Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DAS PENAS 3
1 Conceito 3
2 Princípios 3
3 Finalidade: teorias 4
4 Espécies 5
5 Penas em espécie 7
6 Pena de multa 22
SÚMULAS PERTINENTES 33
1 Súmulas do STF 33
2 Súmulas do STJ 34
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 35
EXERCÍCIOS COMENTADOS 36
GABARITO 61
1
Olá, meus amigos concurseiros!
Hoje é dia de entrarmos na “Teoria Geral da Pena”. Veremos as espécies de pena e sua cominação.
Trata-se de um tema relativamente complexo, então estudem com bastante atenção!
Nossa aula já está atualizada de acordo com a Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”).
Bons estudos!
2
DAS PENAS
1 Conceito
A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal que se aflige a alguém
em razão da prática de um delito2. O conceito não se confunde, porém, com os fins (ou finalidades)
da pena.
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que
transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem
jurídico do condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo.
2 Princípios
a) Reserva legal ou legalidade estrita – Somente a Lei (em sentido estrito) pode cominar
penas: “Nulla poena sine lege”. Está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do
CP;
b) Anterioridade – A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser anterior à prática do
crime: “Nulla poena sine praevia lege”. Também está previsto no art. 5°, XXXIX da
Constituição e art. 1° do CP, sendo, juntamente com o princípio da reserva legal,
subprincípios do princípio da LEGALIDADE;
c) Intranscendência da pena – A pena deve ser cumprida somente pelo condenado, não
podendo, em caso de morte deste, ser transferida aos seus familiares, salvo a obrigação de
1
BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2011. Tomo I,
p. 99.
2
MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires: Ed. B. de F., 2003,
p. 49.
3
DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo I, p. 46-47
3
reparar o dano e o perdimento de bens, que podem ser cobrados dos sucessores até o
limite do patrimônio transferido pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa,
embora patrimonial, não pode ser cobrada dos sucessores!
3 Finalidade: teorias
Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu uma transgressão à
ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não há nenhuma finalidade educacional de
reinserção do indivíduo à vida social. A pena é mero instrumento para a realização da vingança
4
estatal. Trata-se de um imperativo categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser
punido, independentemente de qualquer outra finalidade).4
Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de novos crimes. Essa
prevenção pode ser:
Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao infrator, mas também
como medida de prevenção, tanto em relação à sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção
geral e especial). Além de consagrada na maioria dos países ocidentais6, foi a adotada pelo art. 59
do CP, que diz:
4 Espécies
4
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 1996, p. 12
5
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91.
6
DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470
5
Máximo de 40 anos7 para crimes (art. 75 do CP8) e de 05 anos para contravenções penais (art. 10
da Lei de Contravenções Penais);
O CP previu, em seu art. 32, as penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa.
RECLUSÃO
PRIVATIVAS DE
DETENÇÃO
LIBERDADE
PRISÃO SIMPLES
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
ESPÉCIES DE PENAS
PERDA DE BENS E VALORES
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
RESTRITIVA DE DIREITOS
COMUNIDADE
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA
MULTA
DE DIREITOS
LIMITAÇÃO DE FINAL DE
SEMANA
7
É possível a fixação da pena por período superior a 40 anos, o que se veda é a execução da pena por mais de 40
anos ininterruptos.
8
Com redação dada pela Lei 13.964/19 (chamado “Pacote anticrime”).
6
Isoladamente – A Lei prevê a aplicabilidade de apenas uma espécie de pena. Exemplo: art.
121 do CP – Pena de reclusão;
Cumulativamente – A Lei prevê a aplicabilidade conjunta de duas espécies de penas.
Exemplo: art. 155 do CP – Pena de reclusão e multa;
Alternativamente – A Lei comina, alternativamente, duas espécies de pena. Exemplo: art.
331 do CP: Detenção ou multa.
Todavia, é bom ressaltar que as penas restritivas de direitos, como regra, apenas substituem
as penas privativas de liberdade, não sendo cominadas de forma isolada.
5 Penas em espécie
Como já vimos, o Direito Penal pátrio admite três modalidades de penas privativas de
liberdade: reclusão, detenção e prisão simples (somente para as contravenções penais).
O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou aberto) tem como regra
o seguinte: pena de reclusão – Qualquer regime inicial; pena de detenção – Regime inicial somente
semiaberto ou aberto.
A fixação, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena irá variar conforme três
fatores: reincidência, quantidade da pena e circunstâncias judiciais. Além disso, a própria Lei
estabelece que a pena seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso para
outro, menos gravoso), ressalvada a hipótese de regressão (passagem de um regime menos
gravoso para outro, mais gravoso), em qualquer caso, atendendo-se ao mérito do condenado, nos
termos do art. 33, §§ 2°, 3° e 4° do CP.10
9
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime
semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
10
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7
CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a fixação do regime
semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam
favoráveis. Vejamos:
Além disso, na fixação do regime inicial de cumprimento da pena, não pode o Juiz fixar
regime mais gravoso do que aquele abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada, tendo
como base unicamente a gravidade abstrata do delito.
SÚMULA 718
SÚMULA 719
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la
em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no
art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena
condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos
legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
8
Submissão a exame criminológico11 inicial (O STJ passou a entender que ele agora é
facultativo – SÚMULA 439 DO STJ);
Submissão a trabalho durante o dia e descanso isolado durante a noite;
Trabalho em comum (junto com outros presos) dentro do estabelecimento, SENDO
ADMISSÍVEL O TRABALHO EXTERNO em obras públicas (Necessário cumprimento de ao
menos 1/6 da pena).
O trabalho do preso é remunerado e ele tem direito, ainda, aos benefícios da previdência
social. Isso é bastante importante, pois o preso foi condenado a uma pena “privativa de liberdade”,
ou seja, o único direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se tornou um
escravo do Estado, devendo receber pelo seu trabalho, como qualquer pessoa.
O regime semiaberto é bem menos gravoso que o regime fechado, e possui como regras:
Exame criminológico inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo – SÚMULA
439 DO STJ);
Trabalho diurno em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, com descanso
isolado à noite;
Admissão do trabalho externo, BEM COMO FREQUÊNCIA A CURSOS SUPLETIVOS
PROFISSIONALIZANTES, DE INSTRUÇÃO DE SEGUNDO GRAU OU SUPERIOR.
Vejam que as regras, embora parecidas, não são idênticas. Nesse regime o condenado pode
trabalhar fora do estabelecimento de cumprimento da pena (em qualquer trabalho, e não apenas
em obras públicas), bem como estudar.
Além disso, o preso deve ficar recolhido em estabelecimento próprio (colônia agrícola,
industrial ou similar), e não em presídio comum, onde se encontram os presos em regime fechado.
11
O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios da pena) em sua
terceira fase, em homenagem ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
9
Mas e se não houver vagas nos estabelecimentos especiais (colônias), o que fazer?
O STF entende que se não houver vagas no regime semiaberto, o preso não pode
arcar com essa deficiência do Estado, pois é um direito seu. Desta forma, não pode
o preso continuar no regime fechado. Por consequência, a lógica determina sua
transferência diretamente para o regime aberto ou prisão domiciliar.
O regime aberto é o mais brando dos três regimes de cumprimento da pena privativa de
liberdade, e baseia-se no senso de responsabilidade e autodisciplina do preso. Regras básicas:
Onde se dá o recolhimento do preso, e o que ocorre se não houver vagas no regime aberto?
O recolhimento noturno do preso no regime aberto se dá em casa de albergado, que é um prédio
urbano, separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir características
de prisão, principalmente no que se refere à existência de obstáculos físicos para a fuga. Caso não
haja vagas no regime semiaberto (são raríssimas as casas de albergado), o STF e o STJ firmaram
entendimento no sentido de que deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar 12.
Conforme havia dito a vocês, a pena privativa de liberdade atinge somente um direito do
preso: a liberdade (óbvio, não?).
Assim, o preso mantém todos os direitos inerentes à pessoa humana, como o respeito à sua
integridade física e moral. O respeito à integridade física e moral, inclusive, possui índole
constitucional (art. 5°, XLIX da Constituição).13
12
STJ - REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013,
DJe 14/05/2013) e STF - HC 122313, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN,
Primeira Turma, julgado em 23/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 29-04-2016 PUBLIC 02-05-2016).
13
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
10
Também em razão disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas, editando a súmula
vinculante n° 11, que diz:
SÚMULA VINCULANTE Nº 11
14
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as
autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
15
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11
provisoriamente, administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos previstos
no art. 41. Vejamos:
Trata-se de regra que materializa o direito previsto no art. 5°, XLVIII da constituição, que
trata do cumprimento da pena em estabelecimentos prisionais adequados.17
São divididas em cinco espécies, conforme já adiantado, nos termos do art. 43 do CP.
16
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à
sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
17
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo
do apenado;
18
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São Paulo, 2015, p.
659/660
12
aplicadas de maneira a substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta,
quando presentes os requisitos legais.
Entretanto, as penas restritivas de direitos devem ser aplicadas somente se presentes alguns
requisitos, que a doutrina divide em objetivos e subjetivos.19 Os primeiros referem-se ao crime em
si, e à penalidade imposta. Os últimos estão ligados à pessoa do criminoso. Estão previstos nos
incisos do art. 44 do CP.20
REQUISITOS OBJETIVOS
Só pode haver substituição nos casos de crimes culposos (todos eles)
ou no caso de crimes dolosos, desde que, nesse último caso, não
Natureza do crime
tenha sido o crime cometido com violência ou grave ameaça à pessoa
(ex.: Não caberia substituição no caso de homicídio).
A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não pode ser superior a
Quantidade de pena
quatro anos. No caso de crimes culposos, pode haver a substituição
aplicada
qualquer que seja a pena aplicada.
REQUISITOS SUBJETIVOS
OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime culposo, poderá
haver a substituição.
19
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 662/666
20
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
13
5.2.1 Regras da substituição
Assim:
Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de direitos.
Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de direitos,
ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas de direitos,
o condenado poderá cumpri-las simultaneamente, se forem compatíveis, ou
sucessivamente, se incompatíveis (art. 69, § 2° do CP).
21
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 671/672
14
OBRIGATÓRIA. Embora a lei diga “conversão”, a conversão ocorreu da primeira vez, quando se
converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. O que acontece, agora, é uma
reconversão à pena original. Nos termos do art. 44, § 4° do CP:
Mas a Lei não é injusta, de forma que se o condenado cumpriu parte da pena restritiva de
direitos imposta, o tempo que ele cumpriu será abatido da pena privativa de liberdade que ele
cumprirá em razão da reconversão (parte final do § 4° do art. 44 do CP).
Nesse caso, o Juiz da execução irá avaliar se o condenado pode cumprir a pena restritiva de
direitos imposta juntamente com a pena privativa de liberdade (que o camarada acabou de
receber). Se for possível, o Juiz PODE manter a pena restritiva de direitos imposta e o condenado
cumprirá ambas, simultaneamente; se não for possível, haverá a reconversão para a pena privativa
de liberdade anteriormente aplicada.22
22
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699
15
Porém, se no exemplo acima, a pena restritiva de direitos imposta fosse de prestação
pecuniária, não haveria nenhum impedimento ao cumprimento simultâneo desta com a nova pena
privativa de liberdade imposta, de forma que o Juiz da execução poderia deixar de reconvertê-la.
CUIDADO II! Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma espécie de
pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É POSSÍVEL A
CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL,
conforme entendimento do STJ.23
No entanto, pode acontecer de, por acordo entre o infrator e o beneficiário da prestação,
esta ser de outra natureza que não seja patrimonial.24
23
HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA
TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 20/03/2012
24
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública
ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a
360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em
ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em
prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
16
MUITO CUIDADO! A prestação pode ser destinada a qualquer entidade pública.
No entanto, se se tratar de entidade privada, deverá possuir finalidade social.
Além disso, a pena de prestação pecuniária NÃO É PENA DE MULTA. Trata-se de uma
modalidade de pena restritiva de direitos, e difere da multa em diversos aspectos. Vejamos:
A perda de bens e valores, tal qual a pena de prestação pecuniária, é uma modalidade de
pena restritiva de direitos que atinge o patrimônio financeiro do condenado.25
Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas hipóteses de crimes que
gerem algum prejuízo ao sujeito passivo ou tragam algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira
pessoa.
25
Está prevista no art. 45, § 3° do CP:
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do
Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do
provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)
17
Não confundam a pena de perdimento de bens, art. 45, § 3° do CP (modalidade
de pena restritiva de direitos), com o confisco, previsto no art. 91, II do CP (perda
de bens em razão da condenação). A pena de perdimento de bens incide sobre o
patrimônio lícito do condenado, sendo, portanto, uma pena propriamente dita. Já
o confisco não é pena, mas efeito da condenação, e incide sobre o patrimônio
ilícito do agente, constituído pelo produto do crime e pelos instrumentos do delito,
desde que estes consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitua fato ilícito.
De plano, vocês podem perceber que se trata de pena restritiva de direitos somente cabível
nas condenações a pena privativa de liberdade superior a 06 meses.
26
Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro. BITENCOURT,
Cezar Roberto. Op. cit., p. 682
18
A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em Igrejas, por não se tratar
de serviço à comunidade, e pelo fato de que seria uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19,
I da Constituição).
O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição de tarefas gratuitas
ao condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre no caso de trabalho realizado pelo preso
no estabelecimento prisional, quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o
condenado não recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta é a própria pena. Na pena
privativa de liberdade a execução das tarefas não é a pena (que é a privação da liberdade), motivo
pelo qual naqueles casos o preso deve receber retribuição salarial.
Assim, não pode o Juiz determinar a um pintor que preste serviço de carpintaria em uma
escola, pois não se enquadra dentro das suas aptidões, sendo impossível de ser cumprida.
A pena não pode, ainda, ser vexatória, humilhante ou possuir qualquer outra característica
contrária à sua finalidade.
EXEMPLO: Imagine que fulano foi condenado a 08 meses de detenção, tendo sua
pena sido convertida em restritiva de direitos, consistente na prestação de serviços
à comunidade. Assim, cada hora-tarefa cumprida por fulano corresponderá a um
dia de cumprimento da pena.
Entretanto, o § 4° estabelece que se pena aplicada for superior a um ano, para que não se
torne muito extensa, poderá ser cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade.
Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido a dois anos de
reclusão. Nesse caso, o CP possibilita que fulano realize duas horas-tarefa por dia, o que lhe fará
19
abater dois dias de cumprimento da pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No
entanto, o cumprimento não pode se dar em menos da metade do tempo previsto!
A pena de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 do CP, e pode consistir
em:
20
Não devemos confundir esta pena com o efeito da condenação previsto no art. 92, I do CP.
A pena de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (inciso III) somente
se aplica nos casos de crimes culposos cometidos no trânsito. Nos termos do art. 57 do CP:
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-
se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Entretanto, com a edição do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), este dispositivo
perdeu muito de sua utilidade, pois o CTB cuida com certa minúcia da matéria, inclusive no que
tange à aplicação desta pena de interdição. Entretanto, isto não é tema para a nossa aula.
CUIDADO! Esta pena não pode ser confundida com o efeito da condenação previsto no art. 92, III
do CP:
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática
de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
A pena restritiva de direitos consistente na suspensão do direito de dirigir é uma pena que se aplica
aos crimes culposos cometidos no trânsito. Já o efeito da condenação, consistente na inabilitação
para dirigir, ocorre quando o veículo é utilizado como meio para a prática de crime doloso
(atropelamento doloso, por exemplo).27
Por sua vez, a proibição de frequentar determinados lugares é uma pena de difícil
fiscalização, pois, primeiramente, a Lei não estabeleceu quais são os lugares, ficando a critério do
Juiz28. Em segundo lugar, a ausência de mecanismos hábeis para a realização da fiscalização
dificulta demais a aplicação desta pena.
27
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689
28
Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que exerça influência
criminógena sobre o condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito). BITENCOURT, Cezar Roberto. Op.
cit., p. 690/691
21
Entretanto, a Doutrina entende que se trata de uma pena constitucional, e que mesmo a
expressão vaga “determinados lugares” não ofende o princípio da legalidade, na medida em que
esta é uma pena alternativa, sendo originariamente prevista a pena privativa de liberdade,
perfeitamente bem delimitada.
Finalizando com chave-de-ouro, o inciso V (incluído pela Lei 11.250/11) prevê uma quinta
modalidade de interdição de direitos, consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever
em concurso, avaliação ou exame público.
A Lei não disse por quanto tempo, mas por lógica, em se tratando de uma pena substitutiva,
esta pena terá como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada.
6 Pena de multa
A pena de multa pode ser conceituada como a penalidade (sanção penal) consistente no
pagamento de determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional.
Nos termos do art. 49, e seus §§, do CP:
22
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior
a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Perceba, caro aluno, que a aplicação da pena de multa obedece a um sistema BIFÁSICO,
no qual o Juiz:
O produto da multiplicação do número de dias multa pelo valor de cada dia multa será o
montante total da condenação.
A pena de multa deve ser fixada levando-se em conta a situação econômica do réu,
entretanto, essa fixação com base na situação econômica do réu se refere à fixação do valor do
29
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 529/530
23
dia-multa. Além disso, a pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso, mesmo sendo
aplicada ao máximo, o Juiz considere que ela ainda é insuficiente.
Ressalto a vocês que esse sistema de aplicação da pena de multa é genérico, ou subsidiário.
Assim, nada impede que a Legislação Especial, e até mesmo o CP, prevejam situações especiais
nas quais o critério para a aplicação da pena de multa seja outro.
O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito em julgado
da sentença, podendo o Juiz, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado,
permitir o parcelamento do seu pagamento (art. 50 do CP).
Conforme já havia adiantado a vocês, não cumprida espontaneamente a pena de multa, não
pode haver conversão em pena privativa de liberdade30, muito menos reconversão (porque nunca
houve conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor, aplicando-se-lhe as
normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública. Vejamos:
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da
execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da
Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Esta redação atual do art. 51 do CP foi dada pela Lei 13.964/19 (chamado “Pacote
Anticrime”). Como se vê, a despeito de ser considerada mera dívida de valor, não podendo haver
conversão em pena privativa de liberdade, a multa deverá ser executada perante o Juízo da
execução penal, colocando fim, assim, a uma antiga discussão doutrinária e jurisprudencial sobre
o juízo competente para executar a pena de multa.
30
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531
31
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531
24
Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao condenado, ficará
suspensa a pena de multa.
CÓDIGO PENAL
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
SEÇÃO I
Reclusão e detenção
25
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
26
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que
inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Regime especial
Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade,
impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Trabalho do preso
Legislação especial
27
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste
Código, bem como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para
revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e
correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Detração
SEÇÃO II
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
28
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714,
de 1998)
29
montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os
beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
30
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA
Multa
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior
a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pagamento da multa
31
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em
julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias,
o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Modo de conversão.
CAPÍTULO II
32
Penas restritivas de direitos
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43
terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o
disposto no § 4º do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-
se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de multa
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no
art. 49 e seus parágrafos deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
SÚMULAS PERTINENTES
1 Súmulas do STF
Súmula 718 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que a gravidade em abstrato
do delito não é razão idônea para que o Juiz imponha regime prisional mais severo que aquele
permitido de acordo com a quantidade de pena aplicada:
SÚMULA 718
33
Súmula 719 do STF – Além de entender que a gravidade em abstrato do delito não é
fundamento idôneo para a imposição de regime prisional mais gravoso, o STF sumulou
entendimento também no sentido de que o Juiz deve sempre fundamentar, de maneira idônea
(baseada em fatos concretos e que não sejam inerentes ao delito), a imposição de eventual regime
prisional mais gravoso que aquele permitido pela quantidade de pena aplicada:
SÚMULA 719
2 Súmulas do STJ
Súmula 269 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que é possível a
fixação do regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias
judiciais sejam favoráveis. Vejamos:
Súmula 439 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o exame
criminológico pode ser determinado, mas somente por decisão fundamentada nas peculiaridades
do caso, não podendo ser aplicado em qualquer caso e sem qualquer critério:
Súmula 440 do STJ – O STJ, seguindo a mesma linha do STF, sumulou entendimento no sentido
de que, uma vez fixada a pena-base no mínimo legal, o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso que o cabível em razão da pena imposta dependeria de fundamentação concreta, não
podendo estar baseado na mera gravidade abstrata do delito:
Súmula 493 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que é vedado ao Juiz impor,
como condição especial ao regime aberto, qualquer das modalidades de pena restritiva de
34
direitos, eis que isso configuraria bis in idem (cumprimento de pena privativa de liberdade e
cumprimento de pena restritiva de direitos, ainda que indiretamente):
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
STF - HC 122313 e STJ - AgInt no HC 345.050/RS – O STJ e o STF firmaram entendimento no
sentido de que, caso não haja vagas no regime semiaberto, deve o preso ser transferido para o
regime aberto. Caso não haja vagas neste último, deve ser permitido o cumprimento da pena em
prisão domiciliar:
35
(AgInt no HC 345.050/RS, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA
TURMA, julgado em 02/06/2016, DJe 14/06/2016)
(...) No caso, o regime fechado, mais gravoso que a pena de 5 anos comporta, foi
estabelecido com base em fundamentação específica, ante a gravidade concreta
do delito, evidenciada pela quantidade da droga apreendida (132,85 kg de
maconha).
(HC 353.609/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado
em 21/06/2016, DJe 28/06/2016)
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (FCC – 2018 – MPE-PE – ANALISTA MINISTERIAL - ÁREA JURÍDICA) De acordo com o que
dispõe o Código Penal acerca das penas privativas de liberdade, no regime
a) aberto, o condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia
agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
b) semiaberto, o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar,
frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o
período noturno e nos dias de folga.
c) semiaberto, o trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da
pena.
d) fechado, o trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.
36
e) fechado, o trabalho externo é admissível em serviços ou obras públicas.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item, errado, pois isto se aplica ao regime semiaberto, na forma do art. 35, §1º do CP:
b) ERRADA: Item errado, pois isto se aplica no regime ABERTO, conforme art. 36, §1° do CP:
c) ERRADA: Item errado, pois esta é uma previsão cabível para o regime fechado, nos termos do
art. 34, §2º do CP:
(...)
d) ERRADA: Item errado, pois isto é cabível no regime SEMIABERTO, nos termos do art. 35, §2º
do CP:
37
(...)
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 34, §3º do CP:
(...)
GABARITO: Letra E
2. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – APOIO JURÍDICO) Acerca das penas,
suas espécies e sua cominação, o Código Penal dispõe que
a) o condenado à pena privativa de liberdade superior a 7 anos deverá, obrigatoriamente, começar
a cumpri-la em regime fechado.
b) o condenado não reincidente, cuja pena privativa de liberdade seja superior a 6 anos e não
exceda a 7, deverá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena privativa de liberdade seja superior a 5 anos e não
exceda a 7, deverá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
d) as penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma regressiva, segundo o mérito
do condenado.
e) o condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto
do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
COMENTÁRIOS
O art. 33, §2º do CP traz as regras para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena.
Vejamos:
38
(...)
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
A letra D está errada pois as penas privativas de liberdade serão executadas de forma
PROGRESSIVA, na forma do supramencionado art. 33, §2º do CP. Ou seja, de um regime mais
gravoso para um regime menos gravoso.
Art. 33 (...)
GABARITO: Letra E
3. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA) A pena de detenção deve ser cumprida
em regime inicial aberto, enquanto a de reclusão permite os regimes aberto, semiaberto e
fechado.
COMENTÁRIOS
A pena de detenção pode ser cumprida em regime inicial aberto OU SEMIABERTO, na forma do
art. 33 do CP:
39
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto
ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade
de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 33, §2º, “b” do CP:
Art. 33 (...)
(...)
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
COMENTÁRIOS
A pena de prestação de serviços à comunidade, por ser modalidade de pena restritiva de direitos,
é uma pena substitutiva à pena privativa de liberdade (errada a letra E). Além disso, é possível a
40
conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos mesmo no caso de reincidente,
na forma do art. 44, §3º do CP (errada a letra B). Tal modalidade deve ser cumprida à razão de
uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada de trabalho,
na forma do art. 46, §3º do CP, mas pode ser cumprida em menor tempo do que o fixado na
sentença, caso a condenação seja superior a 01 ano (art. 46, §4º do CP), nunca inferior à metade
do tempo de pena privativa de liberdade fixado (erradas as letras A e C).
Por fim, a letra D está correta, pois tal modalidade de PRD (pena restritiva de direitos) só tem
cabimento no caso de condenação superior a seis meses de privação da liberdade, na forma do
art. 46 do CP.
6. (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) Lucila cumpria regularmente pena restritiva
de direito, consistente em prestação pecuniária equivalente a dois salários mínimos, quando
sobreveio, aos autos da execução penal, condenação definitiva à pena privativa de liberdade cujo
regime inicial era fechado. Diante disso, o juízo da execução decidiu pela conversão da pena
restritiva de direitos em privativa de liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve prevalecer
sobre a pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena restritiva
de direitos, cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão da pena
restritiva de direitos em privativa de liberdade.
COMENTÁRIOS
Neste caso a decisão deve ser reformada, pois há compatibilidade de cumprimento simultâneo
das penas restritiva de direitos e privativa de liberdade, sendo incorreta a conversão da pena
alternativa, pois Lucila poderia cumprir ambas ao mesmo tempo, na forma do art. 44, §5º do CP.
41
B) deve ser fixada em dias-multa.
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade não superior a quatro anos.
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do beneficiário.
COMENTÁRIOS
Uma destas características é a substitutividade, pois a pena restritiva de direitos sempre será
aplicada como medida alternativa à pena privativa de liberdade, logo, ela nunca será autônoma
(diferentemente da pena de multa, que pode ser autônoma ou substitutiva).
Pode ser aplicada aos reincidentes, desde que não se trate de reincidência específica e a medida
seja socialmente aconselhável (art. 44, § 3° do CP).
Diz, ainda, o art. 45, em seus §§ 1° e 2°, que a prestação pecuniária pode ter como beneficiários,
além dos familiares, entidades públicas ou privadas com destinação social, e que a prestação pode
ser de outra natureza, que não a pecuniária, desde que haja aceitação do beneficiário.
COMENTÁRIOS
42
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança,
o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão
administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
COMENTÁRIOS
10. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Sobre a pena
de MULTA prevista no Código Penal, é INCORRETO afirmar que
43
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da sentença.
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa de pagá-la ou frustra a
sua execução.
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do condenado, quando aplicada
isoladamente.
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao
sustento do condenado e de sua família.
COMENTÁRIOS
B) ERRADA: A pena de multa, quando não paga, não se converte em pena privativa de liberdade,
passando a ser considerada mera dívida de valor, a ser executada perante o Juízo da execução
penal, nos termos do art. 51 do CP.
11. (FCC – 2009 – DPE/MT – DEFENSOR PÚBLICO) NÃO se inclui dentre as penas
restritivas de direito a
A) limitação de fim de semana.
B) multa.
C) perda de bens e valores.
D) prestação de serviços à comunidade.
E) interdição temporária de direitos.
COMENTÁRIOS
44
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998),
Assim, a multa não é considerada pena restritiva de direitos, mas uma espécie de pena, tal qual a
pena privativa de liberdade e a restritiva de direitos.
COMENTÁRIOS
45
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998),
Desta forma, as alternativas I e III trazem hipóteses que não se caracterizam como penas restritivas
de direitos. A reclusão é uma modalidade de pena privativa de liberdade, e a multa é uma espécie
de pena, também diversa da restritiva de direitos.
COMENTÁRIOS
A pena de multa pode ser uma modalidade de pena autônoma (regra) ou ser aplicada de maneira
substitutiva a uma pena privativa de liberdade previamente aplicada (multa vicariante). Nessa
última hipótese, a pena de multa poderá ser aplicada quando a pena privativa de liberdade for
igual ou inferior a um ano, ainda que o réu seja reincidente, desde que, nesta hipótese, não se
46
trate de reincidência específica e a medida seja aconselhável. Esta é a inteligência do art. 44, §§
2° e 3° do CP.
14. (FCC – 2010 – TRF 4 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A pena de multa
pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.
COMENTÁRIOS
Perceba que a banca, aqui, repetiu, em anos diferentes, a mesma questão (Idêntica à anterior), de
forma que se aplicam a esta questão os comentários feitos àquela. Podemos extrair, ainda, a lição
de que este tema é muito “querido” pela Banca. Assim, vale reforçar o estudo nele.
47
COMENTÁRIOS
(...)
(...)
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
II - ERRADA: A pena, neste caso, não pode ser substituída, eis que o crime de coação no curso do
processo se dá com violência ou grave ameaça à pessoa, o que veda a conversão, nos termos do
art. 44, I do CP:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - ERRADA: Mesmo Maurício sendo reincidente, o art. 44, §3º permite a substituição, caso o Juiz
verifique que esta seja recomendável, já que Maurício não é reincidente específico (no mesmo
crime). Vejamos:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
48
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
(...)
COMENTÁRIOS
No caso, o agente, em tese, deveria cumprir a pena inicialmente em regime fechado, por ser
reincidente. Vejamos:
Art. 33 (...)
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
49
Contudo, o STJ possui entendimento sólido, inclusive sumulado, no sentido de que é possível a
fixação do regime semiaberto neste caso, desde que favoráveis as circunstâncias judiciais. Vejamos:
COMENTÁRIOS
Em relação aos regimes de cumprimento da pena privativa de liberdade, é correto afirmar que a
pena de reclusão poderá ser cumprida inicialmente em qualquer dos regimes. A de detenção,
porém, não poderá ser inicialmente cumprida em regime fechado. O regime fechado é aquele cujo
cumprimento se dá em estabelecimento de segurança máxima ou média. Já o semiaberto se dá
em colônia agrícola ou industrial (ou similar) e o regime aberto em casa de albergado ou similar.
Vejamos:
50
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
COMENTÁRIOS
Os critérios para a progressão de regime de cumprimento de pena estão previstos no art. 33, §2º
do CP:
Art. 33 (...)
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Vemos, assim, que a alternativa correta é a letra C, eis que de acordo com o previsto no art. 33,
§2º, c do CP.
51
19. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ) Antônio foi condenado definitivamente pela prática
de crime de estelionato e, depois de decorridos mais de cinco anos desde o cumprimento da
pena então imposta, comete novo crime, desta feita furto qualificado pelo rompimento de
obstáculo, pelo qual vem a ser condenado à pena de dois anos e quatro meses de reclusão.
Assinale a alternativa correta, em face do art. 44, do Código Penal, que dispõe sobre a substituição
da pena privativa de liberdade, por restritivas de direito.
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta de reclusão.
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente em crime doloso.
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as condenações por crimes
contra o patrimônio.
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a reincidência não é pela prática do mesmo
crime.
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente.
COMENTÁRIOS
No caso em tela o agente é considerado primário, eis que decorridos mais de cinco anos desde a
extinção da punibilidade pela condenação anterior (art. 64, I do CP).
Neste caso, temos um agente primário, que praticou delito sem violência ou grave ameaça e cuja
pena aplicada é de 02 anos e 04 meses de reclusão. Vejamos o que diz o art. 44 do CP:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
Assim, vemos que é possível a substituição da pena, pois o agente não é reincidente.
52
20. (VUNESP – 2009 – TJ-MS – TITULAR NOTARIAL) A, primário, foi condenado por
tentativa de roubo qualificado à pena de 2 anos e 8 meses de reclusão e multa. O juiz, ao aplicar
a pena,
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se de crime praticado com
violência contra a pessoa.
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos.
d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de liberdade.
COMENTÁRIOS
No caso em tela a substituição não é possível, considerando-se que se trata de crime praticado
com violência ou grave ameaça à pessoa (art. 44, I do CP), também não sendo possível a concessão
de sursis, eis que a pena é superior a 02 anos (art. 77 do CP).
Com relação ao regime de cumprimento, por se tratar de pena inferior a 04 anos, o Juiz poderá
fixar o regime aberto como o regime inicial de cumprimento da pena:
(...)
(...)
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
53
A) O sistema progressivo brasileiro é compatível com a progressão “por saltos”, consistente na
possibilidade da passagem direta do regime fechado para o aberto.
B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é uma exceção ao sistema
progressivo. O condenado nesta modalidade criminosa deve iniciar e encerrar o cumprimento da
pena no regime fechado, sem possibilidade de passagem para regime mais brando.
C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração Pública, à reparação do
dano causado ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais, além do
cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior e do mérito do condenado.
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que decidirá independente
de manifestação do Ministério Público.
COMENTÁRIOS
A) No sistema brasileiro não se admite a progressão por saltos, de forma que progressão de regime
deve sempre se realizar do regime mais gravoso para o regime imediatamente menos gravoso.
C) Item correto. Os critérios do cumprimento de 1/6 da pena e do mérito do preso são genéricos.
Os demais estão previstos especificamente para este caso, nos termos do art. 33, §4º do CP:
Art. 33 - (...)
D) O pedido de progressão é endereçado ao Juiz da Execução, nos termos do art. 66, III, b da LEP:
(...)
(...)
54
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
1. (FCC – 2018 – MPE-PE – ANALISTA MINISTERIAL - ÁREA JURÍDICA) De acordo com o que
dispõe o Código Penal acerca das penas privativas de liberdade, no regime
a) aberto, o condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia
agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
b) semiaberto, o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar,
frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o
período noturno e nos dias de folga.
c) semiaberto, o trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da
pena.
d) fechado, o trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.
e) fechado, o trabalho externo é admissível em serviços ou obras públicas.
2. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – APOIO JURÍDICO) Acerca das penas,
suas espécies e sua cominação, o Código Penal dispõe que
a) o condenado à pena privativa de liberdade superior a 7 anos deverá, obrigatoriamente, começar
a cumpri-la em regime fechado.
b) o condenado não reincidente, cuja pena privativa de liberdade seja superior a 6 anos e não
exceda a 7, deverá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena privativa de liberdade seja superior a 5 anos e não
exceda a 7, deverá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
d) as penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma regressiva, segundo o mérito
do condenado.
e) o condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto
do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
55
3. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA) A pena de detenção deve ser cumprida
em regime inicial aberto, enquanto a de reclusão permite os regimes aberto, semiaberto e
fechado.
6. (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) Lucila cumpria regularmente pena restritiva
de direito, consistente em prestação pecuniária equivalente a dois salários mínimos,
quando sobreveio, aos autos da execução penal, condenação definitiva à pena privativa de
liberdade cujo regime inicial era fechado. Diante disso, o juízo da execução decidiu pela
conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve prevalecer
sobre a pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena restritiva
de direitos, cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão da pena
restritiva de direitos em privativa de liberdade.
56
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade não superior a quatro anos.
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do beneficiário.
11. (FCC – 2009 – DPE/MT – DEFENSOR PÚBLICO) NÃO se inclui dentre as penas
restritivas de direito a
A) limitação de fim de semana.
57
B) multa.
C) perda de bens e valores.
D) prestação de serviços à comunidade.
E) interdição temporária de direitos.
12. (FCC – 2008 – METRÔ/SP – ADVOGADO) Considere as seguintes penas:
I. reclusão.
II. limitação de fim de semana.
III. multa.
IV. perda de bens e valores.
V. prestação pecuniária.
São penas restritivas de direito SOMENTE
A) I e II.
B) III e V.
C) I, II e IV.
D) I, II e III.
E) II, IV e V.
58
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.
59
18. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) As penas privativas de liberdade
deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-
la em regime aberto.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e não exceda a 12 (doze),
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde
o início, cumpri-la em regime aberto.
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
19. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ) Antônio foi condenado definitivamente pela prática
de crime de estelionato e, depois de decorridos mais de cinco anos desde o cumprimento da
pena então imposta, comete novo crime, desta feita furto qualificado pelo rompimento de
obstáculo, pelo qual vem a ser condenado à pena de dois anos e quatro meses de reclusão.
Assinale a alternativa correta, em face do art. 44, do Código Penal, que dispõe sobre a substituição
da pena privativa de liberdade, por restritivas de direito.
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta de reclusão.
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente em crime doloso.
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as condenações por crimes
contra o patrimônio.
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a reincidência não é pela prática do mesmo
crime.
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente.
20. (VUNESP – 2009 – TJ-MS – TITULAR NOTARIAL) A, primário, foi condenado por
tentativa de roubo qualificado à pena de 2 anos e 8 meses de reclusão e multa. O juiz, ao aplicar
a pena,
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se de crime praticado com
violência contra a pessoa.
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos.
d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de liberdade.
60
21. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) O sistema punitivo brasileiro é progressivo.
Por meio dele o condenado passa do regime inicial de cumprimento de pena mais severo para
regime mais brando, até alcançar o livramento condicional ou a liberdade definitiva.
A respeito da progressão de regime, assinale a afirmativa correta.
A) O sistema progressivo brasileiro é compatível com a progressão “por saltos”, consistente na
possibilidade da passagem direta do regime fechado para o aberto.
B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é uma exceção ao sistema
progressivo. O condenado nesta modalidade criminosa deve iniciar e encerrar o cumprimento da
pena no regime fechado, sem possibilidade de passagem para regime mais brando.
C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração Pública, à reparação do
dano causado ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais, além do
cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior e do mérito do condenado.
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que decidirá independente
de manifestação do Ministério Público.
GABARITO
61