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DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DAEE

MÁQUINAS ELÉTRICAS – DAE01222


PROF. MSC .ENG.: VIVIANE BARROZO RICCIOTTI

Transformadores

How far you go in life depends on your being tender with the young, compassionate
with the aged, sympathetic with the striving, and tolerant of the weak and
the strong. Because someday in life you will have been all of these.
GEORGE W. CARVER
Objetivos de aprendizado da aula
Compreender a finalidade de um transformador em um
sistema de potência.
Conhecer as relações de tensão, corrente e impedância
nos enrolamentos de um transformador ideal.
Compreender como os transformadores reais
aproximam-se do funcionamento de um transformador
ideal.
Ser capaz de explicar como as perdas no cobre, o fluxo
de dispersão, a histerese e as correntes parasitas são
modeladas nos circuitos equivalentes de transformador.
Conhecer as partes construtivas e ensaios.
1º PARTE DA AULA – INTRODUÇÃO; ASPECTOS
GERAIS; TEORIA, RELAÇÕES BÁSICAS E
CIRCUITO EQUIVALENTE DO TRANSFORMADOR
Tipos de Transformadores
Partes Construtivas
Parte Ativa – transformador a óleo

Núcleo ferromagnético
Acessórios mais utilizados em
transformadores
A Figura 12.2 mostra uma subestação do tipo subtransmissão na tensão nominal de 69 kV localizada em
área urbana utilizando dois transformadores de 20/26 MVA. MAMEDE – Cap. 12 Manual de
Equipamentos
Converte a potência elétrica CA de um nível de
Finalidade tensão em potência elétrica CA de mesma
frequência e outro nível de tensão.
Quanto ao núcleo
Transformador Ideal
𝑣𝑝 (𝑡) 𝑁𝑃
= = 𝑎 (1.0)
𝑣𝑠 (𝑡) 𝑁𝑆

Relação de espiras do transformador

𝑁𝑃
𝑎= (2.0)
𝑁𝑆

𝑁𝑝 𝑖𝑝 (𝑡) = 𝑁𝑆 𝑖𝑠 ( 𝑡 (3𝑎)

(4) e (5)
ou

𝑖𝑝 (𝑡) 1
= (3𝑏) A relação de espiras do transformador ideal
𝑖𝑠 (𝑡) 𝑎
afeta as magnitudes das tensões e correntes,
mas não os seus ângulos.
Potência Transformador Ideal
• A potência ativa de entrada fornecida ao transformador
pelo circuito primário é:

𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑉𝑝 𝐼𝑃 cos 𝜃𝑃 (6)

•A potência ativa de saída fornecida pelo circuito


secundário do transformador à carga é:

𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑆 𝐼𝑆 cos 𝜃𝑆 (7)

No transformador Ideal os ângulos entre tensão e corrente NÃO


são afetados. Os enrolamentos primário e secundário de TI tem
o mesmo fator de potência.
Provando.....
• A partir das equações 4 e 5: e

𝑽𝑷
• Colocando 𝑽𝑺 em evidência: 𝑽𝑺 𝑎 = 𝑽𝑷 = 𝑽𝑺 =
𝑎
𝑰𝑷 1
• Colocando 𝑰𝑺 em evidência: = = 𝑰𝑺 = 𝑰𝑷 𝑎
𝑰𝑺 𝑎

• Substituindo na equação 7: 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑆 𝐼𝑆 cos 𝜃𝑆

𝑉𝑃
• 𝑃𝑆 = (𝐼𝑃 𝑎) cos 𝜃 = 𝑃𝑆 = 𝑉𝑃 𝐼𝑃 cos 𝜃 = 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
𝑎
Potência Reativa e Aparente do TI

(10)

(11)
Transferência de impedância através
de um transformador ideal
𝑽𝑃
𝑍′𝐿 =
𝑽𝑆

𝑽𝑺 𝑎
𝑍′𝐿 =
𝑰𝑺
𝑎 𝑍′𝐿 = 𝑍𝐿 𝑎2
𝑎
𝑍′𝐿 = 𝑽𝑺 𝑎 ∙
𝑰𝑺

𝑎2
𝑍′𝐿 = 𝑽𝑺 .
𝑰𝑺

𝑽𝑺 2
𝑍′𝐿 = 𝑎
𝑰𝑺
2º Parte da Aula – Teoria de Operação de
Transformadores Monofásicos Reais
Transformador Real
𝑑𝜆 𝜆 fluxo concatenado na bobina na

𝑒𝑖𝑛𝑑 = qual a tensão está sendo induzida

𝑑𝑡
𝑁

𝜆 = ෍ 𝜙𝑖
𝑖=1

𝜆 Transformador Real sem nenhuma carga

𝜙ത =
aplicada ao seu secundário.

𝑁
𝑑𝜙
𝑉𝑝 = 𝑁
𝑑𝑡
𝑉𝑃 𝑑𝑡 = 𝑁𝑑𝜙

𝑉𝑝 𝑑𝑡
= 𝑑𝜙
𝑁
1
න 𝑉𝑝 𝑑𝑡 = න 𝑑𝜙
𝑁
O Fluxo médio no enrolamento
1 é proporcional à integral da

𝜙ത = න 𝑉𝑝 (𝑡) 𝑑𝑡 tensão aplicada ao enrol. E


que a cte. De
𝑁 proporcionalidade é o
recíproco do n° de espiras do
enrol. Primário 1/Np.
Fluxos concatenado e mútuo no núcleo
do transformador
Dedução da relação da transformação de
um transformador real
ഥ𝑃
𝑑𝜙 𝑑𝜙ഥ𝑆
• 𝑣𝑝 𝑡 = 𝑁𝑃 𝑑𝑡 𝑣𝑆 𝑡 = 𝑁𝑆 𝑑𝑡

𝑑𝜙𝑀 𝑑𝜙𝐷𝑃 𝑑𝜙𝑀 𝑑𝜙𝐷𝑆


•= 𝑁𝑃 𝑑𝑡 + 𝑁𝑃 𝑑𝑡 = 𝑁𝑆 𝑑𝑡 + 𝑁𝑆 𝑑𝑡

• 𝑣𝑝 (𝑡) = 𝑒𝑃 𝑡 + 𝑒𝐷𝑃 (𝑡) 𝑣𝑆 (𝑡) = 𝑒𝑆 𝑡 + 𝑒𝐷𝑆 (𝑡)

𝑑𝜙𝑀 𝑑𝜙𝑀
• 𝑒𝑝 𝑡 = 𝑁𝑃 𝑑𝑡 𝑒𝑆 𝑡 = 𝑁𝑆 𝑑𝑡

𝑒𝑝 (𝑡) 𝑁𝑃 𝑣𝑃 (𝑡) 𝑁𝑃
• Relacionando temos: = = 𝑎 ou = =𝑎
𝑒𝑠 (𝑡) 𝑁𝑆 𝑣𝑆 (𝑡) 𝑁𝑆
O Efeito da Saturação na Corrente de
Magnetização

Diagrama esquemático de um transformador real sem


nenhuma carga aplicada ao seu secundário.
O Efeito da Saturação na Corrente de
Magnetização

Del Toro
O Efeito da Saturação na Corrente de
Magnetização

Del Toro
O Efeito da Saturação na Corrente de
Magnetização

Del Toro
Observações sobre a corrente de
magnetização
1. A corrente de magnetização no transformador não é
senoidal. As componentes de frequência mais
elevadas da corrente de magnetização são devido à
saturação magnética do núcleo do transformador.
2. Uma vez que o fluxo de pico tenha atingido o ponto de
saturação do núcleo, um pequeno aumento no fluxo de
pico exigirá um aumento muito grande na corrente de
magnetização de pico.
3. A componente fundamental da corrente de
magnetização está atrasada em relação à tensão
aplicada em 90°.
4. As componentes de frequências mais elevadas da
corrente de magnetização podem ser bem grandes
quando comparadas com a componente fundamental.
Chapman – pagina 81
Observações sobre a corrente de perdas
no núcleo
1. A corrente de perdas no núcleo não é linear devido aos
efeitos não lineares da histerese.

2. A componente fundamental da corrente de perdas no


núcleo está em fase com a tensão aplicada ao núcleo.

3. 𝑖𝑒𝑥 = 𝑖𝑚 + 𝑖ℎ+𝑝

Chapman – pagina 83
A relação de corrente e a convenção do
ponto
A relação de corrente e a convenção do
ponto

ℱ𝑙í𝑞 = 𝑁𝑝 𝑖𝑝 − 𝑁𝑠 𝑖𝑠 ≈ 0

• Enquanto o núcleo não estiver saturado:

𝑁𝑝 𝑖𝑝 ≈ 𝑁𝑠 𝑖𝑠

ou

𝑖𝑝 𝑁𝑠 1
≈ =
𝑖𝑠 𝑁𝑝 𝑎
O Circuito Equivalente de um
Transformador
• 1. Perdas no cobre (I2R). As perdas no cobre são as
perdas devido ao aquecimento resistivo nos
enrolamentos primário e secundário do transformador.
Elas são proporcionais ao quadrado da corrente nos
enrolamentos.
• 2. Perdas por corrente parasita. As perdas por corrente
parasita são perdas devidas ao aquecimento resistivo no
núcleo do transformador. Elas são proporcionais ao
quadrado da tensão aplicada ao transformador.
• 3. Perdas por histerese. As perdas por histerese estão
associadas à alteração da configuração dos domínios
magnéticos no núcleo.

• 4. Fluxo de dispersão. Os fluxos 𝜙𝐷𝑃 e 𝜙𝐷𝑆 que escapam


do núcleo e passam através de apenas um dos
enrolamentos do transformador são fluxos de dispersão.
Esses fluxos que se dispersaram produzem uma
indutância de dispersão nas bobinas primária e
secundária. Seus efeitos devem ser levados em
consideração.
O circuito equivalente exato de um
transformador real
• Perdas no cobre (I2R). São modeladas colocando uma
resistência Rp no circuito primário e uma resistência Rs no
circuito secundário.
• Fluxo de dispersão: O fluxo de dispersão no enrolamento
primário e no enrolamento secundário produzem umas
tensões dadas por:

𝑑𝜙𝐷𝑃 𝑑𝜙𝐷𝑠
𝑒𝐷𝑃 𝑡 = 𝑁𝑃 e 𝑒𝐷𝑠 𝑡 = 𝑁𝑠
𝑑𝑡 𝑑𝑡

• Como o fluxo 𝜙𝐷𝑃 é diretamente proporcional a 𝑖𝑝 e o


fluxo 𝜙𝐷𝑠 é diretamente proporcional a 𝑖𝑠 , temos:
𝑁𝑃 𝑖𝑃 = 𝜙ℛ

𝜙ℛ = 𝑁𝑃 𝑖𝑃

𝑁𝑃 𝑖𝑃
𝜙𝐷𝑃 =

1
𝜙𝐷𝑃 = 𝑁𝑃 𝑖𝑝 .

𝜙𝐷𝑃 = 𝑁𝑃 𝑖𝑃 . 𝒫
𝜙𝐷𝑃 = (𝑁𝑃 𝒫)𝑖𝑃

𝜙𝐷𝑠 = (𝑁𝑠 𝒫)𝑖𝑠


• Substituindo as equações o resultado é:
𝑑𝜙𝐷𝑃
𝑒𝐷𝑃 (𝑡) = 𝑁𝑃
𝑑𝑡
• Como são modelados os efeitos da excitação no núcleo?

•A corrente de magnetização im é uma corrente


proporcional (na região não saturada) à tensão aplicada
ao núcleo e está atrasada em relação à tensão aplicada
em 90°, de modo que pode ser modelada como uma
reatância Xm conectada à fonte de tensão do primário.

• A corrente de perdas no núcleo ih+p é uma corrente


proporcional à tensão aplicada que está em fase com a
tensão aplicada. Desse modo pode ser modelada por
uma resistência RC conectada á fonte de tensão do
primário.
Rp: Resistência do enrolamento primário.

Xp (𝜔𝐿𝑃 ): Reatância devido à indutância de dispersão do primário.

Rs: Resistência do enrolamento secundário.

Xs : (𝜔𝐿𝑠 ) Reatância devido à indutância de dispersão do secundário.

Rc: Histerese e perdas no núcleo.

Xm:Corrente de magnetização.
Circuitos equivalentes aproximados de
um transformador
ENSAIOS

Ensaios
Ensaio a vazio ou de circuito aberto
Ensaio circuito aberto
O SISTEMA DE MEDIÇÕES
POR UNIDADE
REGULAÇÃO DE TENSÃO E EFICIÊNCIA
DE UM TRANSFORMADOR
Como é possível determinar
a regulação de tensão de
um transformador?
FIGURA 2-18 - (b) referido ao lado
secundário
A Figura 2-26 mostra um diagrama fasorial de um transformador funcionando com um
fator de potência atrasado. Pode-se ver facilmente que 𝑉𝑝 Τ𝑎 > 𝑉𝑠 para cargas atrasadas,
de modo que a regulação de tensão de um transformador com cargas atrasadas deve ser
maior do que zero.
S
Um diagrama fasorial com um fator de
potência unitário é mostrado na Figura
2-27a. Aqui, novamente, a tensão no
secundário é menor do que a tensão no
primário, de modo que RT > 0.

Se a corrente secundária estiver adiantada, a


tensão secundária pode na realidade ser mais
elevada do que a tensão primária referida. Se
isso acontecer, o transformador na realidade tem
uma regulação de tensão negativa
Eficiência de um transformador
• Um transformador também pode ser comparado e
avaliado em relação à sua eficiência. A eficiência de um
dispositivo é definida pelas equações
Os circuitos equivalentes facilitam os cálculos de
eficiência. Há três tipos de perdas presentes nos
transformadores:

 Perdas no cobre (𝑰𝟐 𝑹 ). Essas perdas são


representadas pela resistência em série no circuito
equivalente.

 Perdas por histerese. Elas estão incluídas no resistor


Rc.

 Perdas por corrente parasita. Elas estão incluídas no


resistor Rc.
DERIVAÇÕES DE UM TRANSFORMADOR E
REGULAÇÃO DE TENSÃO
• Os enrolamentos de um transformador de distribuição
apresentam uma série de derivações ou tomadas (taps)
que permitem fazer pequenos ajustes na relação de
espiras do transformador após ter saído da fábrica.
• Uma instalação típica pode ter quatro derivações além da
tensão nominal, com intervalos de 2,5% da tensão de
plena carga. Essa configuração proporciona ajustar a
Tensão nominal do transformador em até 5% para cima e
para baixo.
Próxima Aula
• Assíncrona
• Síncrona Autotransformador e Trafo trifásicos

• Responder as questões teóricas: 2.1 ao 2.5


• Resolver os exercícios exemplos 2.1 ao 2.6
• Resolver os exercícios: 2.1; 2.2;

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