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Trabalho Patricia
Trabalho Patricia
1
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos,
geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica
o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as
células sanguíneas normais.
A medula óssea é o local de fabricação das células sanguíneas e ocupa
a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela
são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos
(leucócitos), os glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às
plaquetas.
1
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia
Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade
sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula
cancerosa. Essa célula anormal não funciona de forma adequada,
multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais.
Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão
sendo substituídas por células anormais cancerosas.
Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários
são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC),
leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL).
2
Estimativas de novos
casos: 10.810, sendo 5.920 homens e 4.890
mulheres (2020 - INCA).
Número de mortes: 7.370, sendo 4.014
homens e 3.356 mulheres (2019 - Atlas de
Mortalidade por Câncer - SIM
Lesão renal
3
Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de
efetuar suas funções básicas. A insuficiência renal pode ser aguda
(IRA), quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica
(IRC), quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.
2
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia
3
https://bvsms.saude.gov.br/insuficiencia-renal-aguda/
– eliminam medicamentos e toxinas introduzidos no organismo;
Esses hormônios:
– fortalecem os ossos.
Lesões Pré-Renais
Síndrome Definição
4
DRC: doença renal crônica; LRA: lesão renal aguda; SN: síndrome nefrótica; TGF: taxa de
filtração glomerular.
https://www.medicina.com.br/conteudos/acp-medicine/7317/doenca_renal_em_pacientes_c
ancerosos.htm
Exacerbação de hipertensão pré-existente
Hipertensão
ou apresentação de nova hipertensão.
Exame físico
Exames de sangue
Os exames de sangue que determinam os níveis de creatinina e
nitrogênio da ureia no sangue são úteis para confirmar o diagnóstico.
Um aumento progressivo diário da creatinina indica lesão renal aguda.
O nível de creatinina também é o melhor indicador do grau ou
gravidade da diminuição da função renal. Quanto maior o nível, mais
grave é a diminuição da função renal.
Outros exames de sangue detectam desequilíbrios metabólicos que
ocorrem se o declínio da função renal for grave, como aumento na
acidez do sangue (acidose , que significa um nível baixo de
bicarbonato), alto nível de potássio (hipercalemia ), baixo nível de sódio
(hiponatremia ) e alto nível de fósforo (hiperfosfatemia ).
5
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/insufici%C3%AA
ncia-renal/les%C3%A3o-renal-aguda-lra
Exames de urina
Exames de urina, como urinálise e medição de certos eletrólitos
(sódio, potássio, cálcio, fosfato), podem permitir que os médicos
determinem se a causa da lesão renal é um fluxo de sangue insuficiente
para os rins, lesão renal ou obstrução urinária.
Medidas nutricionais
Medicamentos
Diálise
A lesão renal aguda pode ser prolongada, necessitando a remoção
de resíduos e excesso de água. A remoção de resíduo pode ser
realizada por meio de diálise, normalmente hemodiálise . Se houver
previsão de perda da função renal por tempo prolongado ou que
alterações na dieta e terapia medicamentosa serão ineficazes, a diálise
é iniciada. A diálise ajuda a controlar as complicações da lesão renal
aguda. A diálise pode ser necessária apenas temporariamente, até que
os rins recuperem sua função, geralmente no prazo de vários dias a
várias semanas, às vezes até depois da alta hospitalar. Se os rins não
se recuperam, a diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal ) é mantida
indefinidamente ou busca-se fazer um transplante renal .
Causas Glomerulares
Doença renal paraneoplásica. A nefrite glomerular paraneoplásica é
uma complicação rara de malignidades, provavelmente causada por
fatores oriundos da secreção de células tumorais ao invés da invasão
direta nos rins.6 O diagnóstico deve ser considerado nas situações em
que a doença glomerular e o processo da malignidade estiverem
temporariamente relacionados ou se a lesão glomerular desaparecer
com o tratamento do câncer. É extremamente importante identificar os
pacientes com diagnóstico recente de glomerulonefrite que possam ter
um neoplasma subjacente. A exposição desses indivíduos a terapias
imunossupressoras poderia ser potencialmente danosa.
Qualquer subtipo de doença glomerular histológica tem grande
potencial para ser uma glomerulonefrite paraneoplásica. A
glomerulonefrite membranosa (GNM) é a condição descrita com mais
frequência, embora haja alguma discordância sobre essa associação.
De um modo geral, esse tipo de doença ocorre em associação com
cânceres em órgãos sólidos (sobretudo câncer no pulmão).
Em pacientes diagnosticados com GNM, é necessário fazer
rastreamento específico de câncer (determinado por gênero, idade e
6
Ronco PM. Paraneoplastic glomerulopathies: new insights into an old entity. Kidney Int
1999;56:355–77.
fatores de risco pertinentes). Os pacientes com idade acima de 65 anos
com histórico de tabagismo de cerca de 20 maços de cigarro por ano
correm um grande risco de GNM paraneoplásica, em vez de GNM
idiopática.7
Alterações mínimas na doença poderão ocorrer, como algum
fenômeno paraneoplásico, embora esse tipo de ocorrência seja raro. Há
relatos de associação com a doença de Hodgkin, assim como com
timomas, leucemias, linfomas não-Hodgkin e determinadas
malignidades em órgãos sólidos. O início da doença paraneoplásica
com alterações mínimas costuma preceder o diagnóstico de câncer. A
crise nefrótica pode ser resistente aos esteróides, embora, em geral,
responda ao tratamento bem-sucedido da malignidade subjacente.
A glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP)
paraneoplásica costuma estar associada a alguma malignidade
hematológica (por exemplo, linfoma não-Hodgkin, leucemia linfocítica
crônica).8 Em todos os casos de GNMP, a exclusão de gamopatia
monoclonal subjacente é fundamental.
Observou-se que a taxa de malignidade é mais elevada em
pacientes com anticorpo positivo para citoplasma de neutrófilo (Anca),
vasculitis e púrpura de Henoch-Schönlein; portanto, a presença de
malignidade subjacente é uma hipótese a ser considerada em adultos
diagnosticados com qualquer uma dessas condições.
Patogênese
9
Markowitz GS, Appel GB, Fine PL, et al. Collapsing focal segmental glomerulosclerosis
following treatment with high-dose pamidronate. J Am Soc Nephrol 2001;12:1164–72.
Tipicamente, o início da doença ocorre dentro de 24 a 72 horas
após o início do tratamento do câncer. A SLT se caracteriza pela
presença de condições como hipercaliemia, hiperfosfatemia,
hiperuricemia, hipocalcemia e LRA. De um modo geral, os níveis da
lactato desidrogenase (LDH) são elevados.
Patogênese.
As anormalidades metabólicas que ocorrem nos casos de SLT
resultam da morte celular com liberação de conteúdos intracelulares. A
patogênese de danos renais é dupla. Os cristais de ácido úrico são
depositados no interior dos túbulos renais produzindo toxicidade tubular
direta e obstrução intratubular. A deposição intersticial de cálcio-fosfato,
que poderá ser exacerbada pela alcalinização da urina, também
prejudica a função renal.10
Gerenciamento.
Prognóstico
Embora a SLT seja uma complicação potencialmente fatal, há
uma grande expectativa de recuperação da função renal por meio da
correção das anormalidades metabólicas.
Metotrexato
A administração intravenosa de doses elevadas de metotrexato
(MTX), seguida de salvamento com ácido folínico, é usada para tratar
determinados tipos de leucemia, linfomas e cânceres em órgãos sólidos.
Embora, em doses baixas, o uso desse agente não seja uma ameaça
para os rins, ele pode ser nefrotóxico nas doses elevadas usadas no
tratamento de pacientes cancerosos. Estima-se que a incidência de
nefrotoxicidade por MTX seja de 2%.11
Patogênese
Apresentação
Gerenciamento
Relling MV, Stapleton FB, Ochs J, et al. Removal of methotrexate, leucovorin, and their
12
Apresentação
Os pacientes raramente se apresentam com sintomas diretamente
atribuíveis à infiltração tumoral nos rins. Na maior parte dos casos, o
diagnóstico é feito durante a investigação de danos renais com
13
Obrador GT, Price B, O’Meara Y, Salant DJ. Acute renal failure due to lymphomatous
infiltration of the kidneys. J Am Soc Nephrol 1997;8:1348–54.
diagnóstico recente, durante o estagiamento de uma malignidade
conhecida, ou após a descoberta incidental de crescimento bilateral dos
rins.
Investigação
Gerenciamento
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Morgan M, Dodds A, Atkinson K, et al. The toxicity of busulphan and cyclophosphamide
as the preparative regimen for bone marrow transplantation. Br J Haematol 1991;77:529–34.
O diagnóstico é basicamente clínico, embora, em alguns casos,
seja necessário fazer biópsia do fígado. As condições que se
apresentam de uma forma semelhante incluem doença hepática aguda
do enxerto versus hospedeiro, sepse, hepatite viral e lesão hepática
induzida por medicamentos ou por nutrição parenteral.
De um modo geral, a SOSH ocorre dentro do período de 1 mês
após o TCTH, e os fatores de risco incluem gênero feminino, TCTH
alogênico, idade avançada, doença hepática pré-existente, doses
elevadas de radiação no corpo inteiro e uso de regimes condicionadores
contendo ciclofosfamida e bussulfano.15 A patogênese da SOSH tem
natureza predominantemente vascular.
O insulto deflagrador é uma lesão no endotélio venoso hepático,
resultando em trombose e oclusão venosa. A síndrome renal se
assemelha à SHR. A avidez por sódio e a sobrecarga hídrica são
características típicas da doença. O tratamento é basicamente de
suporte, sendo que, na maioria das vezes, a solução dos casos leves é
espontânea.
O tratamento dos casos graves com defibrotide, um
polinucleotídeo com efeitos antitrombóticos e anti-isquêmicos,
apresentou resultados promissores. Os casos graves de SOSH, com
falência de múltiplos órgãos, estão associados a taxas elevadas de
mortalidade.16
Leucemias
Malignidades hematológicas Linfomas
MM
Aplasia eritrocitária
pura
Anemia de Fanconi
Anemia aplásica
grave
Outras condições hematológicas
Hemoglobinúria
paroxística noturna
Mielodisplasia
Discrasias de células
plasmáticas
Imunodeficiência
ß-talassemia maior
Hemoglobinopatias Síndrome da anemia
falciforme
18
El-Seisi S, Gupta R, Clase CM, et al. Renal pathology at autopsy in patients who died after
hematopoietic stem cell transplantation. Biol Blood Marrow Transplant 2003;9:683–8.
casos de DRC depois do TCTH, excetuando-se os casos de síndrome
nefrótica.
No período imediato após o TCTH, é importante considerar
quaisquer estratégias com potencial para prevenir o desenvolvimento de
DRC. O controle da pressão arterial é crucial em pacientes com DRC
estabelecida. Em particular, os inibidores da ECA ou BRAs são
medicamentos importantes para retardar a progressão de fibrose
induzida por radiação e, por isso, em muitos centros são os agentes de
primeira linha para uso em pacientes com nefropatia causada pelo
TCTH.
A anemia pode ser desproporcionalmente grave nessa população
de pacientes. Normalmente, a anemia responde à eritropoietina, embora
talvez seja necessária a administração de altas doses na eventualidade
de ineficácia da eritropoiese. Com certeza, ocorre progressão para
doença renal em estágio terminal, e a sobrevida dos pacientes em
diálise não é animadora.19
O transplante de rim é uma opção para alguns pacientes. Os
sobreviventes de TCTH que recebem transplante de rim geralmente
precisam de doses de manutenção mais baixas de imunossupressão
por causa da possibilidade da disfunção medular subjacente e do risco
mais elevado de infecção.
Fangmann e colaboradores registraram o caso de um jovem que
havia recebido TCTH do próprio pai.20 Subsequentemente, o jovem
desenvolveu doença renal em estágio terminal e se submeteu a um
transplante de rim bem-sucedido, em que seu pai também foi o doador,
sem necessidade de fazer imunossupressão de manutenção. Embora
sejam muito raros, esses casos ressaltam o grande potencial de
sucesso nos transplantes renais em pacientes que sobreviveram ao
TCTH.
Conclusão
19
Daly AS, Xenocostas A, Lipton JH. Transplantation-associated thrombotic
microangiopathy: twenty-two years later. Bone Marrow Transplant 2002;30:709–15.
20
Fangmann J, Kathrin Al-Ali H, Sack U, et al. Kidney transplant from the same donor
without maintenance immunosuppression after previous hematopoietic stem cell transplant.
Am J Transplant 2011;11:156–62. DOI: 10.1111/j.1600-6143.2010.03352.x
As doenças renais, agudas e crônicas, são complicações comuns
de malignidades e de seus tratamentos. A avaliação de cada paciente é
muito importante devido à grande variedade de causas potenciais. As
causas iatrogênicas de doença renal são ocorrências relativamente
frequentes em pacientes cancerosos, sendo que a obtenção de
históricos detalhados envolvendo o uso de medicamentos é essencial.
Embora a avaliação nessa população de pacientes seja
semelhante à dos pacientes de nefrologia geral, é imprescindível ter
conhecimentos mais especializados para avaliar determinados
pacientes, sobretudo indivíduos com MM ou aqueles que tenham se
submetido a TCTH transplante de células-tronco hematopoiéticas
. Levando-se em consideração que um número cada vez maior
de pacientes sobrevive ao tratamento de câncer, provavelmente
aumente o número de pacientes com danos renais residuais. O
gerenciamento da DRC nesses casos é uma parte importante dos
cuidados de longo prazo.
Bibliografia
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2. https://bvsms.saude.gov.br/insuficiencia-renal-aguda/
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14. Obrador GT, Price B, O’Meara Y, Salant DJ. Acute renal failure
due to lymphomatous infiltration of the kidneys. J Am Soc Nephrol
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