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•Nexo causal: é a ligação entre a conduta

penalmente relevante e o resultado


naturalístico (relação de causa e efeito).
Neste sentido, preceitua o artigo 13, caput,
do Código Penal:

•"O resultado, de que depende a existência


do crime, somente é imputável a quem lhe
deu causa. Considera-se causa a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido."
•Do artigo 13, caput, do Código Penal, é
imprescindível que extraiamos as seguintes
informações:

•a) o estudo do nexo causal só existe nos crimes


materiais;
•b) causa, para a lei, é tudo aquilo, sem restrição,
que, caso não existisse, o resultado não teria
ocorrido da forma que ocorreu (teoria da
equivalência dos antecedentes causais,
equivalência das condições ou "conditio sine qua
non”);
•Exemplo: caso FULANO mate SICRANA, o ato sexual que o
concebeu, praticado pelos seus pais, é causa da morte de
SICRANA, pois caso ele não tivesse ocorrido FULANO não
nasceria e, logo, não mataria SICRANA.

•c) a imputação criminal de determinado resultado natural,


contudo, somente pode ser feita àquela pessoa vinculada
objetivamente (conduta humana e voluntária causadora do
resultado) e subjetivamente (dolo ou culpa para com o
resultado) à eclosão do referido resultado. No exemplo
citado no item b, jamais os pais de FULANO seriam
responsabilizados criminalmente pela morte de SICRANA,
pois quando praticaram o citado ato sexual não possuíam
dolo ou culpa para com o resultado morte de SICRANA;
busca-se, assim, proibir o regressum ad infinitum.
•Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

•(FCC - TCE-CE - Conselheiro Substituto) O Código Penal adota no


seu art. 13 a teoria conditio sine qua non (condição sem a qual não).
Por ela, imputa-se o resultado a quem também não deu causa.

•GABARITO: ERRADO

•(CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia) O estudo do nexo causal nos


crimes de mera conduta é relevante, uma vez que se observa o elo
entre a conduta humana propulsora do crime e o resultado
naturalístico.

•GABARITO: ERRADO
•(VUNESP - TJ-SP - Juiz) A relação de causalidade
tem relevância nos crimes materiais ou de resultado
e nos formais ou de mera conduta.

•GABARITO: ERRADO

•(CESPE - DPE-RR - Defensor Público) De acordo


com preceito expresso no CP, a relação de
causalidade limita-se aos crimes materiais.

•GABARITO: CERTO
•(FCC - TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas) O Código Penal brasileiro considera
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

•GABARITO: CERTO

•(CESPE - DPE-RR - Defensor Público) A teoria adotada pelo CP tem como


inconveniente a possibilidade de se levar ad infinitum a pesquisa da causa,
abrangendo todos os agentes das causas anteriores, sendo limitada pelo dolo ou
culpa da conduta.

•GABARITO: CERTO

•(VUNESP - TJ-SP - Juiz) A relação de causalidade relevante para o Direito Penal é a


que é previsível ao agente. A cadeia causal, aparentemente infinita sob a ótica
naturalística, é limitada pelo dolo ou pela culpa do agente.

•GABARITO: CERTO
•(MP/PR - MP/PR - Promotor de justiça) Para
a Teoria da equivalência das condições,
causa é a condição sem a qual o resultado
não teria ocorrido.

•GABARITO: CERTO
•Concausas: concurso de eventos que vão em busca de
um mesmo resultado.

•Exemplo: FULANO, querendo a morte de SICRANA,


envenena sua bebida. SICRANA acaba por ingerir a bebida
envenenada. Antes mesmo de o veneno fazer efeito, cai
um lustre na cabeça de SICRANA que descansava na sala,
causando sua morre por traumatismo craniano.

•Perceba: houve um resultado (morte de SICRANA) com


dois eventos que se dirigiram a ele: o envenenamento
ministrado por FULANO e a queda do lustre. No exemplo,
FULANO responde por homicídio consumado ou tentado?
• Em situações assim (existência de concausas), o
primeiro passo é identificar qual foi o evento paralelo à
conduta da pessoa de quem queremos saber a
responsabilidade criminal frente ao resultado final.

• No exemplo anterior, queremos saber a responsabilidade


penal de quem? De FULANO.

• O que FULANO fez? Envenenou a bebida de SICRANA,


com intenção de matar. Qual foi o evento paralelo à
conduta dele? A queda do lustre.
•Após isto, pergunte-se: o evento paralelo (no
caso que estamos trabalhando é a queda do
lustre) causou, sozinho, o resultado morte de
SICRANA ou precisou "unir forças" com a
conduta de FULANO?

•Resposta: a queda do lustre, por si só, causou


o resultado. Por quê? Porque o veneno, no
caso narrado, em nada influiu no resultado
ocorrido, que se deu unicamente pela queda
do lustre (o traumatismo craniano).
•Em situações assim (em que o evento paralelo causa
o resultado por si só e a conduta do agente em nada
influi no resultado ocorrido) afirma-se que o evento
paralelo foi uma CONCAUSA ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTE. E, assim, por não haver nexo
causal entre a conduta do agente e o resultado
final, este responde por crime tentado. Voltando ao
exemplo por nós trabalhado, FULANO responde por
tentativa de homicídio contra SICRANA. A concausa
absolutamente independente pode ser preexistente,
concomitante ou superveniente à conduta do agente,
não havendo interferência na responsabilidade penal
do agente (crime tentado).
•Pode ocorrer, entretanto, de o evento paralelo "unir forças”
com a conduta do agente para, juntos, causarem o
resultado.

•Exemplo: FULANO, querendo a morte de SICRANA, dispara


contra ela. SICRANA é atingida no ombro e, assustada, tem
um colapso cardíaco e morre.

•No exemplo, queremos saber a responsabilidade penal de


quem? De FULANO.

•O que FULANO fez? Disparou contra SICRANA, com


intenção de matar. Qual foi o evento paralelo à conduta
dele? O colapso cardíaco.
•Após isto, pergunte-se: o evento paralelo (no
caso que estamos trabalhando é o colapso
cardíaco) causou, sozinho, o resultado morte
de SICRANA ou precisou "unir forças" com a
conduta de FULANO?

•Resposta: precisou unir forças. Por quê?


Porque o colapso cardíaco, no caso narrado,
só existiu porque FULANO atirou contra
SICRANA.
•Em situações assim (em que o evento paralelo “une
forças com a conduta do agente para, juntos, causarem
o resultado) afirma-se que o evento paralelo foi uma
CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE. E,
assim, por haver nexo causal entre a conduta do
agente e o resultado final, este responde por crime
consumado. Voltando ao exemplo por nós trabalhado,
FULANO responde por homicídio consumado contra
SICRANA. A concausa relativamente independente
pode ser preexistente, concomitante ou superveniente
à conduta do agente; em sendo preexistente ou
concomitante, o agente responde pelo crime que quis
cometer, na forma consumada.
• O artigo 13, § 1º, do Código Penal trouxe
disciplina própria e específica, contudo, para
casos de concausa relativamente
independente superveniente:

• "A superveniência de causa relativamente


independente exclui a imputação quando, por
si só, produziu o resultado; os fatos
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os
praticou."
•Da redação do dispositivo, depreende-se que, neste ponto,
a teoria adotada no tratamento às situações de concausas
relativamente independentes supervenientes foi a teoria da
causalidade adequada.

•Antes de prosseguirmos, fixe:

•A teoria da equivalência dos antecedentes causais é


adotada pelo Código Penal (complementada pela doutrina
no que tange à necessidade de aferição de dolo ou culpa
na conduta tida como causa do resultado) no que tange às
causas e a todas às concausas, exceto no que tange às
concausas relativamente independentes
supervenientes.
Aqui, existem duas possibilidades (art. 13, § 1º, CP):

a) A concausa relativamente independente superveniente por si só não causou o resultado OU


o resultado final se deu na mesma linha de desdobramento natural da conduta do agente.

Consequência: o agente responde pelo crime que quis praticar na forma consumada.

Exemplo: FULANO, querendo matar SICRANA, atirou contra ela. O tiro não a matou de imediato e
SICRANA foi socorrida. No hospital, durante uma cirurgia de emergência, SICRANA contrai uma
infecção hospitalar e morre.

Perceba: temos concausas (dois eventos indo em busca de um mesmo resultado) e o evento paralelo
à conduta de FULANO precisou unir forças à conduta de fulano, pois caso FULANO não tivesse
atirado, SICRANA não estaria naquela cirurgia e não contrairia a infecção. Logo, temos concausa
relativamente independente; o evento paralelo se deu após a conduta de FULANO, logo temos
concausa relativamente independente superveniente. Aqui, e somente aqui, por força do artigo 13,
§ 1º, do Código Penal, você se fará a seguinte pergunta: é crível, factível, que uma pessoa que leve
um tiro morra no decorrer de uma cirurgia por conta de uma infecção ali contraída? A resposta é sim,
logo entende-se que o evento paralelo, por si só, não causou o resultado, este se deu na mesma linha
de desdobramento natural da conduta do agente. FULANO responderá por homicídio CONSUMADO.
b) A concausa relativamente independente superveniente por si só causou o resultado: o
resultado final FUGIU da linha de desdobramento natural da conduta do sujeito da
questão.

Consequência: o agente responde pelo crime que quis praticar na forma tentada.

Exemplo: FULANO, querendo matar SICRANA, atirou contra ela. O tiro não a matou de
imediato e SICRANA foi socorrida. No hospital, SICRANA morre soterrada, pois houve um
desabamento.

Perceba: temos concausas (dois eventos indo em busca de um mesmo resultado) e o evento
paralelo à conduta de FULANO precisou unir forças à conduta de fulano, pois caso FULANO
não tivesse atirado, SICRANA não estaria naquele desabamento. Logo, temos concausa
relativamente independente; o evento paralelo se deu após a conduta de FULANO, logo
temos concausa relativamente independente superveniente. Aqui, e somente aqui, por força
do artigo 13, § 1º, do Código Penal, você se fará a seguinte pergunta: é crível, factível, que
uma pessoa que leve um tiro morra em decorrência de um desabamento? A resposta é não,
logo entende-se que o evento paralelo, por si só, causou o resultado, pois fugiu da linha de
desdobramento natural da conduta do agente. FULANO responderá por homicídio TENTADO.
•Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

•(VUNESP - TJ/SP - Juiz de direito) A superveniência de causa


relativamente independente, preexistente, concomitante ou
superveniente, exclui a imputação quando, por si só, produziu o
resultado.

•GABARITO: ERRADO

•(CESPE - PC/PE - Delegado) O CP adota, como regra, a teoria da


causalidade adequada, dada a afirmação nele constante de que “o
resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável
a quem lhe deu causa; causa é a ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido”.

•GABARITO: ERRADO
•(MPDFT - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto) Páris, com ânimo de
matar, fere Nestor, o qual, vindo a ser transportado em ambulância, morre
em decorrência de lesões experimentadas em acidente automobilístico a
caminho do hospital, sendo o acidente, no caso, causa superveniente e
relativamente independente, respondendo Páris por homicídio consumado.

•GABARITO: ERRADO

•(MPDFT - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto) “Pátroclo", com o intuito


de matar “Eneas", dispara contra ele com arma de fogo, ferindo-o,
sobrevindo a morte de “Eneas", exclusivamente por intoxicação causada
por envenenamento provocado no dia anterior por “Ulisses", devendo
“Pátroclo", nessa situação, responder por homicídio tentado, porque o
envenenamento é considerado causa absolutamente independente
preexistente.

•GABARITO: CERTO
•(MPDFT - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto) “Aquiles", sabendo que
“Heitor" é hemofílico, fere-o, com intuito homicida, ocorrendo efetivamente a
morte, em virtude de hemorragia derivada da doença da qual “Heitor" era
portador, situação essa que leva à punição de “Aquiles" por homicídio
tentado, sendo a hemofilia, nesse caso, considerada concausa.

•GABARITO: ERRADO

•(FGV - TJ-AM - Analista Judiciário - Direito) Paulo, querendo matar Lucia,


vem a jogá-la da janela do apartamento do casal. A vítima na queda não vem
a falecer, apesar de sofrer lesões graves, tendo caído na área do
apartamento térreo do prédio. Naquele local, vem a ser atacada por um cão
raivoso que lhe causa diversas outras lesões que foram à causa de sua
morte. Paulo deverá responder por tentativa de homicídio por força do
surgimento de causa superveniente relativamente independente que, por si
só, causou o resultado.

•GABARITO: CERTO
•(CESPE - TJ-PB - Juiz) Suponha que Mara, com intenção
homicida, desfira dois tiros em Fábio e que, por má pontaria,
acerte apenas o braço da vítima, a qual, conduzida ao hospital,
faleça em consequência de um desabamento. Nesse caso, Mara
deverá responder por homicídio doloso consumado.

•GABARITO: ERRADO

•(CESPE - TJ-PB - Juiz) Considere que Márcia, com intenção


homicida, apunhale as costas de Sueli, a qual, conduzida
imediatamente ao hospital, faleça em consequência de infecção
hospitalar, durante o tratamento dos ferimentos provocados com o
punhal. Nesse caso, Márcia responderá por tentativa de homicídio.

•GABARITO: ERRADO
• Tipicidade: é o encaixe de determinada conduta, a qual lesiona
bem jurídico ou o expõe a perigo de lesão, de forma significativa,
a determinado tipo penal incriminador.
• Deste conceito, tem-se que para existir tipicidade penal a seguintes
perguntas, nesta ordem, devem ser feitas:

• 1) a conduta ocorrida se encaixa a algum tipo penal incriminador?

• Caso a resposta seja NÃO, já se pode afirmar que não existe tipicidade
sob o aspecto formal. Caso seja SIM, faz-se outra pergunta:

• 2) a conduta ocorrida lesiona ou expõe a perigo de lesão,


significativamente, o bem jurídico?

• Caso a resposta seja NÃO, já se pode afirmar que não existe tipicidade
sob o aspecto material. Caso seja SIM, agora podemos dizer que
existe tipicidade.
•A TIPICIDADE PENAL, pois, é a junção da tipicidade
formal com a tipicidade material.

•Perceba: a constatação de que existe tipicidade


formal (resposta positiva àquela primeira pergunta)
não é suficiente para que se diga que há
TIPICIDADE PENAL, pois se fará necessário, para
tanto, constatar se existe tipicidade material. Jamais
será possível haver tipicidade material sem haver a
formal, aquela depende desta; é possível,
entretanto, haver tipicidade formal e não haver a
material?
•Resposta: sim, é possível. Contudo, como
explicado acima, neste caso não existe
TIPICIDADE PENAL, pois esta é a
conjugação da tipicidade formal com a
tipicidade material.

•Quando acontece, então, de um fato ser


formalmente típico, mas materialmente
atípico?
•Isso ocorre quando o fato formalmente típico
acontece em uma situação onde incide o
princípio da insignificância ou princípio
da adequação social.
•Princípio da insignificância: incide quando um fato
formalmente típico é materialmente atípico porque a
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico é ínfima,
irrisória, írrita, insignificante.

•Exemplo: FULANO subtrai, para si, UMA caneta bic


de uma enorme livraria. Este fato é formalmente
típico (se encaixa na conduta descrita no artigo 155
do Código Penal), mas é materialmente atípico
porque a subtração de apenas uma caneta bic não
lesiona, de forma significativa, o bem jurídico
patrimônio da livraria.
•Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(CESPE - TJ/PB - Juiz) Depreende-se da aplicação do


princípio da insignificância a determinado caso que a
conduta em questão é formal e materialmente atípica.

•GABARITO: ERRADO

(FCC - TJ/AL - Juiz) O chamado princípio da


insignificância exclui a tipicidade formal da conduta.

•GABARITO: ERRADO
• Princípio da adequação social: INCIDIRIA quando um
fato formalmente típico é materialmente atípico porque a
conduta praticada é aceita, tolerada pela sociedade.

• Exemplo: FULANO participa de jogos de azar. Este fato


é formalmente típico (se encaixa na conduta descrita
no artigo 50 da Lei de Contravenções Penais), mas
SERIA materialmente atípico porque esta conduta
SERIA aceita pela sociedade.
•Princípio da insignificância x princípio da adequação
social.

•O que eles tem em comum: a) se incidirem ao caso


concreto tornarão a conduta atípica materialmente; b) não
possuem previsão legal, sendo criação doutrinária; c) são
instrumentos de interpretação restritiva do tipo penal.

•O que eles tem de diferente: a) o conceito; b) a


jurisprudência dos Tribunais Superiores, em alguns casos,
ACEITA a aplicação do princípio da insignificância e
RECHAÇA, sempre, a aplicação do princípio da adequação
social.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(MPE/RS - MPE/RS - Promotor de justiça) Os princípios


da adequação social e da insignificância, sugeridos
pela doutrina, servem de instrumentos de interpretação
restritiva do tipo penal, que afetam a tipicidade formal
do fato.

• GABARITO: ERRADO
A jurisprudência (STF e STJ) exige como condição para aplicação do
princípio da insignificância ao caso concreto duas condições: a
primeira é a de que os vetores criados pelo STF estejam,
cumulativamente, presentes; a segunda é a de que não haja vedação
absoluta, de acordo com a jurisprudência, tomando por base a natureza
da infração penal.

Quanto à primeira condição, quais são e quanto são estes vetores?

São quatro: a) mínima ofensividade da conduta do agente; b) ausência


de periculosidade social da ação; c) reduzido grau de reprovabilidade
do comportamento e d) inexpressividade da lesão jurídica causada.

Para suas provas: quatro são os requisitos e ausente qualquer deles


não pode haver a aplicação deste princípio.
Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(FUMARC - PC/MG - Delegado) O princípio da insignificância funciona como causa de exclusão da


culpabilidade, sendo requisitos de sua aplicação para o STF a ofensividade da conduta, a ausência de
periculosidade social da ação e a inexpressividade da lesão jurídica.

•GABARITO: ERRADO

(CESPE - MPE/RR - Promotor de justiça) No direito penal, o princípio da insignificância, segundo o


entendimento do STF, pressupõe apenas três requisitos para a sua configuração: mínima
ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade social e reduzidíssimo grau de
reprovabilidade do comportamento.

•GABARITO: ERRADO

(CESPE - Prefeitura de Salvador/BA - Procurador) Conforme entendimento do STF, os dois únicos


requisitos necessários para a aplicação do princípio da insignificância são nenhuma periculosidade
social da ação e inexpressividade da lesão jurídica provocada.

•GABARITO: ERRADO
Quanto à segunda condição, a jurisprudência trabalha
com dois tipos de vedação de aplicação deste
princípio pelo critério de natureza da infração penal.

a) vedação absoluta: determinados tipos penais não


admitem, de forma alguma, a aplicação do princípio
da insignificância.

b) vedação relativa: determinados tipos penais


admitem, desde que presentes os quatro vetores,
a aplicação do princípio da insignificância.
Exemplos de vedação absoluta: crimes que
possuam violência ou grave ameaça à pessoa,
crimes contra a fé pública, crimes eleitorais,
crimes tipificados na lei de drogas, crimes
tipificados no estatuto do desarmamento, crimes
onde haja a incidência da lei maria da penha,
crime de contrabando, furto qualificado…

Exemplos de vedação relativa: furto simples,


crimes ambientais, descaminho…
Atenção: no que tange aos crimes contra a administração
pública, a orientação dependerá de estarmos considerando a
posição do STJ ou a do STF.

Superior Tribunal de Justiça: não se aplica o princípio da


insignificância em crimes contra a administração pública (súmula
599), exceto em caso de descaminho (art. 334, CPB), sendo
considerada, neste caso, como insignificante a quantia que não
ultrapasse R$ 20.000,00 (mesmo valor considerado pelo STF);

Supremo Tribunal Federal: em regra se aplica, exceto em caso


de contrabando (art. 334-A, CPB).
Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(UPE - UPE - Advogado) Em posicionamento recente, o STJ afastou a incidência da Súmula


nº 599 para aplicar o princípio da insignificância a crime contra a administração pública.

•GABARITO: CERTO

(CESPE - EMAP - Analista portuário) Em razão do princípio da proteção da coisa pública, o


tipo penal que prevê o crime de descaminho não permite a aplicação do princípio da
insignificância.

•GABARITO: ERRADO

(FCC - DPE/RS - Defensor público) O afastamento da tipicidade, quando verificada lesão


penalmente irrelevante decorrente de conduta formalmente incriminada, dá-se pelo princípio
da adequação social.

•GABARITO: ERRADO
(CESPE - STJ - Analista judiciário) De acordo com o STJ, é
possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes
contra a administração pública, desde que o prejuízo seja em
valor inferior a um salário mínimo.

• GABARITO: ERRADO

(TRF 3ª região - TRF 3ª região - Juiz federal) De acordo com a


jurisprudência sumulada do Superior Tribunal de Justiça, o
princípio da insignificância é aplicável aos crimes cometidos
contra a Administração Pública.

• GABARITO: ERRADO
(UEG - PC/GO - Delegado) Sobre o crime de peculato,
previsto no Código Penal, verifica-se que, como regra, admite
a aplicação do princípio da insignificância, segundo a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.

•GABARITO: ERRADO

(CESPE - DPE/PE - Defensor público) Em se tratando de


contravenções penais praticadas contra a mulher no âmbito
das relações domésticas, é possível a aplicação do princípio
da insignificância, se preenchidos determinados critérios.

•GABARITO: ERRADO
(CESPE - SERES/PE - Agente penitenciário) Dada a relevância do
objeto jurídico tutelado, não se admite o princípio da insignificância
nos crimes contra a fé pública.

•GABARITO: CERTO

(CESPE - TRF 5ª REGIÃO - Juiz federal) É inadmissível a aplicação


do princípio da insignificância para o crime de contrabando, uma vez
que o bem jurídico tutelado não possui caráter exclusivamente
patrimonial, mas envolve a vontade estatal de controlar a entrada de
determinado produto em prol da segurança e da saúde públicas.

•GABARITO: CERTO
(FCC - DPE/PR - Defensor Público) Consoante posição do Supremo Tribunal Federal,
é cabível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra a Administração
pública.

•GABARITO: CERTO

(VUNESP - PREFEITURA DE SERTÃOZINHO/SP - Procurador Municipal) O princípio


da insignificância, causa supralegal de exclusão da tipicidade, não se aplica ao crime
de moeda falsa.

•GABARITO: CERTO

(CESPE - TJ/PB - Juiz) Segundo a jurisprudência do STJ, o princípio da insignificância


deve ser aplicado a casos de furto qualificado em que o prejuízo da vítima tenha sido
mínimo.

•GABARITO: ERRADO
As jurisprudências do STF e do STJ não aceitam a aplicação
do princípio da adequação social e o STJ, inclusive, possui
súmula neste sentido (nº 502):

"Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em


relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do
Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs
piratas.”
•Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(FEPESE - PC/SC - Escrivão) O princípio de direito penal pelo qual


uma conduta legalmente tipificada não será considerada típica se for
tolerada e aceita pela sociedade é o da adequação social.

•GABARITO: CERTO

(CESPE - PREFEITURA DE SALVADOR/BA - Procurador) O princípio


da adequação social surgiu como uma regra de hermenêutica, ou seja,
possibilita a exclusão de condutas que, embora se ajustem formalmente
a um tipo penal — tipicidade formal —, não são mais consideradas
objeto de reprovação social e, por essa razão, se tornaram socialmente
aceitas e adequadas.

•GABARITO: CERTO
(CESPE - PREFEITURA DE SALVADOR/BA - Procurador) O
agente que pratica constantemente infrações penais que tenham
deixado de ser consideradas perniciosas pela sociedade poderá
alegar que, em conformidade com o princípio da adequação social,
o qual tem o condão de revogar tipos penais incriminadores, sua
conduta deverá ser considerada adequada socialmente.

•GABARITO: ERRADO

(CESPE - DPE/RN - Defensor público) A conduta de vender e expor


à venda DVDs falsificados é atípica em razão da incidência do
princípio da adequação social.

•GABARITO: ERRADO

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