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AUDITORIA

GOVERNAMENTAL
Governança no Setor Público

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
AUDITORIA GOVERNAMENTAL
Governança no Setor Público

Sumário
Marcelo Aragão

Governança no Setor Público........................................................................................................ 3


Governança Corporativa. . ............................................................................................................... 3
O Conselho de Administração....................................................................................................... 4
Governança, Controles Internos e Análise de Risco. . ............................................................... 4
Governança no Setor Público........................................................................................................ 5
Governança e Governabilidade..................................................................................................... 5
Governança Corporativa Aplicada ao Setor Público. . ............................................................... 6
A Governança Pública e os Conflitos de Agência...................................................................... 7
O Papel da Auditoria na Estrutura de Governança................................................................... 9
Os Princípios da Boa Governança. . ..............................................................................................12
Referencial Básico de Governança no Setor Público.. ............................................................ 14
Política de Governança da Administração Pública Federal.................................................. 24
Resumo............................................................................................................................................. 27
Mapa Mental................................................................................................................................... 32
Questões de Concurso................................................................................................................. 33
Gabarito............................................................................................................................................ 58

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Governança no Setor Público
Marcelo Aragão

GOVERNANÇA NO SETOR PÚBLICO


Para a melhor compreensão acerca da governança no setor público, deve-se entender a go-
vernança corporativa, que é aquela praticada nas empresas e organizações de uma forma geral.

Governança Corporativa
O foco da governança corporativa é a gestão e o controle das organizações do setor priva-
do. Nesse sentido, existem diferentes conceitos e definições sobre Governança Corporativa,
dependendo dos seus autores.
Segundo o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro
de Governança Corporativa – IBGC (www.ibgc.org.br):

Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolven-
do os relacionamentos entre Acionistas / Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria
Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de Governança Corporativa têm a finalidade de
aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.

Para que os objetivos da governança, acima citados, sejam alcançados, torna-se funda-
mental que os usuários da informação contábil divulgada tenham absoluta confiança na sua
veracidade e a responsabilidade por essa divulgação cabe à administração da empresa e à
auditoria.
Os usuários da informação contábil divulgada são os acionistas, conselho fiscal, conselho
de administração, fornecedores, clientes, empregados e outros stakeholders: Governo, comu-
nidade, ambientalistas, sindicatos etc.
Os responsáveis por informar e prestar contas (divulgar) são o Presidente, os diretores e
os auditores independentes.
As práticas de governança corporativa possuem objetivos que vão desde captar recursos
para as empresas ou cumprir suas metas estratégicas até a preocupação de, em longo prazo,
gerar valor para os acionistas e para a própria sociedade. A ética e o respeito e a transparência
aos direitos da sociedade como um todo são valores fundamentais da boa governança.
Um aspecto relevante cobrado em prova quanto à governança corporativa é o problema de
agência, que é o conflito de interesse, resultante do afastamento dos acionistas da administra-
ção cotidiana das empresas.
Esse afastamento gera uma assimetria de informações entre os proprietários das empre-
sas (principal) e os agentes gestores (agentes), surgindo o espaço para o problema de agên-
cia. Invariavelmente, os agentes, que são os funcionários de uma empresa, têm maior quanti-
dade de informações sobre as operações do dia a dia do que o principal. Para que possam se
manter atualizados das operações da empresa e possam ainda proteger os seus interesses de
maximização de lucro, contra os possíveis interesses dos agentes, que por muitas vezes são
antagônicos e conflitantes, o principal é levado a incorrer com custos.

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Repare que o problema de agência se dá entre os proprietários da empresa (principal) e os


executivos ou agentes gestores (agente). O Conselho de Administração, o Conselho Fiscal e a
Auditoria podem ser considerados ferramentas de governança para diminuir esses conflitos e
dar mais segurança ao principal.
O Conselho de Administração tem a atribuição formal de definir as diretrizes estratégicas e
de supervisionar o seu cumprimento, o Conselho Fiscal possui a prerrogativa de fiscalizar e a
Auditoria Independente constitui uma ferramenta ou um mecanismo, cujo papel é o de apoiar
o trabalho dos conselhos.

O Conselho de Administração
O Conselho da Administração é, sem dúvida, uma das peças-chave da governança cor-
porativa. Alguns autores afirmam que o Conselho de Administração é o principal agente de
governança das empresas, pelas suas funções estratégicas e, especialmente, de controle e
monitoramento das ações da diretoria.
Vânia Borgerth, em SOX - Entendendo a Lei Sarbanes-Oxley, ensina que os conselheiros
devem ser escolhidos pelos acionistas. Nos Estados Unidos, até a Sarbanes-Oxley, era muito
comum que o presidente do Conselho de Administração acumulasse, também, a função de
presidente da empresa. Outra prática bastante comum era que, ao eleger os membros do con-
selho, os acionistas privilegiassem sua relação pessoal e de confiança em contraposição ao
preparo e à competência do conselheiro.
Hoje, ao contrário, existe uma grande preocupação em que o conselho de administração
seja composto por pessoas com características pessoais e profissionais adequadas para o
cargo que ocupam, que gozem de independência que lhes permita julgar, questionar e denun-
ciar, sempre que necessário.

Governança, Controles Internos e Análise de Risco


O estudo do TCU intitulado “Critérios Gerais de Controle Interno na Administração Pública”
destaca que controles internos e governança são assuntos inter-relacionados, mas não são
sinônimos. A estrutura de controles internos é estabelecida para governar os acontecimentos
dentro de uma organização que possam impactar na consecução de seus objetivos, isto é, os
riscos. Portanto, controle interno é a fiscalização das atividades feita pela própria entidade, ou
seja, pela sua própria administração e pelo seu corpo funcional.
Mas, e a fiscalização da administração da entidade é feita por quem? Aqui surge o conceito
de governança, representado pela adoção de boas práticas, consubstanciadas em princípios,
que assegurem equilíbrio entre os interesses das diferentes partes que, no caso do setor públi-
co, inclui a sociedade e os seus representantes, o parlamento, as associações civis, o mercado,
os órgãos reguladores e de controle, dentre outros.

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Boas estruturas de gestão de riscos e controles internos são pré-requisitos para uma orga-
nização bem administrada, e esses três elementos são pré-requisitos para uma boa governan-
ça. Desse modo, Governança, Riscos e Controles devem ser geridos de forma integrada, obje-
tivando o estabelecimento de um ambiente que respeite não apenas os valores, interesses e
expectativas da instituição e dos agentes que a compõem, mas também de todas as suas par-
tes interessadas, tendo o cidadão e a sociedade como os vetores principais desse processo.

Governança no Setor Público


Com relação ao estudo da governança do setor público ou do Estado, uma dificuldade que
se observa na tentativa de conceituação ou definição de um modelo é que a Governança Públi-
ca pode assumir diferentes dimensões em função dos objetivos dos órgãos públicos e do seu
papel dentro da estrutura governamental.
O conceito de governança pública utilizado com maior frequência é o adotado pelo Banco
Mundial, segundo o qual governança pode ser aceita como a forma com que os recursos eco-
nômicos e sociais de um país são gerenciados, com vistas a promover o desenvolvimento.

Governança e Governabilidade
Como lembra Matias-Pereira, o conceito de governança não passa de uma reformulação
do conceito de governabilidade.
Nesse debate, a principal diferença entre governabilidade e governança está na forma
como a legitimidade das ações dos governos é entendida.
Na governabilidade, a legitimidade vem da capacidade do governo de representar os inte-
resses de suas próprias instituições. No conceito de governança, parcela de sua legitimidade
vem do processo do entendimento de que grupos específicos da população, quando partici-
pam da elaboração e implantação de uma política pública, têm maior possibilidade de obter
sucesso nos seus objetivos.
O ponto de convergência, em termos de semelhança entre as duas, se refere à defesa da
participação institucionalizada como meio para se atingir a estabilidade política.
A literatura especializada define governança e governabilidade da seguinte forma:
• GOVERNANÇA representa a capacidade do Estado de formular e implementar políticas
públicas. Representa as condições administrativas e de gestão do Estado de atender as
necessidades dos cidadãos;
• GOVERNABILIDADE significa as próprias condições substantivas e materiais de exer-
cício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo perante a sociedade e o
mercado. Portanto, um governo pode ter governabilidade (apoio das instituições e da
sociedade), mas não significa que tem plena governança.

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Governança Corporativa Aplicada ao Setor Público


A governança corporativa no setor público refere-se à administração das agências do setor
público, por meio de princípios de governança corporativa do setor privado.
Alguns autores apresentam uma transposição do composto conceitual da governança cor-
porativa para a gestão do Estado. Nesse sentido, destaca-se a contribuição de Valmir Slomski
que afirma: “Ao se pensar na governança corporativa na gestão pública governamental é pre-
ciso reorientar, criar novas formas de ver a coisa pública, haja vista que o cidadão não paga
impostos, integraliza capital”.
Esse autor nos ensina como devem ser vistos e aplicados os objetivos do código de me-
lhores práticas de governança corporativa, editado pelo IBGC, sob a ótica da gestão pública
governamental, a saber:
• Aumentar o valor da sociedade – ações dos governantes na melhoria das condições de
habitação, saneamento, saúde, educação etc., sob a vigilância dos cidadãos (sócios),
produzirão agregação de valor à sociedade local;
• Melhorar seu desempenho – as entidades governamentais podem melhorar seu desem-
penho implementando melhorias nos ambientes interno (ações saneadoras, desenvolvi-
mento de potencialidades dos recursos públicos) e externo (com medidas que atraiam
investimentos da iniciativa privada);
• Facilitar seu acesso ao capital a custos mais baixos – produzindo ações de aumentar
valor da sociedade e de melhorar seu desempenho, os investidores terão maiores garan-
tias ao emprestarem ao poder público, com custo mais baixo;
• Contribuir para a sua perenidade – os serviços têm que ser prestados aos cidadãos
com qualidade e tempestividade (perenidade dos serviços).

Slomski defende ainda que todos os princípios da governança são aplicáveis a entidades
governamentais:
• Transparência – A LRF já obriga a transparência, mas essa transparência pode ser me-
lhorada com instrumentos como a Demonstração do Resultado Econômico, o contra-
cheque econômico e o balanço social. Precisa haver simetria informacional entre o Es-
tado e a sociedade;
• Equidade – a gestão pública deve pautar-se por políticas e ações dos governantes que
produzam a equidade entre os habitantes, para fins de bem-estar social;
• Prestação de contas (accountability) – os agentes devem prestar contas de sua atua-
ção a quem os elegeu e respondem integralmente por todos os atos que praticarem no
exercício de seus mandatos;
• Responsabilidade Corporativa – Os governantes devem zelar pela perenidade dos servi-
ços e bem-estar da população, com visão de longo prazo, gerando riquezas, oportunida-
des de emprego, melhoria da qualidade de vida por meio de ações educativas, culturais,
assistenciais e de defesa do meio ambiente;

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• Conselho Fiscal – Nas entidades públicas e nos Municípios já existe um Conselho Fiscal
que é a Câmara de Vereadores, que são eleitos para legislar e fiscalizar os atos do gestor
público, com o auxílio dos Tribunais de Contas. No entanto, os Tribunais de Contas reali-
zam poucas horas de trabalho in loco nos entes auditados. Assim, propõe as seguintes
medidas para melhorar e ampliar a atuação dos Tribunais:
− Formar auditores por área de atuação ou política pública;
− Ampliar os sistemas informatizados de suporte às auditorias;
− Ampliar os recursos financeiros dessas entidades de controle; e
− Contratar empresas de auditoria independentes para ampliar as horas de trabalho de
revisão das contas públicas.
• Conselho de Administração: o Município já conta com um conjunto de Conselhos (de
Educação, de Saúde, etc), no entanto, seria necessária a criação do Conselho Municipal
de Administração, que deveria ter um mandato diferente dos prefeitos e vereadores, para
que pudesse agir de maneira independente e exercer o acompanhamento das contas pú-
blicas e que tivesse poderes para orientar e até de vetar ações do Executivo que pudes-
sem afetar o bem estar social, econômico e cultural ou a oferta dos serviços públicos.

A Governança Pública e os Conflitos de Agência


Nessa linha, outra excelente contribuição é feita por Andrade e Rossetti, na obra “Gover-
nança Corporativa”. Segundo os autores, a governança do Estado está associada ou procura
solucionar os conflitos e os custos de agência, claramente também presentes no processo de
gestão do Estado.
Os cidadãos contribuintes, que canalizam recursos para o Estado, capitalizando-o para que
ele possa produzir bens e serviços de interesse público, têm a expectativa de que os adminis-
tradores do setor público cuidem da eficaz alocação desses recursos e, consequentemente,
ao máximo retorno total dos tributos pagos. Ocorre, porém, como no caso das corporações,
que as decisões dos gestores públicos podem conflitar com os interesses dos contribuintes,
até porque, enquanto agente alocador de recursos, o governo tende a ser menos perfeito que
os agentes privados, pela alta dispersão dos contribuintes e pela consequente dificuldade de
controle presencial e direto da administração pública.
Em síntese, os interesses dos contribuintes estão focados na recepção de serviços de
excelência, mas os gestores públicos podem estar interessados na elevação de seus próprios
benefícios. A figura a seguir resume o conflito de agência entre outorgantes e outorgados.

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Os conflitos de agência no processo de governança do Estado

OS CONTRIBUINTES
 Agentes principais, outorgantes.
 Recursos para produção de bens
 Focados em: e serviços públicos.
 Máximo retorno dos tributos pagos.  Remuneração pelos serviços de
 “Dividendos sociais” proporcionados gestão
por bens e serviços públicos.

OS GESTORES PÚBLICOS
 Agentes executores, outorgados.
 Serviços de gestão.
 Focados em:
 Prestação responsável
de contas.  Domínio da gestão pública;
 Decisões alocativas eficazes;
 Bem-estar coletivo.

RELAÇÃO DE AGÊNCIA
 Decisões que maximizam o
interesse dos contribuintes.
 Decisões que maximizam o
interesse dos gestores.
Andrade e Rossetti, Governança Corporativa

Os custos de agência surgem em função desses conflitos. O interesse dos agentes gesto-
res na elevação dos seus próprios benefícios implica pressões por aumento nos dispêndios de
custeio, comprimindo a poupança do governo e os orçamentos de investimento. Somam-se a
estas pressões os vícios inerentes ao jogo político-partidário, tornando a alocação de recursos
muito mais sujeita a atendimento clientelista do que a decisões orientadas por planos estrate-
gicamente consistentes.
Outro aspecto é que a qualidade e a produtividade dos serviços públicos são geralmente
afetadas pela ausência de avaliações estruturadas do desempenho dos servidores. O gigantis-
mo da burocracia no serviço público e os consequentes custos de transação tendem a crescer.
Quanto à carga tributária, o que se observa são movimentos expansionistas, além da ma-
nifesta insensibilidade para a relação custos/benefícios.
Por fim, a auditoria, o controle e a prestação de contas responsável também acabam sen-
do comprometidos pelo processo e pelos critérios de nomeação de membros de Tribunais de
Contas, o que também afeta o combate à corrupção.
Em síntese, os custos de agência são o gigantismo do Estado, os altos custos de transa-
ção (burocracia e lentidão processual), estruturas onerosas de controle, nepotismo, alocações
ineficazes recursos, aparelhamento político-partidário etc.

 Obs.: os custos de agência no processo de gestão do Estado decorrem das imperfeições do


governo como agente econômico e dos interesses dos outorgantes e dos outorgados
imperfeitamente simétricos
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E o que a governança tem a ver com isso?


Boas e rígidas regras de governança podem ser estabelecidas para solucionar esses confli-
tos de agência, tanto para coibir o uso de mecanismos de anulação das forças de controle do
Estado quanto para limitar os fatores que favorecem o oportunismo e a expropriação.
É só lembrar dos princípios e boas práticas de governança: a integridade, a transparência,
a prestação de contas, a equidade etc.
Por fim, cabe transcrever o seguinte trecho da conclusão dos autores sobre a importância
da governança na gestão do Estado, que sintetiza muito bem a importância da governança:

A questão-chave do Estado não é de governabilidade, mas de governança. Enquanto a primeira é


uma conquista circunstancial e geralmente efêmera do poder estabelecido, a segunda é uma con-
quista da sociedade estrutural e duradoura. E que estará necessariamente alicerçada nos quatro
princípios que definem a governança das corporações: transparência, equidade, prestação de con-
tas e conformidade.

O Papel da Auditoria na Estrutura de Governança


Os instrumentos organizacionais tradicionais para avaliar a governança são os órgãos de
auditoria interna e externa.
Uma auditoria interna bem estruturada e com sua independência assegurada pelo status
organizacional (vínculo com o Conselho de Administração) pode auxiliar significativamente
as empresas na melhoria dos processos de gerenciamento dos riscos, controles internos e
governança corporativa.
Modernamente, a auditoria interna tem evoluído do enfoque tradicional orientado somente
à revisão dos controles internos, para um exame mais amplo e detalhado de toda a admi-
nistração dos riscos empresariais e os processos existentes para identificar, avaliar, mitigar
e reportá-los. Estes riscos são sempre específicos, sendo difícil para uma auditoria externa
poder a custos razoáveis substituir uma auditoria interna nessa função de controle mais am-
plo de risco.
De qualquer forma, a auditoria externa ou independente também tem participação ativa na
estrutura de governança.
Em síntese, a auditoria auxilia a organização a tornar mais eficazes os processos de ges-
tão de riscos, controles e governança corporativa. A primeira função de uma auditoria em um
sistema de riscos é verificar se as diretrizes e limites fixados pela governança estão sendo
respeitados. Porém, além dessa verificação de conformidade, deve observar se o sistema de
gerenciamento de riscos está funcionando de modo adequado, além de examinar os custos de
operação do sistema.
Na governança do setor público, o papel essencial da auditoria pública é fomentar e asse-
gurar a accountability (prestação de contas responsável), o que inclui a disseminação de boas
práticas de gestão.

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A ISSAI 100, norma internacional publicada pela INTOSAI relativa aos princípios gerais apli-
cados às auditorias do setor público, define que auditoria do setor público é essencial, pois,
fornece aos órgãos legislativos e de controle, bem como aos responsáveis pela governança e
ao público em geral, informações e avaliações independentes e objetivas acerca da gestão e
do desempenho de políticas, programas e operações governamentais.
As EFS - Entidades Fiscalizadoras Superiores de cada país, ou seja, os órgãos de auditoria
governamental - estão a serviço desse objetivo como importantes pilares dos sistemas demo-
cráticos e como mecanismos de governança nacionais, e desempenham um importante papel
no aperfeiçoamento da administração pública ao enfatizar os princípios de transparência, ac-
countability, governança e desempenho.
De acordo com a ISSAI 100, as auditorias do setor público partem de objetivos que podem
ser distintos, dependendo do tipo de auditoria que está sendo realizada. No entanto, todas elas
contribuem para a boa governança:
• fornecendo aos usuários previstos, com independência, informações objetivas e confiá-
veis, conclusões ou opiniões baseadas em evidência suficientes e apropriada, relativas
às entidades públicas;
• aperfeiçoando a accountability e a transparência, promovendo melhorias contínuas e
permanente confiança no uso apropriado de recursos e bens públicos e no desempenho
da administração pública;
• fortalecendo a efetividade dos órgãos que, dentro do ordenamento constitucional, exer-
cem funções gerais de controle e correição sobre o governo, bem como dos responsá-
veis pela gestão de atividades financiadas com recursos públicos;
• criando incentivos para mudança ao proporcionar conhecimento, análises abrangentes
e recomendações bem fundamentadas para aprimoramentos.

Como vimos na aula 1, as normas de auditoria do TCU (NAT - Portaria-TCU n. 280, de


8/12/2010), ao apresentarem as bases conceituais da auditoria pública, tratam da accountabi-
lity pública e o papel do tribunal de contas.
O conceito de accountability é fundamental para a compreensão da prática da boa gover-
nança e da auditoria governamental. Ele envolve, no contexto das relações que se estabelecem
entre os administradores públicos, o Parlamento e a sociedade, pelo menos três dimensões
– informação, justificação e sanção – como formas básicas pelas quais se pode prevenir o
abuso de poder.
A sociedade, que delega os recursos e poderes para que o Estado execute as ações de re-
alização do bem comum, o Parlamento, que a representa, e outros agentes públicos e privados
não podem prescindir de informação, necessária para aferir se tais recursos e poderes estão
sendo usados em conformidade com os princípios de administração pública, as leis e os regu-
lamentos aplicáveis, exigindo-se, pois, que a utilização desses recursos e o exercício desses
poderes ocorram de forma transparente.

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A delegação de recursos e poderes recebida da sociedade, por intermédio do Parlamento,


implica, por parte do gestor público, a obrigação constante de prestação de contas quanto ao
alinhamento de suas ações às diretrizes fixadas pelo poder público e, portanto, a obrigação
de informar deve estar associada à obrigação de que os atos sejam devidamente justificados.
Além de informar e justificar, a relação de accountability envolve ainda a dimensão relativa
aos elementos que obrigam ao cumprimento da lei, sujeitando o abuso de poder e a negligên-
cia no uso dos recursos públicos ao exercício das sanções legais.
A missão institucional do Tribunal de Contas, de assegurar a efetiva e regular gestão dos
recursos públicos em benefício da sociedade, o coloca na posição de órgão de controle ex-
terno das relações de accountability que se estabelecem entre os administradores públicos, o
Parlamento e a sociedade.
Para bem desincumbir-se dessa missão, o Tribunal propugna que todos os agentes de
órgãos, entidades, programas e fundos públicos devem contribuir para aumentar a confiança
sobre a forma como são geridos os recursos colocados à sua disposição, reduzindo a incer-
teza dos membros da sociedade sobre o que acontece no interior da administração pública.
A auditoria, no contexto da accountability, é a ação independente de um terceiro sobre uma
relação de accountability, objetivando expressar uma opinião ou emitir comentários e suges-
tões sobre como essa relação está sendo obedecida.
Na Constituição Federal do nosso país esta relação de accountability está positivada no
art. 70 e seu parágrafo único, que trata do dever republicado de prestação de contas da boa e
regular aplicação dos recursos públicos.
No setor público, o poder legislativo é quem representa os interesses do cidadão. Assim, é
este poder que assume o papel de principal na relação de accountability que se estabelece en-
tre o Estado e os gestores públicos de um modo geral, mas, a exemplo do que ocorre no setor
privado, a auditoria deve trabalhar numa perspectiva de que o seu cliente final são os cidadãos,
verdadeiros proprietários dos recursos transferidos ao Estado para realização do bem comum.
A auditoria, um mecanismo do principal, atua como limitador das ações do agente, que
por saber estar sendo monitorado, terá reduzida a sua tendência de contrariar os interesses
daquele. A auditoria terá que pautar suas ações em princípios éticos rigorosos, manter sua
independência, avaliar os fatos com objetividade de modo a conduzir a julgamentos impar-
ciais e precisos, dado que não só o principal, mas o público em geral e as entidades auditadas,
esperam que a conduta e o enfoque da auditoria sejam irretocáveis, não suscitem suspeitas e
sejam dignos de respeito e confiança.
A ação independente exercida pelo TC, por meio de auditorias, de estímulo à transparência
da gestão e de outras ações de controle externo, incluindo a aplicação de sanções, constitui-se
instrumento da governança pública.

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Os Princípios da Boa Governança


Tendo como referência a literatura especializada e estudos nacionais e internacionais acer-
ca da governança, destacamos os seguintes princípios de governança:

Ética (Ethics)

A adoção de boas práticas de governança significa também a adoção de princípios éticos.


A ética é o pilar de toda a estrutura de governança. As entidades que não explicitarem as con-
dutas em um código de ética deverão explicitar as razões da não adoção.

Transparência (Disclosure)

A transparência é um pilar da governança. Não há como se falar em uma boa governan-


ça, sem uma política e práticas para divulgação das ações públicas, permitindo o controle da
sociedade.
Mais do que “a obrigação de informar”, a administração deve cultivar o “desejo de infor-
mar”, sabendo que da boa comunicação interna e externa, particularmente quando espontânea
franca e rápida, resultam um clima de confiança, tanto internamente, quando nas relações da
entidade com terceiros.
Relacionadas à transparência da gestão pública, tem-se ações do programa de Governo
Eletrônico (eGOV) que priorizam o uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs)
para democratizar o acesso à informação, visando ampliar o debate e a participação popular
na construção das políticas públicas, como também aprimorar a qualidade dos serviços e in-
formações públicas prestadas.
A política de Governo Eletrônico do Estado brasileiro segue um conjunto de diretrizes base-
ado em três ideias fundamentais: participação cidadã; melhoria do gerenciamento interno do
Estado; e integração com parceiros e fornecedores.
Transformar a relação do governo com a sociedade e promover interatividade com cida-
dãos, empresas e órgãos governamentais melhora o processo de democratização do país,
dinamiza os serviços públicos e proporciona uma administração pública mais eficiente, já que,
agora, a sociedade possui instrumentos para se manifestar junto às ações governamentais.

Equidade (Fairness)

No âmbito das organizações, a equidade caracteriza-se pelo tratamento justo e igualitário


de todos os grupos minoritários, sejam do capital ou das demais “partes interessadas” (stake-
holders), colaboradores, clientes, fornecedores ou credores. Atitudes ou políticas discrimina-
tórias, sob qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis. A governança busca a implementa-
ção de controle em um ambiente de poder equilibrado entre todas as partes interessadas na
organização.

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No setor público, a equidade é um princípio estabelecido na Constituição Federal, devendo


os programas e projetos governamentais levar em conta os interesses de toda a população
conforme as suas necessidades, independente da complexidade que cada caso requeira e da
região em que o indivíduo detenha sua residência.
Por meio do princípio da equidade, objetiva-se diminuir as desigualdades, porém não signi-
fica que seja sinônimo de igualdade. Em que pese todos terem direito de acesso aos serviços,
independente de cor, raça ou religião e sem nenhum tipo de privilégio, as pessoas não são
iguais e, por isso, têm necessidades distintas.

Prestação de Contas e Responsabilização (Accountability)

Os agentes de Governança devem prestar contas de sua atuação a quem os elegeu e res-
pondem integralmente por todos os atos que praticarem o exercício de seus mandatos.
A accountability, em que pese o esforço de tradução para a língua portuguesa como res-
ponsabilidade, não possui uma tradução literal para o nosso idioma ou mesmo para outras
línguas de origem latina.
Todavia, pode-se afirmar que a accountability representa o compromisso ético e legal de se
responder por uma responsabilidade delegada. Alguns a associam ao dever de prestar contas
e outros apregoam que não é só a obrigação de prestar de contas, mas também de responder
por uma delegação de competência e de assumir boas práticas de gestão dos recursos públi-
cos, de forma transparente e responsável.
A accountability é uma forma de controle social, de sujeição do poder público a estruturas
formais e estruturas institucionalizadas de constrangimento de suas ações à frente da gestão
pública, estando obrigado a prestar contas e a tornar transparente a sua administração.
Accountability representa a responsabilidade objetiva de uma pessoa ou organização res-
ponder perante outras pessoas ou organizações. Segundo Tavares Coelho, uma pessoa ou
instituição é accountable quando é responsável por decisões e pelas consequências de suas
ações e inações, e o de, portanto, ser um exemplo para os outros. Aquele que é accountable
aceita a responsabilidade e mantém a sua integridade, evitando a “aparência de improbidade”
e resguardando a sua reputação.
Um aspecto que geralmente é cobrado em prova de administração pública, mas que tam-
bém pode ser objeto de prova de auditoria é a classificação da accountability em horizontal,
vertical e societal, a depender da natureza e da hierarquia do controle exercido:
• Accountability vertical: se dá entre a população e o Estado, referindo-se ao controle que
aquela exerce sobre os agentes públicos e os governos e é relacionada à capacidade
da população de votar e de se manifestar de forma livre, tendo como exemplo o voto e
a ação popular;
• Accountability horizontal: se dá entre entes ou órgãos estatais, ocorrendo quando um
poder, órgão, agência reguladora etc., fiscaliza o outro. Como exemplo tem-se a fiscali-
zação realizada pelos tribunais de contas sobre todos os Poderes;

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• Accountability societal: se dá entre a sociedade civil organizada e entes ou órgãos es-


tatais, em que aquela, muitas vezes representada por ONG’s, sindicatos, associações
etc., fiscaliza os agentes públicos e o os governos, exercendo “pressão” legítima sobre a
Administração Pública. A societal não está ligada ao cidadão e ao voto, mas às diversas
entidades sociais como associações, sindicatos, ONGs, mídia etc., que investigam e
denunciam abusos cometidos, e cobram responsabilização.

Cumprimento das Leis (Compliance)

O princípio do compliance está relacionado à adoção pelas organizações de um código de


ética para a alta administração e gestores públicos, que deverá conter formas de encaminha-
mento de questões relacionadas a conflitos de interesse, divulgação de informações e cumpri-
mentos das leis e regulamentos.
Portanto, a conformidade depende da integridade e da consciência dos gestores e servi-
dores quanto à importância de se respeitar as leis e as normas e de manter uma atitude ética.

Referencial Básico de Governança no Setor Público


Em 2014, o TCU publicou estudo denominado “Referencial Básico de Governança Aplicável
a Órgãos e Entidades da Administração Pública”, que passou a ser uma grande fonte para a
elaboração de questões acerca da governança pública.
O estudo está organizado em cinco capítulos e dois apêndices, contudo, vou abordar nesta
aula os aspectos conceituais mais relevantes e que, a meu ver, apresentam maior probabili-
dade de serem cobrados pelo Cebraspe, sem prejuízo de que você, tendo um tempinho, leia
integralmente o documento.

Conceitos Fundamentais

Em termos de conceito, o estudo apresenta algumas definições importantes, a saber:


• Segundo a IFAC (2013), governança compreende a estrutura (administrativa, política,
econômica, social, ambiental, legal e outras) posta em prática para garantir que os resul-
tados pretendidos pelas partes interessadas sejam definidos e alcançados;
• De acordo com o Plano Estratégico do Tribunal de Contas da União (BRASIL, 2011),
governança pode ser descrita como um sistema pelo qual as organizações são dirigi-
das, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sociedade, alta
administração, servidores ou colaboradores e órgãos de controle. Em essência, a boa
governança pública tem como propósitos conquistar e preservar a confiança da socie-
dade, por meio de conjunto eficiente de mecanismos, a fim de assegurar que as ações
executadas estejam sempre alinhadas ao interesse público;

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• Governança é um termo amplamente utilizado em diversos setores da sociedade, com


diferentes significados dependendo da perspectiva de análise. Entre as definições mais
conhecidas e utilizadas estão as relacionadas à governança corporativa, pública e glo-
bal;
• Governança corporativa: pode ser entendida como o sistema pelo qual as organizações
são dirigidas e controladas. Refere-se ao conjunto de mecanismos de convergência de
interesses de atores direta e indiretamente impactados pelas atividades das organiza-
ções, mecanismos esses que protegem os investidores externos da expropriação pelos
internos (gestores e acionistas controladores);
• Governança pública: pode ser entendida como o sistema que determina o equilíbrio de
poder entre os envolvidos — cidadãos, representantes eleitos (governantes), alta admi-
nistração, gestores e colaboradores — com vistas a permitir que o bem comum prevale-
ça sobre os interesses de pessoas ou grupos;
• Governança global: que pode ser entendida como o conjunto de instituições, mecanis-
mos, relacionamentos e processos, formais e informais, entre Estado, mercado, cida-
dãos e organizações, internas ou externas ao setor público, através dos quais os inte-
resses coletivos são articulados, direitos e deveres são estabelecidos e diferenças são
mediadas;
• Governança no setor público refere-se, portanto, aos mecanismos de avaliação, direção
e monitoramento; e às interações entre estruturas, processos e tradições, as quais de-
terminam como cidadãos e outras partes interessadas são ouvidos, como as decisões
são tomadas e como o poder e as responsabilidades são exercidos. Preocupa-se, por
conseguinte, com a capacidade dos sistemas políticos e administrativos de agir efetiva
e decisivamente para resolver problemas públicos.

Perspectivas de Observação

Conforme o referencial, a governança no setor público pode ser analisada sob quatro pers-
pectivas de observação: (a) sociedade e Estado; (b) entes federativos, esferas de poder e polí-
ticas públicas; (c) órgãos e entidades; e (d) atividades intraorganizacionais.
Figura 2: Perspectivas de Observação da Governança:

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Referencial de Governança – TCU, p. 18.

A perspectiva “sociedade e estado” é a vertente política da governança pública, focada


no desenvolvimento nacional, nas relações econômico-sociais, nas estruturas que garantam
a gover­nabilidade de um Estado e o atendimento de demandas da sociedade. Ela define as
regras e os princípios que orientam a atuação dos agentes públicos e privados regidos pela
Constituição e cria as condições estruturais de administração e controle do Estado.
A perspectiva “entes federativos, esferas de poder e políticas públicas” é a vertente polí-
tico-administrativa da governança no setor público, com foco na formulação, na implementa-
ção e na efetividade de políticas públicas; nas redes transorganizacionais, que extrapolam as
barreiras funcionais de uma organização; e na capacidade de auto-organização dos envolvi-
dos. Esta vertente se preocupa com as políticas públicas e com as relações entre estruturas e
setores, incluindo diferentes esferas, poderes, níveis de governo e representantes da socieda-
de civil organizada.
A terceira perspectiva - órgãos e entidades – é a vertente corporativa da governança no
setor público, com foco nas organizações, na manutenção de propósitos e na otimização dos
resultados ofertados por elas aos cidadãos e aos usuários dos serviços. Ela garante que cada
órgão ou entidade cumpra seu papel.
Por fim, governança sob a perspectiva de atividades intraorganizacionais pode ser enten-
dida como o sistema pelo qual os recursos de uma organização são dirigidos, controlados e
avaliados. Sob esta perspectiva, são analisados os processos decisórios, as estruturas es-
pecíficas de governança e as relações intraorganizacionais, que visam, entre outras coisas,
otimizar o uso de recursos, reduzir riscos e agregar valor a órgãos e entidades e contribuir para
o alcance de resultados esperados por partes inte­ressadas internas e externas à organização.
Em que pese identificar as quatro perspectivas, o Referencial publicado pelo TCU tem por
objeto de análise a governança de órgãos e entidades da administração pública, podendo ser
aplicado, com adaptações, às outras perspectivas.

Sistema de Governança no Setor Público

De acordo com a publicação do TCU, o sistema de governança reflete a maneira como


diversos atores se organizam, interagem e procedem para obter boa governança. Envolve, por-
tanto, as estruturas administrativas (instâncias), os processos de trabalho, os instrumentos
(ferramentas, documentos etc.), o fluxo de informações e o comportamento de pessoas envol-
vidas direta, ou indiretamente, na avaliação, no direcionamento e no monitoramento da organi-
zação. De forma simplificada, esse sistema pode ser assim representado (Figura 3):

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Figura 3: Sistema de Governança em órgãos e entidades da Adm. Pública

Nota-se, nesse sistema, que algumas instâncias foram destacadas: as instâncias externas
de governança; as instâncias externas de apoio à governança; as instâncias internas de gover-
nança; e as instâncias internas de apoio à governança.
As instâncias externas de governança são responsáveis pela fiscalização, pelo controle
e pela regulação, desempenhando importante papel para promoção da governança das orga-
nizações públicas. São autônomas e independentes, não estando vinculadas apenas a uma
organização. Exemplos típicos dessas estruturas são o Congresso Nacional e o Tribunal de
Contas da União.

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• As instâncias externas de apoio à governança são responsáveis pela avaliação, audi-


toria e monitoramento independente e, nos casos em que disfunções são identificadas,
pela comunicação dos fatos às instâncias superiores de governança. Exemplos típicos
dessas estruturas as auditorias independentes e o controle social organizado;
• As instâncias internas de governança são responsáveis por definir ou avaliar a estraté-
gia e as políticas, bem como monitorar a conformidade e o desempenho destas, deven-
do agir nos casos em que desvios forem identificados. São, também, responsáveis por
garantir que a estratégia e as políticas formuladas atendam ao interesse público servin-
do de elo entre principal e agente. Exemplos típicos dessas estruturas são os conselhos
de administração ou equivalentes e, na falta desses, a alta administração;
• As instâncias internas de apoio à governança realizam a comunicação entre partes
interessadas internas e externas à administração, bem como auditorias internas que
avaliam e monitoram riscos e controles internos, comunicando quaisquer disfunções
identificadas à alta administração. Exemplos típicos dessas estruturas são a ouvidoria,
a auditoria interna, o conselho fiscal, as comissões e os comitês.

Além dessas instâncias, existem outras estruturas que contribuem para a boa governança
da organização: a administração executiva, a gestão tática e a gestão operacional.
A administração executiva é responsável por avaliar, direcionar e monitorar, internamente,
o órgão ou a entidade. A autoridade máxima da organização e os dirigentes superiores são os
agentes públicos que, tipicamente, atuam nessa estrutura. De forma geral, enquanto a autori-
dade máxima é a principal responsável pela gestão da organização, os dirigentes superiores
(gestores de nível estratégico e administradores executivos diretamente ligados à autoridade
máxima) são responsáveis por estabelecer políticas e objetivos e prover direcionamento para
a organização.
A gestão tática é responsável por coordenar a gestão operacional em áreas específicas.
Os dirigentes que integram o nível tático da organização (p. ex. secretários) são os agentes
públicos que, tipicamente, atuam nessa estrutura.
A gestão operacional é responsável pela execução de processos produtivos finalísticos e
de apoio. Os gerentes, membros da organização que ocupam cargos ou funções a partir do ní-
vel operacional (p. ex. diretores, gerentes, supervisores, chefes), são os agentes públicos que,
tipicamente, atuam nessa estrutura.

Funções de Governança e Gestão

A governança de órgãos e entidades da administração pública envolve três funções bási-


cas, alinhadas às tarefas sugeridas pela ISO/IEC 38500:2008:
• avaliar o ambiente, os cenários, o desempenho e os resultados atuais e futuros;
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• direcionar e orientar a preparação, a articulação e a coordenação de políticas e planos,


alinhando as funções organizacionais às necessidades das partes interessadas (usuá-
rios dos serviços, cidadãos e sociedade em geral) e assegurando o alcance dos objeti-
vos estabelecidos; e
• monitorar os resultados, o desempenho e o cumprimento de políticas e planos, confron-
tando-os com as metas estabelecidas e as expectativas das partes interessadas.

De acordo com o Banco Mundial, governança diz respeito a estruturas, funções, processos
e tradições organizacionais que visam garantir que as ações planejadas (programas) sejam
executadas de tal maneira que atinjam seus objetivos e resultados de forma transparente.
Busca, portanto, maior efetividade (produzir os efeitos pretendidos) e maior economicidade
(obter o maior benefício possível da utilização dos recursos disponíveis) das ações.
São funções da governança:
• definir o direcionamento estratégico;
• supervisionar a gestão;
• envolver as partes interessadas;
• gerenciar riscos estratégicos;
• gerenciar conflitos internos;
• auditar e avaliar o sistema de gestão e controle; e
• promover a accountability (prestação de contas e responsabilidade) e a transparência.

Governança, neste sentido, relaciona-se com processos de comunicação; de análise e ava-


liação; de liderança, tomada de decisão e direção; de controle, monitoramento e prestação
de contas.
De modo complementar, gestão diz respeito ao funcionamento do dia a dia de programas
e de organizações no contexto de estratégias, políticas, processos e procedimentos que foram
estabelecidos pelo órgão, preocupa-se com a eficácia (cumprir as ações priorizadas) e a efici-
ência das ações (realizar as ações da melhor forma possível, em termos de custo-benefício).
São funções da gestão:
• implementar programas;
• garantir a conformidade com as regulamentações;
• revisar e reportar o progresso de ações;
• garantir a eficiência administrativa;
• manter a comunicação com as partes interessadas; e
• avaliar o desempenho e aprender.

Enquanto a gestão é inerente e integrada aos processos organizacionais, sendo responsá-


vel pelo planejamento, execução, controle, ação, enfim, pelo manejo dos recursos e poderes
colocados à disposição de órgãos e entidades para a consecução de seus objetivos, a

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governança provê direcionamento, monitora, supervisiona e avalia a atuação da gestão, com


vistas ao atendimento das necessidades e expectativas dos cidadãos e demais partes in-
teressadas.

Fonte: Referencial Básico de Governança do TCU


Figura 4: Relação entre Governança e Gestão

Governança também se preocupa com a qualidade do processo decisório e sua efetivida-


de: Como obter o maior valor possível? Como, por quem e por que as decisões foram tomadas?
Os resultados esperados foram alcançados?
A gestão, por sua vez, parte da premissa de que já existe um direcionamento superior e
que aos agentes públicos cabe garantir que ele seja executado da melhor maneira possível em
termos de eficiência.

Princípios Básicos de Governança para o Setor Público

O referencial de governança do TCU amplia o rol de princípios de governança, em com-


paração com os princípios previstos no Código de Boas Práticas de Governança Corporativa
do IBGC e no Estudo do IFAC. Conforme sugerido pelo Banco Mundial, são princípios da boa
gover­nança: a legitimidade, a equidade, a responsabilidade, a eficiência, a probidade, a trans-
parência e a accountability.
• Legitimidade: princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito e critério
informativo do controle externo da administração pública que amplia a incidência do
controle para além da aplicação isolada do critério da legalidade. Não basta verificar se
a lei foi cumprida, mas se o interesse público, o bem comum, foi alcançado;
• Equidade: promover a equidade é garantir as condições para que todos tenham acesso
ao exercício de seus direitos civis - liberdade de expressão, de acesso à informação, de
associação, de voto, igualdade entre gêneros -, políticos e sociais - saúde, educação,
moradia, segurança;
• Responsabilidade: diz respeito ao zelo que os agentes de governança devem ter pela
sustentabilidade das organizações, visando sua longe­vidade, incorporando considera-
ções de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações;

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• Eficiência: é fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor custo
possível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor
relação entre qualidade do serviço e qualidade do gasto;
• Probidade: trata-se do dever dos servidores públicos de demonstrar probidade, zelo,
economia e observância às regras e aos procedimentos do órgão ao utilizar, arrecadar,
gerenciar e administrar bens e valo­res públicos. Enfim, refere-se à obrigação que têm os
servidores de demonstrar serem dignos de confiança;
• Transparência: caracteriza-se pela possibilidade de acesso a todas as informações rela-
tivas à organização pública, sendo um dos requisitos de controle do Estado pela socie-
dade civil. A adequada transparência resulta em um clima de confiança, tanto interna-
mente quanto nas rela­ções de órgãos e entidades com terceiros;
• Accountability: refere-se à obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se te-
nham confiado recursos, incluídas as empresas e organizações públicas, de assumir as
responsabilidades de ordem fiscal, gerencial e programática que lhes foram conferidas,
e de informar a quem lhes delegou essas responsabilidades. Espera-se que os agentes
de governança prestem contas de sua atuação de forma voluntária, assumindo integral-
mente as consequências de seus atos e omissões.

Diretrizes para a Boa Governança

Para alcançar boa governança em órgãos e entidades da administração pública é impor-


tante, de acordo como o CIPFA (2004):
• focar o propósito da organização em resultados para cidadãos e usuários dos serviços;
• realizar, efetivamente, as funções e os papéis definidos;
• tomar decisões embasadas em informações de qualidade;
• gerenciar riscos;
• desenvolver a capacidade e a eficácia do corpo diretivo das organizações;
• prestar contas e envolver efetivamente as partes interessadas;
• ter clareza acerca do propósito da organização, bem como dos resultados esperados
para cidadãos e usuários dos serviços;
• certificar-se de que os usuários recebem um serviço de alta qualidade;
• certificar-se de que os contribuintes recebem algo de valor em troca dos aportes finan-
ceiros providos;
• definir claramente as funções das organizações e as responsabilidades da alta adminis-
tração e dos gestores, certificando-se de seu cumprimento;
• ser claro sobre as relações entre os membros da alta administração e a sociedade;
• ser rigoroso e transparente sobre a forma como as decisões são tomadas;
• ter, e usar, estruturas de aconselhamento, apoio e informação de boa qualidade;
• certificar-se de que um sistema eficaz de gestão de risco esteja em operação;

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• certificar-se de que os agentes (comissionados ou eleitos) tenham as habilidades, o


conhecimento e a experiência necessários para um bom desempenho;
• desenvolver a capacidade de pessoas com responsabilidades de governo e avaliar o seu
desempenho, como indivíduos e como grupo;
• equilibrar, na composição do corpo diretivo, continuidade e renovação;
• compreender as relações formais e informais de prestação de contas;
• tomar ações ativas e planejadas para dialogar com e prestar contas à sociedade, bem
como engajar, efetivamente, organizações parceiras e partes interessadas;

Níveis de Análise

Considerando que a governança não é isenta de custos e que os mecanismos, isoladamen-


te, não produzem todos os resultados potencialmente esperados, concebeu-se o referencial
tomando por base quatro níveis de análise: os mecanismos de governança, os componentes,
as práticas e os itens de controle (Figura 5).

Figura 5: Níveis de Análise

Mecanismos de Governança

Para que as funções de governança (avaliar, direcionar e monitorar) sejam executadas


de forma satisfatória, alguns mecanismos devem ser adotados: a liderança, a estratégia e
o controle.

Fonte: Referencial Básico de Governança do TCU


Figura 6: Mecanismos de Governança

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Liderança refere-se ao conjunto de práticas, de natureza humana ou comportamental, que


assegura a existência das condições mínimas para o exercício da boa governança, quais se-
jam: pessoas íntegras, capacitadas, competentes, responsáveis e motivadas ocupando os
principais cargos das organizações e liderando os processos de trabalho.
Esses líderes são responsáveis por conduzir o processo de estabelecimento da estratégia
necessária à boa governança, envolvendo aspectos como: escuta ativa de demandas, neces-
sidades e expectativas das partes interessadas; avaliação do ambiente interno e externo da
organização; avaliação e prospecção de cenários; definição e alcance da estratégia; definição
e monitoramento de objetivos de curto, médio e longo prazo; alinhamento de estratégias e ope-
rações das unidades de negócio e organizações envolvidas ou afetadas.
Entretanto, para que esses processos sejam executados, existem riscos, os quais devem
ser avaliados e tratados. Para isso, é conveniente o estabelecimento de controles e sua avalia-
ção, transparência e accountability, que envolve, entre outras coisas, a prestação de contas das
ações e a responsabilização pelos atos praticados.
De forma geral os três mecanismos propostos (liderança, estratégia e controle) podem ser
aplicados a qualquer uma das quatro perspectivas de observação (sociedade e Estado; entes
federativos, esferas de poder e políticas públicas; órgãos e entidades; e atividades intraorgani-
zacionais), devendo, no entanto, estarem alinhados de forma a garantir que direcionamentos
de altos níveis se reflitam em ações práticas pelos níveis subalternos.

Componentes dos Mecanismos de Governança

A cada um dos mecanismos de governança foi associado um conjunto de componentes


que contribuem direta, ou indiretamente, para o alcance dos objetivos. São eles:

Figura 7: Componentes dos Mecanismos de Governança

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Vinculados a cada componente, foi associado um conjunto de práticas de governança, que


são descritas no referencial, que têm a finalidade de contribuir para que os resultados pretendi-
dos pelas partes interessadas sejam alcançados. Cabe destacar que as práticas apresentadas
representam um referencial básico, não sendo, portanto, exaustivas.
Para fins de concisão desta aula, deixaremos de listar aqui as práticas descritas no refe-
rencial. O importante é que você saiba que a governança pública significa a adoção de boas
práticas de liderança, estratégia e controle.

Política de Governança da Administração Pública Federal


Seguindo as orientações do TCU, o governo federal publicou o Decreto 9.203, de 22/11/2017,
que dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta, autárquica
e fundacional.
Conforme o decreto, governança pública é o conjunto de mecanismos de liderança, estra-
tégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à
condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade.
Nos termos do art. 3º, os princípios de governança são:
• capacidade de resposta;
• integridade;
• confiabilidade;
• melhoria regulatória;
• prestação de contas e responsabilidade; e
• transparência.

O art. 4º dispõe sobre as seguintes diretrizes da governança pública:

a) direcionar ações para a busca de resultados para a sociedade, encontrando soluções tempesti-
vas e inovadoras para lidar com a limitação de recursos e com as mudanças de prioridades;
b) promover a simplificação administrativa, a modernização da gestão pública e a integração dos
serviços públicos, especialmente aqueles prestados por meio eletrônico;
c) monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a implementação e os resultados das políticas e
das ações prioritárias para assegurar que as diretrizes estratégicas sejam observadas;
d) articular instituições e coordenar processos para melhorar a integração entre os diferentes níveis
e esferas do setor público, com vistas a gerar, preservar e entregar valor público;
e) fazer incorporar padrões elevados de conduta pela alta administração para orientar o comporta-
mento dos agentes públicos, em consonância com as funções e as atribuições de seus órgãos e de
suas entidades;
f) implementar controles internos fundamentados na gestão de risco, que privilegiará ações estraté-
gicas de prevenção antes de processos sancionadores;
g) avaliar as propostas de criação, expansão ou aperfeiçoamento de políticas públicas e de conces-
são de incentivos fiscais e aferir, sempre que possível, seus custos e benefícios;

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h) manter processo decisório orientado pelas evidências, pela conformidade legal, pela qualidade
regulatória, pela desburocratização e pelo apoio à participação da sociedade;
i) editar e revisar atos normativos, pautando-se pelas boas práticas regulatórias e pela legitimidade,
estabilidade e coerência do ordenamento jurídico e realizando consultas públicas sempre que con-
veniente;
j) definir formalmente as funções, as competências e as responsabilidades das estruturas e dos
arranjos institucionais; e
k) promover a comunicação aberta, voluntária e transparente das atividades e dos resultados da
organização, de maneira a fortalecer o acesso público à informação.

Já o art. 5º do decreto trata dos mecanismos para o exercício da governança pública,


quais sejam:
• Liderança: compreende conjunto de práticas de natureza humana ou comportamental
para o exercício da boa governança (integridade; competência; responsabilidade; e mo-
tivação);
• Estratégia: compreende a definição de diretrizes, objetivos, planos e ações, além de cri-
térios de priorização e alinhamento entre organizações e partes interessadas, para que
os serviços e produtos de responsabilidade da organização alcancem o resultado pre-
tendido; e
• Controle: processos estruturados para mitigar os possíveis riscos com vistas ao alcan-
ce dos objetivos institucionais e para garantir a execução ordenada, ética, econômica,
eficiente e eficaz das atividades da organização, com preservação da legalidade e da
economicidade no dispêndio de recursos públicos.

Outros Aspectos Relevantes do Decreto de Governança Pública

O art. 6º define que:

Caberá à alta administração dos órgãos e das entidades, observados as normas e os procedimentos
específicos aplicáveis, implementar e manter mecanismos, instâncias e práticas de governança em
consonância com os princípios e as diretrizes estabelecidas.

O art. 7º determina a criação do Comitê Interministerial de Governança - CIG, com a fina-


lidade de assessorar o Presidente da República na condução da política de governança da
administração pública federal. O CIG é formado por Casa Civil e Ministérios da Transparência
(CGU), da Fazenda (MF) e do Planejamento (MP).
O art. 14 determina que os órgãos e as entidades deverão, no prazo de 180 dias, instituir
comitê interno de governança ou atribuir as competências correspondentes a colegiado já
existente, por ato de seu dirigente máximo, com o objetivo de garantir que as boas práticas de
governança se desenvolvam e sejam apropriadas pela instituição de forma contínua e progres-
siva, nos termos recomendados pelo CIG.
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O art. 17 prevê o papel da alta administração das organizações de estabelecer, manter,


monitorar e aprimorar sistema de gestão de riscos e controles internos com vistas à identifi-
cação, à avaliação, ao tratamento, ao monitoramento e à análise crítica de riscos que possam
impactar a implementação da estratégia e a consecução dos objetivos da organização no
cumprimento da sua missão institucional.
O art. 18 valoriza a auditoria interna governamental, que deverá adicionar valor e melhorar
as operações das organizações para o alcance de seus objetivos, mediante a abordagem sis-
temática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gerenciamento de
riscos, dos controles e da governança, por meio da:

I – realização de trabalhos de avaliação e consultoria de forma independente, segundo os padrões


de auditoria e ética profissional reconhecidos internacionalmente;
II – adoção de abordagem baseada em risco para o planejamento de suas atividades e para a defini-
ção do escopo, da natureza, da época e da extensão dos procedimentos de auditoria; e
III – promoção à prevenção, à detecção e à investigação de fraudes praticadas por agentes públicos
ou privados na utilização de recursos públicos federais.

O art. 19 destaca que os órgãos e as entidades da administração direta, autárquica e funda-


cional instituirão programa de integridade, com o objetivo de promover a adoção de medidas e
ações institucionais destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de fraudes
e atos de corrupção, estruturado nos seguintes eixos:
• comprometimento e apoio da alta administração;
• existência de unidade responsável pela implementação no órgão ou na entidade;
• análise, avaliação e gestão dos riscos associados ao tema da integridade; e
• monitoramento contínuo dos atributos do programa de integridade.

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RESUMO
Segundo o IBGC, governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas
e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas / Cotistas, Conselho de Admi-
nistração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de Governança
Corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital
e contribuir para a sua perenidade.

Governança visa a Reduzir o Chamado Conflito de Agência

O desenvolvimento das teorias sobre governança visa encontrar melhores respostas à se-
guinte pergunta:
Como maximizar a probabilidade de que o comportamento (ações) do Agente (altos ad-
ministradores) seja dirigido pelo atendimento dos interesses do Principal, e não pelos seus
próprios interesses ou de outrem?

Governança X Governabilidade

Governança representa a capacidade do Estado de formular e implementar políticas públi-


cas. Representa as condições administrativas e de gestão do Estado de atender as necessida-
des dos cidadãos.
Governabilidade significa as próprias condições substantivas e materiais de exercício do
poder e de legitimidade do Estado e do seu governo perante a sociedade e o mercado.
Na governança do setor público, o papel essencial da auditoria pública é fomentar e asse-
gurar a accountability (prestação de contas responsável), o que inclui a disseminação de boas
práticas de gestão.

Dimensões da Accountability Pública

INFORMAÇÃO: transparência das informações, como forma de prestação de contas à


sociedade.
JUSTIFICAÇÃO: os gestores devem justificar a correta aplicação dos recursos e competên-
cias que lhe foram delegados.
SANÇÃO: caso os gestores não cumpram suas obrigações legais e os princípios que regu-
lam a administração pública, devem ser responsabilizados e sancionados.

Conceitos Fundamentais de Governança (Referencial do TCU)

Segundo a IFAC (2013), governança compreende a estrutura (administrativa, política, eco-


nômica, social, ambiental, legal e outras) posta em prática para garantir que os resultados
pretendidos pelas partes interessadas sejam definidos e alcançados.

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De acordo com o Plano Estratégico do Tribunal de Contas da União governança pode ser
descrita como um sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo os relacionamentos entre sociedade, alta administração, servidores ou colabora-
dores e órgãos de controle. Em essência, a boa governança pública tem como propósitos con-
quistar e preservar a confiança da sociedade, por meio de conjunto eficiente de mecanismos,
a fim de assegurar que as ações executadas estejam sempre alinhadas ao interesse público.
Governança é um termo amplamente utilizado em diversos setores da sociedade, com
diferentes significados dependendo da perspectiva de análise. Entre as definições mais conhe-
cidas e utilizadas estão as relacionadas à governança corporativa, pública e global.
Governança corporativa: pode ser entendida como o sistema pelo qual as organizações
são dirigidas e controladas. Refere-se ao conjunto de mecanismos de convergência de interes-
ses de atores direta e indiretamente impactados pelas atividades das organizações, mecanis-
mos esses que protegem os investidores externos da expropriação pelos internos (gestores e
acionistas controladores).
Governança pública: pode ser entendida como o sistema que determina o equilíbrio de
poder entre os envolvidos — cidadãos, representantes eleitos (governantes), alta administra-
ção, gestores e colaboradores — com vistas a permitir que o bem comum prevaleça sobre os
interesses de pessoas ou grupos.
Governança global: que pode ser entendida como o conjunto de instituições, mecanismos,
relacionamentos e processos, formais e informais, entre Estado, mercado, cidadãos e organi-
zações, internas ou externas ao setor público, através dos quais os interesses coletivos são
articulados, direitos e deveres são estabelecidos e diferenças são mediadas.
Governança no setor público refere-se, portanto, aos mecanismos de avaliação, direção e
monitoramento; e às interações entre estruturas, processos e tradições, as quais determinam
como cidadãos e outras partes interessadas são ouvidos, como as decisões são tomadas e
como o poder e as responsabilidades são exercidos. Preocupa-se, por conseguinte, com a
capacidade dos sistemas políticos e administrativos de agir efetiva e decisivamente para re-
solver problemas públicos.

Perspectivas de Observação da Governança

Sociedade e Estado.
Entes federativos, esferas de poder e políticas públicas.
Órgãos e entidades.
Atividades intraorganizacionais.

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Sistema de Governança Pública

As instâncias externas de governança são responsáveis pela fiscalização, pelo controle


e pela regulação, desempenhando importante papel para promoção da governança das orga-
nizações públicas. São autônomas e independentes, não estando vinculadas apenas a uma
organização. Exemplos típicos dessas estruturas são o Congresso Nacional e o Tribunal de
Contas da União.
As instâncias externas de apoio à governança são responsáveis pela avaliação, auditoria e
monitoramento independente e, nos casos em que disfunções são identificadas, pela comuni-
cação dos fatos às instâncias superiores de governança. Exemplos típicos dessas estruturas
as auditorias independentes e o controle social organizado.
As instâncias internas de governança são responsáveis por definir ou avaliar a estratégia
e as políticas, bem como monitorar a conformidade e o desempenho destas, devendo agir nos
casos em que desvios forem identificados. São, também, responsáveis por garantir que a es-
tratégia e as políticas formuladas atendam ao interesse público servindo de elo entre principal
e agente. Exemplos típicos dessas estruturas são os conselhos de administração ou equiva-
lentes e, na falta desses, a alta administração.
As instâncias internas de apoio à governança realizam a comunicação entre partes in-
teressadas internas e externas à administração, bem como auditorias internas que avaliam

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e monitoram riscos e controles internos, comunicando quaisquer disfunções identificadas à


alta administração. Exemplos típicos dessas estruturas são a ouvidoria, a auditoria interna, o
conselho fiscal, as comissões e os comitês.

Princípios Básicos de Governança (Referencial do TCU)

Legitimidade: princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito e critério


informativo do controle externo da administração pública que amplia a incidência do controle
para além da aplicação isolada do critério da legalidade. Não basta verificar se a lei foi cum­
prida, mas se o interesse público, o bem comum, foi alcançado.
Equidade: promover a equidade é garantir as condições para que todos tenham acesso
ao exercício de seus direitos civis - liberdade de expressão, de acesso à informação, de as-
sociação, de voto, igualdade entre gêneros -, políticos e sociais - saúde, educação, moradia,
segurança.
Responsabilidade: diz respeito ao zelo que os agentes de governança devem ter pela sus-
tentabilidade das organizações, visando sua longe­vidade, incorporando considerações de or-
dem social e ambiental na definição dos negócios e operações.
Eficiência: é fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor custo pos-
sível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação
entre qualidade do serviço e qualidade do gasto.
Probidade: trata-se do dever dos servidores públicos de demonstrar probidade, zelo, eco-
nomia e observância às regras e aos procedimentos do órgão ao utilizar, arrecadar, gerenciar
e administrar bens e valo­res públicos. Enfim, refere-se à obrigação que têm os servidores de
demonstrar serem dignos de confiança.
Transparência: caracteriza-se pela possibilidade de acesso a todas as informações relati-
vas à organização pública, sendo um dos requisitos de controle do Estado pela sociedade civil.
A adequada transparência resulta em um clima de confiança, tanto internamente quanto nas
rela­ções de órgãos e entidades com terceiros.
Accountability: refere-se à obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham
confiado recursos, incluídas as empresas e organizações públicas, de assumir as responsabi-
lidades de ordem fiscal, gerencial e programática que lhes foram conferidas, e de informar a
quem lhes delegou essas responsabilidades. Espera-se que os agentes de governança pres-
tem contas de sua atuação de forma voluntá­ria, assumindo integralmente as consequências
de seus atos e omissões.
Segundo decreto do Executivo Federal, governança pública é o conjunto de mecanismos
de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a
gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da
sociedade.

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Os Mecanismos para o Exercício da Governança Pública

Liderança: compreende conjunto de práticas de natureza humana ou comportamental para


o exercício da boa governança (integridade; competência; responsabilidade; e motivação).
Estratégia: compreende a definição de diretrizes, objetivos, planos e ações, além de crité-
rios de priorização e alinhamento entre organizações e partes interessadas, para que os servi-
ços e produtos de responsabilidade da organização alcancem o resultado pretendido.
Controle: processos estruturados para mitigar os possíveis riscos com vistas ao alcance
dos objetivos institucionais e para garantir a execução ordenada, ética, econômica, eficiente e
eficaz das atividades da organização, com preservação da legalidade e da economicidade no
dispêndio de recursos públicos.
Encerramos aqui a nossa aula.
Bons estudos e até a próxima aula!
Teste a seguir o seu aprendizado.
Resolva as questões que selecionamos e compare com o gabarito ao final.

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MAPA MENTAL

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CGE-PB/AUDITOR/2008) O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa defi-
ne as linhas mestras das boas práticas de governança corporativa, relacionando-as em quatro
vertentes. Assinale a opção que não corresponde a essas quatro vertentes.
a) entidade (entity)
b) prestação de contas (accountability)
c) transparência (disclosure)
d) equidade (fairness)
e) responsabilidade corporativa na conformidade com as regras (compliance)

Esta questão tratou dos princípios de governança contidos no Código de Boas Práticas de
Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. O Código define os
seguintes princípios da boa governança: transparência, equidade, prestação de contas (accou-
ntability) e responsabilidade corporativa. O princípio da entidade não é de governança. Trata-se
de um princípio contábil. A alternativa “a” é a que satisfaz o enunciado da questão.
Letra a.

002. (CESPE/TCU/2008) Na visão do atual governo federal, as transformações propostas na


gestão pública no que se refere à redução do déficit institucional e à ampliação da governança
requerem aumento da eficiência. Nesse sentido, o melhor aproveitamento dos recursos escas-
sos deve apoiar-se em informações confiáveis sobre os custos para uma melhor avaliação dos
gastos, o que possibilita efetuar cortes seletivos e diferenciados das despesas públicas.

Nesta questão da prova do TCU em 2008, o tema governança foi abordado na lógica da gover-
nança pública, que é capacidade do Estado de conceber e implementar políticas públicas em
prol da sociedade. Vale notar que o item apenas reproduz trecho do então Plano de Gestão do
Governo Lula (Um Brasil para Todos), segundo o qual, significativas transformações na gestão
pública seriam necessárias para que se reduzisse o déficit institucional e fosse ampliada a
governança, alcançando-se mais eficiência, transparência, participação e um alto nível ético.
A eficiência é fazer mais e melhor com os recursos disponíveis, que são escassos em função
da restrição fiscal e do desperdício no âmbito do Estado. Eficiência é um princípio claramente
republicano, que busca um melhor aproveitamento dos recursos dos cidadãos em seu próprio
benefício. A perspectiva da eficiência deve estar balizada em informações confiáveis sobre os
custos que permitam uma avaliação correta sobre os gastos. Isto evitaria o simples corte line-
ar de despesas que leva, usualmente, ao aumento do custo relativo e à ineficácia.
Pelo exposto, o item está certo.
Certo.

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003. (CESPE/TCU/2008) Para o governo federal, aumentar a governança é promover a capa-


cidade do governo de formular e implementar políticas públicas e de decidir, entre diversas
opções, qual seria a mais adequada. A implementação dessas políticas requer que as organi-
zações públicas — com foco nos resultados — disponham de sistemas contínuos de monitora-
mento e avaliação dos programas e do desempenho institucional.

Segundo o então Plano de Gestão do Governo Lula, aumentar a governança é promover a ca-
pacidade do governo em formular e implementar políticas públicas e em decidir, entre diversas
opções, qual a mais adequada. Para isto, são necessários o fortalecimento da inteligência
estratégica governamental e a adoção de novas práticas de interlocução e participação. No
que tange à implementação das políticas públicas, trata-se de proporcionar meios para que
as organizações públicas tenham como foco os resultados. Isto requer, entre outros aspectos,
o desenvolvimento de sistemas contínuos de monitoramento e avaliação de políticas, progra-
mas, projetos e desempenho institucional.
Certo.

004. (CESPE/ABIN/2008) Denomina-se accountable a pessoa ou instituição que assume a


responsabilidade por decisões tomadas e pelas consequências de suas ações e inações, man-
tendo a sua integridade e resguardando a sua reputação.

Segundo Tavares Coelho, uma pessoa ou instituição é accountable quando é responsável por
decisões e pelas consequências de suas ações e inações, e o de, portanto, ser um exemplo
para os outros. Aquele que é accountable aceita a responsabilidade e mantém a sua integrida-
de, evitando a “aparência de improbidade” e resguardando a sua reputação.
Certo.

005. (CESPE/INSS/2010) Visando-se ao fortalecimento da regulação coordenada pelo Esta-


do, é importante reforçar a governança, que diz respeito à maneira pela qual o poder é exercido
no gerenciamento dos recursos sociais e econômicos de um país, e que engloba, desse modo,
as técnicas de governo.

De acordo com o Referencial Básico de Governança de órgãos e entidades do TCU, sob a


perspectiva sociedade e estado, a governança pode ser entendida como “a maneira pela qual
o poder é exercido na administração dos recursos econômicos e sociais de um país”, focado
no desenvolvimento nacional, nas relações econômico-sociais, nas estruturas que garantam
a governabilidade de um Estado e o atendimento de demandas da sociedade. Ela define as

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regras e os princípios que orientam a atuação dos agentes públicos e privados regidos pela
Constituição e cria as condições estruturais de administração e controle do Estado.
Certo.

006. (CESPE/INSS/2010) Um aspecto importante para dar seguimento à reforma do Estado é


a existência de governabilidade, conceito que descreve as condições sistêmicas de exercício
do poder em um sistema político. Desse modo, é correto afirmar que uma nação é governável
quando oferece aos seus representantes as circunstâncias necessárias para o tranquilo de-
sempenho de suas funções.

A existência de governabilidade é um conceito que descreve as condições sistêmicas de exer-


cício do poder em um sistema político. Pode-se afirmar que uma nação é governável quando
oferece aos seus representantes as circunstâncias necessárias para o tranquilo desempenho
de suas funções.
Certo.

007. (CESPE/DPU/TÉCNICO ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2010) O controle no processo ad-


ministrativo é uma fase muito importante para garantir a efetividade de determinada ação. A
obrigação do ente público de prestar contas perante a sociedade denomina-se
a) accountability.
b) transparência.
c) controle social.
d) balanço social.
e) seis sigma.

A obrigação do ente público de se responsabilizar pela boa e regular gestão e de prestar contas
perante a sociedade denomina-se accountability.
Letra a.

008. (CESPE/EBC/TÉCNICO ADM/2011) Governança e governabilidade são conceitos dis-


tintos, contudo fortemente relacionados, até mesmo, complementares. O primeiro refere-se
às condições substantivas de exercício do poder e de legitimidade do Estado; o segundo re-
presenta os aspectos instrumentais do exercício do poder, ou seja, a capacidade do Estado de
formular e implementar políticas públicas.

O item inverteu os conceitos. A governabilidade refere-se às condições substantivas de exer-


cício do poder e de legitimidade do Estado; a governança representa os aspectos

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instrumentais do exercício do poder, ou seja, a capacidade do Estado de formular e implemen-


tar políticas públicas.
Errado.

009. (CESPE/TCU/2011) Com relação à governança corporativa aplicável às empresas esta-


tais, o Código Brasileiro das Melhores Práticas, do Instituto Brasileiro de Governança Corpora-
tiva, define três ferramentas — órgãos ou entidades — de governança: o conselho de adminis-
tração, o conselho fiscal e a auditoria independente.

Nesta prova de 2011, o CESPE cobrou governança sob a perspectiva de governança corporati-
va aplicada às entidades públicas. Vale destacar que o Conselho de Administração, o Conselho
Fiscal e a Auditoria Independente são agentes de governança, mas ao mesmo tempo consti-
tuem ferramentas de governança ou de supervisão e controle das atividades da empresa.
Em artigo intitulado “Controles Internos como um Instrumento de Governança Corporativa”,
Sebastião Bergamini Junior denomina as três “ferramentas” de Governança Corporativa de
“entidades” e as intervenções de outros atores, internos ou externos, que resultam em arran-
jos organizacionais voltados para dar apoio ao trabalho dessas entidades são chamados de
mecanismos. A partir da consideração de que as entidades são lócus de poder real, para o
desenvolvimento do artigo, o autor destaca que essas entidades estão restritas a dois atores:
o Conselho de Administração, que tem a atribuição formal de definir as diretrizes estratégicas
e de supervisionar o seu cumprimento; e o Conselho Fiscal, cuja prerrogativa é fiscalizar. Na
visão de Bergamini Junior, a Auditoria Independente constitui um mecanismo, porque desen-
volve atividades que irão apoiar o trabalho dos conselhos.
Certo.

010. (CESPE/ANCINE/TÉCNICO REGULAÇÃO/2012) Governança representa a capacidade


de um governo para formular e implementar suas decisões.

Governança representa a capacidade de um governo para formular e implementar suas deci-


sões em busca de melhores políticas públicas para a sociedade.
Certo.

011. (CESPE/TCU/AUDITOR/2013) Resultante da relação de legitimidade do Estado e do seu


governo com a sociedade, a governança implica a capacidade governamental de realizar polí-
ticas e a promoção da accountability.

Governança implica a capacidade governamental de realizar políticas públicas e a promo-


ção da accountability (responsabilidade e prestação de contas). Contudo, a governabilidade é

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que resulta da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade e não a
governança.
Errado.

012. (CESPE/TCU/AUDITOR/2013) O governo eletrônico associa-se ao conceito de accou-


ntability, por proporcionar transparência aos atos do governo e publicidade às informações
governamentais.

O governo vem utilizando a internet como ferramenta tecnológica para possibilitar uma maior
integração com os cidadãos, para que estes possam contribuir de maneira participativa na
gestão pública e também para conferir-lhe um caráter accountable.
Certo.

013. (CESPE/BACEN/ANALISTA/2013) Durante a definição de um modelo de governança,


decidem-se os processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regula-
mentarão a atuação de um governo. Esse processo de decisão pressupõe a análise de deter-
minados aspectos, como nível de transparência a ser adotado na gestão, nível de responsabi-
lização dos envolvidos e prestação de contas.

O modelo de governança pressupõe a análise de como será o nível de transparência a ser


adotado na gestão, o nível de responsabilização dos envolvidos e prestação de contas. Trans-
parência e accountability são princípios fundamentais de uma boa governança.
Certo.

(CESPE/SERPRO/ANALISTA/2013) A respeito de governança corporativa na gestão pública,


julgue os itens a seguir.

014. No setor público, a governança corporativa refere-se à administração das agências do


setor público mediante a aplicação dos princípios de governança corporativa do setor privado.

No setor público, a governança corporativa refere-se à administração das agências do setor


público mediante a aplicação dos princípios de governança corporativa do setor privado.
Certo.

015. A governança corporativa acentua a necessidade de eficácia e accountability na gestão


dos bens públicos.

A boa governança corporativa pressupõe a eficácia da gestão e a accountability (responsabili-


dade e prestação de contas) na gestão dos bens públicos.
Certo.

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016. (CESPE/FUNPRESP/ANALISTA/INVESTIMENTOS/2016) O princípio de accountability


estabelece que os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação e responder
integralmente por todos os atos praticados no exercício de suas funções.

O item estabelece corretamente o conceito de accountability pública.


Certo.

017. (CESPE/TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) A respeito dos elementos que caracte-


rizam governabilidade, governança e accountability na administração pública, assinale a op-
ção correta.
a) a governança pública é caracterizada pelo atendimento dos interesses dos cidadãos por
meio da implantação de políticas públicas, preservando-se o equilíbrio financeiro e os interes-
ses do governo.
b) governabilidade refere-se à capacidade de governar, à eficiência na gestão da máquina pú-
blica e à implantação das políticas públicas.
c) o termo accountability está relacionado aos lançamentos contábeis das receitas e despesas
de um órgão público para controle orçamentário, cuja finalidade primordial é a elaboração de
demonstrações financeiras.
d) as câmaras setoriais existentes no Brasil, por possuírem integrantes de sindicatos e empre-
sariados, são exemplos de corporativismo e visam reforçar a governabilidade, embora repre-
sentem ameaça para a governança do país.
e) as entidades sindicais, legitimadas pelo governo, retratam um exemplo típico de clientelis-
mo, uma vez que possuem poderes para representar classes trabalhistas e defender os inte-
resses governamentais.

A única alternativa correta é a letra a. A governança pública é caracterizada pelo atendimento


dos interesses dos cidadãos por meio da implantação de políticas públicas, preservando-se
o equilíbrio financeiro e os interesses do governo. A governança refere-se à capacidade de
governar, à eficiência na gestão da máquina pública e à implantação das políticas públicas.
A accountability não tem relação com lançamentos contábeis das receitas e despesas de um
órgão público para controle orçamentário e elaboração de demonstrações financeiras. Refe-
re-se a responsabilidade na gestão da coisa pública e à prestação de contas. As alternativas
“c” e “d” apontam inadequadamente o papel ou ameaças das câmaras setoriais e entidades
sindicais.
Letra a.

018. (CESPE/TCU/AUDITOR/2015) Accountability consiste no dever do cidadão de realizar o


controle social da administração pública.

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Accountability refere-se ao dever de prestação de contas e de responsabilidade por parte de


todo aquele que arrecadar, utilizar, guardar, gerir ou aplicar recursos, bens e valores públicos.
Errado.

019. (CESPE/CGE-PI/AUDITOR/2015) Para a administração pública, governabilidade e gover-


nança são sinônimos e se referem, como conceito, às condições e à legitimidade do governo
perante a sociedade.

Para a administração pública, governabilidade e governança não são sinônimos. É a governabi-


lidade que se refere às condições e à legitimidade do governo perante a sociedade.
Errado.

020. (CESPE/TCE-PR/2016) Assinale a opção correta, a respeito de governança no se-


tor público.
a) as instâncias externas de governança responsáveis pelo exercício de fiscalização e controle
são autônomas, mas podem depender de outras organizações.
b) as instâncias internas de governança responsáveis pela avaliação de estratégias e políticas
e pelo monitoramento de conformidade estão impedidas de atuar nas situações em que des-
vios forem identificados.
c) no setor público, a governança é analisada sob três perspectivas: sociedade e Estado; ativi-
dades extraorganizacionais; e órgãos e entidades.
d) a auditoria é entendida como um instrumento de verificação da governança.
e) um dos princípios de governança no setor público, a prestação de contas por responsabili-
dade conferida ao gestor público será obrigatória apenas em determinadas situações.

a) Errada. As instâncias externas de governança responsáveis pelo exercício de fiscalização e


controle são autônomas e independentes, a exemplo do Congresso Nacional e do Tribunal de
Contas da União, por isso, não dependem de outras organizações para exercer o seu papel de
controle.
b) Errada. As instâncias internas de governança são responsáveis por definir ou avaliar a es-
tratégia e as políticas, bem como monitorar a conformidade e o desempenho destas, devendo
agir nos casos em que desvios forem identificados. São, também, responsáveis por garantir
que a estratégia e as políticas formuladas atendam ao interesse público servindo de elo entre
principal e agente. Exemplos típicos dessas estruturas são os conselhos de administração ou
equivalentes e, na falta desses, a alta administração.

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c) Errada. No setor público, a governança pode ser analisada sob quatro perspectivas de obser-
vação: (a) sociedade e Estado; (b) entes federativos, esferas de poder e políticas públicas; (c)
órgãos e entidades; e (d) atividades intraorganizacionais.
d) Certa. A auditoria é entendida como um instrumento de verificação da governança. De
acordo com o referencial do TCU, as auditorias interna e externa são instrumentos de apoio à
governança.
e) Errada. Um dos princípios de governança no setor público, a prestação de contas por respon-
sabilidade conferida ao gestor público será obrigatória apenas em determinadas situações.
Letra d.

021. (CESPE/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Governança pública refere-se à forma


de gerenciamento de recursos de um país. Um de seus princípios basilares é a
a) transparência, que envolve a disponibilização de informações como estratégia de combate
à corrupção.
b) cidadania, que é obtida com a participação compulsória de cidadãos em conselhos populares.
c) accountability, que se refere à capacidade do Estado de executar sua gestão e implementar
políticas públicas.
d) responsabilidade civil, que se refere à pressão popular para o cumprimento das normas da
administração pública.
e) economia de custos, o que exige que o Estado privilegie o menor custo em todas as suas
compras e contratos.

a) Certa. Um de seus princípios basilares da governança é a transparência, que envolve a dis-


ponibilização de informações como estratégia de controle social e combate à corrupção.
b) Errada. Além da cidadania não corresponder a um dos princípios fundamentais de governan-
ça, a participação de cidadãos em conselhos populares se dá de forma espontânea.
c) Errada. Governança refere-se à capacidade do Estado de executar sua gestão e implemen-
tar políticas públicas. Accountability refere-se à obrigação que têm as pessoas ou entidades
às quais se tenham confiado recursos, de assumir as responsabilidades de ordem fiscal, ge-
rencial e programática que lhes foram conferidas, e de informar a quem lhes delegou essas
responsabilidades.
d) Errada. Um dos princípios de governança é a responsabilidade, que diz respeito ao zelo que
os agentes de governança devem ter pela sustentabilidade das organizações, visando sua lon-
gevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios
e operações.
e) Errada. A eficiência é um princípio basilar de governança, que significa fazer o que é preciso
ser feito com qualidade adequada ao menor custo possível. Não se trata de redução de custo
de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação entre qualidade do serviço e qualidade
do gasto.
Letra a.

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(CESPE/IPHAN/ANALISTA/2018) No que se refere aos mecanismos e arranjos de governança


e financiamento de políticas públicas no Brasil, julgue os itens a seguir.

022. Considerado um elemento fundamental para o grau de governança democrática, o ac-


countability refere-se à capacidade financeira e gerencial do Estado de implementar políti-
cas públicas.

A capacidade financeira e gerencial do Estado de implementar políticas públicas corresponde


à governança pública.
Errado.

023. Liderança, estratégia e controle são considerados exemplos de mecanismos de


governança.

De acordo com o referencial do TCU e o Decreto 9.203/2017, que dispõe sobre a política de
governança da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, liderança, estra-
tégia e controle são considerados exemplos de mecanismos de governança.
Certo.

(CESPE/IPHAN/ANALISTA/2018) Acerca dos mecanismos governamentais para preservação


da priorização do interesse público na gestão pública brasileira, julgue os itens que se seguem.

024. Ética, transparência e responsabilidade social são os princípios que sustentam o conceito
de governança na gestão pública.

Ética, transparência e responsabilidade social são princípios fundamentais da boa governan-


ça pública.
Certo.

025. Para mensurar a governança pública, recomenda-se aferir o grau de independência do


funcionalismo em relação às pressões políticas: quanto menor for o grau de independência,
melhor será o nível de governança.

Quanto maior for o grau de independência do funcionalismo em relação às pressões políticas,


melhor será o nível de governança.
Errado.

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026. A governança pública é um mecanismo para evitar conflitos de agência entre cidadãos
(principais) e servidores públicos (agentes).

Como vimos, boas práticas de governança pública são mecanismos para evitar conflitos de
agência entre cidadãos (principais) e servidores públicos (agentes).
Certo.

(CESPE/EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO/AUD. INTERNA/2018) Com relação à governança no


setor público, julgue os itens a seguir.

027. A gestão tática é responsável pela execução de processos produtivos finalísticos


e de apoio.

De acordo com o Referencial Básico de Governança de órgãos e entidades do TCU, a gestão


tática é responsável por coordenar a gestão operacional em áreas específicas. Os dirigentes
que integram o nível tático da organização (p. ex. secretários) são os agentes públicos que,
tipicamente, atuam nessa estrutura.
Errado.

028. As instâncias externas de governança são responsáveis por definir ou avaliar a estratégia
e as políticas, bem como por monitorar sua conformidade e o desempenho.

As instâncias externas de governança são responsáveis pela fiscalização, pelo controle e pela
regulação, desempenhando importante papel para promoção da governança das organizações
públicas. São autônomas e independentes, não estando vinculadas apenas a uma organiza-
ção. Exemplos típicos dessas estruturas são o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da
União. As instâncias internas de governança são responsáveis por definir ou avaliar a estra-
tégia e as políticas, bem como monitorar a conformidade e o desempenho destas, devendo
agir nos casos em que desvios forem identificados. São, também, responsáveis por garantir
que a estratégia e as políticas formuladas atendam ao interesse público servindo de elo entre
principal e agente. Exemplos típicos dessas estruturas são os conselhos de administração ou
equivalentes e, na falta desses, a alta administração.
Errado.

029. (CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/2018) O gestor público promo-


ve a governança ao prever o atendimento às práticas de accountability, dimensão que se refere
à capacidade de execução das ações gerenciais de um órgão público.

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Accountability refere-se à obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham


confiado recursos, incluídas as empresas e organizações públicas, de assumir as responsabi-
lidades de ordem fiscal, gerencial e programática que lhes foram conferidas, e de informar a
quem lhes delegou essas responsabilidades. Espera-se que os agentes de governança pres-
tem contas de sua atuação de forma voluntária, assumindo integralmente as consequências
de seus atos e omissões.
Errado.

(CESPE/CGM/JOÃO PESSOA/TÉCNICO DE CI-GERAL/2018) Julgue os próximos itens, referen-


tes à governança no setor público.

030. Governança no setor público é um tema inovador que foi introduzido no Brasil, a partir de
2007, após a harmonização internacional contábil.

A governança no setor público é um tema inovador que foi introduzido no Brasil muito antes de
2007 e nada tem a ver com a harmonização internacional contábil.
Errado.

031. Estruturas de governança servem para maximizar conflitos, alinhar ações e trazer mais
segurança à instituição.

Estruturas e boas práticas de governança servem para minimizar ou reduzir os conflitos, ali-
nhar ações e trazer mais segurança à instituição.
Errado.

032. Entre os objetivos da boa governança no setor público incluem-se garantir que a organiza-
ção seja responsável com os cidadãos, mantendo-os, por meio da transparência, informados
sobre decisões e riscos.

A transparência das decisões e riscos é um objetivo ou princípio fundamental de governança


no setor público.
Certo.

033. (CESPE/SLU-DF/2019) Governabilidade consiste na capacidade absoluta de governar in-


dependentemente de apoio popular ou político.

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Governabilidade se refere à capacidade de governar por meio do apoio político e popular.


Errado.

034. (CESPE/SLU-DF/2019) A qualidade do marco regulatório de um país é mensurada por in-


dicadores de governança pública conforme os quais o governo deve ser capaz de implementar
boas normas para subsidiar a condução de políticas públicas.

O Banco Mundial preconiza uma série de seis conjuntos de indicadores para a governança
pública. A qualidade do marco regulatório abrange percepções sobre a qualidade de o governo
formular e implementar boas políticas e regulamentos.
Certo.

035. (CESPE/CGE-CE/2019) Na estrutura de um ciclo de governança na gestão pública, o ele-


mento voltado à realização dos objetivos organizacionais por meio da estruturação e do de-
senvolvimento de processos é denominado
a) administração.
b) controle
c) accountability
d) governabilidade
e) supervisão

A Administração envolve as atividades de planejamento, coordenação, execução e controle.


O elemento voltado à realização dos objetivos organizacionais por meio da estruturação e do
desenvolvimento de processos é denominado administração.
Letra a.

036. (CESPE/TCE-RO/AUDITOR/2019) Acerca de governança no setor público, assinale a op-


ção correta.
a) A governança de órgãos e entidades da administração pública envolve três funções básicas:
avaliar; direcionar; orientar e certificar os resultados.
b) Exemplo de accountability vertical é o processo de impeachment de presidente da República.
c) O princípio de equidade na governança pública diz respeito ao zelo que os agentes de gover-
nança devem ter pela sustentabilidade das organizações visando a sua longevidade e incor-
porando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.
d) A governança no setor público pode ser analisada sob as seguintes perspectivas: sociedade
e Estado; entes federativos, esferas de poder e políticas públicas; órgãos e entidades; e ativi-
dades intraorganizacionais.

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e) Os componentes dos mecanismos de governança pública são assinalados pela liderança,


pelo comando e pelo controle.

a) Errada. As três funções básicas são: avaliar o ambiente, os cenários, o desempenho e os


resultados atuais e futuros; direcionar e orientar a preparação, a articulação e a coordenação
de políticas e planos, alinhando as funções organizacionais às necessidades das partes in-
teressadas (usuários dos serviços, cidadãos e sociedade em geral) e assegurando o alcance
dos objetivos estabelecidos; e monitorar os resultados, o desempenho e o cumprimento de
políticas e planos, confrontando-os com as metas estabelecidas e as expectativas das par-
tes interessadas.
b) Errada. O processo de impeachment de presidente da República é exemplo de accountability
horizontal, que consiste no controle de um Poder sobre outro.
c) Errada. O zelo que os agentes de governança devem ter pela sustentabilidade das organiza-
ções visando a sua longevidade e incorporando considerações de ordem social e ambiental na
definição dos negócios e operações está relacionado ao princípio de equidade na governança
pública diz respeito ao princípio da responsabilidade.
d) Certa. Segundo o referencial do TCU, a governança no setor público pode ser analisada sob
as seguintes perspectivas: sociedade e Estado; entes federativos, esferas de poder e políticas
públicas; órgãos e entidades; e atividades intraorganizacionais.
e) Errada. Os mecanismos de governança pública são liderança, estratégia e controle.
Letra d.

037. (CESPE/MPC-PA/2019) Considere as assertivas a seguir.


I – É necessário que o governo seja capaz de intermediar os interesses distintos e que haja
harmonia nas relações entre os poderes políticos.
II – A prestação de contas de maneira transparente e a responsabilização de agentes públi-
cos por improbidade administrativa são atos inerentes à gestão pública.

As assertivas I e II se referem, respectivamente, a


a) governança e governabilidade.
b) governabilidade e accountability.
c) governança e accountability.
d) governabilidade e governança.
e) accountability e governança.

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A necessidade de que o governo seja capaz de intermediar os interesses distintos e que haja
harmonia nas relações entre os poderes políticos corresponde à governabilidade.
A prestação de contas de maneira transparente e a responsabilização de agentes públicos
por improbidade administrativa são atos inerentes à gestão pública refere-se à accountabili-
ty pública.
Letra b.

038. (CESPE/CGE-CE/CURSO DE FORMAÇÃO/2019) De acordo com o entendimento do Tri-


bunal de Contas da União, as instâncias internas de governança
a) realizam a comunicação entre partes interessadas internas e externas à administração, bem
como auditorias internas que avaliam e monitoram riscos e controles internos, comunicando
quaisquer disfunções identificadas à alta administração.
b) são responsáveis pela fiscalização, pelo controle e pela regulação, desempenham importan-
te papel para promoção da governança das organizações públicas, são autônomas e indepen-
dentes e não estão vinculadas a apenas uma organização.
c) são responsáveis por definir ou avaliar a estratégia e as políticas, bem como monitorar a
conformidade e o desempenho destas, devendo agir nos casos em que desvios forem identi-
ficados; são responsáveis, ainda, por garantir que a estratégia e as políticas formuladas aten-
dam ao interesse público.
d) são responsáveis pela avaliação, pela auditoria e pelo monitoramento independente e, nos
casos em que disfunções são identificadas, são responsáveis também pela comunicação dos
fatos às instâncias superiores de governança; não fazem parte da organização.

Conforme o referencial do TCU, as instâncias internas de governança, representadas pelos


conselhos de administração ou equivalentes e, na falta desses, a alta administração, são res-
ponsáveis por definir ou avaliar a estratégia e as políticas, bem como monitorar a conformi-
dade e o desempenho destas, devendo agir nos casos em que desvios forem identificados.
São, também, responsáveis por garantir que a estratégia e as políticas formuladas atendam ao
interesse público servindo de elo entre principal e agente.
Letra c.

039. (CESPE/CGE/CE/CURSO DE FORMAÇÃO/2019) A respeito da governança e da gestão,


julgue os itens a seguir.

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I – A governança provê direcionamento, monitora, supervisiona e avalia a atuação da ges-


tão, com vistas ao atendimento das necessidades e expectativas dos cidadãos e de-
mais partes interessadas, garantindo qualidade e efetividade ao processo decisório.
II – A gestão diz respeito ao funcionamento operacional e cotidiano de programas e de or-
ganizações no contexto de estratégias, políticas, processos e procedimentos que foram
estabelecidos pelo órgão, sendo voltada para a eficiência e a eficácia.
III – São funções da governança implementar programas, garantir a conformidade com a
regulamentação, garantir a eficiência da administração, revisar e reportar o progresso
de ações, com base no direcionamento superior.

Assinale a opção correta.


a) Apenas os itens I e II estão certos.
b) Apenas os itens I e III estão certos.
c) Apenas os itens II e III estão certos.
d) Todos os itens estão certos.

I – Certo. A governança provê direcionamento, monitora, supervisiona e avalia a atuação da


gestão, com vistas ao atendimento das necessidades e expectativas dos cidadãos e demais
partes interessadas, garantindo qualidade e efetividade ao processo decisório.
II – Certo. A gestão diz respeito ao funcionamento operacional e cotidiano de programas e de
organizações no contexto de estratégias, políticas, processos e procedimentos que foram es-
tabelecidos pelo órgão, sendo voltada para a eficiência e a eficácia.
III – Errado. Implementar programas, garantir a conformidade com a regulamentação, garantir
a eficiência da administração, revisar e reportar o progresso de ações, com base no direciona-
mento superior são funções da gestão e não da governança.
Letra a.

040. (CESPE/CGE-CE/CURSO DE FORMAÇÃO/2019) Em relação às dimensões das esferas


de governança, assinale a opção correta.
a) A dimensão de órgãos e entidades se preocupa com as políticas públicas e com as relações
entre estruturas e setores, incluindo diferentes esferas, poderes, níveis de governo e represen-
tantes da sociedade civil organizada.
b) A dimensão sociedade e Estado é a vertente corporativa da governança no setor público,
com foco nas organizações, e busca maximizar os resultados das ações, dos projetos e dos
serviços prestados ao público.
c) A dimensão de atividades intraorganizacionais é o sistema de governança pelo qual os re-
cursos de uma organização são dirigidos, controlados e avaliados, de modo a otimizar o seu

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uso, reduzir riscos, agregar valor a órgãos e entidades e contribuir para o alcance de resultados
esperados.
d) A dimensão de entes federativos, esferas de poder e políticas públicas possui viés político,
voltado para formulação de políticas públicas destinadas ao atendimento dos interesses da
sociedade, e define as regras e os princípios que orientam a atuação dos agentes públicos e
privados regidos pela Constituição Federal de 1988.

a) Errada. A perspectiva ou dimensão “entes federativos, esferas de poder e políticas públicas”


é a vertente político-administrativa da governança no setor público, com foco na formulação,
na implementação e na efetividade de políticas públicas; Esta vertente se preocupa com as
políticas públicas e com as relações entre estruturas e setores, incluindo diferentes esferas,
poderes, níveis de governo e representantes da sociedade civil organizada.
b) Errada. A dimensão “órgãos e entidades” é a vertente corporativa da governança no setor
público, com foco nas organizações, na manutenção de propósitos e na otimização dos resul-
tados ofertados por elas aos cidadãos e aos usuários dos serviços. Ela garante que cada órgão
ou entidade cumpra seu papel.
c) Certa. A governança sob a perspectiva de atividades intraorganizacionais pode ser enten-
dida como o sistema pelo qual os recursos de uma organização são dirigidos, controlados e
avaliados. Sob esta perspectiva, são analisados os processos decisórios, as estruturas es-
pecíficas de governança e as relações intraorganizacionais, que visam, entre outras coisas,
otimizar o uso de recursos, reduzir riscos e agregar valor a órgãos e entidades e contribuir para
o alcance de resultados
d) Errada. A dimensão “sociedade e estado” é a vertente política da governança pública, focada
no desenvolvimento nacional, nas relações econômico-sociais, nas estruturas que garantam
a governabilidade de um Estado e o atendimento de demandas da sociedade. Ela define as
regras e os princípios que orientam a atuação dos agentes públicos e privados regidos pela
Constituição e cria as condições estruturais de administração e controle do Estado.
Letra c.

041. (FUNIVERSA/SEPLAG-DF/AFC/2009) A governança corporativa pode ser definida como


o sistema pelo qual as sociedades do setor público e privado são dirigidas e controladas. No
que diz respeito à governança do setor público, julgue os itens a seguir e assinale a alternati-
va correta.
I – O setor público é complexo, diversificado, e suas entidades variam em tamanho, es-
trutura legal e organização. Nesse sentido, não existe um único modelo ou sistema de
governança a ser seguido por todas as entidades públicas, da mesma forma que não

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existe um modelo único e rígido de administração pública adotado por todo setor públi-
co indistintamente.
II – A transparência, a integridade e a prestação de contas são princípios fundamentais de
governança no setor público e esta deve criar novas formas de ver a coisa pública, uma
vez que o cidadão não é mais visto como um mero pagador de impostos, mas como
integralizador de capital.
III – Podem ser apontados como custos de agência no processo de gestão do Estado: a
tendência à expansão das atividades-meio em detrimento das atividades-fim, aparelha-
mento político-partidário ou nepotistas de estruturas burocráticas, alocações inefica-
zes de recursos e estruturas onerosas de controle.

a) Todos os itens estão errados.


b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas o item II está certo.
d) Apenas o item III está certo.
e) Todos os itens estão certos.

O item I afirma corretamente não existir um único modelo de governança no setor público. Por
isso, que se torna tarefa difícil definir um conceito único ou geral para Governança Pública.
O item II destaca os três princípios da governança no setor público contidos no estudo do IFAC
que vimos na questão anterior e faz a transcrição do modelo de governança do setor privado
para o setor público, em conformidade com o livro de Slomski, em que os cidadãos são vistos
como integralizadores do capital, ou seja, como acionistas do Estado.
O item III aponta os fatores que levam aos custos de agência na relação existente entre os
gestores públicos e os cidadãos, previstos no livro de Rossetti e Andrade.
Letra e.

042. (ESAF/CGU/AFC/2012) Acerca do gerenciamento de riscos voltado para a governança


no setor público, é correto afirmar que:
a) um de seus principais benefícios é a melhoria do controle a posteriori, resultando em melhor
qualidade dos gastos públicos e na ampliação da accountability.
b) é instrumento de pouca valia para casas legislativas, tribunais, ministérios e secretarias,
haja vista que a gestão de tais órgãos não se sujeita a riscos.
c) se inapropriadamente aplicado, o gerenciamento de riscos pode trazer efeitos adversos, ex-
pondo a organização a riscos enquanto passa uma falsa impressão de controlabilidade.
d) aplicável a estruturas organizacionais, o gerenciamento de riscos não alcança a execução
de programas finalísticos e/ou administrativos, como os contidos na LOA e no PPA.
e) independente de o contexto ser público ou privado, quanto maior é o controle dos riscos,
menor é o estímulo à inovação e ao empreendedorismo por parte dos gestores.

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a) Errada. O gerenciamento de riscos resulta na melhoria do controle prévio e concomi-


tante, procurando-se prever condições e eventos que possam impactar negativamente a
gestão pública.
b) Errada. O gerenciamento de riscos é um instrumento de muita valia para casas legislativas,
tribunais, ministérios e secretarias, haja vista que todos esses órgãos sujeitam-se a riscos.
c) Certa. Ora, se inapropriadamente aplicado, o gerenciamento de riscos pode trazer efeitos
adversos, expondo a organização a riscos enquanto passa uma falsa impressão de existe con-
trole dos riscos e alcance dos objetivos. É o caso, por exemplo, de uma organização que en-
tende e afirma ter um processo de gerenciamento de riscos, mas cuja estrutura é inadequada
e ineficaz.
d) Errada. O erro consiste em limitar-se a aplicação do gerenciamento de riscos.
e) Errada. As organizações que valorizam a inovação e o empreendedorismo encaram os ris-
cos e os controles de forma diferente, mas não se pode afirmar que um maior controle dos
riscos leva a um menor estímulo à inovação.
Letra c.

043. (FCC/COPERGÁS-PE/ANALISTA ADM/2016) Temas que vêm ganhando grande relevân-


cia no debate relativo ao aprimoramento da atuação da Administração pública e, notadamente,
das empresas estatais, são os conceitos de governança e accountability que, entre outros as-
pectos, contemplam, respectivamente,
a) legitimidade dos administradores e controle de gastos.
b) visão de futuro e geração de valor.
c) representatividade dos cidadãos e responsabilidade fiscal.
d) diretrizes claras e sustentabilidade.
e) transparência e responsabilização dos administradores.

Um dos princípios da governança é a transparência, enquanto a accountability refere-se à pres-


tação de contas e à responsabilização dos administradores públicos.
Letra e.

044. (FCC/COPERGÁS-PE/ANALISTA TI/2016) Entre as diversas dimensões envolvidas na


aplicação do conceito de Accountability na Administração pública, estão presentes:
a) Informação, justificação dos atos praticados e responsabilização por desvios.
b) Meritocracia, ética no desempenho das funções e economicidade.
c) Equidade, responsabilidade social e legitimidade.
d) Legalidade, legitimidade e moralidade.
e) Responsabilidade fiscal, eficiência e redução de custos.

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Como vimos, a relação de accountability envolve pelo menos três dimensões: INFORMAÇÃO:
transparência das informações, como forma de prestação de contas à sociedade; JUSTIFI-
CAÇÃO: os gestores devem justificar a correta aplicação dos recursos e competências que
lhe foram delegados; e SANÇÃO: caso os gestores não cumpram suas obrigações legais e os
princípios que regulam a administração pública, devem ser responsabilizados e sancionados.
Letra a.

045. (FCC/COPERGÁS-PE/ANALISTA ADM/2016) Um dos aspectos inerentes ao conceito


de Accountability, aplicável no âmbito da Administração pública refere-se à
a) contabilidade.
b) finanças.
c) orçamento.
d) redução de custos.
e) responsabilização dos agentes públicos.

Sem a necessidade de maiores comentários, a accountability refere-se à responsabilização


dos agentes públicos.
Letra e.

046. (FGV/TRT-12ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Na concepção de governança no setor pú-


blico, o Tribunal de Contas da União emitiu um documento Referencial Básico de governança,
o qual é aplicável a órgãos e entidades da administração pública, com vistas a promover ações
indutoras de melhoria da relação entre governo e sociedade. A partir da literatura de governan-
ça, o documento traz os conceitos de principal e agente. No contexto da administração públi-
ca, o principal pode ser exemplificado:
a) pela autoridade máxima;
b) pelos conselhos;
c) pelos cidadãos;
d) pelos representantes eleitos;
e) pelos representantes nomeados.

O principal na teoria da agência é o dono do capital, ou seja, no setor público corresponde aos
cidadãos (acionistas do Estado!).
Letra c.

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047. (FGV/TRT-12ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Ao analisar os documentos relativos à


prestação de contas de ente público, os analistas de um órgão de controle e fiscalização se
detiveram em um contrato específico de prestação de serviços em que todos as regras de li-
citação e contratação foram cumpridas. Porém, segundo os analistas, o contrato não atendia
ao interesse público, principalmente por ter sido executado em período de crise econômica,
em que diversos serviços essenciais sofreram cortes, e investimentos prioritários não foram
realizados. A observação dos analistas está alinhada com o seguinte princípio básico de go-
vernança no setor público:
a) accountability;
b) equidade;
c) eficiência;
d) legitimidade;
e) responsabilidade.

A legitimidade é um princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito e critério


informativo do controle externo da administração pública que amplia a incidência do controle
para além da aplicação isolada do critério da legalidade. Não basta verificar se a lei foi cumpri-
da, mas se o interesse público, o bem comum, foi alcançado. Admite o ceticismo profissional
de que nem sempre o que é legal é legítimo.
Letra d.

048. (FGV/TRT-12ª/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Uma entidade da administração pública


iniciou uma série de ações com vistas a adotar boas práticas de governança pública, entre
elas criar instâncias na estrutura da entidade para implantar e disseminar as boas práticas. De
acordo com o Referencial Básico de Governança Pública (TCU, 2014), as instâncias internas de
governança são responsáveis por definir ou avaliar a estratégia e as políticas, bem como moni-
torar a conformidade e o desempenho destas. Essas instâncias podem ser exemplificadas por:
a) auditoria interna;
b) conselhos de administração;
c) conselho fiscal;
d) controladorias;
e) ouvidoria.

De acordo com o Referencial Básico de Governança no Setor Público, as instâncias internas


de governança são responsáveis por definir ou avaliar a estratégia e as políticas, bem como
monitorar a conformidade e o desempenho destas, devendo agir nos casos em que desvios
forem identificados. São, também, responsáveis por garantir que a estratégia e as políticas

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formuladas atendam ao interesse público servindo de elo entre principal e agente. Exemplos
típicos dessas estruturas são os conselhos de administração ou equivalentes e, na falta des-
ses, a alta administração.
Letra b.

049. (ESAF/AFRFB/2014) O termo governança pode ser entendido como:


a) conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a pres-
tarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição
das políticas públicas.
b) a forma com que os recursos econômicos e sociais de um país são gerenciados, com vistas
a promover o desenvolvimento.
c) as condições do exercício da autoridade política.
d) um conceito que está relacionado estreitamente ao universo político-administrativo
anglo-saxão.
e) o reconhecimento que tem uma ordem política.

Como vimos, o conceito de governança pública utilizado com maior frequência é o adotado
pelo Banco Mundial, segundo o qual governança pode ser aceita como a forma com que os
recursos econômicos e sociais de um país são gerenciados, com vistas a promover o desen-
volvimento.
Letra b.

050. (COPEVE/PREFEITURA DE MACEIÓ/TÉCNICO/CONTADOR/2017) A governança de


órgãos e entidades da Administração Pública diz respeito a estruturas, funções, processos e
tradições organizacionais, que visam garantir que as ações planejadas sejam executadas de
modo a atingir seus objetivos e resultados de forma transparente. Assinale a alternativa que
apresenta uma das funções da governança.
a) implementar programas.
b) garantir a eficiência administrativa.
c) revisar e reportar o progresso de ações.
d) auditar e avaliar o sistema de gestão e controle.
e) garantir a conformidade com as regulamentações.

A questão exige que você saiba distinguir as funções da governança das funções da gestão.
Lembro que o Referencial Básico de Governança do TCU lista quais são as funções, as quais
organizo no quadro abaixo:

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FUNÇÕES DA GOVERNANÇA FUNÇÕES DA GESTÃO

implementar programas;
definir o direcionamento estratégico;
garantir a conformidade com as
supervisionar a gestão;
regulamentações;
envolver as partes interessadas;
revisar e reportar o progresso
gerenciar riscos estratégicos;
de ações;
gerenciar conflitos internos;
garantir a eficiência
auditar e avaliar o sistema de gestão
administrativa;
e controle; e
manter a comunicação com as
promover a accountability (prestação
partes interessadas; e
de contas e responsabilidade) e a
avaliar o desempenho e
transparência.
aprender.

Letra d.

051. (FUNDATEC/AL-RS/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A capacidade de tornar efetivas as


decisões do governo referem-se à _____________, enquanto que a capacidade política, resultado
da legitimidade do gestor público, refere-se à ______________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
a) governabilidade – accountability
b) governabilidade – governança
c) governança – accountability
d) governança – governabilidade
e) accountability – governabilidade

A capacidade de tornar efetivas as decisões do governo em prol dos cidadãos referem-se à


governança, enquanto a capacidade política, resultado da legitimidade do gestor público, refe-
re-se à governabilidade.
Letra d.

052. (FUNDATEC/AL-RS/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) Relacione a Coluna 1 à Coluna 2,


associando os nomes dos princípios básicos de governança corporativa com suas respectivas
definições, segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

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Coluna 1 Coluna 2
1. Transparência. ( ) Zelar pela viabilidade econômico-financeira
2. Equidade. das organizações, reduzir as externalidades
3. Prestação de Contas negativas de seus negócios e suas operações e
(accountability). aumentar as positivas, levando em consideração
4. Responsabilidade Corporativa. os diversos capitais (financeiro, manufaturado,
intelectual, humano, social, ambiental,
reputacional, etc.).
( ) Agentes de governança devem assumir
integralmente as consequências de seus
atos e omissões e atuando com diligência e
responsabilidade no âmbito dos seus papéis.
( ) Desejo de disponibilizar para as partes
interessadas as informações que sejam de seu
interesse e não apenas aquelas impostas por
disposições de leis ou regulamentos.
( ) Tratamento justo e isonômico de todos
os sócios e demais partes interessadas
(stakeholders), levando em consideração seus
direitos, deveres, necessidades, interesses e
expectativas.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) 1 – 3 – 2 – 4.
b) 2 – 4 – 3 – 1.
c) 3 – 4 – 1 – 2.
d) 4 – 3 – 1 – 2.
e) 4 – 3 – 2 – 1.

Responsabilidade Corporativa – Zelar pela viabilidade econômico-financeira das organiza-


ções, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as
positivas, levando em consideração os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual,
humano, social, ambiental, reputacional, etc.).
Prestação de Contas e Responsabilidade (accountability) – Agentes de governança devem
assumir integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e
responsabilidade no âmbito dos seus papéis.
Transparência – Desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que se-
jam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos.
Equidade – Tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas
(stakeholders), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e
expectativas.
Letra d.

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053. (FUNDATEC/AL-RS/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) As definições de governança e go-


vernabilidade costumam ser confundidas pelos servidores e usuários dos serviços públicos.
Embora não coincidentes, podem ser entendidas como complementares sendo aplicados em
diferentes contextos. Nesse sentido, analise as assertivas a seguir:
I – Accountability pode ser entendida como a obrigação permanente de prestar contas so-
bre o uso de recursos públicos e os resultados alcançados.
II – Governança, em uma de suas acepções, representa o modo como as organizações são
administradas e controladas e como interagem com as partes interessadas.
III – Accountability refere-se às condições substantivas do exercício do poder e legitimidade
do governo, derivada da relação com a sociedade.
IV – Governança, enquanto estado mínimo, tem sua origem no Banco Mundial com menção
a suas políticas de empréstimos e supõe a eficácia dos serviços públicos.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I, III e IV.
e) I, II, III e IV.

I – Correta. Accountability pode ser entendida como a obrigação permanente de prestar contas
sobre o uso de recursos públicos e os resultados alcançados.
II – Correta. Governança, em uma de suas acepções, representa o modo como as organiza-
ções são administradas e controladas e como interagem com as partes interessadas. Nesse
sentido, tem origem na Governança Corporativa.
III – Incorreta. Governabilidade refere-se às condições substantivas do exercício do poder e
legitimidade do governo, derivada da relação com a sociedade.
IV – Incorreta. A Boa Governança foi utilizada pelo Banco Mundial com referência a suas po-
líticas de empréstimos, pressupondo a eficácia dos serviços públicos, a privatização das em-
presas estatais, o rigor orçamentário e a descentralização administrativa. Logo, não é correta a
afirmação de que a Governança, enquanto estado mínimo, tem sua origem no Banco Mundial.
A origem está associada a teorias sobre reforma do Estado.
Letra c.

054. (FCC/AL-AP/TÉCNICO DE CI/2020) A governança corporativa compartilha elementos


qualquer que seja a natureza da entidade a que se aplique, mas alguns aspectos são marcada-
mente diversos entre a governança pública e a privada, por exemplo, a preocupação com
a) a equidade.

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b) a transparência.
c) a prestação de contas (accountability).
d) os crimes de responsabilidade.
e) a responsabilidade corporativa.

A equidade, a transparência, a prestação de contas (accountability) e a responsabilidade cor-


porativa são princípios de governança tanto pública quanto privada. Os crimes de responsabi-
lidade aplicam-se apenas ao setor público.
Letra d.

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GABARITO
1. a 19. E 37. b
2. C 20. d 38. c
3. C 21. a 39. a
4. C 22. E 40. c
5. C 23. C 41. e
6. C 24. C 42. c
7. a 25. E 43. e
8. E 26. C 44. a
9. C 27. E 45. e
10. C 28. E 46. c
11. E 29. E 47. d
12. C 30. E 48. b
13. C 31. E 49. b
14. C 32. C 50. d
15. C 33. E 51. d
16. C 34. C 52. d
17. a 35. a 53. c
18. E 36. d 54. d

Marcelo Aragão
Auditor Federal de Controle Externo do TCU desde 2006. Foi Analista de Finanças e Controle do Sistema
de Controle Interno do Poder Executivo Federal (SCI) durante 14 anos. No Tribunal, exerce atualmente
a função de Ouvidor e já ocupou, entre outras, as funções de assessor do Secretário-Geral de Controle
Externo, coordenador do projeto Controle Externo do Mercosul, chefe do Serviço de Coordenação de
Redes de Controle, coordenador das Ações de Controle sobre os projetos da Copa do Mundo FIFA 2014
e secretário de Controle Externo no estado de Alagoas. É professor das disciplinas Controle Interno e
Externo e Auditoria Geral e Governamental em diversas instituições de ensino. Além disso, é autor de dois
livros de auditoria pela editora Método. Graduado em Administração pela Universidade Federal Fluminense,
possui especialização em Administração Pública (FGV) e Auditoria Interna e Controle Governamental (ISC/
CEFOR).

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