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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

RESUMO 2ª UNIDADE DE
EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS

Salvador, BA
2021
Sumário

1. Tanques 3
1.1. Tipos de Tanques 3
1.2. Tipos de tetos 4
1.3. Forma geométrica 5
1.4. Segurança Operacional 7
1.4.1. Películas protetoras 7
1.4.2. Construção 7
1.4.3. Ensaios não destrutivos 7
1.4.4. Bacias de contenção 10
1.5. Mais Informações 10

2. Vasos de Pressão 11
2.1. Tipos de vasos de pressão I - Finalidade 11
2.2. Tipos de vasos de pressão II - Forma 12
2.3. Classificação 13
2.3.1. Classes de fluidos 13
2.3.2. Potencial de risco 14
2.3.3. Categorias de vasos de pressão 15
2.4. Aplicações de vasos de pressão 15
2.5. Materiais de fabricação 16
2.6. Controle de riscos 16

3. Caldeiras 17
3.1. Definição 17
3.2. Aplicações 17
3.3. Componentes 17
3.4. Tipos 18
3.5. Classificação Geral 20
3.6. Manutenção 20

4. Fornos 21
4.1. Tipos de fornos 21

Bibliografia 24
1. Tanques: equipamentos industriais que servem de recipientes geralmente para fluidos
de qualquer natureza.
1.1. Tipos de Tanques:
● Tanque de armazenamento:
Utilizados para estoque de INSUMOS e produtos derivados à pressão atmosférica.

INSUMOS: Cada um dos materiais fundamentais para o


desenvolvimento ou para a produção de algo (matéria-prima).

● Tanque de resíduos:
Onde se armazena produtos gerados no processo que aguardam o reprocessamento ou
o descarte apropriado.
● Tanque de misturas:
Empregados na obtenção de misturas de produtos, e aditivos.

1.2. Tipos de teto:


● Teto fixo
○ Teto fixo localizado na parte superior.
○ A estrutura de sustentação do teto varia em função das dimensões do
tanque.
○ O tipo mais utilizado em refinarias é o de teto cônico;
○ Isto acontece para permitir o escoamento da água da chuva, ou outros
materiais que podem se acumular no topo do tanque.

Esse tipo de teto é utilizado em


refinarias de petróleo para seus
derivados mais pesados (asfalto,
parafina, óleo combustível,
Diesel) e para produtos
químicos (amônia, soda
cáustica, etc.).
● Teto Flutuante
○ O teto flutua sobre a superfície do líquido, acompanhando a sua
movimentação.
○ Na indústria de petróleo, são utilizados tetos flutuantes para
armazenamento de produtos com frações leves (petróleo, naftas,
gasolinas).

1.3. Forma Geométrica:


● Cilindro horizontal
○ Tanques de menor porte.
○ Usados como tanques subterrâneos.
● Cilindro vertical
○ Mais encontrado na Indústria.
○ Vários volumes.
○ Tanques mais baratos.

● Esférico
○ Armazena gases e líquidos em alta pressão.
○ Contém válvula de segurança.
1.4. Segurança Operacional
1.4.1. Películas protetoras:
Servem para a proteção contra corrosão atmosférica, utiliza-se vários materiais como o
zarcão, que é um fundo sintético anticorrosivo utilizado na primeira demão de metais
ferrosos e na repintura de partes afetadas com ferrugem.
1.4.2. Construção:
O tanque é construído em um canteiro de obras próprio.

1.4.3. Ensaios não destrutivos:


Com o intuito de assegurar a máxima segurança operacional quando for colocado em
uso, são feitos testes rigorosos.
● Líquido Penetrante:
Ensaio feito usando um líquido não destrutivo que ao escorrer detecta
descontinuidades abertas nas superfícies. É aplicado em materiais não magnéticos e
que não sejam porosos.
● Gamagrafia:
Ensaio usando ondas eletromagnéticas de baixa frequência que são emitidas ao
usarmos isótopos com núcleo em desequilíbrio. Onde naturalmente esses isótopos
buscam se equilibrar e quando se equilibram emitem ondas eletromagnéticas de baixa
frequência que detectam uma variação de densidade ou diferença em espessura em
uma região.

● Radiografia:
Esse ensaio usa ondas eletromagnéticas de alta frequência que são emitidas quando
aceleramos feixes de elétrons e esses feixes batem em um metal. Essas ondas são o
que detecta uma variação de densidade ou diferença em espessura em uma região.
● Ultrassom:
Ensaio feito usando um aparelho eletrônico que espalha ondas sonoras com frequência
acima de 20 kHz. O aparelho analisa os reflexos dessas ondas, indicando a existência
de descontinuidades.

● Partículas Magnéticas:
Esse ensaio consiste em submeter a peça a um campo magnético. As descontinuidades
existentes irão causar um campo de fuga do fluxo magnético. Então é colocado
partículas ferromagnéticas, e com isso ocorre a aglomeração das partículas no campo
de fuga e podemos ver o formato e a extensão da descontinuidade.
● Bacias de contenção:
Usadas principalmente na indústria de petróleo, as bacias de contenção são feitas para
que possam conter eventuais derrames em caso de sinistros. As bacias devem ser
impermeabilizadas, para não permitir a contaminação do solo e de possíveis lençóis
freáticos existentes na região.

1.5. Mais Informações:


➢ Tanques de armazenamento
● Estão sujeitos à pressão aproximadamente a atmosférica;
● A construção é feita pela norma "API 650"(Welder Tanks for oil
storage, ou tanques para armazenamento de petróleo);
● Utiliza-se também, no Brasil, a norma ABNT NBR 7821:1983
(Tanques soldados para armazenamento de petróleo e derivados);
● O material mais empregado na fabricação dos tanques é o aço carbono,
sendo raro o emprego de outros materiais, a não ser em tanques de
pequeno porte, utilizando-se alumínio ou aço inox.
2. Vasos de pressão: reservatórios destinados ao armazenamento e processamento de
fluidos pressurizados ou sujeitos à vácuo (total ou parcial).

2.1. Tipos de vasos de pressão I - Finalidade


● Vasos sujeitos a chama: caldeiras e fornos.

● Vasos não sujeitos a chama: esferas de armazenamento, câmaras de


descompressão, reatores, entre outros.
2.2. Tipos de vasos de pressão II - Forma
● Cilíndrico

● Cônico

● Esferoidal
2.3. Classificação
2.3.1. Classes de fluidos:
● Classe A
○ Fluidos inflamáveis;
○ Fluidos combustíveis com temperatura maior ou igual a 200 °C;
○ Fluidos tóxicos com limite tolerância menor ou igual a 20 ppm;
○ Hidrogênio;
○ Acetileno.

● Classe B
○ Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200 °C;
○ Fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm.
● Classe C
○ Vapor de água, gases asfixiantes ou ar comprimido.

● Classe D
○ Fluido que não enquadra-se nas outras classes.

2.3.2. Potencial de risco:


Em relação ao potencial de risco classificam-se os vasos de pressão em função do
produto P.V, onde P é a pressão máxima em MPa, e V o seu volume em m³.
● Grupo 1 - P.V ≥ 100
● Grupo 2 - P.V < 100 e P.V ≥ 30
● Grupo 3 - P.V < 30 e P.V ≥ 2,5
● Grupo 4 - P.V < 2,5 e P.V ≥ 1
● Grupo 5 - P.V < 1
2.3.3. Categorias de vasos de pressão:
Classificação de acordo com os grupos de potencial de risco e a classe de fluido.

Grupo potencial de risco


Classe de
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Fluído
Categorias

Classe A I I II III III

Classe B I II III IV IV

Classe C I II III IV V

Classe D II III IV V V

● Os vasos de pressão que operam sob a condição de vácuo devem se enquadrar


nas seguintes categorias:
○ Categoria I - Para fluidos inflamáveis/combustíveis;
○ Categoria V - Para outros fluidos.

2.4. Aplicações de vasos de pressão:


● Armazenamento final e intermediário;
● Amortecimento de pulsação;
● Troca de calor;
● Contenção de reação;
● Filtração;
● Destilação;
● Separação de fluidos;
● Criogenia;
2.5. Materiais de fabricação: para trabalhar com os diversos processos é
necessário utilizar metais que evitem a corrosão do vaso, como esses:

Metal Meio corrosivo

● Cloretos (Cl)
Aço inox austenítico ● Cáusticos concentrados
● Sulfeto de Hidrogênio (H2S)

● Cáustico concentrado
● Solução de nitratos concentrada
Aço Carbono
● Amônia anidra
● Soluções de carbonatos e bicarbonatos

● Vapores e soluções amoniacais


● Aminas
Ligas de cobre
● Dióxido de Enxofre
● Nitratos e Nitritos

2.6. Controle de riscos: para ter segurança no processo, com vasos de pressão,
devem seguir esses preceitos:
○ Condições de processo; ○ Estar atento às válvulas de
○ Volume do inventário; alívio;
○ Dispositivos de proteção; ○ Plano no raqueteamento;
○ Evitar misturas explosivas; ○ Verificação do funcionamento;
○ Evitar resfriamento abaixo do ○ Evitar a formação de vácuo;
limite; ○ Verificar os vasos de pressão,
○ Evitar contaminação do fluido; quanto a sua operacionalidade.
○ Acompanhar os elementos de
proteção;

LEGISLAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO, "Norma Regulamentadora NR-13",


26.04.1995.
3. Caldeiras
3.1. Definição:
Equipamento de ampla utilização na indústria, em que a sua função principal é a de
gerar vapor para diversos fins dentro do meio.

3.2. Aplicações
As caldeiras são consideradas um dos principais equipamentos para diversas
atividades industriais. Pode ser encontrada, dentre os diversos ramos, nas indústrias
de:

● Indústria madeireira:
Fornecimento de vapor para estufas de secagem da madeira.

● Frigoríficos e Indústria alimentícia:


Fornecimento de água quente, utilizada constantemente para lavar as mãos e/ou
esterilizar utensílios, cozer alimentos, etc..

● Indústria de Laticínios:
Importante no processo de tratamento do leite que demanda altas temperaturas, como a
pasteurização, aquecimento, etc..

● Indústria Têxtil:
Promover o aquecimento de grandes quantidades de água que será utilizada para
alvejar e tingir tecidos.

3.3. Componentes:
● Sistema de controle de nível e água de alimentação:
Equipamentos responsáveis por medir o nível do líquido das caldeiras através de um
identificador de nível; emitir sinais de reposição da água.

● Economizador:
Item instalado para reaproveitamento do calor perdido, melhorando o processo. É um
trocador de calor.

● Preaquecedor de ar:
Assim como o economizador, utiliza o calor restante, porém para o processo de
combustão.

● Válvulas de segurança:
Esse é o último componente de segurança da caldeira, quando todos os outros falham,
esse dispositivo mecânico entra em atuação. Seu funcionamento é semelhante ao de
uma válvula de panela de pressão, abrindo acima de uma determinada pressão e
expulsando o vapor.

3.4. Tipos: O mercado atual conta com diferentes tipos de caldeiras à disposição
das indústrias. Cada uma possui suas características e peculiaridades e são
especialmente desenvolvidas para atender demandas específicas de operação.

● Caldeiras Flamotubulares:
Composta por tubos de fogo circundados por água. O calor resultante do combustível
passa pelos tubos, cedendo calor para a água ao redor.

● Caldeiras Aquatubulares:
Nesse tipo de caldeira, a água que será transformada em vapor, passa dentro das
tubulações e a combustão dos gases ocorre em torno dos tubos. As caldeiras
aquatubulares, suportam altas pressões e temperaturas e produzem grande quantidade
de vapor, oferecendo maior eficiência na produção.

● Caldeiras Mistas: As caldeiras mistas, são uma junção das aquatubulares e


das flamotubulares.

● Outros tipos de caldeiras e formatos:


○ Caldeiras Horizontais e Verticais
○ Caldeiras Cornuália
○ Caldeira Lancashire
○ Caldeiras Multitubulares de Fornalha Interna e Externa
○ Caldeiras Escocesas
○ Caldeiras Locomotivas e Locomóveis
3.5. Classificação Geral: Pela NR-13, são classificadas em 03 categorias:

● Categoria A: Operam com pressão igual ou superior a 1.960 kPa (19,98 kgf/cm²);

● Categoria C: Operam com pressão igual ou inferior a 588 kPa (5,99 kgf/cm²);

● Categoria B: As que não se enquadram nas categorias anteriores.

3.6. Manutenção:
As caldeiras são equipamentos que trabalham sob alta pressão e apresentam grandes
riscos caso não apresentem um bom funcionamento. Por isso a manutenção das
caldeiras é necessária e deve estar sempre em dia. Algumas das etapas da manutenção
de uma caldeira consiste em:

● Inspeção dos cruzamentos de solda da fornalha;


● Exame visual nos espelhos frontal e traseiro da caldeira;
● Limpeza dos eletrodos tanto da garrafa de nível quanto do corpo da caldeira;
● Verificação de toda a fiação elétrica;
● Verificação do sistema de alimentação de água;
● Verificação da saída de vapor.
4. Fornos: Um forno é um tipo de equipamento que atinge altas temperaturas, sendo
utilizado em uma variedade de processos, como a torrefação de lúpulo para a cerveja e
a fabricação de cerâmica. Sua principal função é transferir ao material o calor gerado
pela combustão com eficiência, uniformidade e segurança. Um forno é composto por:
abóbada, paredes laterais, soleiras, câmara de combustão, queimadores, portas de
enfornamento e desenfornamento, canais de gases, chaminés e pré-aquecedores. Por
conta de seus grandes imṕactos ambientais e riscos a saúde dos trabalhadores da área,
é necessário ter muito cuidado e atenção com o manuseamento dos fornos.

4.1. Tipos de fornos:


● Forno cubilô:
Esse é um forno de fusão, então derrete a carga metálica utilizando como fonte de
calor um combustível sólido. Funciona sob o princípio da contra-corrente, por isso a
carga metálica e o coque descem e os gases sobem. No entanto, uma desvantagem dele
é a dificuldade de se obter grande quantidade de ferro fundido de uma só vez.
● Alto-forno:
É composto por uma estrutura alta, cilíndrica, com fundação e o próprio forno.
Também funcionando sob o princípio da contracorrente, sua função é provocar a
separação do ferro, Fe, do seu minério, Fe2O3. Isso ocorre por meio da redução
química que envolve a separação de um metal de seu óxido, e se processa com a
utilização de um agente redutor.

● Muflas:
Esse é um equipamento geralmente utilizado para altas temperaturas, por isso seu
exterior é composto por um revestimento de material refratário.
● Forno circular: Não possui nenhuma entrada de ar na sua estrutura, então o
controle da carbonização se dá através da câmara no piso do forno. Esse forno
é uma excelente opção para a automatização do controle do forno, porém ainda
não é viavelmente comerciável.
BIBLIOGRAFIA

https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-13.pdf. Acesso
em: 11/09/2021

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS TANQUES.pdf. Acesso em: 05/09/2021

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS TANQUES NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO.pdf.


Acesso em: 05/09/2021

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS VASOS DE PRESSÃO DEFINIÇÃO,


FUNCIONAMENTO, TIPOS DE VASOS, CLASSIFICAÇÃO, APLICAÇÃO E
CONTROLE DE RISCO.pdf. Acesso em: 10/09/2021

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS VASOS DE PRESSÃO FABRICAÇÃO E


APLICAÇÕES.pdf. Acesso em: 10/09/2021

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS CALDEIRAS.pdf.Acesso em: 14/09/2021

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS FORNOS.pdf. Acesso em: 12/09/2021

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