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EMEF VEREADOR MARTIM ARANHA

Atividades Remotas da Disciplina de Filosofia

Professor(a): Diogo Lindner Turma: C 31, C 32

PERIODO: 01/09 até 30/09/21 Carga Horária: 4 horas/aula


ALUNO (A): .........................................................................................................TURMA: ...............

TEORIAS SOBRE A FORMAÇÃO DO ESTADO


Numerosas e variadas teorias tentam explicar a origem do Estado e todas elas se contradizem
nas suas premissas e nas suas conclusões.
O problema é dos mais difíceis, já que a ciência não dispõe de elementos seguros para
reconstituir a história e os meios de vida das primeiras associações humanas. Basta ter em vista
que o homem apareceu na face da terra há cem mil anos, pelo menos, enquanto os mais antigos
elementos históricos de que dispomos remontam apenas a seis mil anos.
Assim é que todas as teorias são baseadas em meras hipóteses. A verdade permanece em volta
nas brumas da era pré-histórica. Poucos são os informes que temos, por exemplo, da formação
do Estado egípcio que é um dos mais antigos. Nem mesmo o bramanismo nos esclarece com
dados objetivos o início do Estado hindu.
Com esta nota preliminar fica a advertência de que as teorias sobre a origem do Estado, que
resumimos, são resultantes de raciocínios hipotéticos.

TEORIA DA ORIGEM FAMILIAR


Esta teoria, que de todas é a mais antiga, apoia-se na origem da humanidade a partir de um casal
originário. Portanto, é de fundo religioso.
Ela possui duas correntes principais: a) Teoria Patriarcal; e, b) Teoria Matriarcal.
TEORIA PATRIARCAL – Essa teoria afirma que o Estado deriva de um núcleo familiar, cuja
autoridade suprema pertenceria ao ascendente varão mais velho (patriarca). O Estado seria,
assim, uma ampliação da família patriarcal. Grécia e Roma tiveram essa origem, segundo a
tradição. O Estado de Israel (exemplo típico) originou-se da família de Jacob, conforme relato
bíblico.
Conta esta teoria com tríplice autoridade da Bíblia, de Aristóteles e do Direito Romano.
Seus divulgadores foram Sumner Maine, Westermack e Starke. Na Inglaterra um grande defensor
foi Robert Filmer, que defendeu o absolutismo de Carlo I perante o parlamento.
Os defensores da teoria patriarcal encontram na organização do Estado os elementos básicos da
família antiga: unidade do poder, direito de primogenitura, inalienabilidade do domínio
territorial, etc. Seus argumentos, porém, se ajustam às monarquias, especialmente às antigas
monarquias centralizadas, nas quais o monarca representava, efetivamente, a autoridade do
pater famílias (o pai, ou chefe de família, segundo os romanos).
Praticamente todos concordam hoje, em sociologia, que os primeiros grupos humanos tiveram
origem em famílias. Entretanto, se esta teoria explica de maneira aceitável a origem da
sociedade, certo é que ela não consegue explicar de maneira aceitável a origem do Estado
como organização política.
Mesmo que uma grande família possa originar um Estado, normalmente, o Estado se forma pela
reunião de várias famílias. Os primitivos Estados gregos foram grupos de clans. Estes grupos
formavam as gens; um grupo de gens formava a frataria; um grupo de fratias formava a tribu; e
esta se constituía em Estado-Cidade (polis). O Estado-Cidade evoluiu para o Estado nacional ou
plurinacional.
TEORIA MATRIARCAL – Dentre as diversas correntes teóricas da origem familiar do estado e
em oposição formal ao patriarcalismo, destaca-se a teoria matriarcal ou matriarcalística. Bachofen
foi o principal defensor desta teoria, seguido por Morgan, Grose, Kholer e Durkheim.
A primeira organização familiar teria sido baseada na autoridade da mãe. De uma primitiva
convivência em estado de completa promiscuidade, teria surgido a família matrilínea,
naturalmente, por razões de natureza filosófica, já que era sempre se podia saber quem era de
qual família, sabendo-se quem era a sua mãe. Assim, como era geralmente incerta a paternidade,
teria sido a mãe a dirigente e autoridade suprema das primitivas famílias, de maneira que o
clan matronímico seria o fundamento do Estado, por ser a mais antiga forma de organização
familiar.
O matriarcado precedeu realmente o patriarcado, na evolução social. Entretanto, é a família
patriarcal a que exerceu crescente influência, em todas as fases da evolução histórica dos povos.

TEORIA DA ORIGEM PATRIMONIAL


Essa teoria tem suas raízes, segundo alguns autores da filosofia de Platão, que admitiu, no Livro
II de sua República, originar-se o Estado da união das profissões econômicas. Também Cícero
explica o Estado como uma organização destinada a proteger a propriedade e regulamentar as
relações de ordem patrimonial.
Como resultado dessa teoria pode-se, de certo modo, afirmar que o direito de propriedade é um
direito natural, anterior ao Estado.
Haller, que foi o principal defensor da teoria patrimonial, afirmava que a posse da terra gerou o
poder público e deu origem à organização estatal.
Modernamente esta teoria foi acolhida pelo socialismo, doutrina política que considera o fator
econômico como determinante dos fenômenos sociais.

TEORIA DA FORÇA
Também chamada “da origem violenta do Estado”, afirma que a organização política resultou do
poder de dominação dos mais fortes sobre os mais fracos.
Gumplowicz e Oppenheimer desenvolveram amplos estudos a respeito das primitivas
organizações sociais, concluindo que foram elas resultantes das lutas travadas entre os
indivíduos, sendo o poder público uma instituição que surgiu com a finalidade de regulamentar a
dominação dos vencedores e a submissão dos vencidos. Franz Oppenheimer, médico,
filósofo e professor de ciência política em Frankfurt, escreveu textualmente: “o Estado é
inteiramente, quanto `a sua origem, e quase inteiramente quanto à sua natureza, durante os
primeiros tempos de sua existência, uma organização social imposta por um grupo vencedor a
um grupo vencido, destinada a manter esse domínio internamente e proteger-se contra ataques
exteriores”.
Thomas Hobbes, discípulo de Bacon, foi o principal sistematizador desta doutrina, no começo
dos tempos modernos. Este autor afirma que os homens, no estado de natureza, eram inimigos
uns dos outros e viviam em guerra permanente. E como toda guerra termina com a vitória dos
mais fortes, o Estado surgiu como resultado dessa vitória, sendo uma organização do grupo
dominante para manter o domínio sobre os vencidos.
Segundo um entendimento mais racional, porém, a força que dá origem ao Estado não poderia
ser a força bruta, por si só, sem outra finalidade que não fosse a dominação, mas sim, a força
que promove a unidade, estabelece o direito e realiza a justiça.

ATIVIDADES
1) Segundo a teoria patriarcal e a teoria matriarcal, qual foi a origem do Estado?
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2) Segundo a toeira patrimonial para a origem do Estado, o que foi que originou a organização
estatal?
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