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O desmatamento como

ferramenta para avaliação


das ações do projeto
Dinâmica do desmatamento e resultados do projeto Cidades Florestais
Recortes temporais
Período anterior ao projeto (Até julho de 2018): dentre os estados da Amazônia, o Amazonas ocupou
a quarta posição em relação ao aumento do desmatamento. No Pará, Mato Grosso e
Rondônia, respectivamente, o aumento ocorreu em maior intensidade.

Primeira fase do Projeto (Agosto de 2018 a julho de 2019): Em Apuí, por exemplo, as áreas apoiadas
pelo Idesam obtiveram uma taxa de incremento de desmatamento 150% menor em relação ao
município como um todo e ao PA Rio Juma.

Segunda fase do Projeto


Período 1 (Agosto de 2019 até julho de 2020)
Período 2 (Agosto de 2020 até julho de 2021)
Primeira fase do Projeto
Incremento Observado (IO) de
2018 e 2019 em relação ao ano
anterior do início do projeto
(2017)

Incremento de desmatamento
aproximadamente 150% menor
do que Apuí e ao PA Rio Juma.
Segunda fase do Projeto
No período avaliado de 2019 a Desmatamento (Prodes, 2020) Km²
2020, o Amazonas ocupou a 30000

terceira posição, dentre os


25000
estados da Amazônia, em
relação ao aumento do 20000

desmatamento.
15000

Desta vez, o Amazonas 10000


apresentou maiores taxas de
5000
desmatamento do que
Rondônia. 0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

AM MT PA RO AMZ LEGAL
Taxa histórica de desmatamento
A partir de 2018, nota-se uma
Desmatamento RO X AM (PRODES, estabilidade no estado de Rondônia
e um aumento do desmatamento
4500 2020) Km²
4000 anual no Amazonas.
3500
3000 Essa migração das pressões de
2500 outros estados, em especial
2000 Rondônia, Mato Grosso e Pará, vem
1500 se agravando desde 2018 e ocorre
1000 nos municípios do entorno da BR-319
500
e do sul do Amazonas, limítrofes com
0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
os estados anteriormente
RO AM mencionados.
Taxa histórica de desmatamento
Territórios Municipais
Municípios de atuação do Projeto Cidades
1600
APUÍ Florestais: Apuí, Carauari, Itapiranga, São
1400 LÁBREA Sebastião do Uatumã, Silves, Lábrea, Boa
Vista do Ramos e Novo Aripuanã.
NOVO ARIPUANÃ
1200
Estado do Amazonas
Particularmente, Apuí, Lábrea e Novo
Desmatamento (km²)

1000 Soma dos Municípios - Cidades Florestais


Aripuanã, no sul do estado, somam mais de
800 85% das áreas de Incremento de
Desmatamento Observado (IO) dentre todos
600 os municípios abrangidos pelo projeto.

400
Em Boa Vista do Ramos, Carauari,
200 Itapiranga, São Sebastião do Uatumã e
Silves, a dinâmica do desmatamento segue
0 padrão histórico, considerado inexpressivo
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 no contexto estadual.
Taxa histórica de desmatamento
Territórios Especiais – Projetos de Assentamento e Unidades de Conservação
• Projetos de Assentamentos da
1600 Reforma Agrária foram responsáveis por
PA Rio Juma
PAE Aripuanã Guariba 99% de todo o desmatamento observado na
1400 Resex do Ituxí
primeira e na segunda fase do projeto.
Resex Médio Juruá
RDS do Uacari
1200 RDS do Uatumã
Estado do Amazonas • PA Rio Juma é responsável por 95%
1000 Soma dos Municípios - Cidades Florestais de todo o desmatamento observado,
Soma Territórios (UCs e Assentamentos)
enquanto o PAE Aripuanã Guariba é
800 responsável por 4% e apenas 1% do
desmatamento ocorreu em áreas de
600 Unidades de Conservação (UCs).

400 • Revela a eficácia das UCs no controle


do desmatamento, assim como, demonstra
200 a necessidade de mais ações do Idesam nos
territórios definidos como Projetos de
0 Assentamentos.
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Desmatamento anual no Amazonas em relação a todos os municípios do PCF e em relação a todos os territórios especiais apoiados
Taxa histórica de desmatamento
Mapa das áreas de atuação do
Projeto Cidades Florestais
destacando a densidade de
desmatamentos (Kernel –
2020/2021), os municípios, as
Unidades de Conservação e
assentamentos apoiados pelo
projeto.
Incremento de desmatamento
Para cada município e território especial integrante do projeto, podemos destacar que:
• Nos períodos de análise, de 2019 a 2020 e 2020 a 2021, houve redução de incremento de desmatamento
considerando a somatória dos valores obtidos para os municípios;

• Para o período de 2020 a 2021 houve aumentos expressivos de incremento, contudo, em municípios com
taxas muito baixas de desmatamento em área, como Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Carauari, Silves e
Boa Vista do Ramos;

• Redução de incremento de desmatamento nas Unidades de Conservação e, mesmo quando houve períodos
de aumento, os valores em área (km²) foram baixos;

• Altos valores em área de incremento de desmatamento para o PA Rio Juma, contudo, com redução nos
últimos períodos;

• Necessidade de atenção para o PAE Aripuanã Guariba, que, apesar de possuir valores em área bem
inferiores ao PA Rio Juma, tem demostrado aumento na taxa percentual.
Incremento de desmatamento
Resumo dos incrementos de desmatamento e suas respectivas porcentagens para cada fase do projeto,
de 2019 a 2021: Incremento (%) Incremento (%) Incremento (%)
2018 2019 2020 2021
2019 - 2018 2020 - 2019 2021 - 2020
Incremento observado de desmatamento Incremento observado de desmatamento-
Municípios
(km²) comparação anual (%)
Apuí 159,54 287,71 259,63 225,66 80% -10% -13%
Boa Vista dos Ramos 0,48 1,13 0,60 1,30 136% -47% 115%
Carauari 1,50 0,57 1,44 3,46 -62% 151% 140%
Itapiranga 0,25 0,87 0,16 1,92 250% -82% 1114%
Lábrea 317,73 381,73 382,66 360,50 20% 0% -6%
Novo Aripuanã 140,40 230,89 110,20 105,55 64% -52% -4%
São Sebastião do
0,72 2,19 1,10 2,46 202% -50% 123%
Uatumã
Silves 0,67 1,63 1,61 1,26 144% -1% -22%
Total 621,29 906,72 757,42 702,10 46% -16% -7%
Incremento observado de desmatamento Incremento observado de desmatamento-
Territórios Especiais
(km²) comparação anual (%)
PA Rio Juma 136,09 244,50 205,60 174,20 80% -16% -15%

PAE Aripuanã Guariba 0,29 8,43 6,30 12,33 2759% -25% 96%

RDS do Uacari 0,27 0,06 0,00 0,26 -76% -100% 0%


RDS do Uatumã 0,12 0,65 0,17 0,70 461% -74% 313%
RESEX Médio Juruá 0,22 0,27 0,00 0,66 22% -100% 0%
RESEX Ituxí 0,31 0,00 0,26 1,09 -100% 0% 320%
Total 137,30 253,91 212,32 189,23 85% -16% -11%
Estado do Amazonas 1045,00 1434,00 1512,00 * 37% 5% *
Incremento de desmatamento
Boa Vista do Ramos, São Sebastião do Uatumã e Itapiranga
• Houve oscilações
: no incremento de desmatamento observado durante os períodos de análise com elevações
e reduções; contudo, em todos os períodos foram registradas áreas com pequeno valor de desmatamento;
• A taxa de Incremento Observado nesta região não é expressiva e a maioria dos desmatamentos encontrados
se caracterizam como atividades agrícolas de subsistência;

Carauari:
• Os incrementos observados na primeira e segunda fases do projeto foram de 1,44 km² para o ano de 2020 e de
3,45 km² para o ano de 2021.

Silves:
• Foi identificado IO de cerca de 0,61 km² no ano de 2018 e 1,63 km² no ano de 2019.
Na segunda fase do projeto foi identificado 2,87 km², sendo assim, manteve-se o mesmo incremento médio anual de
1,61 km² para o ano de 2020 e 1,26 km² para o ano de 2021. Esses incrementos não são expressivos a considerar a
extensão territorial e taxas históricas de Silves;
Incremento de desmatamento
Lábrea:
• Para o município de Lábrea como um todo, a taxa de Incremento de Desmatamento Observado
foi de 381 km² para a primeira fase do projeto (2019), o que representa um valor 20% maior do que o
período anterior (2018).

• Para a segunda fase do projeto o incremento foi de 382 km² para o ano de 2020 (20 % maior que
período anterior ao projeto e estatisticamente igual à primeira fase do projeto) e de 360 km² para o
ano de 2021 (6% menor do que o período anterior ao projeto e 9% menor que à primeira fase do
projeto;

• Na RESEX Ituxi, houve cerca de 10 km² de desmatamento até 2007. Na primeira fase do projeto
(2018) a RESEX do Ituxi apresentou 0,31 km² de incremento observado e não houve incrementos para
2019; para o ano de 2020 apresentou 0,26 km² de incremento observado e em 2021 apresentou mais
de 1,09 km² de incremento de desmatamento. Este incremento em 2021 pode ser atribuído ao
aumento do plantio de roçados para subsistência durante a pandemia;
Incremento de desmatamento
Apuí:
• Para Apuí o IO de 259,63 km² em 2020 e 225,66 km² em 2021. Redução de 10% de desmatamento ao se
comparar os dados de 2020 com os de 2019 e redução de 13% ao se considerar 2021 e 2020. Período de 2018 a
2019 havia ocorrido aumento no incremento de 1.100%;
• Para o PA Rio Juma, no ano de 2020 foi registrado IO de 205,60 km² e em 2021 foi de 174,20 km². Redução
de 16% de desmatamento ao se considerar os dados de 2020 com os de 2019 e redução de 15% ao se
considerar 2021 e 2020. Também demonstram importante queda, pois no período de 2018 a 2019 havia ocorrido
aumento no incremento de 1.000%.

Novo Aripuanã:
• No município de Novo Aripuanã, de 230 km² para a primeira fase do projeto (2019). Para a segunda fase do
projeto o incremento foi de 110 km² para o ano de 2020 e de 105 km² para o ano de 2021;
• No PAE Aripuanã Guariba, de 8,4 km² para a primeira fase do projeto (2019), para a segunda fase do projeto o
incremento foi de 6,3 km² para o ano de 2020 e de 12,3 km² para o ano de 2021, gerando aumento de 96%
• Uma das áreas mapeadas é notadamente uma pista de pouso próxima a um leito de rio e a áreas desmatadas
recentemente, o que pode indicar indícios de garimpo no local, abertura de uma nova fronteira agricola para
pecuária, resultando no aumento considerável de desmatamento;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Entre 2008 e 2021, o comportamento sazonal do desmatamento no Amazonas tem sido crescente e com
maior concentração nos municípios de Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã, que somaram mais de 85% das
áreas de Incremento de Desmatamento Observado (IO). Nestes municípios é importante destacar a
redução de incremento no período de 2019 a 2020.

• Boa Vista do Ramos, Carauari, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã e Silves - dinâmica do desmatamento
segue padrão histórico e está associada ao desmatamento consequente das atividades de
abertura/manutenção de roçados e pequenas pastagens, considerado inexpressivo no contexto
estadual. O aumento observado para o incremento de desmatamento não é efetivo para análise de
impacto do projeto.

• Embora os dados de 2021 não estejam completos, de forma geral houve redução de 16% no incremento
de desmatamento no período de 2019 a 2020 na área de abrangência do projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Nas Unidades de Conservação foi verificado apenas 1% de todo o desmatamento quantificado, o que
demonstra a importância destas áreas de proteção para o controle do desmatamento.

• De forma oposta, 99% de todo o desmatamento observado na primeira e na segunda fase do projeto
ocorreram em Projetos de Assentamento, em especial no PA Rio Juma, ressaltando a necessidade de
mais ações em Assentamentos da Reforma Agrária.

• Não foi possível demonstrar o efeito direto do projeto no incremento de desmatamento. Contudo,
observou-se que a promoção de alternativas econômicas pautadas na sustentabilidade socioambiental
aliada à gestão de Unidades de Conservação pode promover a diminuição das pressões de desmatamento.
Impacto do Projeto nos Territórios
O Mapa resume os resultados de comercialização de produtos por
região e a densidade de desmatamentos em 2020 e 2021. • As ações de fortalecimento
das cadeias de produtos da
sociobiodiversidade desenvolvidas
pelo PCF estão estrategicamente
concentradas nos “hostspots” de
desmatamento do Amazonas.

• Maior relevância ao PCF, uma


vez que o projeto está promovendo
o aquecimento econômico nessas
regiões através do fomento à
produção e uso sustentável de
recursos naturais.
OBRIGADO!

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