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Agronegócio

A história do agronegócio brasileiro deu-se início ainda nos primórdios


da colonização no país, ainda na época imperial. As primeiras atividades que
se tem registro, estão relacionadas a extração madeireira do pau-brasil,
planta arbórea essa cujo se originaria o nome do nosso país mais tarde. Com
o fim dessa atividade decorrente da extinção do pau-brasil, iniciou-se o a
expansão do primeiro sistema monocultor, com a implantação da lavoura
canavieira, que durante esse período serviu de base e sustentação para a
economia (LOURENÇO, 2019).

Após isso, abriu-se caminho para novos sistemas de monocultura no


país, como látex, borracha, cacau, e café, que entrou no Brasil desde 1727,
vindo da Guiana Francesa. Destaca-se que em 1837, o café já se tornava o
principal produto de exportação do Brasil Império, e em 1845 já produzia
45% do café mundial (DATACOPER, 2021). Seguindo essa evolução,
surgem então as agroindústrias, que trazem consigo a produção de vinhos, de
móveis, da carne bovina, de suínos e aves. Trazendo grande prosperidade
principalmente para a região sul do país (LOURENÇO, 2019).

Décadas depois, por volta de 1930, e depois se intensificando entre


1960 á 1980, nota-se uma evolução na forma do produtor lidar com a
produção, destacando uma gradativa especialização e um envolvido quase
que exclusivamente com as operações de cultivo e criação de animais, bem
como, as funções de armazenar, processar e distribuir produtos
agropecuários, e suprir insumos e fatores de produção. Com isso
impulsionando ainda mais a indústria de base agrícola (DATACOPER, 2021).

Nesse contexto histórico vale destacar as décadas de 1970 á 1990,


onde, obteve-se um grande desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, no país,
proporcionando o domínio de regiões antes consideradas “inóspitas” para a
agropecuária. Isso fez surgir a oferta de um grande número de produtos. O
país passou então a ser considerado como aquele que dominou a “agricultura

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tropical”, chamando a atenção de todos os seus parceiros e competidores em
nível mundial (LOURENÇO, 2019; PERFARM, 2016).

Atualmente, produtos oriundos do complexo de soja, carnes e derivados


de animais, açúcar e álcool, madeira (papel, celulose e outros), café, chá,
fumo, tabaco, algodão e fibras têxteis vegetais, frutas e derivados, hortaliças,
cereais e derivados e a borracha natural são itens importantes da pauta de
exportação brasileira. A evolução da composição do Complexo do Agronegócio
confirma que as cadeias do agronegócio adicionam valor às matérias-primas
agrícolas nas quais o setor de armazenamento, processamento e distribuição
final constituem o vetor de maior propulsão no valor da produção vendida ao
consumidor, consolidado na forte rede de interligação entre a agricultura e a
indústria (LOURENÇO, 2019).

Vale destacar que a origem da palavra agronegócio consolidou-se na


década de 50, mais precisamente no ano de 1957, onde foi definida como
coletivo de todas as operações envolvidas na manufatura e distribuição de
insumos, na produção e operações de propriedades rurais, o armazenamento e
processamento de commotidies e demais instituições e empresas ligadas
envolvidas na cadeia produtiva agrícola e pecuária (PERFARM, 2016).

Agronegócio no Brasil
O Agronegócio, também tido como Agribusiness ou Complexo
Agroindustrial, pode ser definido como o conjunto de todas as operações e
transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das
operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e
distribuição e consumo dos produtos agropecuários ‘in natura’ ou
industrializados (SILVA, 2016).
Observa-se que esse termo não se restringe apenas ao setor agrícola,
nem agropecuário, tampouco à atividade rural (setor primário). Mas sim,
abrange toda a área industrial que realiza a produção dos equipamentos e
implementos agrícolas, os fertilizantes, o beneficiamento e seleção de
sementes e mudas, a programação do plantio, o financiamento da atividade, a
colheita, o armazenamento, a industrialização da carne, e a distribuição até os
consumidores finais (SILVA, 2016).

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No Brasil, tem-se que o agronegócio representa aproximadamente 23%
do Produto Interno Bruto (PIB), conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Entretanto, surpreendentemente, apenas quatro Estados
concentram 70% da produção de grãos do Brasil. Vários fatores contribuíram
para que isso acontecesse, dentre eles dois se destacam: tecnologia de ponta
e disponibilidade de terras (CURADO, 2021).
É valido ressaltar, que o Brasil se destaca no cenário mundial pela sua
grande variedade de produção, incluindo: algodão, arroz, feijão, soja, milho,
laranja, café, açúcar, carne, celulose e papel. Contudo, a produção de soja, o
milho e a cana-de-açúcar são as que se sobressaem em um contexto
internacional. Tanto que, temos como campeã de produção agrícola nacional a
soja, superando até mesmo os Estados Unidos. Em relação a produção de
milho, o Brasil só perde para os Estados Unidos, que são os campeões
mundiais e usam o produto como combustível (CURADO, 2021).
Através de um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar
abundante e quase 13% de toda água doce disponível no planeta, o Brasil tem
388 milhões de hectares de terras agricultáveis e de alta produtividade, dos
quais 90 milhões ainda não foram explorados. Esses fatores fazem do país um
lugar de vocação natural para a agropecuária e todos os negócios relacionados
à sua cadeia produtiva. Uma economia caracterizada pela globalização tem
exigido da agricultura brasileira, assim como de outros setores, a busca pela
eficiência nos processos produtivos e de gerenciamento (SILVA, 2016).
A realização de negócios com empresas e governos de diversos países
gera uma competividade em grande escala, criando a necessidade de uma
produção eficiente como forma de sobrevivência do negócio. Nesse patamar, a
competitividade tornou-se elemento passivo para o setor agrícola, surgindo a
necessidade de produtos de alta qualidade e preços acessíveis. A adoção de
sistemas de informação, na ciência da gestão, contribui para um melhor
desempenho e otimização dos processos (SILVA, 2016).

3 REFERÊNCIAS

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http://www.cic.fio.edu.br/anaisCIC/anais2009/Artigos/01/01.07.pdf. Acesso em:
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https://conhecimentocientifico.r7.com/agronegocio/. Acesso em: 10 de agosto
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