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Seção 2

SUA PETIÇÃO

DIREITO
CIVIL
Seção 2

DIREITO CIVIL

Sua causa!

Seja bem-vindo novamente! Vamos dar continuidade aos nossos estudos em direção ao
aprimoramento de técnicas para elaboração de peças processuais na seara do Direito Civil. Sugere-
se, desde já, a revisão da Seção 1, a fim de que você rememore os fatos do caso concreto sob
análise, bem como reveja as orientações referentes à elaboração da petição inicial. Quando
elaborou, na Seção passada, a exordial, você atuou como advogado da parte autora e interpretou as
pretensões de sua cliente, transpassando-as à linguagem jurídica e redigindo a peça inicial, por meio
da qual foram veiculados pedidos de indenizações em prol da parte requerente.

Pois bem. Registrada e distribuída a petição inicial ajuizada na Seção anterior, realizou-se a
citação, por correio, da empresa Bela Musa – responsável pelo tratamento estético a laser contratado
por Gabriela. Na carta de citação constou o aviso para comparecimento à audiência de conciliação
ou de mediação. A empresa Bela Musa, por seu representante, tomou conhecimento da situação e
agora precisa de auxílio profissional para tratar desse litígio judicial – tanto para estar representada
por um causídico durante as audiências quanto para apresentar manifestações processuais.

A partir de então, considere-se contratado para atuar em prol da empresa Bela Musa. O
primeiro passo, em conversas com o representante da empresa, seria tomar conhecimento de toda
a documentação referente ao caso, assim como analisar o próprio processo judicial – até então
formado pela petição inicial e documentos anexos. E dessa maneira você procedeu, sem maiores
problemas.

Verificou-se, após a leitura do contrato de prestação de serviços estéticos firmado entre


Gabriela e a empresa Bela Musa, que há nesse instrumento uma cláusula compromissória, por meio
da qual as partes convencionaram submeter eventual litígio envolvendo os serviços à solução por
arbitragem. Além disso, você também verificou uma cláusula contratual que dispunha sobre a
renúncia antecipada da contratante a eventuais direitos de pleitear indenizações por danos estéticos,
haja vista o risco inerente ao serviço de tratamento a laser.

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Ademais, analisando-se o despacho inicial do Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca de
Florianópolis/SC, percebeu-se que, muito embora tenha sido realizado o pagamento de custas pela
parte autora, que inclusive informou o recolhimento das despesas processuais, a Magistrada
concedeu expressamente o benefício da gratuidade de justiça à parte autora, simplesmente. Quanto
a isso, o representante da Bela Musa disse que não compreendeu o porquê dessa concessão, haja
vista não ser a parte autora, Gabriela, pessoa necessitada em termos financeiros. Lembre-se de que
apenas pelos serviços da empresa Bela Musa foi pactuado o pagamento, por Gabriela, do valor total
equivalente a R$ 8.000 (oito mil reais), a ser pago em quatro parcelas no valor de R$ 2.000 (dois mil
reais) cada, mensalmente.

Depois de analisar os documentos e o processo, você questionou o representante da Bela


Musa a respeito dos detalhes dos fatos propriamente ditos. Em resposta, você soube que Gabriela
teria recebido um e-mail com aviso para que não tomasse sol na região que seria submetida ao
tratamento a laser pelo período de uma semana antes da sessão. Mas Gabriela não teria respeitado
essa recomendação – como perceptível por fotografias em redes sociais que demonstram idas
frequentes à praia e piscinas na semana anterior –, e mesmo orientada a adiar a sessão, optou por
prosseguir. Entende a Bela Musa que a parte autora, com sua conduta desidiosa, deu causa à
queimadura, pois se a pele da requerente não estivesse tão sensível, nada disso teria ocorrido.

Outrossim, explicou o representante da empresa Bela Musa que, em casos como esse, de
retirada de marcas na pele, é comum serem realizadas mais de uma sessão, e que Gabriela sabia
disso. Contudo, após a segunda sessão, a cliente não quis realizar outras sessões – que foram
agendadas pela Bela Musa, inclusive, e informadas a Gabriela, que teria se negado por simples
arrependimento, sem justificativas quaisquer. Por essa razão teriam sido realizadas as cobranças
para quitação de todo o valor contratado entre as partes, considerando que a empresa Bela Musa
disponibilizou seus serviços conforme contratado.

Por fim, por cautela, antes de passar a atuar como advogado nesse caso, você verificou que
já havia uma ação anteriormente ajuizada por Gabriela (com advogado distinto, mas também em
face da empresa Bela Musa e com exatamente a mesma narração fática e consequentes pedidos).
Referida ação, praticamente idêntica, havia sido ajuizada dois anos antes da protocolização da
segunda demanda – sob sua responsabilidade e ora analisada. Consigne-se que o primeiro processo
tramita perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis/SC.

Diante de todo esse cenário, o sócio e representante da empresa Bela Musa, Tiago, afirmou
não serem justos os pedidos indenizatórios pleiteados por Gabriela, porquanto os serviços de
tratamento estético foram realizados em conformidade com as disposições técnicas da área e, além
disso, Tiago lhe entregou os documentos que, assinados pelos profissionais da Bela Musa,
atestariam a regularidade do procedimento, efetivado sem quaisquer falhas. Quanto à alegação de

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Gabriela, referente ao procedimento efetivado na perna esquerda, aduziu Tiago que, conforme
testemunhas a serem levadas à instrução processual (técnicos que auxiliaram no procedimento), a
própria cliente, Gabriela, havia solicitado pouco antes de iniciar sua segunda sessão (que teria por
objeto a perna direita) a retirada de uma pequena “pinta” em sua perna esquerda – o que acabou
sendo realizado, naturalmente e a contento da paciente. Além disso, afirmou que o contrato foi
plenamente respeitado. Pouco adiante, e rememorando que você foi contratado já para acompanhar
a empresa Bela Musa no ato referente à audiência de conciliação, aponte-se que durante esse ato
processual, Gabriela mostrou-se inflexível e sequer quis conversar sobre qualquer possibilidade de
solução consensual, encerrando-se, então, o infrutífero ato processual – e iniciando-se, ato contínuo,
o prazo para apresentação da peça adequada à defesa dos direitos da empresa Bela Musa, sob sua
responsabilidade profissional.

Como advogado da empresa Bela Musa, elabore a peça processual adequada em defesa
dos interesses de seu cliente, considerando todas as informações disponíveis, assim como a
legislação vigente.

Fundamentando!

A petição inicial, também conhecida por exordial, dá início a processos judiciais. Após o
registro e a distribuição, o juiz recebe a petição e verifica se as condições da ação e os pressupostos
processuais estão presentes. Se tudo estiver correto com a exordial, ordena-se a citação da parte
requerida para o comparecimento à audiência de conciliação ou mediação – preste atenção, pois a
regra atual é no sentido de que não se realiza citação para contestar, mas para comparecimento a
essa audiência. Prima-se pela busca da solução consensual dos conflitos, certamente.

PONTO DE ATENÇÃO

Afinal, há diferença entre conciliação e mediação? Sim!


Conforme dispõem os artigos 165, §§ 2º e 3º do CPC,
conciliação haverá, preferencialmente, quando não houver
vínculo anterior entre as partes litigantes, e o conciliador
poderá sugerir soluções para o litígio. Já a mediação ocorrerá,
em regra, quando houver vínculo anterior entre as partes,
cabendo ao mediador auxiliar essas partes para que elas
próprias busquem a solução de seus conflitos (BRASIL,
2015)

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Deve-se tomar ciência, ainda, de que são variadas as possibilidades de defesa por parte de
quem venha a responder no polo passivo de eventual processo judicial. É possível a interposição de
recursos, como apelações, agravos de instrumentos e recursos especiais. Mas ainda mais comum,
sobretudo no início de processos, é a apresentação de uma simples contestação, útil a contrabater
os argumentos tecidos pela parte autora em sua petição inicial. Observe a seguir e visualize, em sua
vindoura atuação profissional, o desdobramento dos atos processuais.

Figura 1 | Sequência de Atos e Peças Processuais

Audiência de
Conciliação ou
Mediação
•Realizada a audiência,
• Normalmente, a Art. 334, CPC se infrutífera, começa
peça para dar o prazo de 15 (quinze)
início ao dias para o réu
•Em regra, o primeiro contestar a petição
processo judicial. ato processual no inicial.
qual as partes
Petição Inicial interagem entre si.
Contestação
Art. 319, CPC Art. 335, CPC

Fonte: elaborada pelo autor.

Na figura apresentada, você pode visualizar a sequência de atos que envolvem a realização
da audiência de instrução e julgamento, assim como a apresentação da petição inicial e da
contestação. Utilize seu material de estudo para criar algumas anotações, sempre objetivando
aprender o conteúdo, de modo a poder visualizar mentalmente esse “caminho” procedimental. Tenha
em mãos seu Código de Processo Civil para acompanhar as orientações seguintes.

Além disso, fique atento: pode ser que tenha ocorrido a decadência ou a prescrição, motivo
pelo qual sugere-se atenção a esse ponto; especialmente no tocante aos artigos 205 e 206 do Código
Civil de 2002, assim como aos artigos 26 e 27 do Código de Defesa do Consumidor. Ao redigir
petições quaisquer, antes de apresentar a discussão sobre o mérito, elabore um tópico sucinto para
apontar a tempestividade (se houver processo e prazo processual) e, em qualquer caso, argumente
sobre a ocorrência ou não da decadência ou da prescrição 1.

1 CASTRO, P. R. C. Direito Civil – Negócio Jurídico. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. p. 121.

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Quando recebida a petição inicial e após verificar se presentes, ao menos, os requisitos
constantes no artigo 319 do CPC, o juiz determinará a citação da parte contrária, tanto para que
tome conhecimento do processo contra si instaurado quanto para comparecer à audiência de
conciliação ou de mediação, conforme previsto no artigo 334 do CPC. Mas quando deverá a parte
requerida apresentar contestação, afinal? Quanto a isso, em regra, a contestação deverá ser juntada
aos autos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da realização da audiência de conciliação ou de
mediação. E se as partes não pretenderem a realização dessa audiência, o termo inicial do prazo
para contestar corresponderá ao dia do protocolo do pedido de cancelamento, apresentado pelo réu.
Observe o que dispõe o artigo 335 do Código de Processo Civil:

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze)
dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação,
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de
mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais
casos. (BRASIL, 2015)

Sugere-se, nesse momento, a leitura atenta ao disposto no artigo 231 do CPC. Esse
dispositivo legal nos aponta alguns termos iniciais de prazos. Não custa lembrar, oportunamente,
que na contagem dos prazos, no processo civil, são computados apenas os dias úteis, conforme
dispõe o artigo 219 do CPC. Além disso, o artigo 224 do mesmo código diz que “salvo disposição em
contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento”
(BRASIL, 2015). Com essas regras em mente, não se esqueça de demonstrar a tempestividade de
eventual juntada de peça processual de defesa, como a contestação, a quaisquer processos judiciais
em que atue como advogado.

Assim, conhecidos os prazos e o modo de sua contagem, como você poderá agir logo que
sair da audiência de conciliação ou de mediação, quando atuar para a parte requerida? Bem, o prazo
para contestar terá iniciado, então, elabore a peça defensiva 2, esboçando estrutura semelhante à da
própria petição inicial: aponte o Juízo competente no cabeçalho, qualifique as partes, demonstre a
tempestividade e exponha em seus argumentos preliminares de mérito, em primeiro lugar,
seguidos dos argumentos referentes ao mérito da discussão. E o que são as preliminares de mérito?

Para conhecê-las, abra seu CPC/15 e leia todos os incisos do artigo 337. Sempre antes de
redigir uma contestação, releia os incisos desse dispositivo legal. Hipóteses como a coisa julgada, a
convenção de arbitragem e a indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça estão

2Certamente será possível, sendo o caso de a parte requerida ter pedidos a realizar em face da parte autora, apresentar
a reconvenção, nos termos do artigo 343, do Código de Processo Civil de 2015.

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presentes nessa lista; o que nos ajuda muito no momento de analisar casos concretos, sobretudo ao
redigirmos contestações. Ora, entenda também que as preliminares de mérito, se acolhidas pelo
Juízo, poderão prejudicar (no sentido de impossibilitar) a análise do mérito da questão. No artigo
485, do CPC, constam situações nas quais não será julgado o mérito (BRASIL, 2015).

Aproveitando-se o ensejo, reflita acerca da eventual existência de convenção de arbitragem


entre as partes. Se ao assinar algum pacto foi estipulado que os conflitos seriam resolvidos pela
arbitragem, nada mais justo do que a parte requerida, ao contestar a exordial, apontar a existência
desse acordo, para que o litígio seja, de fato, encaminhado à solução arbitral. Aliás, a convenção de
arbitragem sequer pode ser conhecida de ofício pelo magistrado, e se a parte não a alegar
oportunamente, essa omissão significará renúncia ao juízo arbitral e aceitação à jurisdição estatal,
como dispõe o artigo 337, §§ 5º e 6º, CPC (BRASIL, 2015).

Outrossim, com relação ao benefício de gratuidade de justiça, sabe-se que esse é


concedido àqueles que não dispõem de condições para arcar com despesas processuais e
honorários advocatícios sem prejudicar o próprio sustento ou de sua família. Negar o acesso à justiça
a essas pessoas seria certamente inadmissível. Por outro lado, muitos se utilizam de referido
benefício sem dele necessitar, visto que teriam plena capacidade de arcar os valores
correspondentes. Como advogado, afigura-se adequado analisar se a parte contrária tem ou não
efetivo direito ao benefício, porquanto os honorários sucumbenciais eventualmente fixados serão
pagos apenas pela parte à qual não for conferida a gratuidade de justiça.

Anote-se, ainda, que há impedimento – significando preliminar de mérito a ser,


eventualmente, alegada – no sentido de não ser permitido o ajuizamento de ações idênticas. Noutras
palavras, já ajuizada determinada ação entre determinadas partes e referentes a certo tema, seria
incabível demandar, em outra ação, nesses mesmos termos: isso configuraria o que se conhece por
litispendência, apontada como preliminar de mérito no artigo 337, inciso VI, e detalhada nos §§ 1º
a 3º do referido artigo do Código de Processo Civil de 2015. Basicamente, uma ação será idêntica à
outra quando contar com as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido (BRASIL,
2015). A consequência para o reconhecimento da litispendência, a propósito, consiste na extinção
sem resolução de mérito, como disposto no artigo 485, inciso V do CPC/15.

Pois bem. Ultrapassada a etapa referente às preliminares de mérito, caberá ao advogado que
elabora uma peça de contestação apresentar, de maneira organizada e clara, os argumentos
contrários à tese exposta pela parte autora em sua petição inicial. O autoexplicativo enunciado do
artigo 336 do CPC, é esclarecedor quanto a quais pontos devem estar presentes na contestação:
“Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e
de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”
(BRASIL, 2015).

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No entanto, ainda que toda a matéria deva ser exposta, aponte-se que o advogado deverá
acautelar-se e não expor argumentos que possam ferir a boa-fé processual, evitando-se a
condenação ao pagamento de multa por litigância de má-fé. Sobre esse ponto, será considerado
litigante de má-fé, exemplificativamente, aquele que “deduzir pretensão ou defesa contra texto
expresso de lei ou fato incontroverso”, conforme o artigo 80, inc. I do CPC (BRASIL, 2015). A
consequência será o pagamento de multa, que variará de 1% a 10% do valor corrigido da causa, por
força do contido no artigo 81, CPC (BRASIL, 2015). E, sendo assim, alguns cuidados devem ser
tomados pelo causídico responsável.

Especialmente em se tratando de causas que envolvam direitos consumeristas, merece


leitura o artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor, que explicita um rol de cláusulas
consideradas nulas de pleno direito; dentre as quais aquelas que “impossibilitem, exonerem ou
atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços
ou impliquem renúncia ou disposição de direitos […]” (BRASIL, 1990). No plano teórico essa
alegação seria incorreta e poderia significar, se demonstrada a má-fé (da parte que, instruída por
advogado, considera-se conhecedora das leis), sujeitando-se a parte ao pagamento de multa, como
visto.

Não se esqueça, também, sobretudo quando se tratar de uma relação que envolva a
aplicação do Código de Defesa do Consumidor, que devem ser encontradas matérias de defesa
pertinentes, quando se defende um fornecedor de produtos ou um prestador de serviços. Leia
atentamente, para tanto, o disposto nos artigos 12 e 14, do CDC; atentando-se especialmente ao
disposto no parágrafo terceiro de ambos os dispositivos da lei consumerista. Em todos os casos, se
possível, aponte que o dever de informar, previsto no artigo 6º, inciso III do CDC, foi observado pelo
fornecedor ou prestador, de modo a demonstrar a boa-fé da parte em meio à relação de consumo.

Por derradeiro, em se tratando de causas que envolvam discussões a respeito da


responsabilidade civil, contradiga os argumentos da petição inicial, especificamente no que tange à
presença ou não dos elementos da responsabilidade civil, como a conduta, o nexo causal, o dano, a
culpa e o dolo. Sempre que necessário, retome suas leituras sobre a responsabilidade civil, para,
então, poder seguir em frente e elaborar as peças processuais cabíveis.

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Vamos peticionar!

Ao analisar o problema prático proposto, verifique se já existe um processo, em primeiro lugar.


Se não existir, logo pense na possibilidade de elaborar uma petição inicial, para iniciar um processo.
Se esse já existir, descarte a petição inicial e pense nas outras atitudes que poderá tomar em favor
de seu cliente. Perceba se há ou não decisões judiciais a serem enfrentadas em favor do cliente e,
em havendo, pense em algum recurso para combater a decisão. Se também não houver decisão a
ser enfrentada, pense na possibilidade de apresentação de defesa, por meio da peça processual que
entender adequada, de acordo com as disposições processuais civis.

Ao ler a questão prática, você notará detalhes, tais como prazos ou indicações específicas,
que sempre lhe serão úteis para compreender qual seria a peça adequada. Quando o enunciado
explicitar alegações de existência de convenção de arbitragem, concessão indevida do benefício de
gratuidade de justiça ou de coisa julgada, por exemplo, lembre-se dos dispositivos do CPC/15 que
tratam dessas questões e verifique a quais peças processuais tais alegações são pertinentes.

Por fim, antes de efetivamente redigir a peça processual, esboce os principais argumentos
em prol de seu cliente, de maneira organizada e estruturada; sempre relacionando os argumentos
de fato aos fundamentos jurídicos – pois você deverá apontar esses últimos, demonstrando ao
examinador (e ao Juízo) seu conhecimento acerca das regras legais pertinentes.

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