PROJETOS

Introdução:

Os projetos estão integrados na sociedade a séculos, porém os primeiros

sinais da gestão de projetos em sua forma moderna ocorreram somente por
meados do século XIX, com a globalização e Revolução industrial. No começo
dos anos 60 ela veio a ser formalizada como uma ciência, e alguns anos à
frente seria criada a PMI (Project Management Institute), criadora do PMBOK
(Project Management Body of Knowledge), guia de conhecimentos em
gerenciamento de projetos que são extensamente reconhecidos como boas
práticas.

Em paralelo ocorreu também o surgimento da Engenharia de software, que se

baseava em setores como o automobilístico para realizar gerenciamento de
projetos, mas logo aderiu aos métodos ágeis e seus princípios.

Porém, mesmo com boas práticas e princípios ágeis, ainda é muito frequente a
falha na conclusão de projetos de software por parte das empresas de pequeno
porte desta área.

Segundo dados de uma pesquisa realizada em 2019 pela ABES (Associação

Brasileira das Empresas de Software) no Brasil existem atualmente 5.519
empresas que atuam no desenvolvimento e produção de software, sendo que
48,2% são MEs (Microempresas) e 47,1% são EPPs (Empresas de Pequeno
Porte).

Após um estudo realizado com base no documento denominado “Chaos

Report”, feito pela Standish Group no intuito de agrupar dados sobre projetos
de software de todo o globo, foi possível observar que as produções de
software tenderam a ter alguns problemas em suas conclusões. De acordo com
a pesquisa, entre os anos de 2011 e 2015, em média, cerca de 28,8% dos
projetos de software foram bem-sucedidos (successful), 52,4% foram
desafiadores (challenged) e 18,8% foram falhos (failed). Conforme a pesquisa
diz, projetos bem-sucedidos estão dentro do prazo, do orçamento e têm uma
implementação satisfatória. Projetos desafiadores estão acima do orçamento,
atrasados ou têm uma implementação insatisfatória. Projetos falhos são os que
foram cancelados antes da conclusão ou não usados após a implementação.

Os altos valores que representam a quantidade de projetos de software

desafiadores e falhos, gera uma reflexão em relação às causas de tais falhas.
Um estudo de 2014, chamado “PMSURVEY.ORG”, gerou dados estatísticos
referentes a erros presentes em projetos de 400 organizações de áreas
variadas. Os resultados obtidos refletem que os quatro principais motivos para
ocorrerem falhas em um projeto foram: Problemas de comunicação, não
cumprimento de prazo, escopo não definido adequadamente e mudança de
escopo constante, ou seja, o principal problema é a forma em que as empresas
gerenciam seus projetos.

Em busca de compreender a estrutura e a forma de gerir projetos de empresas

de software de pequeno porte, foi aplicado um questionário entre os dias 31 de
maio de 2021 e 18 de junho de 2021. Ele foi direcionado aos integrantes das
equipes de projeto de software das empresas do perfil já citado. No total, 8
indivíduos de 6 empresas diferentes aceitaram responder as indagações,
porém não serão expostos os seus nomes nesta pesquisa por questão de
sigilo. Os cargos dos integrantes que participaram variaram entre:
Programadores, Gestores, Product Owners, Scrum Masters, Diretores,
Analistas e Líderes técnicos. Todas a empresas contatadas são do estado de
São Paulo.

De início foi questionado o porte dos projetos que geralmente a empresa do

integrante escolhe trabalhar. Assim, três pessoas responderam que são
projetos de tamanho pequeno, quatro responderam que são de tamanho médio
e apenas uma respondeu ser de tamanho grande.

Logo em seguida foi questionado quantas equipes de desenvolvimento a

empresa do indivíduo possui. As repostas foram as seguintes: quatro
responderam “de 1 a 3”, duas responderam “de 3 a 5” e duas responderam
“mais de 5”.

Também foi questionado o número de pessoas que trabalham em suas

equipes, sendo que cinco pessoas responderam “de 1 a 5 pessoas”, uma
respondeu “de 5 a 10 pessoas” e duas responderam “de 10 a 15 pessoas”.
Por fim, foi perguntado sobre os problemas mais comuns que ocorrem nos
projetos, sendo a opção mais escolhida a “problemas de comunicação”.

Para se introduzir sobre o tema de Gestão de Projetos, é essencial falarmos

sobre o PMBOK. Sua sigla representa “Project Management Body of
Knowledge”, ou como seu nome foi localizado “Um Guia do Conhecimento em
Gerenciamento de projetos”. Ele é um guia que contêm vários processos, áreas
de conhecimento, ferramentas e técnicas que são amplamente conhecidas
como boas práticas. O responsável por ele é a PMI, atualmente a maior
instituição Internacional da área.

Porém é importante ressaltar que o guia é distinto de uma metodologia. Ele não
oferece abordagens diferentes de acordo com cada tipo de projeto. O guia
PMBOK é uma base sobre a qual as organizações podem criar metodologias,
políticas, procedimentos, regras, ferramentas e técnicas e fases do ciclo de
vida necessários para a prática do gerenciamento de projetos.
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