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INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
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Sua segunda parte tem um enfoque na liturgia, com capítulos dedicados à
questões como o batismo, a eucaristia e o jejum. Logo na sequência, a vida em
comunidade é discutida, orientando os cristãos quanto à honra aos profetas, o cuidado
com os falsos profetas, a reunião e a escolha de bispos e diáconos. A obra se encerra
tratando do fim do mundo, encorajando os cristãos permanecerem vigilantes, quanto
aos sinais do fim dos tempos. (DIDAQUÉ, 1997)
Segundo Gonzales (2004, p. 70) “a Didaquê revela um período de transição
entre o sistema primitivo de autoridade carismática e a organização hierárquica que
se desenvolveu lentamente dentro da igreja”.
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3. NOS DIAS DE HOJE
Nos dias de hoje podemos ver a presença dos conceitos da Didaquê nos
processos litúrgicos da igreja:
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● No Batismo: São encontradas referências de batismo tanto por imersão quanto por
infusão: “Sobre o batismo, batiza desta maneira: ditas com anterioridade todas estas
coisas, batiza em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água viva [corrente].
Se não tens água viva, batiza com outra água; se não podes fazê-lo com água fria,
faz com quente. Se não tiveres uma nem outra, derrama água na cabeça três vezes,
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Antes do batismo, jejuem o batizante
e o batizando, e alguns outros que o possam. Ao batizando, contudo, lhe mandarás
jejuar um ou dois dias antes” (Didaquê 7,1-4).
O mais interessante nessa parte da doutrina dos apóstolos é que hoje em dia
se vê muita discussão a esse respeito, muito embora sabemos que a quantidade de
água pouco interfere na mudança de vida de alguém, muitas denominações usam
esse critério para estabelecer padrões de espiritualidade, a didaquê demonstra é que
essa forma do sacramento pode variar de acordo com as circunstâncias, além de
esclarecer pontos polêmicos como em nome de quem se batizar (Didaquê 9), se na
Igreja primitiva se batizava somente em nome de Jesus, como menciona Atos 2,38;
8,16; 10,48; 19,5, ou em nome da Trindade, como Jesus ordena em Mateus 28,19,
porém, quando indica as palavras a serem empregadas no momento de batizar, diz
que deve-se fazer "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo": “Que ninguém
coma nem beba de vossa ação de graças, senão os batizados em nome do Senhor...”
(Didaquê 9), “...batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Didaquê 7).
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indivíduo é colocado gente a igreja e aos presbíteros e faz uma condição pública dos
pecados como menciona a bíblia (Atos 19,18; Tiago 5,16), o que com passar do tempo
se desenvolveu na confissão feita pelo fiel ao padre em denominações católicas -
“Reunidos a cada dia do Senhor, fracionai o pão e daí graças, depois de haver
confessado vossos pecados, a fim de que o vosso sacrifício seja puro” (Didaquê 14,1).
● Na segunda vinda de Cristo: Os cristãos da igreja primitiva pensavam que não era
possível prever a Segunda vinda de Cristo, o que contrasta diretamente com algumas
denominações (Adventistas, Testemunhas de Jeová, Crescendo em Graça, etc.), para
eles era preciso se estar preparada para a segunda vinda , pois não se sabia nem o
dia e nem a hora, intenção era ser prudente para não ser pego de surpresa - “Vigiai
sobre vossa vida; não se apaguem vossas lanternas, nem descarregai vossos lombos,
mas estai preparados, porque não sabeis a hora em que vosso Senhor virá” (Didaquê
16,1-2).
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4. CONCLUSÃO
A Didaquê tem um valor significativo para a Igreja Cristã dos dias atuais, pois
o livro trata sobre os temas da vida cristã e da estrutura da igreja. Mas deve-se tomar
cuidado ao aplicar esse livro, pois, apesar de sua importância histórica, a igreja
contemporânea possui o Novo Testamento. A importância do livro pode ser
equiparada a livros espirituais complementares, não devemos colocá-lo no mesmo
patamar do Novo Testamento, mas, sem dúvidas, ele lança luz sobre o mundo do
Novo Testamento.
A Didaquê é relevante para a igreja cristã contemporânea, indo além de sua
contribuição para a discussão sobre o modo de batismo. A proximidade do período
apostólico é um fator de peso para essa relevância. A Didaquê tem um valor para
igreja atual e que, principalmente no Brasil, onde se identifica uma variedade de
doutrinas muito distante do que sonharam os antigos. É evidente que o livro tem um
objetivo prático, restrito geograficamente àquela comunidade, ou seja, não há
intenção de ser um manual eclesiástico universal, porém pode servir de inspiração
para edificação da igreja nos dias de hoje.
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5. REFERENCIAS