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1) Por maioria, vencidos os entendimentos dos Conselheiros Umberto Silveira Porto e Arthur
Paredes Cunha Lima, que votaram pela regularidade sem ressalvas, na conformidade dos
votos divergentes dos Conselheiros Antônio Nominando Diniz Filho, Flávio Sátiro Fernandes,
Arnóbio Alves Viana e Fábio Túlio Filgueiras Nogueira, JULGAR REGULARES COM RESSALVAS
as referidas contas.
Presente:
Representante do Ministério Público Especial
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
RELATÓRIO
Os peritos da Divisão de Auditoria das Contas do Governo do Estado II – DICOG II, com
base nos documentos insertos nos autos, emitiram relatório inicial, fls. 587/602,
constatando, sumariamente, que: a) a prestação de contas foi apresentada ao Tribunal no
prazo legal; b) o Projeto Cooperar foi criado através da Lei Estadual n.º 6.523, de 10 de
setembro de 1997, em substituição ao PROJETO NORDESTE DO ESTADO DA
PARAÍBA – PNE/PB; c) o referido projeto é uma unidade administrativa de natureza
autônoma e provisória; e d) os seus objetivos e os seus recursos estão descritos,
respectivamente, nos arts. 2º e 3º da supracitada lei estadual.
Os beneficiários das diárias alegaram, em síntese, fls. 624/694, 696/705 e 1.160/1.163, que
desempenharam atividades de acordo com as exigências do trabalho desenvolvido nos
diversos departamentos existentes naquela unidade administrativa, nas áreas técnica,
administrativa e de apoio. Além disso, os servidores José Marciano Mendes de Araújo, Bruno
Rodrigues Pita Neto e Almira Alencar de Azevedo também destacaram que não receberam
diárias durante o período de gozo de suas férias.
Encaminhados os autos aos técnicos da Corte, estes, após o exame das referidas peças
processuais de defesa, emitiram relatório, fls. 1.166/1.175, onde acataram a justificativa
acerca do registro de adiantamentos no SIAF de forma incorreta, enfatizando a necessidade
de correção do vício a partir do exercício de 2009. Também consideraram parcialmente
sanada a mácula respeitante à concessão indevida de diárias a servidores em gozo de férias,
diminuindo o valor de R$ 1.580,00 para R$ 360,00. Por fim, mantiveram in totum as demais
eivas detectadas no relatório exordial.
É o relatório.
PROPOSTA DE DECISÃO
AUDITOR RENATO SÉRGIO SANTIAGO MELO (Relator): Após minuciosa análise do conjunto
probatório encartado aos autos, constata-se que as contas apresentadas pela
ex-Coordenadora Geral do Projeto Cooperar, Dra. Sonia Maria Germano de Figueiredo,
relativas ao exercício financeiro de 2008, revelam algumas irregularidades remanescentes.
Entrementes, impende comentar ab initio que as falhas atinentes à concessão de diárias a
servidores em gozo de férias, como também ao pagamento de telefonia móvel, infringindo o
princípio da economicidade, não devem subsistir, notadamente devido às seguintes razões.
Os controles das frequências ao trabalho dos servidores Gláucia Olímpio de Almeida Silva e
José Marciano Mendes de Araújo demonstram que ambos estavam exercendo normalmente
suas atividades laborais quando da concessão das diárias, pois a primeira retornou ao
trabalho no dia 05 de setembro, conforme fl. 727, e o segundo no dia 12 de maio de 2008,
consoante fl. 732, embora não conste nos autos os memorandos de suspensões de suas
férias. Assim, em que pese o entendimento dos peritos do Tribunal, constata-se a
inexistência de concessão de diárias aos mencionados servidores durante o gozo de seus
descansos anuais.
Por outro lado, no tocante às concessões de diárias a servidores ocupantes de cargos que
não justificam o deslocamento do seu local de trabalho na quantia de R$ 24.470,00,
verifica-se que esta irregularidade revela, na verdade, a utilização de servidores públicos em
flagrante desvios de suas funções, tendo em vista que as atividades desenvolvidas não eram
inerentes aos cargos por eles ocupados em seus órgãos ou entidades de origem.
Diante deste fato, deve o atual Coordenador Geral do Projeto Cooperar, Dr. Roberto da
Costa Vital, implementar as devidas providências no sentido de regularizar o quadro de
pessoal da aludida unidade administrativa, especialmente através da requisição de
funcionários de outros órgãos ou entidades que ocupam cargos correlatos aos serviços a
serem desenvolvidos, tanto na área administrativa quanto na área técnica.
Outra mácula destacada pelos especialistas deste Sinédrio de Contas diz respeito à
contabilização e à utilização de valores repassados pelo Fundo de Combate e Erradicação da
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
(...)
In casu, fica evidente que as transferências de recursos do FUNCEP para o Projeto Cooperar
e que os repasse de valores do mencionado projeto para os convenentes ocasionaram a
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
(...)
1 – ORÇAMENTÁRIOS
2 – FINANCEIROS
Com efeito, deve ser enfatizado que a não realização dos procedimentos licitatórios exigíveis
vai, desde a origem, de encontro ao preconizado na Constituição da República Federativa do
Brasil, especialmente o disciplinado no art. 37, inciso XXI, verbo ad verbum:
I – (...)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I - 100% (cem por cento), por ato praticado com grave infração a norma
legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial;
(...)
2) APLIQUE MULTA à então gestora do Projeto Cooperar, Dra. Sonia Maria Germano de
Figueiredo, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com base no que dispõe o art. 56,
inciso II, da Lei Complementar Estadual n.º 18/93 – LOTCE/PB.
É a proposta.