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FANOR – FACULDADE NORDESTE

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

LUIGI GUSTAVO TADEU OLIVEIRA DA SILVA

PRODUÇÃO DE BIOGÁS E CARACTERIZAÇÃO DO LODO DE ESGOTO


DOMÉSTICO EM UM BIODIGESTOR BATELADA, DE PEQUENO PORTE

FORTALEZA
2017
LUIGI GUSTAVO TADEU OLIVEIRA DA SILVA

PRODUÇÃO DE BIOGÁS E CARACTERIZAÇÃO DO LODO DE ESGOTO


DOMÉSTICO EM UM BIODIGESTOR BATELADA, DE PEQUENO PORTE.

Trabalho de conclusão de curso de


Graduação apresentado ao curso de
Engenharia Ambiental e Sanitária, das
Faculdades Nordeste como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Ambiental e
Sanitária.

Orientador: Orientador: Dr. José Bruno


Rego de Mesquita,
Coorientdor: Dr.ª Carla Bastos Vidal

FORTALEZA
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Bruna de Melo Medeiro CRB3/1256

628
S581p Silva, Luigi Gustavo Tadeu Oliveira da.
Produção de biogás e caracterização do lodo de esgoto
doméstico em um biodigestor batelada, de pequeno porte. / Luigi
Gustavo Tadeu Oliveira da Silva. -- 2017.
41 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Eng.
Ambiental) – Faculdade Nordeste, 2017.
Orientador: Profa. Da. José Bruno Rego de Mesquita.
1. Biodigestor batelada. 2. Experimento fatorial. 3. Biogás. I.
Mesquita, José Bruno Rego de. II. Título.
LUIGI GUSTAVO TADEU OLIVEIRA DA SILVA

PRODUÇÃO DE BIOGÁS E CARACTERIZAÇÃO DO LODO DE ESGOTO


DOMÉSTICO EM UM BIODIGESTOR BATELADA, DE PEQUENO PORTE.

Trabalho de conclusão de curso de


Graduação apresentado ao curso de
Engenharia Ambiental e Sanitária, das
Faculdades Nordeste como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Ambiental e
Sanitária.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr José Bruno Rego de Mesquita (Orientador)
Fanor – Faculdades Nordeste

_________________________________________
Profª. Drª Edirsana Carvalho
Fanor – Faculdades Nordeste

_________________________________________
Profa. Dra. Darlane Wellen Freitas Soares
Fanor – Faculdades Nordeste
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao meu guardião protetor da luz, que sempre me deu forças
para seguir em frente.
Agradeço ao meu irmão Diego que sempre incentivou meus estudos e me ensinou a
ser parte do que sou hoje.
Agradeço a minha esposa Ellen que sempre me deu forças e me apoiou em todos os
momentos e sempre esteve ao meu lado.
Agradeço a minha sogra e meu sogro que sempre me ajudaram nessa caminhada
acreditando em mim.
Agradeço aos mestres que tive na faculdade que me orientaram me capacitaram e me
agregaram o conhecimento que tenho hoje.
Em fim agradeço a todos que fizeram parte dessa etapa da minha vida que estou
próximo de concluir.
RESUMO

O aumento da produção do lodo de esgoto nos grandes centros urbanos, aliada à


necessidade de destinação final adequada, tem gerado sérios problemas ambientais
no país. A maior parte do lodo produzida no mundo é destinada à aterros sanitários,
incineradores e uso agrícola. Este trabalho tem por objetivo analisar o comportamento
do lodo de esgoto doméstico (pré-anaeróbio e anaeróbio) na produção de biogás
gerado pelo biodigestor batelada de pequeno porte. No aspecto técnico, o trabalho
visa o potencial de produção do biogás produzido através de um biodigestor batelada
caracterizando seu efluente nos parâmetros: pH, temperatura, fosforo total, potássio
total e nitrogênio total, antes e após a entrada no biodigestor, utilizando o experimento
fatorial, visando a reutilização do rejeito da batelada para uso agrícola. Os resultados
indicaram que os efluentes analisados estão propícios para as atividades bacterianas
e os mostrou-se eficaz na remoção de fósforo e nitrogênio. Este estudo possibilitou
avaliar a eficiência do biodigestor para tratamento de esgoto doméstico, e a sua
utilização para o uso agrícola.

Palavras-chave: Experimento Fatorial, Biogás, Lodo doméstico, Uso agrícola.


ABSTRACT

Increased production of sewage sludge in large urban centers, coupled with the need
for adequate final disposal, has generated serious environmental problems in the
country. Most of the sludge produced in the world is destined for landfills, incinerators
and agricultural use. This work aims to analyze the behavior of domestic sewage
sludge (pre-anaerobic and anaerobic) in the production of biogas generated by the
small batch biodigestor. In the technical aspect, the work aims at the biogas production
potential produced by a batch biodigester, characterizing its effluent in the parameters:
pH, temperature, total phosphorus, total potassium and total nitrogen, before and after
the biodigester, using the factorial experiment, Aiming at the reuse of the waste from
the batch for agricultural use. The results indicated that the analyzed effluents are
suitable for bacterial activities and have been shown to be effective in the removal of
phosphorus and nitrogen. This study made it possible to evaluate the efficiency of the
biodigester for domestic sewage treatment and its use for agricultural use.

Key words: Factorial experiment, Biogas, Domestic sludge, Agricultural use.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- ETE Coreia do Sul ..................................................................................... 13


Figura 2 - Esquema de uma ETE com Biodigestores ................................................ 17
Figura 3 - Esquema Biodigestor tipo contínuo........................................................... 18
Figura 4 - Biodigestor Modelo Indiano ....................................................................... 19
Figura 5 - Biodigestor Modelo Chinês ....................................................................... 20
Figura 6- Biodigestor Modelo Batelada ..................................................................... 21
Figura 7 - ETE indústria localizada Caucaia.............................................................. 22
Figura 8 - Manômetro digital/ Marca: Tire Gauche - Máx 100psi............................... 23
Figura 9 - Diluição do lodo ...................... .................................................................24
Figura 10 - Retirada do lodo ...................................................................................... 24
Figura 11- Fatorial Anaeróbio ............... .....................................................................25
Figura 12- Fatorial pré- anaeróbio ............................................................................. 25
Figura 13- Biodigestor Confeccionado ...................................................................... 28
Figura 14- Índice de chuva região de Caucaia .......................................................... 30
Figura 15- Lodo Anaeróbio N, P e K ......................................................................... 33
Figura 16- Lodo Pré Anaeróbio N, P e K ................................................................... 33

Tabela 1 - Comparação de custo na disposição final do lodo..................................................... 16


Tabela 2 - Esquema fatorial .............................................................................................................. 25
Tabela 3 - Materiais para confecção do Biodigestor..................................................................... 27
Tabela 4 - Caracterização do efluente ............................................................................................ 31
Tabela 5 - Resumo da análise de variância das variáveis: nitrogênio, fósforo e potássio. .... 32
Tabela 6 - Nitrogênio ......................................................................................................................... 34
Tabela 7 - Fósforo .............................................................................................................................. 34
Tabela 8 – Caracterização pós Biodigestores ............................................................................... 35
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12


1.1.1 Objetivos específicos..................................................................................... 12

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 13

2.1 LODO DE ESGOTO ............................................................................................ 13


2.1.1 Material orgânico e nutrientes ...................................................................... 15
2.1.2 Logística de viabilidade do lodo ................................................................... 16

2.2 BIODIGESTORES ............................................................................................... 17


2.2.1 Modelos de biodigestores ............................................................................. 18
2.2.1.1 Modelo Indiano .............................................................................................. 19
2.2.1.2 Modelo Chinês .............................................................................................. 19
2.2.1.3 Modelo Batelada ........................................................................................... 20

3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 22

3.1 ESCOLHA DO EFLUENTE ................................................................................. 22

3.2 ESCOLHA DO TIPO DE BIODIGESTOR A SER USADO. ................................. 23

3.3 MÉTODO DE MEDIÇÃO ..................................................................................... 23

3.4 CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE ................................................................. 24


3.4.2 pH .................................................................................................................... 24
3.4.3 Fósforo, Potássio e Nitrogênio total ............................................................. 25

3.5 EXPERIMENTAL FATORIAL .............................................................................. 25


3.5.1 Análises estatísticas ...................................................................................... 26

3.6 CONFECÇÃO DO BIODIGESTOR ..................................................................... 26

3.7 TESTES DE PRESSÃO ...................................................................................... 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 29

4.1 PRODUÇÃO DE BIOGÁS ................................................................................... 29

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE. ................................................................ 30


4.3 EXPERIMENTO FATORIAL ................................................................................ 31
4.3.1 Lodo Anaeróbio e pré anaeróbios ................................................................ 32

4.4 CARACTERIZAÇÃO DO LODO PÓS BIODIGESTOR........................................ 35

5. CONCLUSÂO ....................................................................................................... 37

6.REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 38
11

1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional teve um grande impacto na geração efluentes


doméstico, logo os resíduos provenientes das Estações de Tratamento de Esgotos
(ETEs) tiveram um alarmante aumento de efluente, que vem sendo um desafio para
o saneamento, principalmente das regiões metropolitanas, pois necessitam de
tratamento adequado e de aterros padronizados para a sua destinação. O lodo gerado
em sistemas de tratamento de águas residuárias (particularmente sistemas de
tratamento de esgoto sanitário) pode exibir três aspectos indesejáveis: instabilidade
biológica, a qualidade higiênica (vírus, parasitas e bactérias) e concentração dos
sólidos suspensos (MAZIVIERO, 2011).
O custo operacional de uma ETE principalmente da parte anaeróbia vem sendo
um desafio aos gestores, de consolidar baixo custo e melhor eficiência do sistema.
Baseado nisso sabe-se que, boa parte dos lodos da ETE são destinados a aterros
sanitários, logo, atendendo aos padrões estabelecidos pela legislação vigente este
lodo poderá ser utilizado para fins agrícolas. (ANDREOLI, et al. 2006)
O que torna a destinação para a agricultura consideravelmente custosa são: os
patógenos, metais pesados e outros vetores. Levando isso em consideração pode-se
propor que, a adição de um sistema de biodigestor em uma ETE além de realizar o
aproveitamento do biogás (metano), também deixaria o custeio mais baixo,
favorecendo a destinação para a agricultura, pois o lodo que ali se encontra, terá baixo
nível de patógenos ou nulo, contendo um material rico em nutrientes como fosforo,
potássio e nitrogênio que são benéficos e favorecem o plantio. (ANDREOLI et al;
2006)
A escolha da matéria a ser decomposta é fundamental para a eficiência do
experimento. Verificar as possíveis falhas e realizar testes são necessários, para que
haja sucesso no sistema de um biodigestor. A realização da caracterização vem para
mostrar por intermédio das análises que os sistemas funcionam, e se o rejeito pode
ser usado ou não para agricultura ou recuperações de áreas degradadas.
12

1.1 OBJETIVO GERAL

O presente estudo teve como objetivo: caracterizar o lodo doméstico nos


parâmetros: fosforo, nitrogênio, potássio e pH no sistema anaeróbio e pós tanque de
equalização de uma ETE, antes e após a passagem pelos biodigestores batelada,
realizando um comparativo quantitativo de adequação para o reuso agrícola,
verificando se sua concentração atende ao mínimo de nutrientes que a planta
necessita.

1.1.1 Objetivos específicos

- Medir os efeitos quantitativo de diferentes diluições caracterizando: pH,


fósforo, potássio, nitrogênio e temperatura;
- Caracterizar através de analises físico-químicas o substrato utilizado, antes e
depois do experimento de digestão anaeróbia;
- Quantificar o biogás produzido pelo biodigestor;
-Verificar a viabilidade de remoção dos nutrientes: fósforo, nitrogênio e
potássio.
13

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 LODO DE ESGOTO

De acordo com Iwak (2017) atualmente existe uma grande preocupação dos
órgãos ambientais associada a qualidade e medidas de tratamento a destinação final
do lodo de esgoto, e seus impactos no meio ambiente, a qualidade das águas e seus
usos benéficos. A Figura 1 mostra uma estação de tratamento de esgoto localizada
na Coreia do Sul, a quantidade de matéria floculada que será rejeitada podendo ser
usada em outro processo como o de biodigestor.

Figura 1 ETE Coreia do Sul

Fonte: GREENSAVER (2012).

De acordo com Jordão et al, (2005) considerando os aspectos, os estudos,


critérios, projetos, relativos ao tratamento e à disposição final dos esgotos, deverão
ser precedidos de cuidados especiais que garantam a destinação adequada do lodo,
e igualmente a manutenção e melhoria do seu manejo de modo que não ocasione
problemas principalmente em tratamentos biológicos. Segundo Costa et al (2008) o
esgoto que sai das residências e é coletado pelas redes de saneamento é destinado
à ETE para promover o seu tratamento, reduzindo os riscos de poluição do meio
ambiente. Nesse processo é gerado um resíduo, rico em matéria orgânica e
nutrientes.

O termo “lodo” tem sido utilizado para designar os subprodutos sólidos do


tratamento de esgotos. Nos processos biológicos de tratamento, parte da
matéria orgânica é absorvida e convertida, fazendo parte da biomassa
microbiana, denominada genericamente de lodo biológico ou secundário,
composto principalmente de sólidos biológicos, e é por esta razão que o lodo
também é denominado de biossólido (ANDREOLI et al, 2011).
14

No item “Agricultura Sustentável” da Agenda 21, programa de ação resultante


da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
realizada no Rio de Janeiro em 1992, o uso de lodo de esgoto na recuperação de
áreas degradadas é incentivado, desde que haja garantia da inexistência de possíveis
impactos ambientais (BRASIL, 1992).
A aplicação do lodo na agricultura parece ser a forma mais difundida de
utilização do resíduo. No entanto, outras formas de aproveitamento também estão
sendo estudadas:
• Reaproveitamento Industrial
- Fabricação de tijolos e cerâmicas;
- Produção de agregado leve para construção civil;
- Produção de cimento.

• Reaproveitamento Agrícola
- Fertilizante orgânico e compostagem;
- Recuperação de solos degradados.

Segundo Pegorini et al, (1999) o reaproveitamento agrícola demonstra ser a


melhor opção de reuso do lodo, pois reduz a exploração de recursos naturais para
fabricação de fertilizantes e proporciona os melhores resultados econômicos. No
entanto, a qualidade do lodo utilizado na agricultura deve ser assegurada, de modo
que promova melhorias às qualidades físicas, químicas e biológicas do solo, sem risco
de contaminações, observando-se as exigências da Resolução CONAMA 375/2006
(BRASIL, 2006).
Os biossólidos apresentam em sua constituição quantidades significativas de
nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas, sendo o nitrogênio e o fósforo
os que normalmente se apresentam em maior quantidade. Considerando que o
nitrogênio mineral presente no solo é logo absorvido ou perdido para a atmosfera, a
matéria orgânica representa uma fonte contínua de nitrogênio, capaz de atender as
demandas nutricionais das plantas e alcançar a máxima produção das culturas. (VON
SPERLING, 2001).
A composição típica do lodo de esgoto varia em função de sua origem, ou seja,
se proveniente de uma área predominantemente residencial ou industrial, da época
15

do ano, das condições socioeconômicas da população e da tecnologia utilizada no


tratamento do esgoto (COSTA et al, 2011).
O lodo de esgoto apresenta-se tipicamente com 98% de água, dos sólidos
contidos, 70 a 80 % são matéria orgânica incluindo óleos e graxas. Podendo também
ser encontrados contaminantes, refletindo as características do esgoto bruto do qual
ele foi derivado (SORME, 2002).

2.1.1 Material orgânico e nutrientes

Os compostos orgânicos normalmente são medidos pela concentração ou pelo


percentual de sólidos voláteis em relação aos sólidos totais, ou seja, o total menos os
voláteis sendo o resultado os sólidos sedimentáveis que é a matéria orgânica (VON
SPERLING, 2001).
A elevada concentração de matéria orgânica no lodo caracteriza a sua
desestabilização, possibilidade de decomposição anaeróbia, putrefação, geração de
odores e atração de vetores (JORDÃO et al, 2005).
Segundo Jordão et al (1995) os grupos de substâncias orgânicas nos esgotos
são constituídos principalmente por compostos de proteínas (40 a 60%), carboidratos
(25 a 50%), gordura e óleos (10%) e uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas. Os
carboidratos são moléculas orgânicas formadas por carbono, hidrogênio, oxigênio,
glicídios, hidratos de carbono e açúcares. As gorduras são tipos de lipídios que estão
ligadas a uma variedade de substâncias bioquímicas que apresentam solubilidade em
diferentes solventes orgânicos (éter, etanol, acetona), mas são pouco solúveis em
água. As proteínas, em sua forma simples, constituem-se de longas cadeias de
aminoácidos contendo carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo.
Segundo Costa et al (2011) do total de sólidos presentes no esgoto cerca de
70% correspondem aos compostos orgânicos (proteínas, carboidratos, gorduras etc.)
e 30% inorgânicos (areia, sais, metais etc.).
Os nutrientes nitrogênio (N) e fósforo (P) devem ser removidos durante o
processo de tratamento de efluente, pois o lançamento desses elementos em grande
concentração em um corpo receptor hídrico, promove o crescimento de microalgas,
que podem liberar toxinas para a fase aquosa. Esses nutrientes aceleram o processo
16

de eutrofização, com alteração das propriedades da água e acúmulo de lodo no leito


desses corpos receptores (SANT’ANNA, 2010).
Em contrapartida os nutrientes nitrogênio e fosforo são benéficos ao solo
quando enquadrados ao uso agrícola pois são macronutrientes primário comumente
usados em grandes quantidades, assim como os macronutrientes secundários como:
cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) (MALAVOLTA, 2006).
O lodo de esgoto proveniente das (ETEs) são ricos em matéria orgânica, com
elevado teor de umidade e concentração relevante de nitrogênio, outros minerais e
bactérias que podem ser usados para o reuso agrícola.

2.1.2 Logística de viabilidade do lodo

Antes as empresas gerenciadoras de saneamento básico procuravam apenas


se livrar do resíduo, sendo as formas mais utilizadas o descarte da torta de lodo em
aterros sanitários – landfill, e o descarte do lodo líquido, bombeado através de dutos
até alto-mar – descarga oceânica (NUVOLARI et al, 2011).
Com a crescente preocupação de preservação do meio ambiente a descarga
oceânica não é mais utilizada, sendo inclusive proibida nos EUA e na Europa. Os
processos que englobam a disposição final de 90% do lodo produzido no mundo são:
incineração, disposição em aterros e uso agrícola (ANDREOLI et al; 2006).
A Tabela 1 apresenta dados comparativos de custos da disposição final de
lodo, levando em consideração a viabilidade de disposição.

Tabela 1 - Comparação de custo na disposição final do lodo


Logística de disposição final do lodo
Alternativas de disposição final Custo (US$/t)
Descarga Oceânica 12 a 50
Aterros Sanitários 20 a 60
Incineração 55 a 250
Reciclagem Agrícola 20 a 125
Fonte: ANDREOLI (2006).
17

A nível mundial, há uma série de técnicas que são utilizadas para o


tratamento de esgotos: algumas cidades despejam nos rios, outras escolhem
incinerá-los e outras ainda enterram em valas. A United Utilities Group PLC,
a maior empresa britânica no sector da água cotada na bolsa, lida com os
esgotos de 1,2 milhões de pessoas em Manchester e opera um centro de
reciclagem de águas residuais que trata resíduos humanos capazes de
fornecer energia a 25 mil casas. (BARROSO, 2017)

A Figura 2 apresenta que é possível o reaproveitar os dejetos finais


encaminhando para o uso agrícola, e reaproveitar os gases que são liberados no
processo, sem ofender a eficiência do tratamento realizado, mantendo sua qualidade
e padrões estabelecidos pela legislação vigente.

Figura 2 Esquema de uma ETE com Biodigestores

Fonte: ALMEIDA (2015)

2.2 BIODIGESTORES

O biodigestor é um sistema utilizado para a produção de biogás, rico em metano


(CH4), através de um processo anaeróbico onde a matéria orgânica é decomposta por
bactérias metanogênicas (BEZERRA et al, 2014).
O biogás é o produto oriundo da digestão anaeróbia dos dejetos de orgânicos
em um biodigestor, constituído por uma mistura de metano (CH4 de 65-70%), gás
carbônico (CO2 de 30-35%) e vapor de água (OLIVEIRA et al, 2004).
18

2.2.1 Modelos de biodigestores

Os biodigestores são sistemas que proporcionam o ambiente perfeito para que


as bactérias realizem a decomposição da matéria orgânica para a produção do biogás.
Os sistemas de acondicionamento e tratamento comumente são divididos em dois
tipos os contínuos e os batelada, podendo haver automação ou não.
O biodigestor tipo batelada recebe o carregamento da matéria orgânica onde
só será realizada sua substituição após o período adequado à digestão de todo o lote.
No tipo contínuo o biodigestor é construído para que seja abastecido diariamente,
fazendo com que tenha a entrada de substrato orgânico para ser processado e a saída
do material já tratado (OLIVER, 2008).
De acordo com Deganutt et al, (2002) existem 3 modelos de biodigestores no
qual são relativamente mais utilizados:
-Modelo Indiano;
-Modelo Chinês;
-Modelo Batelada;

A Figura 3 apresenta um biodigestor continuo, caseiro.

Figura 3 Esquema Biodigestor tipo contínuo.

Fonte: MASTER (2002).


19

2.2.1.1 Modelo Indiano

Este modelo de biodigestor caracteriza-se por possuir uma campânula como


gasômetro, a qual pode estar mergulhada sobre a biomassa em fermentação, ou em
um selo d’água externo, e uma parede central que divide o tanque de fermentação em
duas câmaras (DEGANUTTI et al, 2002).
Entre os diversos modelos de biodigestores, o modelo indiano (Figura 3),
apresenta algumas vantagens em relação aos demais, pois são perfeitamente
adaptáveis aos mais diferentes tipos de solos (GASPAR et al, 2003).
O modelo indiano ilustrado na Figura 4 é do tipo continuo, devido a existência
de um tanque de alimentação e um tanque de retirada do resíduo tornando o processo
no qual não há necessidade de ser interrompido dentro de um tempo estipulado

Figura 4 Biodigestor Modelo Indiano

Fonte: DEGANUTTI et al (2002).

2.2.1.2 Modelo Chinês

O biodigestor modelo Chinês foi inspirado no modelo Indiano e houve


adaptação do seu projeto para as condições locais da China. O custo foi reduzido
eliminando-se o gasômetro móvel, que pode ser construído em alvenaria ou material
de construção local, tem o corpo em formato cilíndrico com o fundo e o teto em formato
de calotas esféricas, tornando seu aspecto construtivo mais difícil que o do modelo
Indiano (LIMA, 2008).
20

Neste tipo de biodigestor uma parcela do gás formado na caixa de saída é


libertada para a atmosfera, reduzindo parcialmente a pressão interna do gás, por este
motivo as construções de biodigestor tipo chinês não são utilizadas para instalações
de grande porte (DEGANUTTI et al, 2002).
O modelo chinês ilustrado na Figura 5 é do tipo continuo devido a existência de
um tanque de alimentação e um tanque de retirada do resíduo tornando o processo
no qual não há necessidade de interrompido dentro de um tempo estipulado, também
devido ao seu modelo ser alimentado e purgado o resíduo por pressão de operação
acaba por ser um sistema semi-automático.

Figura 5 Biodigestor Modelo Chinês

Fonte: DEGANUTTI et al (2002).

2.2.1.3 Modelo Batelada

Trata-se de um sistema simples e de fácil operação e sua instalação poderá


ser apenas um tanque anaeróbio, ou vários tanques em sequência. Esse tipo e modelo
de biodigestor é abastecido de uma única vez, portanto não é um biodigestor contínuo,
mantendo-se em fermentação por um período conveniente, sendo o material
descarregado posteriormente após o término do período efetivo de produção de
biogás (DEGANUTT et al, 2002).
O modelo batelada ilustrado na Figura 6, pode ter automação de descarga de
resíduo após cada batelada fermentada sem a necessidade de abrir o sistema,
tornando um sistema menos arcaico e mais simples de se monitorar.
21

Figura 6 Biodigestor Modelo Batelada

Fonte: DEGANUTTI et al (2002).


22

3. MATERIAL E MÉTODOS

Para a elaboração do procedimento operacional e experimental deste projeto,


foi realizado uma série de testes e definidas sete etapas apresentadas a seguir. O
efluente caracterizado e utilizado nos testes foi proveniente da ETE de uma empresa
localizada na região de Caucaia no estado do Ceará. E as análises foram realizadas
em laboratório externo localizado na região de Fortaleza - Ceará.

3.1 ESCOLHA DO EFLUENTE

Foi utilizado um efluente de uma indústria localizada na região de Caucaia por


ser um esgoto predominantemente doméstico.
Foram escolhidos dois tipos de lodo de esgoto, do sistema pós tanque de
equalização, conhecido como pós filtro de areia, que é chamado de pré-anaeróbio e
o lodo anaeróbio retirado do sistema de lodos ativados. O que potencialmente
diferencia ambos é que o lodo pré anaeróbio é um lodo com maior concentração de
matéria orgânica e maior nível de patógenos e contem maior concentração de DQO,
logo acaba por ser um lodo mais bruto, já o lodo anaeróbio é um lodo mais seleto e
rico em bactérias produtoras de metano dentre outras e considerável índice de
nutrientes. A Figura 7 apresenta ETE no qual foi realizada a coleta da água.

Figura 7 - ETE indústria localizada Caucaia

Fonte: O AUTOR.
23

3.2 ESCOLHA DO TIPO DE BIODIGESTOR A SER USADO.

A escolha do tipo de biodigestor depende de algumas condições tais como: o


local, tipo de substrato e principalmente a relação custo x benefício. Como este
trabalho visa o monitoramento e caracterização para obter melhores resultados e
menor variância de dados, optou-se por um biodigestor modelo batelada de pequeno
porte.
De acordo com Orrico Junior et al (2011) sobre potencial bioquímico de metano
são utilizados o biodigestor modelo batelada, pois são mais inerentes e de melhor
monitoramento, tendo em vista o objetivo de encontrar a significância e eficácia do
melhor tratamento.

3.3 MÉTODO DE MEDIÇÃO

Foi realizada a medição por um manômetro da marca Tire Gauche ilustrado na


Figura 7, afim de indicar a geração de biogás pelo biodigestor, cujo, foi adaptado
válvulas de pneu de bicicleta para realização da medição sem prejudicar e alterar a
eficiência do projeto.

Figura 8 Manômetro digital/ Marca: Tire Gauche - Máx 100psi

Fonte: O AUTOR.

No dimensionamento de quantidade, foram usadas provetas de plástico de


1000 ml e de 1500ml como ilustrado na Figura 9 e 10. As diluições foram realizadas
em local aberto, devido a possível contaminação no laboratório.
24

Figura 9 Diluição do lodo Figura 10 Retirada do lodo

Fonte: O AUTOR. Fonte: O AUTOR.

3.4 CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE

Foi realizada a coleta na ETE da empresa, em bombonas de 50L para cada


lodo, no qual, foi retirada uma amostra de cada efluente. Vale ressaltar que não foi
realizada a adição de conservastes ou qualquer outro reagente. Devido a problemas
para o acondicionamento do resíduo, após 24 horas foram realizadas 2 coletas das
amostras, no qual foram acondicionadas em frascos de 1 litro cada, O congelamento
foi imediato pois as análises foram realizadas juntas em um laboratório externo, o
efluente foi conservado de acordo com as análises a serem realizadas devido aos
parâmetros serem apenas Físico-químicos foram mantidas sob refrigeração de 4 °C,
após o termino de 31 dias foram levadas 26 amostras dos biodigestores ao
laboratório, no qual não houve nenhum acondicionamento, até chegar ao laboratório.

3.4.1 pH

O pH ideal para o processo de digestão anaeróbia, deve estar próximo a 7,0


podendo ocorrer variação de 6,6 a 7,6. Para ocorrência da anaerobiose este
parâmetro é essencial para a alta taxa de produção de metano. (ECKENFELDER,
2000). No dado estudo foi realizado a aferição do pH assim que foi realizada a coleta
antes da passagem pelo biodigestor e após o biodigestor.
25

3.4.2 Fósforo, Potássio e Nitrogênio total

Para os 3 parâmetros a metodologia utilizada foi o espectrofotômetro marca


GEHAKA 6000, os reagentes utilizados foram test kit marca MERCK. As análises
foram realizadas pelo laboratório externo localizado na região de Fortaleza -Ceará.
Todas as informações das marcas utilizadas, foram fornecidas pelo laboratório.

3.5 EXPERIMENTAL FATORIAL

O trabalho foi montado sob o delineamento experimental de blocos ao acaso


em arranjo fatorial sendo estabelecido a utilização de 2 tipos de lodo de cada sistema,
realizando 3 tipos de diluições levando em consideração 4 repetições de cada
tratamento no qual ficou esquematizado (2X3X4) totalizando 24 tratamentos. O
volume estático de cada biodigestor foi de 3L independente da diluição, onde os
tratamentos em vermelho correspondem ao lodo anaeróbio e os em azul ao lodo pré-
anaeróbio também conhecido como pós tanque de equalização, ilustrados na Figura
11 e 12.

Figura 11- Fatorial Anaeróbio Figura 12- Fatorial pré- anaeróbio

1:1 – 50%
1:1 – 50%
Lodo Lodo pré-
Anaeróbio 2:1 – 75% anaeróbio 2:1 – 75%
E/A E/A
3:0 – 100% 3:0 – 100%

Fonte: O AUTOR. Fonte: O AUTOR.

Tabela 2 - Esquema fatorial


Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Bloco 4
T1 R1 T1 R2 T1 R3 T1 R4
T2 R1 T2 R2 T2 R3 T2 R4
T3 R1 T3 R2 T3 R3 T3 R4
T4 R1 T4 R2 T4 R3 T4 R4
T5 R1 T5 R2 T5 R3 T5 R4
T6 R1 T6 R2 T6 R3 T6 R4
Fonte: O AUTOR.
26

O bloco são as repetições realizadas em cada tratamento. Os tratamentos são


6 que foram 2 lodos e 3 diluições totalizando (2X3), 6 tratamentos. As diluições que
foram realizadas são de (1:1, 2:1, 3:0). Em cada lodo essas diluições correspondem
a (50%, 75% e 100%). Foram utilizados esses valores se opondo a Junqueira et al
(2011) pois em seu biodigestor utilizou-se fezes de suínos, no qual há uma potencial
produção de metano, mais elevada e comparados com o lodo de esgoto, há diferença
de sólidos totais, já que o esgoto usado neste projeto foi liquido, já diluído, que tem
como intuito de agregar um novo resultado.

3.5.1 Análises estatísticas

Os resultados obtidos, provenientes das diversas variáveis avaliadas, foram


submetidos à análise de variância aplicando-se o teste F, como consta na Tabela 3
(delineamento em blocos casualizados em arranjo fatorial). Os dados médios dos
experimentos foram comparados pelo teste de Tukey, para verificar a existência de
diferença significativa entre os tratamentos.

Tabela 3 - Análise de variância pelo teste F, experimentos


FV GL SQ QM F P<0,05
Fator (A) i-1 SQA SQA / GLA QMA / QMR FTabelado
Fator (B) j-1 SQB SQB / GLB QMB / QMR FTabelado
Interação AxB (i-1)(j-1) SQAxB SQAxB/ GLT QMAxB/ QMR FTabelado
Resíduo (R) ij(k-1) SQR SQR / GLR - -
Fonte: MESQUITA (2014).

As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio dos aplicativos Microsoft


Office Excel (2016) e do software Assistat.

3.6 CONFECÇÃO DO BIODIGESTOR

Baseado nos estudos existentes uma reação anaeróbia deve ser realizada em
ambiente fechado longe de luz e principalmente oxigênio, então baseado nisso foi
realizado a montagem de biodigestor com o intuito de armazenar o resíduo para
dimensionar o gás produzido pelo mesmo e acompanhar o seu comportamento no
27

decorrer de 31 dias. Logo pode-se dizer que o biodigestor elaborado foi baseado no
modelo batelada no qual o resíduo tem uma vida útil, depois é aberto e retirado todo
resíduo que ali se encontra e realoca um novo resíduo.
A confecção do biodigestor foi realizado com os materiais especificados na
Tabela 3, o fato de ser um biodigestor caseiro, que contribuiu para que não houvesse
possíveis vazamentos e falhas na sua montagem.

Foram utilizados os seguintes materiais:

Tabela 3 - Materiais para confecção do Biodigestor

Materiais Fotos Descrição


Usado devido a sua resistência e maior
PVC 25mm aderencia e por estar utilizando um
registo de 25mm.
Registro reforçado O registro reforçado e seu perfeito
de 25mm encache na bombona, deixa quase nula
as chances de possíveis vazamentos e
economia de material para a vedação.
Válvulas de retenção de ar de pneu de
Válvula de pneu bicicleta para que o sistema não permita a
de bicicleta saída de ar por pressão apenas se for
acionado, e o manômetro é adequado
para esse tipo de sistema.
A borracha é para a análise do gás gerado
Borracha 20mm de no biodigestor.
frasco

As bombonas foram usadas devido ao


Bombonas de 5 L curto período de tempo para geração de
(recicladas) biogás então um volume estático médio
de 3 a 5 litros nas diluições auxiliaria na
maior produção de biiogás
28

Usado para vedação do sistema

Durepoxi

Usado para colar as tubulações e


Cola de PVC reforçar as vedações

Adaptado para possível passar a


Cabeçote 25mm válvula de ar da bicicleta.

Fonte: O AUTOR.

Após a confecção com as peças mostradas na Tabela 3 segue a ilustração na


Figura 13 do biodigestor confeccionado.

Figura 13- Biodigestor Confeccionado

Fonte: O AUTOR.

3.7 TESTES DE PRESSÃO

Por ser utilizado materiais comumente usados para hidráulica, foi necessário a
realização de testes de pressão, devido a supostos vazamento que poderiam ocorrer.
A peça confeccionada, que foi submetida a pressão de 1atm, 2 atm, 3 atm, 4 atm e 5
atm.
Os testes foram realizados utilizando compressores de ar e uma bacia com
água. Em todas as variáveis não houve vazamento de ar, ou seja, a peça
confeccionada passou no teste. Foram apenas realizadas sob essas pressões devido
o gás produzido no piloto não passar de 1,5 atm, mas por segurança foram realizados
até 5 atm.
29

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesta seção, serão expostos e discutidos os resultados obtidos no período de


31 dias de cada parâmetro físico-químico e a quantidade de biogás produzido. Pois
de acordo com Orrico Junior et al (2007) que foi usado como base do estudo, o
potencial de biogás comumente atinge seu pico nos primeiros 15 dias isso levando
em consideração, que a matéria orgânica utilizada esteja na foma estado solido, mas
como se trata de um efluente no estado liquido, esse tempo reduziria 70%, devido ao
biodigestor ter sofrido outra diluição sobre o efluente liquido, para que viesse a agregar
um novo resultado, além das reações observadas a olho nu.

Durante o tempo de desenvolvimento deste trabalho, os sistemas se


mantiveram fechados e vedados, sem o contato direto com a luz ou com oxigênio. As
análises mostraram de modo geral, considerável eficiência do biodigestor. Os
parâmetros nitrogênio, fósforo e potássio apresentaram uma considerável queda.

4.1 PRODUÇÃO DE BIOGÁS

A produção de biogás foi mensurada por intermédio de um manômetro digital


de unidade de medida 3 casas decimais psi, as medições foram realizadas 2 vezes
por semana, uma na segunda outra na quinta, totalizando 9 medições no período de
31 dias, foi observado pouca dilatação dos biodigestores (T1, T2, T4 e T5), já os
tratamentos (T3 e T6) que são os dois lodos com a concentração 100% apresentaram
uma dilatação mais significativa observadas a olho nu, mas, não houve produção
relevante de biogás em nenhum tratamento, de modo que, impossibilitou realizar a
medição, pois não havia pressão suficiente para sua leitura.

Segundo Pestana et al (2003) fala sobre o uso de reatores anaeróbios no


tratamento de esgotos sanitários têm demonstrado que apenas cerca de 30% a 35%
da DQO removida nesses reatores tem sido recuperada como metano no efluente
gasoso. Portanto, a avaliação correta da atividade metanogênica do lodo pode ser
muito difícil nesses casos.
30

Um dos fatores que impossibilitou a geração de biogás, foi o elevado índice de


chuva ocorrido na região de Caucaia, no dia da coleta, que acabou sendo o maior
índice do ano, que diluiu mais o efluente como ilustrado na Figura 14; outro fator foi a
maturação do efluente, pois, assim que foi coletado passou 24h até que fosse
acondicionado nos biodigestores.

Figura 14- Índice de chuva região de Caucaia

Fonte: FUNCEME (2017)

A olho nu observou-se, que havia uma leve expansão dos biodigestores ao


acionar as válvulas, foi perceptível o mal odor, mas não houve produção significante
de biogás. Porém, de acordo com Miranda et al (2007) em seu arranjo fatorial de
temperatura condicionando os resíduos e variando a temperatura afirma que os
biodigestores submetidos à temperaturas mais elevadas produzem uma quantidade
de biogás mais elevada em menor tempo, visto que o processo de biodigestão é
altamente acelerado em temperaturas ao redor de 35ºC, sem agitação do substrato,
com o tempo de retenção hidráulica de 30 dias, muito próximo ao praticado no
biodigestor avaliado, pois no dado estudo não foi avaliada a temperatura durante todo
o processo o que dificultou maiores dados.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE.

Ao ser coletado, foi realizado o resfriamento, para ser levado ao laboratório


externo, foram analisadas duas amostras diferentes uma do lodo anaeróbio e uma do
lodo pré-anaeróbio a concentração de nutrientes ainda se encontrava em relevante
concentração, como pode-se observar na Tabela 4.
31

Tabela 4 -Caracterização do efluente

mg/ L - ºC
Caracterização do
efluente Nitrogênio Potássio Fósforo pH Temperatura

Lodo Pré-anaeróbio 85,3 10,1 30,2 7 28


Lodo Anaeróbio 75,3 9,6 25,3 7 28
Fonte: O AUTOR.

Conforme Konzen (2006) a composição média do biofertilizante originado no


processo de biodigestores anaeróbios alimentados com dejetos suínos apresentou
níveis de nitrogênio, fósforo e potássio equivalente a 0,89; 0,64 a 0,72 kg m³,
respectivamente. A relação entre estes nutrientes é de 2,25 e o pH médio do
biofertilizante é equivalente a 7,6. Já no dado estudo observou-se que esse padrão
não estava de acordo com o que foi avaliado pois a concentração de potássio não
obteve tanta relevância o que constatou que o fator dieta teve um grande peso.
Vale ressaltar que a ETE no qual foi realizada a coleta para o experimento, não
realiza nenhum tratamento químico nos sistemas coletados, que poderiam vir a
atrapalhar o desenvolvimento do experimento.

4.3 EXPERIMENTO FATORIAL

Na Tabela 5, é possível verificar que houve interação significativa (P<0,01), de


maneira isolada para as variáveis nitrogênio e fósforo relativos ao Fator 1 (Lodo) e
Fator 2 (Diluição). Correlação à interação lodo x Diluição mostrou-se interação
significativa de 0.01 (p < 0.05). Os blocos em todos as variáveis não apresentaram
diferença estatística em função dos tratamentos estudados. O potássio foi a única
variável no qual não apresentou significância na interação do Fator 1 (lodos) , mas,
mostrou-se significativo na variável no Fator 2 (diluição) sendo mais bem aceita a
diluição 3:0.
32

Tabela 5 – Resumo da análise de variância das variáveis: nitrogênio, fósforo e potássio.

Fonte de Variação Quadrado Médio


GL
Nitrogênio Fósforo Potássio
LODO (L) 1 52,4148 ** 26,6846 ** 0,9657 ns
DILUIÇÃO (D) 2 286,6211 ** 91,6811 ** 25,9765 **
LXD 2 5,7337 * 3,8747 * 0,0835 ns
Bloco 3 1,2218 ns 1,5137 ns 1,2079 ns
Resíduo 15 9,61005 2,54967 1,51718
CV(%) - 6,62 9,34 20,25
GL - grau de liberdade; CV - coeficiente de variação; * significativo ao nível de (P<0,05) de probabilidade pelo teste F; **
significativo ao nível de (P<0,01) de probabilidade pelo teste F; ns - não significativo ao nível de (P<0,05) de probabilidade.

Fonte: O AUTOR.

A Tabela 5 apresenta com dados obtidos pelo softwere que o lodo nas variáveis
fósforo e nitrogênio teve uma significância de até 5% já o potássio não apresentou
dada significância, pois os lodos não houve nenhum que se destacasse correlação ao
outro, nas diluições realizadas em todas variáveis houve significância o que mostrou
que houve um destaque de uma diluição que no caso foi a 3:0 em todas as situações
devido a sua alta concentração.

4.3.1 Lodo Anaeróbio e pré anaeróbios

Analisando as Figuras 15 e 16, verifica-se a superioridade do lodo pré


anaeróbio, comparado com o lodo anaeróbio. Para ambas as formas de diluição,
observa-se uma tendência sempre crescente em todos os tratamentos, sem tendência
a queda, em função do aumento da concentração do lodo aplicado. Quando se
observa o comportamento do potássio, nota-se um comportamento diferenciado na
resposta, devido a sua baixa concentração, ajustou-se ao modelo Linear o que
dificultou sua perceptibilidade. Logo sua baixa concentração nas diluições 1:1 e 2:1
não foram significativas. Já a 3:0 houve significância apenas em relação ao Fator 2
(diluição).
33

Figura 15- Lodo Anaeróbio N, P e K

70
60
50
40
30
20
10
0
D 1:1 D 2:1 D 3:0

LA- Nitrogênio LA- Potássio


LA- Fosforo Linear (LA- Potássio)

Fonte: O AUTOR.

Figura 16- Lodo Pré Anaeróbio N, P e K

80

60

40

20

0
D 1:1 D 2:1 D 3:0

LP - Nitrogênio LP - Potássio LP - Fosforo

Fonte: O AUTOR.

De acordo com Andreoli et al (2011) os níveis de nitrogênio compreendem uma


concentração de forma superior aos demais nutrientes principalmente por se tratar de
um esgoto doméstico, contudo durante o processo de biodigestão anaeróbia ocorre
algumas reações das bactérias que podem converter o nitrogênio em amônia (NH3)
ou íons amônio (NH4+). O nitrogênio ainda pode ser oxidado, no qual poderia ser
convertido em nitrito ou nitrato, mas essa hipótese foi descartada neste experimento,
levando em consideração o ambiente no qual foi acondicionado livre de contato com
oxigênio e para a oxidação necessitaria também de uma aeração do sistema.
Segundo Pestana et al (2003), os nutrientes nitrogênio, potássio e fósforo
comumente apresentam baixa concentração comparando a Figura 15 em relação a
16 devido a boa parte dos nutrientes ficarem retidos no tratamento primário, que é
constituído por um filtro de areia + tanque de decantação, logo suas características
em alguns casos não contém tanta significância, como observado na concentração de
potássio.
34

De acordo com Gonçalves et al (2011) que apresenta a caracterização do lodo


de esgoto para reuso agrícola da ETE de Jerônimo Monteiro no sul do Espírito Santo,
diz que a concentração de potássio no lodo analisado é inferior aos teores dos demais
materiais orgânicos do lodo doméstico. Já o fósforo comumente apresenta-se com
teores elevados próximos aos dos estercos bovino e de galinha e bem superior aos
teores da vinhaça e do composto de lixo, confirmando a informação de que nos lodos
de esgotos sanitários, o fósforo apresenta-se em teor considerável, que, por sua, vez
é facilmente visualizado na Figura 15 e16.
O software verificou que houve um tratamento no qual obteve melhor
desempenho, que foi o B3-A2 que é a diluição 3 com lodo pré anaeróbio no qual se
saiu melhor em ambos os nutrientes (nitrogênio e fósforo) como observado nas
Tabelas 4 e 5.

Tabela 6 - Nitrogênio

Fator 1 x Fator 2 (AxB)


B
A
B1 B2 B3
A1 26.3250 bC 42.1500 bB 58.3000 bA
A2 31.0700 aC 49.9275 aB 73.2650 aA
Linha - letras minúsculas Coluna - letras maiúsculas

Fonte: O AUTOR.

Tabela 7 - Fósforo

Fator 1 x Fator 2 (AxB)


B
A
B1 B2 B3
A1 10.6500 aB 16.3950 bA 19.1828 bA
A2 12.0300 aC 19.3500 aB 24.9500 aA
Linha - letras minúsculas Coluna - letras maiúsculas

Fonte: O AUTOR.

Na compilação dos dados do potássio não foi aplicado o teste de comparação


de médias por que o F de interação não foi significativo. As médias seguidas pela
mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao
nível de 5% de probabilidade.
35

4.4 CARACTERIZAÇÃO DO LODO PÓS BIODIGESTOR

Como verificado anteriormente a concentração das amostras são relevantes,


então seu uso agrícola apenas necessitaria de volumes maiores, se for aplicado na
forma líquida. Foi proposto neste trabalho sobre a adição do biodigestor como um
sistema em uma estação de tratamento de esgoto. Baseado nisso a Tabela 6 mostra
os resultados das análises após a passagem pelo biodigestor no período de 31 dias
mostrando a eficiência da passagem pelo biodigestor utilizando modelos estatísticos
básicos.

Tabela 8 – Caracterização pós Biodigestores

mg/ L - ºC
Caracterização Nitrogênio Potássio Fósforo pH Temperatura
biodigestores

T1M 26,325 4 10,65 7 28


T2M 42,15 5,1025 16,395 7 28
T3M 58,3 8,4075 19,182 7 28
T4M 31,07 4,45 12,03 7 28
T5M 49,9275 5,8675 19,35 7 28
T6M 73,265 8,675 24,95 7 28
Eficiência em %
T1M 31 17 16 7 28
T2M 15 16 8 7 28
T3M 24 12 24 7 28
T4M 7 10 5 7 28
T5M 12 13 8 7 28
T6M 14 14 17 7 28
Fonte: O AUTOR.
Baseado nos resultados obtidos pode-se dizer que utilizar um sistema de
biodigestor dentro de uma ETE venha ser uma boa opção, pois, houve a remoção
média significativa dos parâmetros escolhidos nesse quesito, o melhor tratamento
para remoção dos nutrientes foi o lodo anaeróbio devido a sua seleta quantidades de
bactérias.
No parâmetro nitrogênio, o melhor tratamento foi o T1 no qual foi realizada a
diluição 1:1 houve uma redução de média de 31% que de acordo com Andreoli et al
(2006) pode ter sido convertida em amônia ou íons em amônio.
36

No parâmetro potássio, não obteve significativa diferença, correlação aos


lodos, mas, devido ao ambiente proporcionado não houve interação em relação aos
parâmetros.

No parâmetro fósforo, houve uma redução de 24% da concentração, no


tratamento T3, mostrando melhor eficiência do lodo anaeróbio combinado com a
diluição 3:0, sendo 50% menos eficiente na remoção de fósforo, comparado com o
biodigestor de Angonese et al (2006), no qual obteve a redução de 54% de fósforo
durante o processo de biodigestão do seu experimento.

Em relação ao reuso agrícola, seria uma boa opção que fosse aplicado na
forma sólida, já prensada, pois aumentaria a concentração de nutrientes. O tratamento
T6 com a diluição 3:0, foi o que apresentou melhor concentração de nutrientes, mas,
com base em estudos de Andreoli et al (2006) o lodo só é viável para aplicação no
solo, após ser realizada uma correção de suas características indesejáveis, no caso
são os patógenos, ou seja, realizando a higienização do lodo de modo que não venha
a gerar danos ambientais, sempre atendendo a legislação vigente.
37

5. CONCLUSÃO

Os biodigestores são sistemas simples, porém a escolha da matéria a ser


decomposta é de extrema importância, principalmente para o dimensionamento das
diluições. Esse trabalho mostrou que a produção de biogás não obteve grande
sucesso devido a problemas sazonais e pelo fato do efluente utilizado ser liquido, o
que tornou o processo menos mensurável.

Pode-se concluir que, o melhor lodo para reuso agrícola seria o lodo pré
anaeróbio, devido a sua maior concentração de nutrientes. Dentre as diluições
realizadas, em relação a compilação do programa, a diluição 3:0 se mostrou mais
eficaz nos tratamentos.

Agora, correção ao sistema de Biodigestor ser adicionado a uma ETE, pode-se


dizer baseado nos dados obtidos que, houve uma remoção média de cerca de 20%
dos parâmetros propostos. As concentrações de nutrientes contidas no efluente pré
anaeróbios foram pouco maiores que as do lodo anaeróbio, porém a eficácia de
biodigestão do efluente anaeróbio foi maior. Apesar da baixa concentração de
nitrogênio, fosforo e potássio o residual do biodigestor, ainda seria eficiente para reuso
agrícola ou recuperação de áreas degradas levando em consideração que os
parâmetros microbiológicos atendam a legislação vigente.
38

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