Bem, o Senhor deve nos
ensinar isso.
Posso ver que mais e mais claramente temos que aprender a como, pelo Espírito,
recusar discutir pessoas, criticar pessoas, falar delas. Com alguns é uma maior
aflição do que com outros, mas com todos nós existe uma necessidade para esta
posse da vida sobre a morte em nossos lábios. Aprendemos a falar tudo
novamente, gaguejamos e balbuciamos para começar e colocamos as coisas
erradamente, mas aprendemos por esta lei interna que diz o tempo todo “você
sabe que você não deve ter dito aquilo”. Se apenas você tivesse esperado, você
saberia que havia algo que teria parado você de dizê-lo. Existe isto todo o tempo –
viver – para caminhar – para falar – para saber.
Conhecimento de Ressurreição
Sabemos que não podemos fazer coisas agora como acostumávamos fazê-las,
temos chegado a ver que nossas obras para o Senhor não são necessariamente as
obras do Senhor; que nossa multidão de atividades no Nome do Senhor com os
melhores dos motivos e os mais puros desejos não atingem o fim de Deus. Não
conseguimos passar, somos derrotados; temos saído para realizar a obra do Senhor
ao invés de termos chegado ao lugar onde Ele pode realizar Sua própria obra
através de nós. Uma grande diferença, uma poderosa diferença! Amado, a menos
que o Senhor faça cada fragmento da obra, ela nunca será feita, e o fim do Senhor
nunca será atingido. E é por isso que o Senhor tem que nos amarrar mas cedo ou
mais tarde para que nossa obra própria – isto é – nossas obras para o Senhor
cheguem a um final, e reconheçamos que é morte.
Mateus 4; Deuteronômio 8
Agora tome estas três tentações, e você achará que elas têm suas
ilustrações na história de Israel aqui. Em Deuteronômio 8 você tem a
primeira tentação: “Ele te deixou ter fome”.
“Depois Ele teve fome. Daí, o tentador veio e disse, se tu és o Filho
de Deus manda que estas pedras se tornem em pães”. Ele
respondeu, citando esta escritura, “esta escrito, Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mat.
4).
Se, amados, nossa vida consiste no pão que satisfaz nossas emoções
e nossa razão, nosso desejo pela atividade e empreendimento, e
trabalho e serviço, o diabo ganhará mais cedo ou mais tarde, pois as
obras chegarão a um final. Os calores de nossas emoções morrerão,
nossas mentes chegarão a um fim em tudo, então o teste da filiação
surge, e o inimigo virá sobre nós. Sobre o que você tem vivido? Você
tem vivido sobre a excitabilidade religiosa e sido mantido indo pelas
muitas atividades da vida e obra religiosa? Se você tem sido
sustentado pelo estimulo de emoções religiosas e atmosferas, elas
estão destinadas a ser levadas a um final, e o inimigo virá nesse
ponto e dirá. “Deus desistiu de você”. Note bem, Deus se encarregará
disso. “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito”. Deus toma a
iniciativa nisto para lançar as bases de Sua grande missão eterna, e
essa fundação é lançada no Seu espírito numa Filiação a qual é mais
profunda do que tudo o resto.
Para encerrar apontemos que este teste e prova era a base da grande
obra que Cristo veio fazer. Ele fez uma coisa ímpar, na qual nós não
podemos e não precisamos participar, mas existe uma obra a partir
disso na qual Ele nos chama. Cada pedaço da obra de Deus em união
com Cristo é sobre a mesma base, e o mais profundamente provado
será sempre o mais grandemente usado. Existe aquilo na Filiação do
Senhor Jesus que é exclusivo na Cabeça Triuna, para o qual nós não
podemos atingir; mas existe aquilo no engendramento de Deus, que
nos faz vitalmente um com Cristo numa vida em comum e comunhão
para o eterno propósito.
A Força da Igreja
por T. Austin-Sparks
Compêndios de discurso
João 14:25-26, 16:25, 2 Coríntios. 3:2-3, 7:18, Efésios. 1:17, 3:16-20, 6:10 .
Quando o Senhor Jesus introduziu pela primeira vez o pensamento da Igreja, Ele
disse : “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela”. O elemento predominante visto aqui é uma força
poderosa. Sim, todas essas persuasões do inferno não prevalecerão contra essa
força poderosa de uma rocha e esse pensamento de força está o tempo todo
conectado com a Igreja. É a força espiritual em vista, força interior. É a força de
“Quem” é “O Que” o Senhor Jesus é como o próprio Deus, Todo-Poderoso.
Volte-se para a segunda carta a Corinto capítulo 3. A antiga Aliança era uma coisa
externa escrita em tábuas de pedra: Paulo trazendo-a para os nossos tempos
escreve “escrita com tinta”, mas a nova Aliança não é relacionada a tempo, mas
uma Aliança Eterna, não uma escrita exterior, mas algo escrito no interior pelo
Espírito Eterno do Deus vivo e gravada em nossos corações.
Oh! Será que percebemos a grandeza deste fato, que é necessário e vital ver que
tudo é interior. Isto deve ser reconhecido pelo povo do Senhor. A vida do crente é
interior, e tudo que se relaciona com ela é para dentro; e na medida em que a vida
do crente é para fora e depende de coisas externas, nessa medida ela será fraca;
na medida em que o crente a vida é dependente de encontros e de ser ministrados
por outros e conhecer o Senhor somente neste tipo de forma exterior - em vez de
conhece-Lo de forma profunda no interior, só em secreto com a palavra e oração -
a expressão da vida será fraca e ela não será constituída de força espiritual para a
assembleia, e sim trará uma fraqueza (um peso morto, além de um terreno para o
inimigo de trabalhar “em” e “de”).
Tudo agora é interior e temos que reconhecer que “tudo” é o próprio Senhor Jesus .
Nós não apenas nos juntamos para realizar reuniões, para cantar, para ter um bom
tempo: nos reunimos para que haja força espiritual manifesta e recebida através do
encontro com o Senhor. (Não estou esquecendo o primeiro e principal objetivo -
para adorá-Lo - todo o resto é nada além de adoração d'Aquele para Quem são
todas as coisas).
Mas a questão aqui é de força espiritual. A eficácia dos nossos encontros e seu
impacto no mundo espiritual é uma questão de força espiritual, quando nos
reunimos há demasiadas vezes o aspecto de expectativa passiva em vez de
reconhecer o fato de que
nossa reunião deve ser a ocasião para uma poderosa expressão de poder espiritual,
para o cumprimento dos fins espirituais.
A carta aos Efésios encabeça tudo na esfera da luta em lugares celestiais, onde
nada menos do que a suprema grandeza do Seu poder vai cumprir o propósito e
possibilitará a Igreja cumprir a sua vocação: esta é a esfera de atividade da Igreja
em nome dos irmãos em Cristo em todo o mundo, é uma única batalha em todo o
mundo contra o inimigo que está contra a Igreja de Cristo. Oh! podemos
reconhecer que há sempre problemas terríveis em jogo quando o povo do Senhor
se reúne e deve haver uma forte expressão de poder e influência contra todo o
sistema do mal - o impacto do filhos do Senhor reunidos no Nome, deve retardar o
adversário e manifestar uma celebração do triunfo de Cristo sobre os Seus
inimigos; reunir assim pode representar a conquista da batalha a milhas de
distância.
Paulo atribui suas próprias vitórias e fugas às orações das assembleias distantes (2
Co.1:2). Quando estamos juntos há questões enormes para o Senhor Jesus em
jogo, quando estamos reunidos e focados na Igreja.
Estamos em uma luta universal, a batalha está acontecendo e a Igreja nunca vai
chegar até o trono sem luta.
Enquanto tudo está garantido no Trono pelo nosso Senhor Jesus Cristo, por Seu
triunfo completo e perfeito na Sua Cruz, ainda assim este triunfo tem que ser
operado e manifesto, e a Igreja é o Seu instrumento para isto, por isso a batalha
está sempre focada na Assembleia.
A necessidade é grande para que o povo de Deus reconheça isso e, assim, se junte
em ação, e em poder espiritual para todo o corpo de Cristo. É o negócio de todo o
Corpo e de cada membro do Corpo. Portanto, a questão é de força e poder
espiritual, e o poder e a força espiritual da Igreja reunida é a quota individual de
vida e força para o todo.
Há muito que o Senhor deseja revelar ao Seu povo, e, por essa revelação eles
possuirão o conhecimento espiritual Dele mesmo, o que é necessário para uma
maior revelação e plena realização dos fins de Deus para este tempo. É muito
importante saber o tempo que estamos vivendo, e o Propósito Eterno de Deus em
relação a ele.
Você não pode lutar sem conhecimento espiritual e a Igreja não pode ser edificada
sem a revelação espiritual, e você não pode obter um raio de revelação sem luta,
pois o inimigo está lá fora com toda a força e sutileza para cortar toda a revelação,
e ele sempre procura impedir a revelação espiritual, que ela seja dada ou recebida.
Em Daniel 10, lemos sobre o conflito terrível na terra e nos céus, e vemos que tudo
se relaciona à revelação. (Dn.10:1 ARV) “foi revelada uma palavra a Daniel... uma
palavra verdadeira concernente a um grande conflito; e ele entendeu esta palavra e
teve entendimento da visão. Naqueles dias eu, Daniel, estava pranteando por três
semanas inteiras... nem me ungi com unguento, até que se cumpriram três
semanas completas...não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia aplicaste o
teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as
tuas palavras, e por causa das tuas palavras eu vim. Mas príncipe do reino da
Pérsia me resistiu por vinte e um dias ... a visão se refere a dias ainda distantes
(marg. para o fim dos tempos)”.
Este capítulo de Daniel mostra que foi um negócio caro receber revelação, sim,
custa receber revelação e custa reparti-la; ministério espiritual é extremamente
custoso e há uma batalha de cada vez para cada porção de revelação.
Esta revelação não é algo extra além das Escrituras, mas o que está oculto
aos olhos obscurecidos nas Escrituras.
nossa história secreta com o Senhor, e até esta medida é o exercício espiritual na
assembleia. O indivíduo tem que ser exercitado nas coisas do Senhor e seu homem
interior ganha força através de tal exercício espiritual.
O que você está fazendo em sua vida de oração pessoal? Claro que há uma maior
força por todos estarem juntos, e há ganho para o indivíduo por meio da oração
corporativa.
O Espírito Santo nos fortalece desta forma exercitando nosso homem interior na
Palavra.
Que tempo tem a leitura e estudo da Palavra em sua vida? Você está recebendo
todo o seu conhecimento da Palavra de outros servos do Senhor, em vez colocar a
mão na massa você mesmo?
Quando eu digo que devemos sempre estar atentos para testemunhar para o
Senhor Jesus, eu não quero dizer que devemos parar cada um e força-los a nos
ouvir sobre o estado de sua alma. O que eu quero dizer é que será que nós, no
início do dia, definitivamente buscamos que o Senhor esteja vivo para todas as
oportunidade que surgirem para Dele, estamos olhando para fora, alertas para
aproveitar a oportunidade quando ela aparece, estamos em oração esperando
ansiosamente por ela? Estamos vivos na espera espiritual por almas?
E então que maravilha, quando nos reunimos, Oh! quão vital seria, quão vivos para
Deus, e todo o Corpo de Cristo em todo o mundo iria sentir o impacto de estarmos
reunidos no Nome do Senhor, e deveria haver uma recuada do inimigo.
Que o Senhor possa nos trazer a isso por amor do Seu Nome em uma medida cada
vez mais completa.
Proximidade de Cristo
por T. Austin-Sparks
Então, lendo mais um versículo atrás, percebemos que oito discípulos são deixados
a uma distância maior. Temos então uma distância entre os oito e os três, e outra
entre os três e o Senhor. No capítulo um do livro de Atos encontramos cento e
vinte pessoas, que certamente eram todas seguidoras de Jesus antes da Cruz. Ou
seja, eles não se tornaram discípulos somente a partir do Calvário. Eles eram um
grupo maior, mas não estavam no jardim. Eles estavam em algum outro lugar; e
não na mesma proximidade do Senhor que os oito ou os três. Se continuarmos
lendo mais à frente, em 1 Coríntios 15:6, encontraremos quinhentas pessoas. Paulo
diz “Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez”. Onde estão os
trezentos e oitenta e os cento e vinte reunidos juntos? Trezentos e oitenta estão
faltando, faltando naquele cenáculo em oração durante os dias da espera pela
Promessa do Pai. Os quinhentos são espalhados e apenas cento e vinte estão lá,
trezentos e oitenta estão em outro lugar. Desta forma literal, podemos perceber o
Senhor, um grupo muito pequeno mais próximo Dele; depois um grupo maior que
não está tão próximo quanto esse pequeno grupo; e então um grupo ainda maior;
e outro maior ainda, e quem pode dizer quantos foram aqueles que estavam mais
afastados que todos estes. Proximidade! Acredito que isso é sugestivo no que tange
a comunhão espiritual com o Senhor por aqueles que vão um pouco mais longe;
que vão até o fim com Ele, que vão chegar a uma comunhão mais íntima e
imediata com o Mestre.
Sabemos de muitos que vão muito longe com o Senhor e então determinam uma
linha de proximidade; outros vão um pouco mais longe, e então param pelo
caminho, e parece que muito poucos seguem em absoluta unidade com Ele, com
Seu coração, Sua mente, Sua vontade. Ele está buscando esses que serão do Seu
próprio Espírito, que vão mais longe que os outros, e talvez estejam mais adiante
que todos os demais, um pouco mais longe, para os levar ao sofrimento interior
secreto do Seu próprio Coração.
Se não vamos em frente com Ele, se não vamos encontrar uma resposta em nossos
corações, não seria porque não temos uma correta apreciação e apreensão do
coração, mente e propósito do Senhor? Então a questão da devoção e sacrifício
aconteceria naturalmente, se estivéssemos preparados para pagar o preço de ir em
frente. Medir a devoção, o sacrifício, o quanto vai custar, e então, hesitar devido a
esse preço. De fato seguir até o fim com o Senhor torna necessário pagar todo o
preço, qualquer que ele seja, de sofrimento… sofrimento!
Isso me traz de volta a esses capítulos lidos no início, do livro de Gênesis - essa
história incomparável de José e seus irmãos. Essa história conectada com as
palavras que lemos na carta de Efésios, expressa uma profunda afinidade espiritual
entre essas porções das Escrituras. Vimos recentemente que José representa o
Senhor Jesus como o grande Vencedor, Aquele que por direito Divino e revelação
foi o objeto de adoração universal, para quem os molhos da terra se dobram e O
obedecem, para quem o sol, a lua e as estrelas do Céu também se dobram e O
proclamam Senhor. E Este, que passou por rejeição, foi vendido por trinta peças de
prata, colocado em cadeias por Seu próprio consentimento - no caso do Senhor
Jesus - foi levado aos grilhões, humilhação, a um lugar de trevas onde pode ter
parecido que todas as promessas e visões estavam totalmente eclipsadas e
impossíveis, mas no final foi exaltado até o Trono. O grande Vencedor! Portanto,
por causa “da obediência até a morte”, “pelo que Deus O exaltou” [Fp 2: 8,9]. “Pelo
sofrimento da morte” [Hb 2:9] está agora na presença da glória nos Céus. Aqui
temos José, ou José é aqui um tipo Dele.
Como a distância final foi retirada? Como eles todos chegaram a uma comunhão
mais próxima em unidade? Ele colocou seu copo de prata no saco de cereais de
Benjamim, e quando eles partiram com esse seu objeto, ele enviou seu mordomo a
eles e os trouxe de volta. Sabemos o que aconteceu! Esse estratagema, esse
truque, por assim dizer, foi o caminho pelo qual tudo foi quebrado. Assim a
comunhão foi trazida. O que a trouxe? Foi o seu copo no saco de cereais de
Benjamim, seu copo de prata onde ele bebeu. Você compreende? Para os
vencedores - um cálice, um cálice de prata. O Mestre disse a eles: “Podeis vós
beber o cálice que eu estou para beber?” [Mt 20:22] Eles responderam: “Podemos”!
Então Ele disse: “Bebereis o meu cálice”! E isso é absoluta comunhão, é a
comunhão no cálice, unidade de cálice, o cálice de prata. Isso representa ir até o
fim em grande proximidade - o preço! Você percebe? Não precisamos falar mais.
Não estou preocupado com os tempos relativos a esse assunto, mas sim com os
fatos e leis espirituais. Por todo o caminho entre Gênesis e Apocalipse, há uma lei
determinante que Ele deve ter um grupo pequeno, um remanescente, um corpo de
vencedores, chegando a uma plena comunhão com Ele pelo altar, pela Cruz, em
favor dos demais. Muitas vezes demonstramos que o remanescente em Israel é
apontado apenas como duas tribos, e ainda assim, eram chamados de “todo
Israel”. Foi o remanescente que colocou o altar no seu lugar e construiu a Casa, e
ainda assim foram chamados “todo Israel”. Vemos que isso é relativo.
Esse grupo pequeno, que pode ir até o fim no caminho daquilo que o Senhor
buscar, esse pequeno rebanho que chega a uma mais íntima comunhão com Ele em
Seus sofrimentos, em Sua paixão, Seu propósito. Apenas poucos podem chegar ali.
Ele tomou com Ele Pedro, Tiago e João, e Ele mesmo foi um pouco além; e ali
vemos as regiões; e isso fala de quão longe você deseja ir, de acordo com o preço
que vai pagar - a comunhão dos Seus sofrimentos. Mas é muito comum na era de
Laodicéia, que exista algo que gera dor no coração de Deus em relação a
espiritualidade da maioria. Eles não são nem frios nem quentes. Eles são aqueles
para quem Ele fala, bem dentro das condições de Laodicéia: “Ao vencedor, dar-lhe-
ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com
meu Pai no seu trono” [Ap 3:21]. Aqui vemos o Trono - “se com Ele sofrermos, com
Ele reinaremos”. Esse é o chamado do Senhor nesses dias, e acredito que isso seja
o que o Senhor está trazendo à luz nesses dias a cada um que participa desses
encontros.
Você vai mais longe? Vai até o fim? O fim do caminho é o Trono; e chegar lá
implica que você irá pelo caminho da Cruz, pelo caminho do cálice. O cálice foi
encontrado no saco de cereal de Benjamim, o pequeno, um grupo pequeno. Por
Benjamim os outros foram trazidos à comunhão com o Senhor exaltado - completa
comunhão. Não existem mais mesas separadas e os Egípcios foram colocados para
fora, ali temos perfeita comunhão no Espírito.
Cl 3:4
As coisas - todas elas - irão decepcionar mais cedo ou mais tarde, mas o Senhor
permanece e nunca falha. A medida do apego das pessoas ao Senhor, pode ser
medida muitas vezes na medida do apego a algum interesse, seja uma(s)
pessoa(s), lugar, movimento ou projeto, e, quando estes entram em colapso, a fé
delas no Senhor é abalada, levando-as a atravessar um escuro período de eclipse
da fé.
O Senhor deve ser vida para nossas mentes, para que a verdade não seja para nós
algo abstrato ou meramente verdadeiro, mas vida e poder.
O Senhor deve ser a vida de nossos corpos. Fraqueza natural ou força não é o
critério. A cura como uma "verdade" ou como algo em si mesmo pode se tornar
escravidão legal e um "pesadelo". É o próprio Senhor que é a nossa vida, seja para
permanecer atormentado com enfermidades ou para ser liberto – aquilo que servir
mais para a Sua glória. A condição natural não é tão importante quando a
transcendência e realização do Senhor.
Nos dias de terrível pressão que estão agora sobre o povo do Senhor em todos os
lugares; dias em que o inimigo toma menos "dias de folga”; dias em que é mais
perigoso do que nunca que os crentes tomem "dias de folga", há apenas uma coisa
adequada - que o Senhor seja conhecido em absoluto como nossa vida - nossa
própria vida.
A exortação de Barnabé aos convertidos em Antioquia pode ser uma palavra muito
oportuna e salutar para nós neste momento: "exortava a todos a que, com firmeza
de coração, permanecessem no Senhor" - Atos 11:23.
A Medida de Cristo
por T. Austin-Sparks
“Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja
formado em vós” (Gal. 4:19). “Até que Cristo seja formado em vós”; isto é um
passo em frente.
“Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo... até
que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus...
à medida da estatura da plenitude de Cristo”. (Ef. 4:7-13).
Queremos imediatamente focar tudo em e sobre o Senhor Jesus Cristo, pois é Ele
quem está em vista. O que temos diante de nós não é um ensino ou verdade; isto
é, para ser possuído de mais conhecimento da verdade; não é serviço; mas é o
Senhor mesmo.
O objetivo do Pai do início até o fim é que o Filho, o Senhor Jesus, encha todas as
coisas, e todas as coisas sejam enchidas com Cristo. O valor de tudo aos olhos de
Deus é segundo à medida da manifestação de Cristo nisso. É a partir dessa
perspectiva que Deus determina a importância de tudo.
Se nós ficarmos focalizados lá, fará uma grande diferença, muito teria que ir
porque não está manifestando o Senhor Jesus. Devemos entender que o Pai
colocou o Senhor Jesus diante de Seus olhos, e os olhos do Pai estão cheios de
somente um alvo, isso é o Amado, Seu Filho; e aos olhos de Deus o valor de tudo é
determinado pela medida na qual Seu Filho é manifestado e glorificado; esse é o
Seu fim e esse é o Seu objetivo.
A Toda-Inclusividade de Cristo
Para muitos, a salvação é como uma coisa. É isolada e considerada como alguma
coisa em si mesma; a ser dada por si só, para o bem daqueles que a recebem. A
santificação é envolvida da mesma maneira. Muitas vezes pensamos da salvação e
santificação em relação às pessoas em vista, e portanto alguma coisa para elas,
mas é Cristo mesmo que é salvação, Ele é santificação, e Ele está no interior como
isso.
É o mesmo com serviço e vocação; estas são frequentemente vistas apenas com
respeito às pessoas em si. “Salvos para servir” é somente parte da verdade e é um
slogan perigoso, pois o motivo, muitas vezes, é o serviço em si e não o Senhor.
Você pode ser tão motivado pelo serviço que Ele chega a ser deixado de fora.
Temos isolado a coisa da Pessoa, e percebemos que estamos agarrados e
envolvidos nas alegações do “serviço”; torna-se o ímpeto do serviço, e no final nos
quebra. E novamente, quando o serviço se torna duro e difícil, dizemos que vamos
a desistir, vamos resignar, demonstrando assim que temos separado o serviço da
Pessoa, e temos estado ocupados, dia após dia, com isso, a obra, e não com o
Senhor mesmo.
E do mesmo modo com a glorificação; sim, isto nos mexe, amamos cantar hinos
sobre nossa glorificação; mas Deus o pretende para começar agora, e deve
começar agora. Que é a glorificação? É a plena manifestação de Jesus Cristo em
nós. Deus considera a salvação, santificação, vocação, serviço, glorificação, como
relacionado a Seu Filho, e de nenhum valor à parte Dele; Ele é salvação, Ele é
santificação, etc.
A salvação e santificação são muitas vezes apontadas para pessoas como coisas a
serem recebidas para o bem delas; o objeto sendo para elas se beneficiarem de
alguma coisa recebida; muitas vezes é salvação por causa da salvação. Deus não
tem salvo uma só alma por causa da salvação. Deus não está atrás da salvação
como um fim em si mesmo, mas por causa do Salvador, para a glória do Seu Filho.
Não é salvação que está em vista, mas o Salvador. Se as pessoas estão
regozijando-se na salvação meramente como alguma coisa recebida para seus
próprios benefícios, o fim pleno será escondido no primeiro passo. Não é esta a
causa de detenção e atraso?
O obreiro tem que ser trazido, pelo caminho de não estar vendo profunda plenitude
de resultado da sua obra, para o lugar onde ele clama, “não posso fazer nada”.
Para que ele venha a ver a verdadeira natureza da salvação, e que para salvar uma
outra alma está totalmente além dele, mas é a obra de Deus. Deste modo, ele
chega a ver o objetivo de Deus na salvação, a qual é a glória do Seu Filho. A
salvação não é algo, é a entrada poderosa de uma Pessoa; “Quem tem o Filho tem
a vida”; (1João 5:12). “a todos quantos O receberam” (João 1:12).
O cristianismo não é uma doutrina, não uma verdade como verdade, mas o
conhecimento de uma Pessoa; é conhecer o Senhor Jesus. Você não pode ser
educado para ser um cristão. O cristianismo é o conhecimento de uma Pessoa,
conhecê-Lo como habitando dentro de nós.
A Universalidade de Cristo
Deus apontou uma Pessoa, e reuniu nessa Pessoa toda a perfeição Divina; tudo é
inseparavelmente ligado a Seu Filho; Ele colocou toda a plenitude da eternidade e
do Universo na Pessoa, e ligou toda a plenitude Nele; nenhum fragmento pode ser
tido à parte Dele; aquilo que é para caracterizar a nova criação está Nele. O fim
predestinado de Deus é uma apresentação completa da plenitude de Cristo - “A
Igreja, o Seu Corpo, a plenitude Daquele que enche tudo em todas as coisas” (Ef.
1:23).
Cada canto do universo falará audivelmente de Jesus Cristo; para que nós não
sejamos capazes de ir a um lugar, ou tocar uma vida, sem que achemos uma
expressão do Senhor Jesus.
“Cristo em vós, a esperança da glória” - isto é o céu. Você anda na presença do
Senhor Jesus. Pense de todo o universo dessa maneira; uma expressão universal
do Seu Filho em plenitude. Esse é o fim que Deus tem em vista, que Cristo encha
todas as coisas; que, ao olhar para tudo, seja achado estar cheio de Cristo. Tudo é
feito para Ele, e na nova criação tudo falará da Sua presença e mostrará uma
característica Dele. Ó! A alegria, mesmo agora, quando você toca uma vida e
percebe imediatamente que essa vida está cheia do Senhor Jesus, e o Senhor Jesus
é a plenitude dessa vida; que benção é!
Deus apontou uma Pessoa e O apresentou para ser visto de todos – o Homem
Cristo Jesus.
A Universalidade da Igreja
Você não pode sair fora do A e Z no campo da literatura; você confina a extensão
da linguagem com A e Z; do mesmo modo Cristo Jesus é o Primeiro e o Último da
criação de Deus, e tudo o que fica no meio; você não pode sair fora disso. Nós
nunca podemos pensar de alguma coisa como estando fora de Cristo; Ele é
Salvação, Ele é Santificação; Ele é Redenção, Justificação, Paz, Sabedoria, Amor,
Céus. “Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós” este
Cristo – em você! Você vê as possibilidades e o alcance tremendo disto?
Deus transformará o Seu universo, não a partir de fora, mas a partir de dentro.
Como? Colocando Jesus Cristo dentro do crente pelo Seu Espírito Santo; daí haverá
uma atividade dupla – sendo conformado a Ele pelo Seu Espírito, e Ele sendo
formado no crente; assim Ele vai fazer a Sua nova criação.
“Cristo em vós, a esperança da glória” (Col. 1:27). “Deus nos deu a vida eterna, e
esta vida está em Seu Filho”. (1João 5:11,12).
“Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é Dele” (Rom. 8:9).
“O Senhor Jesus Cristo: que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser
conforme ao corpo da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a Si
todas as coisas” (Fil. 3:20b,21).
“A igreja, a qual é o Seu corpo, a plenitude Daquele que enche tudo em todas as
coisas” (Ef. 1:22b, 23).
Crescendo Nele
A vida cristã não é pela força, e nem pela luta; nem meramente pela tentativa de
pôr em prática certas máximas, ou pela tentativa de atingir uma certa medida; mas
do principio até o final, e tudo junto, é uma questão de conhecer o Senhor Jesus no
interior. Obviamente isto implica resposta a Ele, e uma submissão continua à Sua
obra pelo Seu Espírito no interior, e assim cooperando com Ele em Seu propósito de
conformidade à imagem Dele.
Todos nós temos crescido desde que nascemos. Como nós crescemos? Não
sentando e considerando que nós devemos aumentar nossa estatura; não
determinando crescer um tanto hoje, e um pouco mais amanhã; não mediante
esforços dolorosos para aumentar nossas dimensões, e assim por diante; mas nós
“só crescemos!” - como Topsy. Mas enquanto nós “só crescemos”, tínhamos que
responder às leis do crescimento. Desse modo, na esfera espiritual, temos que
reconhecer às leis do crescimento, e onde seja que estas não forem respondidas,
ou são violadas, não pode haver crescimento, mas detenção, fraqueza e perda.
Por que o crescimento espiritual é tão lento em alguns e tão gloriosamente rápido
em outros? Porque alguns chutam e questionam, ou argumentam com Deus; dão
voltas e voltas ao ponto perguntando, quer dizer isto? Devo fazer isto? É
necessário? Posso, posso fazer isto? E assim por diante. Contudo, estas mesmas
pessoas são mais barulhentas em dizer que elas querem somente a vontade de
Deus; mas suas próprias afirmações frequentemente mostram que uma luta está
acontecendo, e seus crescimentos estão repletos de uma boa dose de atrição.
Não é a dificuldade muitas vezes, no nosso relacionar aspectos da vida cristã como
alguma coisa nelas mesmas?
O Evangelho de Deus é que nós somos salvos para sermos conformes à imagem de
Seu Filho; para chegarmos à plenitude da “medida de Cristo”, “à maturidade, à
medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef. 4:13).
“Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do
testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.”
(Ap 12:11)
Uma parte desse versículo engloba tudo e é suficiente para nossa meditação –
“pelo sangue do Cordeiro”.
Aqui temos seu tipo, o filho varão. Dizemos frequentemente que a mulher na Bíblia
representa princípios espirituais, e podemos dizer que Ana representa a lei de dores
de parto em relação a um propósito específico de Deus. Quando chegamos a
Apocalipse 12, temos uma mulher que entra em dores de parto espirituais. Essas
dores de parto espirituais vêm para trazer à luz um grupo específico, como
acredito, um remanescente, um filho varão nascido dessas dores de parto, desse
clamor do espírito, dessa angústia. O Adversário está posicionado contra esse
grupo de forma mortal. Zacarias, no capítulo 3, que é um dos textos de nossa
leitura, introduz esses princípios de novo com outro pano de fundo histórico. Josué,
o sumo sacerdote, é a encarnação do ministério sacerdotal de todo Israel, que deve
ser um “reino e sacerdotes para Deus”. O sumo sacerdote simplesmente agrega
toda a nação sacerdotal em sua pessoa, e Josué é visto como uma figura central do
sacerdócio em relação ao reino. O sacerdócio, o ministério sacerdotal, a vocação e
chamamento sacerdotal, estavam em um estado lamentável nos dias de Zacarias.
Podemos ver Josué vestido com vestes sujas. Essa é a condição das coisas, e
Satanás – o Adversário – é visto à sua mão direita para se lhe opor. A mão direita é
um lugar de poder, e Satanás está nesse lugar de poder por causa dessas vestes
sujas, acusando Josué diante de Deus. Chegaremos a esse podo de novo mais à
frente – Satanás em um lugar de poder como acusador daquele que é destinado a
cumprir esse ministério sacerdotal em relação ao reino. Trazendo essas coisas
juntas, temos o pano de fundo de princípios espirituais, e você pode ver
exatamente o que está em vista nesse capítulo de Apocalipse. “Eles, pois, o
venceram por causa do sangue do Cordeiro”.
Qual é a base da vitória? Qual o fundamento do triunfo definitivo? Qual será o meio
que Deus usará para chegar ao Seu objetivo final? Aqui nos é dito “pelo sangue do
Cordeiro”. Isso, antes de tudo e acima de qualquer coisa, se relaciona à natureza
do Sangue do Senhor Jesus. Me refiro à alsoluta santidade do Senhor Jesus na
essência de Sua vida e natureza, a absoluta ausência de pecado Nele. Sua natureza
era totalmente desprovida da menor suspeita de corrupção, pecado, contaminação
ou corruptibilidade. Essa é a força do sangue, seu poder, sua vitória. Antes que
possamos entender a forma de operação do poder do Sangue do Senhor Jesus,
precisamos entender a absoluta imunidade de qualquer sugestão de pecado na
natureza do Senhor Jesus. Pecado não foi achado Nele. Ele era o “cordeiro sem
defeito e sem mácula”[1 Pe 1:19], e apesar de ter nascido de uma virgem, uma
mulher que era parte da raça de Adão, por uma direta atividade e operação do
Espírito Santo, houve uma completa separação entre Maria como parte da raça de
Adão, e do Senhor Jesus como Filho de Deus, portanto Ele não herdou nada da raça
pecadora de Adão no Seu nascimento. É importante ver isso. Ele nasceu como
membro da raça de Adão, no entanto não herdou nada de seu pecado em Sua
natureza, isso devido a uma separação realizada pelo Espírito Santo. Por isso
podiamos dizer que Ele não era como nenhum outro ser existente no universo, era
“o ente santo” [Lc 1:35]. Essencialmente, em Sua própria substância, Ele era
santo. Seu Sangue representa Sua natureza e vida sem corrupção, pecado,
qualquer mancha, mas em absoluta santidade, e, por isso, Satanás não teve poder
sobre Ele: “aí vem o príncipe do mundo, e ele nada tem em mim” [Jo 14:30]. Por
isso Ele pôde expulsar o príncipe do mundo e o expor publicamente ao desprezo,
triunfando dele na cruz. Ele pôde vencer Satanás, encarar o pecado e dominá-lo,
porque não existia uma base para que ele O dominasse ou enfraquecesse. Veja
Josué em seu lugar de fraqueza, de impotência, um lugar onde ele não está agindo
dentro do seu chamamento celestial, de derrota, e o Adversário em seu lugar de
poder, à sua destra como seu opositor! Ele não pode sair dessa situação sozinho
por causa das suas vestes sujas, e, antes que Josué possa ser estabelecido em seu
lugar de poder e receba ascendência, e Satanás como acusador possa ser
derrubado, essas vestes sujas devem ser removidas. Em princípio e efeito, o
Sangue entra em vigor. O Sangue, o sangue precioso e sem pecado, deve chegar e
lidar com o pecado, o terreno e poder da atividade satânica – os meios de acusação
da parte do Adversário. Antes que essa acusação seja destruída, o Sangue deve
estar operando.
Oh! Se o povo de Deus pudesse colocar isso em seus corações. Existem tantos
entre o povo de Deus hoje sob o senhorio de Satanás, por meio de acusação. O
inimigo os está trazendo a um senso de condenação e julgamento, roubando sua
paz, certeza, descanso, esperança. Você vai descobrir que esse povo está sempre
falando de suas falhas, seu pecado; estão sempre circulando ao redor de si
mesmos, o que são e não deveriam ser, o que não são e deveriam ser. Sua
libertação de Satanás se baseia numa apreensão nova da absoluta satisfação do Pai
no Seu filho a favor deles. Eles devem encontrar um lugar para se posicionar diante
do Pai em aceitação. Esse é o caminho da libertação, o caminho para colocar o
Adversário para fora. Esse é o caminho para vencer o inimigo como o Acusador.
Sim, o terreno do Sangue é suficiente para essa ampla, completa e multifacetada
vitória. “Eles venceram por causa do sangue do Cordeiro”, esse é o primeiro e o
supremo fator na virtude do Sangue em todas as direções, que é de uma ausência
de pecado, a natureza do Senhor Jesus. Nunca houve outro assim. Oh, estou tão
feliz porque foi Deus que veio em Cristo, DEUS veio em Cristo. Você pode acusar
Deus de pecado? Você pode lançar pecado sob a responsabilidade de Deus, na Sua
conta? Foi Deus em Cristo, O absolutamente e completo Santo em quem não havia
pecado, que veio na encarnação; e baseado na virtude daquela natureza Divina, na
Sua perfeição, Satanás e sua autoridade são derrotados – nesse terreno. Bendito
seja Deus! Nós recebemos pela fé a virtude desse precioso Sangue, que é a
perfeição do Senhor Jesus sendo colocada em nossa conta. Isso é graça – a
maravilha do Evangelho. Se fôssemos começar a analisar a nós mesmos e fazer
contas, isso seria algo terrível, perverso, não teria fim – pense nisso, amado,
considerando tudo o que sabemos de nós mesmos, e tudo o que Deus sabe de nós
– “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os
pensamentos” [Jr 17:9,10].
Apesar de tudo isso ser um fato, você e eu podemos estar na presença de Deus
como que perfeitos e sem pecado, não baseados em nós mesmos, mas em Cristo. É
como se tivéssemos absoluta perfeição de santidade colocada em nossa conta por
Deus. Entenda que não estou confundindo as coisas, não estou dizendo que nós
iremos ser perfeitos e sem pecado aqui, mas essas perfeições do Senhor Jesus são
colocadas em nossa conta diante de Deus para satisfazer Seus requerimentos, para
prover um lugar onde Satanás não tem mais autoridade. A derrota de Satanás e a
vitória dos santos não é por seus próprios esforços, tensão, gemidos, nem por nada
que possamos fazer; está na medida da apropriação pela fé da absoluta perfeição
de Cristo para eles, como algo vivo e operante de Deus a seu favor. É uma grande
coisa estar em Cristo Jesus.
Seus corações estavam no Egito, e isso aconteceu porque seus corações estavam
divididos com o Egito durante os quarenta anos. Por isso temos esse estado tão
triste: altos e baixos, um dia mais claro, e o outro murmurando e reclamando de
novo. Que história foi essa! Você lê e parece que os trechos brilhantes são quase
que ignorados, e o ponto escuro é mantido em foco. Isso é referido no Novo
Testamento. Paulo escreve na epístola de Hebreus sobre isso – “cujos cadáveres
caíram no deserto”, lembrando a eles do dia da provocação no deserto quando “os
vossos pais me tentaram”; sempre voltando a esse infeliz fracasso. Por que eles
falharam? Porque seus corações não estavam totalmente fora do Egito; eles não
reconheceram de forma adequada o sentido do tipo do precioso Sangue do Cordeiro
que foi morto. Até que chegassem à terra, por meio do Jordão (que é
tipologicamente o que Cristo fez por eles na Sua Cruz) em direção a Gilgal (o lugar
de circuncisão onde aquilo se tornou real para eles - aquilo que foi “para eles”
agora é feito “neles”), até esse momento onde eles chegaram ao lugar do corte
(aquela Cruz entrando na carne “o despojamento do corpo da carne”
simbolicamente), que o opróbio do Egito não tinha sido tirado. O que foi o opróbio
do Egito? O profeta Sofonias diz, “Ouvi o escárnio de Moabe e as injuriosas palavras
dos filhos de Amom” (Sf 2:8), o que eles estavam fazendo? Eles estavam olhando
de cima para o povo de Deus, desprezando-os por causa da sua fraqueza, porque
não estavam chegando ao seu objetivo. Do ponto de vista deles, da forma que
julgavam as coisas, tudo era um fiasco. “Vocês deixaram o Egito para ir para Canaã
e tem estado por quarenta anos nisso!” Fraqueza, falha na realização, desamparo,
e o inimigo em uma posição forte! O opróbio estava sobre eles porque não
reconheceram que o Sangue, fundamentalmente, significava um completo corte do
Egito; um coração pleno e entregue a Deus, que permanecia do lado de Deus, não
do lado dos questionamentos a Ele, mas, ao Seu lado com Ele. Quando você chega
lá, no pleno sentido da Cruz – um total corte do Egito: da vontade, da mente e do
coração carnal, e você pleno com Deus – então você tem vitória. Até esse ponto
Satanás está em um lugar de poder, mas quando você tira o opróbio o Egito, chega
à terra prometida em uma posição de autoridade, e vai de força em força em
ascendência. Isso é tão claro na ilustração do Velho Testamento. Esse é o princípio
de Apocalipse 12:11. “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e
por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não
amaram a própria vida. Por isso, festejai, ó céus...”
Portanto, amados, o problema com tantos de nós tem sido esse coração dividido.
Não estamos totalmente certos, absolutamente certos sobre o Senhor, sobre nossa
posição, o testemunho que estamos sustentado, que proferimos; não estamos
certos, temos questionamentos secretos. Não importa o que dizemos em público e
para os outros, Deus conhece o segredo de nossos corações, e sabe se estamos
absolutamente verdadeiros no secreto com Ele em relação a esse assunto. E não
existirá um lugar de vitória, de ascendência, em direção da realização do propósito
Divino – um povo para assumir um ministério sacerdotal relacionado à absoluta
soberania e ao reino de nosso Deus e Seu Cristo – até que estejamos no terreno de
uma absoluta inteireza de coração para Deus no que diz respeito ao Seu
testemunho. O desafio para os nossos corações é: estamos totalmente dentro ou
apenas parcialmente; metade dentro, três quartos dentro? Existe alguma
fascinação pelo Egito nos espreitando? Como o Egito fascinou e segurou parte dos
corações do povo de Israel quando eles estavam no deserto! Ali todas as coisas são
incertas, nunca sabemos de um dia para o outro se vamos ter alimento! No Egito
tínhamos ao menos a certeza; sabiamos qual a nossa programação, sabíamos que
as coisas seriam substanciais, que enquanto tivéssemos nosso trabalho teríamos
nossa comida! Aqui somos forçados a depender de Deus, e isso é algo precário.
Será que é? Deus é mais garantido que o Egito. Existem Cristãos que sentem que
essa caminhada da fé é algo incerto. Você não sabe o que o Senhor vai te trazer
em seguida, o que vai te acontecer. No mundo pelo menos você tem um terreno
sólido sob seus pés. A carne quer uma base e evidência para ela, uma terra sólida.
Essa vida celestial – você nunca sabe – ah! Mas será que você conhece AQUELE que
é Celestial?
O Egito para alguns é o terreno de grilhões e derrota. Mesmo que sejamos filhos do
Senhor, comprados pelo Sangue, no terreno da redenção, ainda podemos ser
derrotados devido a uma inadequada apreensão do significado desse precioso
Sangue. Acredito que muitos que perderão aquilo que Deus tinha em vista para
eles como uma vocação especial no Seu reino celestial, porque não foram
totalmente devotados a Deus hoje. Não acredito que seremos levados a essa
vocação por bem ou por mal. Se você quer o mundo, ainda que como um crente,
mesmo que apenas um pouco dele, bem, você terá o seu preço, a perda daquilo
para o qual você foi preeminentemente chamado: uma maravilhosa vocação no
reino celestial. Isso você perderá. Paulo estava atrás disso. Paulo envidou todos os
esforços, espiritualmetne, por isso. Ele deixou as coisas que almejava por isso, para
ser preservado no reino Celestial do Senhor. Existem muitos Cristãos que vão
perder isso porque não vão até o fim com o Senhor. Não perderão sua salvação,
mas perderão aquela vocação específica em glória e honra; isso porque não
reconheceram e honraram a plena virtude do Sangue em total consagração e
entrega de si mesmos ao Senhor. Sim, nesse sentido serão deixados para trás. Mas
aqueles que vão até o fim, que vencem as adversidades, são aqueles que vencem
por causa do Sangue do Cordeiro nesse segundo sentido, que é o da entrega
absoluta do Senhor Jesus para a vontade do Seu Pai até a morte; estes que estão
permanecendo firmes na virtude da Sua consagração, e tornando-a a sua própria
consagração, pela Sua graça, tão absolutos como Ele foi. Nós nunca precisaremos
deixar aquilo tudo o que o Senhor deixou na Sua obediência à vontade de Deus.
Não temos o que Ele tinha que deixar para trás, mas o que o Senhor busca, amado,
é um povo que é completamente Dele, sem um coração dividido, e esse é terreno
da nossa vitória e da derrota de Satanás.
Acho que devo encerrar pelo momento. Oh, que seja visto que o Sangue do
Cordeiro é a absoluta perfeição de santidade e ausência completa de pecado
representando o Senhor, Sua substância, Sua essência, Sua natureza e Sua
entrega absoluta, Sua rendição à vontade do Seu Pai. Este é o terreno onde
devemos permanecer firmes; algo para ser apropriado e agarrado pela fé. Ainda,
isto é algo que deve ser tomado como uma arma contra o inimigo.
Que o Senhor possa trazer isso para o nosso coração, que esse não seja um
discurso, mas um apelo, um anseio do Espírito de Cristo – nos trazer para dentro
disso ativamente pela oração. Lembre-se do seu território, sua arma, lembre-se de
se esvaziar de si mesmo, do enfraquecimento, da humilhação, da disciplina, do
correção, tudo isso visa trazer você a um lugar efetivo. O orgulho não pode
permanecer ali; a auto suficiência também, a força natural não entra ali, nada além
do precioso Sangue.
Este Ministério
por T. Austin-Sparks
O primeiro versículo contém a cláusula sobre a qual tudo nesta carta pende, “Por
isso, visto que temos este ministério”, “este ministério”. - Reconhecemos que esta
carta é escrita para os crentes em Corinto, e uma das características desta carta, e
das cartas de Paulo em geral, é a maneira na qual ele une aqueles a quem ele
escreve consigo mesmo, e ele mesmo com eles, e o faz um só assunto. Ele não
está dizendo, “Por isso, visto que tenho este ministério”. Ele está dizendo, nós
temos este ministério, e se olharmos para trás e para frente veremos como ele traz
eles em unidade com ele próprio. É um dos seus grandes princípios. É básico para o
que o Apóstolo esta procurando fazer, porque estes Coríntios desafiaram ele muito
seriamente e levantaram muitas questões acerca dele, alguns disputando seu
apostolado, e ele se encontrou com bastante suspeita e duvida e oposição. Ele é
um homem na presença de pessoas na igreja que não gostam dele, e não querem
ele, e que excluiriam ele e prefeririam outros à ele, e ele tem que enfrentar uma
dificuldade como essa. A dificuldade que muitos ministros tiveram que enfrentar.
Como você vai lidar com pessoas na igreja que realmente não gostam de você, e
não querem você, e estão dizendo todo tipo de coisas acerca de você que são
indignas? Uma expressão da sabedoria do Espírito Santo é que Ele se une a Si
próprio com eles e os envolve em sua própria posição e envolve a si mesmo na
deles e lida com isso como algo em comum. Paulo desce diretamente até eles e fala
a eles como se eles todos estivessem enfrentando dificuldades em comum.
E assim ele diz, “Nós temos este ministério”. A razão pela que menciono isto é para
que todos nós reconheçamos que nós temos este ministério. Isto não pertence a
um certo círculo chamados “ministros” ou “missionários” em algum sentido oficial. É
o ministério de cada filho de Deus. Tem suas formas intensificadas naqueles que
são separados para o evangelho numa maneira especial, mas todos nós o temos.
Não estamos pensando do “ministério” como uma coisa separada e cercada em
volta pertencendo a uma determinada classe de pessoas, mas é a casa inteira de
Deus e o corpo inteiro de Cristo. É o ministério de cada membro, e cada um de nós
no ministério, e portanto estas palavras aplicam-se a você numa maneira muito
definitiva. Nós temos este ministério.
Isso nos livra totalmente de uma esfera profissional e nos tira da esfera onde
falamos em “aceitar” uma obra cristã, ou “entrar no ministério”. Não há nada no
Novo Testamento que sugeriria uma entrada mecânica no que é chamado a obra do
Senhor. Você não pode aceitá-la. Você não pode entrar nela. É a expressão
espontânea de sua história interior com Deus. E, depois de tudo, o ministério é
principalmente uma questão de pessoalidade. Mas isso precisa de proteção. O que
é a pessoalidade? Estou falando disso no sentido mais alto, espiritual. A
pessoalidade é o caráter formado em secreto com Deus. Se você conseguir
expressar para fora o interior disso, você terá percorrido um longo caminho no
entendimento do “ministério”. É a expressão entre os homens do que tem
acontecido à parte dos homens, onde os homens não têm visto e não sabem, onde
eles são incapazes de traçar o que está acontecendo. A história profunda, interior,
secreta onde o Senhor somente sabe o que está acontecendo. E às vezes até o
próprio indivíduo não sabe o que está acontecendo.
Deus levou ele para uma esfera além das suas próprias profundezas e onde
certamente ninguém mais entende ele, e é lá que a pessoalidade espiritual está
sendo formada. E então por fim, desses profundos tratos de Deus com ele, do lugar
secreto surge com uma mensagem, e não é algo que ele arranjou e preparou e
colocou num papel. É a expressão de algo que Deus tem feito nele, não apenas
algo mostrado a ele, mas feito nele, pois o mostrar vem após o fazer. Ele mostra o
significado do que Ele tem feito, e isso faz a mensagem.
Logo, quando você chega ao final, Deus começa a interpretar o que Ele esteve
fazendo e você sai com um testemunho. O Senhor Jesus mesmo teve esta
experiência. Nós indicamos o outro dia que quando Ele saiu e ficou publicamente
diante do céu e homem e inferno, duas coisas aconteceram. Por um lado o Pai
disse, “Tu és Meu Filho Amado”. Por outro lado, “Este é o Meu Filho Amado”,
chamando a atenção dos homens a Ele como aprovado de Deus. Estas duas coisas
foram o resultado de trinta anos de história secreta com Deus. Não foi que Ele
aceitou esse ministério e obteve um tipo de ordenação Divina. Ele esteve vivendo
um longo tempo diante de Deus em secreto. Possivelmente uma das razões pelas
que há uma parada à idade de doze anos é porque o Senhor Jesus estava
realmente tendo uma concepção da obra de Sua vida - “Respondeu-lhes ele: Por
que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?” Ele está
repudiando José ali mesmo, e Ele está ligando a Si próprio com Seu Pai, assim
realmente, como moço, Ele teve a concepção do Seu relacionamento celestial. E
pense, isso crescendo numa jovem masculinidade, Ele só pode crer que durante um
período de anos Ele estava todo o tempo vivendo em vista de um dia que parecia
nunca chegar, quando Ele entraria na obra da Sua vida, e Ele teve que viver pelo
tempo de aparente inação espiritual, não alcançando a Sua real obra da vida, não
entrando na Sua obra, mas vivendo a Sua vida diante de Deus, bem agradável a
Deus, de modo que quando o dia chegou e Ele foi capaz de discernir, Ele apareceu
com as palavras, “O tempo está cumprido”. Se, durante este tempo anteriormente,
tivesse havido aquilo que não era agradável ao Pai, os céus não teriam sido
abertos. A pessoalidade e caráter desenvolvidos no lugar secreto com Deus. Seus
irmãos não acreditaram Nele, Sua mãe não falava sobre isso, assim Ele teve que
simplesmente viver em secreto com Deus.
O caráter deste servo tem sido formado. Cristo está entrelaçado com o ministério
dele. “Paulo, servo de Deus pela vontade de Deus”. A segunda característica deste
ministério é “pela vontade de Deus”. A maneira na que Paulo começa suas cartas
dará a você a chave para o que ele vai dizer. Ele está aqui estabelecendo de uma
vez a autoridade do seu ministério. É “pela vontade de Deus”. Ele vai dizer a você o
que o ministério é pela designação de Deus. E somente o ministério que tem este
respaldo tem a autoridade de Deus. É algo tremendo ter o selo Divino. Como
conseguimos entrar no serviço do Senhor? Ficamos de repente interessados na
obra cristã e a aceitamos? Como foi que entramos? Como é que temos ficado?
Estamos aqui porque sabemos que é a vontade de Deus?
“Este ministério”. O que é este ministério? É o único ministério que Deus aprova.
Pregar o evangelho não é a primeira coisa neste ministério. “Porque Deus, que
disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo”. A luz do
glorioso evangelho de Jesus Cristo brilhou em nossos corações. Que é o que cerca
isto? O capítulo anterior nos leva de volta para Êxodo 24. Moisés tinha estado com
o Senhor. Ele não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, mas o povo o viu e
não podiam olhar ele. E ele estava, depois de tudo, somente lendo a lei. Era
legalismo, era a lei da morte.
Mas aqui está a lei da vida em Cristo. O Deus, cuja glória estava na face de Moisés,
naquela ocasião sob um véu, brilhou sem um véu em nossos corações. Não há véu
na face de Jesus Cristo, e a face desvendada de Jesus Cristo é revelada em nossos
corações pelo Espírito Santo. “Deus brilhou em nossos corações”. Para quê? Para o
mesmo propósito como com Moisés – para dar a conhecer a mente de Deus para
outros. Como os outros vêm a conhecer a mente de Deus? Pela glória de Deus na
face de Jesus Cristo sendo manifestada partindo de nossas vidas interiores. A partir
disso, outros são capazes de ver o Senhor; que nós tenhamos um conhecimento
interior radiante de Deus. “Cristo em você a esperança da glória”. Deus brilhou e
nos fez, não meramente no que dizemos, mas no que somos, uma expressão de
Cristo como a revelação de Deus. Isso é o ministério.
Se isso fosse aplicado para todo ministério hoje, me pergunto quanto sobreviveria.
Quanto de ministério hoje é a emersão do que é conhecido da glória de Deus no
coração? Isso é o que devemos ter – uma história secreta com Deus. Se todo nosso
ministério fosse assim, quanto mais seria efetuado para Deus.
Portanto, você vê como o diabo está aí para cegar a mente. Pois, uma vez que a luz
do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo sucede, seu governo
chega ao fim. É a revelação de Jesus Cristo que vai espalhar o inimigo. Quando Ele
for revelado, o dia do inimigo acabou. E a sobre-excelente grandeza do poder neste
ministério é para que tenhamos o brilhar interior de Deus revelando Sua glória na
face de Jesus Cristo nos nossos corações. Pode que não seja ministério na
plataforma. É no ministério do Senhor que estamos, e é para haver uma expressão
do poder de Deus em cada pedaço dele.
Você está familiarizado com a diferença na herança sob Moisés e sob Josué, e você
lembrará que sob Moisés haviam duas tribos e meia que obtiveram suas heranças
no outro lado do Jordão. Moisés permitiu eles o fazer embora não fosse a primeira
vontade de Deus. Sob Moisés Ele deu a eles uma herança no outro lado do Jordão,
mas todo o resto tiveram suas heranças além do Jordão na terra e para eles foi
uma questão de plenitude. Para os outros, foi parcial e suas heranças foram
possuídas sem chegarem na terra pelo caminho do Jordão. E contudo Moisés deu
este mandamento para que eles vissem seus irmãos além do Jordão, assim eles
tiveram um tipo de relacionamento com aqueles que foram além do Jordão, mas
não de uma maneira experimental. Foi de uma maneira formal. Não foi de uma
forma subjetiva, foi de uma forma objetiva. De modo que o significado do Jordão
para eles foi objetivo e não subjetivo.
O Jordão, como temos ouvido, representa toda a obra do Senhor Jesus na Sua Cruz
– tudo que foi ligado na morte e sepultura e ressurreição do Senhor Jesus. Você
pode tê-la objetivamente e ter uma herança, porém, se você tê-la subjetivamente,
você tem uma herança muito maior. As duas tribos e meia tiveram os benefícios do
objetivo somente – aquilo que Cristo fez por eles. Os outros foram além e tiveram o
que Cristo tinha feito por eles e também o que Cristo fez neles. Não é pela coisa
exterior somente que nos regozijamos. Os outros foram além numa maneira
interior e eles tiveram a plena herança da terra. É sempre melhor ter o Jordão, com
tudo o que significa, entre você e seus inimigos. Essa é a ilustração do Velho
Testamento para isto.
E é dai que você vem a ter seu ministério pleno. Este ministério particular do qual
estamos falando é fundado primeiramente sobre que você está além do Jordão e
Cristo em Sua plenitude é sua possessão, pois Colossenses é Cristo em plenitude e
essa plenitude em nós - “Cristo em você a esperança da glória”. Assim que o que 2
Corintios 3 e 4 representa é que você tem chegado ao lugar onde “Cristo é tudo”.
Em primeira de Corintios Cristo não é tudo. É o homem e coisas – Paulo, Apolo,
dons. Paulo estava trabalhando na primeira carta para conduzir eles a Cristo. Agora
a obra tem sido feita, e segunda de Corintios traz Cristo em Sua plenitude, e então
você obtém de fato o ministério de Cristo. Claro, quando você obtém esta revelação
de Jesus Cristo no interior, você obtém uma adição, e espiritualmente representa o
principio de Deus acrescentando, e assim os Corintios chegam a uma posição
avançada. Você não consegue falhar em notar uma mudança. A primeira carta
deixa você numa aflição acerca deste povo, mas a segunda carta vê uma tremenda
mudança. Eles têm avançado, e agora o Apóstolo é capaz, logo no começo, de falar
sobre “Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos
corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus
Cristo”.
O ministério segundo Deus tem poder, como Josué, para expulsar o inimigo e
terem que fugir. O ministério que é assim, que espalha o inimigo, é inteiramente
baseado na medida em que Cristo está interiormente pleno em nós. Se apenas
pudêssemos voltar a esta base de ministério! O ministério de Jesus Cristo não é
nada mais nem menos do que a revelação de Jesus Cristo no coração do filho de
Deus, e você vai ministrar mais ou menos eficazmente segundo a medida do que
Cristo é em você interiormente. Deus não pode ir além disso. Todos os outros
ministérios sobre os quais falamos não fazem parte do pensamento Divino. O
ministério é algo muito simples, mas muito perscrutador. Não é qualificação como
falantes. Não é nenhum equipamento escolástico. Graças a Deus por qualquer coisa
que possa ser útil, mas se você começar a contar com isso você está cometendo
um erro. Não é que somos capazes de falar. Não é que temos dons acadêmicos ou
equipamento, mas é só o que o Senhor Jesus é em nós e para nós, sendo mostrado
através de nós. Você pode ser o mais pobre falante, mas Cristo pode brilhar, e o
impacto de Jesus Cristo dentro de sua vida pode ser tal que o inimigo começa a
agitar-se. “Jesus eu conheço” - esse é o ministério – onde as forças do mal são
forçadas a ter em conta a presença de Cristo antes que você fale, onde outros ao
redor estão conscientes de que há algo aqui que torna difícil para eles pecarem sem
saber que eles estão pecando. Alguns podem pecar e não saberem que estão
pecando até que Cristo entra em cena num dos Seus servos, e então eles são
feridos. É a presença de Cristo. “Deus fez brilhar em nossos corações”.
Podemos pregar todos os sermões que o homem jamais poderia pregar e efetuar
nada se Cristo não é o registro de nossa presença. É a consciência de Cristo
produzida através do homem e a mulher em quem Ele reina. É a medida da
herança.
E o ministério é aberto para todos. “Temos este ministério”, e temos este tesouro
em vasos de frágil barro. Por que Deus escolhe vasos desses? Por que é que se Ele
obtiver um vaso altamente polido em si mesmo, Ele tem que trazer tal vaso ao
lugar onde todas essas coisas são lixo. Por que um vaso quebrado? Para dar lugar
ao Senhor Jesus. Dar a Ele todo o lugar. A medida de Cristo é a medida do
ministério, não a medida do vaso. E, embora custe, penso que estamos preparados
para ser quebrados só se Cristo é comensuravelmente revelado.
Ex. 24:7, 9:34,35; Ef. 3:21; 2 Te. 1:10; Ju. 14, 15.
No santuário o candelabro de ouro ocupa o lugar a meio caminho entre o Santo dos
Santos e a Tenda da Congregação: a meio caminho entre o céu e a terra; e o
testemunho é mantido em constante luz pelo suprimento do Espírito, para com
Deus, e para com o homem.
Zacarias tinha um espírito para inquirir, o qual foi encorajado pelo Anjo, e ele o
estimulou nas perguntas que Zacarias colocou para ele: “Qual o sentido das
oliveiras...? e ainda acrescentei outra questão: E o que significam estes dois ramos
de oliveira? Ao que ele me questionou: Não sabes o que tudo isso quer dizer? E eu
confirmei: Não, meu senhor! Então ele me explicou: Estes são dois homens ungidos
para trazer o óleo santo e para servir ao Adôni, o Soberano, do mundo inteiro!”
Em Ex. 40 vemos essa glória entrando na CASA: “Então a nuvem cobriu a Tenda do
Encontro, e a glória de Yahweh encheu todas as dependências do tabernáculo,
Moisés nem conseguia entrar na Tenda do Encontro, porquanto a nuvem pairava
sobre ela, e a glória do Senhor enchia plenamente o Tabernáculo”.
Passem para Salomão, 2 Cr. 7: “Assim que Salomão concluiu sua oração, desceu
fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios, e a glória do Senhor tomou
toda casa. Os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor, porquanto a
glória de Yahweh havia enchido toda a casa”. Assim a glória do Senhor veio
novamente.
Passe através dos séculos, e chegue até uma pequena cidade chamada Belém, e o
Senhor entra novamente em glória. Os anjos sabem quem ELE é, demônios
também sabem, se homens não souberem! Assim que Ele entra na terra em Belém,
os anjos cantam, “Glória a Deus nas Alturas”.
Em João 1 está escrito, “NÓS contemplamos Sua glória... Ele veio para o que era
Seu, mas o Seu próprio povo não O recebeu”. Passe para quando Ele foi recebido
na glória, e depois novamente em Pentecostes quando Ele entrou na Sua Igreja, a
qual é para ser o santuário de Sua glória para esta era.
Na entrada de Sua glória, duas coisas ficam à vista, ou duas metades de uma
coisa.
Moisés, Arão, Nadab, Abiú, e setenta dos anciãos de Israel viram a glória do Deus
de Israel.
Êx. 24 mostra que Deus quer entrar. Ele quer entrar na terra na Sua glória, mas a
fim de que Ele possa fazer assim, Ele primeiro chama por uma companhia
para subir a Ele mesmo, e depois Ele desce para o tabernáculo. Por que subir? Para
obter instruções da coisa na qual Ele quer habitar. Ele deve ter algo absolutamente
em cada detalhe, uma expressão da mente Divina; na qual Ele habitaria, e na qual,
e pela qual Ele poderia expressar Sua glória. Ele deve ter um lugar onde Ele é o
Senhor da glória, antes de Ele poder vir como Senhor da glória: e antes de Ele
poder descer alguém deve subir!
O que tipifica o A.T. é cumprido no N.T.. Existe um sentido no qual, após entrar na
terra em Sua encarnação, Ele nunca a deixou novamente; pois Ele disse, “E assim,
Eu estarei permanentemente convosco, até o fins dos tempos”. Estou contigo todos
os dias. O Espírito Santo é o Espírito do Senhor Jesus e Ele está aqui agora. “E eu
rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, a fim de que esteja para sempre
convosco...Ele vive convosco e estará dentro de vós; não vos deixarei órfãos;
voltarei para vós” (João 14). o Espírito Santo tem sido dado para glorificar o Senhor
Jesus, e para estabelecer Sua soberania em e através da Igreja, Seu Corpo – Seu
instrumento, aquilo que Ele está formando, e conformando; e essa entrada na Sua
glória é porque existe algo, o qual Ele moldou pela energia do Espírito, na operação
interna da Cruz – uma Casa que Ele constituiu para Si, e Ele por isso, e através
disso, vindo para Ser glorificado; a glória do Senhor vem, porque Ele já
vem dentro de Seus santos.
Em Êx. 24, antes do Senhor descer e manifestar Sua glória no meio dos homens,
Ele chamou para Si, “setenta dos anciãos de Israel”. O que é isso? Setenta é um
número representativo, um número representando a Igreja.
Observe a diferença ao enviar os Doze, e dos Setenta. Aos Doze o Senhor disse,
“Eu não fui enviado, senão às ovelhas perdidas da Casa de Israel”. Mas para os
Setenta Ele ampliou a extensão do ministério deles além das fronteiras do
Judaísmo. A igreja está em vista.
Ele não pode vir para todo Israel, até que Ele tenha obtido uma companhia
representativa para deixar as planícies e subir para Ele no monte, e conhecê-Lo
nessa intimidade, comunhão íntima, a qual está implícita em “Eles puderam ver a
glória de Deus e depois comeram e beberam”.
Sim, o Senhor deve ser introduzido por uma companhia representativa que tenha
deixado o nível ordinário religioso, e entrado numa comunhão celestial com Ele
mesmo.
Se você tem visto o Senhor, você não pode viver nas planícies! Eles subiram
a montanha e viram o Senhor da Glória. Temos visto o SENHOR? Não me refiro a
ver com nossos olhos mortais, ou em visões, etc. Não, nada desse tipo de ver: isso
é perigoso; me refiro a esse verdadeiro, profundo VER INTERIOR do SENHOR.
Temos verdadeiramente visto o Senhor? Estamos apaixonados com ELE. Quando
você vê ELE você é mudado para sempre, e você não pode viver na planície: vocês
são povo de Montanha, você pertence às montanhas! Esse é o segredo da
perseverança maravilhosa.
Qual é o segredo da ascendência de Paulo? Ele viu o Senhor, e à luz disso, vai do
apedrejamento lá para Listra, até que o Testemunho fosse estabelecido num grupo
pequeno de homens e mulheres lá; ele está disposto a morrer milhares de mortes,
se apenas o Testemunho para a Soberania do Senhor Jesus fosse estabelecido.
É uma luta desesperada pelas Cidades. O que as cidades representam? Não são
centros do mal e iniquidade organizado, onde Satanás tem seu assento? Mas
nessas mesmas fortalezas de Satanás, o Testemunho para a Soberania deve ser
estabelecido.
Quando você obtém visão, seu ministério cai, e não é mais nossa obra da vida, ou a
vida da obra que nos pertence para o Senhor, não somos mais perturbados com a
nossa obra da vida para o Senhor, a única coisa que importa, e é de interesse para
nós é, não nosso testemunho, mas SEU TESTEMUNHO, e quando é assim, coisas
como coisas ficarão todas certas e resolvidas. Fique ocupado com o Senhor Jesus,
esta será nossa emancipação. Uma companhia representativa comendo e bebendo
com ELE: “Eles viram o Deus de Israel. Debaixo de seus pés havia como um
pavimento de safira, tão pura como o próprio céu”. A safira, o color celestial,
simbolo da coisa celestial, a natureza celestial do centro até a circunferência, esse é
o lugar do caminhar de Deus; isso é sobre o que o Senhor coloca Seus pés! Ele
deve ter uma companhia cortada das coisas da terra, e cortejada para Ele mesmo.
É uma lei. Deus está vindo para entrar, em glória, e acontecerá na coisa celestial, e
não neste mundo por enquanto, mas naquilo que está de acordo com a Sua própria
mente, e não tem suas raízes neste mundo, mas um povo cortado, um povo que
tem subido até Ele, o Senhor do Céu, no monte, para preparar um caminho para a
Sua vinda em glória, e para isto Ele deve ter uma companhia separada para ELE
MESMO numa vida celestial; e de quem pode-se dizer, todo o manancial deles está
Nele.
Enoque, o sétimo desde Adão, foi um homem num mundo ímpio, e contudo quem
obteve uma visão de Sua vinda (Judas 13,14).
Leituras: Atos 2:1-36; Isaías: 9:6; Mateo: 16:28; Atos 2:34; 1 Coríntios: 15:25
Embora o Senhor possa fazer algo fresco, Ele não vai necessariamente usar a
mesma forma, mas Ele vai fazê-lo nos mesmos princípios, estes princípios são
eternos, imutáveis, eles permanecem para sempre.
Estamos muitas vezes querendo uma repetição de Pentecostes na forma que foram
de aquela vez, de manifestações e demonstrações exteriores. O Senhor vai fazer
uma coisa nova, e, coisas básicas para Sua atividade daquela ocasião, serão
fundamentais para Sua atividade sempre. Princípios, e não formas, são as coisas
para as quais estamos a olhar.
1 Coríntios. 15:25,26: "Porque convém que Ele reine até que haja posto todos os
Seus inimigos debaixo de Seus pés, o último inimigo a ser destruído é a morte.".
"Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus
Cristo." Ele deve reinar até - Seu reinado já começou!
Atos 2:22, 32-36: "Varões de Israel, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, um
homem aprovado por Deus ... Este Jesus que Deus ressuscitou ... sendo, portanto,
pela mão direita de Deus, exaltado, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, Ele derramou isto, que vos vedes e ouvis ... que toda a casa de Israel saiba,
com plena certeza, que Deus o fez Senhor e Cristo, este Jesus, a quem vocês
crucificaram. "Esse é o pivô, centro, e coração de tudo o que aconteceu no dia de
Pentecostes.
Muitas vezes a nossa atitude sugere que o Senhor Jesus está dificilmente à altura
da situação, e que os principados e potestades, e o diabo tem o domínio e
autoridade, ou que é uma luta muito grande, com um problema quase que
duvidoso!
e foi o clímax de tudo o que havia sido escrito. O Espírito Santo veio com a virtude
plena de tudo o que havia sido escrito no Antigo Testamento a respeito de Cristo
para torná-las real e cumprí-las, para trazer essas realizações à experiência pessoal
do crente. O advento do Espírito Santo foi para fazer de todo o Antigo Testamento,
um cumprimento manifestado na pessoa de Jesus Cristo.
Neste registro de Atos 2, há uma ruptura e abertura do sentido das Escrituras. Joel;
o que era o peso da Palavra de Joel? "O Dia do Senhor". "Mas isto é aquilo que foi
dito pelo profeta Joel". "Isto é aquilo," no dia em que o Senhor veio para os Seus.
Falamos de ter o nosso dia, o Senhor vem em Seu dia. Pentecostes é a vinda do
Senhor em Seu dia, Ele é entronizado, e este Dia do Senhor está em duas partes; a
primeira ocorreu no dia de Pentecostes, e a última parte está no livro do
Apocalipse.
"Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que está
acima de todo nome ... e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai". (Filipenses 2:9,11)
Em outra parte do mesmo registro da ligação, está com Davi e Salomão. Com Davi
e Salomão foi introduzida uma revelação da graça, glória e admiração, mas é
preciso das duas pessoas para ilustrar o reinado e obra do Senhor Jesus, e você
entrar em Pentecostes, onde ele tem o seu cumprimento e realização espiritual.
Davi e Salomão são os tipos da pessoa do Senhor Jesus, em Sua obra e reinado Ele
é Davi e Salomão, mas Ele transcende a ambos, Ele adquire tudo o que é típico em
eles e o realiza em Sua própria Pessoa; Pentecostes é o clímax das Escrituras do
Antigo Testamento a respeito de Cristo.
Agora, em relação à Pessoa, vida e ensino do Senhor Jesus nos dias de Sua carne.
Pentecostes foi um reconhecimento e uma prova de tudo o que Cristo veio a ser, e
tudo o que Ele ensinou, e tudo o que Ele fez.
Todo o valor espiritual disso vem por Pentecostes em sua plena vindicação.
O Senhor Jesus foi vindicado por uma experiência poderosa do Espírito Santo! É o
valor espiritual e moral da pessoa, e o trazer desses frutos pelo Espírito Santo para
dentro da vida, é a mudança que o Espírito Santo faz na vida moral, que é, a
vindicação do Senhor Jesus. Você não pode divorciar responsabilidade moral e
experiência espiritual, não há vindicação, mas o caos e contradição. Pentecostes é o
clímax da Pessoa, trabalho e ensino do Senhor Jesus nos dias de Sua carne, pois dá
valor espiritual e moral para aqueles em quem Ele habita, ou seja, provado na
experiência pelo Espírito Santo.
Por que o Espírito Santo veio? Para fazer experimental na vida, pelo mesmo Espírito
Santo, tudo o que Jesus é para o crente. Esta é a obra progressiva e construtiva do
Espírito Santo, a transformação de homens e mulheres.
Um ano depois dEle começar Seu ministério público, Ele chamou e teve em
formação por dois anos à aqueles quem Ele escolheu. Quais foram as principais
características desse período de treinamento? Primeiro, uma visão e uma audição
sem entendimento, um assunto muito real. Enquanto lemos os Evangelhos, vemos
que foi um tempo de imposição de um armazenamento subconsciente de ações e
palavras não compreendidas. Oh! mas não operou isso depois o Espírito Santo? O
que o Espírito Santo vindo em nossa vida, significa? Uma explicação de quem é
Jesus: "Ele receberá de Mim, e dará a ti", e até que Ele não venha, palavras não
têm essa força potente; ". O Espírito dá Vida"
Atente para princípios destes. Muitas vezes, o Senhor antecede as coisas para nós,
mas depois as encontramos descendo para a morte, mas isso é um treinamento, e
tem que estar em ordem para nós, a nossa carne o deixa de fora, é um princípio de
treinamento, e assim o Senhor nos traz à cooperação espiritual com o que Ele está
fazendo.
Pentecostes é necessário para colocar as coisas em outro reino, onde o "eu" fica
completamente fora, e o Senhor está absolutamente dentro. Pentecostes é o clímax
para isso. Isso tudo foi acompanhado e dirigido a um total colapso e falência
pessoal por parte dos discípulos, eles Lhe falharam no decorrer; veja-os com a
mulher sírio-fenícia, perturbada com problemas, chorando-lhes: "Tem misericórdia
de mim! " e eles "rogaram-lhe, dizendo: Manda-a embora;. ´pois vem gritando
atrás de nós"
Mais uma vez: "Senhor, quantas vezes meu irmão deve pecar contra mim, e eu lhe
perdoar? Até sete vezes?" "Eis que nós tudo temos deixado, e te seguimos; então o
que teremos?" De barganha para obter mais do que eles deixaram! e não cuidando
dos outros, só deixe-nos ser os primeiros; ambição por um lugar de destaque, este
não é o espírito dAquele que se esvaziou e se humilhou até a morte de cruz!
Agora Pentecostes vem para erradicá-los completamente, mas já não são mais eles
mesmos, mas ELE, agora eles podem seguir até a morte, agora eles podem
perdoar, o que era pessoal foi embora, já não são os seus interesses a coisa
predominante, mesmo nas coisas de Deus; mas única e totalmente a SUA GLÓRIA
a qualquer custo.
Pentecostes exige esses termos, o termo de que está acabado! Não há lugar para a
mera força da alma aqui; força da alma nas coisas de Deus é uma negação do
Espírito Santo, Ele é o "Espírito da vida em Cristo Jesus." (Romanos 8:2)
Esta é uma outra fase de suas formações; note a característica disto. Era um
estabelecimento na suas experiências de que Ele disse quem era - Ressurreição em
pessoa.
Nos dias de sua carne, afirmara ter poder sobre Sua vida, "ninguém tira isso de
mim ... Eu tenho poder para a dar, e tenho poder para tomá-la. Este mandamento
Eu recebi de meu Pai "(João 10:18), e por quarenta dias Ele esteve estabelecendo
na experiência deles quem Ele disse que era, e tudo o que Ele dizia ser. Teria sido
uma catástrofe sem esses 40 dias, eles teriam perdido a realidade da presença viva
do Senhor.
Também foi o estabelecimento para eles de tudo o que Ele havia prometido em
relação a Sua ressurreição: "Eu nunca te deixarei." "Eu estou com você sempre -
todos os dias." "Porque eu vivo e vós vivereis." Ele fez muitas promessas no
terreno da ressurreição, e assim, voltou e estabeleceu-os todos, e a fé deles era
num ressuscitado, vivente e Senhor presente, e não apenas num Jesus histórico.
Seguidamente, Ele estabeleceu o fato de que Ele é o Senhor dos homens, e vemos
a inclusão de Sua reivindicação. Todas as forças que poderiam ser usadas pelos
homens foram trazidas por eles para colocá-Lo para fora da existência, mas Ele
voltou! O homem não pode livrar-se do Senhor Jesus. Ele é o soberano dos
homens.
Trás os homens está o diabo, ele está envolvido em tudo isso, e ele esgotou-se e
recorreu a sua última arma, a morte. A resposta para isso é a ressurreição: "Eu sou
... o Vivente, e fui morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho
as chaves (autoridade) da morte e do Hades." (Ap 1:18).
Ele estabeleceu sua soberania sobre todos, homens, diabo e a morte; estabeleceu-
se em todos os domínios.
Este foi o Testemunho que está sendo trazido para casa naqueles 40 dias; Sua
soberania em todas estas coisas. Ele estava fazendo-os saber da literalidade da Sua
Pessoa na ressurreição para ser igual ao que era nos dias de Sua carne, Ele não era
um espírito, mas literalmente tão real em Pessoa como o era antes de Sua morte.
Pentecostes é o clímax para a literalidade da ressurreição do Senhor Jesus.
Dez dias passaram em oração, entrando neste assunto pela oração, ocupados, sem
outra carga! E, oh! com toda a revelação que Ele nos deu, não deveria nos levar
aos joelhos em oração? Pentecostes não veio um dia antes da preparação da
oração completa; 40 dias de revelação e, em seguida, a oração de dez dias; uma
clara manifestação de Si mesmo e Sua novidade; e o primeiro carregamento da
responsabilidade em dez dias de oração.
"Vós sois as testemunhas destas coisas, mas ficai ... até que sejais revestidos com
poder do alto". (Lucas 24:48,49).
"Ele foi recebido no alto, depois de haver dado mandamento, pelo Espírito Santo
aos apóstolos que escolhera, para quem também se manifestou vivo depois de sua
paixão por muitas provas, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias, e falando
das coisas concernentes ao reino de Deus: e, estando com eles, ordenou-lhes que
não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual,
disse Ele, que ouvistes de mim ... sereis batizados com o Espírito Santo, não muito
depois destes dias. " (Atos 1:2-5).
O Escândalo da Cruz
por T. Austin-Sparks
“Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo
perseguido? Logo, está desfeito o escândalo da cruz” (Gal. 5:11).
Fica perfeitamente obvio o fato de que onde quer que a Cruz do Senhor Jesus
Cristo tenha sido mais fielmente pregada e apresentada (embora trazendo
esperança e vida nova a muitos) tem sido quase invariavelmente a causa de
problemas.
Onde quer que tenha ido tem despertado antagonismo. Como foi uma pedra de
tropeço para os judeus e um ridículo para os gregos nos primeiros dias, assim,
desde então, tem sido inaceitável, não somente para o homem do mundo como tal,
mas para as comunidades religiosas também.
Isto nós, afirmamos resolutamente ser tão verdadeiro hoje como nunca, a despeito
do fato de que é o simbolo mais popular no mundo. Dificilmente existe uma cidade
na cristandade onde a arquitetura, galerias de arte, coleção de literatura,
conservatórios de música e instituições religiosas, não declarem ao mundo uma
certa consideração e honra por este sinal sagrado.
Fica, ainda mais, certamente muito claro que a Cruz tem provado ser o meio pelo
qual Deus fez depender todo o peso do Seu grande poder salvador. Foi dominante
nos dias do Novo Testamento. A recuperação ou re-ênfase sobre algumas fases
vitais e essenciais dessa Cruz deu lugar a semelhantes movimentos como são
representados pelos nomes de Lutero, Moody, Finney, Jonathan Edwards, Withfield,
os Wesleys, Spurgeon, e muitos outros homens especialmente honrados de Deus.
Agora perguntamos, por que a Cruz tem sido sempre semelhante criadora de
problemas e semelhante causa de escândalo? E por que é que hoje está por trás de
tanta reviravolta mesmo nas muitas das nossas instituições evangélicas professas,
e denominações, lares cristãos, igrejas locais e vidas cristãs individuais?
Isto procuraremos responder, mas primeiro vamos discriminar. Não são os heroicos
da Cruz ou estéticos que causam o problema.
Sacrifício, sofrimento, devoção altruísta, serviço modesto para o bem dos outros,
suportando a pena de colocar a si mesmo contra o mal atual dos tempos, etc; estos
são elementos românticos e são explorados como os temas pelos que multidões são
capturados e cativados.
É o significado mais profundo que a Bíblia dá à Cruz que causa a agravação, isto
pode ser visto em uma ou duas aplicações claramente definidas.
Em Sua Cruz, Cristo criou uma grande divisão entre o mundo velho e o novo, uma
divisão que não pode ser ultrapassada.
A Palavra de Deus enfaticamente declara que os tempos são maus, e que “o mundo
inteiro jaz no maligno”, e que suas formas, motivos, propósitos, ideias,
imaginações, são todas opostas às de Deus e que é também totalmente
incapacitado de receber a revelação da mente divina, crescer por si mesmo até a
imagem divina, desfrutar e apreciar comunhão real com Deus, ou ser confiado com
o privilegio da cooperação com Deus.
A Palavra de Deus declara que “nosso velho homem tem sido crucificado com
Cristo”. “Um morreu por todos, logo todos morreram Nele, para que os que vivem
não vivam mais para si mesmos mas para Ele”. Temos tentado trazer um pouco da
vida da velha criação para a nova criação e Deus não a terá. A história da raça
caída foi concluída tanto quanto se referiu a Deus no Calvário. A partir desse
momento em diante, o inteiro interesse de Deus foi a nova criação, mas tanto
nossas capacidades humanas como nossas enfermidades, o que chamamos nosso
melhor lado humano, como nosso pior, nossa bondade e nossa maldade, têm sido
inclusas nessa morte. Doravante somos chamados a viver não num nível humano
mas num divino. Humanamente não possuímos nada que seja aceitável para Deus.
É sempre a asserção de algum elemento humano, algum gosto ou desgosto,
modismo ou capricho, alguma ambição, algum interesse pessoal, que paralisa a
real obra espiritual de Deus. Considerar não somente nossos pecados mas nós
mesmos como tendo sido levados à Cruz por Cristo é a única maneira pela qual os
propósitos de Deus podem ser operados através de nossas vidas. É estranho que
embora nós mesmos sejamos a ruína de nossa própria existência, o problema de
nossas próprias vidas, sejamos tão lentos para aceitar nossa crucificação com
Cristo, ter a Cruz forjada para nossa morte a fim de que a vida de Cristo seja
manifesta em nós. Aqui contido jaz o escândalo da Cruz, não somente para o
mundano mas também para o cristão.
Talvez, aqui tocamos a mais profunda causa do escândalo, pois o mundo e a carne
são apenas instrumentos e armas pelas que a grande jerarquia de Satanás mantém
seu domínio e sua existência como a força controladora. Cristo disse, enquanto Ele
se aproximava à Cruz, “agora é o príncipe deste mundo expulso”, Paulo refletindo
sobre essa Cruz disse que por ela “Cristo despojou principados e potestades,
publicamente os expondo ao desprezo, triunfando deles na cruz”. É perfeitamente
natural, então, que a grande jerarquia, por todos os meios e recursos, procure
fazer a Cruz sem efeito nenhum. Pelo “tom pálido” irá diluir a mensagem da Cruz;
empurrando os métodos do mundo dentro, seus meios, seu espírito. Irá tocar a
vitalidade espiritual da Igreja; ao instigar a carne, o ego e o velho Adão, irá causar
separação, tensão e desintegração; ou ao dar muita importância ao elemento
humano em seu lado artístico, estético, heroico, humanitário, ficará cego para a
necessidade da regeneração. Reputação, popularidade, grandeza, o padrão de
sucesso do mundo, são todos contrários ao espírito de Cristo, mas eles são os
brinquedos com os que o inimigo absorve a mente de muitos, mesmo de ministros
cristãos. Se, portanto, a Cruz é pregada em sua vitória total e emancipação do
mundo, a carne e o diabo, é de se esperar que de um jeito ou de outro as forças
inteligentes do mal utilizem todos os meios para pará-la, e provocar toda causa de
escândalo para o colocar na conta da Cruz.
Para concluir não esqueçamos que o gozo da vida plena de Deus, a experiência da
vitória, e cooperação excecutiva com Ele que se assenta no Trono na certa
realização de que Seus propósitos eternos são nossos apenas na medida em que
somos um com o completo e essencial significado da Cruz como apresentada na
palavra de Deus. “tenho sido crucificado com Cristo, doravante... não mais eu mas
Cristo”. “Eles venceram por causa do sangue do Cordeiro, e por causa da palavra
dos seus testemunhos, e mesmo em face da morte, não amaram a própria vida”.
O Rosto Resplandecente
por T. Austin-Sparks
Quando se sabe que estamos passando pela provação, quando se sabe que
estamos no sofrimento, quando se sabe que outros numa outra esfera atuariam e
falariam e reagiriam a coisas na carne, como homens reagiriam; existe essa traição
de algo do Senhor Jesus. Esse é o testemunho. É a traição do Senhor Jesus no
sentido correto. E será de pouco proveito ao Senhor, pouco ganho para Ele ou nós,
se enquanto voltamos e continuamos nas cenas de nossa vida, e quando haja um
teste, não exista uma indicação mais plena do próprio Senhor nos nossos corações
e vidas. As pessoas chegarão às suas conclusões nessa base – o que revelamos sob
pressão, sob provação.
Essa é a prova do assunto, não o que sabemos e dizemos. Mas quando passamos
através de dificuldades e adversidades intensas, o que é revelado em tais
momentos. E para que o testemunho possa ser mantido, queremos entender quais
são os segredos do rosto resplandecente. Eles são um quádruplo.
Deus estabeleceu Cristo como uma propiciação. Deus vê além do modelo para a
realidade, Seu Filho, e foi Cristo Quem estava no olho do Pai em toda sua obra
maravilhosa, mediacional, para trazer os homens perto de Deus e Deus perto do
homem. Quando isso está no olho de Deus, Sua face é cheia de glória, quando nós
obtemos o que está no Seu olho, participamos da glória do rosto resplandecente de
Deus. Simplesmente, apenas significa que quando estamos ocupados com o Senhor
Jesus em tudo o que Ele é do Pai para nós e de nós para o Pai, quando estamos
ocupados com Ele, então conhecemos o rosto resplandecente. Esteja ocupado com
qualquer outra coisa e você perderá o rosto resplandecente. Esteja ocupado com
você mesmo e sua própria vida e condição espiritual, de forma que você esteja
sempre se auto analisando, e não demorará muito para você perder o rosto
resplandecente. Olhe ao redor nas coisas como elas são no mundo e você perderá o
rosto resplandecente. O segredo do rosto resplandecente é obter o pensamento de
Deus acerca do Senhor Jesus, ter seus olhos onde o olho de Deus está. Isso é
tremendamente importante.
A única esperança para Deus da última realização do Seu propósito é olhar para o
Senhor Jesus. Ele tem toda a garantia Nele. E Ele diz, “Porque Ele é o que Ele é,
meu fim é seguro, Tenho meu Sabbath, Meu descanso, Meu olho está Nele”. E até
que tenhamos visto que Deus alcançou Seu fim em Cristo, e nossos olhos estiverem
Nele, não obteremos o segredo da esperança e confiança, descanso e satisfação. É
o segredo. É uma realidade maravilhosa.
Não posso dizer que benção isso trouce ao meu próprio coração quando o Senhor
me mostrou o que Ele tinha feito do Senhor Jesus para Ele mesmo a meu favor.
Estava sempre ansiando trazer ao Senhor uma vida perfeita, que agradaria Ele e
satisfaria Ele, e que Ele pudesse ficar perfeitamente satisfeito comigo! Mas era
impossível e parecia não adiantar tentar. Quanto mais você tenta, mais distante
você parece ficar, e quanto mais você vive mais você sabe do absoluto engano de
seu próprio coração.
Oh, ser capaz de chegar diante do Senhor com algo que agradaria Ele! E agora o
Senhor diz, “Tenho feito a provisão para tudo isso. Tenho provido você com
absoluta perfeição espiritual e moral. Tenho achado esses em Um, e Tenho
colocado eles em Suas mãos. Eu aceito você Nele, Sou satisfeito com você Nele,
você é aceito no Amado”. Você não pode trazer perfeição a Deus, e essa é a única
coisa que satisfará Ele, mas o Senhor Jesus preenche – enche completamente –
todos os requerimentos Divinos.
Em Levítico, Deus fala sobre a oferta. “Se alguém deseja trazer uma oferta”, então
o Senhor proverá quanto à oferta. Você tem que desejar trazer uma oferta. E você
sabe muito bem que não adianta trazer a Deus qualquer coisa que não seja
absolutamente perfeita, e onde você achará isso?aquilo que é unicamente de
acordo a Cristo satisfaz Deus. Quando isto rompe em nós, é descanso. É o
semblante resplandecente. Quando chegamos às perfeições do Seu Filho, teremos
achado o beneplácito de Deus, e ficamos, não olhando a Deus de soslaio, ficamos
ao lado de Deus e ambos olhamos à mesma coisa e compartilhamos a mesma
glória. O objetivo de Deus é o Senhor Jesus.
Moisés não sabia que seu rosto estava resplandecendo. É algo grande ficar ocupado
com o Senhor Jesus dentro, e pessoas tomarem nota disso. “Ele não sabia que a
pele do seu rosto resplandecia”, mas outros sim, e isso é o importante.
E aqui está Daniel, vendo aquilo que é segundo Deus, quebrado, arruinado, e ele vê
esta outra coisa, que não está de acordo a Deus, tendo o domínio e envolvendo a
massa do povo do Senhor. A maravilha de tudo isso é que Daniel não aceitou
Babilônia. Ele não aceita as coisas visíveis. Ele sabe que Babilônia é apenas algo
temporário e que Deus vai ter Seu testemunho novamente. E Deus vai, através de
um remanescente, obter Sua casa novamente. Ele sabe que Deus não pode ser
derrotado e por isso ele não irá se sujar com as iguarias do rei. Deus é a sua vida,
e ele repudia aquilo que parece ter a vantagem por enquanto e se apega a Deus.
E Deus é visto trabalhando em Babilônia hoje com Seu próprio remanescente e eles
estão gradualmente movendo-se numa separação deste sistema para que quando o
tempo de Deus vier Ele tenha aquilo que é segundo a Sua mente. Mas Daniel foi o
primeiro. Ele representava essa companhia. Ele permanecia pelo que era de Deus
embora não fosse manifesto no momento. Não aceite nada menos daquilo no que
Deus fixou Seu coração. O segredo de Daniel do rosto resplandecente estava em
que Ele olhou para o fim certo de Deus e creu que num dia escuro o último
propósito e pensamento de Deus era de realização certa.
O Segredo de Estevão
Estevão – todos os que estavam no conselho, olhando para ele, viram sua face
como se fosse a face de um anjo. Qual é o segredo? Creio que a segunda passagem
é o segredo. “e levantando seus olhos disse, vejo os céus abertos e o Filho do
Homem em pé à destra de Deus”. Estevão era um homem cheio do Espírito Santo e
fé, e o Espírito Santo tinha chamado a atenção de Estevão para o Senhor Jesus na
glória. Leia Atos 7. é quase incomparável na literatura do Novo Testamento, e veja
o lugar que ele dá ao Senhor Jesus. Ele o dirige diretamente para o Senhor Jesus
na glória e, enquanto ele está sob o teste, essa é a coisa que o sustenta, e quando
chega o último momento ele vê literalmente com seus olhos o que ele tinha visto
durante todo o tempo com seu coração. E isso só significa isto – quando nós vemos
o Senhor Jesus em glória temos visto isto, que Deus tendo obtido Ele lá, o Filho do
Homem, tendo obtido um Homem todo inclusivo lá, está tudo certo para nós. Ele
pode nos levar até lá.
Este que simplesmente sondou todo juízo, toda morte, todo o poder de Satanás e o
túmulo. Ele esgotou tudo e Deus levou Ele até lá. Ele tinha todo o pecado de toda a
criação de Adão em diante lançado sobre Ele, e então Este chegou à glória. Ele
tinha todo o poder e fúria do diabo lançada sobre Ele, e Deus levou Este para a
glória; o poder da Morte e Hades sendo liberada sobre Ele, e Deus levou Este para
a glória. Nós nunca teremos que passar por todo o que Ele passou. Estevão viu
esse Homem na glória, sendo tal Pessoa como Ele era, é a garantia de que Deus
podia levar ele até lá, deixe todo o inferno cair sobre ele. É o segredo do rosto
resplandecente.
O Segredo de Paulo
E agora, finalmente, o que Paulo viu sobre ele mesmo e acerca de nós. “Todos nós
com rosto descoberto contemplando como em espelho a glória do Senhor, somos
transformados na mesma imagem, de glória em glória” - transformados. É pelo
Senhor, o Espírito. E qual é o segredo deste rosto resplandecente? 2 Cor. 4:6,
“Deus brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de
Deus na face de Jesus Cristo”. O segredo do rosto resplandecente neste caso não é
Cristo objetivamente, porém Cristo subjetivamente. É uma benção perceber que
Aquele que foi até lá cima no Seu grande triunfo está no nosso interior. Não
depende no que está fora de nós. Porém o Senhor está dentro de nós, Quem já
venceu. Estamos familiarizados com os termos mas se torna um grande dia quando
de repente acordamos para conhecer o que Cristo é em nós. Tem alguma vez vindo
até você por um súbito lampejo de luz? Cristo em você! “Ou não sabeis quanto a
vós mesmos, que Cristo está em vós”. “Que Cristo habite em seus corações pela
fé”. Obtenha isso, espiritualmente apreendido, e você obterá o rosto
resplandecente. Tudo que está em sua volta não é páreo para Ele. “Maior é Aquele
que está em você do que aquele que está no mundo”
Peça ao Senhor para fazer isto viver. Saber que isto significa muita maravilha para
a vida. Que o Senhor nos leve de volta com aquilo nos nossos corações que fala do
Senhor Jesus! Esse é o testemunho. Nosso olho está sobre o que o olho de Deus
repousa, nosso coração está sobre o que o coração está, nossa esperança está
sobre a esperança de Deus, nossa certeza sobre a certeza de Deus. E é tudo o
Senhor Jesus.
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, eu lhe
concederei que se assente comigo no meu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas”. (Apocalipse 3:20-22).
O Ouvido do Servo
Podemos ser ajudados a obter este grande pano de fundo ao lembrarmos que a
ruína, destroços, toda a miséria e desgraça, pecado e aflição, dor e sofrimento de
todo tipo, tudo o que tem atingido desde nosso redor até ao próprio coração de
Deus, tudo que tem sido uma mão contra o Seu trono, tudo que tem ficado no
caminho para deter o Seu grande propósito eterno, tudo que necessitou Deus
dando o Seu único e muito amado Filho, tudo que fez essencial a Cruz de Cristo, e
muito mais, é o resultado direto de um ouvido erroneamente operando; tudo que
foi ocasionado pela captura de um ouvido pelo inimigo. O inimigo ao lançar seus
planos para capturar a raça e o mundo e o lugar de autoridade para si mesmo,
deliberadamente decidiu que o ponto de ataque que serviria a ele melhor, serviria
sempre mais seus interesses, seria o ouvido. E por isso ele assaltou o ouvido e fez
suas insinuações por meio do ouvido. “É assim que Deus disse...?” E tudo o resto
se seguiu. O ouvido foi emprestado à sugestão, à insinuação; o ouvido foi entregue
com estas extensas consequências terríveis.
Agora, amado, isso é apenas a metade da história. A outra metade é esta, que na
redenção do mundo, na redenção da humanidade, na recapturação para Deus e
para o homem do governo do universo, na destituição de todo esse poder e a
destruição de todas essas obras, Deus o faz capturando um ouvido. E estas
passagens que temos lido nesta noite, em tipo, se relacionam ao ouvido do Senhor
Jesus, que Deus tinha Seu ouvido. Foi porque Deus tinha o Seu ouvido como Ele o
teve que o resto surgiu.
O escravo se volta para o seu senhor e diz, “mas existem maiores laços do que o
da lei, existem ligações mais poderosas do que o legalismo, existem tais coisas
como laços do coração, e são esses laços que me seguram. Já faz bastante tempo
que cessei de estar ligado pela lei, tenho me tornado ligado pelo amor e não quero
ser libertado disso, não sairei livre, escolho deliberadamente na base de um
relacionamento de coração para sempre, não por outros seis anos, não por outro
termo da lei, não por doze ou dez e oito anos ou qualquer outro número de termos
legais, escolho para sempre por toda a extensão da minha vida, habitar nesta casa
e servir”. Essa declaração deve ser formada numa aliança, selada em sangue. O
senhor leva ele para o umbral da porta da casa e com uma sovela fura sua orelha e
o sangue cai sobre o umbral, e esse umbral torna-se um altar com sangue
salpicado nele, e nessa aliança de sangue, o senhor e o servo fazem parte da casa
para sempre.
Ora, tudo isso é muito simples, tudo muito bonito, mas observe que isso introduz a
verdadeira natureza do servo e o serviço como representado pelo Senhor Jesus. O
Senhor Jesus estava sob nenhuma obrigação legal para chegar e cumprir esse
serviço, mas Ele o cumpriu. Ele não veio porque Ele foi legalmente compelido ou
judicialmente limitado para com isso. Ele não veio num espírito de independência
para Ele realizar isto, em que obviamente, Ele o faria se quisesse, mas no entanto,
poderia resignar. Não! Ele veio nesta base – por causa do amor, na base do amor.
Ele era o escravo de Jeová para levar esta obra em relação à Casa de Deus, e esse
serviço e servo foi selado no Seu próprio sangue. O derramamento desse sangue
foi o derramamento de Sua vida, o sinal dessa vida e morte estava ligado com este
fato. Era uma questão do sangue, uma questão de vida e morte, e o amor levou a
isso, e essa foi a natureza do Seu relacionamento para com o Seu Pai.
Você vê, este ouvido entediado, amado, fica bem sobre esse freelance, anarquia do
homem Adão que se rendeu a Satanás. Foi a anarquia do ouvido em Adão que
trouce a confusão, e quando você toma a sovela e passa ela pela orelha, a orelha
fica selada no sangue para outro, e é o tomar de volta este ouvido da esfera da
anarquia que ocasionou toda a ruína e todo seu poder para fazer sua obra,
tomando-o de volta completamente e totalmente, e colocando-o na mão de Deus
para que as obras do diabo nunca mais tenham uma chance ao longo dessa linha; a
partir desse momento o ouvido é o ouvido de Deus.
Agora, é claro, entendemos que não estamos só falando sobre ouvido físico,
embora isso esteja incluso. O crente deve ter cuidado acerca do que o ouvido está
ouvindo. É só na forma normal de todos os dias com o ouvido físico, que o diabo
obtém muitas vantagens. A fofoca que conversamos, os rumores e relatos que,
neles mesmos estão muitas vezes errados e distorcidos pelas pessoas que os
espalham, crendo que são muito verdadeiros, e cremos serem a verdade, quando a
coisa inteira é peneirada, resta pouquíssima verdade ao todo, e a questão toda tem
estado errada. A Palavra de Deus nos diz “vede, pois, como ouvis”.
No sentido físico, é verdade que nosso homem interior é afetado pelo nosso ouvido
exterior, mas não estamos falando apenas disso, tão importante como é para nós
salvaguardar nossos ouvidos, o serviço real do Senhor não é só essa esfera física,
está nesse ouvido interior mais profundo que está aberto para o Senhor e que é do
Senhor. Quero dizer que ao Senhor lhe é dado o Seu lugar na vida interior para ser
permitido falar, e outras coisas estão sendo caladas para que o Senhor fale; e isso
é algo que é básico para o serviço sacerdotal.
O homem ou mulher que não tem um ouvido interior, nem um silencio interior,
nem um lugar interior para ouvir o Senhor, nunca vai ser de muito uso no serviço
do Senhor, e note bem, deve ser o Senhor, e nós devemos ter muito cuidado em
dar mesmo até a homens e escritores bons o lugar que o Senhor deve ter.
Há um tempo em que devemos deixar nossos livros de lado, em que devemos nos
apartar das vozes dos homens, em que devemos ficar calmos com o Senhor e
escutar, e ainda mais, devemos procurar cultivar, pela graça de Deus, o ouvido que
está sempre aberto para o Senhor mesmo quando todos os outros sons estão à
nossa volta. É difícil, contudo não impossível, no furor da rua e correria da vida de
trabalho o Senhor dizer alguma coisa; mas Ele apenas falará a aqueles que
reconhecem o valor de escutar o Senhor e estão dando a Ele o Seu lugar de silencio
para falar sempre que possível. O ouvido para ouvir o Senhor quando todos os
outros sons e vozes estão à nossa volta está preparado e treinado nestes tempos
de distanciamento que o Senhor demanda, e contra o que o diabo está
eternamente ativo, para capturar o ouvido novamente.
Agora, isso é elementário (nós não estamos procurando ser profundos), mas
tremendamente importante. Você e eu, pouco nos importamos de quão maduros
espiritualmente somos – o único objetivo do diabo é capturar nosso ouvido de
Deus, fazer impossível para nós ter a hora de silencio e o ouvido silencioso para
Deus. O pressionar, e todas as coisas que acontecem justamente quando você
decide ter um pouco de tempo calmo; é quando você tem que lutar pelo ouvido –
você sabe que é verdade. Observe, existe algo ligado com isso; o desfazer das
obras do diabo, a registração da mente de Deus sobre este universo, tudo que é
tencionado pelo ministério sacerdotal, que está trazendo Deus, está ligado com
isto: Deus tendo o ouvido.
Há duas coisas a serem notadas, esta é uma. A outra é esta: com este servo
hebreu foi uma crise. Chegou o dia em que ele tomou uma decisão, o assunto
alcançou um ponto de decisão e essa decisão envolveu ele por todo o tempo. Uma
crise. A decisão voluntária. Agora, amado, o ponto é este. Temos que chegar,
seremos compelidos a chegar, ao lugar onde decidimos de uma vez por todas se
vamos servir ao Senhor sob compulsão, sob um senso de legalidade, sob um senso
de obrigação, sob algum senso de consciência e continuar dia trás dia e ano trás
ano, todavia, se pudêssemos apenas nos isentar, se apenas não tivesse de ser
assim; gemendo sob isso, gemendo no serviço do Senhor. Temos que decidir se vai
ser porque devemos, ou se vai ser nosso deleite fazer a Sua vontade, nossa
alegria. Isso é uma crise, e esta crise representa a posição de apreciação do Amo
para a qual temos que vir. Somos escravos num tipo de sentido legal consciencioso,
de que tememos fazer o contrário, de que devemos fazê-lo, somos compelidos a
fazê-lo por varias razões, seria algo desastroso sair e desistir. Seja esse o espírito
ou seja “eu amo meu senhor, não sairei livre”, representa um ponto de nossa
estimação do Senhor, nossa apreciação do Senhor, nosso senso de dívida ao
Senhor, nosso reconhecimento do valor do Senhor; e, amado, o serviço que o
Senhor está procurando não é um serviço no qual temos que ser forçados a fazer, o
serviço que não irá render a menos que sejamos invitados a fazê-lo, o serviço que
não é espontâneo mas que é organizado, e a menos que não nos for pedido
assumi-lo não o faremos.
Oh, que tenhamos uma melhor ideia do que o serviço do Senhor é, mais do que
plataformas e púlpitos e reuniões ao ar livre. Amado, o serviço para o Senhor é tão
importante quando se está prestando algum ato bondoso de serviço útil para bem
um filho de Deus depressivo nas coisas domésticas comuns da vida diária; quanto é
valioso subir à plataforma e dar uma mensagem. É fortalecer as mãos dos filhos do
Senhor, é vir à verificação do esmagar preponderante do adversário, vindo
juntamente a levantar o testemunho numa vida ou casa onde o inimigo está
tentando esmagar o testemunho – e o testemunho é algo mantido nos
relacionamentos domésticos, na vida familiar, vida privada. Existem muitos que
querem desistir dos seus serviços domésticos e ir para a Escola Bíblica, falhando
em reconhecer que esse serviço aí pode ser tão valioso para o Senhor como o sair
para o campo missionário. É espiritual, não técnico, não organizado, e você pode
ser tanto um sacerdote do Senhor ao ir para alguma casa amanha onde o inimigo
está pressionando, e dar uma mão prática ajudando a lavar os pratos, quanto você
pode ser um sacerdote em pé na plataforma. Revisemos nossas ideias do Senhor.
Não sempre, mas muitas vezes talvez para a majoria é o contrário, pois mais são
chamados para cumprir ministério sacerdotal nessa esfera do que nesta esfera. Não
o negligencie. Que seja a espontaneidade do amor pelo Senhor, não a compulsão
ou senso de obrigação, não meramente por causa da consciência, pois quando o
coração está corretamente relacionado ao Senhor, estas coisas tornam-se
espontâneas. Não são forçadas, elas simplesmente fluem. Encontre a pessoa que
tenha mais o amor de Deus no seu coração, essa pessoa está mais interessada
pelos outros filhos de Deus.
Existem muitos sacerdotes de Deus cujas vozes nunca têm sido ouvidas em
público, que nunca têm sido vistas numa forma pública, que são desconhecidos,
escondidos muitas vezes na assembleia e mesmo na história secreta, cumprindo o
mais valioso ministério. Ajuste-se perante isto. Temos que chegar ao ponto onde
deliberadamente decidimos quanto a se o Senhor é digno disto, e abandonarmos a
isto por causa de nossa apreciação Dele, o Amo. Observe, este servo abandonou-se
a si mesmo livremente, voluntariamente, por todo o tempo para o serviço do seu
senhor porque ele veio a amar seu senhor.
Se, pois fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de
cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Col 3:1.
A presença de Cristo aqui na terra teve dois propósitos. Um era para que houvesse
uma perfeita apresentação de Deus ao homem. O outro era para que Ele pudesse
assumir o homem segundo os pensamentos de Deus. Houveram poucos, por assim
dizer, que viram Ele no primeiro aspecto. “O mundo não O conheceu”. Mesmo
aqueles que estavam mais perto e em constante contato com Ele, olhando para Ele,
escutando Ele, observando Ele, não viram realmente Ele. Em direção ao fim Ele
teve que dizer a um deles, “tenho estado tanto tempo convosco e ainda não Me
conhecem? Aquele que Me vê, tem visto ao Pai” mas nesse verdadeiro sentido eles
não tinham visto Ele. Ele estava aqui para pessoalmente representar a mente,
coração, e vontade de Deus, mas é preciso do Espírito Santo abrir os olhos para
Cristo nesse respeito. Não obstante, Deus teve uma perfeita representação de Si
mesmo aqui na terra, e a partir daí, todo conhecimento Dele é inseparavelmente
ligado com a pessoa de Jesus Cristo. Num sentido, no tempo antigo, os judeus iam
diretamente para Jeová, a primeira Pessoa na Cabeça Triuna. Eles não olhavam
para os sacrifícios, sacerdócio, etc., como para mais do que coisas. Isto é, eles não
as personificaram, e consideraram elas à luz de uma Pessoa mediadora. Mas do
momento em que Cristo veio a este mundo, entrou no Seu ministério, e realizou a
Sua obra na Cruz, Deus nunca poderia ser conhecido à parte Dele, e no sentido
mais direto as Suas palavras são verdadeiras, “ninguém pode vir ao Pai senão por
Mim”. Nenhum judeu a partir daquele momento conheceria ou jamais conhecerá
Deus à parte de Cristo. Quando o nome “Jeová” saiu fora do Templo judeu – como
aconteceu – entrou na forma de “Jesus” (Salvador-Jeová) para a Igreja Cristã. O
primeiro aspecto da presença de Cristo está aqui, no entanto, não é o objeto de
nossa presente consideração. Estamos aqui interessados com o outro lado em
particular, embora eles não possam ser separados. Cristo esteve aqui para assumir
o homem quanto aos pensamentos de Deus sobre o homem. Em Cristo, Deus tinha
um homem inteiramente de acordo ao Seu pensamento. (No que estamos dizendo
sobre Cristo como homem, não estamos tocando a Sua deidade, ou negligenciando
o fato de que Cristo era Deus. Nós cremos absolutamente nisso, e não temos
nenhuma reserva quanto a isso. Estamos aqui lidando com a Sua humanidade).
Um dos principais propósitos do porque Cristo gastou vários anos aqui, foi para que
como homem Ele fosse experimentado, testado, provado por todo tipo de provação
severa quanto à Sua fidelidade, obediência, e devoção a Deus. A oferta de
alimentos de Levítico 2 é a humanidade de Cristo, como é bem conhecida. Essa
oferta de alimentos era preparada para apresentação por fogo em três maneiras. O
forno, assada na assadeira, ou cozida na frigideira. O forno fala da provação severa
em secreto, onde nenhuma vida poderia ver. O segundo método sugere essas
provas que somente aqueles que são compreensivos o suficiente para examinar
podem ver. A frigideira é a forma e natureza de sofrimento e prova que é patente e
aberta a todos. Em todas estas maneiras o Senhor Jesus foi “aperfeiçoado por meio
de sofrimentos” e “tentado em todos os pontos como nós, porém, sem pecado”. Ele
foi experimentado por cada esfera. Ele enfrentou o inferno diretamente através do
seu cabeça – Satanás mesmo tentou Ele – e esgotou seus recursos para quebrar a
Sua fidelidade e lealdade ao Seu Pai. Durante quarenta dias no deserto Ele foi
diretamente atacado assim. Foi apenas “por um tempo” que o diabo deixou Ele, e
sem duvida Ele teve muitos outros conflitos secretos -do tipo forno- com o “príncipe
deste mundo” na questão do assunto da fé e obediência.
Então, afinal, num momento terrível, o céu foi a fonte do supremo teste. O Pai
tinha que abandonar Ele, e isto quebrou Seu coração. Não obstante, Ele triunfou, e
quase imediatamente após o terrível clamor do abandono, Ele clamou “PAI, nas
Tuas mãos entrego Meu espírito”. Assim, foi Ele testado e triunfou em cada esfera –
céu, terra e inferno; e em cada forma de prova. Desse modo Ele, como o “Capitão”
- líder – de nossa salvação foi “aperfeiçoado, por meio de sofrimentos”.
Isto nos leva até onde somos capazes de responder a pergunta em relação ao
porquê o Senhor Jesus está como o “Filho do Homem” no céu: pois foi o “Filho do
Homem” que Estevão viu em pé à direita de Deus. Era “Jesus de Nazaré” quem
falou e apareceu a Saulo de Tarso. É “Jesus” de quem o Apóstolo diz “coroado de
glória e honra” e para Quem devemos “fitar nossos olhos”. É “Um como o Filho do
Homem” que é repetidamente visto no Livro de Apocalipse. A verdade, então, é que
à direita de Deus na Pessoa do Seu Filho há um HOMEM inteiramente de acordo aos
Seus pensamentos concernentes ao homem. Deus obteve na Sua presença, no
lugar de honra e poder (à direita) um HOMEM que satisfaz completamente Ele, e
responde a toda Sua mente eterna quanto ao homem. Há uma humanidade na
presença de Deus com a qual Ele pode estar na mais perfeita comunhão. Agora,
esta é a fundação inteira do Cristianismo, desde que seja tido em mente o que isto
inclui e envolve quanto ao significado da Sua Cruz.
Tudo no interesse de Deus está ligado com Cristo à direita de Deus. Isto veremos
de vários pontos de vista ou ao tomarmos suas várias inclusões. A primeira verdade
principal nesta apreensão de Cristo é que Cristo no céu é
Não estamos aqui dizendo muito sobre o significado posicional de Cristo em glória,
mas estamos principalmente interessados com o aspecto condicional. É abençoador
e maravilhosamente verdadeiro que Ele está lá como nós, e que quando nós
estamos “em Cristo Jesus” tudo que é verdade Dele é posto para o beneficio
daqueles que creem, e eles são “aceitos no Amado”. Tudo que isso significa é uma
revelação compreensiva da graça de Deus, e nunca deve deixar de ser o motivo de
adoração e terreno de confiança do crente.
Mas é verdade que o que obtém-se em Cristo lá para nós é o interesse do Pai
cumpri-lo em nós. A declaração toda-inclusiva concernindo este assunto, e a qual
leva diretamente até o final, é Romanos 8:29: “Porque os que dantes conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que
ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.
Como operará Deus para esse fim? Aqui, novamente, estamos no que é – embora
elementar, porém – o mais vital. Ele o fará interiormente e de dentro. A única, mas
certa esperança de glória é “Cristo em você”.
Assim, então, Cristo, o Espírito Santo, e a “Vida Eterna” são um como a base e
relacionamento resultante com Ele. Cristo é o Objeto e Realidade Central. O Espírito
Santo é o Agente Divino. A Vida Eterna é a base do relacionamento com Deus.
Qualquer termo que usemos, seja “Novo Nascimento”, ser “Nascido de novo”,
“Nascido de cima”, “Regeneração”, ou “Nascido de Deus”, o significado é um, e é
que recebemos em Cristo pelo Espírito Santo, a vida Daquele que está à direita de
Deus. Nada é possível da conformidade à Sua imagem até que essa vida tenha sido
colocada em nós. Como num infante recém nascido, a vida contém todos os
elementos, possibilidades e potencialidades do homem adulto a ser, logo, no novo
nascimento tudo que Cristo é como “aperfeiçoado” está na vida do Seu Espírito
para então ser transmitido.
Por natureza essa vida não está em ninguém, é o “dom de Deus” no novo
nascimento, regeneração pelo Espírito Santo. É sobre essa vida interior que todos
os interesses de Deus estão centrados. O crescimento, aumento, e
desenvolvimento dessa vida com todas suas características é o propósito único do
Espírito Santo no crente. Paulo escreveu para certos crentes - “Meus filhinhos, por
quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja plenamente formado em
vós”. Cristo plenamente formado dentro; essa é a natureza do crescimento
espiritual.
O novo nascimento é o começo e fornece ao Espírito Santo com a Sua base. Esse é
o primeiro passo em responder a pergunta quanto à natureza da união com Cristo.
É unicidade com Ele em Sua vida ressuscitada e entronizada. Isto é vida que já está
Nele consumada em pleno triunfo.
O que é Santificação?
Esta grande doutrina pode ser trazida bem adequadamente para dentro da
extensão de duas declarações simples para nosso propósito aqui.
“Não sois de vós mesmos, porque fostes comprados por um preço” (1Cor:20).
“Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados, mas
com precioso sangue” (1Pe. 1:18).
É – num ato – apresentando espírito, alma, e corpo ao Senhor para que em cada
parte e em todos os detalhes da vida, Ele tenha a primeira e final consideração: ser
consultado em todos os assuntos da mente, coração, e vontade; a vida pessoal com
o inteiro principio do eu e constituição natural entregue pela Cruz para ser
absolutamente sujeita à vontade de Deus. Cristo à direita de Deus representa o
homem como num ato de abandono à vontade de Deus; experimentado quanto a
esse abandono em todos os sentidos; e vitorioso quanto a esse ato inicial. O crente
tem de entrar nesse ato, e mantido na energia do Espírito Santo até o fim.
Existe permanente virtude e poder no Seu ato “de uma vez por todas” para nós em
recebermos do Seu Espírito.
Vejo pelo Espírito que santificação não é meu lutar e esforço para ser melhor. É o
fruto do conflito de Cristo e vitória apropriada pela fé. Não é meu melhoramento
moral pelo esforço ou cuidado, mas a apreciação e apreensão das perfeições morais
de Cristo asseguradas para mim. Cristo em glória é o modelo no olho do Espírito
Santo, e Ele operará em mim a conformidade a esse modelo, pedindo de mim
submissão, rendição, fé, obediência; para tudo o qual, Ele está disposto a ser
minha força conforme eu tomo uma atitude de caráter positivo em linha com o Seu
propósito, como em contra de uma mera passividade de mente.
O Motivo do Ministério
Tem um outro aspecto neste assunto para o qual apontaremos antes de encerrar. É
em relação ao ministério e comunhão. Qual deveria ser o motivo predominante e
alvo do ministério, seja para nós ou através de nós? Com certeza deveria ser com o
único fim de Deus em vista, e tudo deveria ser sacrificado, ou trazido em
conformidade com isso. O único fim de Deus é semelhança ao Seu Filho. No
ministério tudo deve ser sujeito ao teste, quanto a quão longe é calculado chegar a
esse fim. Com Deus mesmo, o valor de qualquer coisa e tudo é determinado por
isto. Métodos, materiais, maneiras, presença pessoal, e tudo é para vir sob este
teste. Somente o Espírito Santo pode trazer-nos a Cristo e conformar-nos com
Cristo. Consequentemente, o ministério é de valor de acordo como é no Espírito
Santo. Não apenas se aplica isto ao nosso ministério, mas deve influenciar-nos no
assunto do que aceitamos e para onde vamos.
Hebron foi onde eles fizeram Rei a Davi e festejaram por dias em comunhão alegre.
Comunhão deve sempre ser a festividade do coroado – exaltado - glorificado
Senhor, e mais Dele próprio em nosso coração deve ser o resultado.
Portanto vemos que tudo na vida do crente desde o começo, está relacionado
diretamente e numa maneira prática, com Cristo em glória, e a natureza da união
com Cristo é dessas atividades do Espírito Santo para nossa conformidade com a
Sua imagem, individualmente e coletivamente.
Se me fosse pedido colocar numa sentença, numa frase, aquilo que acredito que o
Senhor tem estado dizendo no meu coração em relação a esta temporada juntos,
penso que diria que é “A Cruz e o Terreno mais elevado”. Acredito que o Senhor
está dizendo a muitos dos Seus filhos, e deseja dizer, “Sobe a Mim ao monte”. E
quando você o analisa, fica muito claro que o pensamento máximo, mais elevado,
maior do Senhor para o Seu povo, é que eles ocupem lugares altos, que eles, no
sentido correto, sejam um povo exaltado. Todos os movimentos de Deus são nessa
direção para o Seu povo. O homem de quem se diz que caminhava com Deus no
meio de muitos outros que conheciam o Senhor, terminou a sua carreira aqui
subindo para o Senhor. O fim da viagem de Israel no deserto foi subindo a possuir.
Elias acabou seu curso com uma mudança ascendente para o Senhor. A história
posterior de Israel, quando em relacionamento correto com o Senhor, foi
governado por essas grandes temporadas subindo para o Senhor em Jerusalém, e
temos uma série de cânticos chamados “Cânticos de Ascensão” ou Salmos da
“subida”. O Senhor Jesus não acabou o Seu curso na Cruz ou sepultura, mas
subindo: e a Igreja, o Seu Corpo, é destinado a seguir nesse caminho, ir para cima.
Todos estes movimentos representam o pensamento mais elevado de Deus para os
Seus. Falhar nisto significa ter falhado a respeito do máximo propósito de Deus. O
Senhor é um Senhor exaltado. Ele é representado como sendo “Altíssimo acima de
todos”, e Ele deseja que Seu povo O exalte acima de todos, e é algo extraordinário
que quando você exalta o Senhor você mesmo sobe. O Senhor deseja que
tenhamos pensamentos altos sobre Ele mesmo. Se temos pensamentos baixos
sobre o Senhor viveremos uma vida baixa. Se temos pensamentos altos sobre o
Senhor sempre subiremos. Isto contém esta simples, e porém, verdade muito rica,
o Senhor deseja que o Seu povo esteja em comunhão com Ele mesmo, em lugares
altos, num lugar exaltado, numa verdadeira elevação espiritual. Se o fim do curso
da Igreja é ser marcado pelo subir da Igreja, então penso que corretamente
concluiríamos que em direção ao fim, o Senhor fará uma grande ênfase para
repousar sobre ascendência espiritual e moral no Seu povo; que Ele estará
chamando para o terreno mais elevado, pois enquanto a nós, penso, acredito, e
certamente temos muitas vezes dito, que a cronologia das coisas está ligada com a
espiritualidade das coisas. As datas de Deus sincronizam com as condições do Seu
povo; não haverá translação da Igreja apenas no terreno da preparação da Igreja
para a translação: a hora fixada para subir é fixada por Deus para corresponder
com um estado ao qual a Igreja tem chegado. Não haverá uma mera translação
mecânica e automática da Igreja. Estará inteiramente relacionada com a condição
da Igreja, e portanto, deve haver um lado espiritual como também, o que podemos
chamar de lado cronológico, e o subir, literalmente deve estar ligado com o nosso
subir espiritualmente e moralmente. Tenho bastante certeza de que o Senhor está
procurando obter o Seu povo no terreno mais elevado. O terreno mais elevado da
fé, o terreno mais elevado do amor, o terreno mais elevado da comunhão, o
terreno mais elevado da visão espiritual e revelação, o terreno mais elevado do
poder espiritual, autoridade, o terreno mais elevado da ascendência moral; e é
significativo observar que as Escrituras contém montanhas as quais representam
todas estas coisas. Essa provavelmente deve ser a esfera de nossa meditação nos
momentos durante estes dias.
Nesta tarde não iremos mais além do que até o primeiro passo. Examinemos antes
de tudo, em resumo, este fato, pois é um fato, o Senhor está chamando para o
terreno mais elevado, e a seguir tomaremos em consideração a primeira coisa e
toda inclusiva, relativa ao terreno mais elevado. Mas oh! O efeito disto, amado, não
deve ser só mais informação, mais ensino, mais conhecimento, mas deve ter um
efeito moral em nós, nos nossos relacionamentos, no assunto da comunhão; temos
que ter uma reação de tudo que é baixo, pequeno, mesquinho. Veremos que
devemos tomar um terreno mais elevado no assunto de nossos relacionamentos. O
nível presente é demasiado baixo, não é elevado o suficiente, não está de acordo
ao pensamento de Deus. Na questão do amor de uns pelos outros deve brotar em
nós o sentimento de que a maneira em que consideramos os uns aos outros é
muito baixa. Devemos tomar a atitude de que é muito baixo, devemos subir mais
alto nesta questão. E assim sucessivamente, em todos os assuntos de nossa vida
em relação ao Senhor deve haver uma elevação; e devemos ver que está
relacionado ao último propósito de Deus. Isto não é uma pequena homilia para a
vida diária, que você deve tentar ser mais amoroso e mostrar uma maior
consideração, e assim por diante; está relacionado ao grande fim o qual Deus tem
em vista; que devemos ver à media que avançamos.
A Calçada de Safira
E portanto vemos que tudo que está relacionado ao lado positivo do povo do
Senhor e do testemunho do Senhor está ligado com algum terreno elevado. Mas
antes de avançar com isso queremos ver o que é todo inclusivo, aquilo no que tudo
o mais está ligado neste assunto, e isso é, ver a calçada de Deus, aquilo sobre o
qual os Seus pés descansam, por assim dizer, a rodovia de Deus em relação a Seu
povo. Venha a Ex. 24 e você o tem (versículo 9-10): A calçada de Deus, aquilo que
estava sob Seus pés, como que de uma pedra de safira, que parecia com o próprio
céu na sua claridade. Vemos isso como a coisa sobre a qual os pés de Deus
descansam, isso, como que dizendo, sobre o que o Senhor sobe e desce, a base e a
fundação de tudo que se segue, e você sabe o que se segue. “como que uma pedra
de safira”. Não vou me propor a ir por todas as passagens na Escritura onde a
pedra de safira é mencionada, você pode fazer isso quando você desejar, para fazer
um pequeno estudo da Palavra. Tudo que eu desejo fazer é destacar o que isto
significa. A pedra de safira tem um grande lugar na Escritura. Você a encontra em
relação à criação, em relação à graça, em relação ao governo, e você a encontrará
em relação à glória, tanto a glória celestial como a terrenal. Aqui está em Ex. 24
debaixo dos pés de Deus. Em Ez. 1:26 e 10:1, você a tem, como sobre o brilho de
cristal terrível estendido do firmamento. Lam. 4, você vê dito acerca dos príncipes
de Sião que são como de pedra safira; e depois em Isa. 54, a metrópole da terra é
vista tendo suas fundações colocadas com pedras de safira, e a seguir a Nova
Jerusalém em Ap. 21, a segunda fundação é uma safira.
O que é a safira? Penso que se você olhar na Escritura, você perceberá que a pedra
de safira indubitavelmente representa Cristo em glória universal. “como o céu em
sua claridade”. Você sabe que a safira é a pedra do azul celestial, azul
transparente, como o próprio céu em sua claridade. Você percebe o que está
acontecendo aqui? “Sob Seus pés como que uma pedra de safira e como o próprio
céu em sua claridade”, em sua transparência; e imediatamente seguindo este
capítulo, saindo deste capítulo, as instruções para o tabernáculo. Esse tabernáculo
é para ser uma representação do Senhor Jesus por completo, do centro até a
circunferência, é Cristo apresentado. O elemento predominante na coisa toda é o
azul celestial; e todo homem, mulher e filho por todas as suas gerações são
ordenados a ter um pouco desse mesmo azul na orla de suas vestes. O elemento
predominante ao longo dessa coisa toda, a qual é para ser uma revelação, um
desvendar da representação do Senhor Jesus, é o azul celestial. É algo que tem
descido do monte. É uma reflexão aqui na terra daquilo que estava sob os pés de
Deus, os pés do Deus de Israel. A terra e o céu são unidos nesse azul. O céu e a
terra ligados, unidos para revelar o Senhor Jesus em glória universal.
Um Instrumento Representativo
Se ao Apóstolo Paulo lhe foi dada de uma maneira especial o ministério concernindo
essa revelação de Jesus Cristo no mistério do Seu Corpo, antes de que ele possa
expressar uma palavra nessa conexão ele deve ter uma revelação de Jesus Cristo
na glória; isso é básico para todo o propósito de Deus, e nós nem podemos fazer
nada, nem suportar nada até que obtenhamos isso. Veja o fim de Deus e aquilo
sobre o qual o olho de Deus está descansado. Por que ter a Moisés, Arão, Nadabe e
Abiú, e setenta dos anciãos de Israel para ascender ao monte e ver o Deus de
Israel e aquilo que estava sob Seus pés? A fim de que, certamente, possa haver
uma representação adequada do que era de acordo com a mente de Deus. Esta era
uma responsabilidade solene que estava-lhes sendo conferida. Eles foram trazidos
para ver o que estava sob os pés de Deus a fim de serem responsabilizados para
ter tudo construído e mantido em concordância com isso. Setenta dos anciãos; esse
é um número representativo do povo de Deus. No Novo Testamento, setenta é uma
representação da Igreja inteira. Setenta é uma combinação de dez e sete. Dez é o
numero da responsabilidade e sete da perfeição espiritual, e a responsabilidade que
estava sendo conferida a estes homens era para a perfeição espiritual do
pensamento de Deus em relação ao Senhor Jesus. Eles tinham que ter o
pensamento perfeito de Deus sobre o Senhor Jesus e ver que tudo era para ser
construído segundo a esse pensamento. O pensamento de Deus desde a eternidade
é a glória universal do Seu Filho. O Senhor deve obter algum povo para entrar nos
Seus pensamentos sobre o Seu Filho a fim de tomarem responsabilidade em
relação a outros, e por isso Ele disse com efeito a eles - “subam ao monte, a subida
deles é relacionada a muitos mais. A sua subida é para que você receba uma
revelação que colocará você num lugar de grande responsabilidade, mas também
de grande privilegio para um ministério que não tem objeto menor e fim do que a
glória universal de Jesus Cristo. Suba ao monte”. Certamente, estes são dias nos
quais existe uma grande necessidade de chegar à plenitude do pensamento de
Deus concernente ao Senhor Jesus. Estes são dias em que a glória de Deus em
Cristo precisa ser conhecida, uma recuperação do testemunho completo de Jesus.
Para isso o Senhor deverá tomar pelo menos alguns, e levar eles a uma comunhão
especial com Ele mesmo, no Seu pensamento. Este é um lugar de elevação.
O Caminho da Cruz
Oh, mas você percebe o que teve que acontecer antes de que jamais isso pudesse
ser? “E Moisés construiu um altar sob o monte”. Isso é um sacrifício. Não houve
ascensão ao monte até que o altar tivesse sido construído; sacrifício e sangue
derramado. Em outras palavras, não há subida para essas altitudes mais altas de
revelação Divina, apreensão Divina, vocação e ministério Divino senão unicamente
na base da Cruz realizando sua obra para pôr a natureza de lado, pôr o homem de
lado, porque o homem por natureza não pode entrar no pensamento de Deus. “O
homem natural não recebe as coisas do Espírito de Deus nem mesmo pode ele
conhecê-las”, ele tem de ser posto de lado, a Cruz tem que cortar aí e colocar o
homem por natureza fora disto, antes dele entrar na plenitude da mente de Deus e
propósito de Deus; e Moisés construiu um altar. A Cruz é sempre as portas de
entrada para os mais elevados níveis da vida espiritual. A Cruz é sempre o caminho
para os planaltos de Deus, e a cruz não é uma coisa, na medida em que a nós diz
ao respeito, feito uma vez para sempre, unicamente no assunto de nossa
justificação e nossa aceitação. No lado objetivo está finalizado de uma vez por
todas, mas no lado subjetivo deve haver uma morte diária, trazendo sempre no
corpo o morrer de Jesus. Mas esse é o caminho de subida. Às vezes pensamos
disso como o caminho de descida, este puxar para baixo, destruição, crucificação,
quando vamos chegar ao fim deste negócio? Amado, se soubéssemos, estamos
subindo todo o tempo, é o caminho de subida. O Senhor Jesus desceu. Ele
subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus, mas se esvaziou
a Si mesmo, tornando-se semelhante aos homens, Ele humilhou-se a Si mesmo,
tornando-se obediente, até a morte – e o Apóstolo não para aí – tornou-se
obediente até a morte e morte de Cruz – não havia nada acerca dessa morte que o
homem aplaudiria, não foi esse tipo de mortes que homens teriam em conta e
diriam que foi uma morte nobre. Foi a morte mais vergonhosa, degradante, a
morte das mortes. Pela qual Deus O exaltou sobremaneira.
Nós não temos nada do que desistir assim, mas o principio funciona, de que a Cruz
é aplicada para a destruição da vida de natureza. Não gosta de ser posta de lado.
Quantos de vocês gostam de serem tidos como nada? Quantos de vocês têm prazer
em pessoas só tratando você como sendo nada? A carne não é feita dessa forma. A
Cruz é aplicada para colocar o homem por natureza de lado, e à medida que a Cruz
é aplicada há um espiritual subindo todo o tempo: isto é ascendência, subindo a um
nova posição, e muitas pessoas nunca alcançam um terreno muito elevado porque
eles nunca descem muito baixo, eles não sabem da plenitude do Senhor porque
eles conhecem bem pouco do esvaziamento.
Mas agora voltemos e encerremos com esta palavra preliminar. Do que é o Senhor
está atrás nessa Cruz, com você, comigo? Que é o que Ele tem em mente?
Justamente isto; tudo de acordo a Cristo, azul celestial: isto é, a glória de Jesus
Cristo em Seu povo individualmente, na Sua Igreja coletivamente, e
eventualmente, neste universo em geral; tudo revelando a glória de Jesus Cristo.
Você vê que esse é o movimento da Igreja? Quando a Igreja esteja perfeita em
glória, será o próprio veículo saindo no universo da glória de Cristo. Esse é o nosso
destino como membros de Cristo. É para isso que fomos chamados e escolhidos
antes da fundação do mundo, que sejamos para o louvor de Sua glória e que todo o
universo através de uma Igreja impregnada de Cristo, reflita a Sua glória – o azul
por todo lado. Esse é o fim. Deus está operando para esse fim agora. Seus tratos
conosco são para esse fim. Por que estas experiências difíceis, esta disciplina, este
castigo, por que estes sofrimentos? Tudo para a glória; tudo para produzir clareza
de cristal, a transparência absoluta, a pureza da natureza celestial de Jesus Cristo
em nós. O Senhor está só fazendo isso em nós, amado, pela Cruz, a qual está
clareando o filme desta vida natural, removendo a espessura e a densidade desta
corrupção e poluição, obtendo um estado puro, um estado transparente o qual é a
absoluta pureza, transparência, claridade da natureza de Cristo em nós. É algo
moral. Esta conformidade à imagem do Seu Filho é algo moral – uso essa palavra
no sentido mais elevado – algo que está sendo forjado na própria fibra moral de
nosso ser, a natureza de Jesus Cristo. O Espírito Santo tem tomado isso na mão.
Não pense sobre ser glorificado como algum tempo alcançando essa posição onde
de repente haverá sobre nós um manto de luz e então sermos glorificados. A glória
vem pelo que nós somos, brilha do interior, não do exterior. O monte da
Transfiguração não é que de repente ao Senhor Jesus lhe foi dado uma túnica de
luz, era o brilhar de Sua Pessoa: e a glória é o resultado do processo moral em nós,
da obra do Espírito Santo pela Cruz. Será o que temos sido feitos pela graça, será a
Sua glória, não a nossa, porque é tudo da graça, porque Ele o fez possível e Ele o
levou a cabo.
Este universo é para ser cheio da excelência moral do Senhor Jesus, vista por todos
lados. Que universo será este! Isso representa o terreno mais elevado para nós.
Enfatiza e sublinha a chamada “Suba a Mim ao monte”. Primeiramente, ver o que
está em vista. Quando você vê que você tem um motivo adequado para suportar os
sofrimentos da Cruz, você tem um objetivo em vista à luz da qual você considera
tudo que o Senhor faz com você e a você. Esse é o fim. Precisamos disso. Temos
muitas vezes dito que Paulo passou por essa vida incrível dele porque ele manteve
o Senhor, o Qual tinha visto na estrada de Damasco, diante dele, e nas suas quase
últimas palavras ele ainda tinha essa visão lá: “para que possa O conhecer, Ele
quem eu vi anos atrás na estrada de Damasco, Ele é ainda meu alvo, meu objetivo,
minha glória, para que eu possa ser conforme a Ele, essa é a única coisa”. Isso foi
o que sustentou ele. Oh, que o Senhor nos mostre o Senhor Jesus como o Seu alvo
para nós, e que Ele está operando todo o tempo em relação a esse fim. Ele vai ter
tudo construído com esse fim em vista, de acordo a isso. E o tabernáculo, enquanto
representa Cristo em Pessoa, sabemos bastante bem que também representa
Cristo corporativo. O Corpo o qual tem muitos membros, e todos esses membros
sendo muitos, formam um só Corpo, assim também é o Cristo. O Cristo pessoal
será revelado no Cristo corporativo nos séculos vindouros, e eles devem ser um,
assim, em natureza moral como ele serão em glória, tendo sido, de uma certa
perspectiva ao longo de uma certa linha, um na Cruz. Há uma obra da Cruz na qual
nós não participamos, feita por nós e à parte de nós, mas há uma obra da Cruz na
qual nós sim temos um lugar, e é dado a nós a favor de Cristo, não apenas crer
Nele mas também sofrer por Ele em Seu favor. “Cumpro o que resta das aflições de
Cristo”. É para essa glória, esse fim de Deus.
Agora, que o Senhor nos leve à montanha para ver a glória para a qual Ele está
trabalhando, na qual Ele sobe e desce. Todos os caminhos de Deus estão conetados
com a última glória do Senhor Jesus. Seus pés estão sobre isso e Ele não se move
dessa calçada. Os movimentos de Deus são em direção do Senhor Jesus, para a
glória do Senhor Jesus:- a pedra de safira a ser revelada por todo o universo. A
criação é governada por isso, a graça é governada por isso, o governo é governado
por isso. Ezequiel é governo. “E por cima do firmamento, um trono e como que
uma pedra de safira”, a glória da “semelhança a um Homem”. O governo está
relacionado à glória do Senhor Jesus, e a glória é a Sua glória; isso é glória, a
manifestação Dele em Suas perfeições morais num povo que Ele tem trazido para a
glória:- a realização Deste levando muitos filhos à glória. Isso será glória para Ele e
isso será glória para nós. Que o Senhor nos leve no terreno mais elevado com a
visão do fim que Ele tem em vista, pois isso encarna tudo que o Senhor tem a dizer
nestes dias, está relacionado a isso. Assim que tenhamos nossa visão ajustada no
início e vejamos o fim de Deus.
“Aquele que crê em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água
viva (Mas Ele se referiu ao Espírito que, mais tarde, receberiam os que Nele
cressem; pois até aquele momento não fora concedido, porque Jesus não havia
ainda sido glorificado)”.
Amado de Deus, por um tempo considerável meu coração tem se exercitado cada
vez mais a respeito do Espírito Santo. Creio que o Senhor tem algo que Ele quer
dizer para Seu povo nesta conexão, e algo que Ele quer fazer em e através do Seu
povo nesta conexão, numa nova maneira neste tempo do fim. Se alguém não tem
mal interpretado a liderança do Espírito, estamos certos em nos reunir neste
momento para o Senhor nos falar sobre este assunto. Tenho certeza de que nós,
juntamente com muitos mais do povo do Senhor, estamos profundamente
conscientes, e cada vez mais conscientes, da necessidade por uma expressão mais
plena da vida, poder, e obra do Espírito Santo na Igreja; o qual significa, é claro,
em nós mesmos como membros de Cristo. E apesar de que não é meu pensamento
neste momento, ou a direção que tenho, procurar apresentar um sistema de
doutrina concernindo a Pessoa e obra do Espírito Santo, sinto que o Senhor tem
algumas coisas dentro dessa extensão que Ele realmente quer que nós tenhamos
em consideração. Não vamos, por exemplo, discutir se o Espírito Santo é uma
Pessoa ou não. Acho que todos nós podemos considerar isso como resolvido. Se
não está, bem, vamos resolvê-lo fora, pois isso não é o assunto que preocupa a
maioria de nós aqui, os quais têm, tenho certeza, resolvido esse assunto há muito.
Existem outros assuntos similares em relação ao Espírito Santo que consideraremos
como resolvidos e por garantido, mas existem umas coisas que, embora possamos
estar bem familiarizados com elas, precisamos ter renovadas como um assunto
sério de indagação e consulta diante do Senhor.
Existem, penso, principalmente duas ou três direções nas quais este assunto do
Espírito Santo nos preocupa espiritualmente nestes dias. Existe, por exemplo, o
assunto do poder. Poder pelo Espírito Santo; o Espírito Santo como um Espírito de
poder. Isso é um assunto que nos preocupa, pois o povo do Senhor está quase
universalmente, pelo menos muito geralmente, consciente de que as forças que
estão contra Seu Testemunho, Sua obra, são praticamente demasiado para eles, se
não estiverem totalmente além da habilidade deles para fazer face. Há um senso de
severa limitação, real fraqueza, inabilidade para avançar, uma forte resistência e
obstrução, uma terrível pressão e adversidade que levanta toda a questão do
poder. Todos nós estamos nos nossos corações simplesmente clamando ao Senhor
para que conheçamos mais do poder de Deus nas nossas vidas, e depois qual o
ministério que o Senhor nos dará além do ministério da vida de testemunho
individual, isto é, num ministério especifico que pode ser confiado a nós. Isso é
uma esfera na qual todo o assunto do Espírito Santo é algo vivo para nós hoje. E a
seguir novamente, a questão da verdade; isto é algo, penso, igualmente vivo nesta
hora.
Embora estamos contra essa força de oposição, esse poder do mal, esse grande
antagonismo do adversário, estamos também contra erros difundidos e crescentes
que estão tomando a forma sutil de uma falsificação do Espírito Santo. Não há
dúvidas de que existem moveres na terra neste momento que são uma falsificação
do Espírito Santo, até mesmo no assunto da regeneração ou novo nascimento ou
conversão; e em muitas outras conexões o Espirito Santo está sendo falsificado; e
a tragédia triste, grave disso tudo, é que multidões dos próprios filhos queridos do
Senhor estão sendo levados por estas coisas. É muito fácil para nós dizer que não
queremos, nós queremos vida, queremos poder, queremos trabalho, queremos
atividade, mas, amado, precisamos de ensino. O assunto da verdade pelo Espírito
Santo como o Espírito da Verdade é um assunto muito, muito vital, importante para
nós hoje. Não podemos falar sobre querer poder como algo em si mesmo; estas
duas coisas devem ir juntas, verdade e poder, poder e verdade.
É uma coisa muita perigosa sair por uma experiência como tal, ter uma experiência
como um objetivo em vista em si mesmo. Abre o caminho para a decepção, para a
desilusão e para a irrupção da falsificação. Atrai a vida de nossa alma, e nos leva a
um estado forçado e quase oculto, deixando muitos dos queridos do Senhor
mediúnicos, e eles são levados, portanto, por qualquer coisa que o falsificador do
Espírito Santo gosta de lhes oferecer, contanto que seja redigido em termos bíblicos
e apresentado numa aparência de doutrina evangélica. O perigo aí, amado, é o
perigo da hora, a alma se esticando por uma experiência, como tal. Mas oh, meu
coração nestes dias está terrivelmente sobrecarregado a respeito do povo do
Senhor, para que Ele diga alguma coisa, se possível aqui, mas para que Ele em
qualquer caso levante um ministério para a proteção do Seu povo nestes dias muito
perigosos, estes dias os quais são perigosos nestes aspectos em particular.
Amado, se o Senhor Jesus é glorificado nas nossas vidas nós temos o Espírito
Santo, pois de outra maneira isso não é possível. Se Ele é Aquele que está diante
da consciência de outros como glorificado, esse é o testemunho, vindo diretamente
do mais íntimo de nosso ser e sendo registrado sobre outros, você pode ter como
garantido que a questão do batismo do Espírito Santo está bem, está resolvida.
Mas, embora tenhamos tido todos os tipos de experiências maravilhosas, e as
pessoas estão impressionadas com e algo que nos aconteceu, e são postas em
evidência, e estamos girando em torno de nós mesmos e de nossa própria
experiência, e o Senhor Jesus não é o fato registrado sobre outras consciências,
mas nós ocupamos o campo, existe uma real pergunta de nós termos ficado
controlados, dominados, enchidos, batizados (seja qual for que você goste de
chamá-lo) pelo Espírito Santo. Deve ser relacionado a Ele. É por isso que temos lido
esta passagem como uma chave para o que quer que o Senhor Jesus tenha a nos
dizer. “Mas Ele se referiu ao Espírito que, mais tarde, receberiam os que Nele
cressem; pois até aquele momento não fora concedido, porque Jesus não havia
ainda sido glorificado”. O Espírito não poderia começar Sua obra até que Ele tivesse
obtido aquilo que era essencial para Sua obra. O ministério do Espírito Santo não
poderia ser iniciado dentro do crente até que Ele tivesse obtido aquilo que era
essencial para Seu ministério na íntegra, o qual era Cristo glorificado. Que significa
que o ministério, a obra do Espírito Santo em e através do crente é baseada
completamente e unicamente sobre a glorificação do Senhor Jesus.
Façamos outra pergunta que nos levará um passo adiante em direção a nossa
conclusão última. Por que o Senhor Jesus gastou trinta anos primeiro, três anos e
meio em segundo lugar, e quarenta dias em terceiro lugar, aqui na terra? A
resposta é claramente simples. A fim de que, primeiramente, Ele pudesse ser
associado à humanidade vitalmente e praticamente; esse é o significado dos trinta
anos começando com a Encarnação. Você não precisa de que tomemos tudo que a
escritura tem a dizer a respeito da Encarnação; penso que uma escritura é
suficiente, pelo momento. “Portanto, visto que os filhos compartilham de carne e
sangue. Ele também participou dessa mesma condição humana, para que pela
morte destruísse aquele que tem o poder (o domínio) da morte... e livrasse todos
os que ao longo de toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte”. Ele
também participou da mesma. “Assumindo plenamente a forma de servo e
tornando-se semelhante aos seres humanos”, uma segunda escritura muito forte. E
em terceiro lugar, “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo
que sofreu”. Muitas outras escrituras levando Ele a um vital relacionamento com a
humanidade poderiam ser citadas, mas penso que reconhecemos que Ele devia ter
estado aqui, embora silenciosamente e principalmente em reclusão por trinta anos
antes de Sua manifestação ao mundo, não sem objetivo, não sem razão e não sem
a melhor das razões. Quando você se lembra de que no Velho Testamento Ele
aparecia na forma de um homem uma e outra vez, e era visto e Lhe falado numa
forma de homem adulto – de onde Ele conseguiu esse corpo, você sabe? Eu não
sei; onde foi, você não sabe, eu não sei, mas em muitas ocasiões Ele era visto
como um homem. As escrituras deixam absolutamente claro e certo que Aquele
que aparecia era Deus, porém Ele logo, para propósitos específicos, em
determinados momentos, apenas por um momento, tomava a forma de um homem
plenamente desenvolvido e aparecia para realizar alguma coisa, e depois
desaparecia. Não sabemos nada mais sobre o meio de Sua manifestação lá, mas
aqui Ele escolhe vir por meio de um nascimento de criança e permanecer por trinta
anos, e existe algo de diferente aqui nisso, e é porque, agora, diferindo daquilo, Ele
se tornou vitalmente ligado à raça como Ele não era até então, participando da
mesma carne e sangue, contudo sem a mancha do pecado.
Amado, tudo que você irá achar subsequentemente no Novo Testamento no livro
dos Atos, nas Epístolas ou em Apocalipse como verdade, você irá achar sua
semente, seu germe, nos evangelhos. Isso é uma coisa importante para lembrar.
Escreva isso, que você não irá achar nos escritos subsequentes do Novo
Testamento o que você não pode traçar em germe no ensinamento do Senhor
Jesus. Seus três anos e meio de ensinamento foi a parcela de sementes de toda a
revelação Divina. Isso lhe dará suficiente estudo até o fim de seus dias! Foi a
revelação, não que o homem o apreendeu, o compreendeu, o entendeu, nem
mesmo aqueles mais perto Dele entenderam; no entanto, foi a revelação da mente
do Pai para o homem. Quão maravilhoso é. Podemos gastar muitas horas, muitas
semanas com isso somente, ver os aspectos dessa verdade, a revelação da mente
do Pai e as riquezas desse ensinamento. E devemos fazer comparações? Talvez
não, mas alguém iria dizer, o registo de João é o mais rico. E o que tem João a
revelar sobre a mente do Pai de diferente dos outros? É isto, a descida do Pai todo
o tempo para o homem. É uma maravilhosa revelação como Deus toma a iniciativa
em direção ao homem. Todo o aspecto do Evangelho de João do ensinamento e
obra do Senhor Jesus é Deus tomando a iniciativa, Deus descendo. Isso é
abençoador, isso é precioso, acompanhe isso no resto do Novo Testamento. Você
sabe o que você está tentando fazer, tentando bombear a corrente vil de nossa
humanidade para alcançar Deus, quando Deus está se derramando na corrente da
vida Divina para nos alcançar. Estamos lutando de alguma forma para nos levantar
em toda a vileza de nossa carne, em contato com Deus, e nunca consegue. Mas a
revelação da mente de Deus é que Deus desceu para nós em toda Sua santidade.
Esse é “João”. Isso é certamente confortador para os nossos corações. Apenas o
toco como significando ao que me referi pelo revelar da mente de Deus nos três
anos e meio, e a seguir, o revelar do amor do Pai.
Origem: "The Holy Spirit in Relation to The Glorified Christ and The Believer
Mas o que dizer sobre a terceira fase, os quarenta dias? É uma fase de provação.
Tem seu próprio significado, e foi para estabelecer o fato e natureza da perfeita
redenção que Ele tinha realizado para o homem em espírito, alma e corpo. O
registro é que “por muitas provas infalíveis” Ele apareceu a eles – Se deu a
conhecer a eles – após a Sua ressurreição. Houve primeiramente o estabelecimento
do fato de que Ele foi ressurreto, o fato de que Cristo, que tinha morto estava vivo.
Leia em Atos 17:31 “Porque determinou um dia em que julgará o mundo com o
rigor de sua justiça, por meio do homem que para isso estabeleceu”.
Aqui, na ressurreição você tem – embora Deus, Deus verdadeiro – contudo Homem
num estado de perfeita redenção, onde todo o homem é representado em seu
estado completamente remido. Os quarenta dias representam o homem em Cristo
como Deus tenciona o homem ser. Por que Ele chama a atenção a Si mesmo como
Ele faz, “Tocai-me e comprovai o que vos afirmo. Por que um espírito não tem
carne nem ossos, como percebeis que Eu tenho”. “Coloca o teu dedo aqui; vê as
minhas mãos” - “Observai as minhas mãos, vede que Sou o mesmo – tocai-me e
comprovai”. Por que? E contudo, esse corpo, essa humanidade, que podia ser
tocada, sentida, apalpada, podia atravessar portas que estavam trancadas, e ser
achada a grandes distâncias num momento de tempo. Isso não é um espírito, isto é
um corpo espiritual. Existe toda uma diferença entre um espírito e um corpo
espiritual. Nós não vamos ser espíritos desencarnados flutuando ao redor, pelo ar.
Nós vamos ter corpos glorificados, e aqui está o penhor, aqui está o tipo, aqui está
a representação.
Agora então, o que tem a ver com o Espírito Santo? Amado, por que o Espírito
Santo veio? Dissemos, para tomar o lugar de Cristo aqui. Em outras palavras, o
Espírito Santo está aqui para obrar interiormente nessa direção no crente: - como o
Espírito do Cristo glorificado, ocasionar o nascimento, por assim dizer, de Cristo no
interior. Aquele que completamente forma Cristo nesse crente, e conforma esse
crente à imagem de Cristo até que, à parte de Sua Deidade e Divindade, haja uma
manifestação de Cristo glorificado em cada crente na consumação da atividade
redentora de Deus. Esse é o propósito do Espírito Santo ao estar aqui. Tomar Cristo
na integralidade da Sua obra e Pessoa como Filho do Homem glorificado, e obrar
nessa direção em cada crente. Mas volte pelo terreno. O Espírito Santo está aqui
em relação aos trinta anos para trazer Cristo glorificado num vital relacionamento
conosco, um relacionamento vital; aí está a contrapartida espiritual dos trinta anos.
“Aquele que se une ao Senhor é um espírito” e o Espírito Santo está aqui para ligar
Cristo a nós e nós a Cristo, numa unidade e relacionamento vital, de maneira que é
“Cristo em nós” e “Cristo a nossa vida”. Você não pode ter nada mais total do que
isso. Cristo a nossa vida. Aí está o relacionamento. Não quer dizer que Ele perde
Sua pessoalidade ou Sua identidade individual, mas quer dizer que Ele liga a Si
mesmo a nós e nós a Ele mesmo no novo nascimento para que sejamos um, e
possamos dizer “Eu sou Dele e Ele é meu para sempre”, a unidade é absoluta.
A seguir, o Espírito Santo está aqui também em relação ao propósito dos três anos
e meio, a manifestação da mente de Deus no crente: - tomando do celestial, das
coisas Divinas, e as mostrando. Não há conhecimento de Deus em realidade, à
parte do Espírito Santo. Não há conhecimento da mente de Deus sem o Espírito
Santo. Mas Ele veio para que no nosso interior possa haver uma revelação da
mente do Pai em Jesus Cristo. Diz o apóstolo João, “A unção que Dele recebestes
permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém mais vos ensine
sobre isso. A unção vos ensina sobretudo o que precisais saber”. “O que é espiritual
pode discernir todas as coisas, e ele mesmo por ninguém é compreendido”. “Olho
algum jamais viu, ouvido algum nunca ouviu e mente nenhuma imaginou o que
Deus predispôs para aqueles que o amam. Deus todavia, o revelou a nós por
intermédio do Espírito”. A revelação interior da mente de Deus é a obra do Espírito
Santo, “O Espírito receberá do que é meu e vos anunciará”. “O Espírito não falará
por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos revelará tudo o que está por
vir”. “Tudo quanto o Pai tem, pertence a mim. Por isso é que eu disse que o Espírito
receberá do que é meu e o revelará a vós”. Observe que são as coisas do Pai
entregues a Cristo, tomadas pelo Espírito Santo e reveladas a nós: - a mente, o
amor. Oh, fiquemos aqui em coração, se não podemos em palavra, fique aqui em
coração, pois é aqui onde precisamos o Espírito Santo, se há um lugar onde
precisamos o Espírito Santo. Uma revelação do coração do Pai. O Espírito Santo
veio como o Espírito de Cristo glorificado, tome esse objetivo de Ele estar aqui, e
elabore esse objetivo agora, não como meramente um testemunho público
histórico, mas como uma realidade espiritual interna, “o amor de Deus derramado
nos nossos corações pelo Espírito Santo”. É a obra do Espírito Santo fazer isso, e
não há amor nenhum que é verdadeiramente o amor de Deus, e que resista a
prova e percorra todo o caminho que o amor de Deus percorre sem o Espírito
Santo, mas recebido o Espírito Santo o amor se torna quase, estava indo dizer –
omnipotente, recebido o Espírito Santo há pouco impossível na esfera do amor:
mas oh, conhecemos tão pouco disso. É por isso que estou falando acerca da
necessidade do Espírito Santo; mas se você e eu precisamos de uma coisa mais do
que qualquer outra, é mais desse amor de Deus derramado no coração, vertido no
coração pelo Espírito Santo. Acho que teremos de retornar a isso novamente antes
de terminarmos.
Depois, a terceira coisa concernindo os três anos e meio – o poder de Deus. Isto
novamente é algo a ser considerado por si mesmo, mas meramente o
mencionaremos nesta conexão. “É para vosso bem que Eu parta. Se Eu não for, o
Advogado não poderá vir para vós; mas se Eu for, Eu o enviarei”. “Mas se Eu for”.
O que está ligado para nós na vinda do Espírito? “Aquele que crê em Mim fará
também as obras que Eu faço e outras maiores fará, pois eu vou para meu Pai”.
Isto é, com efeito, por causa de que ao Eu ir, o Espírito Santo vem! “E obras
maiores fará”. Como? Por quê? Em tanto quanto o espiritual e eterno são maiores
do que o físico e o temporal, nesse grau maiores obras são forjadas por você no
poder do Espírito Santo. Eles não podiam apreciar isso naqueles dias. Seja que é
preciso de mais poder para dizer “Levanta-te, toma a tua maca e sai andando” ou
“estão perdoados de ti os pecados” - “Todavia, para que saibais que o Filho do
homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” - um sinal dessa coisa
maior - “Dirigiu-se ao paralítico - Eu te ordeno: Levanta-te, toma tua maca e vai
para tua casa”. Era um sinal de maior poder na esfera espiritual. É uma coisa muito
maior levantar o espiritualmente morto do que o fisicamente morto; uma coisa
muito maior abrir olhos cegos espiritualmente do que os naturais. O fisicamente
ressuscitado dentre os mortos morrerá novamente, os que são cegos fisicamente
podem ter seus olhos abertos e receberem a vista, mas são somente por setenta
anos “ou a oitenta para os que têm mais saúde; entretanto, a maior parte dos anos
é de labuta e sofrimentos”. O abrir espiritualmente os ouvidos surdos é maior do
que abrir naturalmente os ouvidos surdos. “Obras maiores do que estas fará porque
eu Vou para o Pai”. 'O Espírito Santo está vindo para fazer na esfera espiritual o
que tenho estado fazendo em três anos e meio como somente um sinal”. Bem, eles
passaram dessa esfera para uma esfera em que tudo era celestial, tudo espiritual,
onde Deus não estava mais indo a fazer coisas para julgar e condenar duplamente
uma raça incrédula.
“Obras maiores... porque Eu vou para o Pai”. Veja que o poder de Deus é para ser
manifesto pelo Espírito Santo na esfera mais elevada da ressurreição espiritual,
iluminação, vivificação, e todas essas atividades de contrapartida do que Cristo fez
nos três anos e meio. O Espírito está aqui para assumir os três anos e meio, mas
Ele está também aqui para assumir os quarenta dias. Oh não, não para nos dar
corpos glorificados ou espiritualizados agora, mas, amado, se o Espírito Santo não
entrar e começar a nos fazer homens e mulheres espirituais, com uma mente
espiritual, e apreensão espiritual, e com sensibilidades espirituais, sentidos e
faculdades, e as desenvolver, você pode ter por garantido que você nunca terá um
corpo espiritual. É preciso de um homem interior espiritual para ter um homem
exterior espiritual. “A cada espécie de semente dá seu corpo apropriado”. A
semente do corpo da ressurreição é o Novo Homem, o Cristo no interior, e esse
homem está sendo formado agora. Como Paulo orou “Meus amados filhos,
novamente estou sofrendo como que com dores de parto por vossa causa, e isso
até que Cristo seja completamente formado em vós”. Essa formação de Cristo no
interior, e essa conformação à imagem de Cristo, é o movimento do Espírito para
revestir esse novo homem interior com o corpo celestial. “A cada espécie de
semente dá seu corpo apropriado”. E os quarenta dias representam esse modelo
completo, o modelo da humanidade glorificada de Deus para a qual a entrada e
atividade do Espírito Santo é direcionada a cada homem.
Ora, isso é tudo elementar e simples, pois disse que o reduziria a umas poucas
proposições concretas. Existem uns fatos primários básicos que devem ser
estabelecidos de uma vez por todas por nós, e ao mencionarmos eles,
possivelmente encerraremos.
Agora você junta essas três coisas antes de ir mais longe e você vê; a salvação em
sua inteireza é inseparável de Cristo em Pessoa. Cristo é o representativo da nova
criação de Deus: você tem Cristo, você tem a nova criação de Deus, você tem tudo
o que está incluído na nova criação. O Espírito Santo é o representativo pessoal de
Cristo; eles são um, e Ele é o Espírito da nova criação; portanto, quando somos
salvos, é que o Espírito Santo trouce Cristo como a nova criação aos nossos
corações, o representativo da nova criação de Deus entrou, e a partir desse
momento tudo é relacionado a Cristo no nosso interior, o Espírito Santo
trabalhando em relação a Cristo em nós. E depois finalmente, a nova criação é
portanto, toda de Deus. Se Cristo é tudo de Deus, e a nova criação é Cristo
habitando no interior do espírito renovado, então a nova criação tem uma nova
natureza. Essa não está em nosso eu, isso é Cristo, e é Cristo em nosso espírito
renovado. Seja que vivamos na nova ou na velha, depende de se estamos vivendo
no Espírito ou na carne; isso abre toda essa esfera da carne e espírito. Se andamos
no Espírito não satisfaremos as vontades da carne, mas há essa habitação
Representativa da nova criação de Deus, a qual é completa e totalmente de Deus
em sua natureza. Sim, em mente, a mente de Cristo; o coração, sim, o coração de
Cristo; a vontade, sim, a vontade de Cristo, como a mente, coração e vontade de
Deus estavam Nele, agora estão em nós pelo Espírito Santo. Disposição Divina esta
lá pelo Espírito Santo como Representativo Pessoal de Cristo, está aqui, uma
disposição divina.
Agora, como acabamos de dizer, tudo para nós a partir dessa hora depende de se
vamos ser totalmente, absolutamente rendidos e governados pelo Espírito Santo, o
Espírito de Cristo, e deixar Ele trabalhar tanto em nós e nós cooperarmos tanto com
Ele em Sua operação em nós que a mente que é a mente do Senhor, o coração que
é o coração do Senhor, a vontade que é a vontade do Senhor, a disposição que é a
disposição do Senhor, cresce, transcendendo todo o tempo a velha mente, coração,
vontade, disposição, e Cristo sendo assim completamente formado em nós. Isso é
nova criação em Cristo Jesus.
Minha ênfase no momento é sobre isto, que a nova criação é toda de Deus, e na
medida em que, amado, não formos tudo de Deus em mente, coração, vontade,
disposição, ou em qualquer outra maneira, nesse grau teremos carecido da plena
obra do Espírito Santo. Ora, isso não é dito para condenar ou julgar, pois quem
nesta terra pode jamais alegar ter alcançado a plenitude da obra do Espírito Santo
neles? Nenhum de nós aqui faria tal alegação, mas alguém o diz a fim de destacar
que quando fica em evidência, com nossa mente, vontade, disposição, quando
começamos a permitir isso se fazer valer, se mostrar, se intrometer, quando
permitimos isso de qualquer modo, e não nos voltamos contra isso imediatamente
no poder da morte de Cristo e o repudiar, nessa medida não estaremos andando
após o Espírito, nessa medida estaremos falhando em reconhecer esta grande
coisa, que a nova criação é toda de Deus. Oh, que imediatamente nos voltemos
contra qualquer tipo de exibição de nós mesmos e dizer “isso não é de Deus”, não o
dispensar, não o encobrir, não dizendo que isso é minha fraqueza, enfermidade,
meu temperamento; não, isso não é de Deus, isso não é a nova criação, isso não é
o Espírito Santo! É dessa maneira que devemos lidar com as coisas. Você e eu
devemos aprender a lidar com as coisas assim e isso é andar após o espírito. Você
percebe que o Espírito Santo coopera com isso, pois Ele veio como o Espírito do
Cristo glorificado. E o que é isso? Tudo o que não pode ser glorificado tem que ser
posto de lado por essa cruz, pois Deus tem glorificado o velho homem ainda, e o
Espírito não tem entrado para glorificar ou dispensar nosso velho homem, Ele
entrou para fazer com ele o que Cristo fez com ele na cruz, eliminá-lo.
Temos muito trabalho a fazer, não temos? Mas lembre, este é o caminho do
Espírito e enquanto isso possa parecer uma proposição apavorante do lado positivo,
amado, “Aquele que está em você é maior do que aquele que está no mundo”. O
Espírito Santo é mais poderoso do que nossa carne. O Espírito Santo é mais
poderoso do que o velho homem. Cristo, pelo Espírito Eterno reuniu todo o velho
homem de milhares de gerações e provou ser mais que o suficiente, triunfante
sobre todo o poder da humanidade caída; e o poder do Espírito, esse Espírito dO
glorificado é por nós. Para mim é tremendo que Deus tenha glorificado o homem,
uma coisa que Ele não poderia fazer com um homem de todos os milhões prolíficos
desde Adão até Cristo; Ele nunca poderia glorificar o homem até que Cristo viesse e
pusesse esse homem de lado para sempre, e todo o pecado associado com ele, e
Ele é o tipo e representativo da humanidade que Deus terá quando a redenção
tenha executado seu curso. Essa é nossa esperança, e Aquele está em nós pelo
Espírito Santo. Qual esperança? - “Cristo em vós a esperança da glória”.
Origem: "The Holy Spirit in Relation to The Glorified Christ and The Believer"
É maravilhoso que o primeiro homem a ser testemunha até a morte na era cristã
fosse a personificação de todas as grandes verdades espirituais do Cristianismo. É
como se o Senhor colocasse diretamente no inicio da dispensação uma
representação nesta terra dessas grandes realidades espirituais.
Satanás pensava que ele tinha triunfado absolutamente quando ele conseguiu
afastar o primeiro Adão do propósito de Deus, um Homem na glória, mas este fala
do absoluto triunfo do Senhor sobre o que Satanás pensava ser seu triunfo. Esta é
a resposta de Deus: Jesus como o Homem na glória!
Então, como Ele vai trazer muitos filhos à gloria? "Cristo em você, a esperança da
glória". De modo que ser cheio do Espírito se torna necessário para o próprio
propósito de Deus. Note o efeito neste exemplar! Um Homem na glória, o Espírito
enchendo, um instrumento espelhando esse Homem na glória. Eles olharam na sua
face, e era como a face de um anjo. Então: "Senhor, não lhes imputes este
pecado". Acaso não é o caráter do Homem na glória reproduzido? Acaso não é essa
a conformidade à imagem do Filho de Deus?
O curso espiritual da era é reunido nesta primeira testemunha. Ele viu o Homem na
glória; ele foi cheio com esse Homem na glória; ele era como esse Homem na
glória. E foi tudo produzido através do sofrimento, esvaziamento.
É algo quase comum para nós saber que a grande característica da dispensação na
qual vivemos é o recolher das nações os membros do Corpo de Cristo, e daí levar
eles para uma medida de maturidade tão completa quanto possível. Não é apenas a
salvação de almas, e não é apenas a coleta de crentes para um Corpo espiritual. É
posteriormente, eles chegando ao pleno crescimento, o qual representa o supremo
interesse e conta do Senhor nesta dispensação. Acho que fica perfeitamente claro,
sendo uma grande característica deste tempo; que a maturidade é o desejo do
Senhor para o Seu povo; pleno crescimento, plenitude. Certamente isto é
inequívoco quando você lê a Palavra do Senhor ao longo dessa linha. Que a
imaturidade está estendida é também, penso, inequívoco. Que o Senhor está
movendo-se no meio do Seu próprio povo para trazer a todos quantos vão
continuar com Ele para a plenitude, nessa plenitude, é também algo que penso é
patente. Muitas perguntas surgirão, mas pelo momento, devemos deixar elas de
lado.
As faculdades da vista, audição, tem de vir sob controle, e cada sentido da criança
tem de ser desenvolvido e trazido para um estado de perfeição tão alto quanto
possível. Seu entendimento, observação, e assim por diante. Portanto, o crente,
sendo nascido de cima, uma nova criação, é nascido com uma inteira série nova e
diferente de faculdades daquelas com as que viemos a este mundo por natureza, e
são essas faculdades espirituais e sentidos que têm de ser desenvolvidos para
deixar-nos amadurecidos, espiritualmente eficazes no Senhor.
Ele habita na eternidade, não no tempo. Ele pode permitir-se ignorar o mal-
entendido de pobres pessoas sabendo que Ele tem o fim em vista, e a eternidade
diante Dele, e que vale a pena usar um breve momento do tempo, mesmo se nesse
momento Ele fosse completamente mal-entendido, contanto que Ele alcance um fim
que é eterno e justifica Ele ao máximo. Que foi o que o Senhor disse ao Seu povo
dos tempos antigos uma e outra vez sob as mãos dos seus inimigos e Seus
inimigos? Àqueles contra quem Ele se levantou, contra quem Ele tomava uma
atitude que estava além da reconciliação; contudo Ele entregava o Seu povo nas
mãos deles, e por anos o Seu povo ficava sob a tirania dos próprios inimigos
jurados de Deus.
Olhando a isso de um ponto de vista você diria que isto é uma contradição, e
certamente estes inimigos do Senhor e todos os outros que odiavam o Senhor
olhando diriam, “você vê, o Senhor não podia fazer o que Ele queria com eles por
isso Ele lavou as Suas mãos para com eles – o Senhor foi incapaz de obter o Seu
próprio povo e portanto Ele abandonou eles”. Isso é o que Moisés trouce ao Senhor
numa ocasião. Ele, o Senhor, tomou esse risco. Ele deixou os pagãos rirem e
zombarem, e olharem e escarnecer Dele e dizer que Ele resultou ser um fracasso,
indigno de confiança, enquanto Ele deixava o Seu povo permanecer nas mãos dos
inimigos repetidamente. Jerusalém pisoteada e todos que passavam dizendo, este é
o resultado da confiança deles em Jeová. O Senhor repreendido pelo que Ele fez, e
contudo Ele considerou que valia a pena que tudo isso assim fosse a fim de obter
os Seus fins.
Os caminhos do Senhor são inescrutáveis e eles nunca devem ser julgados segundo
nossos padrões humanos; e o Senhor permite catástrofes para ultrapassar, mas
com um fim em vista, algo que quando venha, justificará Ele até o máximo, e você
verá que o que pensávamos era a fraqueza de Deus, provou ser a Sua força; o
colapso provou ser a Sua supremacia; a loucura de Deus provou ser a Sua
sabedoria, assim Ele será justificado no fim. Portanto, nesta questão do
crescimento pelo exercício você tem todo o principio envolvido. Este exercício não é
auto-análise introspectivo. Algumas pessoas pensam que quando eles voltam seus
olhos para dentro e ficam auto-conscientes, auto-analíticos, e estudam os seus
interiores muitíssimo, circulando em torno das suas almas, fazendo perguntas
sobre eles mesmos – isso é o exercício. Isso não é o exercício espiritual. Isso é o
que dizemos ser – é tudo auto-consciência, e toda auto-consciência leva à paralisia,
escravidão, debilidade e derrota.
Se você olhar para a palavra onde o exercício é referido, você achará que este
exercício é aquele que vem a nós em experiências que Deus produz. “Meu filho, não
desprezes a disciplina do Senhor, nenhuma correção pelo momento parece ser de
gozo, porém de tristeza, não obstante, depois produz um fruto pacífico de justiça
aos que têm sido exercitados por ela”. Pelo quê? Pela correção que Deus adota com
eles. Deus lida com você como com filhos se você sofrer correção. Como filhos Ele
leva você à maturidade. A maneira em que o Senhor trata com você; esse é o
exercício.
O Senhor pode tirar você de atividades e confinar para inatividade, e passar por um
tempo terrível e dizer que o Senhor abandonou você, tudo deu errado. Que é isso
realmente? Ora, são dores crescentes! Acaso não têm provado serem dores
crescentes? No final das contas não estava tudo errado, estava tudo bem. Você
veio a conhecer o Senhor quando antes a sua vida inteira estava ocupada com
coisas. Você foi confinado e você veio a conhecer o Senhor interiormente, e você
pode agora enfrentar a situação externa. Ele tem sido mal-entendido, porém Ele
estava agindo para a sua eficiência, exercitando-nos para a eficiência. Estas dores
crescentes são terríveis. Você não pode ajudar ninguém que está sofrendo de dores
crescentes, e você deve ficar de fora e ver eles passando por isso.
Assim, por numerosas e várias direções este crescimento acontece pelo exercício
doloroso produzido pela maneira em que o Senhor está lidando com você. Correção
(chastening)– uma pobre palavra inglesa. É educação de criança ou disciplina.
Tome a palavra disciplina; alguém que entra em associação com outro a fim de
aprender, e os discípulos foram escolhidos para que eles estivessem com Ele a fim
de aprender. Isso é disciplina, aprendizagem. Nós aprendemos por sofrimentos.
Mesmo o Senhor Jesus foi “amadurecido” neste sentido, completo, por sofrimentos.
Nós tomamos o mesmo caminho para o pleno crescimento. É educação de crianças,
disciplina, aprendendo pela experiência. Isso é correção. Fazendo-nos de crianças
para filhos, de infantes para homens amadurecidos. Sinto que queremos ter mais fé
nos tratos de Deus para conosco ao longo desta linha. É doloroso, às vezes
angústia. O que está fazendo o Senhor? Por que há tão pouco espaço entre uma
coisa e a outra? Parece que o Senhor está pressionando para nos levar rapidamente
ao pleno crescimento, para nos levar à posição onde aprendemos alguma coisa.
A atitude correta a tomar com respeito a cada prova que o Senhor permite vir
sobre nós, cada coisa fresca e difícil, é – o que é que o Senhor tem em vista para
nós atingir por esta experiência? Não é para nos destruir, mas para nos edificar.
Não para nos tirar, mas para nos aumentar. Não para nos restringir, mas para nos
ampliar. Lá no lugar profundo existe um tesouro do Senhor a ser descoberto.
Alguns de nós pode dizer “sim, nós descobrimos que é assim”. Temos entrado em
lugares profundos, achado plenitude lá e chegado a conhecer o Senhor. Consegue
ver a coisa que está em vista nesta passagem sobre exercício? “Discernir”; é
inteligencia espiritual que o Senhor tem em vista. Existe uma história espiritual
acontecendo para alguns que é a contrapartida disso, ilustrado nos dias do Senhor
na Sua carne. Os discípulos com o Senhor como o Cabeça deles são reunidos numa
pequena companhia para Ele mesmo. Em comunhão para aprender. Depois Ele lhes
deu, conferiu-lhes autoridade oficial, jurisdição, para sair e exercitar a Sua chefia
na criação. Para cumprir o Seu governo; para administrar o Seu governo no
mundo. Aí você tem, em resumo, o inteiro significado desta dispensação. A única
coisa real era que o Senhor era Cabeça, mas quanto a eles, tudo era meramente
oficial, não espiritual. Eles quebraram nesse ponto, mas parece que o Senhor
estabeleceu uma ilustração do que era para vir espiritualmente mais tarde – a
Igreja que é o Seu Corpo – e um treinamento espiritual pela disciplina, correção,
para conhecer Ele a fim de que por essa maturidade e inteligencia espiritual Ele
formasse para Si mesmo um instrumento administrativo pelo qual Ele governará o
universo nos séculos vindouros.
E amado, o crente não é uma maquina que vai ser apoderado pelo Senhor e
fabricado para fazer coisas. Pessoas parecem pensar que é o auge da humildade
dizer que você é uma peça no sistema. O que isso faz? Uma peça vai quando todos
os demais vão, e tem que fazer o que o resto faz. Você não é uma peça no sistema.
Somos indivíduos escolhidos para nos fazer individualmente o centro da Sua própria
inteligência espiritual, conhecer Ele por nós mesmos; não separados um do outro,
mas significa que conhecemos o Senhor, e se nós todos somos governados pelo
mesmo Espírito não trabalharemos em desacordo, trabalharemos juntos com uma
mente se o único Espírito é triunfante em todos nós. Mas Ele quer que os Seus
filhos sejam individualmente o centro do Seu próprio conhecimento espiritual,
inteligência espiritual, e então conduzir-nos juntamente no único Espírito, operando
a única obra, pensando a única coisa, Ele obterá para Si mesmo um instrumento
para governar as nações nos séculos vindouros: um instrumento inteligente que
tem chegado a conhecer o coração do Senhor pela experiência.
Todas estas três porções das Escrituras têm a ver com a questão alimentar. A
questão alimentar está muito em vista nessas porções da Palavra do Senhor, e
sinto que o Senhor tem algo a dizer sobre o alimento espiritual neste momento.
O Caminho da Plenitude
Não pode haver uma declaração mais fundamental do que esta, no entanto, tem
que ser feita para que não estejamos vivendo em um falso reino. Então temos o
milagre dos pães e dos peixes, a provisão feita para evidenciar o objetivo do
Senhor da plenitude, e a Palavra afirmou que eles foram levados a comer "e eles
comeram”. Agora, voltando para João 4 você tem a própria explicação do Senhor
do que significa comer para Ele. Quando os discípulos vieram com o pão que eles
tinham ido à cidade para comprar, porque eles estavam com fome, e suplicaram-
lhe, dizendo: "Mestre, come", ele renunciou o seu pão de lado e disse: "Uma
comida tenho para comer que vós não conheceis". Eles disseram: "Acaso alguém
deu-lhe de comer?" e, em seguida, explicou: "A minha comida e minha bebida é
fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”.
Pergunte a Davi sobre isso. Este jovem, este rapaz, foi enviado por seu pai do
campo ou aprisco com pão para os seus irmãos no exército, e para inquirir sobre o
seu bem-estar. Assim que ele chega ao exército aparece aquele monstro dos
exércitos dos filisteus, que dia após dia vinha desafiando as hostes de Israel
"Encontre-me um homem para vir e lutar comigo", e Israel não poderia encontrar
nenhum, eles não conseguiam encontrar um homem! As coisas estavam em um
mau caminho, um caminho muito ruim. Davi ouve o desafio, um jovem, um
adolescente, seus irmãos não compreenderam seus motivos, ninguém lhe dando
muito apoio, reconhecimento ou dando-lhe muito crédito: desprezado, mas
conhecendo o Senhor.
Quando ele é levado ao Rei Saul e se oferece para ir ao encontro daquele filisteu,
Saul olha para ele e diz: "quem és filho?" "De onde é que você veio?" Davi dá seu
testemunho. Um dia, enquanto ele estava cuidando daquelas poucas ovelhas, um
leão atacou e ele tomou o leão e o dilacerou como ele teria dilacerado uma criança.
Outro dia um urso atacou seu rebanho e ele tomou o urso e rasgou-o em pedaços.
Ouça: "O Senhor, que me livrou da boca do leão e das garras do urso me livrará
das mãos deste filisteu, este incircunciso filisteu”. Seu testemunho do seu
conhecimento do Senhor. E que posição de ascendência a comunhão secreta com
Deus o colocou, ascendência moral em um dia em que tudo o que representava
Deus estava em uma condição tão pobre ... não podiam encontrar um homem. Mas
Deus tinha um segredo em um homem desprezado entre os outros, que o conheceu
na experiência, aquele que provou Deus.
Bem, o segredo era que Ele estava com Deus e Deus estava com Ele, eles estavam
juntos, e nunca houve um momento de hesitação em sua vida no que diz respeito a
fazer a vontade de Deus. Então a vontade de Deus cobriria todas as etapas, cada
passo da Sua vida. Tudo começa no primeiro ponto onde tomamos o nosso lugar
como pecadores diante de Deus, reconhecendo que somos impotentes na questão
da nossa salvação, e desesperadamente necessitados de salvação e de um
Salvador, e pela fé, tomamos o Senhor Jesus como este Salvador para nossa
salvação. Esta é a primeira coisa na vontade de Deus, e é o primeiro passo para a
satisfação e plenitude, e quando você tomá-lo - todo mundo que tomou esse
caminho pode testemunhar o fato - há um maravilhoso senso de satisfação,
plenitude, após esse passo, a alegria começa.
Desse ponto em diante, portanto, todo o curso de nossa vida e experiência, o nosso
crescimento, aumento, plenitude, está ligado a passos de obediência à vontade de
Deus. Nós conhecemos muitos que naufragaram na fé, para destruir a sua própria
vida espiritual, vindo a parar em algum ponto da vontade conhecida de Deus, algo
que o Senhor lhes disse para fazer, algo sobre o qual o Senhor colocou o dedo
como fora de Sua vontade, algo que o Senhor lhes mostrou estar a parte de "toda a
justiça" a ser cumprida: alguns passos de obediência, de alguma forma, em algum
sentido, e eles pararam. Talvez eles tenham discutido o assunto com os outros,
talvez eles tenham acatado um conselho, e conselho dos homens, talvez eles
tenham tentado encontrar uma porta dos fundos para sair da situação. Mas não,
Deus não se move, e colocando reservas na obediência, a sua vida espiritual foi
presa naquele momento, eles começaram um curso de declínio, e temos visto
muitos ficarem espiritualmente aos pedaços apenas por alguma questão de
obediência absoluta à vontade conhecida de Deus. O Senhor Jesus disse: "A minha
comida (aquela pelo qual eu vivo, sobre a qual eu sou mantido e sustentado, que é
o segredo da minha força) não é o pão que perece, mas o fazer a vontade de meu
Pai, daquele que me enviou e terminar a Sua obra."
No entanto eu não sei por que sou levado a falar assim. Nós raramente sabemos
por que somos levados a falar como falamos, mas isso tem uma ênfase forte no
meu coração, dizer isso, e o Senhor pode estar tocando uma vida que conhece a
Sua vontade em um determinado assunto, e em conhece-la não houve a
consequente obediência, daí em diante, tudo foi suspenso, desculpas foram dadas.
Você sabe, eu não, e o Senhor sabe exatamente o significado dessas palavras
agora. A maneira de ir em frente em plenitude, crescendo Nele em todas as coisas,
a forma de um testemunho de satisfação absoluta em Cristo, o caminho para uma
posição forte em Deus, a maneira de ser útil ao Senhor, é apenas através da
obediência pronta e irrestrita a tudo o que tem sido conhecido como a Sua vontade.
As pessoas de espírito aberto e coração honesto, que estão prontos e que, sem
qualquer hesitação, reconhecem a vontade de Deus, a colocam em prática, são as
pessoas que vão em frente espiritualmente a largas passadas. Esta não é uma
questão de anos ou de tempo. O crescimento espiritual nunca foi uma questão de
tempo. Um jovem pode estar léguas à frente de um velho espiritual, sobre esta
base simples de fazer a vontade de Deus. Samuel estava muito à frente de Eli
espiritualmente, simplesmente porque seu coração estava aberto para o Senhor e
era obediente, enquanto Eli não era. Em suma, este é o caminho da plenitude, o
caminho da satisfação.
O Objeto da Plenitude
Dois peixes. Peixes como nós sabemos até agora nas Escrituras são símbolos do
que é universal. O mar é um tipo de universalidade, a profundidade do mar, a
largura do mar, a imensidão do mar, se você quer uma palavra que fala de
universalidade, bem, o mar abrange muito, ele cobre tanto. Oh! a plenitude do mar
e a extensão do mar. Saia no meio do Atlântico e você vai ter uma boa sensação do
que a universalidade é, e se você apenas soubesse o que existe no mar, você teria
uma sensação mais profunda ainda! Peixes falam da universalidade. Dois é o
número bíblico de testemunho ou testemunha. O que está aqui? O testemunho da
plenitude universal de Jesus Cristo dado aos homens. Esta é apenas uma figura
dirigida para as epístolas, adiante em Colossenses 1, a plenitude universal de
Cristo, para que Ele preencha tudo e que toda a plenitude esteja Nele. Duas formas
da plenitude de Cristo são reveladas nas epístolas, uma é que na intenção de Deus,
Ele preencherá todas as coisas, e na mesma intenção de Deus todas as coisas
sejam reunidas Nele. É a extensão do oceano e a inclusão do oceano em peixes, e
os depoimentos de dois para a plenitude universal, todo-abrangente e expansiva do
Senhor Jesus. Você está no caminho para ver o que é a satisfação quando você
conhece o Senhor Jesus. Essa é a sua fundação.
Doze cestos, cestos de mão. E há um rapaz aqui, e ele apresenta uma outra lei. Ele
está sem nome. Ele não é uma pessoa conhecida. Ele não está aqui na base do que
ele é em si mesmo, ou de sua capacidade, sua realização. Ele não está aqui em
nenhuma outra base além daquilo que ele tem.
Algo significativo nessa narrativa do evento é que eles não são chamados ‘os doze’
até eles descobrirem o que a comida é, e terem se alimentado dela. Se você
observar, verá que no final desta história eles são chamados ‘os doze’ pela primeira
vez. "Ele chamou para si os Seus discípulos", mas não diz os doze. No final ele
menciona "os doze". Eram doze, mas eram doze discípulos no início, quando eles
eram usados, mas quando eles aprenderam a lição que o Senhor estava tentando
ensinar, e quando eles próprios tinham comido o pão reconhecendo o que o pão
representava, em seguida, então eles foram chamados ‘os doze’. Isto é, amado,
que eles foram reconhecidos como instrumento administrativo do Senhor quando
eles mesmos tinham terreno experimental no qual ministrar; quando eles mesmos
haviam entrado na responsabilidade administrativa em razão de terem descoberto
os segredos espirituais do Senhor Jesus, e em tipo, tinham se alimentado Dele.
Isso não é sutil, é bem direto ao ponto. Você vê que João 6 abre com a história da
alimentação dos cinco mil, mas quase que imediatamente passa para o "Eu sou o
pão da vida", e isto estava circulando em volta da festa da Páscoa, de modo que o
que o Senhor Jesus tem em mente é que tudo isso é Ele mesmo, o Pão da Vida.
O Que é Ministério
Agora Ele vai dar uma grande lição experimental do que significa ter Cristo como
sua vida, como sua vida em um deserto, em um lugar onde não há pão, em um dia
de fome. Então Ele disse a Filipe "Onde vamos comprar pão? Mas dizia isto para o
provar, pois Ele bem sabia o que ia fazer". Por que Ele disse isso a Filipe? Por duas
razões. Filipe era um dos dois homens que representavam um ministério de uma
forma especial. Filipe e André estão sempre à volta fazendo coisas: sempre - por
assim dizer - homens ativos em matéria de serviço, e, então, de uma maneira
especial representam o serviço. Essa é uma razão. A verdade do ministério está em
vista, e o ministério é, como já dissemos, a transmissão de Cristo do nosso próprio
conhecimento, nossos corações, nossas próprias vidas: ministério não e transmitir
a verdade, pregar algo da Bíblia; ministério é a transmissão do Senhor Jesus no
Espírito Santo. Outra razão pela qual Ele disse isso para Filipe foi porque Ele sabia
Filipe não estava vendo quem ele era. Depois, mais tarde neste mesmo Evangelho,
Filipe lhe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta." Jesus disse-lhe:
"Estou há tanto tempo convosco e ainda não tens me conhecido, Filipe?" O que isso
quer dizer na prática? "Felipe, você tem tido seus olhos em mim durante todos
esses meses, nos últimos três anos ou mais, e os seus olhos estiveram em mim,
mas você não me vê. Você tem visto o que eu tenho feito, tem ouvido o que eu
tenho dito, tem estado ao Meu redor todo o tempo, mas ainda não Me viu, Filipe?".
E assim Ele se volta para Filipe, a fim de acrescentar mais uma coisa para a sua
formação, e a formação desses discípulos.
Então, tudo está ligado com a descoberta de quem e do que o Senhor Jesus é. Essa
é a formação para o ministério; o melhor tipo de formação; descobrir tudo o que o
Senhor Jesus é para o coração e para a vida; e você só pode ministrar na medida
que você O conhece, e nada mais. Ministério está em vista, mas tem que ser sobre
a base da nossa apreensão experimental, pessoal e interior do Senhor Jesus. E
assim, eles não são chamados ‘os doze’ - que é o vaso administrativo responsável -
até que de uma forma prática eles tenham vindo a conhecer quem Ele é, e você
pode imaginar que seus olhos estavam sendo bem abertos a medida que eles viram
cinco pequenos pães e dois pequenos peixes crescendo, e crescendo, e você pode
imaginar, no final, quando deram a volta com suas cestas - só havia uma
conclusão, esse não é um homem comum, este é o Filho de Deus. Assim, eles
foram levados a conhecê-lo, a fim de serem constituídos instrumentos de Deus
responsáveis em um dia de fome espiritual.
Nós não temos muito mais para onde ir. A questão do alimento é muito aguda hoje.
Não importa onde você vá no mundo hoje, você vai encontrar pessoas falando de
um estado abundante de inanição espiritual. Há muita fome e muita necessidade e
sabemos muito bem quão real essa fome é. As pessoas se deslocam muitos
quilômetros só para conseguir um pouco de comida espiritual de verdade. Nós
poderíamos contar muitas histórias maravilhosas sobre esse assunto. Pessoas que
caminham 20 quilômetros para chegar de uma reunião onde há alimento espiritual.
Talvez você não seja tão agudamente vivo para isso se você está constantemente
recebendo boa comida, mas se você sair você vai descobrir que é assim. Existe a
necessidade, há este estado, existe a fome.
Por outro lado, há a paixão do Senhor e desejo do Senhor de que esse estado não
continue. Mas, então, o Senhor vai encarar isso de uma forma soberana
independente, porque Ele se comprometeu em operar através de um instrumento
administrativo, a Sua Igreja. Mas, para que tudo seja algo mais do que uma coisa
meramente financeira, eclesiástica, formal, a fim de que haja vida em seu
ministério, isto deve acontecer experimentalmente onde verdadeira e
profundamente se conhece, se apreende e se aprecia Cristo, e por quem encontrou
sua própria vida Nele, e Ele como sendo sua vida, sem O qual não há vida. Essa é a
base do ministério. Assim o Senhor iria tornar tudo muito prático nesse sentido e
muito experimental, e nos levar essas experiências que nos levam a terra das
nossas profundezas. "Filipe, onde vamos comprar pão suficiente para alimentar
esta multidão?" Ele lançou Filipe fora de sua profundidade. Ele sabia o que ia fazer.
Ele estava provando Filipe. "Duzentos denários de pão...." Imediatamente Filipe
começa a falar dentro do compasso do que é natural, e o Senhor está tentando
tirá-lo desse nível por completo para um lugar de apropriação pela fé do que Cristo
é.
Amado, é exatamente isso o que o Senhor está tentando fazer conosco o tempo
todo, nos trazendo para fora de nossa profundidade, nos trazendo proposições que
estão absolutamente além de nós, e quebra os nossos corações em situações nas
quais estamos tão conscientes de nossa insuficiência absoluta. Eu acredito,
amados, que uma das leis de Deus de aumento, aumento na utilidade, serviço,
ministério, é levar-nos de maneira recorrente, uma e outra vez, a uma nova
posição onde nossos corações quase rompem com a consciência da necessidade,
com a situação como ela é, e nos desesperamos novamente por nunca sermos
capazes de fazer qualquer coisa que atenda adequadamente esta necessidade, e
parece que chegamos a um novo fim de nossas possibilidades e de nossos recursos.
O Senhor nos leva até lá e, em seguida, aquele desgosto, aquele peso tornou-se
uma necessidade de Deus para nos ampliar com Ele mesmo.
Mas oh! antes de terminar, gostaria trazer isso de novo. Que um instrumento
administrativo para assumir a responsabilidade pela necessidade, e pelo desejo do
Senhor, deve ter colocado sobre si um fardo que é demasiado grande para si
mesmo, para que possa descobri-Lo e o quão grande Ele é. E a pergunta que deve
vir a nós, como povo de Deus é esta, estão os nossos corações oprimidos e
rompidos com a necessidade como nós a conhecemos, como a vemos, e nossa
própria insuficiência absoluta para atendê-la? Se assim for, essa é a maneira do
Senhor de nos levar a um conhecimento Dele mesmo que vai de encontro exato a
esta necessidade. Nós temos que ser batizados na paixão de Seu coração, e a única
maneira é por ver uma necessidade, que vem direto a nós, e ao mesmo tempo com
uma consciência de que não podemos fazer nada em nós mesmos para atendê-la.
O Senhor tem que fazê-lo, então nos voltamos para o Senhor para atender a essa
necessidade. Essa é a lei do ministério espiritual e eficaz.
Jamais oraremos corretamente pelo o povo do Senhor até que sua necessidade se
torne uma dor aguda em nossos próprios corações. Tem que ser assim.
Percebemos que o Senhor edifica Sua Casa com o fruto dos nossos
conflitos, nossas batalhas. Foi assim que aconteceu com o templo,
conforme vemos na história de Davi e Salomão. Ao final de sua
edificação, o templo foi um monumento à vitória universal,
declarando triunfo à sua direita e à sua esquerda. A prata, o ouro
e todas as coisas preciosas que o constituíram foram conquistadas
em batalhas e moldadas na Casa de Deus. Essa ilustração do Velho
Testamento ainda é uma verdade na realidade do Novo
Testamento. O Filho de Davi, maior que Salomão, Aquele que aqui
está, edifica a Casa com os despojos de Sua própria guerra e da
guerra dos Seus santos.
O Prédio Duplo
"Então, quando Deus deseja trazer mais poder à nossa vida, Ele
traz mais pressão. Ele gera força espiritual, por meio de forte
fricção. Alguns não gostam disso, e tentam fugir das pressões, ao
invés de obter o poder e usá-lo para se elevar acima das causas
de seu sofrimento."
"Assim Deus guia nossas vidas. Não é suficiente ter apenas uma
força impelindo – nós necessitamos também de uma força
repelindo. Assim Ele nos mantém firmes pelas experiências
penosas da vida, por meio da pressão da tentação e prova, pelas
coisas que parecem estar contra nós, mas que na verdade estão
nos conduzindo mais longe em nosso caminho e estabelecendo
nossa jornada."
Essa é apenas uma outra forma de expor a idéia. Luz e poder vêm
do conflito. Assim o Senhor edifica Sua casa, com os despojos da
batalha. Ele concede permissão aos inimigos - internos e externos
- para que permaneçam, com o objetivo da nossa superação, para
que Ele possa obter a beleza e a glória para Sua casa.
O Senhor aponta para a Sua palavra e nos mostra que, quando Ele
concede a visão, a revelação, o chamado, e quando nós
respondemos positivamente a esse chamado, então os revezes,
dificuldades e oposições acontecem. Sim, isso não é uma
contradição com a revelação de Deus ou com o Seu chamado, mas
é intencional, com o objetivo de nos conduzir para dentro de algo
maior, que é mais profundo do que uma realidade emocional em
relação àquela verdade e serviço. Essas coisas devem nos levar a
um lugar de força, onde Ele pode contar conosco. Diz o Senhor
Jesus: “Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela” [Mt 16:18]. Isso ocorre por causa da sua
qualidade moral, por causa disso ela está estabelecida para
sempre.
Nosso objetivo específico nesta hora é a natureza do que Cristo efetua e traz à
existência na Sua ressurreição; e consideraremos isto em duas maneiras.
Primeiramente, o que chamamos de contemplativo ou objetivo, e em segundo
lugar, o introspectivo ou subjetivo. Isto é, por um lado olharemos para a sua
natureza como está apresentada para nós, e então pelo outro lado olharemos nela
e veremos sua mais profunda natureza e conteúdo.
Para começar, então, com a contemplação de “Minha Igreja”. Temos lido uma
passagem que define para nós o que Pedro – a quem a declaração foi
especificamente feita – entendeu significar: “...sobre esta pedra edificarei minha
igreja”; ele não o entendeu naquela hora. Isso é bem evidente pelo que ele disse
uns minutos mais tarde, mas ele veio a entender o que O Senhor tinha dito a ele, e
nos dá o que ele entendeu ser o significado dessa frase: “Eu edificarei minha
igreja”, ou: “...sobre esta pedra edificarei minha igreja”. Ouça novamente sua
própria definição e explicação dessas palavras: “E, chegando-vos para ele” (ou
seja, é claro, o Senhor Jesus) “pedra viva...” qual era a pedra viva? “E, chegando-
vos para ele, reprovada, na verdade, pelos homens...” Olhe novamente em Mateus
16 e você achará imediatamente depois de que o Senhor Jesus disse essas palavras
a Pedro: “Desde então começou Jesus a mostrar a seus discípulos que convinha ir a
Jerusalém, e padecer muitas coisas...” e ser morto...” “E, chegando-vos para ele,
pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e
preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual...”
“Edificarei minha igreja”. “...edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para
oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também
na Escritura se contém: eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita
e preciosa; e quem nela crer não será confundido”. Aí você tem o que Pedro
entendeu ser o significado das palavras do Senhor em Mateus 16:16-18.
Quando tornamos para a carta aos Efésios temos o que o Apóstolo Paulo chegou
pelo Espírito Santo a entender ser o significado de tais palavras. Deixaremos isso
por enquanto, voltaremos a isso mais tarde, tendo em mente enquanto avançamos,
que o que está diante de nós é a natureza, não só o objetivo, mas a natureza
daquilo que Cristo traz à existência na Sua ressurreição.
Cristo é o Construtor
Agora, isso nos leva até outras três coisas. A cruz e a ressurreição significam,
primeiramente, que a cruz efetua algo. Observe-o dessa maneira e você verá o que
quero dizer. Aqui está o Senhor Jesus posicionado com tudo isso em vista, e
contudo com um objetivo que é o objetivo para o qual Ele veio, o objetivo que tem
estado no coração do Pai, o pensamento e intenção do Pai desde a eternidade; o
objetivo que é o objetivo dominante de Seu próprio Ser: “Minha Igreja”; “Eu
edificarei”, e contudo antes de que Ele possa edificar essa Igreja deve haver esta
coisa, esta morte, esta cruz, e esta ressurreição. Não é apenas algum incidente em
Sua vida, não é apenas algo que veio na ordem e progresso, e programa das
coisas; é algo que é básico para esse objetivo, sem o qual esse objetivo não pode
existir, porque esta cruz e esta ressurreição é para ser a cena e a ocasião da
realização de algo, Igreja que à parte dessa realização não pode existir. De forma
que a cruz e a ressurreição do Senhor Jesus efetuaram algo. São parte de um
esquema; uma definitiva ordem arranjada de coisas as quais tomam um lugar
muito vital e importante.
Tenho que lembrar a você de que estamos trabalhando para ver a natureza da
coisa que resulta de Sua ressurreição, e portanto é importante ver que esse
caráter, essa natureza é resultante de Sua morte e ressurreição: que a morte e
ressurreição, a cruz do Senhor Jesus, dá o caráter à Igreja. E é por isso que
cumprem um propósito e são parte do desenho inteiro, porque a Igreja não pode
existir sem elas. Você vê o Senhor Jesus, embora Ele tinha se fixado sobre esse
objetivo, nunca o poderia ter realizado saltando por cima desde Cesareia de Filipe
para a ressurreição; ou seja, deixando a cruz fora. Era essencial para Seu fim,
porque tinha que produzir certas características que constituiriam a Igreja.
Veremos essas coisas mais tarde.
Propósito Eterno
E, amados amigos, há, penso, muito espaço em muitos dos filhos de Deus, para
esse espírito, esse senso, essa dominante consciência de propósito, para que eles
sejam absorvidos, prendidos, dominados por uma coisa, o fim que Cristo tem em
vista, e ser queimados com Seu objetivo, o qual deixa espaço para muito da
dispersão, fraqueza destrutiva, obra paralisante do Diabo. Não há maior defesa
contra o Diabo do que todo seu ser estar dominado por um objetivo. Nós deixamos
muito espaço para ele entrar ao sermos como Davi, na sua cama, quando o tempo
voltou para os reis saírem para a batalha. O Diabo fez estragos com Davi aquela
noite, Davi foi enfraquecido até o fim dos seus dias, e nunca se recuperou, porque
naquele momento ele não se ocupou com seu real assunto da vida. O Senhor nos
terá em união com Ele neste senso, de que temos esta característica marcando
claramente nossas vidas: “Mas uma coisa faço”; um senso de propósito Divino nos
devorando; o zelo pela Sua Casa. “Eu edificarei Minha Igreja” é uma declaração que
carrega consigo o espírito Daquele que tem um todo-inclusivo e governante objeto
em vista, e quando você chega ao seu Novo Testamento mais à frente, você
descobre que essa é a coisa que marca apóstolos e crentes.
Leia as cartas aos Tessalonicenses de novo e você verá que esse é o espírito dos
crentes lá em geral. E leia as cartas dos Apóstolos mesmos do ponto de vista dos
Apóstolos, e você descobre que seus corações são devorados com este único
objeto. Ouça Paulo: “... para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus
Cristo”. Isso é algo que tinha atraído todo seu ser. Oh, que estejamos cem por
cento no propósito Divino, nos derramando para ele sem nenhuma reserva. Isso é
união com o Senhor Ressuscitado. Isso é para ser a natureza daquilo que surge em
Sua ressurreição. É algo governado pelo único objetivo – propósito e ação, “Eu
edificarei Minha Igreja”. Devemos lembrar que o Senhor Jesus, do dia da Sua
ressurreição até agora está em ação. Há um senso no qual Ele se assentou. Esse
senso é que Ele tem realizado toda a obra necessária para assegurar a consumação
da obra realizada. Ele está agora a trabalhar pelo Espírito Santo na operação da
obra realizada. Ele ainda está trabalhando. “Vivendo sempre para interceder por
eles...” é uma imagem Dele em ação. “Eu edificarei...” Ele está edificando, Ele está
em ação, e Ele terá todos os que estão em união com Ele, não apenas
caracterizados por um senso de propósito, mas definitivamente em ação sob esse
senso. É possível ter um senso de propósito, e jazer no amanhã que nunca chega.
Quando estivermos um pouco mais qualificados, quando certas coisas tomarem
certas formas, ou aconteçam – existe sempre esse “fogo-fátuo” futuro ao qual
nunca chegamos, mas que faremos o que nos propomos fazer; porém não o
estamos fazendo.
O Senhor Jesus não só tem um objetivo, mas Ele está ativamente envolvido no Seu
objetivo, e nós somos a prova disso. União com Ele significa que estamos em ação,
definitivamente esticados na ação sob um propósito dominante desde a eternidade;
pois o elemento eterno surge com o Senhor Ressuscitado. Elementos temporais
tem passado na Sua morte. “Eu edificarei Minha Igreja...” Então, temos que estar
governados por um senso de propósito neste regime do Espírito Santo ativo. É
claro, a natureza da Igreja que Ele edificará tem sido vista nas palavras de Pedro:
“Uma casa espiritual”. É algo espiritual.
A Igreja é de Cristo
“... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Essa frase é explicada no
Velho Testamento como significando “a casa da morte”. “A casa da morte não
prevalecerá contra ela”. Em Atos 2 você tem uma explicação disso: “Pois não
deixarás a minha alma em Hades, nem permitirás que o teu Santo veja a
corrupção”, a primeira declaração. A segunda, “ao qual Deus ressuscitou, soltas as
ânsias da morte, pois não era possível que fosse detido por ela”. “Detido”, no
controle, a superioridade, o domínio da morte; a casa da morte. As palavras: “não
prevalecerão” mais literalmente são: “Não terão poder sobre o controle”. “A casa da
morte não terá poder de controle”. Isso foi relacionado ao Senhor Jesus, e isso se
relaciona a todos em essa união com Ele como parte de Sua Igreja. Ele foi até a
casa da morte; a casa da morte cercou Ele. Devemos lembrar que a morte é
sempre algo de positivo antagonismo. Existe muito do romancear e
sentimentalismo sobre a afabilidade da morte. A morte é sempre uma Inimiga na
Palavra de Deu e sempre está em positiva oposição às intenções de Deus, aos
propósitos de Deus. É o oposto, e isso é ativamente assim, do que Deus
eternamente pretendeu, e no final a morte como a última Inimiga será destruída.
Você e eu, amado, temos de ter muito cuidado de nós nunca ficarmos tão
interessados na doutrina e verdade cristã que se torna a coisa que nos ocupa
preeminentemente. Do que você e eu temos que nos ocupar mais do que com
qualquer outra coisa é com viver uma vida que é triunfante sobre a morte. Isso é
muito mais difícil do que estudar doutrina cristã; é a batalha dos séculos. A
natureza daquilo que surge com o Senhor Ressuscitado é que é uma expressão viva
do fato de que Nele plenamente, e Nele inicialmente e progressivamente, as portas
do Hades, a casa da morte não prevaleceram e não podem prevalecer. Somos
chamados para isso. O Senhor nos conduza na natureza do que Ele chama “Minha
Igreja”.