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2.6.

1- RELAÇÕES AXIAIS E OS PARÂMETROS DAS FACES


As dimensões relativas dos eixos cristalográficos, denominadas relações axiais, são
representadas por e obtidas pela relação das dimensões dos três eixos cristalográficos pelo
valor de um deles, normalmente o eixo b, utilizado como referência. Por exemplo, cálculo das
relações axiais para o mineral enxofre (Fig. 2.26), do sistema ortorrômbico
Relações axiais a partir das dimensões da cela unitária do enxofre
 , b = 12,87 A
a = 10,47 A  , c = 24,49 A
 1A
 = 10-7mm
a b c = 10,47/12,87 12,87/12,87 24,49/12,87  a b c = 0,8135 1 1,9029
Relações axiais a partir das arestas de cristais euédricos de enxofre
a b c = 0,811 1 1,900

Figura 2.26- Cálculo das relações axiais do mineral enxofre do sistema


ortorrômbico.

Mesmo antes de se conhecer as dimensões absolutas das celas unitárias, os cristalógrafos já


haviam determinado as relações axiais com base nas relações morfológicas dos cristais e na
premissa de que as formas cristalinas são um reflexo da cela unitária dos cristais. Para os casos
mais simples, as relações axiais de cristais euédricos podem ser obtidas pelas dimensões relativas
das arestas do cristal que se mantém aproximadamente inalteradas em relação às dimensões
relativas das arestas da cela unitária coincidentes com os eixos cristalográficos. Desse modo, as
dimensões centimétricas de um cristal representariam uma ampliação das dimensões da cela
unitária em torno de 100 milhões de vezes, mantendo proporcionalmente as mesmas dimensões
relativas, ou seja, as mesmas relações axiais. As relações axiais obtidas por meio das dimensões
das arestas de cristais euédricos divergem muito pouco em relação aos valores reais obtidos pelas
dimensões absolutas da cela unitária, com variação somente na terceira casa decimal, como
mostrado na figura 2.26 para cristais de enxofre.
Para definir as relações de corte das faces com os eixos cristalográficos, denominadas de
, é necessário reconhecer o sistema cristalino, orientar o cristal e definir quais eixos a
face é paralela e quais ela corta. Por exemplo, a face pode ser paralela a dois eixos e cortar o
terceiro, pode ser paralela a um eixo e cortar os outros dois ou pode cortar todos os três eixos.
Além disso, deve ser determinado a que distância relativa a face corta cada eixo, utilizando o
tamanho do eixo como unidade. Uma face paralela a um determinado eixo intercepta este eixo
somente no infinito e sua relação de corte com tal eixo será  (Fig. 2.27).

Figura 2.27- Plano a-b de um cristal ortorrômbico, com


 , = 12,87 A
= 10,47 A  e perpendicular ao plano a-b,
mostrando os parâmetros de 5 planos verticais (paralelos ao eixo
) Plano A-A 1a,  b,  c
Plano A’-A’ 2a,  b,  c
Plano B-B  a, 1b,  c
Plano AB 1a, 1b,  c
Plano AB’ 1a, 2b,  c

Se uma face corta dois ou três eixos cristalográficos de um cristal cujas dimensões de sua
cela unitária são desconhecidas, são atribuídos arbitrariamente parâmetros unitários para os eixos
cortados pela face. Qualquer face que corte apenas um eixo, independentemente da distância de
corte, seu parâmetro para o eixo cortado será unitário, como as faces 1a,  b,  c e  a, 1b,  c na
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